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HISTÓRIA E IMAGEM: A ICONOGRAFIA EM IMPRESSO DIDÁTICO
DESTINADO A ALFABETIZAÇÃO
GUSTAVO CUNHA DE ARAÚJO1
SÔNIA MARIA DOS SANTOS2
RESUMO
O estudo ora apresentado, inserido no contexto da história da educação brasileira,
tem como finalidade analisar o impresso didático destinado a alfabetização denominado
Caminho Suave, cartilha esta voltada para a alfabetização pela imagem, para que possamos
resgatar e construir a história da alfabetização na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, no
período de 1948 a 1964. Para tal, esta pesquisa, de epistemologia qualitativa, tem como
procedimento metodológico as fontes iconográficas impressas que, ao se somarem com a
literatura educacional analisada, possam nos contribuir com reflexões e interpretações sobre a
problemática enfatizada neste estudo, corroborando para a socialização e disseminação de
conhecimento para a História da Educação mineira, enfatizando estudos que envolvem a
alfabetização e iconografias por meio da perspectiva histórica.
PALAVRAS-CHAVE: História; Imagem; Impresso Didático; Caminho Suave; Alfabetização.
ABSTRACT
The study presented here, within the context of the history of Brazilian education,
aims to analyze a printed textbook for literacy called Caminho Suave, this booklet focused on
literacy for the image, so that we can recover and build on the history of literacy Uberlândia,
Minas Gerais, in the period 1948 to 1964. To this end, this research, qualitative epistemology,
methodological procedure is to print the iconographic sources that add up when searched with
the educational literature, may contribute to the reflections and interpretations on the issue
emphasized in this study may contribute to further socialization and dissemination of
knowledge to the mineira history of education, emphasizing studies involving literacy and
iconography through the historical perspective.
KEYWORDS: History; Image; Printed Didactical; Caminho Suave; Literacy.
1
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila nº. 2160, Bairro
Santa Mônica, Uberlândia/Minas Gerais – CEP: 38.400-902 e-mail: gustavocaraujo@yahoo.com.br.
2
Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila nº. 2160, Bairro
Santa Mônica, Uberlândia/Minas Gerais – CEP: 38.400-902 e-mail: soniam@ufu.br.
2
Nos estudos realizados por nosso grupo de pesquisa3
sobre a alfabetização, cartilhas
e iconografias, percebemos que as investigações sobre a alfabetização realizadas ao longo dos
anos focando a perspectiva histórica é recente no bojo educacional. Todavia, percebemos que
produções acadêmicas sobre tais temas tem sido realizados com grande relevância para a
memória da história da educação brasileira contribuindo para que problemas relacionados à
alfabetização escolar possam ser mais bem compreendidos e analisados.
Diante disso, por meio de um extenso trabalho de análise bibliográfica e
iconográfica, esta pesquisa propõe contribuir relevantemente para a história da educação, ao
apresentar um estudo de caráter histórico feito sobre o impresso didático Caminho Suave, na
cidade de Uberlândia, Minas Gerais, ao tentarmos compreender a importância das imagens
que apareceram neste impresso didático, contribuindo para o processo de alfabetização de
inúmeras pessoas que foram alfabetizadas por esta cartilha ao longo de mais de quarenta anos.
Neste sentido, compreendemos a relevância de estudos sobre a alfabetização e
impressos didáticos realizados no Estado de Minas Gerais, muito devido a contribuições do
CEALE4
/FAE5
/UFMG, e pelo grupo de pesquisa “História da Alfabetização: lugares de
formação, cartilha e modos de fazer”, da FACED/UFU, que possam colaborar para
investigações sobre este tema relacionados à história da educação não apenas neste estado,
mas para a educação brasileira também, ao socializar e divulgar as análises feitas à
comunidade acadêmica em geral.
É importante ressaltarmos que em pesquisas anteriores6
, o recorte temporal era de
1936 a 1960, pois não havíamos ainda encontrado a data de registro do impresso didático
destinado a alfabetização Caminho Suave, apenas vestígios de possíveis datas de publicações
de suas edições, assim como dessa referida data, em diferentes regiões mineiras e,
conseqüentemente, no Brasil. Assim, devido a participações em alguns congressos científicos
da educação nos últimos anos e intercalando informações com colegas e pesquisadores da
área da História da Educação, descobrimos que este material didático tem data de registro
oficial de 1948, a qual teve sua primeira edição publicada.
3
Grupo de pesquisa cadastrado pelo CNPq: “História da Alfabetização: lugares de formação, cartilha e modos de
fazer”, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, o que se faz parte, também,
professores das redes municipais, estaduais e superiores de ensino da cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
4
Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas
Gerais.
5
Faculdade de Educação.
6
ARAÚJO, Gustavo Cunha & SANTOS, Sônia Maria. A cartilha Caminho Suave: história, memória e
iconografia. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais: NEHAC/Instituto de História da Universidade
Federal de Uberlândia, v.5. n.º 2, ano v, Abril/Maio/Junho de 2008. p. 1-16.
3
O objetivo principal desta pesquisa foi analisar a Caminho Suave, material este
inserido nas fontes impressas, no período de 1948 a 1964, localizado na cidade de Uberlândia,
Minas Gerais. Este período foi elegido por nós devido ao fato da Caminho Suave ter sido
publicada oficialmente no ano de 1948, e por termos conseguido encontrar um de seus
exemplares com data de 1964. Daí, a justificativa da pesquisa se concentrar neste recorte
temporal.
Não obstante, este estudo entende que a pesquisa em educação surge de experiências
e práticas produzidas no contexto educativo, além de questionamentos e produção de
conhecimentos que permeiam toda a esfera educacional. Desse modo, esta pesquisa, de
caráter qualitativo, tem como principio norteador o pesquisador como sujeito de pensamento e
o teórico como o centro da produção científica (REY, 2002). Neste sentido, a epistemologia
qualitativa caracteriza este presente artigo, que permeia as diversas formas de se produzir
conhecimento em nossa sociedade.
A pesquisa qualitativa, apoiada na epistemologia qualitativa, não se orienta
para produção de resultados finais que possam ser tomados como referências
universais e invariáveis sobre o estudado, mas à produção de novos
momentos teóricos que se integrem organicamente ao processo geral de
construção de conhecimentos. (REY, 2002, p. 125).
Como procedimento metodológico foi elegido para este estudo as fontes
iconográficas encontradas na Caminho Suave, somadas as análises bibliográficas realizadas
da literatura educacional, enfatizada neste trabalho como subsidio teórico para a produção de
reflexões sobre o problema pontuado nesta investigação. Neste sentido, este estudo entende
que a pesquisa na História da Educação sobre impressos e iconografias atualmente é
extremamente rica e isso pode estar ligado ao fato de diversos historiadores e pesquisadores
entenderem e valorizarem estes materiais pedagógicos como sendo uma importante fonte para
a pesquisa na História da Educação brasileira.
Também, encontramos vários estudos sobre a história da educação, que possam nos
auxiliar nas reflexões feitas sobre o tema abordado neste trabalho, colocando-os atualmente
em lugar de destaque com relação a outras temáticas de pesquisas no bojo educacional. No
que se diz respeito alfabetização, iconografias e impressos, destacamos os estudos de
(BURKE, 1992, 2004, 2005; CALADO, 1994; CHARTIER, 2001 e 2002; FRADE &
MACIEL, 2006; MORTATTI 2004; SANTOS, 2001; SAVIANI, 2004) que enriquecem o
presente trabalho.
4
A ALFABETIZAÇÃO EM MINAS GERAIS: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
As raízes da criação e organização da primeira escola pública municipal de Minas
Gerais foram em 1948, no qual encontra-se em um conjunto de circunstâncias históricas,
globais e locais, que remontam à Revolução de 1930, através da qual Getúlio Vargas ascende
ao poder, ao Estado Novo, que instalou a ditadura “varguista” no país, e ao processo de (re)
democratização que caracteriza o período pós-45.
Desde os primeiros anos, Getúlio Vargas dispensou uma grande atenção à educação,
que viria cumprir um papel fundamental na consolidação da ordem política que se instalava
no país. Neste período, como já vinha ocorrendo desde a década de 20, os debates
educacionais foram intensos. No entanto, na Era Vargas, foram criadas políticas públicas para
a leitura, que ficaram mais evidentes nesta época, e por estarem contidos em períodos bastante
conturbados, principalmente da luta pela democracia. Em vista disto, a grande preocupação
com o Brasil, na educação nesta época, era com os livros didáticos de literatura infantil, no
qual destacamos os impressos pedagógicos destinados a alfabetização, como a cartilha
Caminho Suave.
