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Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de 
organização. 
A violência do que não vejo. O que quero ver e alguns escondem. 
“ Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as 
necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é 
esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegamos 
a isso, não somos seres humanos. (…) Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não 
tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, 
sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em 
Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso 
Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque 
muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para 
diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.” 
José Saramago. A semente e os frutos. 
Canarias 7, las Palmas, 20 de Fevereiro de 1994 (Entrevista de Esperanza Pamplona) 
Deixando para os técnico e ilustres conferencistas aspectos mais técnicos e 
abordagens mais específicas da problemática, a minha intervenção centrar-se-á, 
sobretudo, nos aspectos organizativos da escola e sobre aquilo que se faz ou não nas 
escolas para combater o problema. 
Desde já, quero dizer-vos que não gosto da palavra “Bullying”, vejam bem, nem 
da palavra gosto, irrita-me solenemente, a submissão, a ignorância como muitos 
estrangeirismos entram na língua portuguesa. Nós já tínhamos os maus tratos, a 
violência, sobre o outro, outros, muito antes de os Ingleses ou alemães, nos virem dar 
lições de bullying. Se ainda não se deram conta ficam já a saber que até na língua há 
maus tratos e de que tamanho senhores ,são” tratos de polé”. Ainda há bem pouco 
tempo uma economia mais forte , impôs à fraca economia de um país de políticos 
medíocres um acordo ortográfico absolutamente desastroso. E a sabedoria popular 
portuguesa, a mui rica sabedoria popular portuguesa, há muito que respondia e 
apontava a estratégia para responder às agressões quer físicas quer psicológicas, quem 
é que nunca ouviu a expressão: 
Luís Sérgio R. Mendes Página 1
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
“Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti.” 
Na verdade, bastava-nos recorrer à sabedoria do povo português, chegava-nos 
perceber e ser capaz de transmitir às gerações mais novas, toda a riqueza e todos os 
valores de justiça e de respeito pelo outro e de humanismo que encerra a expressão 
citada. Mas ,por onde andam os valores, será que estão na escola ? E fora dela ? 
Voltaremos ao assunto, por agora, interessa antes de mais definir o que entendo por 
“Maus tratos”, vá lá por hoje até aceito que lhe chamem Bullying senão corremos o 
risco de não nos entendermos e não é isso que se pretende, hoje, aqui e agora. Numa 
definição que não é a minha , mas da literatura especializada sobre o tema, considera-se 
que existe : 
“ Bullying quando uma pessoa mais forte e mais poderosa magoa ou assusta uma 
pessoa mais pequena ou mais fraca, deliberadamente (de propósito)e de forma 
repetida (muitas vezes).” 
Como se pode ver pela definição, esta forma de violência não é património dos 
ingleses dos americanos ou dos alemães, se bem que sejam estes últimos quem nos 
trata pior, isso “são contas de outro rosário”, ou se calhar nem tanto. Na verdade, o 
problema é muito antigo, até há quem diga que, “ Tudo começou com o ciumento 
/invejoso Caim quando assassinou o seu irmão Abel …ou desde que o primeiro homem 
das cavernas resolveu impor as suas decisões à mocada dando com a clava na cabeça 
dos outros.” (Reparem que ainda não falei das escolas, mas já me referi às cavernas, 
aos homens das cavernas, portanto não ando longe, estamos perto, sem dúvida. Na 
verdade, e cada vez mais as nossas crianças passam demasiado tempo nas escolas, a 
carga horária a que estão sujeitas é uma violência, quase podemos afirmar que as 
escolas estão organizadas para a violência, para os maus tratos, o resto vem por 
“arrastão.” 
Vamos então às escolas : 
Imitando o que se passa à sua volta e sendo os muros da escola incapazes de suster os 
males da sociedade, a escola é o lugar excelso e predilecto onde acontecem muitos 
dos maus tratos e da violência sobre o outro, outros. Nem sempre acontece de uma 
forma clara, a maior parte das vezes é muito subtil, escondido da vista do adulto, nem 
sempre os sinais são evidentes e mesmo quando os sinais são claros e perceptíveis há 
dificuldade em actuar. 
