2. HOMENAGEADOS:
O poeta e acadêmico Elvo da Graça Raposo (in memorian).
A professora e escritora Antonia Leitão (in memorian).
A poetisa Lourdes Borges Júdice (in memorian).
Elvo da Graça Raposo
3. ELVO DA GRAÇA RAPOSO
Um poeta, um cronista,
um grande pesquisador,
um trovador de primeira.
Um homem inesquecível,
pela finura no trato
em seus gestos, nos seus atos.
Num voo para Manaus o telefone tocou.
Não reconheci o número. Num impulso atendi.
Era uma jornalista pedindo que eu falasse
um pouco de Elvo Raposo. Perdi a voz num segundo.
Não queria acreditar que o poeta estava morto.
Como deixou de viver aqui na Terra pra sempre?
Chorei a perda sentida. Lamentei a sua ida.
Eu não poderia vê-lo porque eu estava distante,
literalmente, nas nuvens, longe no tempo e no espaço.
Suavizei a minha dor nos versos que escrevi.
Heloisa Crespo
14/02/2014
4. Antonia
Lá vem Antonia
brincando de esconde-esconde
como estrelas cadentes
em noites de lua cheia...
Lá vem Antonia
sepultando meus queixumes
num sorriso atento
implicando com meus ciúmes
de não ser como ela...
Lá vem Antonia
moleca gargalhando dias
desfiando versos e reversos
inventando trilhas...
Lá vem Antonia
puxando pela mão
histórias da terra do nunca
incendiando-se como vida
na cauda do cometa...
Lá vem Antonia
mexendo com meu coração
pessimista e amargoso
adoçando meus potes de dores
crendo-se a fada dos meus amores...
concedendo graças a um Antonio...
Lá vem Antonia...
Vem Antonia...
Luiz Antonio Cosmelli
5. Lourdes Borges Júdice (in memorian)
A poetisa foi uma das fundadoras do Clube de Poesia de Campos,
em 1954. Clube formado por intelectuais de elevada estirpe. Seu
livro “Meu Rio” (1960) foi publicado pelo Clube de Poesia.
6. O MALAMEM
Foi num sonho ou realidade
vi uns bichos de verdade
que me assustaram muito assim
mas mesmo sem ver também
o terrível malamem
temo mais a ele sim
vi um sapo canibal
eta bicho animal
vi uma grande perereca
a subir na minha cueca
era assustadora também
mas nada tão terrível
como o horrível malamem
vi aranhas horrorosas
vi lacraias venenosas
escorpiões eu vi também
mas nada tão assustador
como este tal de malamem
vi bichos bravos vi então
7. tigres, onças e leopardos
e o famoso rei leão
vi lobos terríveis também
com os dentes de comer neném
mas nada me apavorava mais
de me dar calafrios também
como este tal de malamem
até lobisomens eu vi
sacis, curupiras também
e até alguns bichos do bem.
Mas o que mais me apavorava
A imagem ninguém tem
deste tal de malamem
morava este tal horror
assim pensava eu
na caverna tentação
por certo junto a um dragão
e assim a noite assustado
A família em oração
pedia ao Deus sempre louvado
não nos deixai cair na tentação
e escutava dos adultos também
- livranos do malamen...
Pádua de Campos
8. Sem refúgio:
“Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.”
“Canção amiga”, Carlos Drummond de Andrade
Quando vejo uma criança na praia
quero que ela faça castelos,
que ela corra com um sorriso puro
e role na areia sem preocupação.
Mas com Aylan não foi assim...
Quando vejo uma criança molhada
espero ver a chuva caindo,
ou um banho de mangueira
com arco-íris entre as gotas.
Mas com Aylan não foi assim...
9. Quando vejo uma criança no colo
espero que ela esteja cansada,
recebendo um carinho quente
ou que esteja cochilando, sonhando.
Mas com Aylan não foi assim...
Drummond, meu grande mestre,
fizeste uma linda canção
mas os homens não acordam
e, muitas vezes, crianças dormem
para não mais acordarem.
Li que o pai do pequeno Aylan
não queria sair de perto
do último berço de seu filho.
