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Com base no conto “A Galinha afetuosa”, do livro Alvorada Cristã, pelo
Espírito Neio Lúcio.
Conta-nos assim o autor.
Gentil galinha, cheia de instintos maternais, encontrou um ovo de regular
tamanho e espalmou as asas sobre ele, aquecendo-o carinhosamente. De
quando em quando, beijava-o, enternecida. Se saia a buscar alimento ,
voltava apressada, para que lhe não faltasse calor vitalizante. E pensava,
garbosa: - “Será meu pintainho! Será meu filho!”
Em formosa manhã de céu claro, notou que o filhotinho nascia, robusto.
Criou-o, com todos os cuidados. No entanto, em dourado crepúsculo de
verão, viu-o fugir pelas águas de um lago, sobre as quais deslizava
contente.
Chamou-o, como louca, mas não obteve resposta. O bichinho era um pato
arisco e fujão. A galinha, desalentada por haver chocado um ovo que lhe
não pertencia à família, voltou muito triste, ao velho poleiro; todavia,
decorrido algum tempo e encontrando outro ovo, repetiu a experiência.
Nova criaturinha frágil veio à luz. Protegendo-a, com ternura, dedicou-se
ao filho com todas as forças, mas, em breve, reparou que não era um
pintainho qual fora, ela mesma, na infância. Tratava-se dum corvo esperto
que a deixou em doloroso abatimento, voando a pleno céu, para juntar-se
aos escuros bandos de aves iguais a ele. A desventurada mãe sofreu
muitíssimo. Entretanto, embora resolvida a viver só, foi surpreendida,
certo dia, por outro ovo, de delicada feição.
Recapitulou as esperanças maternas e chocou-o. Dentro em pouco, o
filhote surgia. A galinha afagou-o feliz, mas, com o transcurso de algumas
semanas, observou que o filho já crescido perseguia ratos à sombra.
Durante o dia, dava mostras de perturbado e cego; no entanto, em se
fazendo a treva, exibia olhos coruscantes que a amedrontavam. Em noite
mais escura, fugiu para uma torre muito alta e não mais voltou. Era uma
coruja nova, sedenta de aventuras. A abnegada mãe chorou amargamente.
Porém, encontrando outro ovo, buscou ampará-lo. Aninhou-se, aqueceu-o
e, findos trinta dias, veio à luz corpulento filhote. A galinha ajudou-o
como pôde, mas, em breve, o filho revelou crescimento descomunal.
Passou a mirá-la de alto a baixo. Fez-se e desconheceu-a. Era um
pavãozinho orgulhoso que chegou mesmo a maltratá-la. A carinhosa ave,
dessa vez, desesperou em definitivo. Saiu do galinheiro gritando e
dispunha-se a cair nas águas de rio próximo, em sinal de protesto contra o
destino, quando grande galinha mais velha a abordou, curiosa, a indagar
dos motivos que a segregavam em tamanha dor. A mísera respondeu,
historiando o próprio caso. A irmã experiente estampou no olhar linda
expressão de complacência e considerou, cacarejando: - Que é isto,
amiga? Não desespere. A obra do mundo é de Deus, nosso Pai. Há ovos de
gansos, perus, marrecos, andorinhas e até de sapos e serpentes, tanto
quanto existem nossos próprios ovos.
Continue chocando e ajudando em nome do Poder Criador; entretanto, não
se prenda aos resultados do serviço que pertencem a Ele e não a nós,
mesmo porque a escada para o céu é infinita e os degraus são diferentes.
Não podemos obrigar os outros a serem iguais a nós, mas é possível
auxiliar a todos, de acordo com as nossas possibilidades. Entendeu? A
galinha sofredora aceitou o argumento, resignou-se e voltou, mais calma,
ao grande parque avícola a que se filiava.
O caminho humano estende-se, repleto de dramas iguais a este. Temos
filhos, irmãos e parentes diversos que de modo algum se afinam com as
nossas tendências e sentimentos.
Trazem consigo inibições e particularidades de outras vidas que não
podemos eliminar de pronto. Estimaríamos que nos dessem compreensão
e carinho, mas permanecem imantados a outras pessoas e situações, com
as quais assumiram inadiáveis compromissos. De outras vezes, respiram
noutros climas evolutivos. Não nos aflijamos, porém.
A cada criatura pertence a claridade ou a sombra, a alegria ou a tristeza do
degrau em que se colocou.
