SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Centro Espírita Luz e Amor

Palestra de 19/05/2008

Tema : Os órfãos

EESE086b - Cap. XIII - Item 18

------------------------------------------------------------------
A - Texto de Apoio:


Meus irmãos amem os órfãos. Se soubesse quanto é triste ser só e abandonado,
sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir-
lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada,
evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o
vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque
compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que
socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos,
já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever.
Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa
caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola
que queima a mão em que cai, pois freqüentemente bem amargos são os vossos
óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a enfermidade e a
miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao beneficio que
fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma
carícia, de um sorriso amistoso.
Evitai esse ar de proteção, que eqüivale a revolver a lâmina no coração que
sangra e considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos
vossos. - Um Espírito familiar. (Paris, 1860.)


B - Questões para estudo e diálogo virtual:
1 - Como devemos proceder para com os órfãos?
2 - Podem, muitas vezes, os órfãos estar ligados à nossa vida?

CONCEITO

Família conjunto de pessoas: pai, mãe e filhos.

Família consangüínea é uma reunião de almas em processo de evolução,
reajuste, aperfeiçoamento ou santificação.

Família espiritual é uma constelação de inteligências, cujos membros estão na
Terra e nos Céus.

Há, pois duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias
pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se
perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as
segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se
dissolvem moralmente, já na existência atual. (Equipe da FEB, 1995)




Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados,
não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos?

        Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem
somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse,
e o único bem agradável a Deus é o desinteressado. São ainda orgulhosas,
porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus
pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que
faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede.

        É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão
que os beneficiados não agradecerão. Sabeis que, se aquele a quem ajudais
esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados
pela sua gratidão. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para
provar a vossa perseverança em fazer o bem.

         Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não
produzirá mais tarde os seus frutos? Ficai certos, pelo contrário de que é uma
semente que germinará com o tempo. Infelizmente, não vedes nunca além do
presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes. A
benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar
esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se
lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua
ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência,
aceitando mesmo, freqüentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É
assim que, sem o suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e
reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde.
Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem
com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções.

         Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente,
vos ligam às existências anteriores! Se pudésseis abarcar a multiplicidade das
relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso,
admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite
reviver para chegardes a ele!

Nesta passagem do ESE está implícita a caridade e o amor.

A adopção é, em muitos casos, um compromisso assumido pelo Espírito, que
rapidamente se esquece quando envolvido pela matéria. Há dias aparecia numa
capa de revista uma actriz bem conhecida do nosso público, dizendo que nunca
adoptaria uma criança, pois não era mãe de aluguer (o titulo era mais ou menos
este).

Certo está que nem todos temos que adoptar alguém, pois as contingências da
vida assim o determinam. Mas achei aquela frase de uma desumanidade tão
grande que acho que nem devia de ser capa de revista. Também a verdade é que
eu não li o seu conteúdo, por isso posso estar a fazer mau julgamento, pois o
contexto em que ela disse aquilo poderia ser totalmente diferente do “jornalismo”
apresentado.

Mesmo que não se queira adoptar, pois é uma decisão que cabe a cada um, pelo
menos não se devem agredir os órfãos com frases como aquelas.

Já começa a ser tempo do ser humano evoluir, e pensar mais no próximo.

Mas não nos pudemos esquecer que vivemos ainda num mundo de expiações e
provas ;)

Eu vou contar pra vocês uma linda estória de alguém que regressou a patria
espiritual a poucos dias, mas que foi exemplo ao se falar de órfãos e de adoção
Regressou hoje à Pátria Espiritual, ou, para os não espíritas, faleceu hoje Irena
Sandler.

Durante a II Grande Guerra, Irena salvou cerca de 2500 crianças, no guetto
judaico de Varsóvia. A Polónia foi a primeira nação a ser invadida pelos nazis, e
os ocupantes temiam epidemias, pelo que aceitaram a existência de um Conselho
para Ajuda aos Judeus. Como as condições eram cada vez mais horrorosas,
Irena, Enfermeira de profissão, iniciou um processo de recolocação das crianças
em famílias de adopção. Clandestinamente, é claro, pois os Judeus tinham um
plano de extermínio sistemático, como é de todos sabido.