Nas nossas escolas, sobretudo nos recreios e espaços escolares impera cada vez mais a 
lei do mais forte, do rufia, do “gangster” que tudo e todos domina. Aparentemente, 
estamos longe das cavernas… mas, a verdade é que nas nossas escolas a confusão, a 
resolução de conflitos com violência e pela violência acentuam-se. Nos pátios de 
Luís Sérgio R. Mendes Página 2
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
algumas escolas e nalgumas salas de aulas a forma mais comum de comunicação, de 
saudação são a batida e a agressão física ou psicológica. Na escola ainda não saímos da 
caverna. A luz está longe e as sombras do medo e da confusão ainda imperam. 
Não pensem que estou a exagerar, a caricatura é aliás pequena para males tão 
grandes, pois se acham que exagero, vejam, pensem no que se transformaram as 
nossas escolas nos últimos tempos. Aliás quero pedir-vos desculpa pelo erro, para 
além das escolas que encerram, no discurso e terminologia oficial já não há escolas, 
agora temos “unidades organizacionais”. As escolas é certo morreram. 
A organização é tudo, mas, sobretudo, a desorganização para os maus tratos, para a 
violência, para o “Bullying.” 
“ A água toma sempre a forma do vaso.” 
Provérbio japonês 
N a verdade, segundo a abundante literatura da especialidade, os factores 
organizacionais da escola e a cultura da escola, das escolas, poderão propiciar o 
desenvolvimento de comportamentos de Bullying , De entre os factores ambientais 
que facilitam/influenciam o desenvolvimento deste tipo de violência destacam-se: 
“ A dimensão das escolas – As escolas maiores referem a existência de uma 
maior percentagem de violência. 
As escolas que têm regras claras de conduta referem menos violência 
Número de alunos por turma – Há uma relação directa entre um menor 
número de alunos por turma e uma menor violência 
Práticas disciplinares justas e céleres – As escolas em que os alunos classificam 
as práticas disciplinares de justas referem menos violência. 
Participação nos processos de tomada de decisão – As escolas em que os 
responsáveis administrativos e pedagógicos, especialmente, os responsáveis por 
manter a disciplina oferecem aos professores, funcionários e alunos oportunidades de 
participação nos processos de decisão apresentam menos violência. 
A coesão entre o corpo docente – A coesão entre o corpo de professores e os 
responsáveis pela manutenção da disciplina na escola está relacionada com uma 
menor violência. 
Controlo discente – As escolas onde os alunos mencionam que sentem que 
controlam as suas vidas referem a existência de menos violência. 
Respeito pelos dirigentes escolares – As escolas em que os responsáveis por 
manter a disciplina não são respeitados pelos alunos referem mais violência. 
Luís Sérgio R. Mendes Página 3
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
Educação para os valores - As escolas em que se trabalham os valores 
apresentam menos violência. 
Educação para a não – violência - As escolas em que se praticam formas 
alternativas e assertivas de gerir conflitos referem menos violência.” 
Acreditando nos especialistas e nos estudos, em Portugal, está a 
fazer-se tudo ao contrário. 
Escolas de dimensão Hipermercado, os mega agrupamentos que, nalguns 
casos, atingem mais de 3500 alunos, diminuindo drasticamente o número de 
professores e funcionários gerando mais confusão, menos supervisão, mais violência e 
de certeza mais Bullying e menos tempo e pessoas para o combater. Acentua-se a 
desumanização de que falava o nosso Nobel. 
Aumento exponencial do número de alunos por turma – Turmas com trinta e 
mais alunos, dificultando o controlo da turma por parte dos professor, mais 
indiferenciação. 
Raras são as escolas em que existe um plano claro e objetivo de combate à 
violência escolar, com regras claras de conduta, capazes de prevenir o Bullying. Muitas 
vezes navega-se à vista reagindo e não agindo. 
O princípio de uma justiça justa e rápida é posto em causa por procedimentos 
desajustados e burocráticos que transformaram as escolas em tribunais e os 
professores em delegados do ministério público. A teia burocrática e legalista (No pior 
sentido do termo) fomenta a inércia e a impunidade vai fazendo lei. Muitos alunos 
saem da escola sem conhecer os princípios da causa/ efeito. 
