Este documento resume um estudo sobre como os quadros interativos podem ser usados como ferramentas cognitivas para promover a aprendizagem dos alunos e rupturas nos métodos de ensino tradicionais. O estudo observou como os quadros interativos são usados em salas de aula e analisou se promovem novas abordagens pedagógicas. Os resultados sugerem que, embora os alunos gostem de usar a tecnologia, as práticas permanecem tradicionais, com foco nos currículos. O estudo recomenda
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Defesa Dissertação
1. Mestranda Helena Maria Ramos Soares
Orientador Professor Doutor José Paulo Gomes Brazão
2º Ciclo de Estudos
Mestrado em Ciências da Educação – Inovação Pedagógica
Funchal, 9 de maio de 2014
2. NOVAS TECNOLOGIAS
“QUADRO INTERATIVO”
O estudo realizado
propõe-se averiguar de
que modo o Quadro
Interativo (QI) poderá
constituir uma ferramenta
cognitiva que fomente a
aprendizagem dos alunos
bem como uma rutura dos
métodos de ensino
tradicionais.
NOVOS
CENÁRIOS
EDUCACIONAIS
3. 1
• Pertinência e relevância do tema no atual sistema educativo no que
diz respeito às especificidades da realidade escolar
2
• Desmistificação do uso das novas tecnologias como ferramentas
de apoio à construção do conhecimento e como mecanismo que
sustenta novos cenários educacionais
3
• Clarificação e elucidação quanto ao papel das novas tecnologias
(nomeadamente o QI) face a uma rutura paradigmática com os
métodos de ensino tradicionais
4. «O uso de QI é reflexo de práticas pedagógicas inovadoras?
Quais as evidências de rutura paradigmática nas atuais práticas
pedagógicas?
Quais os atuais paradigmas educativos vigentes na realidade escolar?
A motivação dos alunos associada ao uso do QI na sala de aula é um
fator preponderante para aprendizagens significativas?
5. • Observar o modo como o QI é usado em contexto de sala de
aula
• Refletir e analisar esses contextos no que diz respeito ao papel
desta ferramenta
• Averiguar se o uso do QI manifesta uma rutura com métodos de
ensino tradicionais e, consequentemente, a construção de
novos cenários assentes em práticas pedagógicas inovadoras
7. Inovação
Pedagógica
Inovação
Tecnológica
• Rutura paradigmática
• Contextos de
aprendizagem
• Preservação das práticas
tradicionais
• Contextos de ensino
O uso de tecnologias nas escolas requer uma reconfiguração das práticas
encetadas face à criação de ambientes de aprendizagem centrados na
construção do conhecimento dos alunos; deste modo, as tecnologias
poderão proporcionar novos conhecimentos que extrapolam a realidade
escolar como locus do conhecimento.
8. “Romper com os contextos do passado e criar os contextos de que o
futuro necessita, o que implica uma redefinição do papel dos aprendizes
e dos professores, é, no essencial, a função da inovação pedagógica,
constituída por práticas qualitativas novas” (Fino, 2011, pp. 104-105)
A tecnologia por si mesma não contribui para a mudança de paradigma
aliada à inovação pedagógica; a incorporação de dispositivos
tecnológicos visa tendencialmente manter o invariante cultural bem como
os pressupostos fabris que caracterizam a realidade escolar.
9. Instrucionismo Construcionismo
Tecnologia
Ensino tradicional:
• o professor ensina
• o aluno tem um papel submisso
• transmissão de conteúdos
• pensamento abstrato
• trilogia professor-aluno-matéria
Aprendizagem versus ensino:
• “matética”
• o aluno constrói o seu conhecimento
(potenciar as capacidades inatas,
rentabilizá-las e aprimorar /
desenvolver a aprendizagem)
• professor facilitador
10. Projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação no âmbito da
Estratégia Global de Desenvolvimento do CNEB.
Referencial que articula conteúdos curriculares com base num
conjunto de normas orientadoras em função dos resultados escolares
dos alunos.
Projeto que visa acompanhar as sucessivas reformas/reorganizações
curriculares de modo a colmatar lacunas patentes em diferentes
realidades escolares.
As metas de aprendizagem TIC servem de suporte para quem
reconhece o potencial das tecnologias.
11. Evidências de
desempenho
Aquisição de
conhecimentos e
capacidades inscritos
no currículo formal
Resultados de
aprendizagem /
desempenho esperado
por parte do aluno
Objetivos
Estratégias
Integrar e mobilizar
conteúdos
Apresentar níveis
referenciais de
desenvolvimento (por
disciplina)
12. O QI é uma ferramenta que possibilita o desenvolvimento de novas
metodologias e abordagens pedagógicas. O uso inadequado desta
ferramenta contribui para a preservação de métodos de ensino
tradicionais; não obstante uma utilização mais adequada poderá
contribuir para uma mudança de paradigma e a construção de novos
cenários.
