SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 88
Memória da Cidade
História e patrimônio urbano no Brasil

RIO DE JANEIRO

Profa. Ms. Ynaê Lopes dos Santos
Mestre em História Social – USP
Doutoranda em História Social – USP
Rio de Janeiro, Outubro de 2011
“No mar estava escrito uma cidade”.
C.D.A
Carioca: “casa de Branco”
• Antes da chegada do
europeus nas
Américas, a região
que ficou conhecida
como capitania do
Rio de Janeiro era,
em sua maioria,
habitada por índios
tamoios e tupis.
O RIO DE JANEIRO
E O NASCIMENTO DO MUNDO
ATLÂNTICO
• Existe certo mistério em relação à descoberta da baía
de Guanabara.
• Hipótese mais recorrente aponta que a descoberta
teria ocorrido no dia 1º de janeiro de 1502, data que
teria batizado, anos mais tarde, a cidade.
• Mas diários de Navegação apontam que a chegada à
baía da Guanabara teria ocorrido em outro mês
FRANÇA ANTÁRTIDA
•

No Verão de 1544 Nicolas Durand de
Villegagnon visitou secretamente a região do Cabo
Frio, na costa do Brasil, onde seus compatriotas
habitualmente escambavam. Ali obteve valiosas
informações junto aos Tamoios, informando-se dos
hábitos dos portugueses naquele litoral, colhendo
dados essenciais ao futuro projeto de uma
expedição para a fundação de um estabelecimento
colonial. O local escolhido localizava-se cerca de
cento e cinquenta quilômetros a Oeste: a Baía de
Guanaba, evitada pelos portugueses devido à
hostilidade dos indígenas na região. O projeto
concebia transformá-la em uma poderosa base
militar e naval, de onde a Coroa Francesa poderia
tentar o controle do comércio com as Índias.
Embora na ocasião não a tenha visitado, estava
acerca dela bem informado por André Thèvet, que
já a havia visitado por duas vezes, estando ciente de
que os portugueses receavam os Tupinambás,
indígenas ali estabelecidos. Na ocasião fez boas
relações com ambos os povos (Tamoios e
Tupinambás) recolhendo, além de valiosas
informações, uma boa carga, com a qual lucrou ao
retornar à França
FRANÇA ANTÁRTIDA
Em fins de 1554, o soberano ordenou ao seu principal ministro, Gaspard de
Coligny (ainda católico), a preparação de uma expedição sigilosa ao Brasil, cujo
comando entregou a Villegagnon. Embora tenha fornecido recursos modestos (apenas
dez mil libras), os armadores de Dieppe (base do armador Jean Ango, experiente com a
costa brasileira), decidiram investir na expedição. À falta de voluntários para integrá-la,
Villegagnon percorreu as prisões da região norte da França, prometendo a liberdade a
quem quer que se lhe juntasse.
Para não despertar a atenção do Ministro de Portugal na França, Villegagnon fez
espalhar a notícia de que a expedição se dirigia à costa da Guiné.
Tendo atingido a baía de Guanabara em 10/11/1555, após tomar posse da Ilha de
Sergipe, escolhida como local de estabelecimento da principal defesa da França
Antártica, principiou-se a instalação. Para esse fim, foram providenciados alojamentos
em terra e desembarcados homens, armas, munições e ferramentas. Apesar das
dificuldades com a mão-de-obra européia, gracas ao auxílio dos indígenas, uma
fortificação foi concluída em três meses. Ao fim de alguns meses, entretanto, essa
mão-de-obra cansou-se dos presentes que recebia, assim como do excesso de
trabalho, uma vez que os franceses se esquivavam das tarefas mais pesadas. O Forte
Coligny dispunha de cinco baterias apontadas para o mar.
FORTE COLIGNY

Mapa francês da baía de Guanabara, c. 1555.
FUNDAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
• A região da Baía de Guanabara
possuía um dos portos com a
melhor defesa natural em toda
a América: uma entrada
marítima estreita com quatro
morros circundando-a. Dessa
feita, as mesmas vantagens
naturais que levaram
franceses a invadir essa parte
da América portuguesa
também mobilizaram aos
lusitanos ocupar a região.
FUNDAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada no contexto de conquista e
colonização do século XVI, que obrigou os portugueses a responder de forma
mais efetiva às invasões da França em terra lusitanas de além mar. No ano de
1555, a província do Rio de Janeiro foi, em parte, tomada por Villegaignon,
que ficou na América portuguesa por cinco anos. A eficácia da investida
francesa no Brasil deveu-se em grande parte à ausência do aparato
metropolitano na região. Em 1555, a futura cidade do Rio de Janeiro era uma
porção de terras alagadiças habitada por índios – na sua maioria tamoios que contava apenas com uma pequena casa forte na Praia da Saudade,
construída por Martim Afonso de Sousa na década de 1530.
Embora as atenções das autoridades portuguesas estivessem voltadas para a
região nordeste da colônia – que em meados do século XVI já era importante
produtora de açúcar –, a invasão francesa no sudeste foi um lembrete, no
mínimo incômodo, da necessidade em ocupar, efetivamente, toda a região
costeira das possessões do Novo Mundo. Neste cenário de reconquista,
destacou-se o nome de Mem de Sá, o reinol responsável pela expulsão dos
franceses.
SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO
Finalmente, a 1º de março, Estácio de Sá desembarcava a sua
gente numa estreita praia entre o morro do Pão de Açúcar e o
morro Cara de Cão, iniciando imediatamente a construção de uma
paliçada (atual Fortaleza de São João) e declarando fundada a
cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma homenagem ao
nome do soberano. Na ocasião, o padre Gonçalo de Oliveira
entronizou, numa ermida de taipa, coberta de sapê, uma imagem
de São Sebastião, que passava a ser o padroeiro da cidade. O
próprio Estácio instituiu, na ocasião, as três setas do martírio do
santo como armas da cidade.
Ainda com os primeiros muros sendo levantados, a recém-fundada
cidade sofreu um assalto por mar, a 6 de março, desfechado por
três naus francesas e mais de cento e trinta canoas de guerra
procedentes do Cabo Frio. Após alguns dias resistindo ao assalto,
Estácio decidiu passar ao contra-ataque, acometendo as
embarcações francesas e logrando repelí-las.
TRANSFERÊNCIA PARA
O MORRO DO CASTELO
•

O marco zero do Rio de Janeiro foi construído em
Vila Velha - quando o padre Gonçalo Oliveira ergueu
uma igreja no pé do morro do Pão de Açúcar em 1º
de março de 1565. Dois anos depois, seguindo a
lógica defensiva e os critérios de sobrevivência, a
vila foi transferida para o morro do Castelo, onde
havia maior oferta de água, mais ventos e maior
segurança. Ali, a Câmara, a cadeia, a casa do
governador, as igrejas e algumas casas mais
abastadas foram muradas de acordo com um
modelo urbanístico profundamente militarizado.
Procurando incrementar suas atividades portuárias,
ainda no século XVI, a cidade expandiu seu espaço
geográfico e sua importância política. Após a vitória
sobre os tamoios e o fim das ofensivas espanholas e
francesas, a cidade desceu o morro e a várzea
passou a ser ocupada pelos habitantes e pelo
apostolado. Nas terras enxutas foi delineado o
perímetro urbano que além de ganhar as ruas
próximas o Morro do Castelo (como a Ladeira da
Ajuda e a Ladeira do Castelo) ocupou as regiões
próximas ao Morro de São Bento. Criou-se então
um plano urbanístico ortogonal muito semelhante a
um tabuleiro de xadrez. Nesse modelo de plano
urbano, o plano radiocêntrico é oposto pela
implementação de ruas retas que se cruzam
formando ângulos igualmente retos.
IMPORTÂNCIA DA IGREJA
A organização espacial dos centros urbanos coloniais foi realizada
quase toda pela Igreja Católica. As leis eclesiásticas e a própria
religiosidade criaram uma dinâmica de cotidiano nas vilas e cidades
até as reformas Pombalinas no final do século XVIII. Mas não era
apenas pelo soar dos sinos e pela magnitude de seus edifícios que a
Igreja Católica fazia sentir sua presença. Também preocupada com a
segurança da vila, as diferentes ordens religiosas tiveram grande
influência na construção das primeiras muralhas e forte. Além disso,
do nascimento à morte, a Igreja e a religião católica fizeram parte da
vida de todos os habitantes da cidade. A sociabilidade desse período
era, em boa parte, criada a partir das missas, dos funerais, das festas
litúrgicas e de instituições que funcionavam como “braços” da Igreja,
tais como a Santa Casa de Misericórdia (fundada em 1582) e as
Irmandades de Ordem Terceira que passaram a “pipocar” a partir
dos seiscentos.
CARTA TOPOGRÁFICA DO
RIO DE JANEIRO

Carta Topographica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeyro, tirada,
e executada pelo Capitão Andre Vaz Figueyra, Academico da Aula
Militar. Anno de1750".
autor: André Vaz Figueira
LARGO DO PAÇO
Construído em 1733 durante o governo de Gomes Freire de
Andrade, o conde de Bobadela
AQUEDUTO DA CARIOCA
Inaugurado em 1750