Amemos sem o egoísmo da posse e sem qualquer propósito de
recompensa, convencidos de que Deus fará o resto.
Reflexão:
Podemos considerar que a quantidade de Espíritos que gravitam em torno
do nosso planeta, entre encarnados e desencarnados, beira bilhões de
criaturas humanas, no exercício sucessivo das experiências terrenas.
Poderíamos, até, imaginar que a evolução espiritual seria como se
subíssemos uma escada imensa, a nos elevar da matéria grosseira ao
Espírito sublime. Considerando ainda que cada um de nós vivencia suas
próprias experiências, atendendo à vontade própria, estamos todos
colocados em diferentes degraus dessa escada. Assim, poder-se-ia afirmar
que não existem dois Espíritos no mesmo degrau. Essa imagem nos ajuda
a perceber que não existem dois Espíritos iguais.
Assim, seria tolice desejar que os outros seres devam ser como nós; pensar
como nós; viver como nós. Cada qual vê o mundo do degrau que lhe é
próprio e, com certeza, a imagem que vislumbra é diferente das demais.
Seria um erro analisarmos nossos parentes, nossos amigos, à luz da
compreensão que já julgamos possuir. Certa vez, ouvi de uma pessoa
queixas sobre seus filhos. Ela dizia que, embora fossem criados do mesmo
jeito, com os mesmos cuidados, com o mesmo carinho, os dois eram
completamente diferentes; enquanto um era caprichoso, organizado, o
outro era desligado para certos detalhes, deixando transparecer um certo
desleixo com as suas coisas.
Nossos amigos, nossos parentes, podem, de certo modo, se harmonizarem
com nossos sentimentos e tendências mas, não necessariamente, valorizam
as coisas como nós valorizamos. Cada um trás em si a bagagem espiritual
de vidas anteriores, em lições, particularidades, necessidades próprias
diferentes daquelas que trazemos. Muita vez, aquilo que nos parece ser
ingratidão, na realidade, é apenas uma forma diferente de ver o mundo e
sentir as experiências. Cada um de nós, respira no clima evolutivo que lhe
compete, pelas conquistas e pelas lições aprendidas no passado, e pelas
experiências que desenvolve no presente.
A regra para vencermos a tristeza dentro das adversidades e ingratidões da
vida, é nos predispormos a ajudar sem a preocupação de recebermos
alguma coisa em troca.
Todo pai, toda mãe, depois que educa seus filhos, preocupa-se em
continuar orientando os seus caminhos, mas esquecem que, por vontade de
Deus, criamos os filhos para o mundo e, que, a eles compete auxiliar a
Criação perpetuando os ensinamentos, e amparando as gerações futuras.
Se nossos filhos não são como desejamos e não agem como agiríamos; se
não têm a mesma índole que nós; se não valorizam as mesmas coisas, é
porque são Espíritos diferentes de nós, e ocupam degraus próprios na
escalada da evolução. Assim, como os filhos daquela galinha afetuosa,
cada qual se harmoniza com os sentimentos, com as emoções e as
necessidades próprias.
Uns preferem sair deslizando no lago da vida; outros alçam voos para
novas terras e experiências; também existem aqueles que permanecem
prisioneiros da matéria, e teimam em caçar os ratos da vida, para deles se
alimentarem; há os orgulhosos que, além de ingratos, chegam a maltratar
aqueles que o ajudaram a viver, e chegam a dizer mesmo que não pediram
para vir ao mundo. Nem todos gravitam nas vibrações em que estamos.
Mas todos, com certeza, são colocados em nosso caminho, para que
aprendamos ;juntos nos ajudem a viver; juntos nos auxiliemos na subida
da escalada do amor. Jesus dizia que apenas o amor cobre a imensidão
dos pecados.
Portanto, o amor incondicional é o único instrumento capaz de resolver
todos os desajustes, todos os conflitos, todas as diferenças de percepção e
sentimentos, com as quais convivemos. Respeitar suas escolhas, apoiar
suas intenções, estimulam sua caminhada; reconhecer suas necessidades
nos ajuda a ajudá-los e nos predispõe ao amor incondicional, que eleva e
recompensa. Assim, se hoje deixas transparecer aflições, motivadas pelos
comportamentos de seus filhos, de seus amigos, acalma-te e medita nas
diferenças individuais dos seres de Deus. Eleva teu pensamento ao
Criador. Agradeça a oportunidade de servir e de aprender com as
experiências da vida. Sê resignado para que tua obra seja movida pelo
amor incondicional que caracteriza a caridade.
