Esta aula aborda a doutrina da justificação, explicando que:
1) A justificação é declarada por Deus e não alcançada pelas obras, sendo um ato de Sua graça através da fé em Cristo.
2) A fé é o meio pelo qual somos justificados, sendo um dom de Deus.
3) A justificação traz a remissão dos pecados e a reconciliação com Deus.
Justificação pela fé: entendendo a doutrina bíblica
1. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
CURSO: FUNDAMENTOS DE EDUCAÇÃO CRISTÃ II
DISCIPLINA: DOUTRINAS BÍBLICAS
TEMA: DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
Entendendo a justificação AULA 1
OBJETIVO
Estudar nesta lição a doutrina da justificação, baseada em textos bíblicos que nos conduzirão a
um melhor entendimento, evitando possíveis confusões com outras doutrinas existentes, buscando maior
edificação espiritual para nossas vidas.
INTRODUÇÃO
Entendemos que é de fundamental importância estudarmos a doutrina da justificação, pois se trata de
um assunto que quando nos perguntam, não nos vem à mente entendimento bíblico suficiente para podermos
explicar a respeito dessa doutrina. Portanto, acreditamos que estas lições venham trazer esclarecimentos e
edificação para nossas vidas.
DESENVOLVIMENTO
1. O Que é justificação
A palavra “justificar” no grego é dikaioo , que tem o significado de “ser justo ou reto diante de Deus”,
“tornado justo” , “estabelecer como certo”, isto é , colocar-se num relacionamento correto com Deus. O texto
bíblico em Lucas 18. 9 a 14, que fala da parábola do Fariseu e do Publicano, serve como base para iniciarmos
o nosso estudo com relação a este assunto.
Analisemos, portanto esses versículos:
· Versículo 9: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram
justos, e desprezavam os outros;
· Versículo 10: Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
· Versículo 11: O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque
não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.
· Versículo 12: Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
· Versículo 13: O publicano, porém,estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao
céu, mas batia no peito, dizendo: Ò Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
· Versículo 14: Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer
que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.
Podemos deduzir através deste ensinamento de Jesus, que não é o próprio homem, através de
sua justiça (seu caráter e suas obras) que o justifica diante de Deus. A justificação, portanto, não é pelas
obras que fazemos ou deixamos de fazer. Vejamos alguns outros versículos bíblicos que nos falam sobre a
justificação. Vamos analisá-los:
Romanos 3:20 a 28
· O versículo 20 deste texto diz que ninguém é justificado pelas obras da lei, porque a lei apenas
mostra o pecado;
· Os versículos 21 e 22 dizem que agora se manifestou a justiça de Deus pela fé, em Jesus Cristo,
para todos os que crêem;
· O versículo 23 afirma que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, isto é, não há
nenhum justo sequer por si mesmo e muito menos em condição de se justificar diante de Deus;
· O versículo 24 vem para esclarecer que somos justificados gratuitamente pela graça de Deus,
Entendendo a justificação 1 AULA 1
2. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
através de toda a obra realizada por Cristo Jesus, em benefício de nossas vidas;
· O versículo 26 acrescenta que a justificação é para aqueles que têm fé em Jesus, isto é, que crêem
no Seu sacrifício expiatório;
· O versículo 28 complementa declarando que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.
Diante desses versículos e de outros que ainda iremos meditar, podemos tirar a seguinte conclusão
e até mesmo definirmos justificação como sendo: “Um ato único da livre e espontânea graça e soberania de
Deus, que torna o pecador JUSTO, através da justiça que há em Cristo Jesus o Senhor das nossas vidas”.
Isso significa dizer que o pecador não é justo, mas é aceito como JUSTO e declarado JUSTO por Deus. De
réu condenado que era, devido ao pecado, ele se torna JUSTO porque crê na redenção através de Cristo.
Portanto, podemos dizer que a justificação não consiste em fazer, mas sim em DECLARAR QUE SOMOS
JUSTOS. Em outras palavras, dá a idéia de que Deus, na qualidade e competência de JUIZ, declara o homem
JUSTO, simplesmente o oposto de condenado.
Cristo sofreu o castigo que nós deveríamos sofrer e nós ficamos livres da condenação que nos cabia,
pois Ele se ofereceu, com perfeição e justiça, em nosso favor. Vejamos mais alguns textos para maiores
esclarecimentos:
“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos
5.1).
“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos
também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto
pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gálatas 2.16).
“E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé”
(Gálatas 3.11).
“Separados estais de Cristo, vós os que vos justificam pela lei, da graça tendes caído” (Gálatas
5.4).
Ficou bem claro através destes versículos, que a fé é o meio pelo qual somos justificados e ela, é
dom de Deus. Somente quando cremos na obra realizada por Cristo, em nosso favor, e isso é manifestação
da graça de Deus para conosco, é que somos justificados por Deus.
No livro de doutrinas de L. Berkhof, intitulado “Manual de Doutrina Cristã” , ele faz as seguintes
observações com relação à justificação:
a. A justificação remove a culpa do pecado e restaura o pecador a todos os direitos de Filho de Deus,
incluindo a vida eterna;
b. A justificação realiza-se fora do pecador, no tribunal de Deus, embora seja apropriada pela fé;
c. A justificação acontece uma vez por todas, não é repetida, nem é um processo, completa-se
instantaneamente e para sempre;
d. A obra da justificação é atribuída ao Pai.
2. Complementando o entendimento
Uma vez justificados diante de Deus, mediante a fé em Cristo, estamos crucificados com Ele, o qual
passa a habitar em nós (Ler Gálatas 2.16 a 21). Através dessa experiência, nos tornamos de fato JUSTOS e
começamos a viver para Deus. Essa é a obra transformadora de Cristo em nós, mediante o Espírito, o qual
nos levará a obedecer e fazer a vontade do Senhor, até a estatura de Varão perfeito.
3. Bênçãos decorrentes da justificação
a. Perdão dos pecados. Ficamos livres da condenação eterna (Romanos 8.1, 33,34);
b. Vida eterna. Essa vida será desfrutada futuramente, mas adquirida de imediato quando da justi-
ficação (Romanos 8.30). A glorificação está garantida;
c. De criatura para filhos de Deus. “E aos que crêem, deu-lhes o poder de serem chamados Filhos
Entendendo a justificação 2 AULA 1
3. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
de Deus” (João 1:12 e 13);
d. Paz com Deus. Em Romanos 5.1, a palavra diz: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz
com Deus”.
e. A paz de Deus. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações
e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”(Filipenses 4.7).
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
É muito bom refletirmos profundamente no que foi exposto nesta lição, para que, em nossas vidas,
isto é, em nosso viver cristão diário, não ajamos como o fariseu e sim como o publicano. Muitas vezes o
inimigo e nossa arrogância, querem nos levar a termos atitudes de que tudo que fazemos é muito bom e
muitas vezes até acharmos que temos capacidade e condições totais para realizar a obra de Deus, quando
na verdade somos dependentes inteiramente da Sua GRAÇA, do seu ato de JUSTIFICAÇÃO para conosco,
da Sua misericórdia e de tudo mais. Lembremos que Deus não aceita o PECADO, por isso nos JUSTIFICOU,
para que nos apresentemos diante dele JUSTIFICADOS.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
· Oremos, ao término da aula, dois a dois, agradecendo a Deus pela Sua Graça e Misericórdia para
conosco e abençoemos o nosso irmão para que cada vez mais entenda que tudo vem do Senhor para as
nossas vidas. Não há méritos nenhum em nós e nem nossas obras nos justificam diante de Deus.
· Oremos também pela igreja (demais irmãos) , para que cada vez mais possam sentir o desejo de
estarem participando da estudo da Palavra, e, conseqüentemente, crescendo na graça e no conhecimento
Entendendo a justificação 3 AULA 1
4. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
Entendendo a fé I AULA 2
OBJETIVO
Nas duas aulas seguintes estaremos abordando sobre fé, para que possamos ter melhor entendi-
mento, também, de justificação. Os conhecimentos que iremos ter sobre esses dois assuntos, farão com que
tenhamos um comportamento diferente quando estivermos vivendo períodos de lutas, dificuldades e outras
situações que, às vezes, a vida nos impõe.
INTRODUÇÃO
A Bíblia é clara com relação ao que diz sobre a fé e justiça, ao declarar: O JUSTO VIVERÁ PELA
FÉ.
Viver pela fé, nos dias de hoje e cada vez mais difícil, está se tornando um grande desafio para a Igreja
do Senhor Jesus Cristo. Porém, este desafio não significa impossibilidade de ser alcançado. É importante
que à medida que vamos conhecendo e vivendo mais a Palavra de Deus, esse mandamento vá se tornando
real em nossas vidas. Vamos tentar? Cremos que estes estudos contribuirão e muito para acertar muitos
pensamentos e entendimentos que possam estar errados em nossas vidas, bem como relembrar alguns que
talvez já foram esquecidos por nós.
Queremos tratar este assunto com muita objetividade e simplicidade para não confundir e sim es-
clarecer.
DESENVOLVIMENTO
1. O que é fé
Antes de entrarmos na definição exata e bíblica do que seja fé, queremos lembrar que no livro de
Efésios, capítulo 4, a partir do verso 1 até o verso de número 16, fala-se sobre a UNIDADE DA FÉ, sendo
que os versículos 12 e 13 dizem :
Versículo 12: “querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do
corpo de Cristo,... “
Versículo 13: “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a
varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”.