                              A separação era dolorosa, pois as famílias desejavam que os
filhos sobrevivessem ao Holocausto, já em marcha, mas, compreensivelmente, não se
queriam separar dos seus filhos. Muitas vezes, numa segunda visita às famílias para tentar
convencê-las a encaminhar as crianças, já todos tinham sido embarcados para os campos de
extermínio.
Os expedientes que usava para iludir os nazis eram extremamente engenhosos: fazia passar
os meninos por doentes de tifo, em ambulâncias, mas, para ir variando os processos,
também os escondia em caixotes de lixo, sacos de batatas ou caixas de ferramentas.
Persuadiu responsáveis dos Centros de Bem-Estar Social a falsificarem secretamente
documentos e assinaturas para dar uma identidade temporária às crianças.Os dados de 2500
crianças foram cuidadosamente anotados, postos em frascos de vidro, e enterrados sob uma
árvore do seu quintal. Mais tarde, esses documentos permitiram o reencontro de famílias.




Foi detida pela gestapo em 20 de Outubro de 1943, e levada a prisao de Pawiak onde foi
brutalmente torturada. Suportou a tortura e recusou-se a trair os seus colaboradores ou a
revelar o paradeiro de qualquer dos meninos ocultos. Partiram-lhe os pés e as pernas, entre
inúmeras torturas, mas ninguém conseguiu romper a sua vontade.
Condenada à morte, escapou-se devido à cumplicidade de um soldado pago pela
Resistência, que não queria que Irena morresse o segredo da localização dos meninos.
Continuou o seu trabalho sob identidade falsa.
Depois da Guerra reconduziu as criaças às suas famílias e retomou uma vida normal. Seria
hoje uma ilustre desconhecida, se não fosse um trabalho de final de curso de um grupo de
estudantes. O trabalho motivou um artigo de jornal, e dessa forma muitos dos seus
protegidos reconheceram-na.

Acabou por ficar confinada a uma cadeira de rodas, por causa das lesões causadas pelas
torturas da Gestapo. Nunca se considerou uma heroína. Nunca reivindicou crédito algum
pelas suas acções. “Poderia ter feito mais”, respondia sempre que se lhe perguntava sobre
o tema.

E acrescentava: “Este lamento vai acompanhar-me até ao dia da minha morte!”.

(Texto adaptado)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioO homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioGraça Maciel
 
Palestra beneficência
Palestra beneficênciaPalestra beneficência
Palestra beneficênciaDenise Tamaê
 
Falsos Cristos Falsos profetas
Falsos Cristos Falsos profetasFalsos Cristos Falsos profetas
Falsos Cristos Falsos profetasVanda Machado
 
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deus
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deusCapítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deus
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deusEduardo Ottonelli Pithan
 
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorTormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorDanilo Galvão
 
2.9.4 Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos
2.9.4   Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos2.9.4   Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos
2.9.4 Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticosMarta Gomes
 
Retribuir o mal com o bem
Retribuir o mal com o bemRetribuir o mal com o bem
Retribuir o mal com o bemLorena Dias
 
Casamento na visão espirita
Casamento na visão espiritaCasamento na visão espirita
Casamento na visão espiritaLisete B.
 