Leandro Joaquim, Lagoa do Boqueirão da Ajuda, 1790
(futuro Passeio Público)
O RIO DE JANEIRO
ILUSTRADO

A planta de 1767 corresponde ao levantamento realizado nesse ano, mostrando um
significativo avanço da área edificada da cidade em direção ao interior
Autor: não identificado.
Fonte: Original manuscrito do Arquivo Histórico do Exército, Rio de Janeiro.
CRESCIMENTO POPULACIONAL APÓS A
ELEVAÇÃO A VICE-REINADO
HABITANTES DO RIO COLÔNIA

Configuração que mostra a Entrada do Rio de Ianeiro em distancia de
meya legoa ao mar. No. 6 Na. Sa. De Copacabana, No. 7 o Pão de Assucar,
No. 8 Fortaleza de Sa. Crus". 1779
autor: Carlos Julião
Vestuário de mulheres escravas
no Rio de Janeiro, 1770

Festa de Nossa Senhora do Rosário, Rio de
Janeiro, 1770

Negras de Tabuleiro,
1770
CHAFARIZ DO CARMO
Chafariz projetado por Mestre Valentim e
construído entre 1779-1780

Thomas Ender, Chafariz do Carmo, 1817
PASSEIO PÚBLICO
Primeiro Parque Ajardinado do Brasil foi concebido por
Mestre Valentim e construído em 1783, tornando-se o
grande ponto de encontro da população carioca
CHAFARIZ DAS MARRECAS
Construído pelo Mestre Valentim para fornecer
água ao Passeio Público

Pallière, Chafariz das Marrecas, 1830
MERCADO DO VALONGO
VALONGO
O Mercado do Valongo foi construído em 1769, quando a América
Portuguesa estava sob a administração do vice-rei Marquês do
Lavradio. O objetivo principal do vice-rei era retirar o
desembarque e a comercialização de escravos da região central da
cidade. Segundo o Marquês, tal atitude evitaria “o terrível costume
de tão logo os negros desembarcarem no porto vindos da costa
africana, entrar na cidade através das principais vias públicas, não
penas carregados de inúmeras doenças, mas nus (...) e fazem tudo
o que a natureza sugeria no meio da rua.” (Carta do Marquês do
Lavradio. Apub: PEREIRA, 2007, p. 72).
O lugar escolhido para ser a nova praça de comércio de africanos
novos foi a Rua do Valongo (que deu o nome ao mercado), situada
na freguesia de Santa Rita. Embora fosse um lugar relativamente
distante das principais vias da época, a Rua do Valongo possuía
duas importantes vantagens: ainda fazia parte do perímetro
urbano da cidade, o que permitia o fácil trânsito para o centro
comercial do Rio de Janeiro; e tinha acesso direto ao porto.
RIO: CAPITAL DO IMPÉRIO
ULTRAMARINO
Diversas mudanças foram feitas a fim de
adaptar a cidade à sua nova condição:
•
•
•
•
•
•
•
•

A criação da academia militar e de novas
cadeias;
a abertura dos cursos médicos;
a construção do Horto Botânico e do
Museu Real;
a instalação da Biblioteca Real em 1814 ;
a abertura da Escola Real de Ciência, Artes
e Ofício;
a construção da Quinta da Boa Vista
(1811) moradia da família real,
Construção do Campo de Santana
(1815).;
Teatro São José e o Passeio Público foram
reformados para que a nobreza pudesse
circular em locais apropriados e
condizentes ao seu significado,
evidenciando, assim, seu prestígio social.
INTENDÊNCIA GERAL DA POLÍCIA DA
CORTE
• A Intendência Geral de Polícia da Corte e do Estado
do Brasil merece especial atenção, pois foi o órgão
responsável o pela coordenação da magistratura de
boa parte da Corte joanina. Com o objetivo de
assegurar a limpeza, a saúde e a segurança da
cidade, a Intendência viabilizou o processo
civilizador na nova capital, já iniciado com as
mudanças pombalinas, mas que foi levado a cabo
pelo regente D. João.
•
A INTENDÊNCIA SOB A CHEFIA DE
PAULO FERNADES VIANA (1808-1821)
Junto às reuniões quase diárias com D. João, o intendente
construiu uma ampla rede de comunicação que articulou as
principais autoridades governativas do Brasil (governadores
de capitania, ouvidores, ministros, juízes de fora e de crime de
bairro, etc.), visando tratar dos mais variados assuntos. A fim
de facilitar essa comunicação, o Príncipe Regente dividiu a
Corte em duas jurisdições que ficaram sob a responsabilidade
de dois Juízes de Crime, cargo recém-criado, cujos ocupantes
seriam escolhidos pelo monarca. Subordinados ao Intendente,
esses magistrados facilitaram a associação dos poderes
policiais e judiciais
ALGUMAS FUNÇÕES DA INTENDÊNCIA
•
•
•
•
•
•
•

Implementação da Décima Urbana
Calçamento de vias
Aterramento de Brejos
Ampliação do Perímetro Urbano
Iluminação Noturna
Rondas Noturnas
Construções de estradas que ligassem a
cidade às regiões produtoras de alimentos
QUESTÕES COTIDIANAS DA
INTENDÊNCIA GERAL DE POLÍCIA
•

“Aos vinte e nove dias do mês de Novembro de mil oitocentos e dezenove anos, na Secretaria da Intendência Geral
da Polícia compareceu Joanna Francisca preta forra de ordem do conselheiros Intendente Geral da Polícia Paulo
Fernandes Vianna, e pelo mesmo Conselheiros lhe foi determinado que vizinhasse bem com Maria Roza, casada
com Pedro Congo, e no caso de contravenção ser presa por vinte dias na cadeia. O que sendo por ela ouvido assim
o prometeu cumprir, e assinou a seu rogo Antonio Felipe de Souza por ela não saber escrever, e eu Antonio Xavier
da Rocha que o escrevi e assinei.
Antonio Xavier da Rocha
Antonio Felipe de Souza.”

•

“Aos vinte e seis dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e vinte anos, na Secretaria da Intendência Geral da
Polícia apareceu José Patrício, e pelo Conselheiro Intendente Paulo Fernandes Vianna lhe foi determinado que
assinasse Termo de não rondar a preta do suplicante Antonio da Silva Paes, e lhe (ilegível) e de não seduzir a
escrava do mesmo suplicante com a pena de três meses de prisão, e trabalhos em obras públicas. O que tendo lhe
ouvido se obrigou cumprir e por não saber escrever se assinou com a cruz, sinal de que usa, e eu Francisco Xavier
Barreiro que escrevi e assinei.
Francisco Xavier Barreiro”

•

“Aos três dias do mês de Outubro de mil oitocentos e vinte e três anos à Secretaria da Intendência foram vindos
d’ordem do Intendente Estevão Ribeiro Rezende, Jacinto Pinto Gomes e Domingo Coutinho Pereira, e pelo dito
Intendente lhes foi determinado, que assinassem o termo de não darem coito a negros fugidos, e nem terem
comércio com eles, e menos darem-lhes entrada nas suas casas de molhados, pena no caso de obrarem o contrário
de três meses de prisão, e de nunca mais poderem abrir as ditas casas. O que sendo por eles ouvido assim o
prometeram cumprir, e assinaram esse termo, comigo que o escrevi e assinei
Antonio Xavier da Rocha”
A ESCRAVIDÃO EM TODO LUGAR
• Não era preciso mais que um breve passeio pelo centro para
confirmar a força de seu pragmatismo: a escravidão estava em
todo lugar. Luccock chegou a comparar, ainda em 1808, o Rio
de Janeiro com o coração da África, com a particularidade,
porém, de que, como ressaltou Leithold,
• "negros e negras se cumprimentam ao estilo europeu: os
homens tirando o chapéu com uma inclinação na cabeça; as
mulheres fazendo uma reverência”. Debret, no início dos
oitocentos, relatou como que "percorrendo as ruas fica-se
espantado com a prodigiosa quantidade de negros,
perambulando seminus e que executam os trabalhos mais
penosos”
RUA DIREITA,
A PRINCIPAL VIA DO RIO

Rugendas, Rua Direita
A MÃO DE OBRA QUE
TRANSFORMOU A CIDADE EM
CORTE
Praticamente todas as obras
descritas foram feitas com mãode-obra escrava; e o uso dos
cativos não parou por aí. Durante
todo o período joanino bem
como nos anos que se seguiram
até maio de 1888, parte
expressiva da rede de serviços
urbanos era realizada por
escravos. Essas duas constatações
permitem afirmar que, na prática,
não existiu nenhuma contradição
insolúvel na dinâmica de uma
Corte escravista.
Debret, Calçamento público
Escravo pedreiros
Escravos acendendo
lampião

Escravo Tigres
A ESCRAVIDÃO E A CORTE
Embora um rumor de que a vinda da Família
Real para o Brasil representaria o fim da
escravidão tenha se espalhado entre a
escravaria, teria sido um despautério abolir o
escravismo no Rio de Janeiro para garantir
certa fidedignidade ao modelo de Corte
existente em Lisboa desde 1773.
TEATRO SÃO JOÃO