Inovação
pedagógica
Construtivismo
QI como
ferramenta
cognitiva
13. Promove o pensamento crítico do aluno:
•exclui qualquer tipo de aprendizagem reprodutiva;
•dá lugar à transformação do modo de pensar e agir do aluno (reflete
sobre as suas ações);
•o aluno pode relacionar e articular as suas experiências pessoais /
conhecimentos de modo a organizar e representar informações.
Parceiro intelectual que facilita a construção de conhecimento e a
reflexão por parte dos alunos: (Jonassen, 2007)
•ferramenta intuitiva e de fácil manipulação;
•o software que lhe é associado constitui um meio de fácil aprendizagem
•rentabiliza o pensamento dos alunos (a nível individual e coletivo)
15. A seleção do local/escola onde se realizou o estudo teve por base dois
aspetos fulcrais na condução de uma investigação válida e fidedigna:
• infraestruturas e recursos humanos e materiais existentes
nomeadamente no que se refere a QI
• representatividade e importância atribuída pela escola na
dinamização de projetos que envolvem as tecnologias
16. Questão 1:
Quais os cenários educativos emergentes nas aulas com o QI?
A utilização do QI nas aulas não contribui para uma mudança de cenário
representativo de inovação pedagógica. Fatores tais como a organização da
sala, o cumprimento das especificidades curriculares, a atribuição de
papéis específicos aos professores e aos alunos ou mesmo a organização
e hierarquização de disciplinas em horários previamente determinados
denotam a prevalência do invariante cultural que constitui um entrave à
inovação pedagógica.
17. As práticas encetadas nas aulas denotam a permanência de métodos de
ensino tradicionais, sendo que, a manipulação do QI visa essencialmente o
cumprimento de objetivos inerentes a programas curriculares.
De acordo com as opiniões apresentadas quer pelos professores, quer
pelos alunos, o QI representa uma ferramenta que contribui para a
aprendizagem dos alunos; não obstante, uma interpretação cuidadosa e
imparcial das afirmações proferidas pelos intervenientes permite
desmistificar o conceito de aprendizagem.
“usando o QI fez com que nós
aprendêssemos mais”; “aula de QI
ajuda-me a compreender a
matéria mais facilmente”
“gosto de o usar para consolidar as
temáticas estudadas”; “às vezes o QI é
usado para projetar outro género de
materiais”
18. Questão 2:
Qual o papel do professor e dos alunos no processo ensino-
aprendizagem?
“O papel do professor passa pela preparação da aula e pelo
acompanhamento do seu desenrolar” (Barata & Jesus, 2012, p. 17).
Professor Alunos
• Preparação de materiais que
motivem os alunos
• Promoção da iniciativa,
responsabilidade, trabalho
colaborativo, reflexão e partilha
de ideias entre os alunos
• Abordagem de conteúdos
curriculares
• Desempenho face às situações
apresentadas
• Participação
• Construção de conhecimento
com base na partilha de ideias
• Predisposição revelada no
desenvolvimento de tarefas com
recurso ao QI
19. Questão 3:
Quais as ações desenvolvidas pelos alunos face à construção de
saberes?
A manipulação do QI possibilita uma compreensão dos conceitos
trabalhados na aula. Os alunos, ao manipularem esta ferramenta,
desenvolvem competências no sentido de superar as suas dificuldades e
resolver problemas mais complexos.
O nível de motivação despoleta a curiosidade dos alunos, os quais revêem
as suas práticas numa dinâmica de trabalho colaborativo que favorece a
construção de significados idiossincrásicos.
A importância atribuída pelos alunos perante as tecnologias desenvolve
nos mesmos a execução de atividades fora do contexto escolar e que
promovem a construção de uma conhecimento que transcende os saberes
veiculados na escola.
20. Redefinição dos papéis atribuídos aos professores e aos alunos na
realidade escolar como mecanismo que favoreça uma rutura dos atuais
paradigmas educacionais
Potenciar o uso das tecnologias como meio para favorecer a construção de
conhecimento dos alunos e uma aprendizagem que se molde às
especificidades de cada um
Diversificar o número de atividades extracurriculares, nomeadamente com
recurso às tecnologias, de modo a promover a interdisciplinaridade
21. Mestranda Helena Maria Ramos Soares
Orientador Professor Doutor José Paulo Gomes Brazão
2º Ciclo de Estudos
Mestrado em Ciências da Educação – Inovação Pedagógica
9 de maio de 2014