Capítulo 1 introdução à conformação plástica dos metais (1)
Capítulo 3 metalurgia da conformação
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CENTRO TECNOLÓGICO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: CONFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS METAIS
METALURGIA DA
CONFORMAÇÃO PLÁSTICA DOS
METAIS
3. Conceitos de
Cristalografia
Substância cristalina: átomos estão dispostos em posições regulares no
espaço.
Descrição: rede + base
Rede = estrutura geométrica
Base = distribuição dos átomos em cada ponto da rede.
4. Células Cristalográficas e Sistemas
Cristalinos
Célula unitária: é uma célula que transladado n vezes nas direções x,
y, z, gera toda a rede.
Célula primitiva: é a menor célula capaz de gerar a rede.
Células de Bravais: Bravais demonstrou que só existem 14 tipos de
células unitárias, agrupados em 7 sistemas.
Sistema cúbico (a=b=c; α=β=γ=90°):
a) cúbico simples; b) cúbico de corpo
centrado; c) cúbco de faces centradas
Sistema tetragonal (a=b≠c;
α=β=γ=90°): a) tetragonal
simples; b) tetragonal de
corpo centrado.
5. Sistema ortorrômbico (a≠b≠c; α=β=γ=90°): a) ortorrômbico simples;
b) ortorrômbico de bases centradas; c) ortorrômbico de corpo
centrado; d) ortorrômbico de faces centradas
6. Sistema monoclínico (a≠b≠c;
α=γ=90° ≠β): a) monoclínico simples;
b) monoclínico de bases centradas
Sistema triclínico (a≠b≠c;
α≠β≠γ≠90°)
Sistema romboédrico ou
trigonal (a=b=c; α=β=γ≠90°)
Sistema hexagonal
(a=b≠c; α=β=90°, γ=120°)
Sistema monoclínico (a≠b≠c;
α=γ=90° ≠β): a) monoclínico simples;
b) monoclínico de bases centradas
Sistema triclínico (a≠b≠c;
α≠β≠γ≠90°)
7. Exemplos:
Rede CCC: Cr, Li, Ba, Nb, Cs, W
Rede CFC: Al, Cu, Pb, Ni, Ag
Rede Cúbico Simples: CsCl (base 2)
Rede tipo diamante = CFC e base 2.
Os 2 átomos da base 2 estão
dispostos alinhados na diagonal do
cubo e distantes a ¼ da diagonal.
8. Pode ser vista também
como duas redes CFC
simples entrelaçadas e
deslocadas na diagonal
e distantes a ¼ da
diagonal.
Diamante, Si e Ge têm
esta estrutura. GaAs e
outros III-V também
(zincbelnde)
10. Definição de Planos e Direções
Cristalográficas
Índices de Miller:
a) Distâncias das intersecções
b) Tomar inversos dos valores
c) Reduzir os resultados a números
inteiros com a mesma relação entre si
Ex.: 2 x ½ = 1; 2 x ½ = 1; 2 x 1 = 2
⇒ plano (1,1,2) ou (112)
11. Direções cristalográficas [l,m,n]:
São expressos por 3 nos
inteiros
com a mesma relação de um vetor
naquela direção.
Os componentes do vetor são dados como múltiplos dos vetores de
base.
A direção da diagonal em sistema tipo paralelepípedo tem as
componentes 1a, 1b, 1c, ou seja: [111]
Em cristal cúbico, a direção [l,m,n] é perpendicular ao plano (l,m,n). Ex.
[100] é perpendicular ao plano (100)
12. Direções e Planos Equivalentes:
Do ponto de vista cristalográfico, existem direções e planos
equivalentes, dependendo apenas da escolha arbitrária dos eixos
de base.
Ex. Direções [100], [010] e [001]
Direções equivalentes são expressos por < >, no ex. dado temos
direções <100>
Ex. Planos (100), (010) e (001)
Planos equivalentes são expressos por { }, no ex. dado temos os
planos {100}.
13.
14. Determinação da Estrutura de um
Cristal
A estrutura de um cristal pode ser determinado pela análise de
difratograma de raio X.
É baseado no princípio de interferência de raios di-fratados de acordo
com a lei de Bragg: θλ sen2dn =
15. Defeitos em
Cristais
Não existe cristal perfeito.
Tipos de defeitos:
Pontuais
Lineares
Planares
Volumétricos
17. kT
E
v
av
eNn
−
= 0
Densidade de defeitos pontuais cresce com a temperatura
(rel. tipo Arrhenius). Ex. vacâncias, onde: N0 é a densidade
do Si, Eav a energia de ativação.
26. MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO
PLÁSTICA
Dois mecanismos estruturais básicos podem estar presentes no
cristal durante o processo de deformação plástica: escorregamento e
maclação.
Representação em esferas tangentes; (b) representação com um cubo.
(a) (b)
27. Características das discordâncias: Geram tensões de tração e
compressão no reticulado próximo, além disso podem se repelir (a) ou
se anular (b) dependendo da localização dessas forças.
28. Sistemas de
escorregamento
As discordâncias se
movem
preferencialmente
em direções e planos
de maior densidade
atômica entre as
existentes no sistema
cristalino. Ao lado um
plano de
escorregamento e
suas 3 direções
possíveis dentro
desse plano para o
sistema C.F.C..
