2. DEFINIÇÃO
Forma como os elementos linguísticos
presentes na superfície textual se interligam
por meio de recursos também linguísticos, de
modo a formar um tecido “tessitura”.
5. Bicicletai!
Antônio Prata
Um dias desses, evidentemente, tudo há de dar certo, os
automóveis se extinguirão e a superfície da terra será
povoada apenas por bicicletas. Alguns carros, ônibus e
caminhões serão expostos nos museus, feito mamutes,
guilhotinas e outros monstros findos, para divertir a
criançada e alertar os adultos: que o horror jamais se
repita. Sobre selins acolchoados, seremos felizes para
sempre.
É inegável a simpatia das bicicletas. Máquina
desengonçada: se parada, destrambelha-se como um
albatroz em terra, mas ao impulso dos pedais, projeta-
se como uma flecha, esguia, impoluta e silenciosa.
Bicicletas, ninguém pode negar, são irmãs dos guarda-
chuvas, primas das girafas e parentes distantes dos
abacaxis (não me peça para explicar, foi uma ideia que
tive agora).
6. Durante todo o século XX, muitos artistas aproveitaram-
se de seus encantos. É pedalando que vemos quase todo
o tempo monsieur Hulot, personagem do filme Meu Tio,
utopia lírica de Jacques Tati. Marceu Duchamp, depois
haver exposto um mictório no museu, enfiou uma roda
de bicicleta num banco de madeira e deixou as velhas
noções sobre arte – literalmente – de pernas pro ar.
É impensável um facínora de bicicleta, inconcebível um
ditador pedalando. As “máquinas da paz”, como as
chamou Vinícius de Moraes, em sua Balada das meninas
de bicicleta, são muito mais afeitas aos suaves cuidados
das moças: “Bicicletai, meninada!/ Aos ventos do
Arpoador/ Solta a flâmula agitada/Das cabeleiras em
flor”.
As bicicletas são um indício de civilização.
Recomendadas por ecologistas, urbanistas,
cardiologistas e artistas, têm logo de entrar na agenda
política.
7. Bicicletai!
Antônio Prata
Um dias desses, evidentemente, tudo há de dar certo, os
automóveis se extinguirão e a superfície da terra será
povoada apenas por bicicletas. Alguns carros, ônibus e
caminhões serão expostos nos museus, feito mamutes,
guilhotinas e outros monstros findos, para divertir a
criançada e alertar os adultos: que o horror jamais se
repita. Sobre selins acolchoados, seremos felizes para
sempre.
É inegável a simpatia das bicicletas. Máquina
desengonçada: se parada, destrambelha-se como um
albatroz em terra, mas ao impulso dos pedais, projeta-
se como uma flecha, esguia, impoluta e silenciosa.
Bicicletas, ninguém pode negar, são irmãs dos guarda-
chuvas, primas das girafas e parentes distantes dos
abacaxis (não me peça para explicar, foi uma ideia que
tive agora).
Expressão nominal
8. Bicicletai!
Antônio Prata
Um dias desses, evidentemente, tudo há de dar certo, os
automóveis se extinguirão e a superfície da terra será
povoada apenas por bicicletas. Alguns carros, ônibus e
caminhões serão expostos nos museus, feito mamutes,
guilhotinas e outros monstros findos, para divertir a
criançada e alertar os adultos: que o horror jamais se
repita. Sobre selins acolchoados, seremos felizes para
sempre.
É inegável a simpatia das bicicletas. Máquina
desengonçada: se parada, destrambelha-se como um
albatroz em terra, mas ao impulso dos pedais, projeta-
se como uma flecha, esguia, impoluta e silenciosa.
Bicicletas, ninguém pode negar, são irmãs dos guarda-
chuvas, primas das girafas e parentes distantes dos
abacaxis (não me peça para explicar, foi uma ideia que
tive agora).
Elipse
9. Durante todo o século XX, muitos artistas aproveitaram-
se de seus encantos. É pedalando que vemos quase todo
o tempo monsieur Hulot, personagem do filme Meu Tio,
utopia lírica de Jacques Tati. Marceu Duchamp, depois
haver exposto um mictório no museu, enfiou uma roda
de bicicleta num banco de madeira e deixou as velhas
noções sobre arte – literalmente – de pernas pro ar.