O modelo de Gestão Escolar que, lembremos vem dos tempos de Sócrates e 
Maria de Lurdes Rodrigues (convém que não tenhamos memória curta) afastou a 
maior parte dos profissionais de educação da tomada de decisões. Nas escolas há hoje 
uma espécie de RDM em que se limita a dar ordens, tendo como consequências, entre 
outras, menor participação, menos envolvimento, menos discussão, menor respeito 
pelo outro, outros. Tudo anda à volta do medo e da consequência. Perdeu-se a 
autenticidade, sobressai e predomina o desejo de agradar e de obedecer a quem 
decide da vida de muitos. 
Os professores, por força de um modelo de gestão que os afastou da tomada de 
decisões e da participação democrática na vida das escolas, muitas vezes, não 
reconhecem autoridade a quem trata e decide das questões da violência em contexto 
escolar. A não escolha, a não participação afectam a credibilidade e a capacidade de 
acção. 
Luís Sérgio R. Mendes Página 4
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
Acentua-se diariamente a instabilidade pessoal e profissional nos professores, a 
negatividade é o alimento quotidiano dos docentes e todos percebemos e sabemos 
que quem não está bem, não consegue, não pode, prestar a melhor atenção aos 
problemas dos outros, “bastam-lhes os seus”, como o diz o povo. 
Uma escola que hipervaloriza os exames e os “rankings” transformando o 
professor em treinador de exames desvaloriza-o na sua função humana e educativa e 
por coacções várias vai-lhe retirando a capacidade e o tempo que possa dedicar aos 
outros, neste caso, a si próprio, à sua família, aos seus amigos e às pessoas dos seus 
alunos. 
A impunidade é tal que, muitas vezes, os alunos já não acreditam nos dirigentes 
escolares quando estes dizem que os vão sancionar ou punir, os mais velhos, ou os 
mais inteligentes sabem que voltarão sempre ao local do crime como se nada tivesse 
acontecido, sobrando para a escola e para os professores todo um trabalho de 
“compensação” que os levará” pensar duas vezes”, antes de se decidirem por nova 
punição. 
Educação para os valores e para a não- violência são coisas formalmente 
indesejáveis. Do topo à base, nas escolas portuguesas, inclusive nas faculdades, o que 
se fomenta, o que se programa nem que seja de forma oculta é a obediência cega, o 
respeito pelos chefes, pelos mais fortes, maus e sem carácter, se não é assim, porque 
perduram as praxes e as sevícias académicas. O que se faz na maior parte delas e de 
conhecimento público, não é Bullying extremo?! 
Infelizmente, os professores também são vítimas de maus tratos, não só os que vêm 
directamente do ministérios, como ainda os provocados por alunos e pais 
“marginais”, agressivos e intimidatórios; dos colegas que gozam ,assediam e intimidam 
reiteradamente os seus pares e , sobretudo, o abuso de poder hierárquico. 
Pois, se como diz o provérbio, “ A água toma sempre a forma do vaso”, 
cuidado, muito cuidado, com a água que cai nos vasos das nossas escolas. A trovoada 
aproxima-se e, agora, que fazer? 
Partir o vaso? Mudar de vaso? Lançar uns pozinhos à água para evitar a contaminação? 
Que fazer, então ?! 
Há muito para fazer a e a tarefa não é nada fácil. 
Em primeiro lugar, temos de partir o vaso, mudar de vaso, necessitamos como disse 
recentemente numa conferência o professor José Pacheco – Fundador da Escola da 
Ponte – : “ Rever o paradigma de escola, as escolas são pessoas e as pessoas são 
valores”. A escola que temos é a escola da desumanização, a escola da anarquia 
Luís Sérgio R. Mendes Página 5
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
selectiva, a escola da não pessoa e do não professor, a escola do vazio cultural e 
hedonista que nem ensina nem educa. 
