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O Quebra-Cabeça Profético de Lindsey: Fato ou Ficção?




Por Samuel Bacchiocchi (RA, jul/1986)

Dispensando o Dispensacionalismo

Hal Lindsey é quase tão popular quanto os profetas. Predizer o futuro constitui seu
passatempo, e vender livros (aos milhões) sua fama. Fossem todas as suas lucrativas
profecias verdadeiras, Cristo teria voltado por volta de 1988.

Contudo, antes que nos entreguemos a uma faina teológica, façamos uma pergunta
básica e razoável: É o "quebra-cabeça profético" de Lindsey (como ele gosta de chamá-
lo) realmente verdadeiro? Demos uma olhadela nele — e na evidência.

Dispensacionalismo

Lindsey pertence à escola profética de interpretação conhecida como
dispensacionalismo, que divide a História em dispensações, ou segmentos de tempo,
nos quais Deus tem agido com a humanidade de diferentes maneiras. Cerca de 200
instituições bíblicas ensinam este conceito.

Os dispensacionalistas vêem o Israel moderno como o centro da profecia do tempo do
fim. O estabelecimento de Israel em 14 de maio de 1948, deu início à contagem
profética para o Armagedom e o Segundo Advento, acreditam eles. Deve-se a Lindsey
a popularização desse ponto de vista. Seu livro "The Late Great Planet Earth" já vendeu
mais de 20 milhões de exemplares em 30 edições estrangeiras.

Estudos eruditos geralmente ignoram autores como Lindsey. Como resultado, milhões
de pessoas têm sido enganadas. As peças-chave do quebra-cabeça -profético de
Lindsey não se têm encaixado no devido lugar.

A Parábola da Figueira

Lindsey inicia seu cenário profético do tempo do fim com o ano de 1948, no qual teve
início o Estado do Israel moderno. Ele faz referência às palavras de Cristo: "Aprendei
pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam
folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas,
sabei que ele está próximo às portas."

Segundo Lindsey, esta parábola contém uma chave importante para o cálculo do
tempo aproximado do retorno de Cristo. Ele encontra essa chave no aparecimento das
primeiras folhas produzidas pela figueira. Para Lindsey, isto representa a restauração
de Israel como nação, que ocorreu "a 14 de maio de 1948, quando o povo judeu,
depois de aproximadamente 2000 anos de exílio, debaixo de perseguição implacável,
tornou-se de novo uma nação". De acordo com Lindsey, Cristo Se refere a este
acontecimento ao "indicar que Ele estava 'às portas', pronto para voltar". Na ocasião,
Cristo disse: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas
coisas aconteçam" (verso 34).

Lindsey escreve: '"Esta geração' significa... a geração que vê Israel (a figueira do verso
32) retornar à terra da Palestina — principal sinal — e vê se cumprirem todos os outros
sinais de São Mateus, capítulo vinte e quatro." Uma vez que "uma geração na Bíblia é
algo em torno de 40 anos", Lindsey prediz que "dentro de aproximadamente quarenta
anos, a partir de 1948, devem ocorrer todos os eventos que nos conduzem ao fim,
entre os quais o retorno de Cristo".

Isto significa que, por volta de 1988, todas as profecias referentes à segunda vinda de
Cristo deveriam ter sido cumpridas. Lindsey expressou a mesma convicção em seu livro
"The         1980s:      Countdown         to      Armageddon          (1981)".       [...]
Lindsey predisse que três principais acontecimentos ocorreriam durante a "última
geração", que começou em 1948: o arrebatamento, a tribulação e o retorno de Cristo.
O arrebatamento, segundo a interpretação dispensacionalista de textos como I Cor.
15:51 e 52, e I Tess. 4:13-18, significa a vinda parcial, secreta e invisível de Cristo à
Terra, para ressuscitar os santos que dormem e transformar os justos vivos. Esse
arrebatamento secreto, que Lindsey chama de o "Grande Momento", aconteceria sete
anos antes do visível e glorioso retorno de Cristo. O período de sete anos deriva-se da
setuagésima semana de Daniel 9:27 e da soma dos "quarenta e dois meses" e dos
"1260 dias" de Apocalipse 11:2 e 3.

Data do Arrebatamento

Lindsey não descreve apenas o "Grande Momento", mas prediz seu tempo
aproximado. Ele estabeleceu o retorno visível de Cristo para 1988. Uma vez que o
arrebatamento secreto, de acordo com os dispensacionalistas, deve ocorrer sete anos
antes da vinda de Cristo, ele já deveria ter-se dado por volta de 1981. Mas não
aconteceu.

Se foi provado que Lindsey estava errado quanto ao tempo do arrebatamento, ele
também estar .. igualmente errado no que se refere aos acontecimentos da tribulação
na década dos 80, uma vez que os posteriores dependem do anterior. De fato, o
tempo já revelou esses erros em várias predições de contagem de sete anos. Os anos
80 resultaram não na contagem regressiva para o Armagedom, mas na contagem
regressiva para as fantasias proféticas de Lindsey.

O arrebatamento secreto, que segundo o quebra-cabeça profético de Lindsey deveria
ocorrer em 1981, estabelece o ponto de partida para a "contagem regressiva de sete
anos" (Dan. 9:27; Apoc. 12:2 e 3), do Armagedon e do retorno visível de Cristo. Os mais
incríveis acontecimentos da história humana devem ocorrer durante esse período de
tempo.

Imediatamente após o arrebatamento, um ditador romano, o Anticristo, ou como
Lindsey prefere chamá-lo, "O Fuehrer do Futuro", surgirá para arrebatar o poder da
confederação das dez nações do Mercado Comum Europeu. (Dan. 7:23 e 24; Apoc. 13).
Ele assinará um tratado com Israel, habilitando os israelitas a reconstruírem o Templo
de Jerusalém em três anos e meio e a reinstituírem seus serviços sacrificais (Dan. 9:27;
S. Mat. 24:15 e 16).