Neste momento abracei o meu
e chorei por todos nós.
Agora, quando vejo uma criança,
quero que ela não tenha o destino de Aylan
e torço para que ela nos ajude
a reencontrar a nossa humanidade
pois só lá Aylan poderá sorrir outra vez...
Carlos Augusto Souto de Alencar
10. EXPECTATIVA EM FLOR
Quando vejo uma criança
brincando de ser feliz
vejo um mundo de esperança
relembrando o que já fiz.
Se educarmos a criança
no caminho da verdade
haverá mais esperança
para toda humanidade.
Toda criança merece,
nosso amor, nosso carinho
confiança que enobrece
e enfeita todo caminho.
Sem distinção, nós queremos
igualar toda criança
é nelas que nós devemos
depositar esperança.
A criança é o futuro,
expectativa em flor
com sentimento tão puro
de um amanhã promissor
Neiva Fernandes
11. VISÃO DO FUTURO
A criança que eu vejo
No espelho da inocência
É a mesma que desejo
Ser o futuro da ciência.
Ela é símbolo de esperança
Não precisa ter vaidade
Por ser chamada criança
É um ser de verdade.
A criança tem visão
Mas seu mundo é o presente
Nunca vive de ilusão
E o bem sempre pressente.
Quando vejo uma criança
Vejo a alma da alegria
Pode ser menina de trança
Ou um moleque simpatia.
No seu sonho de futuro
Toda criança deseja um mundão
Um ser sempre belo e puro
Que toca forte o coração.
Criança... O futuro de uma nação.
Renato Pereira
12. A CRIANÇA
Raiava o dia!
A criança saia pelos campos sorridente a cantar.
No caminho, tudo despertava sua atenção.
As flores, os passarinhos, as borboletas,
e as nuvens correndo no céu.
Abraçava cada árvore que encontrava pelo caminho.
Simples criança! Porém bela e feliz.
Seus artistas preferidos eram seus irmãozinhos e o sol,
que todos os dias entrava pelos buracos da parede,
e a noite a Lua que também a visitava,
convidando-a para apreciar as estrelas brilhantes.
A bonequinha de pano lhe fazia companhia.
Os brinquedos de antigamente, não eram iguais os de agora.
Os dessa criança, eram sabugo de milho
e ossinhos de galinha, sequinhos pelo sol.
Chegava o entardecer. O sol no horizonte se escondia.
A noite vinha chegando, e com ela, o sono da criança.
Deitava. Mas não dormia logo, porque primeiro cantava,
rezava e falava versos. Depois de tudo isso,
pegava no sono, tranquila como um anjo.
Essa criança, era eu.
Berenice de Azeredo
13. NASCIMENTO E VIDAS DE CRIANÇAS
Quando nasce uma criança
precisa chorar para viver
quando esta criança cresce
chora por birra, dor ou pra comer.
Ser criança que beleza!
Por isso há anos passei,
Brinca de casinha, roda, bola
Até de castelo, com rainha e rei
Tristeza é ficar adulto...
E vê que o tempo passou,
Passou rápido demais,
E a brincadeira acabou!
Por que vem os compromissos,
As leis, as imposições
Vem talvez, um casamento
Cheio de complicações,
E assim: “Quando vejo uma criança”
Forte, alegre, perfeita e sadia!
Sinto uma grande alegria,
Porém me invade a tristeza,
De pensar, nos doentes, com fome,
Sofrendo, dia e noite, noite e dia.
Vitória França
14. DOCE CRIANÇA
Criança, doce criança,
que leva a vida a brincar.
A vida um dia te alcança
fazendo você chorar.
Mas um conselho eu te dou,
chorar as vezes é preciso.
Não deixe o que se passou,
acabar com o teu sorriso.
O que levamos da vida,
são os momentos vividos.
Porém em contra partida,
momentos bons ou sofridos.
Criança, doce criança,
que leva a vida a brincar.
A vida um dia te alcança,
não quero que a faça chorar!
Gleyde Costa
15. O sorriso de criança
torna alegre o meu viver;
renova sempre a esperança
trazendo ânimo e prazer.
