O documento discute a profecia das 70 semanas de Daniel, apresentando as principais interpretações sobre seu significado e cumprimento. Resume os pontos de vista preterista, futurista e simbólico, além de discutir a interpretação literal versus simbólica e as dificuldades de cada abordagem.
2. QUANDO DANIEL TEVE A REVELAÇÃO SOBRE
AS 70 SEMANAS?
livro do profeta Daniel nos mostra que o
profeta havia descoberto, estudando as
profecias do profeta Jeremias (Jr 29:10-14),
que o tempo de cativeiro do povo judeu
na Babilônia duraria 70 anos.
Estava na véspera do acontecimento.
A volta do povo estava associado ao
arrependimento do povo de Deus.
Daniel orou a Deus.
O anjo Gabriel trouxe uma mensagem.
3. O QUE É A PROFECIA DAS 70 SEMANAS DE
DANIEL?
O próprio Gabriel, na descrição da visão, organiza as
setenta semanas em três subdivisões: primeiramente 7
semanas, depois mais 62 semanas e, por último, mais 1
semana.
Gabriel fez referência a pelo menos dois personagens
principais: O Ungido no versículo 25, e também o
“Príncipe” no versículo 26.
Basicamente, a profecia fala primeiramente acerca da
restauração de Jerusalém, e depois de uma nova
destruição haveria de acontecer.
4. O QUE É A PROFECIA DAS 70 SEMANAS DE
DANIEL?
Também são apresentados seis itens que
deveriam ser cumpridos durante o
período das 70 semanas:
1. Cessar a transgressão;
2. Por fim ao pecado;
3. Expiar a iniquidade;
4. Trazer a justiça eterna;
5. Selar a visão e a profecia;
6. ungir o Santíssimo.
5. POR QUE 70 SEMANAS?
Muitos estudiosos acreditam que trata-se
de uma referência direta aos 70 anos de
exílio que o povo foi submetido.
Os intérpretes consideram que as 70
semanas devem ser entendidas não
como semanas de dias, mas como
semanas de anos, assim como está em
Levítico 25:8. Desta forma, a profecia das
70 semanas se refere a um período de
490 anos (70×7). Cada dia da semana um
ano.
6. AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES SOBRE AS
70 SEMANAS DE DANIEL
Interpretação literal e futurista: interpreta as semanas de
forma literal, ou seja, representando um período preciso de
tempo, a saber, 490 anos exatos. Devido à interpretação
estritamente literal, essa linha de interpretação entende que 483
anos já se cumpriram, o que corresponde a 69 semanas (7+62)
e a última semana, no caso a septuagésima, foi adiada e
transferida para os últimos dias da presente dispensação. Assim,
existe um hiato entre a sexagésima nona e a septuagésima
semana, uma lacuna de tempo, um período indeterminado que é
a era da Igreja. Finalmente, a septuagésima semana começa
quando a Igreja for arrebatada e o Anticristo revelado, e
corresponde aos sete anos de grande tribulação. Esta é a
principal interpretação entre os pré-milenistas
dispensacionalistas.
7. AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES SOBRE AS
70 SEMANAS DE DANIEL
Interpretação preterista: essa interpretação
entende que as 70 semanas já se cumpriram, e a
septuagésima semana corresponde ao período
desde a morte de Cristo na cruz até a destruição
de Jerusalém em 70 d.C. pelo exército romano.
Alguns preteristas entendem que a destruição de
Jerusalém não ocorre necessariamente dentro
das 70 semanas, mas em algum momento
depois dela. Muitos pós-milenistas defendem
esta interpretação.
8. AS DIFERENTES INTERPRETAÇÕES SOBRE AS
70 SEMANAS DE DANIEL
Interpretação simbólica: essa interpretação
defende que as 70 semanas devem ser entendidas
de forma simbólica. Apesar de ser simbólica, essa
interpretação se mistura com historicidade, ou seja,
as 70 semanas se cumprem historicamente, porém
não existe a necessidade das datas serem exatas.