Esse templo e seus serviços dificilmente serão iniciados, quando o anticristo romano
rescindir o concerto com os judeus, for ao templo, considerar-se como Deus e desfizer
os serviços sacrificais — a abominação da desolação pregada por Daniel (Dan. 9:27; cf.
S. Mat. 24:15 e 16). Esses acontecimentos assinalam o início dos últimos três anos e
meio do cruel reinado do anticristo, que, escreve Lindsey, "comporão os regimes de
Hitíer, Mao e Stalin, por comparação, considerados como o cordão de margaridas de
Girl Scouts".

Imediatamente após essa profanação do templo pelo anticristo romano, uma
confederação árabe-africana, chefiada pelo Egito (o rei do Sul de Daniel 11:40a),
empenhar-se-á em uma invasão de Israel. A Rússia e seus aliados (o rei do Norte de
Daniel 11:40b e Ezequiel 38) contra-atacarão, destruindo os países árabes, bem como
o Estado de Israel. Essa invasão do Oriente Médio será de curta duração, pois Ezequiel
(38:18-22; 39:3-5) supostamente prediz que o anticristo romano mobilizará um grande
exército da confederação romana (os países do Mercado Comum) e da China
Vermelha, que finalmente destruirá o exército russo em Israel.

O aniquilamento das forças árabe-africanas e russas apenas deixa "as forças
combinadas da civilização ocidental, sob a liderança do Ditador romano, e as grandes
hordas do Oriente, talvez unidas sob a direção dos chineses vermelhos", envolvidas
numa batalha final pelo controle mundial no "Armagedom", na planície de Jizreel, na
baixa Galileia, entre o Mediterrâneo e o Jordão (Apoc. 16:13, 14 e 16).

No momento decisivo dessa batalha, Cristo voltará com Sua igreja, para destruir o
ímpio e estabelecer Seu reino milenar, que Ele regerá de Jerusalém.

Como podem Lindsey e uma hoste de dispensacionalistas construir um cenário tão
imaginativo a partir de profecias bíblicas? Uma vez que Lindsey prediz que os anos 80
dariam início a uma contagem regressiva para o Armagedom, suas predições se
cumpriram?

A interpretação dispensacionalista da profecia bíblica baseia-se em dois princípios: o
literalismo compatível e a distinção entre Israel e a Igreja. Baseadas no primeiro
princípio, as profecias do Antigo Testamento relacionadas com a restauração de Israel,
a reconstrução do Templo e a reinstituição dos sacrifícios de animais devem cumprir-
se literalmente pela nação judaica na Palestina, durante a "última geração", que
começou em 1948, e especialmente durante a contagem decrescente dos últimos sete
anos. Com base no segundo princípio, muitas profecias relativas aos judeus, que ainda
não se cumpriram, devem cumprir-se no fim do tempo, através de um Israel literal.

Mas o literalismo compatível deixa de interpretar de maneira adequada a profecia
bíblica, porque ignora a natureza progressiva da revelação de Deus, subestima o
cumprimento messiânico e extensivo das profecias do Antigo Testamento e se
contradiz mediante uma interpretação incompatível.

Conquanto o Novo Testamento fale algumas vezes de judeus para distingui-los dos
gentios, jamais ensina que Deus tem em mente um futuro para Israel independente da
Igreja. O Novo Testamento vê o futuro de Israel não em termos de um reino político
milenar na Palestina, mas como uma bem-aventurança eterna, com os redimidos de
todas as épocas em uma nova Terra restaurada.

O arrebatamento secreto não ocorreu em 1981. Não vemos o surgimento do anticristo
romano, procedente das dez nações do Mercado Comum Europeu. E a possibilidade de
seu surgimento parece muito remota, pelas seguintes razões:

Comunidade Econômica Frágil. O Mercado Comum Europeu não é uma federação
política comparável aos 50 Estados americanos. Uma comunidade econômica frágil,
seu organismo governamental não dita os assuntos políticos das dez nações que
representa. Parece inconcebível que um ditador político-religioso pudesse surgir de
uma comunidade que se acha em luta pela sua própria sobrevivência.

Fragmentação Política. Qualquer pessoa familiarizada com a fragmentação política da
maioria das dez nações que compõem o Mercado Comum Europeu, pode perceber
que jamais poderia haver um ditador político, a dominar essas nações, sem resistência
sanguinolenta.

Desafio Americano. Como poderia um ditador romano dominar dez nações da Europa
sem ser desafiado pelos Estados Unidos ou a Rússia? Lindsey descarta um desafio
americano ao anticristo romano porque "de acordo com a perspectiva profética, os
Estados Unidos deixarão de ser o líder do Ocidente e provavelmente se tornem, de
alguma forma, parte da nova esfera de poder europeu... O certo é que a liderança do
Ocidente deve passar para Roma, com sua revigorada forma, e se os Estados Unidos
ainda estiverem por aí na ocasião, não serão a mesma potência de agora", com base
na declaração do Senhor: "Enviarei um fogo sobre... os que habitam seguros nas ilhas"
(Ezeq. 39:6). O progresso durante os anos passados mostrou que esta predição estava
completamente errada. Os Estados Unidos não só fortaleceram sua posição de
liderança no Ocidente, mas nenhuma indicação há de que essa liderança tenha
começado a passar para uma Roma revigorada. Dessa forma, outra peça-chave do
quebra-cabeça profético de Lindsey deixou de encaixar-se no lugar certo.