Esta é uma das revelações maravilhosas sobre o poder de Cristo em nos dar uma consciência
pura e que podemos alcançar uma vida plena em Deus. Quando, porém, experimentamos em nossa carne,
tantos fracassos nesta busca de uma vida plena, ficamos imaginando se realmente podemos ter êxito em tal
promessa.
A fé é um dos elementos fundamentais para alcançarmos esta estatura plena. A fé é um dom dado
por Deus para que possamos atingir todo e qualquer lugar designado por Deus em nossas vidas. A fé é o
poder de Deus em ação, transformando diariamente o nosso ser espiritual. Por ela temos a certeza de alca-
nçarmos toda promessa do Senhor. O capítulo onze de Hebreus é uma revelação deste poder maravilhoso
de Deus na vida daqueles que Ele chama e escolhe por Seu poder.
O texto em Hebreus onze começa com uma definição de fé. Antes, porém, de estudarmos esta
definição, é bom lembrarmos que estamos sendo expostos a uma promessa das mais lindas e poderosas
dada ao homem, que se trata da “estatura de Varão perfeito”.
Ninguém alcançará tal promessa sem que seja pelo trajeto da fé. O autor de Hebreus, assim define fé:
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem” (Hebreus
11.1).
A palavra fundamento no grego é hupostasis, que significa “um suporte, algo posto em baixo”, isto
é, certeza, confiança. A fé é um suporte espiritual. É um poder colocado por Deus no homem que o capacita
Entendendo a fé I 4 AULA 2
5. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
para uma obra espiritual para Deus. É uma capacitação especial dada por Deus, para que o homem resista
a tudo que vier a passar ou experimentar. Sobre esta capacitação especial, é que Deus permite que seus
filhos sejam provados na vida. Isto não provém das nossas próprias forças, por isso, é um dom de Deus. A
fé é o firme fundamento das coisas que se esperam. Ela se manifesta no homem por aquilo que ele espera
receber de Deus. É a prova (elegchos), isto é, a convicção, a evidência das coisas que se não vêem. Ela nos
capacita a termos uma convicção de que aquilo que está sendo visto ou esperado no espírito, se concretizará.
Isto é muito importante. Algo que ainda não é visto, mas já é uma evidencia, de uma consciência totalmente
pura. Não percam isso de vista.
Alguns pregadores falando de hebreus onze, se referem ao texto como “a galeria dos heróis da fé”.
Isto nos leva a compreender que estes homens foram superdotados de poder e que nós temos que ser como
eles, capazes de ter fé como eles tiveram. Ao vermos o que eles passaram e fizeram, ficamos imaginando
se um dia seremos ou poderemos chegar a tal grau de fé. Abraão, o grande homem de fé! Moisés imaginem,
que homem de poder! E assim por diante. Gostaria de introduzir uma nova visão de interpretação deste texto.
O capítulo onze revela o poder de Deus em introduzir no homem uma capacitação especial, para que ele
alcance vitória espiritual no tempo em que vive e precisa ter poder para vencer. É como a Bíblia diz: “(...) e
esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 João 5.4). A fé nos garante a vitória em toda e qualquer
circunstância da vida. Ela é imputada em nosso espírito, para que os propósitos de Deus sejam verdadeiros
e realizados em nosso ser. Aleluia ! Em cada tempo ou época, Deus operou pelo poder da fé. Foi isso que
Ele prometeu a Abraão, o pai da fé: Que abençoaria muitas gerações na terra. Abraão aceitou, pela fé, essa
promessa. É isso que Ele está fazendo agora em nossas vidas; pondo-nos um fundamento sólido naquilo
que esperamos Dele: uma vida plena. A prova é a convicção de que alcançaremos tal chamado em Cristo
Jesus, o nosso amado Senhor.
2. A fé que se manifestará também em nós
Hebreus é uma explanação desta promessa divina de que ela se manifestará também em nós, com
uma capacitação para vencermos as inúmeras armas do mundo contra as nossas vidas. Hebreus onze é
uma conscientização do Espírito Santo em nossas vidas, de que iremos agradar o Senhor Deus, não impor-
tando as adversidades que se apresentem diante de nós. Procurem enxergar no texto, que o mesmo é um
fundamento de fé para nós. Foi revelado para gerar em nós uma convicção de que Deus fará em nós como
fez no passado com aqueles que Ele usou para os Seus santos desígnios.
Sem a fé é impossível agradar a Deus (Hebreus 11.6). Em suma é isso: sem a fé vocês e eu fracas-
saremos no primeiro obstáculo que esse mundo nos apresentar. Deus é maravilhoso. Vejamos o que o texto
nos revela como base da nossa fé. Procurem enxergar a ação de Deus nos homens mencionados, e não, o
que eles foram capazes de realizar. Lembrem-se, estas realizações foram todas possíveis por causa da fé.
Por isso, o texto diz repetidamente: PELA FÉ. Antes, porém, vejamos mais uma coisa: Estes homens viveram
em tempos diferentes, em épocas de problemas diferentes e nunca se conheceram pessoalmente. Somente
ouviram os relatos do que se passou com os seus antepassados, se referindo a “nossos pais”.
Não podemos citar e nem cobrir todo o texto onze. Somente veremos alguns exemplos para que
fique notório o que estamos passando aos irmãos. Vejamos Noé, no verso 7: “Pela fé, Noé, divinamente
avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para a salvação da sua família, preparou a arca, pela
qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”. Notem o fundamento dado a Noé:
ele foi avisado por Deus. Deus revelou a ele o que viria sobre a humanidade, se não se arrependessem dos
seus pecados. Deus disse a ele, que destruiria toda a carne com um dilúvio e nunca se havia visto chuva até
aquele instante. Noé sequer sabia o que era chuva, porém, temeu a Deus.
Você sabe o que é uma vida plena em Cristo? Uma vida sem mácula? Você já imaginou que vida é
essa? Impossível, não? Você nunca viu também, viu? Você teme ao Senhor? Você crê que ela é possível?
Noé não argumentou com Deus. Ele foi obediente à visão celestial. Por quê? Por causa da fé. Deus colocou
aquele fundamento em seu espírito e ele passou a ver a prova daquilo em seu coração, pela convicção de
que Deus seria capaz de fazer a água brotar do céu e da terra, mesmo não vendo, ou sequer imaginando
como isso seria. Aleluia! Isso é um privilégio de Noé? Não. É um privilégio dos filhos de Deus, de receberem
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6. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
poder para alcançar o que Deus revela aos seus corações.
A arca condenou mundo. Por quê? Porque ela abrigou Noé e sua família. Primeiro Deus se certificou
que ele e sua família estivessem seguros e, depois, enviou o dilúvio, condenando assim o mundo à morte
pelo afogamento. A Igreja é a atual arca de Deus. Ele está avisando que o mundo acabará com fogo. Os
céus se converterão em trevas e a lua em fogo no grande e terrível dia do Senhor. Oh, queridos, por favor,
não duvidem das promessas e dos juízos de Deus. Pela nossa fé, o mundo será condenado a esta terrível
destruição. Quando o Espírito Santo concluir esta obra de aperfeiçoamento dos filhos de Deus, não haverá
mais tempo para os que estiverem de fora da Igreja. Haverá pranto e muita angústia quando os elementos
se desfizerem em fogo. Nós estaremos a salvo com Ele, o nosso Senhor amado, nas bodas do Cordeiro.
Os tempos do fim, culminarão com o aperfeiçoamento dos santos em Cristo Jesus. Por favor, creiam nesta
verdade. Após esta obra ser concluída na Igreja, haverá uma grande destruição para os que não deram
ouvidos à verdade.
Nós somos uma geração abençoada por Deus. Em nós se manifestará a graça maravilhosa do Senhor
Jesus Cristo, por meio da fé em nossos corações. Noé salvou sua família por causa da fé. Você pode salvar
toda a sua família por causa da sua fé. Qual é a diferença entre construir uma arca e restaurar as finanças
em ruínas? Deus é capaz de tudo pela sua fé. Vamos enxergar essa verdade. Noé herdou o fruto da justiça
de sua obediência e escapou das águas do dilúvio. Aleluia!
3. A fé tem efeitos variados
Todas as demais pessoas citadas no texto, tiveram suas experiências e vitórias em cada época que
passaram. Abraão foi capacitado por Deus para deixar sua parentela e ir para um lugar distante, que nunca
havia estado. Um lugar totalmente desconhecido para ele. Vocês já passaram por essa experiência em suas
vidas? Vocês já foram despertados por fé, para saírem de onde estão e irem para outro lugar? De um emprego
para outro, sem saber o que isso poderia lhes trazer? Já tomaram uma decisão, que aos olhos humanos,
seria uma loucura, mas que ao seu espírito era uma convicção? Pois bem, assim aconteceu com Abraão.
Não porque ele fosse superdotado de fé em si mesmo. Esta fé lhe foi imputada para que ele cumprisse os
desígnios de Deus na terra. Ele habitou em terra estranha porque vislumbrava a cidade celestial (v.10). Pela
mesma fé, ele recebeu capacitação biológica para gerar um filho, quando já era velho (v.12). Vejam que a fé
produziu um fundamento em Abraão diferente de Noé.