Muita Paz!
Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.

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A evolução da espiritualidade

  • 1.
  • 2. Com base no conto “A Galinha afetuosa”, do livro Alvorada Cristã, pelo Espírito Neio Lúcio. Conta-nos assim o autor. Gentil galinha, cheia de instintos maternais, encontrou um ovo de regular tamanho e espalmou as asas sobre ele, aquecendo-o carinhosamente. De quando em quando, beijava-o, enternecida. Se saia a buscar alimento , voltava apressada, para que lhe não faltasse calor vitalizante. E pensava, garbosa: - “Será meu pintainho! Será meu filho!” Em formosa manhã de céu claro, notou que o filhotinho nascia, robusto. Criou-o, com todos os cuidados. No entanto, em dourado crepúsculo de verão, viu-o fugir pelas águas de um lago, sobre as quais deslizava contente.
  • 3. Chamou-o, como louca, mas não obteve resposta. O bichinho era um pato arisco e fujão. A galinha, desalentada por haver chocado um ovo que lhe não pertencia à família, voltou muito triste, ao velho poleiro; todavia, decorrido algum tempo e encontrando outro ovo, repetiu a experiência. Nova criaturinha frágil veio à luz. Protegendo-a, com ternura, dedicou-se ao filho com todas as forças, mas, em breve, reparou que não era um pintainho qual fora, ela mesma, na infância. Tratava-se dum corvo esperto que a deixou em doloroso abatimento, voando a pleno céu, para juntar-se aos escuros bandos de aves iguais a ele. A desventurada mãe sofreu muitíssimo. Entretanto, embora resolvida a viver só, foi surpreendida, certo dia, por outro ovo, de delicada feição.
  • 4. Recapitulou as esperanças maternas e chocou-o. Dentro em pouco, o filhote surgia. A galinha afagou-o feliz, mas, com o transcurso de algumas semanas, observou que o filho já crescido perseguia ratos à sombra. Durante o dia, dava mostras de perturbado e cego; no entanto, em se fazendo a treva, exibia olhos coruscantes que a amedrontavam. Em noite mais escura, fugiu para uma torre muito alta e não mais voltou. Era uma coruja nova, sedenta de aventuras. A abnegada mãe chorou amargamente. Porém, encontrando outro ovo, buscou ampará-lo. Aninhou-se, aqueceu-o e, findos trinta dias, veio à luz corpulento filhote. A galinha ajudou-o como pôde, mas, em breve, o filho revelou crescimento descomunal.
  • 5. Passou a mirá-la de alto a baixo. Fez-se e desconheceu-a. Era um pavãozinho orgulhoso que chegou mesmo a maltratá-la. A carinhosa ave, dessa vez, desesperou em definitivo. Saiu do galinheiro gritando e dispunha-se a cair nas águas de rio próximo, em sinal de protesto contra o destino, quando grande galinha mais velha a abordou, curiosa, a indagar dos motivos que a segregavam em tamanha dor. A mísera respondeu, historiando o próprio caso. A irmã experiente estampou no olhar linda expressão de complacência e considerou, cacarejando: - Que é isto, amiga? Não desespere. A obra do mundo é de Deus, nosso Pai. Há ovos de gansos, perus, marrecos, andorinhas e até de sapos e serpentes, tanto quanto existem nossos próprios ovos.
  • 6. Continue chocando e ajudando em nome do Poder Criador; entretanto, não se prenda aos resultados do serviço que pertencem a Ele e não a nós, mesmo porque a escada para o céu é infinita e os degraus são diferentes. Não podemos obrigar os outros a serem iguais a nós, mas é possível auxiliar a todos, de acordo com as nossas possibilidades. Entendeu? A galinha sofredora aceitou o argumento, resignou-se e voltou, mais calma, ao grande parque avícola a que se filiava. O caminho humano estende-se, repleto de dramas iguais a este. Temos filhos, irmãos e parentes diversos que de modo algum se afinam com as nossas tendências e sentimentos.
  • 7. Trazem consigo inibições e particularidades de outras vidas que não podemos eliminar de pronto. Estimaríamos que nos dessem compreensão e carinho, mas permanecem imantados a outras pessoas e situações, com as quais assumiram inadiáveis compromissos. De outras vezes, respiram noutros climas evolutivos. Não nos aflijamos, porém. A cada criatura pertence a claridade ou a sombra, a alegria ou a tristeza do degrau em que se colocou. Amemos sem o egoísmo da posse e sem qualquer propósito de recompensa, convencidos de que Deus fará o resto.