Uma diversidade de propostas se apresentava para a sociedade, envolvendo as duas
principais correntes do pensamento educacional: de um lado, os partidários de idéias
renovadoras, conhecidos como “profissionais da educação” e, de outro, o grupo dos
conservadores, adeptos da pedagogia tradicional, abrigando facções ligadas à Igreja Católica.
O Estado procurou controlar as diversas tendências educacionais, mediando às disputas entre
as duas grandes correntes do pensamento educacional; pendeu, entretanto, em favor das forças
conservadoras.
Entendemos que o que ocorreu na educação durante o governo Vargas era parte de
um projeto mais amplo, voltado para a estruturação de um sistema nacional e unificado de
ensino, até então inexistente. Dentre as medidas tomadas, as reformas educacionais dos
Ministérios Francisco Campos e Gustavo Capanema foram às de maior impacto.
Na exposição de motivos da Lei Orgânica do Ensino Secundário, Gustavo Capanema
assim se pronunciava sobre a finalidade específica do ensino secundário: “formar nos
adolescentes uma sólida cultural geral, marcada pelo cultivo das humanidades antigas e
humanidades modernas e bem assim acentuar e elevar a consciência patriótica e a consciência
humanística”. Trabalhos manuais, educação física e canto orfeônico eram disciplinas
obrigatórias, visando enfatizar as “práticas educativas” destinadas à formação física, cívica e
moral da juventude, superando o caráter “acentuadamente instrutivo” das escolas do país, que
5
punham muita ênfase no ensino propriamente científico e literário.
Na essência, entendemos que o regime “varguista” oficializou o dualismo
educacional: um sistema de ensino bifurcado, com um ensino secundário destinado a formar
as “elites condutoras” e um ensino técnico-profissionalizante para as classes populares,
definindo o lugar que cada camada social deveria ter na construção da nação brasileira.
Com relação aos anos de 1960, além de observarmos a produção e disseminação de
diversos impressos didáticos destinados a alfabetização passarem a utilizarem “iconografias”
em seu conteúdo, como a Caminho Suave, geralmente acompanhados de textos, na educação
escolar, e também devido aos intensos debates políticos e pedagógicos que envolviam tanto
questões sociais quanto educacionais, o Estado promoveu o chamado “alfabetizações em
massa”, que visava diminuir excessivamente a taxa de analfabetização da população brasileira
e tentar conscientizá-la de seus graves problemas sociais. Neste contexto, foi criado o “Plano
Nacional de Alfabetização”, que tinha como principal objetivo, alfabetizar milhões de
brasileiros em um tempo muito curto.
No entanto, acreditamos que tal proposta de massificação não atingiu os resultados
esperados, pois era impossível alfabetizar este contingente populacional desta forma, além de
não haver no próprio Estado uma proposta efetiva que pudesse subsidiar este plano,
ocasionando num decréscimo cada vez mais da qualidade de ensino em nosso país. É
importante salientar, que neste período, surgiu o MOBRAL, em 1967, que também, ao nosso
ver, não atendeu plenamente as expectativas, reforçando o fato de muitas alfabetizadoras
(professoras) mineiras a se atentarem para a qualidade dos métodos das cartilhas e, estas, a
utilizarem minuciosamente estes impressos em suas práticas educativas.
Em adição a esta pesquisa, identificamos em análises feitas na Secretaria do Estado
de Educação de Minas Gerais, que políticas públicas para a educação, como o PROALFA7
,
buscam elevar, por meio de estratégias próprias de ensino destes programas, os níveis de
leitura e escrita dos alunos das escolas estaduais de Minas Gerais. No caso específico da
cidade de Uberlândia, ao verificarmos os últimos dados coletados pelo nosso grupo, no ano de
2008, observamos uma melhoria de 2% nos resultados desse mesmo programa, se
compararmos aos dos anos anteriores com esse ano, segundo dados do Jornal “O Correio de
Uberlândia”.
7
Programa de Avaliação da Alfabetização.
6
HISTÓRIA E IMAGEM: PRESSUPOSTOS NORTEADORES DA PESQUISA EM
EDUCAÇÃO
Atualmente, estamos vivenciando uma intensa mudança nos modos de pensar e de
reconstituir o passado histórico no qual viemos observando muito o historiador com a
importante tarefa de não apenas desvendar o passado, mas principalmente, buscar respostas
para o presente utilizando fontes tradicionais de pesquisa, como textos escritos e impressos,
somadas a outras fontes como as iconográficas, por meio de pesquisas que enfatizam a
perspectiva histórica (BURKE, 2004).
Porém, nas últimas décadas observamos importantes transformações e disseminações
de estudos que destacam a importância da imagem na história, voltada para a discussão das
fontes de pesquisa trabalhadas pelo historiador. Dentre estas, as atenções dadas às fontes
escritas e iconográficas ganharam amplitude, ao considerar a alfabetização visual,
iconografias e impressos como objetos de estudo para a história da educação. Dentre estes,
este presente estudo destaca as contribuições relevantes de (BURKE, 2005, 2004; CALADO,
1994 e CHARTIER, 2001 e 2002).
Por outro lado, quando ressaltamos a questão e a importância das imagens na
história, é preciso mencionarmos os meios em que essa mensagem visual foi sendo veiculada
ao longo dos anos, neste caso, ao destacarmos os impressos, como panfletos, folhetins de
época e, mesmo, livros, que, associadas aos textos, tinham a função de complementar alguma
informação ou, mesmo, testemunhar alguma época ou momento histórico visualmente. Desse
modo, concordamos com Chartier (2002) ao nos desvelar que o texto é objeto de constantes
leituras, nos quais estas vão se diversificando com o passar do tempo. É neste sentido que este
teórico vai pontuar as práticas de leituras associadas a textos visuais, como as imagens, que
vão retratar lugares, momentos, memórias entre outros.
Com o surgimento da imagem impressa (gravura) no século XV e XVI, da imprensa
no século XIX e da fotografia no século XX, a produção e disseminação de imagens para a
sociedade cresceu de forma considerável (BURKE, 2004). De fato, acreditamos que a
imagem, enquanto um campo da pedagogia visual inserido na cultura escolar é rica em
significados e representações. Diante disso, podemos afirmar a possibilidade de uma
representação histórica fiel do passado que a imagem nos pode transmitir.
[...] as imagens nos permitem ‘imaginar’ o passado de forma mais vivida.
[...] nossa posição face a face com uma imagem nos coloca face a face com a
história. O uso de imagens em diferentes períodos como objetos de devoção
ou meios de persuasão, de transmitir informações ou de oferecer prazer,
7
permite-lhes testemunhar antigas formas de religião, de conhecimento,
crença, deleite, etc. embora textos também ofereçam indícios valiosos,
imagens constituem-se no melhor guia para o poder de representações
visuais na vida religiosa e política de culturas passadas (BURKE, 2004, p.
17).
Assim, após a grande proliferação da imagem no século XIX, devido ao boom do
surgimento da impressa gráfica, entendemos a necessidade de se compreender e saber utilizá-
la enquanto fonte iconográfica baseada na gramática visual. Dessa forma, acreditamos que ao
aprendermos a ler imagens, e a entender os seus significados, temos a capacidade de
comunicar e de ensinar por meio delas, e a saber explorá-las ao utilizá-las enquanto
evidências visuais em pesquisas históricas, contextualizando-as. Daí, a importância da
alfabetização pela imagem, em estudos inseridos na história da educação, que vão se referir à
linguagem visual iconográfica.
Uma vantagem particular do testemunho de imagens é a de que elas
comunicam rápida e claramente os detalhes de um processo complexo, como
o da impressão, por exemplo, o que um texto leva muito mais tempo para
descrever de forma mais vaga. (BURKE, 2004, p.101)
Diante desta linha de raciocínio, para Chartier (2002), os textos, impressos e leituras
assumem grande relevância na produção de significados e interpretações em pesquisas que
abordam temas relacionados à educação. Assim, entendemos que a cartilha Caminho Suave,
objeto de estudo neste presente trabalho, se insere na cultura dos impressos didáticos
presentes no âmbito educacional, portanto, da cultura escolar.
Por outro lado, com relação às fontes históricas da pesquisa científica, Saviani
(2004) vai nos falar sobre os diferentes conceitos que poderíamos atribuir à palavra “fonte”,
entre os quais destacamos o que diz respeito à História da Educação, o qual nos interessa aqui.