Outra manifestação de fé, foi a queda dos muros de Jericó. Quem diaria que aqueles muros tão fortes
se desmoronariam pela ação da fé do povo de Deus? Que poder maravilhoso! Nós às vezes nos esquecemos
de algo muito especial. Nós achamos que a fé é uma força mística, que sai de nós e que atinge o alvo dese-
jado. Não! A fé é uma capacitação divina de seguirmos na íntegra, as instruções divinas; o fundamento para
que Ele aja segundo o que prometeu; a convicção, ou a prova. A ação é Dele. Não fiquem se imaginando
com poder para realizar algo. É Deus quem realiza por vocês. Foi Ele quem derrubou as muralhas de Jericó;
não foram os israelitas. Deus foi quem fez isso sobrenaturalmente. Não fiquem se imaginando trazendo os
filhos de volta para a igreja. É Deus quem vai fazer isso. Não fiquem se imaginando pagando todas as tuas
dívidas. É Deus quem vai fazer isso. Como? Pelos seus atos de fé!
Pela fé, Sansão matou um exército filisteu. Esta é uma outra forma de manifestação de poder da fé.
Houve uma ação de Deus no corpo físico de Sansão, para poder destruir 1000 filisteus. Vejam como é mara-
vilhosa a manifestação da fé. É preciso enxergarmos a mensagem deste texto sagrado. A fé operou naqueles
homens para propósitos divinos. Ela operará em nós para cumprirmos o nosso chamado supremo.
Agora observem o texto: “(...) todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas,
vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na
terra” (Hebreus 11.13). Estes homens morreram sem alcançar a promessa. Isto quer dizer que eles não foram
para o céu? Não, de forma alguma! Eles não receberam aquilo que estava prometido para os tempos do fim:
a nossa remissão plena. Eles morreram pensando na pátria celestial. Eles alcançaram suas vitórias, mas não
a promessa de uma vida plena, cheia do Espírito Santo. Tiveram uma experiência com o Espírito de Deus,
mas não alcançaram a plenitude deste. Por quê? É o que o capítulo onze revela: “E todos estes, tendo tido
testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para
Entendendo a fé I 6 AULA 2
7. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11.39 e 40). Eles sim serão aperfeiçoados no céu.
A nós, porém, o poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que ela diz.
A fé nos capacitará a cumprir tudo o que está escrito de Cristo e Sua manifestação na Igreja. Pelo
poder da fé nos levará ao cumprimento das Escrituras Sagradas em tudo o que Ele diz. Pelo poder da fé,
nós venceremos o maligno. Venceremos o mundo em tudo quanto a palavra de Deus diz.
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
Os princípios de Deus não se alteraram no decorrer do tempo, portanto a mesma fé gerada pelo
Senhor no coração de Abraão, de Noé, de Josué, de Raabe e outros heróis da fé, citados no texto de He-
breus 11, são e continuarão sendo gerada em nossos corações, se formos obedientes como os personagens
citados acima. É importante lembrarmos neste momento, que Deus não faz acepção de pessoas para nada,
portanto se nos mantivermos obedientes e confiantes para com as promessas Dele, sem dúvida nenhuma
estaremos alcançando a vitória, da mesma forma que eles alcançaram.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
· Ore pela vida do seu irmão de classe, pedindo ao Senhor que venha fortalecê-lo na fé e nos seus
propósitos de servir a Cristo.
Entendendo a fé I 7 AULA 2
8. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
Entendendo a fé II AULA 3
OBJETIVO
Aprofundar nosso conhecimento sobre fé.
INTRODUÇÃO
Na aula anterior procuramos nos concentrar mais na definição de fé, sendo que nesta aula estaremos
trabalhando outros aspectos importantes a serem destacados no que diz respeito à fé.
DESENVOLVIMENTO
1. Complementando a definição de fé
Existem dois tipos de fé que gostaríamos de destacar e explicar: a fé natural e a fé sobrenatural.
A fé natural é aquela baseada nos cinco sentidos e que todo mundo possui. É a fé de Tomé, conforme
está relatado em João 20.24 a 29.
A fé sobrenatural é a fé vai sempre além de si mesma e se apega à mão de Deus. Ela confia para
dentro dEle e nEle. Como exemplo podemos citar a fé de Abraão, conforme relata o texto de Romanos 4.16
a 21. Ela tem conteúdo e este conteúdo é algo específico que ouvimos de Deus.
É presunção crer em algo e agir segundo isso sem que Deus tenha falado. Não é a fé que muda as
coisas, é Deus. A fé tem ações. Obedecer ao que foi ouvido de Deus. A fé lida com certezas absolutas de
questões específicas. A fé viva inclui: Ouvir + Receber + Confessar + Agir.
Baseado, portanto, na definição de Hebreus 11.1, podemos acrescentar que a fé é a convicção e a
esperança de que a promessa que nos é dada pelo Senhor irá acontecer. Pela fé, a promessa de Deus está
nos aguardando, ainda que não a vejamos. Portanto, o fundamento da fé sobrenatural não é baseado nos
cinco sentidos, mas sim nas promessas e na palavra de Deus para nós. A fé não é cega porque olhamos
para a Palavra de Deus.
2. O justo vive pela fé
Podemos dizer que tudo o que acontece na vida do crente é em razão da fé. Se começarmos a olhar
a Palavra de Deus e vermos os versículos bíblicos que contém a palavra FÉ, vamos constatar o quanto ela
é fundamental na vida do crente.
Em alguns versículos da Palavra, o Senhor ordena que o Justo viva pela fé, vejamos:
· Habacuque 2.4: O justo viverá pela fé
· Romanos 1.17: O justo viverá pela fé
· Gálatas 3.11: O justo viverá pela fé
· Hebreus 10.38 e 39: O justo viverá pela fé
Fica bem claro através destes versículos, que o Senhor nos manda viver pela fé e qualquer coisa
que não façamos pela fé, a Palavra de Deus diz em Romanos 14.23 , que o resultado ou a conseqüência é
pecado.
Se Deus determina como mandamento que vivamos pela fé, a Palavra diz também, em Hebreus
12.2 que devemos olhar para Jesus, o Autor e Consumador da fé. A palavra OLHANDO, como está no texto,
é a palavra “aphorao” no grego , formada por: “apo” que tem o significado longe de e “horao” , que tem o
significado de ver. Portanto desviando de outras coisas que possam tirar a nossa fé, ou então, fixar o olhar na
coisa certa, ou então, não dividir o olhar, mas estar atento, neste caso, somente a Cristo Jesus, suas obras,
seu nome, suas promessas, sua vinda nos ares, seus propósitos, suas conquistas para nosso benefício,
etc...
Tudo que fizermos, portanto, requer fé, não a fé natural, mas sim a fé sobrenatural, e em Romanos
Entendendo a fé II 8 AULA 3
9. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
12.3 diz que todos os que nasceram de novo recebem uma medida de fé, portanto o ímpio não tem essa
fé bíblica e isto está escrito em 2 Tessalonicenses 3.2, quando Paulo diz que a fé não é de todos. Ora se a
palavra de Deus está dizendo que recebemos uma medida de fé, significa que ela pode ser aumentada, daí
entendemos o que Paulo escreve aos Romanos 10.17: “(...) a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus”.
Portanto, quando o Senhor nos manda viver pela fé, Ele está dizendo em outras palavras, que estejamos em
comunhão com Ele através da Sua Palavra, pois uma vez em comunhão com o Senhor, estaremos também
em perfeita comunhão com os nossos irmãos em Cristo e isto gerará cada vez mais fé em nossos corações,
para todas as coisas que viermos a fazer ou decidir em nossas vidas.
Concluindo, podemos dizer que Deus é Deus de fé e Ele usa a fé para fazer tudo, exatamente como
está escrito em Hebreus 11.3, além de liberar essa fé para seus filhos, quando confessam o nome de Jesus
como Senhor e Salvador da vida deles.
3. A fé requer ações
Como dissemos no item anterior, o homem natural , isto é, que ainda não aceitou a Cristo como
Senhor da sua vida, tem somente a fé natural e não possui a fé sobrenatural , porque esta é dada no mo-
mento da salvação. Assim sendo, é importante entendermos que a fé tem que gerar ações para que as
coisas aconteçam. É o que nos relata o texto de Lucas 5.17 a 25, em que os quatro homens que carregavam
um paralítico, numa ação de fé, sobem ao telhado com a cama e colocam o enfermo diante de Jesus, que
vendo-lhes a fé, diz : “(...) homem , os teus pecados lhe são perdoados”. Outros textos podemos usar como
referências, tais como: A cura dos dez leprosos (Lucas 17. 11 a 19). A cura de Naamã (2 Reis 5.1 a 14) e
outros .
4. A fé sem obras é morta
Quando falamos deste assunto, não podemos deixar de lembrar que existem muitos, neste mundo,
que estão fazendo muitas obras, porém não têm a fé bíblica, e isso acontece porque têm o entendimento de
que a salvação é pelas obras e não pela fé.
Existe, também, o outro lado, pessoas que dizem possuir muita fé, mas não apresentam obras. O
texto de Tiago 2.14 a 26 , fala exatamente sobre isso para nosso esclarecimento.
4.1 Fé e obras se completam
Tiago declara no versículo 17 do texto citado acima, que a fé sem obras é morta, portanto podemos
concluir que elas andam juntas e são inseparáveis. Não basta apenas crer em Jesus, é necessário demonstrar
isso no dia-a-dia com obras e atitudes que realmente venham testificar do poder da fé em nós. Tiago também
fala no texto em referência, versículo 22, que a fé operava juntamente com a obra, quando Abraão ofereceu
seu filho Isaque, na certeza da intervenção divina a seu favor e no tempo certo. A fé tem que demonstrar os
frutos. Muitas pessoas têm falhado nesse sentido, entendendo que apenas fé é suficiente, ou então apenas
as obras. Por isso tratamos deste assunto, para despertar em cada um de nós, o interesse em estarmos
refletindo em nossa vida espiritual no que se refere a este assunto. Você tem, pela fé, praticado obras? Leia
Mateus 5.16; 1 Pedro 2.12 e Gálatas 5.6.
