O documento discute os benefícios da convivência com animais de estimação para a saúde de idosos. Estudos mostram que o contato com cães, gatos e outros bichos de estimação pode melhorar a saúde física e mental de pessoas idosas, ajudando a combater a solidão e problemas como depressão. No Brasil, cães e gatos são os animais de estimação mais comuns, sendo que gatos têm conquistado cada vez mais lares de idosos.
1. INTOXICAÇÃO POR MEDICAMENTOS É
A SEGUNDA CAUSA DE INTERNAÇÃO DE
IDOSOS
Os idosos podem se intoxicar com os medicamentos
de uso diário e por vários motivos que vão desde o
esquecimento a problemas de visão.
Uma das principais causas de internação hospitalar em idosos, depois
das quedas, é a intoxicação por medicamentos (hiperlink). Segundo dados do
DataSus até 10% dos atendimentos médicos se deve aos efeitos tóxicos de
medicações, com grande parte evoluindo para morte. Os idosos estão
predispostos a se intoxicarem com medicamentos por várias razões: uso de
várias medicações para diferentes patologias, problemas de memória,
problemas de visão, automedicação e disfunção metabólica.
Devido ao fato de alguns idosos fazerem uso de medicações para
diferentes doenças, o risco de interações entre os remédios e efeitos colaterais
aumenta. Por isso é necessário que os médicos que atendem o idoso seja
informado e tomem cuidado na hora de prescrever a medicação. O cuidador ou
acompanhante do idoso também deve tomar cuidado na hora de auxiliar ou
administrar os remédios para o idoso.
Outra razão que pode levar um idoso à intoxicação por medicamentos é
a memória. Pessoas que tenham alteração de memória podem fazer uso da
segunda dose do mesmo medicamento. Segundo o neurologista Dr. Dangelo
Ivo Campos, “esquecer que tomou o remédio é mais comum do que se
imagina. Quando a dose prescrita é a metade do máximo recomendada,
normalmente nem a família ou a paciente se da conta que foi ingerida uma
segunda dose do mesmo remédio”.
Foi o que aconteceu com Vicentina Luiza Martins. Aos 79 anos de
idade, diabética (hiperlink) e hipertensa, dona Vicentina esqueceu que já havia
tomado a primeira dose de insulina da manhã. Preocupada em manter o nível
de glicose controlado repetiu a aplicação do remédio e teve uma crise grave
de hipoglicemia. Sozinha em casa começou a sentir tontura e sudorese mas já
não tinha mais forças para chegar ao telefone ou mesmo gritar por socorro. Foi
encontrada caída no chão, com hipotermia e sem reflexo. "Demorei para voltar
mesmo depois de ser atendida pelo médico. Agora deixo um bloquinho de
anotações ao lado da caixa de medicamentos e anoto sempre que tomo meus
remédios para não acontecer outra vez", diz Vicentina.
A outra razão que também leva o idoso a tomar uma segunda dose do
mesmo remédio, são os problemas de visão. As patologias oftalmológicos que
afetam os idosos são mais graves e diminuem muito a capacidade de distinguir
cores e tamanhos. O oftalmologista Dr. Renato Tolazzi explica que “os médicos
devem sempre ser alertados sobre os problemas oftalmológicos dos pacientes
idosos, assim fica mais fácil prescrever e orientar sobre o uso da medicação”.
Ainda segundo o Dr. Tolazzi, “é sempre útil separar os remédios em recipientes
de cores contrastantes para não confundir os pacientes”.
Joaquim Ribeiro de 72 anos, é hipertenso, sofre de glaucoma crônico e
já perdeu mais de 90% da visão. Em sua farmacinha pessoal não falta aspirina,
2. que tem a mesma cor e formato do remédio para a pressão. Por quatro dias
tomou o analgésico no lugar do remédio para controlar a hipertensão. Na
manhã do quinto dia sofreu um AVC (hiperlink), mais conhecido como o
derrame. A pressão arterial altíssima não permitiu nem mesmo que ele se
levantasse da cama. Por sorte a filha percebeu a demora do pai em se levantar
e ao chegar no quarto reconheceu a boca torta e a falta de resposta como
sintomas do AVC e socorreu o pai imediatamente. Joaquim passou 7 dias na
UTI e 4 dias no quarto do hospital antes de voltar para casa. Ficou com a fala e
a locomoção comprometidas, e faz sessões de fisioterapia e fonoaudiologia
para minimizar as sequelas.