Marta Campista Codeço
Lindas crianças brincando
Pique, pião, cirandinha.
Livres pássaros voando!...
No céu... da amarelinha.
Gláucia Martins Quaresma
16. Quando avisto uma criança!..."
Eu nunca soube explicar
porque mudo meu semblante
ao sentir me aproximar
da ternura de um infante!
Acredito ser o apuro
do peso dos dias meus,
pois a criança é o futuro:
- Presente do nosso Deus!
Governo que se preocupa,
da criança ao ancião,
a sociedade ele agrupa,
integrando a geração.
Quisera que o mundo visse,
por dentro de cada irmão,
uma criança e sorrisse,
com calor no coração!
Talita Batista
17. MENINICES
Gostaria de uma festa em minha vida
daquelas em que nos divertimos
e nem sabemos quanto custou...
Sou menino
olhando vitrines por aí
enquanto consumo dor excluído
em liquidação...
Cara amassada contra os vidros
contra as grades
imito e debocho de manequins vivos
os de dentro os de fora
os que me negociam
com os que me torturam
com os que me matam
com os que eu mato...
Mas não tenho ilusões
não quero passados
nem futuros
quero presentes...
Luiz Antonio Cosmelli
18. INFÂNCIA
Era só diversão
E barros impregnados nos pés
Era só coração
Na busca pelo o infinito
Era o imaginário...
E, o mais bonito
Eram os pés no chão
O balanço mais alto
A gangorra em “castigo”
Eram tempos de infância
De inocência, de paz...
Foi uma criança
Que se embrenhou no passado
Dissipou-se nos dias
E que virou poesia
Paulo Roberto Cunha
19. DOCE CRIANÇA
Fico muito embaraçada,
nem sei como dar resposta.
Quando vejo uma criança,
fazendo tudo o que gosta.
Seus olhinhos brilham tanto,
parecem o sol elegante,
meu coração se alegra,
me perco por um instante.
Penso...que bom seria,
que dela tivesse traços.
Ficaria como um anjo,
flutuando nos seus braços!
Lia Gouvêa
20. POR QUE NÃO?
Perplexidade.
Angústia.
Grande desilusão.
Humanidade em marcha:
Fome, exílio, exclusão.
Tantos séculos de história
Falam de evolução!
Notícias, imagens recentes,
Mostram outra direção.
Diante da eternidade,
Como fica a medição?
Atitudes primitivas:
Crueldade, indiferença,
Longos dias, duro chão...
Talvez indiquem, por certo,
Estágio de evolução.
Tal premissa me permite
Fazer a constatação:
A humanidade ainda é criança.
Não há outra explicação!
Porque criança é, desde sempre,
Chance de renovação.
Quando vejo uma criança,
Sinto um misto de emoções.
Evocam o riso, a dança,
E inusitadas canções.
Com esse olhar verei o mundo.
Por que não?
Dói menos.
Maria Virginia Claudino
21. MEUS OLHOS NOS SEUS
Ao chegar da infância
Descobri mortas as estrelas
Que julgava eternas
A iluminar o céu dos meus olhos
Mortas mortinhas
A tempos
Só eu não sabia
E agora sinto minha estrela
Oscilar, tão fraca
Como vela que
Soprada
Reluta em apagar-se
Quer viver
Mas não é que ao te olhar,
Pequenino, lá está!
Por magia ou poesia
Brilhando me contagia
Minha estrela
Linda e viva
Estrela à vista
Nos meus olhos nos seus
Como pronta para
Brilhar eterna
Redescoberta
Nana Malatesta
22. ANGELICAL
Alma dotada de límpida ternura
Diluída na vontade de saber;
pura emoção que nasce com candura,
filha de uma bênção luminosa: aprender.
Linda abstração, sonho e desejo
É momento de sentir, tocar e ver,
pura essência de um sonho benfazejo,
erguendo o colorir a cada dia que viver.
Inocência angelical sempre brilhando
no brotar divinal de um novo olhar,
a carência de seguir fantasiando
a fiel concepção do verbo amar.