Segundo este historiador da educação, as fontes históricas constituem o ponto de partida para
o desenvolvimento da pesquisa no qual o objeto de estudo é problematizado, no caso deste
trabalho, o impresso destinado à alfabetização Caminho Suave. Neste sentido, entendemos
que as fontes para o nosso conhecimento são a base que darão o corpo para a produção
cientifica, visto que “[...] sempre que a elas retornamos, tendemos a descobrir novos
elementos, novos significados, novas informações que nos tinham escapado por ocasião das
incisões anteriores” (SAVIANI, 2004, p. 6).
Entretanto, com relação aos métodos e as fontes de pesquisa,
8
os maiores problemas para os historiadores, no entanto, são certamente
aqueles das fontes e dos métodos. Já foi sugerido que quando os
historiadores começaram a fazer novos tipos de perguntas sobre o passado,
para escolher novos objetos de pesquisa, tiveram de buscar novos tipos de
fontes, para suplementar os documentos oficiais, alguns de voltaram para a
história oral; outros a evidencia das imagens [...]. (BURKE, 1992, p. 25).
Cabe destacar, ainda no pensamento de Saviani (2004), as distinções das fontes8
históricas constituídas espontaneamente e as que são produzidas por nós historiadores. As
primeiras seriam todos os documentos, arquivos, vestígios e indícios encontrados nos
diferentes tipos de acervos públicos, privados e também em bibliotecas, em diversos lugares
de nosso meio social, aos quais na maioria das vezes precisamos recorrê-los para procurarmos
obter melhores compreensões de determinados acontecimentos no campo educacional.
CAMINHO SUAVE E A ALFABETIZAÇÃO PELA IMAGEM: EM BUSCA DE
REFLEXÕES
Somos sabedores que ler e escrever são necessidades importantes para o indivíduo, e
que o Estado tem obrigação de garantir e proporcionar uma educação com qualidade e o
acesso a todos os cidadãos o direito de aprender a ler e a escrever. Por mais que seja mais
evidente em pesquisas educacionais a associação entre alfabetização e educação, e a relação
de ambas com o desenvolvimento cultural, econômico e político de uma nação, a escola ainda
é colocada, equivocadamente, como a única solução para conter as mazelas existentes na
esfera educacional, como é caso do problema do analfabetismo (MORTATTI, 2004).
Além do constatarmos que o termo “alfabetização” está frequentemente presente no
pensamento pedagógico brasileiro, acreditamos que a importância da escrita e da leitura,
também estão cada vez mais ressaltadas no bojo educacional, pois entendemos que ambas
passaram a terem maior relevância como meios necessários de comunicação e de linguagem,
presentes na vida do indivíduo, fundamentais para o desenvolvimento pleno de uma
sociedade.
Além de impressos destinados a alfabetização produzidos no Brasil ao longo dos
anos na história da educação de nosso país, como a Caminho Suave, verificamos também que
foram produzidos outros materiais didáticos relacionados à alfabetização, sendo ferramentas
de apoio pedagógico a referida cartilha, como cartazes com imagens desse mesmo impresso,
8
Segundo Saviani (2004), os diversos tipos de arquivos e documentos, em geral, encontrados em bibliotecas e
em arquivos públicos e privados, só adquirem o valor de fonte se estiverem diante e ao olhar do historiador,
durante a formulação do problema e do objeto de estudo de sua pesquisa.
9
assim como baralhos lúdicos que contém as mesmas imagens desse impresso, carimbos e
cadernos de exercícios para os alunos e manuais pedagógicos para professores, sendo que
alguns destes foram encontrados no Centro de Referência do Professor, em Uberlândia, Minas
Gerais.
Com relação ao objeto especifico de nosso estudo, destacamos abaixo uma imagem
da cartilha Caminho Suave, coletada por nosso grupo de pesquisa:
Capa de uma edição da Cartilha Caminho Suave: Alfabetização pela Imagem.
Branca Alves de Lima, 1964.
O que podemos constatar durante a análise desta cartilha, e do conhecimento sobre as
suas publicações por meio de pesquisas realizadas, é que esta, além de alfabetizar por meio da
associação de imagens as letras, praticamente possui e segue a mesma semelhança de capa -
duas crianças caminhando de mãos dadas em direção a uma escola - em todas as suas
publicações, desde quando surgiu, no ano de 1948.
Uma das páginas da Cartilha Caminho Suave: Alfabetização pela Imagem.
Branca Alves de Lima, 1964.
10
Ainda com relação a este impresso pedagógico, em uma de suas páginas, observamos
letras associadas a imagens, como se pode observar acima, no qual a letra “p” está inserida -
desenhada - no corpo de um pato, no caso, a imagem, com o intuito de alfabetizar o aluno, por
meio da associação entre letras, sílabas e imagens que representam desde animais, objetos a
pessoas. Entendemos que o método sintético da Caminho Suave começava pelas vogais e
partia para a silabação, formando palavras. Acreditamos que esta forma de alfabetizar pela
imagem, contribuía para o ensino e aprendizagem dos alunos e, que a autora desta cartilha,
Branca Alves de Lima, foi à pioneira ao criar este método de alfabetização pela imagem na
educação escolar.
Este trabalho também identificou que este método não é o mais utilizado nas escolas
atualmente, mas continua vendendo números consideráveis de exemplares por ano em nosso
país, na área da educação e pedagogia, afirmando a sua potencialidade, importância e tradição
em ter alfabetizado milhares de pessoas desde a sua criação, na história da educação
brasileira. Não obstante, é importante mencionarmos que que este impresso didático foi o
mais vendido no Brasil no ano de 2010, segundo dados da Livraria Folha.9
Durante a análise iconográfica e bibliográfica, não encontramos evidência que
pudesse desvelar para este estudo se a autora deste material tinha algum conhecimento do
alfabetismo visual, ou seja, a “gramática da imagem”, para poder ter preparado o manual do
professor ou pedagógico que tinha como princípio auxiliá-lo a utilizar corretamente o método
e orientá-los em suas aulas, método este relacionado a alfabetização pela imagem.
Diante desse raciocínio, acreditamos que a referida autora deste impresso, Branca
Alves de Lima, ao se deparar com as dificuldades apresentadas pelos seus alunos, em associar
palavras com imagens que representavam alguma coisa, como animais, pessoas ou objetos do
cotidiano, resolveu criar este método de “alfabetização pela imagem”. Seguindo este
raciocínio, entendemos que a imagem torna-se fundamental na transmissão de conteúdos, se
relacionando ao contexto educativo e histórico em que foi produzida.
No que se refere à alfabetização visual, é importante ressaltarmos que a relevância
dada à “decifração” da imagem, está relacionada aos elementos da linguagem visual como
pontos, linhas, planos, cor, composição em geral, conceitos estes presentes nas Artes Visuais.
[...] as imagens usadas em sala de aula não devem sê-lo gratuitamente, mas
que devemos conhecer os seus componentes sintáticos e semânticos – para
adequá-los aos objetivos que perseguiremos. É, de fato, de sintaxe e de
9
Para maiores informações, ver: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/760771-cartilha-caminho-
suave-lidera-mais-vendidos-em-educacao-e-pedagogia.shtml (acesso em 15 de março de 2011).
11
semântica que trata da gramática da imagem: das relações entre os elementos
(relações entre fundo e forma, relações entre linhas e massas, tensões
estabelecidas, relações de escala e proporção entre esses elementos, etc.),
bem como do significado dessas relações, que passam então a ser encaradas
como signos (CALADO, 1994, p. 51).
Quando mencionamos o termo alfabetismo, estamos afirmando que se refere à
capacidade de o individuo compreender e se expressar por meio de um sistema de
representação escrita e visual (CALADO, 1994). O que se percebe neste raciocínio, é que as
imagens e as palavras devem se complementar, e jamais se oporem. Quando trabalhadas
juntas, percebemos que ambas podem enriquecer as significações das imagens, contribuindo,
por exemplo, para o processo de alfabetização, assim como ocorre na cartilha Caminho
Suave. De fato, entende-se que ambas são duas formas de representações que precisam estar
inseridas no contexto educativo e histórico do aluno.