Também é muito comum automedicação, com analgésicos e
antiinflamatórios. Existe a ideia de que não causam efeitos colaterais, já que
são vendidos livremente. E esse é um dos motivos que cada vez mais levam
idosos à intoxicação. Pois além de uma superdosagem, os idosos normalmente
tem o metabolismo mais lento, fazendo com que as medicações fiquem
circulando no organismo por mais tempo antes de serem eliminadas.
O cardiologista e médico intensivista Dr. Ali Barizi aconselha que a
atenção do próprio idoso, dos familiares ou cuidadores seja redobrada quando
se trata da administração dos remédios. Pois em alguns casos os efeitos
colaterais ou as interações entre os medicamentos podem levar a quadros de
intoxicação extremamente graves ou até a morte. E nessa fase da vida, com a
fragilidade natural do organismo em conjunto com outras doenças a
desintoxicação pode ser demorada e dolorosa”.
3. Namoro na terceira idade ou namoro na
maturidade?
Vovó fazendo tricô e vovô lendo jornal é coisa do passado.
Os idosos estão aí para comprovar o que diz a sabedoria
popular: para o amor não existe idade.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a
expectativa de vida (hiperlink) dos brasileiros em 2000 era de pouco mais de 70
anos de vida. Em 2013 esse número subiu para 74 anos em média. E nada
mais natural que os idosos queiram viver esse tempo a mais com qualidade, o
que pode incluir as relações sociais. Afinal sentir-se sozinho não faz bem a
ninguém, e o ser humano como um ser social busca encontrar na companhia
de outro motivação e prazer para viver . Essa motivação e o prazer para viver
muitas vezes é encontrado na relação amorosa com outra pessoa.
Mas é comum que a felicidade amorosa dos idosos esbarre em
problemas, como o preconceito e resistência familiar. Existe o mito de que
pessoas mais velhas não amam da mesma forma que os mais jovens e lhes é
reservado, de forma compulsória o amor pelos filhos, netos e família. Aos mais
velhos é permitido um amor assexuado. Muitas famílias não aceitam a idéia de
que o idoso quer ter uma companhia. Por isso a vergonha de se confessar
apaixonado ou atraído por outra pessoa.
Os filhos podem sentir a presença do pai ou mãe que morreu ameaçada
por um estranho ou sentir que estão sendo preteridos pelo novo companheiro,
além da questão financeira. A família questiona sobre a herança, bens e
rendimentos financeiros. Como será e se haverá divisão do patrimônio
amealhado com o antigo companheiro. A advogada Alana Barros explica que
"os parentes ficam inseguros e têm dúvidas sobre a nova união de idosos. Os
direitos e deveres da cada família e quais consequências em caso de morte".
Viver um amor em qualquer fase da vida faz bem e na terceira idade é
igual ou tão intenso quanto na juventude. Para os idosos, o tempo de namoro é
vivido com mais maturidade e qualidade, é um tempo de cuidado, lazer e
dedicação ao outro. Demonstram a afetividade por meio de pequenos gestos, e
a sexualidade é vivida mais pela ternura e amor do que pelas relações sexuais.
Alimentando assim a saúde emocional e física e minimiza problemas de saúde.
Foi o que aconteceu com Ernesto Kumpel, 82 anos. Há doze anos ficou
viúvo e depois de um ano de luto e períodos de depressão foi encorajado pela
família a encontrar uma nova companheira. Em uma viagem de férias ao Rio
Grande do Sul conheceu a atual companheira Lenir, que também era viúva. A
viagem durou o dobro do tempo previsto e depois de seis meses de namoro à
distância finalmente casaram. "Foi uma cerimônia bem pequena e discreta mas
o que queríamos era ficar juntos", conta Lenir.