4.2 Fé e obras: fruto de uma verdadeira vida cristã
Podemos afirmar que existindo fé e obras na vida do crente, ele estará tendo uma verdadeira vida
cristã. Ser religioso não produz fé e obras, concomitantemente. Jesus fala na parábola do Bom Samaritano,
que o homem religioso que passou por aquele caminho, deveria ter demonstrado amor ao homem que estava
quase morto na estrada, devido ao assalto. No entanto, a palavra diz que ele passou de largo, demonstrando
distância entre a fé e a obra. Tiago escreve no capítulo 2 versos 15 e 16, o seguinte: “E, se o irmão ou a irmã
estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos
Entendendo a fé II 9 AULA 3
10. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?”. Torna-se cada vez
mais claro que a verdadeira vida cristã, não deve e não pode ser vivida somente com fé, mas com ações e
obras que evidenciam e testificam o verdadeiro testemunho do cristão. A fé, portanto, coopera com as obras
e isto se torna um aperfeiçoamento na vida do crente.
5. Outras considerações importantes
A palavra fé no grego é pistis e tem o significado de convicção, confiança, isto é, em tudo o que Deus
fala em sua Palavra. É como diz em Mateus 11.24: “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando, crede
que o recebereis e tê-lo-eis”. É, portanto, crer naquilo que ainda não aconteceu em termos de manifestação
física, mas que, no momento certo, o Senhor tornará em realidade. Como diz em Romanos 4.17: “(...) porque
Deus traz à existência as coisas que não existem”.
Com relação a crer, no grego é a palavra pisteuo; verbo que gera ação, portanto é a fé viva em ação,
digamos assim. É bem o caso já citado anteriormente, na passagem que está em Lucas 5.17 a 25, em que os
quatro homens creram e subiram ao telhado colocando o enfermo à frente de Jesus. Se eles não procedes-
sem dessa forma, nada aconteceria, portanto a fé tem que ser seguida de ações para que algo possa ser
produzido. Ler também Marcos 11.23.
Com relação à esperança, para que tenhamos um melhor entendimento destas palavras aqui cita-
das, podemos dizer que a esperança se relaciona com o futuro. Em Romanos 8.24, a Palavra de Deus diz:
“Porque, em esperança, somos salvos. Ora, a esperança que se vê não é esperança; porque o que alguém
vê, como o esperará? Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o esperamos”. Podemos falar
da esperança que o mundo nos mostra, nos promete através dos homens e de outras ocorrências, mas o
que estamos falando neste caso é da esperança que é gerada em nossos corações e em nosso interior,
através da Palavra de Deus. Somente através da palavra de Deus é que obteremos a esperança certa para
as nossas vidas.
Quando falamos, por exemplo, da volta de Jesus Cristo, como está citado no texto de 1 Tessaloni-
censes 4.13 a 18, estamos falando de esperança pela volta Dele e não de fé.
6. E por fim, queremos falar da dúvida
Se a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus, podemos dizer que a dúvida vem pelo ouvir a palavra de
Satanás. É ele quem tenta colocar dúvidas em nossa mente, para que possamos nos desviar das promessas
de Deus e passarmos a olhar não a Palavra, mas sim as circunstâncias e com isso gerar em nós dúvidas
e até mesmo um espírito de incredulidade. O texto em Mateus 14.22 a 31, mostra claramente o ocorrido,
quando Pedro sentiu medo (dúvida). Outros textos que são importantes para a nossa leitura e nosso entendi-
mento estão registrados em: Mateus 17.14 a 20; Marcos 4. 35 a 40; Tiago 1. 5 a 8; Marcos 11.23 e Romanos
4.20.
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
Meu amado irmão ou irmã em Cristo Jesus, qual é a realidade de sua vida cristã com relação a esse
assunto de Fé e Obras? Isto tem acontecido no seu viver cristão diário? Se sim, glórias à Deus. Se não,
ainda é tempo de começar. Vamos lá!
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
· Ore cada vez mais, para que a igreja, na pessoa de cada membro, seja uma igreja ativa em fé e
obras.
· Incentivemo-nos uns aos outros na prática de boas obras. A igreja tem muitas coisas a serem feitas
Entendendo a fé II 10 AULA 3
11. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
Fé para a justiça AULA 4
OBJETIVO
Conhecer através destes estudos e com mais profundidade, as doutrinas concernentes à fé e justi-
ficação, visando um posicionamento correto e convicto de cada um de nós, em nossa vida cristã diária.
INTRODUÇÃO
Você já ouviu alguém perguntar: Quem deve ter fé para ser curado? Quem ora ou quem recebe a
oração? Creio que existe muita distorção sobre o real significado de fé e para que Deus nos dá fé. Alguns
crêem que fé é uma força sobrenatural para alcançarmos alguma coisa de Deus. Outros acham que fé vem
para podermos ser curados. Embora estas coisas requeiram fé, precisamos entender melhor a real atividade
da fé e o seu alvo supremo.
DESENVOLVIMENTO
1. A fé nos é dada por Deus
A fé nos foi dada por Deus, para que possamos alcançar Sua justiça através das Suas gloriosas
promessas. A fé é fundamental em nosso crescimento espiritual. Ela nos conduz à estatura de um Varão
perfeito (2 Pedro 1.5). Pedro revela que devemos adicionar à fé outras virtudes, pois sem fé é impossível
agradar a Deus (Hebreus 11.6). Como podemos ver, a fé nos é dada para sermos íntimos de Deus e fazermos
Sua vontade plena.
Jesus disse que para obtermos alguma coisa de Deus é preciso estarmos em Sua Palavra e Sua
Palavra em nós (João 15.7). A fé é a forma como perseverarmos em Cristo Jesus. A sua Palavra permanece
em nós e assim conseguimos tudo do Pai. Logo, eu não preciso de fé para curar. O que eu preciso é manter
um relacionamento íntimo com Jesus e crer em Sua Palavra de cura. Quando guardo a palavra de Jesus, peço
ao Pai e Ele me ouve; portanto, a minha fé fundamenta-se nas verdades bíblicas. Se creio na Bíblia, devo
fazê-lo em todo o seu conteúdo. Guardar a Palavra de Deus não é só crer no que ela diz sobre cura, mas é
crer no que ela ensina e viver os seus ensinamentos. Então, nós agradamos a Deus e quando lhe pedimos
alguma coisa, Ele prontamente nos responde. Jesus disse que Ele se santificava para o bem de todos os
homens (João 17.19). Jesus bem sabia que guardar a Palavra do Pai era essencial em sua tarefa de realizar
a obra da salvação. Por isso, Ele se santificava na vontade de Deus. Essa santificação era proveniente da
fé que Ele depositava no poder do Pai celestial.
Paulo nos revela que a fé é um dom de Deus para que os homens possam realizar Sua vontade.
“É o caso de Abraão que creu em Deus, e isso lhe foi imputado para a justiça” (Gálatas 3.6). Deus havia
prometido para Abraão que ele haveria de ser o pai de muitas nações e lhe prometeu um filho e aos quase
cem anos de idade, ele recebe a concretização da promessa. Porém, antes disso, veja com atenção o que o
texto diz: Abraão creu em Deus e isso (ou seja, a fé que ele teve em Deus não era dele mesmo), foi imputado
nele para que cresse na promessa. Quando o homem chega a ponto de crer incondicionalmente na palavra
de Deus, então o milagre ocorre. Este ponto de crença que move a pessoa ao lugar de plena obediência ao
Senhor, o leva ao lugar de justiça. A justiça é a manifestação da obediência. O ponto de justiça de Abraão foi
ter se achegado a Sara esperando na promessa de um filho. A justiça o levou à prática sexual, mesmo que
essa fosse contrária à sua avançada idade. Ele não precisou ter fé para ter um filho quando já era velho. Ele
recebeu fé de Deus para crer que ele seria pai mesmo em idade avançada. Não é a mesma coisa. Crer que
você pode ter um filho, simplesmente, não gera poder de Deus em você. Porém, quando você deposita fé
na promessa de Deus, que Ele pode todas as coisas, então você pede um filho, baseando seu pedido na fé
de que Ele pode todas as coisas.
2. A justificação é pela fé
Fé para a justiça 11 AULA 4
12. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
Quando vemos o poder da fé, compreendemos a revelação de Paulo aos Gálatas: Deus quis justificar
o ser humano pela fé e isto quer dizer que o Espírito Santo convence o pecador quando este ouve o evan-
gelho da graça de Deus. Por que? Porque a fé foi concedida para que fôssemos justificados na verdade de
Deus. O evangelho é o poder de Deus, porque revela as promessas de Deus a nós. Se obedecermos ao que
Ele diz, receberemos justificação de nossas vidas. Deus previu isto. O que temos que entender é que não
fomos nós que previmos isto, mas sim Deus. A fé, portanto, é o poder de Deus gerado no homem para que
creia conforme Sua vontade. Ele quis justificar o homem mediante a fé. Como é isto? Deus em Sua infinita
sabedoria e misericórdia formulou um plano para convencer o homem do pecado e justificá-lo pela fé. Às
vezes, compreender isso não é tão simples e requer um pouco de atenção para se entender esta passagem
bíblica: “Ora, tendo a escritura previsto que Deus justificaria (transformaria as ações dos homens) pela fé,
os gentios, pré-anunciou o evangelho a Abraão: Em ti serão abençoados todos os povos” (Gálatas 3:8).