Debret Teatro São João, construído em 1813, atual
Teatro São Caetano
POPULAÇÃO ESCRAVA CRESCEU COM
A VINDA DA CORTE
•

Os dados trabalhados por Manolo Florentino
apontam uma duplicação no volume dos cativos que
chegavam da África.
•
No curto espaço de três anos: em 1808 a
estimativa era que aportavam, anualmente, 9.602
cativos no Rio de Janeiro, número que cresceu para
18.677 em 1810.
• É claro que boa parte dos escravos seguia para outras
regiões do sudeste brasileiro, mas, vale ressaltar, um
significativo número deles ficava na Corte,
principalmente nas freguesias urbanas, como aponta a
tabela a seguir.
População da cidade do Rio de Janeiro
por freguesia em 1821
Freguesias Urbanas

Fogos

Pessoas Livres

Escravos

Total

Santa Rita

1.742

6.949

6.795

13.744

Santana

1.351

6.887

3.948

10.835

Sacramento

3.352

12.525

9.961

22.486

Candelária

1.434

5.405

7.040

12.445

São José

2.272

11.373

8.438

19.811

Total

10.151

43.136

36.139

79.321
Volume e direção do tráfico
TRÁFICO TRANSATLÂNTICO: Do interior à Costa

“Caravanas de escravos na África em viagem para a costa” (séc. XIX)
O mercado de escravos na África

“Hangar para escravos” (século XIX)
Rumo ao navio

“Canoa de transporte de escravos” (Serra Leoa, 1840)
O navio negreiro

“Planta do navio Vigilante” (1822)
A vida nos navios negreiros

Rugendas, “Negros no porão” (1835)
O controle do comércio

Registro de Africanos do Navio “Virginia”
(1823)
ORIGEM DOS AFRICANOS ESCRAVIZADOS
“NAÇÕES AFRICANAS” NO RIO

Debret, Escravas negas de diferentes nações, s/d.
“NAÇÕES AFRICANAS” NO RIO

Debret, Diferentes Nações Negras
DESEMBARQUE DE AFRICANOS
ESCRAVIZADOS
ESCRAVOS AO GANHO
• Na atividade do ganho característica dos grandes
centros urbanos do Brasil,
como Salvador, Recife e a
capital da Corte –, o escravo
teria que dispor de sua
força de trabalho, passando
a maior parte do tempo nas
ruas à procura de serviços
e, portanto, longe das vistas
de seu senhor.
ESCRAVOS DOMÉSTICOS
A maior parte dos cativos do Rio de Janeiro
era destinada aos afazeres domésticos,
cuja parcela significativa era semelhante
aos serviços realizados pelos escravos das
zonas agrícolas. As famílias ricas do Rio
tinham cozinheiras, copeiras, mucamas,
cocheiros, lavadeiras e engomadeiras e
cada uma dessas sub-atividades estava
relacionada com um espaço específico da
casa senhorial. Em certos casos, o nível de
especialização dos serviços domésticos
era tamanho que chegavam a exigir certa
profissionalização dos cativos, o que em
diversas situações chegou a moldar uma
hierarquia entre os escravos domésticos
de um mesmo senhor.
ESCRAVOS COMO SÍBOLO
DE STATUS SOCIAL
TRABALHOS ESPECIALIZADOS
A RUA É DELES E DELAS...
FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO
CRIMINALIDADE ESCRAVA NA CORTE

• FUGAS
• FORMAÇÃO DE
QUILOMBOS
• PEQUENOS CRIMES
ESTRADA DE FERRO
•

a construção de um trecho de 14 Km de linha
férrea entre o porto de Mauá, na baía de
Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra
da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de
Janeiro, a primeira no Brasil.[2 No dia da
inauguração (30 de abril de 1854), na presença do
imperador e de autoridades, a locomotiva,
posteriormente apelidada de Baroneza[ (em
homenagem à esposa de Mauá), percorreu em
23 minutos o percurso. Na mesma data, em
reconhecimento, o empresário recebeu o título de
barão de Mauá. Este seria o primeiro trecho de um
projeto maior, visando a comunicar a região
cafeicultora do vale do rio Paraíba e de Minas
Gerais ao porto do Rio de Janeiro.
Em 1873 pela Estrada União e Indústria, a primeira
estrada pavimentada no país, chegavam as
primeiras cargas de Minas Gerais para a Estrada de
Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central
do Brasil) empreendimento estatal inaugurado
em 1858, que oferecia fretes mais baixos. Em 1882,
vencidas as dificuldades técnicas da serra, os trilhos
chegavam a Petrópolis.
BONDES CARIOCAS
O primeiro bonde do Rio de Janeiro circula, puxado a burro, em 30 de janeiro de 1859,
ligando o Largo do Rocio (atual Praça de Tiradentes) a um local perto da atual Usina, na
Tijuca, num trajeto de 7 km de comprimento. Mas tarde esta linha tem a tração animal
substituída pela do vapor em setembro de 1862 - o que leva a companhia exploradora
do serviço à falência e à extinção do serviço em 28 de novembro de 1865.
Três anos depois, em 8 de outubro de 1868, inaugura-se o primeiro trecho da linha
de bondes da The Botanical Garden Rail Road Company ligando a esquina da ruas do
Ouvidor e Gonçalves Dias, no Centro, ao Largo do Machado, no Catete; e em 19 de
janeiro de 1870, a recém-criada companhia Rio de Janeiro Street Railway reabre a linha
da Tijuca, sendo novamente usada a tração animal.
Está criado, na cidade do Rio de Janeiro, um sistema de transportes públicos sobre
trilhos - que passarão aqui a ser conhecidos por bondes - e que irá permanecer (com
muitas altereções, naturalmente) até aos dias de hoje
BONS DIAS NO BONDE
Ocorreu -me compor uma certas regras para uso dos que frequentam bonds.
O desenvolvimento que tem sido entre nós esse meio de locomoção,
essencialmente democrático! exige que ele não seja deixado ao puro
capricho dos passageiros. Não posso dar aqui mais do que alguns extratos do
meu trabalho; basta saber que tem nada menos de setenta artigos. Vão
apenas dez.
Art. I - Dos encatarroados
Os encatarroados podem entrar nos bonds com a condição de não tossirem
mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro.
Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os
encatarroados têm dois alvitres: -ou irem a pé, que é bom exercício, ou
meterem-se na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue.
Os encatarroados que estiverem nas extremidades dos bancos, devem
escarrar para o lado da rua, em vez de o fazerem no próprio bond, salvo caso
de aposta, preceito religioso ou maçônico, vocação, etc., etc.
Art. II - Da posição das pernas
As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do
mesmo banco. Não se proíbem formalmente as pernas abertas, mas com a
condição de pagar os outros lugares, e fazê-los ocupar por meninas pobres ou
viúvas desvalidas, mediante uma pequena gratificação.
BONS DIAS NOS BONDES
Art. III - Da leitura dos jornais
Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado
de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéus. Também
não é bonito encostá-los no passageiro da frente.
Art. IV - Dos quebra-queixos
É permitido o uso dos quebra-queixos em duas circunstâncias: a primeira
quando não for ninguém no bond, e a segunda ao descer.
Art. V - Dos amoladores
Toda a pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos,
sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar do passageiro
escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No
caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga
de pontapés. Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve
imediatamente pespegá-los. No caso, aliás extraordinário e quase absurdo,
de que o passageiro prefira a narração, o proponente deve fazê-lo
minuciosamente, carregando muito nas circunstâncias mais triviais,
repelindo os ditos, .pisando e repisando as coisas, de modo que o paciente
jure aos seus deuses não cair em outra.
CRESCIMENTO PARA A ZONA SUL

Túnel Aloar Prata (Túnel Velho) inaugurado em 1892
ligava Botafogo à Copacabana foi reformado em 1926.
BOTAFOGO
BOTAFOGO
COPACABANA

1890
COPACABANA
Rio de Janeiro 1867
Rio de Janeiro em 1879

Planta da cidade do Rio de Janeiro com o seu traçado urbano, em 1879, mostrando os principais prédios
públicos em vermelho e as igrejas em preto, Luiz Schreiner. Fonte: Bolsa do Rio XXI, 2000.
Rua do Ouvidor
A FESTA DA ABOLIÇÃO