Neste sentido, aprofundar o estudo sobre a gramática da imagem é uma forma de
conhecermos e percebermos a potencialidade que as mesmas podem ter se utilizadas como
recurso metodológico na educação e como fontes iconográficas para pesquisas cientificas que
utilizam evidências visuais. Desse modo, acredita-se que a leitura de imagens, assim como a
dos textos escritos, nos fazem ir em busca não apenas da compreensão e comunicação de
informações ou idéias, mas também, da codificação e decodificação da mesma, fundamental
para o ato de se comunicar visualmente.
[...] uma imagem não substitui, um texto ou uma proposição oral. Mas
também que, para certas mensagens, estes últimos não substituem uma
imagem: pelas suas propriedades estruturais, a imagem está mais apta que o
discurso verbal a representar, nomeadamente, realidades organizacionais
(capacidade superior de representação das relações espaciais) (CALADO,
1994, p. 34).
Em vista disso, com relação ao uso da imagem na sala de aula, é relevante
compreendermos que,
fornecer aos alunos os conhecimentos necessários pra uma leitura consciente
das imagens, levá-lo a descobrir os seus códigos, é contribuir para integração
do futuro cidadão, tornando-o liberto do poder massificador e demagógico
dos media. Fazer do aluno um indivíduo civicamente responsável e torná-lo
capaz de analisar, escolher, decidir e intervir. A valorização dos outros
sistemas de comunicação para além do verbal aproximará a escola das
formas hodiernas de comunicação e, nessa medida, torná-la um fórum de
saber verdadeiramente englobante (CALADO, 1994, p. 122).
12
A necessidade dessa aprendizagem visual pode fazer com que os alunos entendam as
informações e significações contidas nas imagens, decifrando-as, gerando interpretações e
outros significados que podem ser diferentes de acordo com o seu contexto, podendo
contribuir para o seu aprendizado e produção de conhecimento, além de aprenderem a ler e a
escrever, neste caso, ao trabalharem com o impresso de alfabetização pela imagem Caminho
Suave.
O poder da imagem no domínio da educação, da afetividade, da
sensibilidade e da sociabilidade tem pois afirmar-se com igual vigor.
Valorizar a polissemia de certas mensagens (não temer diferentes
interpretações) é ajudar a desenvolver no aluno não só o sentido do grupo, da
tolerância e da democracia, mas também o espírito crítico. A escola
reencontrará ainda, associado à polissemia, o valor da criatividade
(CALADO, 1994, p. 123).
Assim, o impresso, por ser um tradicional meio de comunicação entre os indivíduos
de uma sociedade, está também relacionado às práticas de leitura presentes num grupo social
(CHARTIER, 2001), neste caso, as pessoas que foram alfabetizadas pela Caminho Suave, ao
enfatizar temas dos mais variados em seu escopo. Neste sentido, este autor vai nos dizer que
cada comunidade ou grupo social vai organizar suas práticas de leitura por meio de uma obra
textual, ou seja, à obra Caminho Suave (texto e imagem), no qual esta passa a influenciar a
forma de ler dos indivíduos de uma sociedade (aprender a ler e a escrever com esta cartilha).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos anos, temos percebido uma grande proliferação e disseminação rápida
de novas tecnologias e meios de comunicação em nossa sociedade, das quais a atenção dada
às imagens, sobretudo, as formas visuais de comunicação, foi se mostrando relevante no bojo
educacional, implicando em novas práticas de ensino e de investigações cientificas que
utilizam as imagens enquanto formas de evidências visuais.
Neste sentido, percebemos que a disseminação das mensagens visuais em toda a
sociedade se insere no âmbito de pesquisas cientificas de cunho histórico, no qual a
necessidade de se alfabetizar visualmente, se atentando para as especificidades das imagens
em impressos didáticos, se mostra cada vez mais relevante na esfera educacional.
Seguindo este raciocínio, acreditamos que a imagem possa contribuir no contexto
educativo e para pesquisas de perspectiva histórica que a utilizam como fontes de
13
investigação e de alfabetização. Assim, pensar na importância que a imagem tem na educação
e na história, enquanto fontes iconográficas para o historiador e de metodologias de ensino,
faz com que esta pesquisa concorde com Burke (2004) e Calado (1994), ao nos falar da
imagem enquanto testemunha visual e forma de evidência para o historiador, além de
alfabetizar quem não sabe ler nem escrever, assim como era com a Caminho Suave.
Neste sentido, ao enfatizar a presença de imagens enquanto fontes iconográficas em
impressos didáticos como na Caminho Suave, que alfabetizava pela imagem, é importante
reforçarmos que atualmente historiadores estão recorrendo às estas como uma fonte relevante
e segura de investigação, principalmente quanto ao seu uso como evidência histórica e
didática, pelo fato de poderem testemunhar visualmente épocas e lugares em que foram
utilizadas e pela importância de alfabetizar visualmente indivíduos na educação escolar, em
associação com textos escritos. No contexto educativo, tanto a linguagem visual quando a
escrita são fundamentais para o processo de alfabetização do aluno, assim como ocorre com o
impresso Caminho Suave, pelo fato de entendermos a imagem, em associação com o texto
escrito, contribuir de forma eficaz e rápida, o desenvolvimento da escrita e da leitura da
criança durante a alfabetização da mesma.
É diante dessas construções que buscamos esboçar neste artigo reflexões e análises
que fazem parte de uma investigação mais ampla denominada “História da Alfabetização do
Triângulo Mineiro e Pontal do Triângulo”, pesquisa esta financiada pela FAPEMIG e, como
se desenvolveu historicamente a alfabetização na cidade de Uberlândia, no interior do estado
de Minas Gerais, no período de 1948 a 1964 por meio de um impresso didático bastante
conhecido e presente na cultura escolar: a Caminho Suave, no qual procuramos dar uma
maior ênfase à metodologia por este impresso utilizado e a presença de imagens com o intuito
de alfabetizar visualmente os alunos, fato este pioneiro entre tantos outros impressos
destinados a alfabetização e, o qual foi o diferencial e fato instigador para podermos analisá-
lo.
Pensamos que o desenvolvimento de tais interpretações e reflexões a respeito da
história, memória e iconografia nos impressos didáticos destinados a alfabetização, neste
caso, a Caminho Suave, por imagem possa se confrontar com dados de outras pesquisas,
contribuindo para a reconstituição desta história na cidade mineira de Uberlândia, no período
de 1948 a 1964. Seguindo este raciocínio, entendemos que a imagem torna-se fundamental na
transmissão de conteúdos e para a alfabetização, produzindo conhecimento e se relacionando
ao contexto educativo e histórico em que foi produzida.
14
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo
financiamento da pesquisa durante o período de vigência 2007-2009, contribuindo para que a
mesma fosse disseminada ao âmbito educacional por meio de congressos, encontro científicos
e apresentações de trabalho, apresentando os resultados da pesquisa;
À professora Doutora Sônia Maria dos Santos, da Faculdade de Educação (FACED),
da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), pelas sábias orientações e profundo
conhecimento sobre o tema abordado durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa, até o
trabalho final de investigação;
À comunidade acadêmica, em contribuição a produção e disseminação de
conhecimento para a educação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Gustavo Cunha & SANTOS, Sônia Maria. A cartilha Caminho Suave: história,
memória e iconografia. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais:
NEHAC/Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia, v.5. n.º 2, ano 5,
Abril/Maio/Junho de 2008. p. 1-16.
BURKE, Peter. O que é história cultural. Tradução de Sérgio Goes. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editora, 2005, p. 07-43.
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. Tradução de Magda Lopes. São
Paulo: UNESP, 1992.
BURKE. Testemunha ocular: história e imagem. Tradução de Vera Maria Xavier dos Santos.
Bauru: SP/EDUSC, 2004.
CALADO, Isabel. A utilização educativa das imagens. Coleção Mundo de Saberes 8. Porto:
Porto Editora, 1994.
CHARTIER, Roger. Cultura Escrita, Literatura e História. Conversas de Roger Chartier.
Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro:
Bertrand, 2002.
15
FRADE, Isabel Cristina. A. S. & MACIEL, Francisca Izabel P. (orgs.). História da
alfabetização: produção, difusão e circulação de livros (MG/RS/MT – Séc. XIX e XX). Belo
Horizonte: UFMG/FAE, 2006.
MORTATTI, Maria do Rosário longo. Educação e letramento. São Paulo: UNESP, 2004.
REY, Fernando L. Gonzalez. Pesquisa qualitativa em psicologia. Tradução de Marcel
Aristides Ferrada Silva. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
SANTOS, Sônia Maria. Histórias de alfabetizadoras brasileiras: entre saberes e práticas.