É impensável um facínora de bicicleta, inconcebível um
ditador pedalando. As “máquinas da paz”, como as
chamou Vinícius de Moraes, em sua Balada das meninas
de bicicleta, são muito mais afeitas aos suaves cuidados
das moças: “Bicicletai, meninada!/ Aos ventos do
Arpoador/ Solta a flâmula agitada/Das cabeleiras em
flor”.
As bicicletas são um indício de civilização.
Recomendadas por ecologistas, urbanistas,
cardiologistas e artistas, têm logo de entrar na agenda
política.
Pronome
10. Durante todo o século XX, muitos artistas aproveitaram-
se de seus encantos. É pedalando que vemos quase todo
o tempo monsieur Hulot, personagem do filme Meu Tio,
utopia lírica de Jacques Tati. Marceu Duchamp, depois
haver exposto um mictório no museu, enfiou uma roda
de bicicleta num banco de madeira e deixou as velhas
noções sobre arte – literalmente – de pernas pro ar.
É impensável um facínora de bicicleta, inconcebível um
ditador pedalando. As “máquinas da paz”, como as
chamou Vinícius de Moraes, em sua Balada das meninas
de bicicleta, são muito mais afeitas aos suaves cuidados
das moças: “Bicicletai, meninada!/ Aos ventos do
Arpoador/ Solta a flâmula agitada/Das cabeleiras em
flor”.
As bicicletas são um indício de civilização.
Recomendadas por ecologistas, urbanistas,
cardiologistas e artistas, têm logo de entrar na agenda
política.
Expressão nominal
14. Editorial Folha de S. Paulo
Comerciantes protestaram em diversos pontos da
cidade; moradores de alguns bairros também
reclamaram; e até vereadores da base aliada do prefeito
Fernando Haddad (PT) fizeram críticas à implantação de
ciclovias pelas ruas e avenidas de São Paulo.
Embora capazes de chamar a atenção, esses grupos
representam opinião minoritária entre os moradores da
capital. Como pesquisa Datafolha publicada neste final
de semana deixou claro, a maioria expressiva dos
paulistanos defende a expansão de vias exclusivas para
ciclistas. Ainda bem.
15. Editorial Folha de S. Paulo
Trata-se, não por acaso, de tendência nas principais
metrópoles do mundo. A bicicleta é um meio de
transporte limpo, que ocupa muito menos espaço do que
um carro (embora não seja "a" solução para os
problemas de mobilidade urbana) e oferece a seus
usuários a possibilidade de não ficar refém das
condições do trânsito.
Numa cidade como São Paulo, porém, nunca foi fácil usar
bicicletas, e não surpreende que apenas 3% dos
paulistanos digam se valer desse transporte com
frequência.
16. Editorial Folha de S. Paulo
Comerciantes protestaram em diversos pontos da
cidade; moradores de alguns bairros também
reclamaram; e até vereadores da base aliada do prefeito
Fernando Haddad (PT) fizeram críticas à implantação de
ciclovias pelas ruas e avenidas de São Paulo.
Embora capazes de chamar a atenção, esses grupos
representam opinião minoritária entre os moradores da
capital. Como pesquisa Datafolha publicada neste final
de semana deixou claro, a maioria expressiva dos
paulistanos defende a expansão de vias exclusivas para
ciclistas. Ainda bem.
Concessão
Conformidade
17. Editorial Folha de S. Paulo
Trata-se, não por acaso, de tendência nas principais
metrópoles do mundo. A bicicleta é um meio de
transporte limpo, que ocupa muito menos espaço do que
um carro (embora não seja "a" solução para os
problemas de mobilidade urbana) e oferece a seus
usuários a possibilidade de não ficar refém das
condições do trânsito.
Numa cidade como São Paulo, porém, nunca foi fácil usar
bicicletas, e não surpreende que apenas 3% dos
paulistanos digam se valer desse transporte com
frequência.
Comentário
Oposição
Comentário
18. 2.1. ARTICULADORES
LÓGICOS
=> Estabelecem relações lógicas ou argumentativas
entre segmentos de texto.
Exemplos:
Causa: porque, devido a
Condição: se...então, caso
Explicação: pois, já que, afinal
Conclusão: portanto, dessa forma, assim
19. 2.2. ARTICULADORES DE
COMENTÁRIO
Estabelecem comentários a segmentos textuais.
Exemplos:
Delimitadores: geograficamente, economicamente
Organizadores: Primeiro, segundo, por fim
Comprometimento: evidentemente, aparentemente
Imperatividade: é indispensável que, opcionalmente
Introdutores: a respeito, sobre, quanto a