Missa de Ação de Graças No Rio de Janeiro reuniu A Princesa Isabel e Cerca de
20 mil pessoas para celebrar a Abolição da Escravidão em 17 de maio de 1888.
DESTRUIÇÃO DO CABEÇA DE PORCO
1892
RIO DE JANEIRO DE PEREIRA PASSOS
No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais,
decorrentes, em grande parte de seu rápido e desordenado crescimento,
alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para o
trabalho livre.
Na ocasião em que Pereira Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de
Janeiro, com sua estrutura de cidade colonial, possuía quase um milhão de
habitantes carentes de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos,
programas de saúde e segurança.
No centro do Rio de janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações
coletivas insalubres (cortiços), epidemias de febra amarela, varíola, cólera,
conferindo à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte",
como se tornara conhecida.
A reforma urbana de Pereira Passos, período conhecido popularmente como
“Bota-abaixo”, visou o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao
Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.
FEITOS DE PEREIRA PASSOS
1903-1905
1903 - Inauguração do Pavilhão da Praça XV
1903 - Prolongamento da Rua do Sacramento (atual Avenida Passos) até a Rua Marechal Floriano
1903 - Inauguração do Jardim do Alto da Boa Vista
1903 a 1904 - Alargamento da antiga Rua da Prainha (atual Rua do Acre)
1904 - Construção do Aquário do Passeio Público
1904 - Obras na Rua 13 de Maio
1905 - Início da Construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (inaugurado em 1909)
1905 - Inauguração da nova estrada da Tijuca
1905 - Alargamento e prolongamento da Rua Marechal Floriano até o Largo de Santa Rita
1905 - Alargamento da Rua do Catete
1905 - Alargamento e prolongamento da Rua Uruguaiana
1905 - Inauguração da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), marco de sua administração
1905 - Decreto para a construção da Avenida Atlântica, em Copacabana
1905 - Inauguração da Escola-Modelo Tiradentes
1905 - Abertura da Rua Gomes Freire de Andrade
1905 - Abertura da Avenida Maracanã
Avenida Central. À esquerda o Teatro Municipal e à direita a Escola
Nacional de Belas Artes. Foto de Marc Ferrer (1909).
REVOLTA DA VACINA
Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio
fechado, transporte público assaltado e queimado,
lampiões quebrados às pedradas, destruição de
fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores
derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta
contra o projeto de vacinação obrigatório proposto
pelo sanitarista Oswaldo Cruz.
Gazeta de Notícias, 14 de novembro de 1904)
REVOLTA DA VACINA 1904
REVOLTA DA VACINA
Para erradicar a varíola, o sanitarista convenceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina
Obrigatória (31 de Outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por
policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força.
A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas
casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos mata-mosquitos, que agiam
acompanhados por policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de
supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina teria de ser aplicada
nas "partes íntimas" do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou
a ira da população, que se rebelou.
A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro, a oposição criava
a Liga contra a Vacina Obrigatória. Entre os dias 10 e 16 de novembro , a cidade virou um campo
de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas,
arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de
ferro. No dia 14, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se sublevaram contra as
medidas baixadas pelo Governo Federal.
A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de
sítio (16 de novembro). A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos. Centenas de
pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre.
Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em
pouco tempo, sido erradicada da capital.
FEITOS DE PEREIRA PASSOS
1906
1906 - Alargamento da Rua da Carioca
1906 - Inauguração da fonte do Jardim da Glória
1906 - Inauguração da nova Fortaleza na Ilha de Lage
1906 - Inauguração do palácio da exposição permanente de São Luiz (futuro Palácio
Monroe)
1906 - Conclusão das obras de melhoramento do porto do Rio de Janeiro e do Canal do
Mangue
1906 - Inauguração das obras de melhoramento e embelezamento do Campo de São
Cristóvão
1906 - Aterramento das praias do Flamengo e Botafogo, com construção de jardins;
1906 - Inauguração do alargamento da Rua Sete de Setembro , entre as avenidas Central e
Primeiro de Março
1906 - Inauguração da Avenida Beira-Mar
1906 - Reforma do Largo da Carioca
1906 - Construção do Pavilhão Mourisco, em Botafogo[4]
1906 - Construção do Restaurante Mourisco, próximo à estação das barcas, no Centro
1906 - Melhorias no abastecimento de água da cidade.
AVENIDA BEIRA MAR
Avenida Beira Mar, 1906
Alargamento da Rua Carioca
DESTRUIÇÃO DOS CORTIÇOS
A Alma encantadora das Ruas
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria
revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este
amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós
somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias,
nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a
polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o
sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida,
resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o
ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia, Os
séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos
notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da
rua.
A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que
vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico
que tem dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e
de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita
filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o
prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos,
mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e
nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir,
aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os
males da cidade, poeira d’ouro que se faz lama e torna a ser poeira – a rua criou
o garoto!

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Conhecimentos Regionais - RO
Conhecimentos Regionais - ROConhecimentos Regionais - RO
Conhecimentos Regionais - ROIareli Mangueira
 
Contexto social roraimense
Contexto social roraimenseContexto social roraimense
Contexto social roraimenseFabrício Lp
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3alcidessf
 
Região sudeste parte 1
Região sudeste parte 1Região sudeste parte 1
Região sudeste parte 1flaviocosac
 
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.Girleno Oliveira
 
Jequitinhonha mucuri mais que uma região de planejamento
Jequitinhonha   mucuri mais que uma região de planejamentoJequitinhonha   mucuri mais que uma região de planejamento
Jequitinhonha mucuri mais que uma região de planejamentoBruno Dias Bento
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNiaQuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNiaalcidessf
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2alcidessf
 
Questoes hist e geo de rondônia
Questoes hist e geo de rondôniaQuestoes hist e geo de rondônia
Questoes hist e geo de rondôniaAriadinis Fernandes
 
Colonizacao de porto velho
Colonizacao de porto velhoColonizacao de porto velho
Colonizacao de porto velhocfpe
 
7° ano região sudeste e sul
7° ano   região sudeste e sul7° ano   região sudeste e sul
7° ano região sudeste e sulTiago Marinho
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteJanicélia Feijó Garcia
 
OcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoOcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoPaticx
 
[Material de aula] região sudeste
[Material de aula] região sudeste[Material de aula] região sudeste
[Material de aula] região sudesteflaviocosac
 
Mato grosso do sul em geografia
Mato grosso do sul em geografiaMato grosso do sul em geografia
Mato grosso do sul em geografiaUFMS
 

Mais procurados (20)

Região sudeste
Região sudesteRegião sudeste
Região sudeste
 
Conhecimentos Regionais - RO
Conhecimentos Regionais - ROConhecimentos Regionais - RO
Conhecimentos Regionais - RO
 
Roraima
RoraimaRoraima
Roraima
 
História de roraima 2
História de roraima 2História de roraima 2
História de roraima 2
 
Contexto social roraimense
Contexto social roraimenseContexto social roraimense
Contexto social roraimense
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 3
 
Região sudeste parte 1
Região sudeste parte 1Região sudeste parte 1
Região sudeste parte 1
 
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.
Geografia do Brasil - Região Sudeste/ Relevo, vegetação, hidrografia.
 
Jequitinhonha mucuri mais que uma região de planejamento
Jequitinhonha   mucuri mais que uma região de planejamentoJequitinhonha   mucuri mais que uma região de planejamento
Jequitinhonha mucuri mais que uma região de planejamento
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNiaQuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia
 
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2
QuestõEs Comentadas De Geografia De RondôNia 2
 
Questoes hist e geo de rondônia
Questoes hist e geo de rondôniaQuestoes hist e geo de rondônia
Questoes hist e geo de rondônia
 
Colonizacao de porto velho
Colonizacao de porto velhoColonizacao de porto velho
Colonizacao de porto velho
 
7° ano região sudeste e sul
7° ano   região sudeste e sul7° ano   região sudeste e sul
7° ano região sudeste e sul
 
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa genteMato grosso do sul-Nossa história nossa gente
Mato grosso do sul-Nossa história nossa gente
 
Geo21
Geo21Geo21
Geo21
 
OcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato GrossoOcupaçãO De Mato Grosso
OcupaçãO De Mato Grosso
 
[Material de aula] região sudeste
[Material de aula] região sudeste[Material de aula] região sudeste
[Material de aula] região sudeste
 
Mato grosso do sul em geografia
Mato grosso do sul em geografiaMato grosso do sul em geografia
Mato grosso do sul em geografia
 
Geografia de Mato Grosso 0
Geografia de Mato Grosso 0Geografia de Mato Grosso 0
Geografia de Mato Grosso 0
 

Semelhante a Memória da Cidade: A História do Rio de Janeiro

A história urbana da cidade do rio de janeiro
A história urbana da cidade do rio de janeiroA história urbana da cidade do rio de janeiro
A história urbana da cidade do rio de janeiroSalageo Cristina
 
Santa catarina prof.samanta
Santa catarina  prof.samantaSanta catarina  prof.samanta
Santa catarina prof.samantajacoanderle
 
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01Sidnea Marinho
 
Retrospectiva Histórica Do Brasil Colônia
Retrospectiva Histórica Do Brasil ColôniaRetrospectiva Histórica Do Brasil Colônia
Retrospectiva Histórica Do Brasil ColôniaFabio Santos
 
As relações étnicas na conquista da guanabara
As relações  étnicas na conquista da guanabaraAs relações  étnicas na conquista da guanabara
As relações étnicas na conquista da guanabaraMaike Piragibe Cavalcante
 
Espírito santo colonial
Espírito  santo colonialEspírito  santo colonial
Espírito santo colonialYara Ribeiro
 
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASIL
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASILRELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASIL
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASILMarcelo Abreu Gomes
 