Mas infelizmente nem todos têm a mesma sorte. A ingenuidade, falta de
experiência ou apoio da família podem levar o idoso a cair em perigosas
armadilhas. Como ser vítima de pessoas de má fé que têm apenas interesse
financeiro, serem contaminados por doenças sexualmente transmissíveis e
recorrer à automedicação. A presença do HIV na terceira idade (hiperlink)
4. cresceu mais de 80% nos últimos 12 anos, segundo o Ministério de Saúde. O
uso de remédios para impotência sexual pode causar doenças
cardiovasculares e a morte.
A idade não pode determinar quem irá ou não se apaixonar, viver um
novo relacionamento e se permitir ser feliz novamente. O amor na terceira
(hiperlink) idade é um amor mais maduro, mais sólido, que pode e deve ser
vivido sem estigmas e preconceitos. A solidão nesta fase da vida adoece o
físico e o espírito. O idoso deve ser respeitado em suas necessidades e
carências. Jovem ou idoso, amar deve fazer parte da vida do ser humano.
5. Queda na 3ª. idade: o inimigo pode
estar dentro de casa
A queda é um evento bastante comum e perigoso
para os idosos, mas adaptações simples podem
ajudar a garantir uma velhice saudável e segura.
O segredo da juventude eterna não é fingir que a velhice nunca chega.
Chega para todos que tiverem a sorte de passar pelo ciclo natural da vida e
negligenciar a última e cada vez mais longa fase da vida, pode fazer com que
ela não seja aproveitada como se deve. Perceber a necessidade de
adaptações simples é o primeiro e um importante passo para evitar acidentes e
promover qualidade de vida.
Segundo dados do DataSUS, órgão ligado ao Ministério da Saúde, cerca
de 30 % dos idosos sofrem quedas dentro de casa pelo menos uma vez ao
ano. Se o idoso tem 85 anos ou mais esse número pode aumentar, chegando a
51%. Os traumas mais comuns nestes casos são fraturas no fêmur, punho,
tórax e traumatismo craniano. Além das lesões e traumas, as quedas triplicam
o risco de desencadear outras doenças e complicações que levam à morte,
principalmente as respiratórias, como pneumonia e embolia pulmonar, pelo fato
do idoso ter que ficar imobilizado, sem poder se movimentar. Por isso a
prevenção de quedas (hiperlink) pode ser decisiva para a saúde do idoso.
Mesmo as quedas mais leves podem ter consequências.Segundo o
fisioterapeuta Fábio Perpetuo, "quem sofre uma queda fica com medo e
vergonha de cair de novo. Isso leva a um círculo vicioso pois a pessoa começa
a restringir suas atividades. A inatividade gera imobilidade que diminui a força,
a massa e o tônus muscular, e uma nova queda pode ser inevitável". Com a
recorrência das quedas, a família passa a superproteger o idoso. Só permite
que saia de casa acompanhado, restringe os locais que podem ser
frequentados e muitas vezes passam a tratar o idoso como doente. Além das
consequências físicas, surgem as alterações de comportamento que levam ao
isolamento social e depressão.
A melhor maneira para evitar o trauma psicológico pode ser diferenciar a
autonomia e independência, como explica a psicóloga Elaine Vendrusculo.
"Depender de apoio para fazer a própria higiene e se vestir tira um pouco da
independência, mas não tira a autonomia de decidir sobre a própria vida. Não
conseguir fazer as atividades da vida diária não significa que a pessoa está
doente, significa uma fragilidade".
Simples cuidados e adaptações (hiperlink) poderão diminuir o risco de
quedas dentro de casa. Modificar os comportamentos e situações de risco,
podem garantir uma vida ativa sem restrições. A adoção de alguns cuidados
para a prevenção de queda pode, de maneira que, mesmo ocorrendo, esta
queda não resulte em consequências mais graves.