São Paulo: Universidade Católica de São Paulo, 2001. Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade Católica de São Paulo, 2001.
SAVIANI, Dermeval. Breves considerações sobre fontes para a história da educação. In:
LOMBARDI, José Claudinei & NASCIMENTO, Maria Isabel Moura (orgs.). Fontes,
história e historiografia da educação. Campinas/SP: Autores Associados, 2004. p. 3-12.

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História da alfabetização em Minas Gerais

  • 1. HISTÓRIA E IMAGEM: A ICONOGRAFIA EM IMPRESSO DIDÁTICO DESTINADO A ALFABETIZAÇÃO GUSTAVO CUNHA DE ARAÚJO1 SÔNIA MARIA DOS SANTOS2 RESUMO O estudo ora apresentado, inserido no contexto da história da educação brasileira, tem como finalidade analisar o impresso didático destinado a alfabetização denominado Caminho Suave, cartilha esta voltada para a alfabetização pela imagem, para que possamos resgatar e construir a história da alfabetização na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, no período de 1948 a 1964. Para tal, esta pesquisa, de epistemologia qualitativa, tem como procedimento metodológico as fontes iconográficas impressas que, ao se somarem com a literatura educacional analisada, possam nos contribuir com reflexões e interpretações sobre a problemática enfatizada neste estudo, corroborando para a socialização e disseminação de conhecimento para a História da Educação mineira, enfatizando estudos que envolvem a alfabetização e iconografias por meio da perspectiva histórica. PALAVRAS-CHAVE: História; Imagem; Impresso Didático; Caminho Suave; Alfabetização. ABSTRACT The study presented here, within the context of the history of Brazilian education, aims to analyze a printed textbook for literacy called Caminho Suave, this booklet focused on literacy for the image, so that we can recover and build on the history of literacy Uberlândia, Minas Gerais, in the period 1948 to 1964. To this end, this research, qualitative epistemology, methodological procedure is to print the iconographic sources that add up when searched with the educational literature, may contribute to the reflections and interpretations on the issue emphasized in this study may contribute to further socialization and dissemination of knowledge to the mineira history of education, emphasizing studies involving literacy and iconography through the historical perspective. KEYWORDS: History; Image; Printed Didactical; Caminho Suave; Literacy. 1 Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila nº. 2160, Bairro Santa Mônica, Uberlândia/Minas Gerais – CEP: 38.400-902 e-mail: gustavocaraujo@yahoo.com.br. 2 Faculdade de Educação, Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila nº. 2160, Bairro Santa Mônica, Uberlândia/Minas Gerais – CEP: 38.400-902 e-mail: soniam@ufu.br.
  • 2. 2 Nos estudos realizados por nosso grupo de pesquisa3 sobre a alfabetização, cartilhas e iconografias, percebemos que as investigações sobre a alfabetização realizadas ao longo dos anos focando a perspectiva histórica é recente no bojo educacional. Todavia, percebemos que produções acadêmicas sobre tais temas tem sido realizados com grande relevância para a memória da história da educação brasileira contribuindo para que problemas relacionados à alfabetização escolar possam ser mais bem compreendidos e analisados. Diante disso, por meio de um extenso trabalho de análise bibliográfica e iconográfica, esta pesquisa propõe contribuir relevantemente para a história da educação, ao apresentar um estudo de caráter histórico feito sobre o impresso didático Caminho Suave, na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, ao tentarmos compreender a importância das imagens que apareceram neste impresso didático, contribuindo para o processo de alfabetização de inúmeras pessoas que foram alfabetizadas por esta cartilha ao longo de mais de quarenta anos. Neste sentido, compreendemos a relevância de estudos sobre a alfabetização e impressos didáticos realizados no Estado de Minas Gerais, muito devido a contribuições do CEALE4 /FAE5 /UFMG, e pelo grupo de pesquisa “História da Alfabetização: lugares de formação, cartilha e modos de fazer”, da FACED/UFU, que possam colaborar para investigações sobre este tema relacionados à história da educação não apenas neste estado, mas para a educação brasileira também, ao socializar e divulgar as análises feitas à comunidade acadêmica em geral. É importante ressaltarmos que em pesquisas anteriores6 , o recorte temporal era de 1936 a 1960, pois não havíamos ainda encontrado a data de registro do impresso didático destinado a alfabetização Caminho Suave, apenas vestígios de possíveis datas de publicações de suas edições, assim como dessa referida data, em diferentes regiões mineiras e, conseqüentemente, no Brasil. Assim, devido a participações em alguns congressos científicos da educação nos últimos anos e intercalando informações com colegas e pesquisadores da área da História da Educação, descobrimos que este material didático tem data de registro oficial de 1948, a qual teve sua primeira edição publicada. 3 Grupo de pesquisa cadastrado pelo CNPq: “História da Alfabetização: lugares de formação, cartilha e modos de fazer”, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, o que se faz parte, também, professores das redes municipais, estaduais e superiores de ensino da cidade de Uberlândia, Minas Gerais. 4 Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais. 5 Faculdade de Educação. 6 ARAÚJO, Gustavo Cunha & SANTOS, Sônia Maria. A cartilha Caminho Suave: história, memória e iconografia. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais: NEHAC/Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia, v.5. n.º 2, ano v, Abril/Maio/Junho de 2008. p. 1-16.
  • 3. 3 O objetivo principal desta pesquisa foi analisar a Caminho Suave, material este inserido nas fontes impressas, no período de 1948 a 1964, localizado na cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Este período foi elegido por nós devido ao fato da Caminho Suave ter sido publicada oficialmente no ano de 1948, e por termos conseguido encontrar um de seus exemplares com data de 1964. Daí, a justificativa da pesquisa se concentrar neste recorte temporal. Não obstante, este estudo entende que a pesquisa em educação surge de experiências e práticas produzidas no contexto educativo, além de questionamentos e produção de conhecimentos que permeiam toda a esfera educacional. Desse modo, esta pesquisa, de caráter qualitativo, tem como principio norteador o pesquisador como sujeito de pensamento e o teórico como o centro da produção científica (REY, 2002). Neste sentido, a epistemologia qualitativa caracteriza este presente artigo, que permeia as diversas formas de se produzir conhecimento em nossa sociedade. A pesquisa qualitativa, apoiada na epistemologia qualitativa, não se orienta para produção de resultados finais que possam ser tomados como referências universais e invariáveis sobre o estudado, mas à produção de novos momentos teóricos que se integrem organicamente ao processo geral de construção de conhecimentos. (REY, 2002, p. 125). Como procedimento metodológico foi elegido para este estudo as fontes iconográficas encontradas na Caminho Suave, somadas as análises bibliográficas realizadas da literatura educacional, enfatizada neste trabalho como subsidio teórico para a produção de reflexões sobre o problema pontuado nesta investigação. Neste sentido, este estudo entende que a pesquisa na História da Educação sobre impressos e iconografias atualmente é extremamente rica e isso pode estar ligado ao fato de diversos historiadores e pesquisadores entenderem e valorizarem estes materiais pedagógicos como sendo uma importante fonte para a pesquisa na História da Educação brasileira. Também, encontramos vários estudos sobre a história da educação, que possam nos auxiliar nas reflexões feitas sobre o tema abordado neste trabalho, colocando-os atualmente em lugar de destaque com relação a outras temáticas de pesquisas no bojo educacional. No que se diz respeito alfabetização, iconografias e impressos, destacamos os estudos de (BURKE, 1992, 2004, 2005; CALADO, 1994; CHARTIER, 2001 e 2002; FRADE & MACIEL, 2006; MORTATTI 2004; SANTOS, 2001; SAVIANI, 2004) que enriquecem o presente trabalho.