  • 8. Reflexão: Podemos considerar que a quantidade de Espíritos que gravitam em torno do nosso planeta, entre encarnados e desencarnados, beira bilhões de criaturas humanas, no exercício sucessivo das experiências terrenas. Poderíamos, até, imaginar que a evolução espiritual seria como se subíssemos uma escada imensa, a nos elevar da matéria grosseira ao Espírito sublime. Considerando ainda que cada um de nós vivencia suas próprias experiências, atendendo à vontade própria, estamos todos colocados em diferentes degraus dessa escada. Assim, poder-se-ia afirmar que não existem dois Espíritos no mesmo degrau. Essa imagem nos ajuda a perceber que não existem dois Espíritos iguais.
  • 9. Assim, seria tolice desejar que os outros seres devam ser como nós; pensar como nós; viver como nós. Cada qual vê o mundo do degrau que lhe é próprio e, com certeza, a imagem que vislumbra é diferente das demais. Seria um erro analisarmos nossos parentes, nossos amigos, à luz da compreensão que já julgamos possuir. Certa vez, ouvi de uma pessoa queixas sobre seus filhos. Ela dizia que, embora fossem criados do mesmo jeito, com os mesmos cuidados, com o mesmo carinho, os dois eram completamente diferentes; enquanto um era caprichoso, organizado, o outro era desligado para certos detalhes, deixando transparecer um certo desleixo com as suas coisas.
  • 10. Nossos amigos, nossos parentes, podem, de certo modo, se harmonizarem com nossos sentimentos e tendências mas, não necessariamente, valorizam as coisas como nós valorizamos. Cada um trás em si a bagagem espiritual de vidas anteriores, em lições, particularidades, necessidades próprias diferentes daquelas que trazemos. Muita vez, aquilo que nos parece ser ingratidão, na realidade, é apenas uma forma diferente de ver o mundo e sentir as experiências. Cada um de nós, respira no clima evolutivo que lhe compete, pelas conquistas e pelas lições aprendidas no passado, e pelas experiências que desenvolve no presente. A regra para vencermos a tristeza dentro das adversidades e ingratidões da vida, é nos predispormos a ajudar sem a preocupação de recebermos alguma coisa em troca.
  • 11. Todo pai, toda mãe, depois que educa seus filhos, preocupa-se em continuar orientando os seus caminhos, mas esquecem que, por vontade de Deus, criamos os filhos para o mundo e, que, a eles compete auxiliar a Criação perpetuando os ensinamentos, e amparando as gerações futuras. Se nossos filhos não são como desejamos e não agem como agiríamos; se não têm a mesma índole que nós; se não valorizam as mesmas coisas, é porque são Espíritos diferentes de nós, e ocupam degraus próprios na escalada da evolução. Assim, como os filhos daquela galinha afetuosa, cada qual se harmoniza com os sentimentos, com as emoções e as necessidades próprias.
  • 12. Uns preferem sair deslizando no lago da vida; outros alçam voos para novas terras e experiências; também existem aqueles que permanecem prisioneiros da matéria, e teimam em caçar os ratos da vida, para deles se alimentarem; há os orgulhosos que, além de ingratos, chegam a maltratar aqueles que o ajudaram a viver, e chegam a dizer mesmo que não pediram para vir ao mundo. Nem todos gravitam nas vibrações em que estamos. Mas todos, com certeza, são colocados em nosso caminho, para que aprendamos ;juntos nos ajudem a viver; juntos nos auxiliemos na subida da escalada do amor. Jesus dizia que apenas o amor cobre a imensidão dos pecados.
  • 13. Portanto, o amor incondicional é o único instrumento capaz de resolver todos os desajustes, todos os conflitos, todas as diferenças de percepção e sentimentos, com as quais convivemos. Respeitar suas escolhas, apoiar suas intenções, estimulam sua caminhada; reconhecer suas necessidades nos ajuda a ajudá-los e nos predispõe ao amor incondicional, que eleva e recompensa. Assim, se hoje deixas transparecer aflições, motivadas pelos comportamentos de seus filhos, de seus amigos, acalma-te e medita nas diferenças individuais dos seres de Deus. Eleva teu pensamento ao Criador. Agradeça a oportunidade de servir e de aprender com as experiências da vida. Sê resignado para que tua obra seja movida pelo amor incondicional que caracteriza a caridade.
  • 14. Muita Paz! Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.