O Secularismo Europeu. Como poderiam os europeus de hoje, predominantemente
secularistas e humanistas (menos de 10 por cento freqüentam a igreja), de um
momento para outro se tornarem devotos de um ditador romano que se considera
divindade? Parece improvável, quando as diretrizes papais são grandemente ignoradas
pela maioria dos católicos europeus. (Na Itália, por exemplo, a despeito das ameaças
papais contra aqueles que votam a favor do divórcio e do aborto, os católicos votam
esmagadoramente a favor de ambas as práticas.)

Devemos concluir que o anticristo romano de Lindsey não só deixou de aparecer como
fora predito, mas dificilmente deverá aparecer, no clima político e religioso da Europa
ocidental. Isso significa que outra peça vital do quebra-cabeça profético de Lindsey
deixou de encaixar-se no lugar certo.

O Tempo Está Derrotando as Predições de Hal Lindsey

Juntamente com um súbito arrebatamento dos cristãos e o surgimento de um
anticristo romano, Lindsey predisse que o anticristo romano tornaria possível a
reconstrução do Templo de Jerusalém mediante um "firme concerto" (Dan. 9:27, RSV)
com os israelitas. Por conseguinte, o templo seria reconstruído na metade da última
semana profética de Daniel 9:27.

No quadro profético de Lindsey, isto significa que o novo templo seria completado em
meados dos anos 80, no ponto intermediário do período de sete anos que, afirmou
ele, teria terminado em 1988.

Em 1970, Lindsey escreveu que com "o assunto da reconstrução do grande Templo —
o mais importante sinal profético da breve volta de Jesus Cristo — está diante de
nós".1 Precisamos perguntar agora: Durante os anos passados, o que aconteceu a este
"sinal profético mais importante"?

Até aqui, tudo o que temos são histórias. Christianity Today escreveu em 1967: "Uns
poucos anos atrás circularam amplamente notícias de que foi visto um templo pré-
fabricado para Jerusalém em um porto, em algum lugar da Flórida."2

Nesse mesmo ano, uma revista inglesa, The Christian and Christianity, forneceu novas
notícias "recebidas de fontes autorizadas de Sellersburg, Indiana" de que "500 vagões
de estrada de ferro lotados de pedras de Bedford (Indiana), consideradas entre as
melhores pedras para construção no mundo, estão sendo transportadas, já
aparelhadas, com especificações exatas, e um carregamento já foi despachado para
Israel. Os embarques estão sendo feitos pelo Cais 26 do porto de Nova Iorque".3

A história foi amplamente negada em sua totalidade, tanto pelo Governo de Israel
como pelas fontes industriais de Indiana. Tal fabricação reflete o interesse de alguns
dispensacionalistas de ajudarem a Deus no cumprimento daquilo que eles crêem ser
uma profecia decisiva do tempo do fim.

Objeções Teológicas. O Novo Testamento contradiz a idéia de uma reconstrução literal
do Templo de Jerusalém no tempo do fim. Ele mostra que o sacrifício de Cristo sobre a
cruz cumpriu e terminou os serviços do Templo (S. Mat. 27:51; Heb. 9:11-14; 8:13;
10:9).

O único templo de que fala o Novo Testamento é aquele que está sendo construído*
não sobre o Monte Sião, durante uma futura tribulação de sete anos, mas no presente,
"sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal
pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no
Senhor" (Efés. 2:20 e 21).

Objeções Práticas. Reconstruir o Templo de Jerusalém em seu antigo sítio, depara com
vários obstáculos. Os mais sérios, a Casa da Pedra do Islamita, e a Mesquita de Aksa,
estão localizados no provável local do antigo Templo. O judaísmo só permitiria, para o
novo templo, o antigo local. Dessa forma, alguém teria que remover a Casa da Pedra.
Tal ação precipitaria uma guerra santa árabe contra Israel, além de violar o
compromisso de Israel com respeito aos lugares sagrados de todas as religiões.

A crença prevalecente entre os judeus ortodoxos, de que somente o Messias pode
reconstruir o templo, constitui outra objeção prática. Visto que eles crêem que o
Messias ainda não veio, os judeus não se sentem em liberdade para reconstruir o
templo.4 Além disso, antes que eles resolvam reconstruí-lo, precisam aceitar a idéia de
reviver os sacrifícios de animais, que a maioria dos judeus acha repulsiva.

Egito: Rei do Sul. Outra peça-chave do quebra-cabeça profético de Lindsey considera
possível a invasão de Israel por uma aliança árabe-africana, encabeçada pelo Egito, o
rei do Sul profético (Dan. 11:40). De acordo com os cálculos de Lindsey, essa invasão
ocorreria durante a última parte da contagem decrescente de sete anos,
imediatamente após a inauguração do templo e sua profanação pelo Anticristo
romano. Mas isso se demonstrou um erro fatal, pois os russos — o rei do Norte (verso
40) — "trairão os árabes, egípcios e africanos, e por um breve espaço de tempo
conquistarão o Oriente Médio".5

A Base da Predição de Lindsey. O papel de líder que o Egito exerceu sob o governo
Nasser, em quem Lindsey via o rei do Sul, inspirou essa predição. Ao interpretar os
líbios ("Puth") e etíopes ("Cush") de Daniel 11:43 como sendo "os negros africanos e os
árabes africanos, respectivamente", ele predisse que os países "'negro-africanos' e
'árabe-africanos' se envolveriam com o Egito", primeiro na invasão de Israel e depois
ao sofrerem o engano nas mãos dos russos.6

O fato de Nasser já sofrer de saúde precária em 1970, não impediu que Lindsey
predissesse que o Egito se tornaria líder de uma "força do Terceiro Mundo".

