24 os últimos companheiros do cordeiro. apoc. 14.1-5
1. OS ÚLTIMOS COMPANHEIROS DO CORDEIRO
Apocalipse 14:1-5
Apocalipse 14 cumpre a função de ser a contraparte positiva do
capítulo 13. Aqui os santos que resistem o impacto dos poderes do
anticristo recebem uma recompensa gloriosa por sua fidelidade. Vemos o
Cordeiro de Deus em pé entre seus seguidores (Apoc. 14:1), em um
contraste evidente com a besta e seus seguidores que se apresenta em
Apocalipse 13.
Enquanto que os que adorem a besta levam a marca do anticristo, os
companheiros do Cordeiro levam o selo do Deus vivo em suas frentes
(Apoc. 14:1). Apocalipse 13 prediz a maturação da apostasia com seu
número 666. Apocalipse 14 nos assegura do juízo de Babilônia e da
recompensa do povo de Deus com seu número 144.000. Evidentemente,
Apocalipse 14 funciona como o complemento do capítulo 13. Um
erudito crítico alemão ficou tão impressionado por Apocalipse 14, que o
chamou "o ponto mais elevado formal e substancial do Apocalipse".1
Enquanto que os reformadores protestantes e os movimentos de reforma
modernos apelam a Apocalipse 14 para demonstrar sua chamada divina,
Ellen White reconhece que ainda não se alcançou seu significado
completo:
"O capítulo 14 do Apocalipse é do mais profundo interesse. Logo será
compreendido em todos seus alcances, e as mensagens dadas a João o
revelador serão repetidas com clareza".2
A Visão da Igreja Triunfante
"E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele
cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele
e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz de muitas águas e como
a voz de um grande trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com a sua
harpa. E cantavam um como cântico novo diante do trono e diante dos
quatro animais e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico,
2. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 2
senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes
são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens.
Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os
que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o
Cordeiro" (Apoc. 14:1-5).
A visão da igreja triunfante dá a conhecer a última geração de
crentes cristãos que sobrevivem às ameaças finais do anticristo. Os
144.000 seguidores do Cordeiro são vitoriosos porque perseveram em
sua lealdade a Cristo Jesus. Por seu rechaço a submeter-se à idolatria,
venceram a besta. Demonstram que o anticristo não teve êxito em seu
objetivo de estabelecer o domínio universal. Mas o céu intervirá
dramaticamente no fim da era. O Cordeiro poderoso conquistará a besta
em favor de seu povo do pacto. Esta segurança foi dada explicitamente
pelo anjo interpretador:
"Estes [a besta e os reis da terra] combaterão contra o Cordeiro, e o
Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;
vencerão os que estão com ele, chamados, eleitos e fiéis" (Apoc. 17:14).
Seu cumprimento se descreve em um quadro simbólico de
surpreendente resgate divino:
"E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que estava assentado
sobre ele chama-se Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça" (Apoc.
19:11).
Esta visão majestosa constitui o cumprimento cristocêntrico da
libertação do tempo do fim de que fala Daniel:
"Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos
filhos do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde
que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu
povo, todo aquele que for achado inscrito no livro" (Dan. 12:1).
Tanto Daniel como Apocalipse centralizam a libertação final do
povo do pacto de Deus sobre o monte Sião, "o monte glorioso e santo"
(Dan. 11:45; Apoc. 14:1). O mesmo monte de ataque e de salvação se
apresenta na profecia do Joel:
3. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 3
"E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo; porque, no monte Sião e em Jerusalém, estarão os que forem salvos,
como o Senhor prometeu; e, entre os sobreviventes, aqueles que o Senhor
chamar" (Joel 2:32).
Desde que o rei Davi colocou o arca de Jeová, símbolo da presença
e do trono de Deus, no monte Sião, este monte foi chamado "santo".
Chegou a ser o lugar simbólico de libertação na tradição profética (ver
Sal. 2; 46; 48; 110). É muito significativo que o Apocalipse de João
representa os 144.000 seguidores do Cordeiro em pé com o Cordeiro
sobre o monte Sião:
"Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e
quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu
Pai" (Apoc. 14:1).
O monte Sião ou a cidade santa (Jerusalém) estão colocados em
contraposição a Babilônia, mencionada em Apocalipse 14:8, 16:19 e
17:1-6. Sião e seu santuário, seu culto religioso e seus seguidores
constituem a norma da verdade salvadora pela qual Babilônia, seu culto
religioso e seus seguidores são medidos no tribunal do céu. Tanto Sião
como Babilônia são nomes que estão enraizados profundamente na
história da salvação de Israel. Representam os arquiinimigos religiosos
envoltos em um combate mortal (Jer. 50; 51; Dan. l ).
O Antecedente Veterotestamentário de Sião
Nas profecias de Israel, "Sião" é o símbolo da cidade de Deus, o
lugar da presença e proteção de Deus, especialmente para os tempos
messiânicos (Isa. 40-66; Zac. 1-9). O ponto em questão não é um lugar
"santo" geográfico, mas sim a presença de Deus entre seu fiel povo do
pacto. Sião foi o símbolo de bênção e libertação (ver Isa. 37). Esta
teologia de Sião foi tornada proeminente por Isaías em seu conflito com
um sacerdócio e um reinado corrompido que reclamavam o amparo de
Deus como pertencendo incondicionalmente a Sião e Jerusalém literal
(Isa. 28-31).