  • 4. 4 A ALFABETIZAÇÃO EM MINAS GERAIS: UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA As raízes da criação e organização da primeira escola pública municipal de Minas Gerais foram em 1948, no qual encontra-se em um conjunto de circunstâncias históricas, globais e locais, que remontam à Revolução de 1930, através da qual Getúlio Vargas ascende ao poder, ao Estado Novo, que instalou a ditadura “varguista” no país, e ao processo de (re) democratização que caracteriza o período pós-45. Desde os primeiros anos, Getúlio Vargas dispensou uma grande atenção à educação, que viria cumprir um papel fundamental na consolidação da ordem política que se instalava no país. Neste período, como já vinha ocorrendo desde a década de 20, os debates educacionais foram intensos. No entanto, na Era Vargas, foram criadas políticas públicas para a leitura, que ficaram mais evidentes nesta época, e por estarem contidos em períodos bastante conturbados, principalmente da luta pela democracia. Em vista disto, a grande preocupação com o Brasil, na educação nesta época, era com os livros didáticos de literatura infantil, no qual destacamos os impressos pedagógicos destinados a alfabetização, como a cartilha Caminho Suave. Uma diversidade de propostas se apresentava para a sociedade, envolvendo as duas principais correntes do pensamento educacional: de um lado, os partidários de idéias renovadoras, conhecidos como “profissionais da educação” e, de outro, o grupo dos conservadores, adeptos da pedagogia tradicional, abrigando facções ligadas à Igreja Católica. O Estado procurou controlar as diversas tendências educacionais, mediando às disputas entre as duas grandes correntes do pensamento educacional; pendeu, entretanto, em favor das forças conservadoras. Entendemos que o que ocorreu na educação durante o governo Vargas era parte de um projeto mais amplo, voltado para a estruturação de um sistema nacional e unificado de ensino, até então inexistente. Dentre as medidas tomadas, as reformas educacionais dos Ministérios Francisco Campos e Gustavo Capanema foram às de maior impacto. Na exposição de motivos da Lei Orgânica do Ensino Secundário, Gustavo Capanema assim se pronunciava sobre a finalidade específica do ensino secundário: “formar nos adolescentes uma sólida cultural geral, marcada pelo cultivo das humanidades antigas e humanidades modernas e bem assim acentuar e elevar a consciência patriótica e a consciência humanística”. Trabalhos manuais, educação física e canto orfeônico eram disciplinas obrigatórias, visando enfatizar as “práticas educativas” destinadas à formação física, cívica e moral da juventude, superando o caráter “acentuadamente instrutivo” das escolas do país, que
  • 5. 5 punham muita ênfase no ensino propriamente científico e literário. Na essência, entendemos que o regime “varguista” oficializou o dualismo educacional: um sistema de ensino bifurcado, com um ensino secundário destinado a formar as “elites condutoras” e um ensino técnico-profissionalizante para as classes populares, definindo o lugar que cada camada social deveria ter na construção da nação brasileira. Com relação aos anos de 1960, além de observarmos a produção e disseminação de diversos impressos didáticos destinados a alfabetização passarem a utilizarem “iconografias” em seu conteúdo, como a Caminho Suave, geralmente acompanhados de textos, na educação escolar, e também devido aos intensos debates políticos e pedagógicos que envolviam tanto questões sociais quanto educacionais, o Estado promoveu o chamado “alfabetizações em massa”, que visava diminuir excessivamente a taxa de analfabetização da população brasileira e tentar conscientizá-la de seus graves problemas sociais. Neste contexto, foi criado o “Plano Nacional de Alfabetização”, que tinha como principal objetivo, alfabetizar milhões de brasileiros em um tempo muito curto. No entanto, acreditamos que tal proposta de massificação não atingiu os resultados esperados, pois era impossível alfabetizar este contingente populacional desta forma, além de não haver no próprio Estado uma proposta efetiva que pudesse subsidiar este plano, ocasionando num decréscimo cada vez mais da qualidade de ensino em nosso país. É importante salientar, que neste período, surgiu o MOBRAL, em 1967, que também, ao nosso ver, não atendeu plenamente as expectativas, reforçando o fato de muitas alfabetizadoras (professoras) mineiras a se atentarem para a qualidade dos métodos das cartilhas e, estas, a utilizarem minuciosamente estes impressos em suas práticas educativas. Em adição a esta pesquisa, identificamos em análises feitas na Secretaria do Estado de Educação de Minas Gerais, que políticas públicas para a educação, como o PROALFA7 , buscam elevar, por meio de estratégias próprias de ensino destes programas, os níveis de leitura e escrita dos alunos das escolas estaduais de Minas Gerais. No caso específico da cidade de Uberlândia, ao verificarmos os últimos dados coletados pelo nosso grupo, no ano de 2008, observamos uma melhoria de 2% nos resultados desse mesmo programa, se compararmos aos dos anos anteriores com esse ano, segundo dados do Jornal “O Correio de Uberlândia”. 7 Programa de Avaliação da Alfabetização.
  • 6. 6 HISTÓRIA E IMAGEM: PRESSUPOSTOS NORTEADORES DA PESQUISA EM EDUCAÇÃO Atualmente, estamos vivenciando uma intensa mudança nos modos de pensar e de reconstituir o passado histórico no qual viemos observando muito o historiador com a importante tarefa de não apenas desvendar o passado, mas principalmente, buscar respostas para o presente utilizando fontes tradicionais de pesquisa, como textos escritos e impressos, somadas a outras fontes como as iconográficas, por meio de pesquisas que enfatizam a perspectiva histórica (BURKE, 2004). Porém, nas últimas décadas observamos importantes transformações e disseminações de estudos que destacam a importância da imagem na história, voltada para a discussão das fontes de pesquisa trabalhadas pelo historiador. Dentre estas, as atenções dadas às fontes escritas e iconográficas ganharam amplitude, ao considerar a alfabetização visual, iconografias e impressos como objetos de estudo para a história da educação. Dentre estes, este presente estudo destaca as contribuições relevantes de (BURKE, 2005, 2004; CALADO, 1994 e CHARTIER, 2001 e 2002). Por outro lado, quando ressaltamos a questão e a importância das imagens na história, é preciso mencionarmos os meios em que essa mensagem visual foi sendo veiculada ao longo dos anos, neste caso, ao destacarmos os impressos, como panfletos, folhetins de época e, mesmo, livros, que, associadas aos textos, tinham a função de complementar alguma informação ou, mesmo, testemunhar alguma época ou momento histórico visualmente. Desse modo, concordamos com Chartier (2002) ao nos desvelar que o texto é objeto de constantes leituras, nos quais estas vão se diversificando com o passar do tempo. É neste sentido que este teórico vai pontuar as práticas de leituras associadas a textos visuais, como as imagens, que vão retratar lugares, momentos, memórias entre outros. Com o surgimento da imagem impressa (gravura) no século XV e XVI, da imprensa no século XIX e da fotografia no século XX, a produção e disseminação de imagens para a sociedade cresceu de forma considerável (BURKE, 2004). De fato, acreditamos que a imagem, enquanto um campo da pedagogia visual inserido na cultura escolar é rica em significados e representações. Diante disso, podemos afirmar a possibilidade de uma representação histórica fiel do passado que a imagem nos pode transmitir. [...] as imagens nos permitem ‘imaginar’ o passado de forma mais vivida. [...] nossa posição face a face com uma imagem nos coloca face a face com a história. O uso de imagens em diferentes períodos como objetos de devoção ou meios de persuasão, de transmitir informações ou de oferecer prazer,
  • 7. 7 permite-lhes testemunhar antigas formas de religião, de conhecimento, crença, deleite, etc. embora textos também ofereçam indícios valiosos, imagens constituem-se no melhor guia para o poder de representações visuais na vida religiosa e política de culturas passadas (BURKE, 2004, p. 17). Assim, após a grande proliferação da imagem no século XIX, devido ao boom do surgimento da impressa gráfica, entendemos a necessidade de se compreender e saber utilizá- la enquanto fonte iconográfica baseada na gramática visual. Dessa forma, acreditamos que ao aprendermos a ler imagens, e a entender os seus significados, temos a capacidade de comunicar e de ensinar por meio delas, e a saber explorá-las ao utilizá-las enquanto evidências visuais em pesquisas históricas, contextualizando-as. Daí, a importância da alfabetização pela imagem, em estudos inseridos na história da educação, que vão se referir à linguagem visual iconográfica. Uma vantagem particular do testemunho de imagens é a de que elas comunicam rápida e claramente os detalhes de um processo complexo, como o da impressão, por exemplo, o que um texto leva muito mais tempo para descrever de forma mais vaga. (BURKE, 2004, p.101) Diante desta linha de raciocínio, para Chartier (2002), os textos, impressos e leituras assumem grande relevância na produção de significados e interpretações em pesquisas que abordam temas relacionados à educação. Assim, entendemos que a cartilha Caminho Suave, objeto de estudo neste presente trabalho, se insere na cultura dos impressos didáticos presentes no âmbito educacional, portanto, da cultura escolar. Por outro lado, com relação às fontes históricas da pesquisa científica, Saviani (2004) vai nos falar sobre os diferentes conceitos que poderíamos atribuir à palavra “fonte”, entre os quais destacamos o que diz respeito à História da Educação, o qual nos interessa aqui. Segundo este historiador da educação, as fontes históricas constituem o ponto de partida para o desenvolvimento da pesquisa no qual o objeto de estudo é problematizado, no caso deste trabalho, o impresso destinado à alfabetização Caminho Suave. Neste sentido, entendemos que as fontes para o nosso conhecimento são a base que darão o corpo para a produção cientifica, visto que “[...] sempre que a elas retornamos, tendemos a descobrir novos elementos, novos significados, novas informações que nos tinham escapado por ocasião das incisões anteriores” (SAVIANI, 2004, p. 6). Entretanto, com relação aos métodos e as fontes de pesquisa,