Uma vez que já se passaram mais de 30 anos desde que Lindsey fez essa predição,
podemos perguntar: Tornou-se o Egito líder de uma "força do Terceiro Mundo"
composta de nações árabes e africanas? Tem o Egito tentado organizar um exército
Pan-árabe-africano para invadir Israel? A resposta é clara.

Lindsey cometeu o erro de ler retroativamente, na profecia bíblica a situação política
de 1970. Esse método arbitrário de interpretar a profecia, leva a desapontamento;
além de minar a confiança nas mensagens proféticas.

Outro elemento-chave do quadro profético de Lindsey falhou.

Outras Peças do Quebra-Cabeça. Não tentarei, dentro do escopo limitado deste artigo,
examinar as peças-chave restantes do quebra-cabeça profético de Lindsey. Ele prediz
uma invasão russa de Israel, a destruição do Exército russo pelas forças do anticristo
romano, e a batalha do Armagedom entre os dois poderes mundiais restantes. Não
vemos nenhuma indicação de que esses acontecimentos se estejam configurando,
atualmente, nem do seu provável surgimento na década dos oitenta.

A Rússia na Profecia. Lindsey encaixa a Rússia em seu quebra-cabeça profético ao
interpretar as referências de Ezequiel a Gogue, Magogue, Meseque ("Moscou") e Tubal
como predições acerca da Rússia moderna e sua invasão de Israel. Ele identifica as
localizações geográficas no livro de Ezequiel, olhando em um mapa contemporâneo,
em lugar de fazê-lo em um mapa do antigo Oriente Próximo.

O Novo Testamento, porém, aplica Gogue e Magogue, não à Rússia moderna, mas às
hordas dos ímpios no final do milênio (Apoc. 20:7 e 8). Dessa forma, a batalha de
Gogue e Magogue de Ezequiel, contra o povo de Deus (Ezeq. 38; 39), ocorre, não antes
do retorno de Cristo, mas no final do milênio.
Novo Cálculo do Segundo Advento. Em 1979, Lindsey explicou que o desabrochar da
figueira (S. Mat. 24:32) inclui a recuperação da posse da antiga Jerusalém em 1967,
bem como o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Essa nova interpretação
capacita Lindsey a ganhar outros anos, e representa uma clara mudança de sua
posição fixa de 1948.

Em 1970, Lindsey escreveu em The Late Great Planet Earth (A Agonia do Planeta
Terra): "Uma geração na Bíblia é algo em torno de 40 anos."8 Mas em 1977 ele disse:
"Não sei quanto tempo leva uma geração bíblica. Talvez algo entre 60 e 80 anos."9

Lindsey se esforça também para conseguir tempo extra, transferindo o realce dado ao
ano de 1948 para acontecimentos flutuantes que ocorrem em nossos dias. Em seu
livro mais recente, The Rapture: Truth or Consequences (O Arrebatamento: Verdade
ou Conseqüências) (1983), ele não faz nenhuma menção ao renascimento de Israel em
1948 — acontecimento que, em seus livros anteriores, ele denominou de "o centro da
previsão profética total."10 Em lugar disso, ele faz agora referências indefinidas ao
tempo, como "não estamos na iminência desse período (de tribulação), que durará
sete anos", ou: "Com toda probabilidade, a maioria das pessoas que lêem este livro
viverá para ter a resposta" com respeito ao arrebatamento ocorrer antes, durante ou
depois da tribulação." Infelizmente, muitos crentes ingênuos aceitam as predições
revisadas, mesmo quando as previsões anteriores provaram ser falsas.

Acontecimentos Impessoais Versus Salvador Pessoal. Se formos seguir a excessiva
preocupação de Lindsey com a construção de um quebra-cabeça profético dos
acontecimentos dos últimos dias, este poderá exercer um efeito negativo sobre nossa
fé cristã.

Ele nos levaria a depender de acontecimentos impessoais, em lugar de um Salvador
pessoal. Basear o iminente retorno de Cristo em acontecimentos mundiais que podem
ser datados, leva-nos a aguardar o estabelecimento do Estado de Israel, a retomada de
posse de Jerusalém, o surgimento do anticristo romano, a reconstrução do templo de
Jerusalém, uma invasão de Israel por árabes e africanos e a destruição do Exército da
Rússia por um ditador romano.

Esperar tais acontecimentos, causa excitações febris e tristes desapontamentos,
ambos os quais solapam a realidade e o valor da esperança do Advento. Em lugar
disso, cumpre-nos seguir I Pedro 4:7: "E já está próximo o fim de todas as coisas;
portanto, sede sóbrios e vigiai em oração."

Apelo aos admiradores de Lindsey a que se lembrem da prova do verdadeiro profeta:
"Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem
suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba falou o tal profeta,
não tenhais temor dele." Deut. 18:22.

Referências:

1. Hal Lindsey e C. C. Carlson, The Lale Great Planet Earth (A Agonia do Planeta Terra),
Grand Rapids, 1970, pág. 57 (itálicos supridos).
2. Editorial, "Israel: Coisas Por Virem", Christianity Today, 22 de dezembro de 1967,
pág. 35.

3. The Christian and Christianity Today, 4 de agosto de 1967, págs. 7 e 8.

4. A. Cohen, Everyman's Talmud (Nova Iorque, 1949), págs. 354 e 355; Moses
Buttenwieser, "Messias", Enciclopédia Judaica (Nova Iorque, 1904), vol. VIII, pág. 511.