Assim, a septuagésima semana é simbólica, e se
refere à época da Igreja, ou seja, ao período que
compreende desde a primeira vinda de Cristo até
sua segunda vinda. Esta é a principal interpretação
entre os amilenistas.
9. COMO INTERPRETAR AS 70 SEMANAS DE
DANIEL?
Existem duas possibilidades de
interpretarmos as 70 semanas, isto é, ou
de forma simbólica ou literal.
LITERAL: Existem dificuldades de encaixar
as datas.
Exemplo: Na interpretação preterista, que é a
mais literal de todas, não há como fazer encaixar o
período entre a crucificação de Cristo e a
destruição de Jerusalém em 70 d.C. Geralmente
os preteristas defendem que Daniel não diz que a
destruição de Jerusalém ocorreria dentro da
septuagésima semana.
10. COMO INTERPRETAR AS 70 SEMANAS DE
DANIEL?
LITERAL:
Já na interpretação dispensacionalista
essa dificuldade não ocorre, porém por
outro lado, a septuagésima semana é
adiada e inicia-se um hiato. O problema
é que o texto não faz qualquer referência
sobre um possível adiamento da
septuagésima semana, nem mesmo que
haveria uma lacuna de tempo após a
sexagésima nona semana.
11. COMO INTERPRETAR AS 70 SEMANAS DE
DANIEL?
SIMBÓLICA:
a interpretação das 70 semanas deve ser
simbólica, pois assim, tais dificuldades serão
eliminadas como o Apocalipse.
Os interpretes dessa posição entendem que o
período de 490 anos representa uma fórmula
padrão, ou seja, a profecia não estava
estabelecendo necessariamente um cálculo
exato de anos, mas segmentos de tempo
amplamente definidos.
12. O QUE É O MILÊNIO NO LIVRO DO
APOCALIPSE?
O Milênio é um reino de mil anos descrito no
capítulo 20 do livro do Apocalipse, a única
passagem bíblica que fala explicitamente sobre um
reino milenar. Sem dúvida, o Milênio é o tema mais
debatido dentro da escatologia bíblica entre os
cristãos.
As interpretações sobre o Milênio, ou o Reino
Milenar mencionado nessa passagem, são tão
divergentes que levaram à formação de pelo
menos quatro posicionamentos principais acerca
desse tema.
13. AS PRINCIPAIS INTERPRETAÇÕES CRISTÃS
SOBRE O MILÊNIO
Quando o Milênio ocorrerá?
Antes ou depois da Segunda Vinda de Cristo?
O Reino Milenar deve ser entendido de forma
literal e física, ou simbólica e espiritual?
Quem são os indivíduos citados em Apocalipse
20 que participam do Milênio?
As quatro posições que se propõem a tentar
responder tais questionamentos são:
Amilenismo, Pós-Milenismo, Pré-Milenismo
Histórico e Pré-Milenismo Dispensacionalista.
14. O AMILENISMO E O MILÊNIO
O Amilenismo entende sim que há um Milênio
descrito no capítulo 20 do Apocalipse, entretanto
não o interpretam como um reino literal de mil anos
com Cristo governando sobre a terra após a sua
vinda.
Eles defendem que o Milênio já foi iniciado na
primeira vinda de Cristo, e terminará com a Sua
segunda vinda, quando haverá a ressurreição geral
dos mortos, o Juízo Final e o estabelecimento do
novo céu e da nova terra. No Amilenismo, o
Milênio ocorre com o reinado dos santos com
Cristo nos céus, conectado com a expansão da
Igreja e o avanço do Evangelho na terra.
15. O PÓS-MILENISMO E O MILÊNIO
O Pós-Milenismo, entende que o Milênio também
ocorrerá antes da segunda vinda de Cristo, porém, ao
contrário do Amilenismo, o Pós-Milenismo entende
que o Milênio será um período de grande paz e
prosperidade resultante da pregação do Evangelho
em todo mundo.