Descobrimento do brasil imagens
Descobrimento do brasil  imagensDescobrimento do brasil  imagens
Descobrimento do brasil imagensPéricles Penuel
 
00 história rafael - américa portuguesa parte 1
00 história   rafael  - américa portuguesa parte 100 história   rafael  - américa portuguesa parte 1
00 história rafael - américa portuguesa parte 1Rafael Noronha
 
Descobrimento do brasil tmp
Descobrimento do brasil tmpDescobrimento do brasil tmp
Descobrimento do brasil tmpPéricles Penuel
 
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1
Relendo Macahé em  Viagem à Terra do Brasil 1Relendo Macahé em  Viagem à Terra do Brasil 1
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1Marcelo Abreu Gomes
 
História do brasil, invasões holandesas e francesa
História do brasil, invasões holandesas e francesaHistória do brasil, invasões holandesas e francesa
História do brasil, invasões holandesas e francesaÓcio do Ofício
 
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...Professor: Ellington Alexandre
 

Semelhante a Memória da Cidade: A História do Rio de Janeiro (20)

A história urbana da cidade do rio de janeiro
A história urbana da cidade do rio de janeiroA história urbana da cidade do rio de janeiro
A história urbana da cidade do rio de janeiro
 
Santa catarina prof.samanta
Santa catarina  prof.samantaSanta catarina  prof.samanta
Santa catarina prof.samanta
 
Brasil colonial
Brasil colonialBrasil colonial
Brasil colonial
 
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01
I retrospectivahistricadobrasilcolnia-090423141328-phpapp01
 
Retrospectiva Histórica Do Brasil Colônia
Retrospectiva Histórica Do Brasil ColôniaRetrospectiva Histórica Do Brasil Colônia
Retrospectiva Histórica Do Brasil Colônia
 
As relações étnicas na conquista da guanabara
As relações  étnicas na conquista da guanabaraAs relações  étnicas na conquista da guanabara
As relações étnicas na conquista da guanabara
 
Zona sul 4
Zona sul 4Zona sul 4
Zona sul 4
 
Espírito santo colonial
Espírito  santo colonialEspírito  santo colonial
Espírito santo colonial
 
Arquitetura neoclássica no rj ok
Arquitetura neoclássica no rj okArquitetura neoclássica no rj ok
Arquitetura neoclássica no rj ok
 
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASIL
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASILRELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASIL
RELENDO MACAHÉ - VIAGEM À TERRA DO BRASIL
 
Descobrimento do brasil imagens
Descobrimento do brasil  imagensDescobrimento do brasil  imagens
Descobrimento do brasil imagens
 
00 história rafael - américa portuguesa parte 1
00 história   rafael  - américa portuguesa parte 100 história   rafael  - américa portuguesa parte 1
00 história rafael - américa portuguesa parte 1
 
Descobrimento do brasil tmp
Descobrimento do brasil tmpDescobrimento do brasil tmp
Descobrimento do brasil tmp
 
Espírito Santo Colonial
Espírito Santo ColonialEspírito Santo Colonial
Espírito Santo Colonial
 
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1
Relendo Macahé em  Viagem à Terra do Brasil 1Relendo Macahé em  Viagem à Terra do Brasil 1
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1
 
Metrô 2
Metrô 2Metrô 2
Metrô 2
 
História do brasil, invasões holandesas e francesa
História do brasil, invasões holandesas e francesaHistória do brasil, invasões holandesas e francesa
História do brasil, invasões holandesas e francesa
 
Salvador
SalvadorSalvador
Salvador
 
História 6º
História 6ºHistória 6º
História 6º
 
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...
seminário do 9º ano A turno manhã escola MHS Santa Rita PB tema História da P...
 

Último

2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESEduardaReis50
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelGilber Rubim Rangel
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdfLeloIurk1
 

Último (20)

2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕESCOMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
COMPETÊNCIA 4 NO ENEM: O TEXTO E SUAS AMARRACÕES
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim RangelDicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 