Formas de prevenção de quedas mais utilizadas e atitudes para evitá-las:
• Retirar móveis que atrapalhem a passagem para atender ao telefone, chegar
à porta, e ao banheiro;
6. • Colocar corrimão nas escadas, deixar sempre as luzes acesas e colocar fita
adesiva colorida e antiderrapante nos degraus.
• Retirar todos os tapetes ou colocar fita adesiva antiderrapante para evitar que
escorreguem;
• Manter os objetos e utensílios mais utilizados entre a altura dos ombros e da
cintura, evitando subir em banquinhos e cadeiras ou abaixar-se demais;
• Quando for brincar com o animal de estimação, faça-o sentado;Quando
estiver fazendo atividades que exijam deslocamento constante,como cozinhar,
estender roupas, etc, deixar o animal de estimação em outro cômodo, evitando
tropeçar nele;
• Usar chinelos e sapatos bem ajustados aos pés para evitar que se soltem ao
andar;
• Manter os fios presos ou embaixo de móveis;
• Instalar barras de apoio no banheiro e usar tapete antiderrapante no box;
7. Convivência com animais de estimação traz
benefícios à saúde de idosos
Pesquisas internacionais comprovam que o contato com
cães, gatos e outros animais de estimação beneficia a
saúde de idosos.
Estima-se que no Brasil existem aproximadamente 37,1 milhões de cães
e 21,3 milhões de gatos. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria
de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), e engana-se quem imagina
que os cachorros são os preferidos. Outros animais, como gatos, aves e peixes
têm conquistado cada vez mais espaço nas residências, principalmente em
lares de idosos. E a razão para este número tão elevado é simples, além de
serem excelentes companheiros trazem benefícios à saúde física e mental.
De acordo com estudos recentes do Observatório Internacional de Bem-
Estar (International Observatory Welfare) da Universidade de Cambridge
(Inglaterra) e do Instituto Nacional da Saúde e Pesquisa Médica (Institut
National de la Santé et de la Recherche Médicale) da França, realizado em
sete países (França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Estados Unidos,
Japão), foi provado que possuir animais de estimação (hiperlink) é bom para a
saúde. Cerca 68% das pessoas entrevistadas, acreditam que o animal de
estimação é uma fonte de felicidade e possibilita ter uma vida mais feliz e
saudável.
O veterinário Jorge Martins Cardoso, do Prontodog Animal Center,
explica que ao acariciar e manter contato durante as brincadeiras com o bicho,
o dono libera endorfina neurotransmissor responsável pela sensação de prazer
e bem-estar e ajuda a aliviar o estresse. A fisioterapeuta Liliane Dal Pont
aponta os benefícios que os passeios e caminhadas podem trazer à saúde do
idoso saudável ou em recuperação. "Ao caminhar ou passear com o bichinho
de estimação o idoso está exercitando e estimulando vários músculos e
tendões, além dos reflexos de equilíbrio", explica Liliane.
Therezinha Maria de 76 anos confirma os resultados dessas pesquisas.
Viúva, mora com duas filhas e uma neta que têm uma rotina estabelecida de
trabalho e estudos. Passava muitas horas do dia sozinha fazendo sempre as
mesmas atividades. Ganhou de presente das filhas uma fêmea da raça
Yorkshire Terrier. "Quando ganhei a Luna sabia que teria uma companheira
para todas as horas", diz enquanto acaricia a amiga fiel. Um ano depois vendo
o resultado positivo que a convivência trouxe para a vida da mãe, as filhas de
Therezinha resolveram presenteá-la com mais um bichinho. Dessa vez foi a
Chihuahua Mel que veio completar a felicidade de Therezinha que sorrindo diz.
"É impossível não amar esses bichinhos que não têm maldade e só trazem
alegria".