Professores, funcionários das escolas, pais e alunos têm de se unir e lutar por 
uma Escola Nova, uma Escola Pública Democrática assente numa concepção de 
humanidade e justiça , em que liberdade implica para todos e cada um igualdade e 
reciprocidade. Urge construir uma escola com seres capazes de agir e pensar 
respeitando os outros e tudo e o todo que é de todos. Precisamos de abolir das nossas 
escolas o hedonismo do eu que se sobrepõe a todos e tudo. 
É um vasto e difícil programa, repito, mas, enquanto tal não é possível, e sem 
perdermos de vista o que referi ainda agora, tendo em mãos um problema grave, no 
imediato há que enfrentá-lo, por isso, deixo-vos com algumas ideias que me parecem 
importantes: 
- Alertar , sensibilizar todos, evitar o silenciamento e negação do que nesta 
matéria se vai passando nas escola ( e o que estamos a fazer hoje é muito importante 
pela diversidade de pontos de vista e interesses envolvidos ). 
- Envolver professores, pais, funcionários, direcções das escolas, alunos e 
comunidades é fundamental para exterminar o problema. 
- Ensinar /educar para os valores 
- Ensinar, educar e formar para a diferença. 
- Ensinar/formar para a não violência e para a mediação de conflitos todos os 
que participam na vida da escola. 
-Ensinar e formar para os uso correcto e responsável da internet e das redes 
sociais. 
- Fazer formação e aconselhamentos contínuos . Todos devem saber como 
identificar os sinais de aviso e compreender os princípios que os sustentam. 
- Acesso fácil aos técnicos e especialistas. 
- Estar atento, muito atento e denunciar toda e qualquer tentativa de maus 
tratos pedindo ajuda ou actuando se tal estiver ao nosso alcance. 
Bem sei, que ao nosso ministério da deseducação deveríamos responder: “Olho por 
olho, dente por dente.” Mas, como hoje não vos quero falar do agressor, prefiro 
terminar com optimismo. Com toda a razão, alguns afirmam que um homem é sempre 
o homem e as suas circunstâncias, então é preciso alterar humanamente as 
circunstâncias, para ser verdade : Não fazer ao outro aquilo que não queremos que 
nos façam a nós ! 
Luís Sérgio R. Mendes Página 6
Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização 
CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. 
Bibliografia de referência (lida ou consultada): 
ALEXANDER, Jenny (2007). A Agressividade na Escola. BULLYING Um guia essencial para pais. Lisboa. 
Editorial presença. 
BARROSO,J. (1995). Para o desenvolvimento de uma cultura de participação na escola . Lisboa. IIE 
BRUNSSON,N. A. (2006). Organização da Hipocrisia – Os grupos em acção: dialogar, decidir e agir. 
Porto. ASA. 
BEANE, Alan L. (2006). A Sala de aula sem Bullying. Porto. Porto Editora 
CAMPOS, Bártolo P. (1997). Educação e Desenvolvimento Pessoal e Social (2ª ed.). Edições 
Afrontamento. 
ESTANQUEIRO, A (2005). Saber Lidar com as Pessoas (11ªed). Lisboa. Editorial Presença. 
FERNANDES, L. & SEIXAS,S. (2012). Plano Bullying. Como apagar o bullying das escolas. Lisboa. Plátano. 
FONSECA, M.F. (2000). Educar para a cidadania. Porto. Porto Editora. 
GOLEMAN, D. (1995). Inteligência Emocional. Lisboa. Temas e Debates. 
JESUS, S.N (1997). Influência do professor sobre os alunos. Porto. Porto Editora. 
LOBROT,M. (1992). Para Que Serve a Escola? Lisboa. Terramar. 
PAIXÃO, M.L.L. (2000). Educar para a cidadania. Lisboa. Lisboa Editora. 
SÉMELIN, Jacques (2002). A não-violência explicada às minhas filhas. Lisboa. Livros do Brasil . 
VEIGA, Feliciano H. (2001). Indisciplina e Violência Na Escola (2ªed.). Coimbra. Almedina. 
VALENTE, Odete M. (1992). A Escola e a Educação Para os Valores (2ªed). Lisboa. Projecto Educação 
Global. Dep. Educação da Fac. Ciências da U. Lisboa. 