  • 8. 8 os maiores problemas para os historiadores, no entanto, são certamente aqueles das fontes e dos métodos. Já foi sugerido que quando os historiadores começaram a fazer novos tipos de perguntas sobre o passado, para escolher novos objetos de pesquisa, tiveram de buscar novos tipos de fontes, para suplementar os documentos oficiais, alguns de voltaram para a história oral; outros a evidencia das imagens [...]. (BURKE, 1992, p. 25). Cabe destacar, ainda no pensamento de Saviani (2004), as distinções das fontes8 históricas constituídas espontaneamente e as que são produzidas por nós historiadores. As primeiras seriam todos os documentos, arquivos, vestígios e indícios encontrados nos diferentes tipos de acervos públicos, privados e também em bibliotecas, em diversos lugares de nosso meio social, aos quais na maioria das vezes precisamos recorrê-los para procurarmos obter melhores compreensões de determinados acontecimentos no campo educacional. CAMINHO SUAVE E A ALFABETIZAÇÃO PELA IMAGEM: EM BUSCA DE REFLEXÕES Somos sabedores que ler e escrever são necessidades importantes para o indivíduo, e que o Estado tem obrigação de garantir e proporcionar uma educação com qualidade e o acesso a todos os cidadãos o direito de aprender a ler e a escrever. Por mais que seja mais evidente em pesquisas educacionais a associação entre alfabetização e educação, e a relação de ambas com o desenvolvimento cultural, econômico e político de uma nação, a escola ainda é colocada, equivocadamente, como a única solução para conter as mazelas existentes na esfera educacional, como é caso do problema do analfabetismo (MORTATTI, 2004). Além do constatarmos que o termo “alfabetização” está frequentemente presente no pensamento pedagógico brasileiro, acreditamos que a importância da escrita e da leitura, também estão cada vez mais ressaltadas no bojo educacional, pois entendemos que ambas passaram a terem maior relevância como meios necessários de comunicação e de linguagem, presentes na vida do indivíduo, fundamentais para o desenvolvimento pleno de uma sociedade. Além de impressos destinados a alfabetização produzidos no Brasil ao longo dos anos na história da educação de nosso país, como a Caminho Suave, verificamos também que foram produzidos outros materiais didáticos relacionados à alfabetização, sendo ferramentas de apoio pedagógico a referida cartilha, como cartazes com imagens desse mesmo impresso, 8 Segundo Saviani (2004), os diversos tipos de arquivos e documentos, em geral, encontrados em bibliotecas e em arquivos públicos e privados, só adquirem o valor de fonte se estiverem diante e ao olhar do historiador, durante a formulação do problema e do objeto de estudo de sua pesquisa.
  • 9. 9 assim como baralhos lúdicos que contém as mesmas imagens desse impresso, carimbos e cadernos de exercícios para os alunos e manuais pedagógicos para professores, sendo que alguns destes foram encontrados no Centro de Referência do Professor, em Uberlândia, Minas Gerais. Com relação ao objeto especifico de nosso estudo, destacamos abaixo uma imagem da cartilha Caminho Suave, coletada por nosso grupo de pesquisa: Capa de uma edição da Cartilha Caminho Suave: Alfabetização pela Imagem. Branca Alves de Lima, 1964. O que podemos constatar durante a análise desta cartilha, e do conhecimento sobre as suas publicações por meio de pesquisas realizadas, é que esta, além de alfabetizar por meio da associação de imagens as letras, praticamente possui e segue a mesma semelhança de capa - duas crianças caminhando de mãos dadas em direção a uma escola - em todas as suas publicações, desde quando surgiu, no ano de 1948. Uma das páginas da Cartilha Caminho Suave: Alfabetização pela Imagem. Branca Alves de Lima, 1964.
  • 10. 10 Ainda com relação a este impresso pedagógico, em uma de suas páginas, observamos letras associadas a imagens, como se pode observar acima, no qual a letra “p” está inserida - desenhada - no corpo de um pato, no caso, a imagem, com o intuito de alfabetizar o aluno, por meio da associação entre letras, sílabas e imagens que representam desde animais, objetos a pessoas. Entendemos que o método sintético da Caminho Suave começava pelas vogais e partia para a silabação, formando palavras. Acreditamos que esta forma de alfabetizar pela imagem, contribuía para o ensino e aprendizagem dos alunos e, que a autora desta cartilha, Branca Alves de Lima, foi à pioneira ao criar este método de alfabetização pela imagem na educação escolar. Este trabalho também identificou que este método não é o mais utilizado nas escolas atualmente, mas continua vendendo números consideráveis de exemplares por ano em nosso país, na área da educação e pedagogia, afirmando a sua potencialidade, importância e tradição em ter alfabetizado milhares de pessoas desde a sua criação, na história da educação brasileira. Não obstante, é importante mencionarmos que que este impresso didático foi o mais vendido no Brasil no ano de 2010, segundo dados da Livraria Folha.9 Durante a análise iconográfica e bibliográfica, não encontramos evidência que pudesse desvelar para este estudo se a autora deste material tinha algum conhecimento do alfabetismo visual, ou seja, a “gramática da imagem”, para poder ter preparado o manual do professor ou pedagógico que tinha como princípio auxiliá-lo a utilizar corretamente o método e orientá-los em suas aulas, método este relacionado a alfabetização pela imagem. Diante desse raciocínio, acreditamos que a referida autora deste impresso, Branca Alves de Lima, ao se deparar com as dificuldades apresentadas pelos seus alunos, em associar palavras com imagens que representavam alguma coisa, como animais, pessoas ou objetos do cotidiano, resolveu criar este método de “alfabetização pela imagem”. Seguindo este raciocínio, entendemos que a imagem torna-se fundamental na transmissão de conteúdos, se relacionando ao contexto educativo e histórico em que foi produzida. No que se refere à alfabetização visual, é importante ressaltarmos que a relevância dada à “decifração” da imagem, está relacionada aos elementos da linguagem visual como pontos, linhas, planos, cor, composição em geral, conceitos estes presentes nas Artes Visuais. [...] as imagens usadas em sala de aula não devem sê-lo gratuitamente, mas que devemos conhecer os seus componentes sintáticos e semânticos – para adequá-los aos objetivos que perseguiremos. É, de fato, de sintaxe e de 9 Para maiores informações, ver: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/760771-cartilha-caminho- suave-lidera-mais-vendidos-em-educacao-e-pedagogia.shtml (acesso em 15 de março de 2011).
  • 11. 11 semântica que trata da gramática da imagem: das relações entre os elementos (relações entre fundo e forma, relações entre linhas e massas, tensões estabelecidas, relações de escala e proporção entre esses elementos, etc.), bem como do significado dessas relações, que passam então a ser encaradas como signos (CALADO, 1994, p. 51). Quando mencionamos o termo alfabetismo, estamos afirmando que se refere à capacidade de o individuo compreender e se expressar por meio de um sistema de representação escrita e visual (CALADO, 1994). O que se percebe neste raciocínio, é que as imagens e as palavras devem se complementar, e jamais se oporem. Quando trabalhadas juntas, percebemos que ambas podem enriquecer as significações das imagens, contribuindo, por exemplo, para o processo de alfabetização, assim como ocorre na cartilha Caminho Suave. De fato, entende-se que ambas são duas formas de representações que precisam estar inseridas no contexto educativo e histórico do aluno. Neste sentido, aprofundar o estudo sobre a gramática da imagem é uma forma de conhecermos e percebermos a potencialidade que as mesmas podem ter se utilizadas como recurso metodológico na educação e como fontes iconográficas para pesquisas cientificas que utilizam evidências visuais. Desse modo, acredita-se que a leitura de imagens, assim como a dos textos escritos, nos fazem ir em busca não apenas da compreensão e comunicação de informações ou idéias, mas também, da codificação e decodificação da mesma, fundamental para o ato de se comunicar visualmente. [...] uma imagem não substitui, um texto ou uma proposição oral. Mas também que, para certas mensagens, estes últimos não substituem uma imagem: pelas suas propriedades estruturais, a imagem está mais apta que o discurso verbal a representar, nomeadamente, realidades organizacionais (capacidade superior de representação das relações espaciais) (CALADO, 1994, p. 34). Em vista disso, com relação ao uso da imagem na sala de aula, é relevante compreendermos que, fornecer aos alunos os conhecimentos necessários pra uma leitura consciente das imagens, levá-lo a descobrir os seus códigos, é contribuir para integração do futuro cidadão, tornando-o liberto do poder massificador e demagógico dos media. Fazer do aluno um indivíduo civicamente responsável e torná-lo capaz de analisar, escolher, decidir e intervir. A valorização dos outros sistemas de comunicação para além do verbal aproximará a escola das formas hodiernas de comunicação e, nessa medida, torná-la um fórum de saber verdadeiramente englobante (CALADO, 1994, p. 122).