Memória da Cidade: A História do Rio de Janeiro

  • 1. Memória da Cidade História e patrimônio urbano no Brasil RIO DE JANEIRO Profa. Ms. Ynaê Lopes dos Santos Mestre em História Social – USP Doutoranda em História Social – USP Rio de Janeiro, Outubro de 2011
  • 2. “No mar estava escrito uma cidade”. C.D.A
  • 3. Carioca: “casa de Branco” • Antes da chegada do europeus nas Américas, a região que ficou conhecida como capitania do Rio de Janeiro era, em sua maioria, habitada por índios tamoios e tupis.
  • 4. O RIO DE JANEIRO E O NASCIMENTO DO MUNDO ATLÂNTICO • Existe certo mistério em relação à descoberta da baía de Guanabara. • Hipótese mais recorrente aponta que a descoberta teria ocorrido no dia 1º de janeiro de 1502, data que teria batizado, anos mais tarde, a cidade. • Mas diários de Navegação apontam que a chegada à baía da Guanabara teria ocorrido em outro mês
  • 5. FRANÇA ANTÁRTIDA • No Verão de 1544 Nicolas Durand de Villegagnon visitou secretamente a região do Cabo Frio, na costa do Brasil, onde seus compatriotas habitualmente escambavam. Ali obteve valiosas informações junto aos Tamoios, informando-se dos hábitos dos portugueses naquele litoral, colhendo dados essenciais ao futuro projeto de uma expedição para a fundação de um estabelecimento colonial. O local escolhido localizava-se cerca de cento e cinquenta quilômetros a Oeste: a Baía de Guanaba, evitada pelos portugueses devido à hostilidade dos indígenas na região. O projeto concebia transformá-la em uma poderosa base militar e naval, de onde a Coroa Francesa poderia tentar o controle do comércio com as Índias. Embora na ocasião não a tenha visitado, estava acerca dela bem informado por André Thèvet, que já a havia visitado por duas vezes, estando ciente de que os portugueses receavam os Tupinambás, indígenas ali estabelecidos. Na ocasião fez boas relações com ambos os povos (Tamoios e Tupinambás) recolhendo, além de valiosas informações, uma boa carga, com a qual lucrou ao retornar à França
  • 6. FRANÇA ANTÁRTIDA Em fins de 1554, o soberano ordenou ao seu principal ministro, Gaspard de Coligny (ainda católico), a preparação de uma expedição sigilosa ao Brasil, cujo comando entregou a Villegagnon. Embora tenha fornecido recursos modestos (apenas dez mil libras), os armadores de Dieppe (base do armador Jean Ango, experiente com a costa brasileira), decidiram investir na expedição. À falta de voluntários para integrá-la, Villegagnon percorreu as prisões da região norte da França, prometendo a liberdade a quem quer que se lhe juntasse. Para não despertar a atenção do Ministro de Portugal na França, Villegagnon fez espalhar a notícia de que a expedição se dirigia à costa da Guiné. Tendo atingido a baía de Guanabara em 10/11/1555, após tomar posse da Ilha de Sergipe, escolhida como local de estabelecimento da principal defesa da França Antártica, principiou-se a instalação. Para esse fim, foram providenciados alojamentos em terra e desembarcados homens, armas, munições e ferramentas. Apesar das dificuldades com a mão-de-obra européia, gracas ao auxílio dos indígenas, uma fortificação foi concluída em três meses. Ao fim de alguns meses, entretanto, essa mão-de-obra cansou-se dos presentes que recebia, assim como do excesso de trabalho, uma vez que os franceses se esquivavam das tarefas mais pesadas. O Forte Coligny dispunha de cinco baterias apontadas para o mar.
  • 7. FORTE COLIGNY Mapa francês da baía de Guanabara, c. 1555.
  • 8. FUNDAÇÃO DO RIO DE JANEIRO • A região da Baía de Guanabara possuía um dos portos com a melhor defesa natural em toda a América: uma entrada marítima estreita com quatro morros circundando-a. Dessa feita, as mesmas vantagens naturais que levaram franceses a invadir essa parte da América portuguesa também mobilizaram aos lusitanos ocupar a região.
  • 9. FUNDAÇÃO DO RIO DE JANEIRO São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada no contexto de conquista e colonização do século XVI, que obrigou os portugueses a responder de forma mais efetiva às invasões da França em terra lusitanas de além mar. No ano de 1555, a província do Rio de Janeiro foi, em parte, tomada por Villegaignon, que ficou na América portuguesa por cinco anos. A eficácia da investida francesa no Brasil deveu-se em grande parte à ausência do aparato metropolitano na região. Em 1555, a futura cidade do Rio de Janeiro era uma porção de terras alagadiças habitada por índios – na sua maioria tamoios que contava apenas com uma pequena casa forte na Praia da Saudade, construída por Martim Afonso de Sousa na década de 1530. Embora as atenções das autoridades portuguesas estivessem voltadas para a região nordeste da colônia – que em meados do século XVI já era importante produtora de açúcar –, a invasão francesa no sudeste foi um lembrete, no mínimo incômodo, da necessidade em ocupar, efetivamente, toda a região costeira das possessões do Novo Mundo. Neste cenário de reconquista, destacou-se o nome de Mem de Sá, o reinol responsável pela expulsão dos franceses.
  • 10. SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO Finalmente, a 1º de março, Estácio de Sá desembarcava a sua gente numa estreita praia entre o morro do Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão, iniciando imediatamente a construção de uma paliçada (atual Fortaleza de São João) e declarando fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, uma homenagem ao nome do soberano. Na ocasião, o padre Gonçalo de Oliveira entronizou, numa ermida de taipa, coberta de sapê, uma imagem de São Sebastião, que passava a ser o padroeiro da cidade. O próprio Estácio instituiu, na ocasião, as três setas do martírio do santo como armas da cidade. Ainda com os primeiros muros sendo levantados, a recém-fundada cidade sofreu um assalto por mar, a 6 de março, desfechado por três naus francesas e mais de cento e trinta canoas de guerra procedentes do Cabo Frio. Após alguns dias resistindo ao assalto, Estácio decidiu passar ao contra-ataque, acometendo as embarcações francesas e logrando repelí-las.
  • 11. TRANSFERÊNCIA PARA O MORRO DO CASTELO • O marco zero do Rio de Janeiro foi construído em Vila Velha - quando o padre Gonçalo Oliveira ergueu uma igreja no pé do morro do Pão de Açúcar em 1º de março de 1565. Dois anos depois, seguindo a lógica defensiva e os critérios de sobrevivência, a vila foi transferida para o morro do Castelo, onde havia maior oferta de água, mais ventos e maior segurança. Ali, a Câmara, a cadeia, a casa do governador, as igrejas e algumas casas mais abastadas foram muradas de acordo com um modelo urbanístico profundamente militarizado. Procurando incrementar suas atividades portuárias, ainda no século XVI, a cidade expandiu seu espaço geográfico e sua importância política. Após a vitória sobre os tamoios e o fim das ofensivas espanholas e francesas, a cidade desceu o morro e a várzea passou a ser ocupada pelos habitantes e pelo apostolado. Nas terras enxutas foi delineado o perímetro urbano que além de ganhar as ruas próximas o Morro do Castelo (como a Ladeira da Ajuda e a Ladeira do Castelo) ocupou as regiões próximas ao Morro de São Bento. Criou-se então um plano urbanístico ortogonal muito semelhante a um tabuleiro de xadrez. Nesse modelo de plano urbano, o plano radiocêntrico é oposto pela implementação de ruas retas que se cruzam formando ângulos igualmente retos.
  • 12. IMPORTÂNCIA DA IGREJA A organização espacial dos centros urbanos coloniais foi realizada quase toda pela Igreja Católica. As leis eclesiásticas e a própria religiosidade criaram uma dinâmica de cotidiano nas vilas e cidades até as reformas Pombalinas no final do século XVIII. Mas não era apenas pelo soar dos sinos e pela magnitude de seus edifícios que a Igreja Católica fazia sentir sua presença. Também preocupada com a segurança da vila, as diferentes ordens religiosas tiveram grande influência na construção das primeiras muralhas e forte. Além disso, do nascimento à morte, a Igreja e a religião católica fizeram parte da vida de todos os habitantes da cidade. A sociabilidade desse período era, em boa parte, criada a partir das missas, dos funerais, das festas litúrgicas e de instituições que funcionavam como “braços” da Igreja, tais como a Santa Casa de Misericórdia (fundada em 1582) e as Irmandades de Ordem Terceira que passaram a “pipocar” a partir dos seiscentos.
  • 13. CARTA TOPOGRÁFICA DO RIO DE JANEIRO Carta Topographica da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeyro, tirada, e executada pelo Capitão Andre Vaz Figueyra, Academico da Aula Militar. Anno de1750". autor: André Vaz Figueira
  • 14. LARGO DO PAÇO Construído em 1733 durante o governo de Gomes Freire de Andrade, o conde de Bobadela
  • 15. AQUEDUTO DA CARIOCA Inaugurado em 1750 Leandro Joaquim, Lagoa do Boqueirão da Ajuda, 1790 (futuro Passeio Público)
  • 16. O RIO DE JANEIRO ILUSTRADO A planta de 1767 corresponde ao levantamento realizado nesse ano, mostrando um significativo avanço da área edificada da cidade em direção ao interior Autor: não identificado. Fonte: Original manuscrito do Arquivo Histórico do Exército, Rio de Janeiro.
  • 17. CRESCIMENTO POPULACIONAL APÓS A ELEVAÇÃO A VICE-REINADO
  • 18. HABITANTES DO RIO COLÔNIA Configuração que mostra a Entrada do Rio de Ianeiro em distancia de meya legoa ao mar. No. 6 Na. Sa. De Copacabana, No. 7 o Pão de Assucar, No. 8 Fortaleza de Sa. Crus". 1779 autor: Carlos Julião
  • 19. Vestuário de mulheres escravas no Rio de Janeiro, 1770 Festa de Nossa Senhora do Rosário, Rio de Janeiro, 1770 Negras de Tabuleiro, 1770
  • 20. CHAFARIZ DO CARMO Chafariz projetado por Mestre Valentim e construído entre 1779-1780 Thomas Ender, Chafariz do Carmo, 1817
  • 21. PASSEIO PÚBLICO Primeiro Parque Ajardinado do Brasil foi concebido por Mestre Valentim e construído em 1783, tornando-se o grande ponto de encontro da população carioca
  • 22. CHAFARIZ DAS MARRECAS Construído pelo Mestre Valentim para fornecer água ao Passeio Público Pallière, Chafariz das Marrecas, 1830