Luís Sérgio R. Mendes Página 7

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Maus tratos uma questão de organização

  • 1. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. Maus tratos/ Violência ( Bullying)na Escola – Uma questão de organização. A violência do que não vejo. O que quero ver e alguns escondem. “ Se o homem não for capaz de organizar a economia mundial de forma a satisfazer as necessidades de uma humanidade que está a morrer de fome e de tudo, que humanidade é esta? Nós, que enchemos a boca com a palavra humanidade, acho que ainda não chegamos a isso, não somos seres humanos. (…) Vivemos ao lado de tudo o que é negativo como se não tivesse qualquer importância, a banalização do horror, a banalização da violência, da morte, sobretudo se for a morte dos outros, claro. Tanto nos faz que esteja a morrer gente em Sarajevo, e também não devemos falar desta cidade, porque o mundo é um imenso Sarajevo. E enquanto a consciência das pessoas não despertar isto continuará igual. Porque muito do que se faz, faz-se para nos manter a todos na abulia, na carência de vontade, para diminuir a nossa capacidade de intervenção cívica.” José Saramago. A semente e os frutos. Canarias 7, las Palmas, 20 de Fevereiro de 1994 (Entrevista de Esperanza Pamplona) Deixando para os técnico e ilustres conferencistas aspectos mais técnicos e abordagens mais específicas da problemática, a minha intervenção centrar-se-á, sobretudo, nos aspectos organizativos da escola e sobre aquilo que se faz ou não nas escolas para combater o problema. Desde já, quero dizer-vos que não gosto da palavra “Bullying”, vejam bem, nem da palavra gosto, irrita-me solenemente, a submissão, a ignorância como muitos estrangeirismos entram na língua portuguesa. Nós já tínhamos os maus tratos, a violência, sobre o outro, outros, muito antes de os Ingleses ou alemães, nos virem dar lições de bullying. Se ainda não se deram conta ficam já a saber que até na língua há maus tratos e de que tamanho senhores ,são” tratos de polé”. Ainda há bem pouco tempo uma economia mais forte , impôs à fraca economia de um país de políticos medíocres um acordo ortográfico absolutamente desastroso. E a sabedoria popular portuguesa, a mui rica sabedoria popular portuguesa, há muito que respondia e apontava a estratégia para responder às agressões quer físicas quer psicológicas, quem é que nunca ouviu a expressão: Luís Sérgio R. Mendes Página 1
  • 2. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. “Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam a ti.” Na verdade, bastava-nos recorrer à sabedoria do povo português, chegava-nos perceber e ser capaz de transmitir às gerações mais novas, toda a riqueza e todos os valores de justiça e de respeito pelo outro e de humanismo que encerra a expressão citada. Mas ,por onde andam os valores, será que estão na escola ? E fora dela ? Voltaremos ao assunto, por agora, interessa antes de mais definir o que entendo por “Maus tratos”, vá lá por hoje até aceito que lhe chamem Bullying senão corremos o risco de não nos entendermos e não é isso que se pretende, hoje, aqui e agora. Numa definição que não é a minha , mas da literatura especializada sobre o tema, considera-se que existe : “ Bullying quando uma pessoa mais forte e mais poderosa magoa ou assusta uma pessoa mais pequena ou mais fraca, deliberadamente (de propósito)e de forma repetida (muitas vezes).” Como se pode ver pela definição, esta forma de violência não é património dos ingleses dos americanos ou dos alemães, se bem que sejam estes últimos quem nos trata pior, isso “são contas de outro rosário”, ou se calhar nem tanto. Na verdade, o problema é muito antigo, até há quem diga que, “ Tudo começou com o ciumento /invejoso Caim quando assassinou o seu irmão Abel …ou desde que o primeiro homem das cavernas resolveu impor as suas decisões à mocada dando com a clava na cabeça dos outros.” (Reparem que ainda não falei das escolas, mas já me referi às cavernas, aos homens das cavernas, portanto não ando longe, estamos perto, sem dúvida. Na verdade, e cada vez mais as nossas crianças passam demasiado