Para o idoso a presença de um animalzinho de estimação pode significar
o fim da solidão, do isolamento social e de quadros depressivos (hiperlink). A
responsabilidade de cuidar, limpar e alimentar o bichinho traz de volta a
sensação de ser útil, e de ainda estar vivo. Alguns benefícios que a convivência
com um animalzinho de estimação pode trazer para o idoso:
- Estimula a interação social: os animais precisam de passeios diariamente e
nessas caminhadas em parques ou pela vizinhança é possível interagir com
outras pessoas, conhecer novos lugares e estimular a comunicação;
8. - Aumenta a disposição: normalmente, o ideal é caminhar ao menos uma hora
com o bicho. Essa atividade promove sensação de bem estar e contribui para a
saúde mental, já que os estímulos recebidos ao caminhar aumentam a
coordenação motora e fazem com que o cérebro responda a estímulos visuais,
sonoros, táteis e olfativos;
- Melhora o humor: ao brincar com o cachorro, gato ou outro pet, as taxas de
serotonina – neurotransmissor que atua regulando o bom humor, sono, apetite
e alivia a dor – são elevados. Diante disso, diminuem os níveis de ansiedade,
proporcionando sensação de conforto, calmaria e melhora do ânimo no idoso;
- Previne doenças: estudos realizados apontam que pessoas que convivem
com um bichinho de estimação nessa etapa da vida, sofrem menos de
depressão;
- Aumento da expectativa de vida: pesquisas realizadas em pacientes que
receberam alta de uma unidade coronariana apontaram que quem possuía
animais em suas residências viviam mais. Isto porque a convivência com os
bichos aumentava a sensação de bem estar e, por consequência, elevava a
expectativa de vida.
9. Desbravadores de uma vida
Filhos de pais Italianos Maria Ema Zilli e Líbero Dal Pont casaram-se
quando ainda eram muito jovens. Os dois moravam na cidade de Criciúma em
Santa Catarina e vieram para o Paraná em busca de uma melhor qualidade de
vida. Quando chegaram a Santa Terezinha de Itaipu a cidade ainda não tinha
nome,só existiam algumas casas, poucos moradores e muitas árvores.
Ema e Líbero então, começaram a trabalhar em busca dos seus sonhos,
abriram uma estrada para facilitar a passagem entre o sítio da família e ao
pequeno povoado que começava a se formar. Construíram uma casinha de
madeira, com o telhado de folhas de bananeiras, que quando chovia é claro
inundava tudo dentro.Na década de 50 a cidadezinha foi aumentando então
colocaram o nome dela de Criciúma, pois havia muito moradores de SC, que
vieram pela plantação de erva mate que existia nessa aqui. Essas famílias
almejavam transformar essas regiões em grandes lavouras e cafezais. A vila
era um distrito de Foz do Iguaçu, e somente na década de 80 conseguiu ser
emancipada.
Ema e Líbero trabalharam junto com outros morados para o crescimento
da cidade. Eles tiveram sete filhos, quatro mulheres e três homens,Zulma,
Zuleide, Zilma, Fernando, Paulo, Fátima e João. Um dia o filho mais velho
Fernando ficou muito doente e com muita febre e começou a ter convulsões e
engolir sua própria língua, Ema desesperada ao ver o filho naquela situação e
sabia que não tinha outro recurso imediatamente colocou o dedo na garganta
do filho e puxou a língua dele para fora, e pra a sorte de todos, Fernando voltou
a si.
Líbero sempre esteve ao lado de Ema para tudo. Seus olhos azuis cor
do céu transmitiam paz e tranquilidade, e suas mãos calejadas demostravam
seu trabalho e sua força.Ema desde muito nova já tinhas manchas na sua pele,
devido ao trabalho ardo no sol. O jeito que as pessoas tratavam Líbero e Ema
dava para perceber que eram um casal exemplar e de um carinho enorme.
As mulheres sempre tiveram que aprender a cuidar da casa muito cedo,
pois os pais iam para a roça e elas ficavam fazendo almoço, naquelas panelas
enormes de ferro. Polenta, frango ao molho, sopa de feijão, muita salada de
alface, e a casa sempre cheias de pessoas e risadas. As filhas acordavam 6
horas da manhã para ir à barranca do rio com fardos e mais fardos de roupas
para lavar, passavam a manhã toda lavando pra quando fosse meio dia e o sol
estivesse a pino no céu as roupas já estivessem esticadas na cerca de arame
farpado secando.