5. Lindsey. pág. 158.

6. Idem, pág. 10.

7. Idem, págs. 76 e 77.

8. Idem, pág. 54. .

9. Citado em W. Ward Gasque, "Future Fact? Future Fiction?" Christianity Today, 15 de
abril de 1977, pág. 40.

10. Hal Lindsey, The 1980s: Countdown to Armageddon (Toronto, Nova Iorque, 1981),
pág. 11.

11 The Rapture: Truth or Consequences (Toronto, Nova Iorque, 1983), págs. 1 e 23.

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O quebra cabeça profético de lindsey - fato ou ficção

  • 1. O Quebra-Cabeça Profético de Lindsey: Fato ou Ficção? Por Samuel Bacchiocchi (RA, jul/1986) Dispensando o Dispensacionalismo Hal Lindsey é quase tão popular quanto os profetas. Predizer o futuro constitui seu passatempo, e vender livros (aos milhões) sua fama. Fossem todas as suas lucrativas profecias verdadeiras, Cristo teria voltado por volta de 1988. Contudo, antes que nos entreguemos a uma faina teológica, façamos uma pergunta básica e razoável: É o "quebra-cabeça profético" de Lindsey (como ele gosta de chamá- lo) realmente verdadeiro? Demos uma olhadela nele — e na evidência. Dispensacionalismo Lindsey pertence à escola profética de interpretação conhecida como dispensacionalismo, que divide a História em dispensações, ou segmentos de tempo, nos quais Deus tem agido com a humanidade de diferentes maneiras. Cerca de 200 instituições bíblicas ensinam este conceito. Os dispensacionalistas vêem o Israel moderno como o centro da profecia do tempo do fim. O estabelecimento de Israel em 14 de maio de 1948, deu início à contagem profética para o Armagedom e o Segundo Advento, acreditam eles. Deve-se a Lindsey a popularização desse ponto de vista. Seu livro "The Late Great Planet Earth" já vendeu mais de 20 milhões de exemplares em 30 edições estrangeiras. Estudos eruditos geralmente ignoram autores como Lindsey. Como resultado, milhões de pessoas têm sido enganadas. As peças-chave do quebra-cabeça -profético de Lindsey não se têm encaixado no devido lugar. A Parábola da Figueira Lindsey inicia seu cenário profético do tempo do fim com o ano de 1948, no qual teve início o Estado do Israel moderno. Ele faz referência às palavras de Cristo: "Aprendei pois esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo às portas." Segundo Lindsey, esta parábola contém uma chave importante para o cálculo do tempo aproximado do retorno de Cristo. Ele encontra essa chave no aparecimento das primeiras folhas produzidas pela figueira. Para Lindsey, isto representa a restauração de Israel como nação, que ocorreu "a 14 de maio de 1948, quando o povo judeu, depois de aproximadamente 2000 anos de exílio, debaixo de perseguição implacável,
  • 2. tornou-se de novo uma nação". De acordo com Lindsey, Cristo Se refere a este acontecimento ao "indicar que Ele estava 'às portas', pronto para voltar". Na ocasião, Cristo disse: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam" (verso 34). Lindsey escreve: '"Esta geração' significa... a geração que vê Israel (a figueira do verso 32) retornar à terra da Palestina — principal sinal — e vê se cumprirem todos os outros sinais de São Mateus, capítulo vinte e quatro." Uma vez que "uma geração na Bíblia é algo em torno de 40 anos", Lindsey prediz que "dentro de aproximadamente quarenta anos, a partir de 1948, devem ocorrer todos os eventos que nos conduzem ao fim, entre os quais o retorno de Cristo". Isto significa que, por volta de 1988, todas as profecias referentes à segunda vinda de Cristo deveriam ter sido cumpridas. Lindsey expressou a mesma convicção em seu livro "The 1980s: Countdown to Armageddon (1981)". [...] Lindsey predisse que três principais acontecimentos ocorreriam durante a "última geração", que começou em 1948: o arrebatamento, a tribulação e o retorno de Cristo. O arrebatamento, segundo a interpretação dispensacionalista de textos como I Cor. 15:51 e 52, e I Tess. 4:13-18, significa a vinda parcial, secreta e invisível de Cristo à Terra, para ressuscitar os santos que dormem e transformar os justos vivos. Esse arrebatamento secreto, que Lindsey chama de o "Grande Momento", aconteceria sete anos antes do visível e glorioso retorno de Cristo. O período de sete anos deriva-se da setuagésima semana de Daniel 9:27 e da soma dos "quarenta e dois meses" e dos "1260 dias" de Apocalipse 11:2 e 3. Data do Arrebatamento Lindsey não descreve apenas o "Grande Momento", mas prediz seu tempo aproximado. Ele estabeleceu o retorno visível de Cristo para 1988. Uma vez que o arrebatamento secreto, de acordo com os dispensacionalistas, deve ocorrer sete anos antes da vinda de Cristo, ele já deveria ter-se dado por volta de 1981. Mas não aconteceu. Se foi provado que Lindsey estava errado quanto ao tempo do arrebatamento, ele também estar .. igualmente errado no que se refere aos acontecimentos da tribulação na década dos 80, uma vez que os posteriores dependem do anterior. De fato, o tempo já revelou esses erros em várias predições de contagem de sete anos. Os anos 80 resultaram não na contagem regressiva para o Armagedom, mas na contagem regressiva para as fantasias proféticas de Lindsey. O arrebatamento secreto, que segundo o quebra-cabeça profético de Lindsey deveria ocorrer em 1981, estabelece o ponto de partida para a "contagem regressiva de sete anos" (Dan. 9:27; Apoc. 12:2 e 3), do Armagedon e do retorno visível de Cristo. Os mais incríveis acontecimentos da história humana devem ocorrer durante esse período de tempo. Imediatamente após o arrebatamento, um ditador romano, o Anticristo, ou como Lindsey prefere chamá-lo, "O Fuehrer do Futuro", surgirá para arrebatar o poder da confederação das dez nações do Mercado Comum Europeu. (Dan. 7:23 e 24; Apoc. 13). Ele assinará um tratado com Israel, habilitando os israelitas a reconstruírem o Templo