tempo nas escolas, a carga horária a que estão sujeitas é uma violência, quase podemos afirmar que as escolas estão organizadas para a violência, para os maus tratos, o resto vem por “arrastão.” Vamos então às escolas : Imitando o que se passa à sua volta e sendo os muros da escola incapazes de suster os males da sociedade, a escola é o lugar excelso e predilecto onde acontecem muitos dos maus tratos e da violência sobre o outro, outros. Nem sempre acontece de uma forma clara, a maior parte das vezes é muito subtil, escondido da vista do adulto, nem sempre os sinais são evidentes e mesmo quando os sinais são claros e perceptíveis há dificuldade em actuar. Nas nossas escolas, sobretudo nos recreios e espaços escolares impera cada vez mais a lei do mais forte, do rufia, do “gangster” que tudo e todos domina. Aparentemente, estamos longe das cavernas… mas, a verdade é que nas nossas escolas a confusão, a resolução de conflitos com violência e pela violência acentuam-se. Nos pátios de Luís Sérgio R. Mendes Página 2
  • 3. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. algumas escolas e nalgumas salas de aulas a forma mais comum de comunicação, de saudação são a batida e a agressão física ou psicológica. Na escola ainda não saímos da caverna. A luz está longe e as sombras do medo e da confusão ainda imperam. Não pensem que estou a exagerar, a caricatura é aliás pequena para males tão grandes, pois se acham que exagero, vejam, pensem no que se transformaram as nossas escolas nos últimos tempos. Aliás quero pedir-vos desculpa pelo erro, para além das escolas que encerram, no discurso e terminologia oficial já não há escolas, agora temos “unidades organizacionais”. As escolas é certo morreram. A organização é tudo, mas, sobretudo, a desorganização para os maus tratos, para a violência, para o “Bullying.” “ A água toma sempre a forma do vaso.” Provérbio japonês N a verdade, segundo a abundante literatura da especialidade, os factores organizacionais da escola e a cultura da escola, das escolas, poderão propiciar o desenvolvimento de comportamentos de Bullying , De entre os factores ambientais que facilitam/influenciam o desenvolvimento deste tipo de violência destacam-se: “ A dimensão das escolas – As escolas maiores referem a existência de uma maior percentagem de violência. As escolas que têm regras claras de conduta referem menos violência Número de alunos por turma – Há uma relação directa entre um menor número de alunos por turma e uma menor violência Práticas disciplinares justas e céleres – As escolas em que os alunos classificam as práticas disciplinares de justas referem menos violência. Participação nos processos de tomada de decisão – As escolas em que os responsáveis administrativos e pedagógicos, especialmente, os responsáveis por manter a disciplina oferecem aos professores, funcionários e alunos oportunidades de participação nos processos de decisão apresentam menos violência. A coesão entre o corpo docente – A coesão entre o corpo de professores e os responsáveis pela manutenção da disciplina na escola está relacionada com uma menor violência. Controlo discente – As escolas onde os alunos mencionam que sentem que controlam as suas vidas referem a existência de menos violência. Respeito pelos dirigentes escolares – As escolas em que os responsáveis por manter a disciplina não são respeitados pelos alunos referem mais violência. Luís Sérgio R. Mendes Página 3
  • 4. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. Educação para os valores - As escolas em que se trabalham os valores apresentam menos violência. Educação para a não – violência - As escolas em que se praticam formas alternativas e assertivas de gerir conflitos referem menos violência.” Acreditando nos especialistas e nos estudos, em Portugal, está a fazer-se tudo ao contrário. Escolas de dimensão Hipermercado, os mega agrupamentos que, nalguns casos, atingem mais de 3500 alunos, diminuindo drasticamente o número de professores e funcionários gerando mais confusão, menos supervisão, mais violência e de certeza mais Bullying e menos tempo e pessoas para o