A primeira vez que eles compram uma panela de pressão sentaram
todos em volta do fogão à lenha e ficaram olhando para a panela para ver que
resultado ela daria. Quando ela pegou pressão eles ficaram tão assustados
que Líbero pegou um pedaço de madeira engatou na tampa da panela jogaram
ela pela janela. A primeira vez que uma geladeira chegou dentro de casa eles
ficaram impressionados, Zuleide conta com um grande sorriso no rosto que
todos sentaram-se a frente da geladeira com a porta aberta e ficaram parados
10. olhando para a luz que tinha dentro dela. A geladeira não gelava nada por
causa da porta aberta, mas mesmo assim a felicidade tomou conta de todos
eles.
O filho mais novo, João, conta que eles dormiam em colchões de palha,
e queàs vezes dentro deles havia pulgas e formigas. Pela manhã eles
acordavam com varias bolinhas vermelha nas costas e nos braços, mas isso
nunca foi motivo para reclamar. Como eles dormiam todos no mesmo quarto
isso os deixava mais unidos, pois sempre conversavam e planejavam como
seria o dia de amanhã.
O tempo passou, e os filhos foram se casando. O nome pai e mãe, não
era mais dito com tanta frequência, agora é Nono e Nona, que significa Vô e Vó
em italiano, a casa deles estava cada vez mais cheia, agora já não eram mais
em nove pessoas, eram em muitos.
Hoje, Líbero já não esta mais entre eles, faleceu em 2002 aos 86 anos.
Ema esá com 88 anos e fala com todas as letras que se orgulha do marido, e
da grande família que constituiu com ele. Líbero deixou um enorme patrimônio
para sua família, ele e Ema conquistaram muito alqueires de terra que
deixaram de herança para seus filhos e netos, o bairro onde a família mora
hoje leva o nome de Líbero, “Área Industrial Líbero Dal Pont”, os filhos me
contam com lágrimas nos olhos que sentem muita saudade, mas que eles se
orgulham muito de poder ter ele como Pai.
Ema tem atrás de casa uma plantação verduras e temperos, que ela
mesma cuida, e também tem um galinheiro aonde ela vai todos os dias pegar o
ovos. Os olhos azuis cor do mar ainda expressam doçura, as mãos enrugadas
não tem mais a mesma força de antes, mas o sorriso no seu rosto mostra que
a alegria nunca deixou de estar junto com ela.
11. Resumo:
O presente trabalho discorre sobre a temática “60+ O idoso de hoje”. Quando
tratamos sobre o idoso ouvimos muitas definições de caráter eufemista como
amadurecer, entrar na melhor idade, tornar-se mais experiente, jovem senhor
ou senhora. Tais definições deixam claro que há algumas décadas, o idoso não
era membro integrante em nenhum âmbito da sociedade.
A relevante capacidade para envolver-se e contribuir não era considerada nem
pelo próprio idoso, que vinha formatado com um pensamento depreciativo de
sua condição. A falta de inclusão para o idoso abarcava os aspectos social,
emocional, econômico, cultural, esportivo e da saúde. Porém o idoso de hoje
embora carregue essa bagagem passada por gerações anteriores se distingue
muito daquele idoso de outrora.
Palavras-chave: Idoso, Sociedade, Qualidade de vida e Hoje.
Introdução:
Hoje o idoso é visto, tratado, sentido e pensado de formas diferentes o que não
significa que o seja de modo adequado. O mundo, o país e a sociedade não se
rendeu ao idoso diante de sua bagagem de conhecimentos, sabedoria e
competência. Tampouco por tudo que contribuiu e ainda pode contribuir. O que
se avista no horizonte é um país menos jovem, mais maduro. Um país de
idosos.
Nos últimos 60 anos a população de idosos cresceu o correspondente a 11
vezes e continua crescendo. O número de pessoas acima dos 60 anos
representa 12,6% da população ou 24,85 milhões de indivíduos. Em 2011 esse
percentual era de 12,1% e em 2002 representava 9,3%. Estimativas apontam
que em 2025, ou seja, em pouco mais de dez anos serão 64 milhões,
aumentando em 2050 quando um em cada três brasileiros será idoso.