  • 3. de Jerusalém em três anos e meio e a reinstituírem seus serviços sacrificais (Dan. 9:27; S. Mat. 24:15 e 16). Esse templo e seus serviços dificilmente serão iniciados, quando o anticristo romano rescindir o concerto com os judeus, for ao templo, considerar-se como Deus e desfizer os serviços sacrificais — a abominação da desolação pregada por Daniel (Dan. 9:27; cf. S. Mat. 24:15 e 16). Esses acontecimentos assinalam o início dos últimos três anos e meio do cruel reinado do anticristo, que, escreve Lindsey, "comporão os regimes de Hitíer, Mao e Stalin, por comparação, considerados como o cordão de margaridas de Girl Scouts". Imediatamente após essa profanação do templo pelo anticristo romano, uma confederação árabe-africana, chefiada pelo Egito (o rei do Sul de Daniel 11:40a), empenhar-se-á em uma invasão de Israel. A Rússia e seus aliados (o rei do Norte de Daniel 11:40b e Ezequiel 38) contra-atacarão, destruindo os países árabes, bem como o Estado de Israel. Essa invasão do Oriente Médio será de curta duração, pois Ezequiel (38:18-22; 39:3-5) supostamente prediz que o anticristo romano mobilizará um grande exército da confederação romana (os países do Mercado Comum) e da China Vermelha, que finalmente destruirá o exército russo em Israel. O aniquilamento das forças árabe-africanas e russas apenas deixa "as forças combinadas da civilização ocidental, sob a liderança do Ditador romano, e as grandes hordas do Oriente, talvez unidas sob a direção dos chineses vermelhos", envolvidas numa batalha final pelo controle mundial no "Armagedom", na planície de Jizreel, na baixa Galileia, entre o Mediterrâneo e o Jordão (Apoc. 16:13, 14 e 16). No momento decisivo dessa batalha, Cristo voltará com Sua igreja, para destruir o ímpio e estabelecer Seu reino milenar, que Ele regerá de Jerusalém. Como podem Lindsey e uma hoste de dispensacionalistas construir um cenário tão imaginativo a partir de profecias bíblicas? Uma vez que Lindsey prediz que os anos 80 dariam início a uma contagem regressiva para o Armagedom, suas predições se cumpriram? A interpretação dispensacionalista da profecia bíblica baseia-se em dois princípios: o literalismo compatível e a distinção entre Israel e a Igreja. Baseadas no primeiro princípio, as profecias do Antigo Testamento relacionadas com a restauração de Israel, a reconstrução do Templo e a reinstituição dos sacrifícios de animais devem cumprir- se literalmente pela nação judaica na Palestina, durante a "última geração", que começou em 1948, e especialmente durante a contagem decrescente dos últimos sete anos. Com base no segundo princípio, muitas profecias relativas aos judeus, que ainda não se cumpriram, devem cumprir-se no fim do tempo, através de um Israel literal. Mas o literalismo compatível deixa de interpretar de maneira adequada a profecia bíblica, porque ignora a natureza progressiva da revelação de Deus, subestima o cumprimento messiânico e extensivo das profecias do Antigo Testamento e se contradiz mediante uma interpretação incompatível. Conquanto o Novo Testamento fale algumas vezes de judeus para distingui-los dos gentios, jamais ensina que Deus tem em mente um futuro para Israel independente da
  • 4. Igreja. O Novo Testamento vê o futuro de Israel não em termos de um reino político milenar na Palestina, mas como uma bem-aventurança eterna, com os redimidos de todas as épocas em uma nova Terra restaurada. O arrebatamento secreto não ocorreu em 1981. Não vemos o surgimento do anticristo romano, procedente das dez nações do Mercado Comum Europeu. E a possibilidade de seu surgimento parece muito remota, pelas seguintes razões: Comunidade Econômica Frágil. O Mercado Comum Europeu não é uma federação política comparável aos 50 Estados americanos. Uma comunidade econômica frágil, seu organismo governamental não dita os assuntos políticos das dez nações que representa. Parece inconcebível que um ditador político-religioso pudesse surgir de uma comunidade que se acha em luta pela sua própria sobrevivência. Fragmentação Política. Qualquer pessoa familiarizada com a fragmentação política da maioria das dez nações que compõem o Mercado Comum Europeu, pode perceber que jamais poderia haver um ditador político, a dominar essas nações, sem resistência sanguinolenta. Desafio Americano. Como poderia um ditador romano dominar dez nações da Europa sem ser desafiado pelos Estados Unidos ou a Rússia? Lindsey descarta um desafio americano ao anticristo romano porque "de acordo com a perspectiva profética, os Estados Unidos deixarão de ser o líder do Ocidente e provavelmente se tornem, de alguma forma, parte da nova esfera de poder europeu... O certo é que a liderança do Ocidente deve passar para Roma, com sua revigorada forma, e se os Estados Unidos ainda estiverem por aí na ocasião, não serão a mesma potência de agora", com base na declaração do Senhor: "Enviarei um fogo sobre... os que habitam seguros nas ilhas" (Ezeq. 39:6). O progresso durante os anos passados mostrou que esta predição estava completamente errada. Os Estados Unidos não só fortaleceram sua posição de liderança no Ocidente, mas nenhuma