E aconchega-se ao mundo, docemente,
diante do novo que precisa suplantar,
superando cada rumo atraente
que ele segue, descobrindo onde pisar.
Pois, a cada emoção que sinta ou veja,
tudo é cósmico e o faz se emocionar,
como o badalar dos sinos de uma Igreja
que do berço ele consegue escutar.
Diante de tudo que, enfim, me vi sentindo,
Com poética susceptibilidade emocional,
sinto-me em você, que é tão lindo:
um ser, Filho de Deus, feliz e Angelical!
Agostinho Rodrigues
23. CRIANÇA É ORAÇÃO
Quando vejo uma criança
Meu coração balança
E até ouço uma canção
Criança é sinal
Que a vida segue em oração
O bem vence o mal!
Quando vejo uma criança
Meu coração faz a festa
Um calor bom
Faz a sesta
E eu me encho de esperança
Quando vejo uma criança
Sou invadida
Pela luz dos olhos dela
Olhos que são capazes
De acender a vela
Do futuro!
Poeta Malu
24. SOU UMA CRIANÇA DA RUA!
Aqui estou eu outra vez,
mendigando na infância.
Aqui estou e não me vês.
Tenho fome e tenho sede.
Por favor, vire-se para me ver.
Por favor, não sejas cruel,
dê-me algo para eu crescer.
Sou humano e quero viver.
Não, não, não,
não sejas cruel.
Não, não, não,
não sejas cruel.
O mundo gira e eu lamento.
Eu giro com o mundo
e espero o passar do tempo,
pelo dia em que eu morrerei!
Desta vida de só tristeza
e nesta infância de sofrimento,
eu agradeço a Deus a grande gentileza
das pessoas que ajuda me dão.
Estou aqui e não me vês.
Tenho fome e tenho sede.
Por favor, volte-se para me ver.
Dê-me algo para eu poder crescer.
Não, não, não. Não sejas cruel.
Por favor, não sejas cruel.
Sou humano, tenho fome e sede.
Não, não, não. Não sejas cruel.
O mundo gira e gira, que farei?
Dessa água não queria beber,
mas com o passar do tempo
sei que assim eu morrerei!
25. Vivo uma vida de cachorro,
durmo na rua e na escuridão.
Sou criança e peço socorro,
esperando a mão amiga da salvação.
O Governo é muito cruel,
continuo aqui e ninguém me vê.
Como viverei com fome e tendo sede,
e sem abrigo e educação?
Na rua estou outra vez,
mendigando na minha infância.
Porque ninguém me vê?
Sou criança e peço clemencia!
Alberto R. Fioravanti
26. COISA DE CRIANÇA
Quando vejo uma criança
lembro da pura felicidade,
das tardes na casa da avó,
das historias contadas até tarde.
Que vontade de regressar no tempo,
reprimir aquele sentimento,
mandar para longe o pensamento
de querer crescer por fora e por dentro.
Mal sabia o pobre menino
que na infância o único perigo
era se o vilão da história
um dia viesse a vencer.
Quando vejo uma criança
enxergo em ti as cores da mudança
em teu olhar singelo a esperança
que o novo pode acontecer.
Aquelas caretas de nojo,
aqueles choros sem razão,
tua mão na minha segurando,
quando se via forma a multidão.
Quando vejo uma criança
lembro que tudo é passageiro
então que se aproveite melhor o tempo
desses sorrisos verdadeiros.
Crianças do jeito que for
só precisam de amor.
É o que em troca podemos dar
aqueles que nós ensinam a amar.
Phellipe Rangel
27. NOSSA MENINICE
As meninas de nossos olhos,
Em sua risonha tagarelice;
Comemoram as lembranças
Da nossa feliz meninice.
Idade da identidade sonho;
Que um dia o presente disse
Que esse amor tão risonho
Foi de tão pura meiguice.
Sentimento plantado fundo,
Quase do tamanho do mundo
E, que sobrevivendo alcança,
O calor das nossas saudades
Que no contemplar das idades,
Faz-nos sermos, de novo, criança.