12. Os motivos para esse crescimento da população idosa no Brasil se devem
fundamentalmente ao aumento da longevidade e a diminuição da taxa de
13. mortalidade. Os avanços no campo da medicina, a preocupação em buscar
uma melhor qualidade e o aumento da expectativa de vida provocaram uma
transformação no perfil do idoso de hoje. De acordo com Carvalho e Almeida
(1998, p.14):
Os avanços da medicina, o diagnóstico precoce e a prevenção de
determinadas doenças, a ampliação das possibilidades de acesso aos
serviços de saúde, a generalização dos serviços de saneamento básico, a
alteração nos hábitos alimentares e de higiene, a prática de exercícios
físicos, dentre outros fatores, contribuíram decisivamente para o “aumento da
esperança de vida”.
O idoso de ontem e hoje:
Para entender melhor o contraste entre o idoso de ontem e o idoso de hoje é
imprescindível entender que hoje o idoso encontra-se em uma posição de
maior destaque que o idoso de ontem. O indivíduo maior de 60 anos hoje é
fruto de pesquisas científicas, produtos e drogas específicos e planos
elaborados para atender melhor suas necessidades.
A expressão qualidade de vida tornou-se vulgarmente associada aos idosos, e
abrange todas as esferas da vivência. Não é suficiente gozar de boa saúde
física sendo recluso. Não é aceitável que o corpo carregue as linhas, marcas,
expressões, tamanhos e formatos característicos da idade, quando
psicologicamente se sente alguns anos mais jovem.
É importante destacar a mudança no modo de pensar e agir do próprio idoso
que parou de sentir-se desafortunado, inútil e que descansava
confortavelmente o corpo em uma poltrona à espera do fim da vida. O idoso de
hoje tem a convicção do seu valor para a família e a sociedade em geral. Não é
raro ver idosos com uma intensa vida social e afetiva. Obvio que trata-se dos
idosos com a saúde física íntegra e não foram acometidos por enfermidades
limitantes da autonomia.
Além da mudança na aparência e no modo de se ver, o idoso de hoje convive
com uma sociedade, em sua grande maioria que aceita, deseja e recebe a
contribuição que esse idoso pode dar. Não é raro encontrar idosos com uma
vida social, afetiva, cultural e econômica ativa. Atuando com o apoio da família
e da comunidade à quem pertencem, enriquecendo não apenas a si ou aos
que se encontram em seu círculo de convivência, mas a sociedade em um
contexto geral.
No tangente à vida social do idoso é comum a existência de atividades
relacionadas a trabalhos artesanais, bingos, eventos religiosos, de voluntariado
acadêmico e programas governamentais de caráter ultrapassado. Muitas
14. dessas atividades ditas sociais voltadas ao idoso, sugerem que essa fase da
vida deve ser encarada como uma etapa incrustada de deficiências.
Fato é porém que o idoso de hoje não mais aceita apenas atividades sociais
compulsórias. É recorrente a presença de grupos de idosos que buscam
frequentar bons restaurantes e de culinária étnica, organizam viagens a outros
países, participam de eventos esportivos e buscam interagir via internet. A
demanda por cursos na área da informática cresceu consideravelmente e a
busca por essa interação virtual propiciou até mesmo o surgimento de websites
de relacionamento voltados exclusivamente para o público idoso.
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Isso demonstra como o idoso de hoje anseia por diferentes experiência sociais,
não permitindo se satisfazer com atividades até então corriqueiras para a faixa
etária. Existe a forte tendência de oferecer eventos e produtos ligados às
atividades que valorizem a vivencia do idoso, como exposições de artes
plásticas, concertos músicas, sarais para apreciação literária, peças teatrais,
produções cinematográficas e até mesmo publicidade.