Bem-aventurados os aflitos
Bem-aventurados os aflitos Bem-aventurados os aflitos
Bem-aventurados os aflitos Clair Bianchini
 
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritual
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritualCapitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritual
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritualMarta Gomes
 
Senhor, Senhor
Senhor, SenhorSenhor, Senhor
Senhor, Senhorigmateus
 
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VII
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VIIBem aventurados os pobres de espirito - Cap VII
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VIINatyMadeira
 

Mais procurados (20)

O homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafioO homem de bem, grande desafio
O homem de bem, grande desafio
 
Esquecimento do passado
Esquecimento do passadoEsquecimento do passado
Esquecimento do passado
 
Palestra beneficência
Palestra beneficênciaPalestra beneficência
Palestra beneficência
 
ESQUECIMENTO DO PASSADO
ESQUECIMENTO DO PASSADOESQUECIMENTO DO PASSADO
ESQUECIMENTO DO PASSADO
 
Falsos Cristos Falsos profetas
Falsos Cristos Falsos profetasFalsos Cristos Falsos profetas
Falsos Cristos Falsos profetas
 
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deus
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deusCapítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deus
Capítulo 4 ese ninguém pode ver o reino de deus
 
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dorTormentos voluntários - Quando buscamos a dor
Tormentos voluntários - Quando buscamos a dor
 
2.9.4 Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos
2.9.4   Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos2.9.4   Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos
2.9.4 Anjos guardiaes, espiritos protetores, familiares ou simpaticos
 
Retribuir o mal com o bem
Retribuir o mal com o bemRetribuir o mal com o bem
Retribuir o mal com o bem
 
VISÃO ESPÍRITA DA MORTE
VISÃO ESPÍRITA DA MORTEVISÃO ESPÍRITA DA MORTE
VISÃO ESPÍRITA DA MORTE
 
A dor na nossa evolução
A dor na nossa evoluçãoA dor na nossa evolução
A dor na nossa evolução
 
Casamento na visão espirita
Casamento na visão espiritaCasamento na visão espirita
Casamento na visão espirita
 
Os Inimigos Desencarnados(Ese)
Os Inimigos Desencarnados(Ese)Os Inimigos Desencarnados(Ese)
Os Inimigos Desencarnados(Ese)
 
Palestra Espírita - Suicidio e loucura
Palestra Espírita - Suicidio e loucuraPalestra Espírita - Suicidio e loucura
Palestra Espírita - Suicidio e loucura
 
Bem-aventurados os aflitos
Bem-aventurados os aflitos Bem-aventurados os aflitos
Bem-aventurados os aflitos
 
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritual
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritualCapitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritual
Capitulo III Retorno da vida corporea a vida espiritual
 
Senhor, Senhor
Senhor, SenhorSenhor, Senhor
Senhor, Senhor
 
Dai gratuitamente...
Dai gratuitamente...Dai gratuitamente...
Dai gratuitamente...
 
Bem aventurados os puros de coração
Bem aventurados os puros de coraçãoBem aventurados os puros de coração
Bem aventurados os puros de coração
 
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VII
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VIIBem aventurados os pobres de espirito - Cap VII
Bem aventurados os pobres de espirito - Cap VII
 

Destaque

Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?
Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?
Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?Marcelo Suster
 
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"Leonardo Pereira
 
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Leonardo Pereira
 
Compaixão
CompaixãoCompaixão
Compaixão-
 

Destaque (8)

A piedade
A piedadeA piedade
A piedade
 
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITATOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
TOLERÂNCIA NA VISÃO ESPÍRITA
 
Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?
Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?
Adoção: um ato supremo de caridade ou necessidade?
 
Indulgencia
IndulgenciaIndulgencia
Indulgencia
 
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"
Estudos do evangelho "Dai a Cesar o que é de Cesar"
 
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira). Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
Dai a Cezar o que é de Cezar ( Leonardo Pereira).
 