Nivaldo Mota
28. TESOURO QUE DEUS NOS DEU
Herói?! Sim. Afinal nasceu. Significado? Mantenedor da Vitória.
Esperto! Adora chamar atenção, estar em evidência quando lhe convém.
Inteligente! Mas ser independente é tudo que deseja.
Tão pequeno e de uma personalidade forte. Ele é e sempre será
O amor de toda família: Heitor!!!
Rico em alegria! Esse é o maior TESOURO que DEUS nos deu.
Eliana Carneiro
29. A CRIANÇA VELHA
Para tia Branca
A criança que foi no passado
Retorna inocente no presente
Vivendo num mundo mágico
Sem perceber a diferença
Entre o real e o imaginário
Perguntando o que é isto
Perguntando o que é aquilo
Desconhecendo o conhecido
A criança nova e o velho corpo
Unem-se num pedido de carinho
De proteção de zelo e de amor
Tal qual esta criança de corpo velho
Um dia embalou meu corpo que nasceu
Dou-lhe comida na boca, beijos
Afagos e histórias de princesas
A criança que vejo todos os dias
Partirá em breve
E como prometi
Um dia, voltarei para ela
Edeilson Fernandes
30. SINAIS
Da criança que fui um dia,
um tanto me resta ainda:
o olho que franze e brilha,
o braço que arrepia,
a busca da poesia.
Zedir de Carvalho Nunes
Quando vejo uma criança,
tenho mais fé no Brasil.
Desperta a minha esperança,
num futuro varonil.
Maria Zilnete de Moraes Gomes
31. DESCOBERTAS QUERIDAS
Ainda criança, em descobertas queridas,
Soube que o rir de viver - de nada, do mundo,
Dos que fingem saber - é o segredo profundo
De manter vistas abertas, lindas floridas!...
E rindo me desviei daquela tal dor,
Na procura em ser algum ser da melhor forma,
Embora, sei que nem sempre a dor nos transforma,
E até perdi-me em olhos perdidos de amor!...
Perdida em teus olhos e nunca mais me achei,
Querendo te amar, uns embrolhos cometi...
Tantos, que então, sem um senão, eu te perdi!
Só assim, percebi, o quanto enfim te amei,
Sonhos de criança se perderam na vida...
Sofro ainda, pela esperança já perdida!...
Geraldo Facó Vidigal & SOL Figueiredo
32. GABRIEL e THÉO
O pequeno Théo, com suas mãozinhas, começa a brincar
Um novo mundo ele descobre, a sua ternura vem encantar
Com o seu sorriso, o seu coração vai cativar
Seus lábios inicia um doce balbuciar
O olhar de uma criança traz a paz e a esperança
Quando a tristeza bater em seu coração, olha nos olhos de uma criança
A sua inocência e sua pureza faz a alegria voltar
Porqe em nossos corações tem guardado sempre uma criança
Sinto no olhar de Gabriel a alegria de vir correndo me abraçar
Vem ao meu encontro repetindo “Cacá”, o nome que ele quer me chamar
Mostrando tudo que fez, contar histórias, brincar, encantar
Carinho e amor a todos ele sabe dar, quem deixaria de amar?
Assim com suaves movimentos, faz acreditar como é simples o amor
As crianças, com seus encantos e com sua alegria, amenizam a nossa dor
Faz a flor da pureza, encantar com sua inocência
Traz as lembranças da nossa infância
Quem consegue ficar triste perto de uma criança?
Sentindo coragem de voltar a caminhar, para vitória alcançar
Essas coisas simples e puras que elas vêm nos ensinar
Que a noite da vida vai passar e logo a aurora vem iluminar
Jesus nos fala no Evangelho: “Deixai vir a mim estas
criancinhas e não as impeçais. Porque o reino do
céus é para aqueles que se lhes assemelham”. Mt:19,14
E com este puro coração, devemos tirar esta lição
Amar a Deus e o próximo de todo coração.
Helvio Renato de Almeida Rangel
33. Criaturinhas pequenas, que só nos faz encantar!
São como flores miúdas que precisam de atenção.
Se regadas com carinho, florescem desde o botão...