Que poder glorioso; Deus sabia e Ele previu a nossa transformação, então ela teria que ocorrer, porque Ele
anunciou. A Palavra diz que Ele pré-anunciou o evangelho. Quando Deus disse que justificaria os homens e
os salvaria dos seus pecados, este poder que leva o homem a ser o que Deus disse que ele seria, chama-se
fé. Fé é um poder exercido em nós pelo poder de Deus, nos conformando com a mensagem do evangelho.
Logo, o evangelho é o poder da fé em operação em nós.
O evangelho foi pré-anunciado por Deus para que exercesse a Sua própria vontade, segundo a Sua
revelação, pelo poder da fé. Paulo afirma então, que a lei não pode salvar o homem; e os que estão debaixo
da lei, estão debaixo de maldição.A lei nada mais é do que mandamentos divinos que revelam o pecado do
homem. A lei não foi misturada com a fé (Hebreus 4.2), logo, a lei não pode mudar o coração do homem,
porque Cristo não havia sido enviado ao mundo como Salvador dos homens. Ele é a nossa fé. É Ele quem
exerce força e poder em nós, de conformidade com o que Deus pré-anuncia em Sua Palavra para o homem.
Quando nós não temos comunhão com Ele, não temos fé para crer no evangelho. Se não cremos no evan-
gelho pela fé, então estamos debaixo da lei. É aí que muitos erram, pois não usam a Palavra para serem
mudados por ela e sim, para julgar os outros. Quando usamos a Palavra de Deus para apontar os defeitos
dos outros e não para extrair dela o evangelho transformador de Cristo, estamos debaixo de maldição. Por
que? Vejamos o texto bíblico: “(...) Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas
no livro da Lei, para praticá-las”.Quando usamos a lei para condenar os outros, estamos automaticamente
compromissados a ter que viver todos os seus mandamentos e é evidente que ninguém é capaz de viver
todo o mandamento de Deus, sem a ajuda do Espírito Santo. Por isso, o julgamento é sempre uma marca
na vida daqueles que ainda não foram transformados pelo poder do Espírito Santo e sim, convencidos pela
lei a respeito de Deus. O Julgamento é uma força contrária à fé, que opera no homem. O julgamento usa o
livro para condenar as ações dos outros e a fé usa o livro para moldar o caráter de Cristo em si mesmo. Por
isso Paulo afirma que os que julgam são indesculpáveis (Romanos 2.1 e 2) e não são poucos os que, por
causa do julgamento, estão fracos e doentes e outros que já morreram (1 Coríntios 11.30 e 31). A fé parte da
Bíblia, porque ela é o pré-anuncio de Deus, de todas as coisas que Ele deseja fazer em Sua Igreja. Cristo
veio para exercer em nós, o poder de seguirmos os ensinamentos ali contidos através do Seu poder, que a
Bíblia chama de fé. A fé, portanto, nos foi concedida para a nossa justificação e não para podermos comprar
um carro ou para recebermos uma cura, etc... Precisamos muito entender esta verdade, pois normalmente,
devido o homem não compreender isto, ele busca a Deus somente para receber coisas isoladas e não para
desenvolver comunhão com Ele.
3. Viver pela fé
A Bíblia nos ensina que “o justo viverá pela fé”. Esta revelação bíblica é interpretada erroneamente
por muitos crentes na igreja. Às vezes, as pessoas estão sofrendo por falta de entendimento da vontade de
Deus e afirmam que estão vivendo pela fé. Isto, porque o sofrimento e a falta de recursos passaram a ser
sinal de uma vida de fé. Abraão foi um homem de fé e era rico. Nunca lhe faltou nada. Jó era um homem de
fé e tinha abundância de bens. Não ter dinheiro não é necessariamente ter uma vida de fé. O texto precisa
ser visto em seu contexto.Deus já nos deu o que precisamos para o nosso crescimento espiritual e a nossa
Fé para a justiça 12 AULA 4
13. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
consolidação em Sua justiça (2 Pedro 1.3). Logo, a vida do justo, baseia-se no evangelho de Deus, por isso
ele viverá pela fé. Não podemos confundir fé com pedir algo a Deus. A fé nos foi concedida para que crês-
semos no Senhor Deus e o pedir, para que alcançássemos Dele, tudo o que Ele promete nos dar. Eu só
posso receber de Deus, por crer que Ele é Deus e não por crer que Ele pode me dar o que eu peço.
A lei não procede de fé, mas aquele que observar os seus preceitos por eles viverá. Você vê? Não
foi a fé que gerou a lei. É a fé que obedece a lei. A fé exerce o seu poder obedecendo ao que está escrito
na Palavra de Deus. O homem não tem capacidade de ver Deus por seus sentidos naturais. Isto precisa ser
feito pelos seus sentidos espirituais, por isso, Deus nos deu a Palavra escrita, para que pudéssemos ver
seus ensinamentos e mandamentos e, pelo Espírito Santo em nós, recebemos poder para viver estes man-
damentos em nossas vidas. Cristo nos resgatou da maldição da lei. Não obedecer todos os preceitos da lei,
gera a morte. A maldição da lei é que o homem não tinha o poder de viver todas as suas cláusulas. A força
que exercia poder no homem, era a força do pecado, que se baseava na lei para levá-lo a ofender a Deus.
Cristo não quebrou nenhuma das leis de Deus. Ele não merecia e nem podia morrer por quebra da lei. Por
isso, tornou-se maldição em nosso lugar; isso quer dizer que Ele permitiu que a morte tivesse acesso a Ele,
por causa de seu grande amor por nós. Nada, absolutamente nada, poderia tirar a vida de Jesus. A doença
não podia penetrar em seu corpo; ninguém poderia matá-lo, pois o seu sangue não poderia ser derramado
em nenhuma circunstância. Nenhum acidente poderia acontecer com Ele. A pergunta é: por que? A resposta
é simples. A morte é o derramamento de sangue a ponto de perdermos a força da vida. Toda e qualquer
enfermidade ou doença afeta o sangue e todo acidente derrama sangue. Logo, o sangue retirado do corpo
ou danificado no corpo, gera a morte. Ninguém poderia tocar o sangue de Jesus porque não era contaminado
pelo pecado. Jesus morreu porque Ele se entregou à morte por nós. Ele se fez maldição em nosso lugar.
A grande pergunta é: Por que Jesus fez isso? Resposta: “(...) para que a benção de Abraão chegasse aos
gentios (nós), em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido” (Gálatas 3.14).
Aleluia! Para que recebêssemos o Espírito prometido, o Espírito justificador. A benção de Abraão, portanto,
é Cristo em nós, a esperança de glória. Em Cristo recebemos fé para crer em Deus e obedecer aos Seus
mandamentos. A fé nos foi concedida para nossa justificação nEle. A fé transforma o nosso viver diário, a
fim de agradarmos àquele que nos chamou das trevas para a luz. A fé é o poder que justifica o homem em
Cristo Jesus.
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
Como vimos nos tópicos de desenvolvimento desta lição, é muito importante o entendimento cor-
reto com relação a fé, pois como já foi citado muitos entendem e procuram praticar a fé no sentido de como
viver, ou como enfrentar a vida e até mesmo outros entendimentos, quando na verdade a fé nos é dada pelo
Senhor para que nos tornemos justos e sejamos transformados em nosso viver, segundo a vontade de Deus
e em obediência à Sua Palavra. Sem a verdadeira fé não nos é possível acontecer nada disso em nossas
vidas.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
Oremos uns pelos outros para que o Espírito Santo venha tornar esse entendimento cada vez mais
13
Fé para a justiça AULA 4
14. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
Deus imputa fé no homem para a justiça AULA 5
OBJETIVO
Através de outro texto bíblico, darmos continuação aos estudos sobre fé e justificação, visando
obtermos maior conhecimento sobre o tema.
INTRODUÇÃO
Um dos assuntos de difícil entendimento entre os evangélicos é a questão do crente perder ou não
sua salvação. Além dessa questão, existe ainda outra dificuldade, o homem tem que fazer algo em prol de
sua salvação ou ela procede inteiramente de Deus? As respostas a estas duas questões irão nos ajudar em
nosso crescimento espiritual.
DESENVOLVIMENTO
1. Entendendo melhor fé na salvação
O homem perde sua salvação? Esta é uma pergunta importante. Partindo do âmbito humano e sua
experiência de ver muitos que abandonaram o convívio da igreja, a resposta seria sim. No entanto, do ponto
de vista da revelação bíblica, não.
Se o homem não tem força por si mesmo de vir para Deus, então como ele teria forças em si mesmo
para rejeitá-la? Outro ponto importante é como Deus age no homem. Por que Deus levaria o homem a crer
em Jesus e depois abandoná-lo para que ele voltasse atrás nesta decisão? A salvação do homem requer um
Salvador e este é Jesus Cristo, o Senhor da glória (João 6.37). Jesus não lança fora nenhum daqueles que o
pai lhe confiou para a salvação. Pelo contrário, ele os guarda e os livra de todo o mal. Esta é uma promessa
que precisa ser crida e retida em nossa confissão de fé.