Compaixão
CompaixãoCompaixão
Compaixão
 
Perdão na visão espírita
Perdão na visão espíritaPerdão na visão espírita
Perdão na visão espírita
 

Semelhante a Órfãos e a Caridade Cristã

Etio bolt2012 2 mar abr total pdf
Etio bolt2012 2 mar abr total pdfEtio bolt2012 2 mar abr total pdf
Etio bolt2012 2 mar abr total pdfetiotio
 
Família - Uma Visão Espiritual
Família - Uma Visão EspiritualFamília - Uma Visão Espiritual
Família - Uma Visão EspiritualRicardo Azevedo
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - com
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - comSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - com
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - comRicardo Azevedo
 
Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014fespiritacrista
 
Minhas Três Vidas
Minhas Três VidasMinhas Três Vidas
Minhas Três VidasNevas_Amaral
 
Resenha espirita on line 115
Resenha espirita on line 115Resenha espirita on line 115
Resenha espirita on line 115MRS
 
Evangelho animais 32
Evangelho animais 32Evangelho animais 32
Evangelho animais 32Fatoze
 
Beume out 16 pdf
Beume out 16 pdfBeume out 16 pdf
Beume out 16 pdfUme Maria
 
Beume out 16 pdf
Beume out 16 pdfBeume out 16 pdf
Beume out 16 pdfUme Maria
 
Uma viagem espiritual nicholas sparks e billy mills
Uma viagem espiritual   nicholas sparks e billy millsUma viagem espiritual   nicholas sparks e billy mills
Uma viagem espiritual nicholas sparks e billy millsBruna Cardozo
 
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...Núcleo de Promoção Humana Vinha de Luz
 
O mensageiro fev-14-publicação
O  mensageiro fev-14-publicaçãoO  mensageiro fev-14-publicação
O mensageiro fev-14-publicaçãoUme Maria
 

Semelhante a Órfãos e a Caridade Cristã (20)

Etio bolt2012 2 mar abr total pdf
Etio bolt2012 2 mar abr total pdfEtio bolt2012 2 mar abr total pdf
Etio bolt2012 2 mar abr total pdf
 
Edição n. 32 do CH NotÍcias - Fevereiro/2018
Edição n. 32 do CH NotÍcias - Fevereiro/2018Edição n. 32 do CH NotÍcias - Fevereiro/2018
Edição n. 32 do CH NotÍcias - Fevereiro/2018
 
Família - Uma Visão Espiritual
Família - Uma Visão EspiritualFamília - Uma Visão Espiritual
Família - Uma Visão Espiritual
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - com
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - comSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - com
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 31 - com
 
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
Edição n. 59 do CH Noticias - Maio/2020
 
Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014Boletim informativo mai2014
Boletim informativo mai2014
 
Edição n. 14 do CH Noticias - Agosto/2016
Edição n. 14 do CH Noticias - Agosto/2016Edição n. 14 do CH Noticias - Agosto/2016
Edição n. 14 do CH Noticias - Agosto/2016
 
Jornal Cáritas março 2013
Jornal Cáritas março 2013Jornal Cáritas março 2013
Jornal Cáritas março 2013
 
J espiritismo nov-dez-2011
J espiritismo nov-dez-2011J espiritismo nov-dez-2011
J espiritismo nov-dez-2011
 
Amor filial
Amor filialAmor filial
Amor filial
 
Minhas Três Vidas
Minhas Três VidasMinhas Três Vidas
Minhas Três Vidas
 
A Gravidez na Adolescente
A Gravidez na AdolescenteA Gravidez na Adolescente
A Gravidez na Adolescente
 
Resenha espirita on line 115
Resenha espirita on line 115Resenha espirita on line 115
Resenha espirita on line 115
 
Evangelho animais 32
Evangelho animais 32Evangelho animais 32
Evangelho animais 32
 
Lar br
Lar brLar br
Lar br
 
Beume out 16 pdf
Beume out 16 pdfBeume out 16 pdf
Beume out 16 pdf
 
Beume out 16 pdf
Beume out 16 pdfBeume out 16 pdf
Beume out 16 pdf
 
Uma viagem espiritual nicholas sparks e billy mills
Uma viagem espiritual   nicholas sparks e billy millsUma viagem espiritual   nicholas sparks e billy mills
Uma viagem espiritual nicholas sparks e billy mills
 
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...
ESDE - Roteiro complementar. Módulo I, roteiro 5: sorte das crianças depois d...
 