29. Um dos planos de escorregamento e uma direção de escorregamento para o sistema
C.C.C.
30. Número de sistemas de escorregamento e sua
influência na deformabilidade dos metais
Os metais com estrutura C.F.C. tem 12 sistemas de alta
densidade atômica.Ex:Cu, Al, Pb, Ag Au etc...
Os metais C.C.C. tem 48 sistemas mas com menor densidade
atômica. De maneira geral, esses metais deformam menos até a
ruptura que os metais C.F.C.Ex:Fe α, Mo, W, Cr Nb
Os metais HC possuem planos de alta densidade atômica mas em
número apenas de 3, o que os torna materiais normalmente
frágeis.
31. Escorregamento em
monocristais
É o mecanismo mais facilmente
entendido, para depois extrapolá-lo para
policristais.
As forças causadoras da def. plástica
são de cisalhamento. A intensidade da
força de cisalhamento atuante sobre os
planos dependerá da força externa e
dos ângulos dessa força em relação ao
plano e a direção de escorregamento.
Quando qualquer dos ângulos forem 90º
a força de cisalhamento responsável
pelo escorregamento será nula. Se
forem de 45º será máxima. A soma dos
ângulos não são em geral 90º uma vez
que a força e as duas direções não
necessitam estar contidas em um
32. Deformação plástica em materiais
policristalinos
O escorregamento é mais complexo devido ao grande número de
grãos com orientações diferentes
Cada grão possuirá planos e direções de escorregamentos com
ângulos distintos dos vizinhos, mesmo se tratando do mesmo sistema
de escorregamento. (orientações cristalinas diferentes em cada grão)
Quando se supera a tensão de escoamento inicia o movimento das
discordâncias nos grãos melhores orientados com a tensão externa
aplicada em relação ao sistema de escorregamento preferencial. Os
grãos vizinhos, não tão bem orientados, terminam dificultando a
deformação do primeiro, além das dificuldades das discordâncias
passarem pelos contornos de grão. Essas restrições fazem dos
materiais policristalinos, materiais mais resistentes que os
monocristais.
A deformação generalizada causa distorções também nos grãos
indicando o sentido da deformação.
35. TEMPERATURA EM CONFORMAÇÃO
PLÁSTICA
Os processos de
conformação plástica são
comumente classificados
em operações de trabalho a
frio e trabalho a quente.
A temperatura
homóloga (Th) é dada pela
relação entre temperatura
de processamento (T) de
um metal e a sua
temperatura de início de
fusão (Tf).
Considerações Iniciais
Variação do limite de escoamento de um metal com
aumento do Th.
37. Material Temperatura de Recristalização (°C)
Cobre eletrolítico (99,999%) 121
Cu – 5% Zn 315
Cu – 5% Al 288
Cu – 2% Be 371
Alumínio eletrolítico (99,999%) 279
Alumínio (90,0%) 288
Ligas de alumínio 315
Níquel (99,99%) 371
Monel (Ni – Cu) 593
Ligas de magnésio 252
Ferro eletrolítico 398
Aço de baixo carbono 538
Zinco 10
Chumbo -4
Estanho - 44
Temperaturas de recristalização para alguns metais e ligas de uso comum.
38. Trabalho a Frio
• Processos realizados à temperatura ambiente;
• Obtenção de dimensões dentro de tolerâncias estreitas;
• Melhor acabamento superficial;
• Encruamento ou endurecimento do material conformado;
• Controle das propriedades mecânicas;
• Aumento dos níveis de resistência e dureza dos materiais;
• Redução no limite de conformabilidade;
• Diminuição das propriedades físicas e da resistência à
corrosão;
• Alteração da microestrutura.
39. ANTES DA DEFORMAÇÃO DEPOIS DA DEFORMAÇÃO
Imagens da microestrutura antes e após a deformação a frio.
41. O recozimento é qualquer tratamento térmico realizado com o intuito
de reduzir ou eliminar os efeitos da deformação plástica sobre a
estrutura de um material metálico.
Etapas do Recozimento.
42. Trabalho a Quente
• Menor nível de energia requerido para deformar o metal;
• Aumento da capacidade de escoamento do metal;
• Refino da granulação grosseira;
• Eliminação de bolhas e poros;
• Aumento da ductilidade e da tenacidade do metal;
• Formação e incrustações de óxidos ;
• Maior tolerância dimensional.
43. FRATURA DÚCTIL E FRATURA FRÁGIL
Os dois tipos básicos de fratura são: fratura frágil – rápida
propagação da trinca –, e fratura dúctil – lenta propagação da trinca
precedida de intensa deformação plástica.
(a) Fratura Dúctil; (b) Fratura frágil.
(a) (b)
44. Nucleação, coalescimento e propagação de vazios internos na fratura dúctil.
Empescoçamento Nucleação Propagação Propagação Fratura
45. CONFORMABILIDADE PLÁSTICA
O conceito de conformabilidade plástica está intimamente
relacionado à capacidade de promover-se a modificação da forma de
um material metálico sem acarretar defeitos que inviabilizem seu uso.
Defeitos presentes em matrizes de forjamento.
46. (a) Influência da temperatura e da taxa de deformação sobre a conformabilidade; (b)
Influência do estado de tensão sobre a deformação de fratura; (c) Comparação entre a
conformabilidade de estruturas fundidas e trabalhadas
(a) (b)
(c)