O idoso de hoje também se relaciona afetivamente. Vovó tecendo com suas
agulhas de tricô e vovô acomodado no sofá às voltas com jornais e palavras
cruzadas é uma cena ultrapassada e pouco vista. Em uma pesquisa realizada
no primeiro semestre de 2013 pelo Instituto Data Popular o resultado revela
que 1,1 milhão de brasileiros acima de 60 anos estão namorando. A dimensão
desse número corrobora com o provérbio popular que afirma que para o amor
não existe idade.
Lamentavelmente em alguns casos ainda predomina o preconceito do próprio
idoso, da família e sociedade, e a falta do suporte necessário na seara afetiva
pode levar a um estado de vulnerabilidade. Temendo ser rotulado o idoso
mantém em segredo o desejo de se relacionar e passa a ser vítima potencial
de pessoas que agem de má fé e têm apenas interesse financeiro. Importante
ainda são as considerações relacionadas à pratica sexual desprotegida e o uso
sem prescrição de fármacos para disfunção erétil.
Dados do Ministério da Saúde apontam que a contaminação pelo vírus HIV
cresceu 80% entre os idosos nos últimos doze anos. O uso da substância
citrato de sildenafila (VIAGRA®) , segundo a bula do fabricante, indicado para
o tratamento da disfunção erétil pode causar doenças como cefaleia,
taquicardia, hipotensão, sangramento nasal, convulsão, síncope, fechamento
da garganta, priapismo (ereção persistente e dolorosa do pênis) e levar a
morte. Em função disso a promoção e o incentivo para que o idoso exerça as
atividades que lhe conferem bem-estar e qualidade de vida são fundamentais.
17. A convivência com o ambiente acadêmico é outra esfera da temática que
cresce. Os números de idosos acadêmicos é cada vez mais maior, em
universidades voltadas especialmente para as pessoas maiores de 60 anos ou
em universidades regulares. Em ambas as situações esse idoso é recebido e
acolhido com admiração e respeito, tendo sua experiência valorizada. É fato
que há muito para melhorar, e a esse respeito Medeiros (2001) afirma que:
Os mitos que foram construídos sobre os velhos: que eles não aprendem,
que não mudam, que são conservadores, estão caindo por terra. Portanto, os
que envelhecem não podem e nem querem ser excluídos da luta pela
construção de uma nova sociedade, uma vez que os sistemas que
conhecemos não respondem adequadamente às exigências de um novo
tempo.
Em busca e comprovando o advento de um novo tempo o idoso de hoje se
mantém economicamente ativo. Dados do IBGE mostram que no Brasil a
participação do idoso na renda familiar se revela cada vez mais expressiva. No
início da década de 1980, a contribuição dos idosos era de 37,0%; já na
década de 1990 passou a ser de 47,2% e, em 2007, em 53,0% dos domicílios
do país, mais da metade da renda familiar era fornecida por pessoas com idade
igual ou superior a 60 anos (IBGE, 2010). Percebe-se que o perfil do idoso
vem apresentando mudanças significativas e conjuntamente as famílias exibem
configurações reformadas em que o idoso deixa de ser o recebedor de e passa
a ser provedor.
Metodologia:
A metodologia adotada neste trabalho consistiu em uma pesquisa bibliográfica
e virtual por meio dos websites de órgãos governamentais e privado.
Conclusão:
Deve-se valorizar o idoso, sua história de vida, experiências e contribuições
uma vez que hoje é um ator social imprescindível. É necessário enxergar a
temática do idoso com um novo olhar e projetar uma meta de ideal a ser
ofertado para o idoso de hoje.
"O passado serve para evidenciar as nossas falhas e dar-nos indicações para o
progresso do futuro".
Henry Ford
18. Referências bibliográficas:
CARVALHO, M. C. B ; ALMEIDA, V L. V. Programas e serviços de proteção
e inclusão social dos idosos.Brasília: MPAS,1998.
MEDEIROS, S. Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da
terceira idade. In: Longevidade: um novo desafio para a educação. São Paulo:
Cortez, 2001.
Websites:
IBGE - www.ibge.gov.br
Ministério da Saúde - www.saude.gov.br
Laboratórios Pfizer - www.pfizer.com.br
Namoro Senior - www.namorosenior.com