indicação há de que essa liderança tenha começado a passar para uma Roma revigorada. Dessa forma, outra peça-chave do quebra-cabeça profético de Lindsey deixou de encaixar-se no lugar certo. O Secularismo Europeu. Como poderiam os europeus de hoje, predominantemente secularistas e humanistas (menos de 10 por cento freqüentam a igreja), de um momento para outro se tornarem devotos de um ditador romano que se considera divindade? Parece improvável, quando as diretrizes papais são grandemente ignoradas pela maioria dos católicos europeus. (Na Itália, por exemplo, a despeito das ameaças papais contra aqueles que votam a favor do divórcio e do aborto, os católicos votam esmagadoramente a favor de ambas as práticas.) Devemos concluir que o anticristo romano de Lindsey não só deixou de aparecer como fora predito, mas dificilmente deverá aparecer, no clima político e religioso da Europa ocidental. Isso significa que outra peça vital do quebra-cabeça profético de Lindsey deixou de encaixar-se no lugar certo. O Tempo Está Derrotando as Predições de Hal Lindsey Juntamente com um súbito arrebatamento dos cristãos e o surgimento de um anticristo romano, Lindsey predisse que o anticristo romano tornaria possível a
  • 5. reconstrução do Templo de Jerusalém mediante um "firme concerto" (Dan. 9:27, RSV) com os israelitas. Por conseguinte, o templo seria reconstruído na metade da última semana profética de Daniel 9:27. No quadro profético de Lindsey, isto significa que o novo templo seria completado em meados dos anos 80, no ponto intermediário do período de sete anos que, afirmou ele, teria terminado em 1988. Em 1970, Lindsey escreveu que com "o assunto da reconstrução do grande Templo — o mais importante sinal profético da breve volta de Jesus Cristo — está diante de nós".1 Precisamos perguntar agora: Durante os anos passados, o que aconteceu a este "sinal profético mais importante"? Até aqui, tudo o que temos são histórias. Christianity Today escreveu em 1967: "Uns poucos anos atrás circularam amplamente notícias de que foi visto um templo pré- fabricado para Jerusalém em um porto, em algum lugar da Flórida."2 Nesse mesmo ano, uma revista inglesa, The Christian and Christianity, forneceu novas notícias "recebidas de fontes autorizadas de Sellersburg, Indiana" de que "500 vagões de estrada de ferro lotados de pedras de Bedford (Indiana), consideradas entre as melhores pedras para construção no mundo, estão sendo transportadas, já aparelhadas, com especificações exatas, e um carregamento já foi despachado para Israel. Os embarques estão sendo feitos pelo Cais 26 do porto de Nova Iorque".3 A história foi amplamente negada em sua totalidade, tanto pelo Governo de Israel como pelas fontes industriais de Indiana. Tal fabricação reflete o interesse de alguns dispensacionalistas de ajudarem a Deus no cumprimento daquilo que eles crêem ser uma profecia decisiva do tempo do fim. Objeções Teológicas. O Novo Testamento contradiz a idéia de uma reconstrução literal do Templo de Jerusalém no tempo do fim. Ele mostra que o sacrifício de Cristo sobre a cruz cumpriu e terminou os serviços do Templo (S. Mat. 27:51; Heb. 9:11-14; 8:13; 10:9). O único templo de que fala o Novo Testamento é aquele que está sendo construído* não sobre o Monte Sião, durante uma futura tribulação de sete anos, mas no presente, "sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra de esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor" (Efés. 2:20 e 21). Objeções Práticas. Reconstruir o Templo de Jerusalém em seu antigo sítio, depara com vários obstáculos. Os mais sérios, a Casa da Pedra do Islamita, e a Mesquita de Aksa, estão localizados no provável local do antigo Templo. O judaísmo só permitiria, para o novo templo, o antigo local. Dessa forma, alguém teria que remover a Casa da Pedra. Tal ação precipitaria uma guerra santa árabe contra Israel, além de violar o compromisso de Israel com respeito aos lugares sagrados de todas as religiões. A crença prevalecente entre os judeus ortodoxos, de que somente o Messias pode reconstruir o templo, constitui outra objeção prática. Visto que eles crêem que o Messias ainda não veio, os judeus não se sentem em liberdade para reconstruir o
  • 6. templo.4 Além disso, antes que eles resolvam reconstruí-lo, precisam aceitar a idéia de reviver os sacrifícios de animais, que a maioria dos judeus acha repulsiva. Egito: Rei do Sul. Outra peça-chave do quebra-cabeça profético de Lindsey considera possível a invasão de Israel por uma aliança árabe-africana, encabeçada pelo Egito, o rei do Sul profético (Dan. 11:40). De acordo com os cálculos de Lindsey, essa invasão ocorreria durante a última parte da contagem decrescente de sete anos, imediatamente após a inauguração do templo e sua profanação pelo Anticristo romano. Mas isso se demonstrou um erro fatal, pois os russos — o rei do Norte (verso 40) — "trairão os árabes, egípcios e africanos, e por um breve espaço de tempo conquistarão o Oriente Médio".5 A Base da Predição de Lindsey. O papel de líder que o Egito exerceu sob o governo Nasser, em quem Lindsey via o rei do Sul, inspirou essa predição. Ao interpretar os líbios ("Puth") e etíopes ("Cush") de Daniel 11:43 como sendo "os negros africanos e os árabes africanos, respectivamente", ele predisse que os países "'negro-africanos' e 'árabe-africanos' se envolveriam com o Egito", primeiro na invasão de Israel e depois ao sofrerem o engano nas mãos dos