combater. Acentua-se a desumanização de que falava o nosso Nobel. Aumento exponencial do número de alunos por turma – Turmas com trinta e mais alunos, dificultando o controlo da turma por parte dos professor, mais indiferenciação. Raras são as escolas em que existe um plano claro e objetivo de combate à violência escolar, com regras claras de conduta, capazes de prevenir o Bullying. Muitas vezes navega-se à vista reagindo e não agindo. O princípio de uma justiça justa e rápida é posto em causa por procedimentos desajustados e burocráticos que transformaram as escolas em tribunais e os professores em delegados do ministério público. A teia burocrática e legalista (No pior sentido do termo) fomenta a inércia e a impunidade vai fazendo lei. Muitos alunos saem da escola sem conhecer os princípios da causa/ efeito. O modelo de Gestão Escolar que, lembremos vem dos tempos de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues (convém que não tenhamos memória curta) afastou a maior parte dos profissionais de educação da tomada de decisões. Nas escolas há hoje uma espécie de RDM em que se limita a dar ordens, tendo como consequências, entre outras, menor participação, menos envolvimento, menos discussão, menor respeito pelo outro, outros. Tudo anda à volta do medo e da consequência. Perdeu-se a autenticidade, sobressai e predomina o desejo de agradar e de obedecer a quem decide da vida de muitos. Os professores, por força de um modelo de gestão que os afastou da tomada de decisões e da participação democrática na vida das escolas, muitas vezes, não reconhecem autoridade a quem trata e decide das questões da violência em contexto escolar. A não escolha, a não participação afectam a credibilidade e a capacidade de acção. Luís Sérgio R. Mendes Página 4
  • 5. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. Acentua-se diariamente a instabilidade pessoal e profissional nos professores, a negatividade é o alimento quotidiano dos docentes e todos percebemos e sabemos que quem não está bem, não consegue, não pode, prestar a melhor atenção aos problemas dos outros, “bastam-lhes os seus”, como o diz o povo. Uma escola que hipervaloriza os exames e os “rankings” transformando o professor em treinador de exames desvaloriza-o na sua função humana e educativa e por coacções várias vai-lhe retirando a capacidade e o tempo que possa dedicar aos outros, neste caso, a si próprio, à sua família, aos seus amigos e às pessoas dos seus alunos. A impunidade é tal que, muitas vezes, os alunos já não acreditam nos dirigentes escolares quando estes dizem que os vão sancionar ou punir, os mais velhos, ou os mais inteligentes sabem que voltarão sempre ao local do crime como se nada tivesse acontecido, sobrando para a escola e para os professores todo um trabalho de “compensação” que os levará” pensar duas vezes”, antes de se decidirem por nova punição. Educação para os valores e para a não- violência são coisas formalmente indesejáveis. Do topo à base, nas escolas portuguesas, inclusive nas faculdades, o que se fomenta, o que se programa nem que seja de forma oculta é a obediência cega, o respeito pelos chefes, pelos mais fortes, maus e sem carácter, se não é assim, porque perduram as praxes e as sevícias académicas. O que se faz na maior parte delas e de conhecimento público, não é Bullying extremo?! Infelizmente, os professores também são vítimas de maus tratos, não só os que vêm directamente do ministérios, como ainda os provocados por alunos e pais “marginais”, agressivos e intimidatórios; dos colegas que gozam ,assediam e intimidam reiteradamente os seus pares e , sobretudo, o abuso de poder hierárquico. Pois, se como diz o provérbio, “ A água toma sempre a forma do vaso”, cuidado, muito cuidado, com a água que cai nos vasos das nossas escolas. A trovoada aproxima-se e, agora, que fazer? Partir o vaso? Mudar de vaso? Lançar uns pozinhos à água para evitar a contaminação? Que fazer, então ?! Há muito para fazer a e a tarefa não é nada fácil. Em primeiro lugar, temos de partir o vaso, mudar de vaso, necessitamos como disse recentemente numa conferência o professor José Pacheco – Fundador da Escola da Ponte – : “ Rever o paradigma de escola, as escolas são pessoas e as pessoas são valores”. A escola que temos é a escola da desumanização, a escola da anarquia Luís Sérgio R. Mendes Página 5