A outra questão é a participação do homem no processo da salvação. A palavra de Deus afirma
explicitamente que a salvação é pela graça e não por obras. Isto exclui a possibilidade do homem fazer
qualquer coisa que o ponha em lugar de merecer a salvação de Deus. Se a salvação é uma ação divina em
direção ao homem, então o homem não tem nenhum mérito próprio nisto. O que confunde muito as pessoas
é como Deus processa a salvação no homem. Ele faz isso trazendo a ele um entendimento sobre a Sua
vontade, afim de que o homem responda favoravelmente a Ele. Isto se chama justiça de Deus. Deus não
faz um benefício quebrando a Sua própria Palavra. Ele não poupou a vida do seu próprio Filho por causa
da Palavra. Visando cumprir Sua Palavra, Deus enviou o Espírito Santo para que o homem tenha desejo, e
valorize pela fé, as ordenanças de Deus para a justificação de sua alma. Isso parece confundir as pessoas
no que diz respeito à busca de um ser mais que a de outros e que a salvação depende de nossa própria
força e ação. Isto não é verdade. A nossa salvação acontece em nossa confissão de fé em Cristo Jesus.
Nossa santificação e crescimento acontecem para a realização da obra de Deus e a apropriação do Seu
reino depende de nossa busca e obediência à Palavra de Deus.
Quanto mais estudamos e meditamos no Livro Sagrado, mais nós recebemos poder para continuar
no crescimento, porque a fé vem pelo ouvir e o ouvir a Palavra de Deus. Daí a confusão. Nós confundimos
salvação com santificação. A primeira nos garante morar com Deus porque o que recebemos nesta confissão
é a vida eterna em nosso espírito e é esta vida que nos habilita a entrar no céu.
Veja o caso do ladrão na cruz. Ele não teve tempo de fazer algo para dar provas ou de perder sua
salvação. Jesus lhe assegurou que o ladrão estaria com Ele no paraíso. Da mesma forma, Jesus nos as-
segura que estaremos com Ele no céu, no momento em que o confessamos como Senhor de nossas vidas.
Jesus não veio para sair de nós, mas sim para fazer morada em nós.
A santificação é outro processo, pois ela depende de nossa busca e nossa decisão diária de andar-
mos pelo Espírito. Nós sabemos, pela própria Palavra de Deus, que existe uma oposição entre o Espírito e
Deus imputa fé no homem para a justiça 14 AULA 5
15. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
a nossa carne. A carne incita o homem a afastar-se de Deus e o Espírito a aproximar-se Dele. Qualquer um
de nós está sujeito a seguir os impulsos da carne e rejeitar a comunhão com o Espírito Santo de Deus. Isto
não anula o ato de Jesus por nós na cruz. A Palavra de Deus diz que quando éramos ainda pecadores, ele
morreu por nós (Romanos 5.8 e 9). Esta confiança deve prevalecer em todo o crente porque salvação já é
um ato em favor de outro. Isto significa que Deus é quem se moveu na direção do homem para salvá-lo do
pecado. Tanto o recebimento do Espírito Santo como o crescimento espiritual provém da pregação da fé. É
imperativo que o crente se apóie nesta certeza de que aquele que começou a boa obra em nós é poderoso
para completá-la. Quando o homem recebe o Espírito Santo, ele não muda imediatamente porque a natureza
carnal ainda está viva e enquanto essa natureza carnal opera no homem ele peca contra Deus.
Não existe diferença entre pecados para Deus, porém os homens ainda assim querem afirmar que
se perde a salvação por causa de alguns pecados que julgam serem imperdoáveis. Quando Jesus vem para
o homem, Ele vem para destruir as obras do diabo (1 João 3. 8). O próprio propósito da vinda de Cristo é
destruir as obras do diabo. Por isso não podemos aceitar a idéia de que o homem perca sua salvação.
O homem recebe sua salvação através do ministério do Espírito Santo, convencendo-o do pecado,
do juízo e da justiça (João 16.7 a 11). É o Espírito Santo que age no homem e o leva a crer e confessar
Jesus como Salvador de sua vida. Segundo as Escrituras Sagradas, o homem estava debaixo da escravidão
do pecado e não tinha nenhuma possibilidade, por si mesmo, de responder à salvação proporcionada por
Deus.
O Espírito Santo foi concedido por Deus para que o homem fosse salvo através de Sua graça.
Se partirmos da premissa de que o homem, por si mesmo, jamais buscaria a Deus, por que então
Deus deixaria o homem só? Por que permitiria que o homem voltasse ao que era antes? Nesse caso não faz
sentido ser salvo. Se o ato inicial fosse de Deus e ao homem coubesse progredir sozinho a sua caminhada
rumo a sua salvação, do que valeria a ação inicial de Deus, visto que o homem tem uma forte tendência de
se distanciar do Senhor?
2 – O exemplo de Abraão
O texto que agora passaremos a estudar nos trará um pouco mais de luz a este respeito. Antes,
porém, vamos estudar o conceito da palavra “pai” no texto sagrado. Isto vai nos ajudar a entender melhor o
que Paulo está nos transmitindo através da sua mensagem. A palavra pai expressa um parentesco e também
o primeiro de uma série. Deus é o nosso pai. Ele era e existia antes de tudo o que foi criado. Ele é o pai de
todas as coisas. Paulo, por exemplo, é o nosso pai no evangelho (1 Coríntios 4.15). Paulo foi o primeiro a
pregar salvação aos gentios. Portanto, pai, tem um significado de ser o primeiro a receber uma determinada
ação ou aquele de quem se recebe o sustento, cuidado e provisão.
O capítulo 4 de Romanos começa com uma pergunta: “(...) que, pois, diremos ter alcançado Abraão,
nosso pai segundo a carne?” (Romanos 4.1). A pergunta feita tem a ver com a fé que o nosso pai Abraão
recebeu de Deus para crer em Sua promessa. Assim como ele, nós também temos a promessa de receber-
mos fé para o que Deus tem nos prometido, a estatura de um Varão perfeito e que venceríamos o mundo e
toda a sua concupiscência. A grande revelação de Paulo aqui, é que o homem não é salvo pelas suas obras.
Não foi Abraão quem buscou Deus para oferecer-se como pai das nações. Foi Deus quem buscou Abraão
para que este O servisse num plano maravilhoso de salvação das nações e gerações que viriam. Não é o
homem que busca Deus para se oferecer como instrumento de Seu uso. É Deus quem usa o homem como
instrumento de Sua vontade. Além disso, Deus é quem determina o curso da história e usa o homem como
instrumento do Seu grande amor por Sua criação.
A salvação é fruto da justificação de Deus no homem. A justificação é o processo de mudança no
caráter do homem. Isto não é produto do seu próprio esforço. Se isso fosse possível, então a salvação seria
por obras. Obra significa o esforço humano de se conseguir algo por si mesmo. Abraão não foi justificado
por que teve capacidade própria de crer na promessa de Deus. “Porque, se Abraão foi justificado por obras,
tem de que se gloriar, porém não diante de Deus. Pois que diz a escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe
foi imputado para a justiça” (Romanos 4. 2 e 3). É bom lembrar que a promessa feita a Abraão foi a de um
filho que lhe estenderia a geração. Abraão já era de idade avançada e também sua esposa Sara. Ambos já
Deus imputa fé no homem para a justiça 15 AULA 5
16. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
haviam passado a idade de ter filhos, porém a Bíblia diz que Deus imputou fé no coração de Abraão para
que lhe fosse gerado um filho. Não foi sua capacidade de crer que o levou a ter o filho, mas sim a fé que lhe
foi imputada no coração para que fosse cumprida a justiça de Deus nele. Deus só age em alguém mediante
a fé. Por isso, Deus primeiro pôs fé no coração dele, para não quebrar seus próprios princípios. Aleluia!
A grande revelação do texto não é falar sobre o que Deus fez com Abraão e sim o que Deus faz e
fará conosco. “E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça
(força para mudança e conformidade com Ele), independentemente de obras: Bem aventurados aqueles
cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor
jamais imputará pecado” (Romanos 4.6 a 8).
São exatamente os nossos pecados que nos separam do nosso Deus. A fé que Deus promete a nós
é a que nos livrará dos pecados. Isso não será feito por nós mesmos e sim pela vontade de Deus. À primeira
vista, essa intervenção divina no homem, não parece ser tão importante assim; mas pare e reflita nisso: se
eu e você tivéssemos que obedecer toda lei em nossa própria força, como poderíamos alcançar salvação?
Por isso a graça de Deus é maravilhosa. Ela nos traz a um ponto de convergência, a fim de que a fé seja
imputada em nosso espírito. Esta fé é gerada em nós pelas promessas de Deus em sua santa Palavra.
3. A fé que vence o mundo
A fé é a força gerada em nosso espírito para crermos nos desígnios de Deus para as nossas vidas.
Existe uma força maligna operando neste mundo hoje. O mundo revela uma sabedoria fenomenal que parece
arrastar os homens como uma grande avalanche de neve. A ciência é algo muito forte nos tempos hodiernos,
convencendo o homem de sua própria força e poder. Como escaparemos desta força mundana? O sexo
livre é outra força ameaçadora. As drogas, as diversões mundanas, o dinheiro, o luxo e a fama, tudo atrai
o homem e o leva a desejar mais e mais, a ser parte deste sistema infernal. Como os nossos filhos podem
escapar desta força descomunal?
Às vezes ficamos pasmados com as notícias ouvidas nos jornais do rádio e da televisão. É muito
difícil crer que alguém passe ileso desta força operante nos homens que conta hoje com a proliferação em
massa destas ofertas mirabolantes. Sim, a grande pergunta é como escaparemos do mundo?