Logo, o mundo tende a melhorar antes da volta de
Cristo, de modo que o Milênio será caracterizado pela
maioria dos habitantes da terra respeitando a Palavra
de Deus, numa espécie de cristianização do mundo.
Após esse período, Satanás será solto e Cristo o
destruirá em Sua segunda vinda, condenando-o
eternamente.
16. O PRÉ-MILENISMO HISTÓRICO E O MILÊNIO
O Pré-Milenismo Histórico defende um reino
literal de Cristo na terra durante mil anos que
será iniciado com a Sua segunda-vinda. Cristo
governará a partir de Jerusalém e será um período
sem igual na terra.
No final do Milênio, Satanás estará solto e enganará
as nações influenciando-as à guerrearem contra
Jerusalém e o governo de Cristo. Então, Jesus
destruirá as nações rebeldes juntamente com
Satanás, lançando-os em condenação eterna. Após
isso, haverá o Juízo Final e o início do estado
eterno.
17. O PRÉ-MILENISMO DISPENSACIONALISTA E O
MILÊNIO
Defendem que o Milênio será literal na terra, e
começara após a segunda fase da segunda
vinda de Cristo. Diferente do Pré-Milenismo
Histórico, essa posição estabelece um tratamento
completamente distinto entre Israel e Igreja, ou
seja, Deus possui dois propósitos: um com relação
à terra e ao povo de Israel, e outro relacionado com
o céu e a Igreja.
Para os Pré-Milenistas Dispensacionalistas, Jesus
em Sua primeira vinda tentou estabelecer o
Reino de Deus na terra, porém foi rejeitado pelos
judeus. Então, Deus adiou esse plano e começou a
tratar com a Igreja.
18. O PRÉ-MILENISMO DISPENSACIONALISTA E O
MILÊNIO
Nessa posição escatológica, o Milênio durará mil anos
literais, e Jesus estará governando visivelmente num
trono em Jerusalém, e será um momento de grande paz e
prosperidade sobre a terra.
As nações adorarão a Deus em um Templo reconstruído em
Jerusalém, onde também haverá novamente a oferta de
sacrifícios de animais, porém não serão ofertas propiciatórias,
mas ofertas memoriais em referência à morte de Cristo pela
humanidade.
As pessoas viverão normalmente nessa terra maravilhosa,
haverá nascimentos e mortes, já que o pecado e a morte
ainda não estarão extintos como ocorrerá no novo céu e na
nova terra. Entretanto, o mal será amplamente restringido
com a prisão de Satanás.
19. O PRÉ-MILENISMO DISPENSACIONALISTA E O
MILÊNIO
Durante esse reinado, a Igreja dos santos
ressurretos estará habitando a Nova Jerusalém,
uma cidade celestial que estará pairando nos ares
sobre a terra, e, em ocasiões especificas, os
crentes poderão descer à terra para participarem
de alguns julgamentos ao lado de Cristo.
No final desse período Satanás será solto,
enganará as nações e fará uma guerra final contra
“o acampamento dos santos“, e Cristo então os
derrotará definitivamente. Depois disso haverá o
julgamento perante o grande trono branco, onde
todos os ímpios ressuscitarão para receberem a
condenação eterna no lago de fogo.
20. CONCLUSÃO SOBRE AS 70 SEMANAS DE
DANIEL
Mais uma vez quero dizer que a profecia das
setenta semanas realmente se trata de um texto
bastante difícil de interpretar, portanto é preciso
que haja humildade entre os que se propõe a
debatê-la e respeito com os que pensam de outra
forma.
Apesar de todas as dificuldades apontadas, vale
ressaltar que na Bíblia não há qualquer erro ou
contradição, ou seja, as opiniões conflitantes não
significam que o problema esteja no texto bíblico,
mas em nossas interpretações, que buscam
entender detalhes que Deus achou por bem não
nos revelar de maneira tão clara.