  • 6. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. selectiva, a escola da não pessoa e do não professor, a escola do vazio cultural e hedonista que nem ensina nem educa. Professores, funcionários das escolas, pais e alunos têm de se unir e lutar por uma Escola Nova, uma Escola Pública Democrática assente numa concepção de humanidade e justiça , em que liberdade implica para todos e cada um igualdade e reciprocidade. Urge construir uma escola com seres capazes de agir e pensar respeitando os outros e tudo e o todo que é de todos. Precisamos de abolir das nossas escolas o hedonismo do eu que se sobrepõe a todos e tudo. É um vasto e difícil programa, repito, mas, enquanto tal não é possível, e sem perdermos de vista o que referi ainda agora, tendo em mãos um problema grave, no imediato há que enfrentá-lo, por isso, deixo-vos com algumas ideias que me parecem importantes: - Alertar , sensibilizar todos, evitar o silenciamento e negação do que nesta matéria se vai passando nas escola ( e o que estamos a fazer hoje é muito importante pela diversidade de pontos de vista e interesses envolvidos ). - Envolver professores, pais, funcionários, direcções das escolas, alunos e comunidades é fundamental para exterminar o problema. - Ensinar /educar para os valores - Ensinar, educar e formar para a diferença. - Ensinar/formar para a não violência e para a mediação de conflitos todos os que participam na vida da escola. -Ensinar e formar para os uso correcto e responsável da internet e das redes sociais. - Fazer formação e aconselhamentos contínuos . Todos devem saber como identificar os sinais de aviso e compreender os princípios que os sustentam. - Acesso fácil aos técnicos e especialistas. - Estar atento, muito atento e denunciar toda e qualquer tentativa de maus tratos pedindo ajuda ou actuando se tal estiver ao nosso alcance. Bem sei, que ao nosso ministério da deseducação deveríamos responder: “Olho por olho, dente por dente.” Mas, como hoje não vos quero falar do agressor, prefiro terminar com optimismo. Com toda a razão, alguns afirmam que um homem é sempre o homem e as suas circunstâncias, então é preciso alterar humanamente as circunstâncias, para ser verdade : Não fazer ao outro aquilo que não queremos que nos façam a nós ! Luís Sérgio R. Mendes Página 6
  • 7. Maus Tratos /Violência (BUllying) na Escola – Uma Questão de Organização CONGRESSO DO BULLYING – 4 de Outubro de 2014 – Massamá. Bibliografia de referência (lida ou consultada): ALEXANDER, Jenny (2007). A Agressividade na Escola. BULLYING Um guia essencial para pais. Lisboa. Editorial presença. BARROSO,J. (1995). Para o desenvolvimento de uma cultura de participação na escola . Lisboa. IIE BRUNSSON,N. A. (2006). Organização da Hipocrisia – Os grupos em acção: dialogar, decidir e agir. Porto. ASA. BEANE, Alan L. (2006). A Sala de aula sem Bullying. Porto. Porto Editora CAMPOS, Bártolo P. (1997). Educação e Desenvolvimento Pessoal e Social (2ª ed.). Edições Afrontamento. ESTANQUEIRO, A (2005). Saber Lidar com as Pessoas (11ªed). Lisboa. Editorial Presença. FERNANDES, L. & SEIXAS,S. (2012). Plano Bullying. Como apagar o bullying das escolas. Lisboa. Plátano. FONSECA, M.F. (2000). Educar para a cidadania. Porto. Porto Editora. GOLEMAN, D. (1995). Inteligência Emocional. Lisboa. Temas e Debates. JESUS, S.N (1997). Influência do professor sobre os alunos. Porto. Porto Editora. LOBROT,M. (1992). Para Que Serve a Escola? Lisboa. Terramar. PAIXÃO, M.L.L. (2000). Educar para a cidadania. Lisboa. Lisboa Editora. SÉMELIN, Jacques (2002). A não-violência explicada às minhas filhas. Lisboa. Livros do Brasil . VEIGA, Feliciano H. (2001). Indisciplina e Violência Na Escola (2ªed.). Coimbra. Almedina. VALENTE, Odete M. (1992). A Escola e a Educação Para os Valores (2ªed). Lisboa. Projecto Educação Global. Dep. Educação da Fac. Ciências da U. Lisboa. Luís Sérgio R. Mendes Página 7