  • 24. VALONGO O Mercado do Valongo foi construído em 1769, quando a América Portuguesa estava sob a administração do vice-rei Marquês do Lavradio. O objetivo principal do vice-rei era retirar o desembarque e a comercialização de escravos da região central da cidade. Segundo o Marquês, tal atitude evitaria “o terrível costume de tão logo os negros desembarcarem no porto vindos da costa africana, entrar na cidade através das principais vias públicas, não penas carregados de inúmeras doenças, mas nus (...) e fazem tudo o que a natureza sugeria no meio da rua.” (Carta do Marquês do Lavradio. Apub: PEREIRA, 2007, p. 72). O lugar escolhido para ser a nova praça de comércio de africanos novos foi a Rua do Valongo (que deu o nome ao mercado), situada na freguesia de Santa Rita. Embora fosse um lugar relativamente distante das principais vias da época, a Rua do Valongo possuía duas importantes vantagens: ainda fazia parte do perímetro urbano da cidade, o que permitia o fácil trânsito para o centro comercial do Rio de Janeiro; e tinha acesso direto ao porto.
  • 25.
  • 26. RIO: CAPITAL DO IMPÉRIO ULTRAMARINO
  • 27. Diversas mudanças foram feitas a fim de adaptar a cidade à sua nova condição: • • • • • • • • A criação da academia militar e de novas cadeias; a abertura dos cursos médicos; a construção do Horto Botânico e do Museu Real; a instalação da Biblioteca Real em 1814 ; a abertura da Escola Real de Ciência, Artes e Ofício; a construção da Quinta da Boa Vista (1811) moradia da família real, Construção do Campo de Santana (1815).; Teatro São José e o Passeio Público foram reformados para que a nobreza pudesse circular em locais apropriados e condizentes ao seu significado, evidenciando, assim, seu prestígio social.
  • 28. INTENDÊNCIA GERAL DA POLÍCIA DA CORTE • A Intendência Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil merece especial atenção, pois foi o órgão responsável o pela coordenação da magistratura de boa parte da Corte joanina. Com o objetivo de assegurar a limpeza, a saúde e a segurança da cidade, a Intendência viabilizou o processo civilizador na nova capital, já iniciado com as mudanças pombalinas, mas que foi levado a cabo pelo regente D. João. •
  • 29. A INTENDÊNCIA SOB A CHEFIA DE PAULO FERNADES VIANA (1808-1821) Junto às reuniões quase diárias com D. João, o intendente construiu uma ampla rede de comunicação que articulou as principais autoridades governativas do Brasil (governadores de capitania, ouvidores, ministros, juízes de fora e de crime de bairro, etc.), visando tratar dos mais variados assuntos. A fim de facilitar essa comunicação, o Príncipe Regente dividiu a Corte em duas jurisdições que ficaram sob a responsabilidade de dois Juízes de Crime, cargo recém-criado, cujos ocupantes seriam escolhidos pelo monarca. Subordinados ao Intendente, esses magistrados facilitaram a associação dos poderes policiais e judiciais
  • 30. ALGUMAS FUNÇÕES DA INTENDÊNCIA • • • • • • • Implementação da Décima Urbana Calçamento de vias Aterramento de Brejos Ampliação do Perímetro Urbano Iluminação Noturna Rondas Noturnas Construções de estradas que ligassem a cidade às regiões produtoras de alimentos
  • 31. QUESTÕES COTIDIANAS DA INTENDÊNCIA GERAL DE POLÍCIA • “Aos vinte e nove dias do mês de Novembro de mil oitocentos e dezenove anos, na Secretaria da Intendência Geral da Polícia compareceu Joanna Francisca preta forra de ordem do conselheiros Intendente Geral da Polícia Paulo Fernandes Vianna, e pelo mesmo Conselheiros lhe foi determinado que vizinhasse bem com Maria Roza, casada com Pedro Congo, e no caso de contravenção ser presa por vinte dias na cadeia. O que sendo por ela ouvido assim o prometeu cumprir, e assinou a seu rogo Antonio Felipe de Souza por ela não saber escrever, e eu Antonio Xavier da Rocha que o escrevi e assinei. Antonio Xavier da Rocha Antonio Felipe de Souza.” • “Aos vinte e seis dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e vinte anos, na Secretaria da Intendência Geral da Polícia apareceu José Patrício, e pelo Conselheiro Intendente Paulo Fernandes Vianna lhe foi determinado que assinasse Termo de não rondar a preta do suplicante Antonio da Silva Paes, e lhe (ilegível) e de não seduzir a escrava do mesmo suplicante com a pena de três meses de prisão, e trabalhos em obras públicas. O que tendo lhe ouvido se obrigou cumprir e por não saber escrever se assinou com a cruz, sinal de que usa, e eu Francisco Xavier Barreiro que escrevi e assinei. Francisco Xavier Barreiro” • “Aos três dias do mês de Outubro de mil oitocentos e vinte e três anos à Secretaria da Intendência foram vindos d’ordem do Intendente Estevão Ribeiro Rezende, Jacinto Pinto Gomes e Domingo Coutinho Pereira, e pelo dito Intendente lhes foi determinado, que assinassem o termo de não darem coito a negros fugidos, e nem terem comércio com eles, e menos darem-lhes entrada nas suas casas de molhados, pena no caso de obrarem o contrário de três meses de prisão, e de nunca mais poderem abrir as ditas casas. O que sendo por eles ouvido assim o prometeram cumprir, e assinaram esse termo, comigo que o escrevi e assinei Antonio Xavier da Rocha”
  • 32. A ESCRAVIDÃO EM TODO LUGAR • Não era preciso mais que um breve passeio pelo centro para confirmar a força de seu pragmatismo: a escravidão estava em todo lugar. Luccock chegou a comparar, ainda em 1808, o Rio de Janeiro com o coração da África, com a particularidade, porém, de que, como ressaltou Leithold, • "negros e negras se cumprimentam ao estilo europeu: os homens tirando o chapéu com uma inclinação na cabeça; as mulheres fazendo uma reverência”. Debret, no início dos oitocentos, relatou como que "percorrendo as ruas fica-se espantado com a prodigiosa quantidade de negros, perambulando seminus e que executam os trabalhos mais penosos”
  • 33. RUA DIREITA, A PRINCIPAL VIA DO RIO Rugendas, Rua Direita
  • 34. A MÃO DE OBRA QUE TRANSFORMOU A CIDADE EM CORTE Praticamente todas as obras descritas foram feitas com mãode-obra escrava; e o uso dos cativos não parou por aí. Durante todo o período joanino bem como nos anos que se seguiram até maio de 1888, parte expressiva da rede de serviços urbanos era realizada por escravos. Essas duas constatações permitem afirmar que, na prática, não existiu nenhuma contradição insolúvel na dinâmica de uma Corte escravista. Debret, Calçamento público
  • 36. A ESCRAVIDÃO E A CORTE Embora um rumor de que a vinda da Família Real para o Brasil representaria o fim da escravidão tenha se espalhado entre a escravaria, teria sido um despautério abolir o escravismo no Rio de Janeiro para garantir certa fidedignidade ao modelo de Corte existente em Lisboa desde 1773.
  • 37. TEATRO SÃO JOÃO Debret Teatro São João, construído em 1813, atual Teatro São Caetano
  • 38. POPULAÇÃO ESCRAVA CRESCEU COM A VINDA DA CORTE • Os dados trabalhados por Manolo Florentino apontam uma duplicação no volume dos cativos que chegavam da África. • No curto espaço de três anos: em 1808 a estimativa era que aportavam, anualmente, 9.602 cativos no Rio de Janeiro, número que cresceu para 18.677 em 1810. • É claro que boa parte dos escravos seguia para outras regiões do sudeste brasileiro, mas, vale ressaltar, um significativo número deles ficava na Corte, principalmente nas freguesias urbanas, como aponta a tabela a seguir.
  • 39. População da cidade do Rio de Janeiro por freguesia em 1821 Freguesias Urbanas Fogos Pessoas Livres Escravos Total Santa Rita 1.742 6.949 6.795 13.744 Santana 1.351 6.887 3.948 10.835 Sacramento 3.352 12.525 9.961 22.486 Candelária 1.434 5.405 7.040 12.445 São José 2.272 11.373 8.438 19.811 Total 10.151 43.136 36.139 79.321
  • 40. Volume e direção do tráfico
  • 41. TRÁFICO TRANSATLÂNTICO: Do interior à Costa “Caravanas de escravos na África em viagem para a costa” (séc. XIX)
  • 42. O mercado de escravos na África “Hangar para escravos” (século XIX)
  • 43. Rumo ao navio “Canoa de transporte de escravos” (Serra Leoa, 1840)
  • 44. O navio negreiro “Planta do navio Vigilante” (1822)
  • 45. A vida nos navios negreiros Rugendas, “Negros no porão” (1835)
  • 46. O controle do comércio Registro de Africanos do Navio “Virginia” (1823)
  • 47. ORIGEM DOS AFRICANOS ESCRAVIZADOS
  • 48. “NAÇÕES AFRICANAS” NO RIO Debret, Escravas negas de diferentes nações, s/d.
  • 49. “NAÇÕES AFRICANAS” NO RIO Debret, Diferentes Nações Negras
  • 51. ESCRAVOS AO GANHO • Na atividade do ganho característica dos grandes centros urbanos do Brasil, como Salvador, Recife e a capital da Corte –, o escravo teria que dispor de sua força de trabalho, passando a maior parte do tempo nas ruas à procura de serviços e, portanto, longe das vistas de seu senhor.
  • 52.
  • 53. ESCRAVOS DOMÉSTICOS A maior parte dos cativos do Rio de Janeiro era destinada aos afazeres domésticos, cuja parcela significativa era semelhante aos serviços realizados pelos escravos das zonas agrícolas. As famílias ricas do Rio tinham cozinheiras, copeiras, mucamas, cocheiros, lavadeiras e engomadeiras e cada uma dessas sub-atividades estava relacionada com um espaço específico da casa senhorial. Em certos casos, o nível de especialização dos serviços domésticos era tamanho que chegavam a exigir certa profissionalização dos cativos, o que em diversas situações chegou a moldar uma hierarquia entre os escravos domésticos de um mesmo senhor.
  • 54. ESCRAVOS COMO SÍBOLO DE STATUS SOCIAL
  • 56. A RUA É DELES E DELAS...
  • 57. FORA DO HORÁRIO DE TRABALHO
  • 58. CRIMINALIDADE ESCRAVA NA CORTE • FUGAS • FORMAÇÃO DE QUILOMBOS • PEQUENOS CRIMES
  • 59. ESTRADA DE FERRO • a construção de um trecho de 14 Km de linha férrea entre o porto de Mauá, na baía de Guanabara, e a estação de Fragoso, na raiz da serra da Estrela (Petrópolis), na então Província do Rio de Janeiro, a primeira no Brasil.[2 No dia da inauguração (30 de abril de 1854), na presença do imperador e de autoridades, a locomotiva, posteriormente apelidada de Baroneza[ (em homenagem à esposa de Mauá), percorreu em 23 minutos o percurso. Na mesma data, em reconhecimento, o empresário recebeu o título de barão de Mauá. Este seria o primeiro trecho de um projeto maior, visando a comunicar a região cafeicultora do vale do rio Paraíba e de Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro. Em 1873 pela Estrada União e Indústria, a primeira estrada pavimentada no país, chegavam as primeiras cargas de Minas Gerais para a Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois Estrada de Ferro Central do Brasil) empreendimento estatal inaugurado em 1858, que oferecia fretes mais baixos. Em 1882, vencidas as dificuldades técnicas da serra, os trilhos chegavam a Petrópolis.