O mensageiro fev-14-publicação
O  mensageiro fev-14-publicaçãoO  mensageiro fev-14-publicação
O mensageiro fev-14-publicação
 

Órfãos e a Caridade Cristã

  • 1. Centro Espírita Luz e Amor Palestra de 19/05/2008 Tema : Os órfãos EESE086b - Cap. XIII - Item 18 ------------------------------------------------------------------ A - Texto de Apoio: Meus irmãos amem os órfãos. Se soubesse quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância! Deus permite que haja órfãos, para exortar-nos a servir- lhes de pais. Que divina caridade amparar uma pobre criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim de que não desgarre para o vício! Agrada a Deus quem estende a mão a uma criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever. Assim, pois, meus amigos, todo sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade: não, porém, a essa caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que cai, pois freqüentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem esperando! Dai delicadamente, juntai ao beneficio que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção, que eqüivale a revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que, fazendo o bem, trabalhais por vós mesmos e pelos vossos. - Um Espírito familiar. (Paris, 1860.) B - Questões para estudo e diálogo virtual: 1 - Como devemos proceder para com os órfãos?
  • 2. 2 - Podem, muitas vezes, os órfãos estar ligados à nossa vida? CONCEITO Família conjunto de pessoas: pai, mãe e filhos. Família consangüínea é uma reunião de almas em processo de evolução, reajuste, aperfeiçoamento ou santificação. Família espiritual é uma constelação de inteligências, cujos membros estão na Terra e nos Céus. Há, pois duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual. (Equipe da FEB, 1995) Que pensar das pessoas que, sofrendo ingratidão por benefícios prestados, não querem mais fazer o bem, com medo de encontrar ingratos? Essas pessoas têm mais egoísmo do que caridade, porque fazer o bem somente para receber provas de reconhecimento, é deixar de lado o desinteresse, e o único bem agradável a Deus é o desinteressado. São ainda orgulhosas, porque se comprazem na humildade do beneficiado, que deve rojar-se aos seus pés para agradecer-lhes. Aquele que busca na Terra a recompensa do bem que faz, não a receberá no céu, mas Deus a reservará para o que assim não procede. É necessário ajudar sempre aos fracos, mesmo sabendo-se de antemão que os beneficiados não agradecerão. Sabeis que, se aquele a quem ajudais esquecer o benefício, Deus o considerará mais do que se fosseis recompensados
  • 3. pela sua gratidão. Deus permite que às vezes sejais pagos com a ingratidão, para provar a vossa perseverança em fazer o bem. Como sabeis, aliás, se esse benefício, momentaneamente esquecido, não produzirá mais tarde os seus frutos? Ficai certos, pelo contrário de que é uma semente que germinará com o tempo. Infelizmente, não vedes nunca além do presente, trabalhais para vós, e não tendo em vista os semelhantes. A benemerência acaba por abrandar os corações mais endurecidos; pode ficar esquecida aqui na Terra, mas quando o Espírito se livrar do corpo, ele se lembrará, e essa lembrança será o seu próprio castigo. Então, ele lamentará a sua ingratidão, desejará reparar a sua falta, pagar a sua dívida noutra existência, aceitando mesmo, freqüentemente, uma vida de devotamento ao seu benfeitor. É assim que, sem o suspeitadores, tereis contribuído para o seu progresso moral, e reconhecereis então toda a verdade desta máxima: um benefício jamais se perde. Mas tereis também trabalho para vós, pois tereis o mérito de haver feito o bem com desinteresse, sem vos deixar bater pelas decepções. Ah!, meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que, na vida presente, vos ligam às existências anteriores! Se pudésseis abarcar a multiplicidade das relações que aproximam os seres uns dos outros, para o seu mútuo progresso, admiraríeis muito melhor a sabedoria e a bondade do Criador, que vos permite reviver para chegardes a ele! Nesta passagem do ESE está implícita a caridade e o amor. A adopção é, em muitos casos, um compromisso assumido pelo Espírito, que rapidamente se esquece quando envolvido pela matéria. Há dias aparecia numa capa de revista uma actriz bem conhecida do nosso público, dizendo que nunca adoptaria uma criança, pois não era mãe de aluguer (o titulo era mais ou menos este). Certo está que nem todos temos que adoptar alguém, pois as contingências da vida assim o determinam. Mas achei aquela frase de uma desumanidade tão
