O autor questiona o impacto real da crise econômica mundial no Brasil e argumenta que a mídia tende a exagerar os efeitos negativos. Ele aponta que setores como produção de veículos e financiamento imobiliário estão crescendo no país, indicando que a população brasileira continua confiante e otimista sobre o futuro da economia.
1. FEV/2009<br />3814445-537845A CONTRAINFORMAÇÃO DA CRISE<br />Enio Verri*<br />O assunto da moda ainda é essa crise econômica mundial, infelizmente. E, muitas vezes, fico pensando sobre os verdadeiros impactos dessa turbulência econômica na vida das pessoas. Tem-se visto na imprensa, muito frequentemente, notícias informando que o desemprego aumentou, tal setor fechou, que tantos funcionários estão desempregados. <br />Porém, na sua grande maioria, isso tudo vem acontecendo em outros países, nos Estados Unidos principalmente, mas também na China e Europa.<br />Evidentemente que a crise chegou no Brasil. No entanto, a grande indagação é: “Até que ponto a nossa população está sendo afetada?” Isso me deixa muito preocupado. De fato, quanto essa turbulência tem de propaganda e quanto ela é verdadeira? <br />Como economista, entendo que tudo se constrói em expectativa, ou seja, um empresário com recursos que pensava em duplicar a sua produção e aumentar o número de empregos - diante da enxurrada de notícias sobre a crise - põe o pé no freio e resolve aguardar para aplicar somente depois que a “tempestade” passar. <br />Se todos os empresários fizerem isso, a crise realmente se instala e se transforma em fato. Portanto, temos que analisar as informações com muito cuidado. Às vezes, a imprensa, na sua boa vontade de divulgar aquilo que é atual, que é a pauta do dia, acaba contribuindo para o agravamento da situação, ou seja, fica procurando qual “a boa notícia ruim do dia”. <br />A população sabe muito bem que, graças à política econômica desenvolvida pelo presidente Lula e pelo governador Roberto Requião aqui no Paraná, a crise não está chegando aos lares com tanta intensidade como muitos esperavam. <br />Entretanto, devemos perceber que a expectativa é que faz desenvolver um país, e se nós conseguirmos desenvolver uma expectativa positiva, mantermos uma posição empreendedora e ousada, teremos sem dúvida um país que continuará crescendo. <br />Para se ter uma idéia da real situação em que vivemos hoje, a grande informação é que quando comparamos a produção de veículos, setor que gera muitos empregos, de dezembro do ano passado para janeiro, ela dobrou. As vendas estão aumentando. <br />Uma outra informação muito interessante se refere à venda de casas. A Caixa Econômica Federal ampliou o financiamento de casas. A fila de pessoas que estão procurando um imóvel é gigantesca. <br />Diante disso, eu pergunto: “Afinal de contas, se as pessoas não acreditam no que estão vivendo hoje, têm dúvidas sobre essa crise, consequentemente estão inseguras, como é que elas estão indo a Caixa Econômica para financiar um imóvel em até 25 anos?”<br />Acho que, se as pessoas que assumem uma prestação tão longa, é porque acreditam no presente e têm uma visão de um futuro ainda melhor. Estou convencido que estamos indo muito bem e podemos sem dúvida pensar grande e confiar cada vez mais no futuro. <br />* Enio Verri é deputado estadual, professor licenciado do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e presidente do PT-Paraná. <br />