O documento celebra os 64 anos de Maringá e discute os desafios futuros da cidade, incluindo melhorias na infraestrutura urbana como transporte, redução das desigualdades sociais, e enfrentamento dos problemas de saúde pública e violência.
Maringá 64 anos: manter o desenvolvimento é construção coletiva
1. Maio/2011
MARINGÁ 64 ANOS: MANTER O DESENVOLVIMENTO É CONSTRUÇÃO COLETIVA
Enio Verri
Maringá completa neste dia 10 de maio 64 anos. Neste espaço de tempo, o município se tornou
referência regional na indústria, comércio, agricultura e educação. É uma cidade privilegiada, porque
cresce e se desenvolve em ritmo mais acelerado que outros municípios do Brasil.
Em sua breve história, Maringá compreendeu as mudanças do mundo contemporâneo e
transformou este conhecimento em força geradora de desenvolvimento local. Ao mesmo tempo em
que celebramos nosso passado, é preciso refletir sobre os desafios que o futuro nos impõe.
Maringá vem experimentando importantes avanços na infraestrutura urbana. O rebaixamento da
linha férrea na região central, o novo centro e o contorno norte são mudanças programáticas que
estão contribuindo – e vão continuar a contribuir – para uma maior eficiência da organização
urbana.
É importante dar prosseguimento ao projeto de modernização do contorno sul e planejar novas
formas de transporte urbano. Alterar a rota do transporte de cargas para o entorno da cidade será
essencial para desobstruir o trânsito e unificar a cidade. Os principais eixos viários, como a avenida
Colombo, não podem ser caracterizados como marcos separatórios entre bairros ricos e pobres.
Outro item fundamental será a implantação de trens para o transporte urbano de passageiros. O
crescimento da região metropolitana – Maringá e cidades conurbadas, em especial Sarandi e
Paiçandu – estará condicionada às possibilidades de transporte entre estes municípios. Mais rápido,
barato e eficiente, os trens de passageiros serão alternativas indispensáveis para o futuro.
Na economia, a cidade se consolidou como um importante pólo na educação, agronegócio e
industrial. Foram inúmeras as fábricas que se instalaram no município e hoje figuram como atores
2. importantes. Em alguns anos, o diferencial econômico local estará na capacidade colaborativa destas
corporações com as universidades, faculdades, centros universitários e escolas técnicas. Existe em
Maringá um grande acúmulo de conhecimento acadêmico. Estabelecer a parceria da força industrial
e corporações empresariais com as instituições acadêmicas será fundamental para que o município
se torne um centro irradiador de tecnologia.
Fortalecer a economia atenuando o desequilibrio na distribuição de renda. Embora apresente
ótimos índices econômicos, a cidade possui extensos bolsões de pobreza espalhados nas regiões
periféricas. A tarefa de diminuir as desigualdades sociais exige a união dos gestores públicos com a
sociedade organizada, sindicados patronais e de trabalhadores, igrejas, associações, grupos de
serviços e demais entidades. Somente a partir de uma grande mobilização e de um projeto de
inclusão com metas pré-estabelecidas este propósito será atingido.
Neste exercício de refletir sobre a cidade, é preponderante levantar duas questões: saúde e
segurança pública. Maringá avançou, nas últimas décadas, na área da saúde pública. Por inúmeros
fatores, entretanto, ainda estamos aquém do ideal. Neste contexto, a solução do problema (ou
grande parte dele) passa por dois pontos estratégicos: a aprovação no Congresso da Emenda 29, que
vai aumentar significativamente os recursos destinados ao financiamento da saúde e a eficiência na
gestão pública. A violência está relacionada ao tráfico e uso de drogas. O desafio é interromper este
círculo que corrói o ambiente familiar e desestrutura a sociedade. As forças públicas terão a tarefa
de potencializar a repreensão ao tráfico, oferecer espaços adequados para a reabilitação de
dependentes e instituir ambientes, em conjunto com a sociedade organizada, de inclusão para
jovens e adolescentes, em atividades esportivas, culturais e religiosas.
Maringá já fez muito nestes 64 anos, se comparada a outras cidades do mundo. Cabe a todos nós,
maringaenses, dar continuidade nesta história. Fazer de Maringá uma cidade que seja melhor para
se viver é uma construção coletiva.
*Enio Verri é Economista, Deputado Estadual, presidente do PT Paraná e professor licenciado da
UEM