A resposta simples para a vitória do homem sobre o mundo é a fé. Aleluia! Fé? Apenas isso? Não é
assim que as pessoas dizem? Veja o texto sagrado: “Abraão esperando contra a esperança, creu, para vir a
ser o pai de muitas nações, segundo lhe fora dito: Assim será a tua descendência” (Romanos 4.18). Esta é a
nossa âncora (Hebreus 6.19). A fé nos será imputada para servirmos ao nosso Deus em toda a sua revelação
bíblica. Nós, os filhos de Deus, devemos crer que venceremos o pecado em nossas vidas. É verdade que a
Bíblia diz que a ciência se multiplicaria, que a iniqüidade do mundo aumentaria. Porém, também é verdade
que a graça superabundaria sobre o pecado. Por isso devemos ficar seguros de que, no tempo certo, Deus
imputará fé para destruirmos o pecado em nossos corpos mortais. É para esta esperança gloriosa que Paulo
usa a promessa feita a Abraão e a menciona em sua revelação sobre a ação de Deus em nós para a salvação.
Ele esperando contra a esperança, creu. A esperança que o Espírito Santo gera em nós é maior do que a
esperança do homem, mesmo quando nós não esperamos mais algo porque nossa capacidade de crer se
esgota. Deus imputa fé em nós para esperarmos nele o cumprimento de Sua promessa.
A fé não enfraquece no filho de Deus, ela aumenta. É isso mesmo. Deus não nos chamou para a
derrota e sim para a vitória. A nossa vitória é a fé em nosso Senhor Jesus Cristo (1 João 5.4). A nossa fé
vencerá o mundo. Deus não imputa o pecado no homem. Ele imputa fé. Por isso devemos manter esta con-
fiança nEle. Esta confiança não vem de nós mesmos. Isso seria obras para a fé. Essa confiança em Deus
é posta em nós para a justiça divina operar em nossos corações. Ele prometeu isso em Hebreus 8.10 a 12.
Suas leis seriam colocadas ou imputadas em nossas mentes. Irmãos queridos aguardem esta ação divina
em seus espíritos. A fé será imputada a você para dar cumprimento à promessa. Assim como foi feito com
Abraão, será feito com você. Sim, você é muito importante para Deus. É você quem está vivo hoje e não
Abraão. A promessa foi feita à descendência de Abraão e em Cristo somos descendência de Abraão. Logo,
você é o alvo desta manifestação sobrenatural de Deus em seu espírito – a fé lhe será imputada (Romanos
Deus imputa fé no homem para a justiça 16 AULA 5
17. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
4.20).
Deus fez uma Nova Aliança conosco. Nesta aliança ele faz muitas promessas como fez a Abraão e
ao Seu povo no passado. Não vemos registrado nenhum fracasso do povo de Deus em qualquer uma des-
tas promessas. Por que fracassaríamos nós em nossa salvação? Por isso devemos permanecer firmes em
nossa confissão de fé (Filipenses 2.15 e 16; 1 Timóteo 1.18 e 19 ). Nós somos herdeiros desta promessa:
“(...) e não somente por causa dele está escrito que lhe foi levado em conta, mas também por nossa causa,
posto que a nós igualmente nos será imputado, a saber, a nós que cremos naquele que ressuscitou dentre
os mortos a Jesus, nosso Senhor, o qual foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por
causa da nossa justificação” (Romanos 4. 23 a 25).
Todas as bênçãos de libertação de Deus para o homem estão condicionadas à sua crença em Jesus
e à sua ressurreição dos mortos. Esta capacidade de crer vem pela fé imputada em nosso coração. Cada
transgressão do homem será removida pela fé na Palavra de Deus, a graça de Jesus Cristo nos livrará de
todas as injustiças geradas em nós pelo pecado. Por isso Jesus Cristo é o nosso justificador. Pela fé em Suas
gloriosas promessas, nós receberemos como herança a Sua própria natureza divina (2 Pedro 1.3 e 4).
A ressurreição de Jesus se deu para a nossa justificação. Este é o propósito de Deus para nós. Para
isso ele imputará fé em nosso espírito. Para aguardarmos sua ação de salvação em nossos espíritos. Ele
morreu por causa das nossas transgressões, porém ressuscitou por causa da nossa justificação. Justificação
fala de mudança genuína. Não importa a força do pecado. Jesus ressuscitou dos mortos (Romanos 10. 6 a
11).
A conclusão desta revelação é, portanto, esta: a fé de Jesus Cristo em nós vencerá todo o pecado
e a força sedutora do mundo. Não importa quão negra as coisas estejam. Jesus é a nossa esperança de
glória e de vitória, pois não há poder ou força sedutora que nos possa separar deste grande amor de Deus
(Romanos 8.35 a 39). Não, não devemos temer a perda de nossa salvação, porque ela é independente da
força humana, da obra do homem.
A nossa garantia de salvação está no Espírito Santo que nos sela para a vitória eterna (2 Coríntios
1.22); (Efésios 1.13 e 14). Se estamos selados para a salvação, por que duvidar disso? Vamos crer para a
justiça. Isso lhe será imputado. Amém!
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
Não importa o quanto seja sedutor o mundo nos dias de hoje. A Bíblia diz que aonde abundou o
pecado, superabundou a graça de Deus; isto é , independentemente dos tipos de pecados ou tamanhos
de pecado, temos a fé imputada em nossos corações para vencermos o mundo e tudo o que ele possa nos
apresentar. Aleluia! É a fé que vence o mundo.
Importante destacar que a nossa salvação, verdadeiramente não é por obras, como foi bem explicado,
mas pela graça e manifestação de Deus em nós.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
· Ore e agradeça a Deus pela promessa da nossa vitória em Cristo Jesus.
· Peça a Deus que Ele impute em nós a fé para a vitória sobre o pecado e o mundo.
Interceda em favor daqueles que ainda não conhecem as promessas de Deus para que se convertam
Deus imputa fé no homem para a justiça 17 AULA 5
18. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
A justificação pela fé AULA 6
OBJETIVO
Reconhecer que a nossa justificação é fruto da obra de Deus em nosso interior, através da fé que
Ele mesmo nos concede.
INTRODUÇÃO
O assunto sobre fé e justificação é por demais abrangente e pode ser estudado sobre vários aspectos
e ângulos de enfoque do assunto. Nesta lição, estaremos abordando um pouco sobre tribulação, perseverança
e ainda sobre o pecado hamartia e o pecado paraptoma. Vale a pena participar e meditar desta lição, pois
coisas novas lhe serão acrescentadas.
DESENVOLVIMENTO
1. Recapitulando alguns significados
Para uma melhor compreensão do nosso estudo, vamos primeiro recapitular os significados de:
justificação, fé e graça.
A justificação é o poder de Jesus Cristo, através do seu Espírito, de mudar as manifestações do
pecado em manifestações de graça. No pecado, o homem manifesta trevas em seu viver diário, porém na
graça, ele manifesta luz em sua vida diária. Para que possamos estar aptos a receber as boas dádivas de
Deus, é preciso estar na justiça de Deus. Justiça é o lugar de obediência a Deus. Ser justo é ser obediente
aos mandamentos do Senhor Deus. Ser justo é viver para o prazer de Deus. Somente pela força do Espírito
Santo em nossas vidas é que podemos viver em santidade para o nosso Pai celestial.
A fé é a concordância com Deus que produz o testemunho do que Deus irá fazer. Por isso, o autor
de Hebreus, assim define a fé: “(...) fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas
que se não vêem” (Hebreus 11.1). O fundamento é a Palavra sobre a qual a fé irá operar. Nesta Palavra
de Deus, devemos permanecer firmes na confissão, na constância, e total confiança em Jesus Cristo. Esta
força não é resultante da capacidade humana de crer. Ela é resultante da influência que o Espírito de Deus
exerce sobre nossas mentes. A fé é o testemunho da justiça que opera em nossos corações. A fé revela as
intenções de Deus, manifesta o Seu poder através de uma confissão segura do que se recebe no espírito.
A graça é a força que opera influência na mente e no coração do homem. Pela graça é que o Espírito
Santo convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. A graça é a força gerada pelo Espírito no interior
do homem, levando a ver o seu estado de pecado e necessidade de mudança. A graça revela a verdade das
escrituras ao homem. A graça é mais que um favor imerecido, ela é a força que transforma o pensamento
do homem sobre Deus e sua palavra.
Quando estudamos os significados destas três dimensões do Espírito de Deus, vemos que os três
estão interligados. O homem precisa ser justificado para agradar a Deus. Ninguém pode agradar a Deus,
sem fé, logo, a fé é a força que produz a justificação do homem. A fé não é gerada até que o homem deixe o
pecado e volte-se para o Deus verdadeiro. A graça é a força que convence o homem de voltar-se para Deus.
O capítulo cinco de Romanos revela como estas três maravilhosas provisões de Deus operam em favor de
nossa salvação.