  • 12. 12 A necessidade dessa aprendizagem visual pode fazer com que os alunos entendam as informações e significações contidas nas imagens, decifrando-as, gerando interpretações e outros significados que podem ser diferentes de acordo com o seu contexto, podendo contribuir para o seu aprendizado e produção de conhecimento, além de aprenderem a ler e a escrever, neste caso, ao trabalharem com o impresso de alfabetização pela imagem Caminho Suave. O poder da imagem no domínio da educação, da afetividade, da sensibilidade e da sociabilidade tem pois afirmar-se com igual vigor. Valorizar a polissemia de certas mensagens (não temer diferentes interpretações) é ajudar a desenvolver no aluno não só o sentido do grupo, da tolerância e da democracia, mas também o espírito crítico. A escola reencontrará ainda, associado à polissemia, o valor da criatividade (CALADO, 1994, p. 123). Assim, o impresso, por ser um tradicional meio de comunicação entre os indivíduos de uma sociedade, está também relacionado às práticas de leitura presentes num grupo social (CHARTIER, 2001), neste caso, as pessoas que foram alfabetizadas pela Caminho Suave, ao enfatizar temas dos mais variados em seu escopo. Neste sentido, este autor vai nos dizer que cada comunidade ou grupo social vai organizar suas práticas de leitura por meio de uma obra textual, ou seja, à obra Caminho Suave (texto e imagem), no qual esta passa a influenciar a forma de ler dos indivíduos de uma sociedade (aprender a ler e a escrever com esta cartilha). CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos últimos anos, temos percebido uma grande proliferação e disseminação rápida de novas tecnologias e meios de comunicação em nossa sociedade, das quais a atenção dada às imagens, sobretudo, as formas visuais de comunicação, foi se mostrando relevante no bojo educacional, implicando em novas práticas de ensino e de investigações cientificas que utilizam as imagens enquanto formas de evidências visuais. Neste sentido, percebemos que a disseminação das mensagens visuais em toda a sociedade se insere no âmbito de pesquisas cientificas de cunho histórico, no qual a necessidade de se alfabetizar visualmente, se atentando para as especificidades das imagens em impressos didáticos, se mostra cada vez mais relevante na esfera educacional. Seguindo este raciocínio, acreditamos que a imagem possa contribuir no contexto educativo e para pesquisas de perspectiva histórica que a utilizam como fontes de
  • 13. 13 investigação e de alfabetização. Assim, pensar na importância que a imagem tem na educação e na história, enquanto fontes iconográficas para o historiador e de metodologias de ensino, faz com que esta pesquisa concorde com Burke (2004) e Calado (1994), ao nos falar da imagem enquanto testemunha visual e forma de evidência para o historiador, além de alfabetizar quem não sabe ler nem escrever, assim como era com a Caminho Suave. Neste sentido, ao enfatizar a presença de imagens enquanto fontes iconográficas em impressos didáticos como na Caminho Suave, que alfabetizava pela imagem, é importante reforçarmos que atualmente historiadores estão recorrendo às estas como uma fonte relevante e segura de investigação, principalmente quanto ao seu uso como evidência histórica e didática, pelo fato de poderem testemunhar visualmente épocas e lugares em que foram utilizadas e pela importância de alfabetizar visualmente indivíduos na educação escolar, em associação com textos escritos. No contexto educativo, tanto a linguagem visual quando a escrita são fundamentais para o processo de alfabetização do aluno, assim como ocorre com o impresso Caminho Suave, pelo fato de entendermos a imagem, em associação com o texto escrito, contribuir de forma eficaz e rápida, o desenvolvimento da escrita e da leitura da criança durante a alfabetização da mesma. É diante dessas construções que buscamos esboçar neste artigo reflexões e análises que fazem parte de uma investigação mais ampla denominada “História da Alfabetização do Triângulo Mineiro e Pontal do Triângulo”, pesquisa esta financiada pela FAPEMIG e, como se desenvolveu historicamente a alfabetização na cidade de Uberlândia, no interior do estado de Minas Gerais, no período de 1948 a 1964 por meio de um impresso didático bastante conhecido e presente na cultura escolar: a Caminho Suave, no qual procuramos dar uma maior ênfase à metodologia por este impresso utilizado e a presença de imagens com o intuito de alfabetizar visualmente os alunos, fato este pioneiro entre tantos outros impressos destinados a alfabetização e, o qual foi o diferencial e fato instigador para podermos analisá- lo. Pensamos que o desenvolvimento de tais interpretações e reflexões a respeito da história, memória e iconografia nos impressos didáticos destinados a alfabetização, neste caso, a Caminho Suave, por imagem possa se confrontar com dados de outras pesquisas, contribuindo para a reconstituição desta história na cidade mineira de Uberlândia, no período de 1948 a 1964. Seguindo este raciocínio, entendemos que a imagem torna-se fundamental na transmissão de conteúdos e para a alfabetização, produzindo conhecimento e se relacionando ao contexto educativo e histórico em que foi produzida.
  • 14. 14 AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo financiamento da pesquisa durante o período de vigência 2007-2009, contribuindo para que a mesma fosse disseminada ao âmbito educacional por meio de congressos, encontro científicos e apresentações de trabalho, apresentando os resultados da pesquisa; À professora Doutora Sônia Maria dos Santos, da Faculdade de Educação (FACED), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), pelas sábias orientações e profundo conhecimento sobre o tema abordado durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa, até o trabalho final de investigação; À comunidade acadêmica, em contribuição a produção e disseminação de conhecimento para a educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Gustavo Cunha & SANTOS, Sônia Maria. A cartilha Caminho Suave: história, memória e iconografia. In: Fênix: Revista de História e Estudos Culturais: NEHAC/Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia, v.5. n.º 2, ano 5, Abril/Maio/Junho de 2008. p. 1-16. BURKE, Peter. O que é história cultural. Tradução de Sérgio Goes. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2005, p. 07-43. BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. Tradução de Magda Lopes. São Paulo: UNESP, 1992. BURKE. Testemunha ocular: história e imagem. Tradução de Vera Maria Xavier dos Santos. Bauru: SP/EDUSC, 2004. CALADO, Isabel. A utilização educativa das imagens. Coleção Mundo de Saberes 8. Porto: Porto Editora, 1994. CHARTIER, Roger. Cultura Escrita, Literatura e História. Conversas de Roger Chartier. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001. CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 2002.
  • 15. 15 FRADE, Isabel Cristina. A. S. & MACIEL, Francisca Izabel P. (orgs.). História da alfabetização: produção, difusão e circulação de livros (MG/RS/MT – Séc. XIX e XX). Belo Horizonte: UFMG/FAE, 2006. MORTATTI, Maria do Rosário longo. Educação e letramento. São Paulo: UNESP, 2004. REY, Fernando L. Gonzalez. Pesquisa qualitativa em psicologia. Tradução de Marcel Aristides Ferrada Silva. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. SANTOS, Sônia Maria. Histórias de alfabetizadoras brasileiras: entre saberes e práticas. São Paulo: Universidade Católica de São Paulo, 2001. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Católica de São Paulo, 2001. SAVIANI, Dermeval. Breves considerações sobre fontes para a história da educação. In: LOMBARDI, José Claudinei & NASCIMENTO, Maria Isabel Moura (orgs.). Fontes, história e historiografia da educação. Campinas/SP: Autores Associados, 2004. p. 3-12.