russos.6 O fato de Nasser já sofrer de saúde precária em 1970, não impediu que Lindsey predissesse que o Egito se tornaria líder de uma "força do Terceiro Mundo". Uma vez que já se passaram mais de 30 anos desde que Lindsey fez essa predição, podemos perguntar: Tornou-se o Egito líder de uma "força do Terceiro Mundo" composta de nações árabes e africanas? Tem o Egito tentado organizar um exército Pan-árabe-africano para invadir Israel? A resposta é clara. Lindsey cometeu o erro de ler retroativamente, na profecia bíblica a situação política de 1970. Esse método arbitrário de interpretar a profecia, leva a desapontamento; além de minar a confiança nas mensagens proféticas. Outro elemento-chave do quadro profético de Lindsey falhou. Outras Peças do Quebra-Cabeça. Não tentarei, dentro do escopo limitado deste artigo, examinar as peças-chave restantes do quebra-cabeça profético de Lindsey. Ele prediz uma invasão russa de Israel, a destruição do Exército russo pelas forças do anticristo romano, e a batalha do Armagedom entre os dois poderes mundiais restantes. Não vemos nenhuma indicação de que esses acontecimentos se estejam configurando, atualmente, nem do seu provável surgimento na década dos oitenta. A Rússia na Profecia. Lindsey encaixa a Rússia em seu quebra-cabeça profético ao interpretar as referências de Ezequiel a Gogue, Magogue, Meseque ("Moscou") e Tubal como predições acerca da Rússia moderna e sua invasão de Israel. Ele identifica as localizações geográficas no livro de Ezequiel, olhando em um mapa contemporâneo, em lugar de fazê-lo em um mapa do antigo Oriente Próximo. O Novo Testamento, porém, aplica Gogue e Magogue, não à Rússia moderna, mas às hordas dos ímpios no final do milênio (Apoc. 20:7 e 8). Dessa forma, a batalha de Gogue e Magogue de Ezequiel, contra o povo de Deus (Ezeq. 38; 39), ocorre, não antes do retorno de Cristo, mas no final do milênio.
  • 7. Novo Cálculo do Segundo Advento. Em 1979, Lindsey explicou que o desabrochar da figueira (S. Mat. 24:32) inclui a recuperação da posse da antiga Jerusalém em 1967, bem como o estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Essa nova interpretação capacita Lindsey a ganhar outros anos, e representa uma clara mudança de sua posição fixa de 1948. Em 1970, Lindsey escreveu em The Late Great Planet Earth (A Agonia do Planeta Terra): "Uma geração na Bíblia é algo em torno de 40 anos."8 Mas em 1977 ele disse: "Não sei quanto tempo leva uma geração bíblica. Talvez algo entre 60 e 80 anos."9 Lindsey se esforça também para conseguir tempo extra, transferindo o realce dado ao ano de 1948 para acontecimentos flutuantes que ocorrem em nossos dias. Em seu livro mais recente, The Rapture: Truth or Consequences (O Arrebatamento: Verdade ou Conseqüências) (1983), ele não faz nenhuma menção ao renascimento de Israel em 1948 — acontecimento que, em seus livros anteriores, ele denominou de "o centro da previsão profética total."10 Em lugar disso, ele faz agora referências indefinidas ao tempo, como "não estamos na iminência desse período (de tribulação), que durará sete anos", ou: "Com toda probabilidade, a maioria das pessoas que lêem este livro viverá para ter a resposta" com respeito ao arrebatamento ocorrer antes, durante ou depois da tribulação." Infelizmente, muitos crentes ingênuos aceitam as predições revisadas, mesmo quando as previsões anteriores provaram ser falsas. Acontecimentos Impessoais Versus Salvador Pessoal. Se formos seguir a excessiva preocupação de Lindsey com a construção de um quebra-cabeça profético dos acontecimentos dos últimos dias, este poderá exercer um efeito negativo sobre nossa fé cristã. Ele nos levaria a depender de acontecimentos impessoais, em lugar de um Salvador pessoal. Basear o iminente retorno de Cristo em acontecimentos mundiais que podem ser datados, leva-nos a aguardar o estabelecimento do Estado de Israel, a retomada de posse de Jerusalém, o surgimento do anticristo romano, a reconstrução do templo de Jerusalém, uma invasão de Israel por árabes e africanos e a destruição do Exército da Rússia por um ditador romano. Esperar tais acontecimentos, causa excitações febris e tristes desapontamentos, ambos os quais solapam a realidade e o valor da esperança do Advento. Em lugar disso, cumpre-nos seguir I Pedro 4:7: "E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto, sede sóbrios e vigiai em oração." Apelo aos admiradores de Lindsey a que se lembrem da prova do verdadeiro profeta: "Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba falou o tal profeta, não tenhais temor dele." Deut. 18:22. Referências: 1. Hal Lindsey e C. C. Carlson, The Lale Great Planet Earth (A Agonia do Planeta Terra), Grand Rapids, 1970, pág. 57 (itálicos supridos).
  • 8. 2. Editorial, "Israel: Coisas Por Virem", Christianity Today, 22 de dezembro de 1967, pág. 35. 3. The Christian and Christianity Today, 4 de agosto de 1967, págs. 7 e 8. 4. A. Cohen, Everyman's Talmud (Nova Iorque, 1949), págs. 354 e 355; Moses Buttenwieser, "Messias", Enciclopédia Judaica (Nova Iorque, 1904), vol. VIII, pág. 511. 5. Lindsey. pág. 158. 6. Idem, pág. 10. 7. Idem, págs. 76 e 77. 8. Idem, pág. 54. . 9. Citado em W. Ward Gasque, "Future Fact? Future Fiction?" Christianity Today, 15 de abril de 1977, pág. 40. 10. Hal Lindsey, The 1980s: Countdown to Armageddon (Toronto, Nova Iorque, 1981), pág. 11. 11 The Rapture: Truth or Consequences (Toronto, Nova Iorque, 1983), págs. 1 e 23.