2. O propósito das tribulações
Quando o homem é justificado por Deus, mediante a sua fé, ele passa por um processo de tribula-
ção a fim de poder prosseguir em seu crescimento espiritual. Parece ser este o procedimento de Deus com
aqueles que são edificados em Seu Espírito. Jesus passou pelas mesmas tribulações que nós. Hoje Ele
habita ricamente em nosso espírito produzindo a esperança da glória de Deus em nossas vidas. Embora
A justificação pela fé 18 AULA 6
19. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
o Espírito Santo habite em nós, ainda precisamos que Ele tome a nossa natureza humana. Existe uma
promessa maravilhosa de Deus que herdaríamos a natureza divina pelas suas gloriosas promessas (2 Pedro
1.4). A esperança é que produz o poder de prosseguirmos nesta busca preciosa. Ao mesmo tempo em que
nós nos gloriamos na esperança, também nos gloriamos nas tribulações. O propósito destas tribulações é
gerar perseverança. A perseverança é força gerada pela presença do Espírito em nós, que nos leva a uma
constância de confissão, poder e resistência em Deus, até que alcancemos a promessa da plenitude em
Cristo. Sem este poder de resistência, nós fracassaríamos no primeiro problema que encontrássemos. É
muito comum, as pessoas dizerem: O crente não deixa de ter problemas ou dificuldades, ele recebe poder
para enfrentá-las. Este poder que o crente recebe para superar as tribulações, é o que Paulo chama de per-
severança. Existem pessoas que possuem forças e poder de enfrentar problemas de forma natural. Muitas
vezes elas confundem os imaturos na fé pelas suas próprias resistências. Creio que por isso Deus nos põe
à prova, para impossibilitar que o homem alcance salvação pelas suas próprias obras ou poder.
A perseverança nos introduz a experiência com o nosso Deus. A perseverança nos leva a experiência
do teste. Deus testa a fé de cada pessoa. Somente a fé que foi produzida pelo Espírito Santo no homem,
resiste ao teste da perseverança. A experiência é a aprovação da fé verdadeira. Ninguém pode chegar à
plenitude da estatura em Cristo, sem percorrer o caminho da fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Esta fé nos
é imputada quando o Espírito de Deus sobrepõe o espírito humano em seus corpos mortais. Agora a fé que
está sendo testada é a fé do próprio Cristo que se tornou um com o homem. Ninguém pode vencer esta fé.
Nenhuma provação, por maior que seja, jamais conseguirá neutralizar a perseverança produzida no interior
daquela pessoa. Quando a perseverança termina sua obra, ela resulta numa experiência de vitória para o
crente. Ao mesmo tempo em que ela produz uma experiência para o crente, produz, também, maior desejo
de prosseguir em seu alvo de alcançar uma estatura de Varão perfeito. Portanto, a perseverança é o meio
pelo qual o Espírito de Deus manifesta Sua eficácia em nos tornar homens com uma natureza divina.
O próximo passo a ser alcançado é a esperança. A esperança é assim definida pela palavra grega
elpis: expectativa, antecipar geralmente com prazer. Trata-se de uma confiança de se alcançar um ponto
almejado. Para isso ela produz um certo gozo antecipado daquilo que se está por receber. A esperança é o
resultado do amor de Deus derramado em nossos corações. “Ora, a esperança nos confunde, porque o amor
de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado” (Romanos 5.5). A palavra
confundir, tem o significado de envergonhar, ou melhor, não é envergonhada ou não pode ser parada em sua
caminhada rumo ao alvo da estatura de Cristo. O pecado é a única força que pode neutralizar o caminho da
esperança. Porém, antes da esperança ser manifestada, já vimos a ação da perseverança que resiste ao
pecado, a dádiva da experiência que é a vitória sobre o pecado. A esperança é a força gostosa derramada em
nosso espírito que nos impulsiona a prosseguir com o Espírito Santo ao fim proveitoso da fé. A esperança é o
fruto do amor de Deus por cada um de nós. O amor é o alvo supremo do crente. A cada vitória conquistada,
um pouco mais do amor de Deus é derramado em nosso espírito. O amor é Deus e Deus é amor. Logo, este
amor revelado por Paulo, é o Espírito de Deus que toma mais um pouco de nossa natureza humana. Deus,
ao nos tomar pelo Seu Espírito concede-nos mais glória e mais fé em nosso espírito. Com isso se cumpre a
Palavra de Deus em Romanos 1.17 e 2 Coríntios 3.18.
Este amor maravilhoso de Deus não pode ser desprezado pelo homem. Por isso a Palavra de Deus
revela esse amor com muita clareza e segurança. Deus age primeiro levando o homem a compreender e
crer em seu amor. O poder das Escrituras é possível quando o Espírito nos convence de Sua verdade pela
graça. Quando nós éramos fracos, é a expressão usada por Paulo, Jesus morreu por nós. Todo o argumento
é a forma de como a fé será imputada em nossas mentes para a justiça de Deus se cumprir em nós. Para
recebermos o Seu Espírito em nós devemos confessar que Jesus Cristo morreu por nossos pecados. Ao
nos revelar tal amor, Paulo não está realmente querendo nos convencer de que Jesus Cristo nos amou,
ele está revelando como o homem pensará e crerá para que a justiça de Deus se estabeleça nele. Abraão
recebeu a mesma força na Palavra de Deus, para que a justiça de Deus fosse estabelecida pela sua fé. A fé
é a força gerada para a concordância com o pensamento de Deus. Deus não muda a Sua Palavra, por isso
é necessário que o homem pense e creia como Deus pensa. A salvação do homem está condicionada à sua
crença neste grande amor de Deus demonstrado em Seu Filho na cruz do calvário.
A reconciliação foi a obra de Deus em nosso favor. Reconciliação é a palavra grega katallaso, que
A justificação pela fé 19 AULA 6
20. ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL | FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO CRISTÃ 2
significa mudar mutuamente, fazer diferença. A reconciliação é a obra de mudança requerida para que Deus
não quebre a Sua Palavra. Se formos mudados para a justiça quando éramos pecadores, muito mais agora,
sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira (Romanos 5.9). Aleluia! Veja que a Palavra
de Deus está produzindo em nós perseverança nesta revelação. Ficamos mais fortes e constantes quando
recebemos esta revelação em nosso espírito. A perseverança atua esta força em nós, conduzindo-nos a uma
experiência de vitória pela validação de sua palavra. Não se esqueça de que Deus imputa a fé pela palavra
revelada. A experiência abre o caminho para a esperança que é o resultado deste amor revelado em nossos
corações. Que maravilha servimos a este Deus.
Além da reconciliação é necessário crermos no mediador desta obra. Todo o restante do capítulo
visa o mesmo fim dos versos já explicados anteriormente: imputar fé em Jesus Cristo como o único Salvador
de nossas almas. O pecado foi o causador da morte do homem e a graça o meio de revivê-lo para o nosso
Deus.
A graça é o poder de Deus para salvar o homem do pecado. O pecado, como vimos é a força exer-
cida pela morte do homem. Por uma só ofensa a morte entrou no homem e gerou o pecado nele. Para que
possamos entender melhor isso, devemos ver mais uma vez os termos: hamartia e paraptoma.
Hamartia é a união entre o espírito humano e o espírito da morte. Significa errar o alvo. O nosso alvo
sempre deve ser Cristo e não os espíritos que habitam em nossa carne. Quando nos ligamos a um destes
espíritos estamos em hamartia . O resultado são os paraptomas.
Paraptomas são ofensas causadas pela hamartia. Nós ofendemos a Deus por causa da hamartia.
Por isso devemos pedir a Jesus que nos livre da hamartia e não dos paraptomas. Se nos livrarmos dos
paraptomas, é bem provável que voltemos a praticá-los adiante. É aí que atua o espírito do engano. Muitas
pessoas experimentam uma pequena trégua em si, quando pedem perdão pelos seus paraptomas e após
algum tempo ele experimenta as mesmas ofensas a Deus em seu ser. Por quê? Porque ele não foi liberto
do espírito que opera nele e sim enganado por não ver mais a manifestação deste espírito. O engano é fatal
e gera fraqueza. Ele atinge a perseverança do crente. Não se deixe enganar mais, peça a Jesus que o livre
da hamartia. Creia que sua ofensa vem pelo poder do pecado em você, porém, creia, também, no que a
Palavra de Deus diz: “O pecado já não tem domínio sobre vós”. O pecado só está presente para enaltecer o
poder da graça. Lembra-se de Gálatas? O pecado já foi vencido na cruz de Cristo. Nenhum espírito maligno
tem o poder de me reter em suas garras, quando o Espírito Santo me segura pelo amor.
A justificação é a obra maravilhosa do poder da graça de nosso Senhor Jesus Cristo em nossas
vidas. O Senhor Deus deseja nos ouvir e nos dar tudo o que pedimos a ele. Isso só pode acontecer mediante
a Sua justiça. Deus não quebra a Sua Palavra. Ele leva o crente a viver esta palavra para que a justiça seja
estabelecida em prol do homem. Para que esta justiça seja implantada em nós precisamos receber Sua
natureza divina em nosso espírito. Para isso foi que Deus enviou o seu Filho amado, a fim de que Ele nos
concedesse o Espírito de adoção em nosso interior. Pedro nos revelou tal verdade (2 Pedro 3.12). Amemos
a Deus porque Ele nos fez justificados para recebermos suas incontáveis bênçãos.
REFLEXÃO SOBRE A REALIDADE ATUAL
O amor de Deus pela vida de cada um de nós é o mesmo ainda hoje. O livro de Hebreus nos diz:
Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre. Aleluia! Ele quer nos libertar e livrar do pecado, nos salvar,
justificar para que sejamos iguais a Ele e por fim recebermos todas as suas bênçãos em nossas vidas.
MINISTRAÇÃO E APLICAÇÃO PRÁTICA
· Agradeça a Deus, mesmo quando você estiver passando por tribulações, pois elas são para que
tenhamos perseverança e experiências com o nosso Deus.
· Peça a Deus que haja entendimento destes ensinamentos em nossas igrejas e que o Espírito de
Deus venha operar justiça em cada um de nós.
A justificação pela fé 20 AULA 6