Enfeitam a nossa vida como se fosse um jardim
E, vida assim colorida tem perfume de jasmim.
Mas é preciso cuidado com certas ervas daninhas
Que crescem bem ao redor das flores pequenininhas
E isso me causa espanto, como também sofrimento
E, em meio a esse pranto, eu rezo em pensamento:
“Que essas flores miudinhas sejam sempre protegidas
Por suas fadas madrinhas - os anjos das nossas vidas-“
Só risos e alegria! Só ternura e esperança!
É como luz que irradia, quando vejo uma criança!
Maria Lucia Fernandes Rocha
34. MEU MENINO INTERIOR
Ah! Meu menino!
Onde estás?
Procuro por ti já faz tempo,
Porque não logro encontrar-te?
Naqueles tempos ditosos,
Das pitangas às bananeiras,
Daqueles banhos de rio
Nada restou do menino
Que comandava o meu ser.
Aquele que, sem Nereidas,
Idolatrava a Ceneida (*)
O seu anjo protetor.
Será que ficou no passado
Entre cantos de cigarra,
Na luz, no ardor encantado
Do grande amor juvenil?
Ah! Meu menino!
Quantas saudades de ti!
Hoje ao querer imitar-te,
Já não sinto a vida bela,
Ou transformo em aquarela,
Como fazias por mim!
O que houve ao meu menino?
O mundo o engoliu?
Será que não suportou
Tanta guerra e desamor?
Ou será que, simplesmente,
Afastou-se lentamente
Pra não ver tão triste fim?
Hoje, ao olhar os meus netos,
Fica-me alguma esperança
De encontrar-te a ti.
Os olhos dessas crianças,
De inocência pueril,
Podem buscar-te, enfim!
Meu menino interior,
Não recuses meu pedido!
Volta!
Volta logo para mim!
Ferraiuoli
35. Seu nome é meNINA
Quando vejo uma
criança acolhida
No palco dos sonhos, imagino-a
Como se chamasse meNINA.
Apaixonada por bonecas,
Que lhe fazem companhia
No “reino do faz de conta”.
E também muito apegada
Ao lápis e ao papel
Transcende o desafio de ser criança.
Despojada pela inocência,
Bonequinha de porcelana.
Alonga-se na liberdade,
Ao flutuar sem medo,
Na pureza de seu sentimento.
Beleza de anjo é o que a determina,
Brinca, saltita, essa levada, meNINA.
Armonia Gimenes
36. VERSOS PARA MEUS NETOS
Gosto de versos, de dizer coisas bonitas,
Meus netos me ouvem sempre com avidez,
Seja um conto, umas músicas ou lorotas,
Eles querem é saber de quem é a vez.
De quem é a vez de cantar ou representar,
Usar vestidos, laços, apetrechos mil,
Ou mesmo uma vassoura, para com ela dançar,
O importante é ficar junto, brincar e mexer bem o quadril.
E lá vamos nós nessa ciranda,
Crianças, adolescentes e adultos,
Brincando de faz de conta, de sonhar....
É preciso estar atento aos seus olhares,
Aos afagos e às vezes, suas birras,
Sempre querendo só abraços, mil carinhos.
Vovó Taiza
37. Poetas Participantes:
Armonia Gimenes
Berenice de Azeredo
Carlos Augusto Souto de Alencar
Edeilson Fernandes
Ferraiuoli
Geraldo Facó Vidigal & SOL Figueiredo
Helvio Renato de Almeida Rangel
Luiz Antonio Cosmelli
Maria Lucia Fernandes Rocha
Nana Malatesta
Pádua de Campos
Renato Pereira
Talita Batista
Vera Manhães
Zedir de Carvalho Nunes
Agostinho Rodrigues
Alberto R. Foravanti
Eliana Carneiro Moreira
Gláucia Martins Quaresma
Gleyde Costa
Lia Gouvêa
Maria Virginia Claudino
Maria Zilnete de Moraes Gomes
Marta Campista Codeço
Neiva Fernandes
Nivaldo Mota
Paulo Roberto Cunha
Phellipe Rangel
Poeta Malu
Vitória França
Vovó Taiza
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