  • 4. grande que acho que nem devia de ser capa de revista. Também a verdade é que eu não li o seu conteúdo, por isso posso estar a fazer mau julgamento, pois o contexto em que ela disse aquilo poderia ser totalmente diferente do “jornalismo” apresentado. Mesmo que não se queira adoptar, pois é uma decisão que cabe a cada um, pelo menos não se devem agredir os órfãos com frases como aquelas. Já começa a ser tempo do ser humano evoluir, e pensar mais no próximo. Mas não nos pudemos esquecer que vivemos ainda num mundo de expiações e provas ;) Eu vou contar pra vocês uma linda estória de alguém que regressou a patria espiritual a poucos dias, mas que foi exemplo ao se falar de órfãos e de adoção Regressou hoje à Pátria Espiritual, ou, para os não espíritas, faleceu hoje Irena Sandler. Durante a II Grande Guerra, Irena salvou cerca de 2500 crianças, no guetto judaico de Varsóvia. A Polónia foi a primeira nação a ser invadida pelos nazis, e os ocupantes temiam epidemias, pelo que aceitaram a existência de um Conselho para Ajuda aos Judeus. Como as condições eram cada vez mais horrorosas, Irena, Enfermeira de profissão, iniciou um processo de recolocação das crianças em famílias de adopção. Clandestinamente, é claro, pois os Judeus tinham um plano de extermínio sistemático, como é de todos sabido. A separação era dolorosa, pois as famílias desejavam que os filhos sobrevivessem ao Holocausto, já em marcha, mas, compreensivelmente, não se queriam separar dos seus filhos. Muitas vezes, numa segunda visita às famílias para tentar convencê-las a encaminhar as crianças, já todos tinham sido embarcados para os campos de extermínio.
  • 5. Os expedientes que usava para iludir os nazis eram extremamente engenhosos: fazia passar os meninos por doentes de tifo, em ambulâncias, mas, para ir variando os processos, também os escondia em caixotes de lixo, sacos de batatas ou caixas de ferramentas. Persuadiu responsáveis dos Centros de Bem-Estar Social a falsificarem secretamente documentos e assinaturas para dar uma identidade temporária às crianças.Os dados de 2500 crianças foram cuidadosamente anotados, postos em frascos de vidro, e enterrados sob uma árvore do seu quintal. Mais tarde, esses documentos permitiram o reencontro de famílias. Foi detida pela gestapo em 20 de Outubro de 1943, e levada a prisao de Pawiak onde foi brutalmente torturada. Suportou a tortura e recusou-se a trair os seus colaboradores ou a revelar o paradeiro de qualquer dos meninos ocultos. Partiram-lhe os pés e as pernas, entre inúmeras torturas, mas ninguém conseguiu romper a sua vontade. Condenada à morte, escapou-se devido à cumplicidade de um soldado pago pela Resistência, que não queria que Irena morresse o segredo da localização dos meninos. Continuou o seu trabalho sob identidade falsa.
  • 6. Depois da Guerra reconduziu as criaças às suas famílias e retomou uma vida normal. Seria hoje uma ilustre desconhecida, se não fosse um trabalho de final de curso de um grupo de estudantes. O trabalho motivou um artigo de jornal, e dessa forma muitos dos seus protegidos reconheceram-na. Acabou por ficar confinada a uma cadeira de rodas, por causa das lesões causadas pelas torturas da Gestapo. Nunca se considerou uma heroína. Nunca reivindicou crédito algum pelas suas acções. “Poderia ter feito mais”, respondia sempre que se lhe perguntava sobre o tema. E acrescentava: “Este lamento vai acompanhar-me até ao dia da minha morte!”. (Texto adaptado)