  • 60. BONDES CARIOCAS O primeiro bonde do Rio de Janeiro circula, puxado a burro, em 30 de janeiro de 1859, ligando o Largo do Rocio (atual Praça de Tiradentes) a um local perto da atual Usina, na Tijuca, num trajeto de 7 km de comprimento. Mas tarde esta linha tem a tração animal substituída pela do vapor em setembro de 1862 - o que leva a companhia exploradora do serviço à falência e à extinção do serviço em 28 de novembro de 1865. Três anos depois, em 8 de outubro de 1868, inaugura-se o primeiro trecho da linha de bondes da The Botanical Garden Rail Road Company ligando a esquina da ruas do Ouvidor e Gonçalves Dias, no Centro, ao Largo do Machado, no Catete; e em 19 de janeiro de 1870, a recém-criada companhia Rio de Janeiro Street Railway reabre a linha da Tijuca, sendo novamente usada a tração animal. Está criado, na cidade do Rio de Janeiro, um sistema de transportes públicos sobre trilhos - que passarão aqui a ser conhecidos por bondes - e que irá permanecer (com muitas altereções, naturalmente) até aos dias de hoje
  • 61.
  • 62. BONS DIAS NO BONDE Ocorreu -me compor uma certas regras para uso dos que frequentam bonds. O desenvolvimento que tem sido entre nós esse meio de locomoção, essencialmente democrático! exige que ele não seja deixado ao puro capricho dos passageiros. Não posso dar aqui mais do que alguns extratos do meu trabalho; basta saber que tem nada menos de setenta artigos. Vão apenas dez. Art. I - Dos encatarroados Os encatarroados podem entrar nos bonds com a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro. Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os encatarroados têm dois alvitres: -ou irem a pé, que é bom exercício, ou meterem-se na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue. Os encatarroados que estiverem nas extremidades dos bancos, devem escarrar para o lado da rua, em vez de o fazerem no próprio bond, salvo caso de aposta, preceito religioso ou maçônico, vocação, etc., etc. Art. II - Da posição das pernas As pernas devem trazer-se de modo que não constranjam os passageiros do mesmo banco. Não se proíbem formalmente as pernas abertas, mas com a condição de pagar os outros lugares, e fazê-los ocupar por meninas pobres ou viúvas desvalidas, mediante uma pequena gratificação.
  • 63. BONS DIAS NOS BONDES Art. III - Da leitura dos jornais Cada vez que um passageiro abrir a folha que estiver lendo, terá o cuidado de não roçar as ventas dos vizinhos, nem levar-lhes os chapéus. Também não é bonito encostá-los no passageiro da frente. Art. IV - Dos quebra-queixos É permitido o uso dos quebra-queixos em duas circunstâncias: a primeira quando não for ninguém no bond, e a segunda ao descer. Art. V - Dos amoladores Toda a pessoa que sentir necessidade de contar os seus negócios íntimos, sem interesse para ninguém, deve primeiro indagar do passageiro escolhido para uma tal confidência, se ele é assaz cristão e resignado. No caso afirmativo, perguntar-se-lhe-á se prefere a narração ou uma descarga de pontapés. Sendo provável que ele prefira os pontapés, a pessoa deve imediatamente pespegá-los. No caso, aliás extraordinário e quase absurdo, de que o passageiro prefira a narração, o proponente deve fazê-lo minuciosamente, carregando muito nas circunstâncias mais triviais, repelindo os ditos, .pisando e repisando as coisas, de modo que o paciente jure aos seus deuses não cair em outra.
  • 64. CRESCIMENTO PARA A ZONA SUL Túnel Aloar Prata (Túnel Velho) inaugurado em 1892 ligava Botafogo à Copacabana foi reformado em 1926.
  • 70. Rio de Janeiro em 1879 Planta da cidade do Rio de Janeiro com o seu traçado urbano, em 1879, mostrando os principais prédios públicos em vermelho e as igrejas em preto, Luiz Schreiner. Fonte: Bolsa do Rio XXI, 2000.
  • 72. A FESTA DA ABOLIÇÃO Missa de Ação de Graças No Rio de Janeiro reuniu A Princesa Isabel e Cerca de 20 mil pessoas para celebrar a Abolição da Escravidão em 17 de maio de 1888.
  • 73. DESTRUIÇÃO DO CABEÇA DE PORCO 1892
  • 74. RIO DE JANEIRO DE PEREIRA PASSOS No início do século XX, o Rio de Janeiro passava por graves problemas sociais, decorrentes, em grande parte de seu rápido e desordenado crescimento, alavancado pela imigração europeia e pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre. Na ocasião em que Pereira Passos assume a Prefeitura da cidade, o Rio de Janeiro, com sua estrutura de cidade colonial, possuía quase um milhão de habitantes carentes de transporte, abastecimento de água, rede de esgotos, programas de saúde e segurança. No centro do Rio de janeiro – a Cidade Velha e adjacências – eclodiam habitações coletivas insalubres (cortiços), epidemias de febra amarela, varíola, cólera, conferindo à cidade a fama internacional de porto sujo ou "cidade da morte", como se tornara conhecida. A reforma urbana de Pereira Passos, período conhecido popularmente como “Bota-abaixo”, visou o saneamento, o urbanismo e o embelezamento, dando ao Rio de Janeiro ares de cidade moderna e cosmopolita.
  • 75. FEITOS DE PEREIRA PASSOS 1903-1905 1903 - Inauguração do Pavilhão da Praça XV 1903 - Prolongamento da Rua do Sacramento (atual Avenida Passos) até a Rua Marechal Floriano 1903 - Inauguração do Jardim do Alto da Boa Vista 1903 a 1904 - Alargamento da antiga Rua da Prainha (atual Rua do Acre) 1904 - Construção do Aquário do Passeio Público 1904 - Obras na Rua 13 de Maio 1905 - Início da Construção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro (inaugurado em 1909) 1905 - Inauguração da nova estrada da Tijuca 1905 - Alargamento e prolongamento da Rua Marechal Floriano até o Largo de Santa Rita 1905 - Alargamento da Rua do Catete 1905 - Alargamento e prolongamento da Rua Uruguaiana 1905 - Inauguração da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), marco de sua administração 1905 - Decreto para a construção da Avenida Atlântica, em Copacabana 1905 - Inauguração da Escola-Modelo Tiradentes 1905 - Abertura da Rua Gomes Freire de Andrade 1905 - Abertura da Avenida Maracanã
  • 76. Avenida Central. À esquerda o Teatro Municipal e à direita a Escola Nacional de Belas Artes. Foto de Marc Ferrer (1909).
  • 77. REVOLTA DA VACINA Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Gazeta de Notícias, 14 de novembro de 1904)
  • 79. REVOLTA DA VACINA Para erradicar a varíola, o sanitarista convenceu o Congresso a aprovar a Lei da Vacina Obrigatória (31 de Outubro de 1904), que permitia que brigadas sanitárias, acompanhadas por policiais, entrassem nas casas para aplicar a vacina à força. A população estava confusa e descontente. A cidade parecia em ruínas, muitos perdiam suas casas e outros tantos tiveram seus lares invadidos pelos mata-mosquitos, que agiam acompanhados por policiais. Jornais da oposição criticavam a ação do governo e falavam de supostos perigos causados pela vacina. Além disso, o boato de que a vacina teria de ser aplicada nas "partes íntimas" do corpo (as mulheres teriam que se despir diante dos vacinadores) agravou a ira da população, que se rebelou. A aprovação da Lei da Vacina foi o estopim da revolta: no dia 5 de novembro, a oposição criava a Liga contra a Vacina Obrigatória. Entre os dias 10 e 16 de novembro , a cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes, fez barricadas, arrancou trilhos, quebrou postes e atacou as forças da polícia com pedras, paus e pedaços de ferro. No dia 14, os cadetes da Escola Militar da Praia Vermelha também se sublevaram contra as medidas baixadas pelo Governo Federal. A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina e a declarar estado de sítio (16 de novembro). A rebelião foi contida, deixando 50 mortos e 110 feridos. Centenas de pessoas foram presas e, muitas delas, deportadas para o Acre. Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado, tendo a varíola, em pouco tempo, sido erradicada da capital.
  • 80. FEITOS DE PEREIRA PASSOS 1906 1906 - Alargamento da Rua da Carioca 1906 - Inauguração da fonte do Jardim da Glória 1906 - Inauguração da nova Fortaleza na Ilha de Lage 1906 - Inauguração do palácio da exposição permanente de São Luiz (futuro Palácio Monroe) 1906 - Conclusão das obras de melhoramento do porto do Rio de Janeiro e do Canal do Mangue 1906 - Inauguração das obras de melhoramento e embelezamento do Campo de São Cristóvão 1906 - Aterramento das praias do Flamengo e Botafogo, com construção de jardins; 1906 - Inauguração do alargamento da Rua Sete de Setembro , entre as avenidas Central e Primeiro de Março 1906 - Inauguração da Avenida Beira-Mar 1906 - Reforma do Largo da Carioca 1906 - Construção do Pavilhão Mourisco, em Botafogo[4] 1906 - Construção do Restaurante Mourisco, próximo à estação das barcas, no Centro 1906 - Melhorias no abastecimento de água da cidade.
  • 83.
  • 86.
  • 87. A Alma encantadora das Ruas Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia – o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia, Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua.
  • 88. A rua faz as celebridades e as revoltas, a rua criou um tipo universal, tipo que vive em cada aspecto urbano, em cada detalhe, em cada praça, tipo diabólico que tem dos gnomos e dos silfos das florestas, tipo proteiforme, feito de risos e de lágrimas, de patifarias e de crimes irresponsáveis, de abandono e de inédita filosofia, tipo esquisito e ambíguo com saltos de felino e risos de navalha, o prodígio de uma criança mais sabida e cética que os velhos de setenta invernos, mas cuja ingenuidade é perpétua, voz que dá o apelido fatal aos potentados e nunca teve preocupações, criatura que pede como se fosse natural pedir, aclama sem interesse, e pode rir, francamente, depois de ter conhecido todos os males da cidade, poeira d’ouro que se faz lama e torna a ser poeira – a rua criou o garoto!