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Para Isaías, "Sião" representou um povo espiritual: os que procuram
o Senhor e têm a lei de Deus em seus corações (Isa. 51:1, 7). Deus disse
a essa Sião: "Tu és o meu povo" (v. 16). Isaías empregou o casamento
como um símbolo da fidelidade de Deus para com Sião, apesar de havê-
la abandonado temporalmente "por um breve momento" quando se
comportou mais como uma "meretriz" em suas relações com outras
nações (31:1-3). Este significado dual de Sião foi expresso por Isaías
nestas palavras:
"Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu
nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; ele é chamado o Deus de toda a
terra" (Isa. 54:5).
"Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela, que estava cheia de justiça!
Nela, habitava a retidão, mas, agora, homicidas" (Isa. 1:21).
Esta dupla caracterização do Sião tanto como esposa fiel e como
meretriz, em momentos diferentes, forma o antecedente teológico para
compreender as duas mulheres simbólicas no Apocalipse de João. O
Apocalipse descreve a igreja fiel como um esposa radiante (Apoc. 12:1),
e a igreja apóstata como a grande meretriz: "Babilônia" (17:1-5).
Quais São os 144.000?
Na perspectiva profética de Joel, o povo remanescente o constitui os
que estão cheios com o Espírito de Deus (Joel 2:28) e adoram ao Senhor
(2:32). A criação deste povo do novo pacto só pode ocorrer depois que o
Messias receba a plenitude de sua unção (Isa. 11:1, 2; 61:1-6; ver Mat.
3:16, 17). A igreja apostólica recebeu este batismo do Espírito Santo no
dia de Pentecostes, conforme consta em Atos 2. Mas a perspectiva de
Joel 2:28-32 evidentemente avança para adiante, ao tempo do fim,
quando se efetue a separação final dos fiéis no monte Sião:
"E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será
salvo; porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como
o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chamar" (Joel 2:32).
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O Apocalipse descreveu a era da primeiro igreja nos capítulos 2 e 3
nas cartas de Cristo, mas os santos do tempo do fim estão representados
em Apocalipse 7 como os 144.000 verdadeiros "israelitas" de todas as
tribos (12 x 12.000). Esta é linguagem em clave do pacto de redenção de
Deus. Seu "selamento" como "servos" de Deus por parte dos anjos os
assinala como os que suportaram a prova do anticristo ao rechaçar sua
"marca". Entretanto, são vitoriosos só porque confiaram "no sangue do
Cordeiro" (Apoc. 7:14). Seus caracteres estão centrados em Cristo e são
semelhantes a Cristo. Estão em um contraste direto com os que têm o
número da besta, o 666, "um número misterioso que significa paródia e
imperfeição".3
Protótipos dos 144.000 no Antigo Testamento
Dois protótipos no Antigo Testamento iluminam nossa
compreensão dos 144.000. Pelo profeta Ezequiel sabemos a verdade
tantas vezes passada por alto, que só o povo do pacto, o povo de Deus
que é selado, permanecerá protegido no dia do juízo. Os que estejam sem
o selo de Deus estão marcados para a condenação (ver Ezeq. 9:5, 6). Na
última análise de Deus não haverá povo "indeciso". Apocalipse 14
mostra que está chegando o tempo quando toda a terra será levada à
"maturação" ou decisão, seja para o bem ou para o mal, e depois do anjo
anunciará: "A colheita da terra está amadurecida" (Apoc. 14:15). O
catalisador desta maturação coletiva forma o ponto culminante de
Apocalipse 14: as mensagens dos três anjos dos versículos 6-12, que se
tratam nos capítulos seguintes.
Outra conexão vital entre os 144.000 em Apocalipse 14 e a profecia
de Israel é a predição do Sofonías. Entre os anos 630-625 a.C., Sofonias
proclamou os juízos de Deus sobre Judá e Jerusalém devido a seus
compromissos com a adoração de Baal (Sof. 1:4-6). Anunciou a
iminência do juízo de Deus, o dia do Senhor (vs. 7, 14), mas também
incluiu a esperança surpreendente de que um remanescente fiel
6. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 6
permaneceria leal a Deus. Seriam protegidos no "dia da ira do Senhor"
(2:3, 7, NBE). Chamou-os "os humildes da terra" (v. 3), os que adoram a
Deus com lábios puros e invocam o nome do Jeová para servi-lo em seu
santo monte (3:9, 11). Sofonias descreve os adoradores verdadeiros com
estas palavras:
"O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá
mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; porque serão
apascentados, deitar-se-ão, e não haverá quem os espante" (Sof. 3:13).
O remanescente de Sofonías 3:13 e os 144.000 do Apocalipse são
idênticos: "E não se achou mentira na sua boca; não têm mácula" (Apoc.
14:5). Para entender adequadamente esta caracterização dos 144.000
devemos primeiro esquadrinhar seu significado em Sofonías3. Este
profeta do Antigo Testamento não aplica a "irrepreensibilidade" e a
"perfeição" de Israel de uma maneira abstrata, mas sim as aplica à sua
adoração do Senhor por meio da obediência à lei do pacto que está livre
das mentiras do culto aos ídolos, milagres falsos e profecia falsa (ver
também Deut. 18:9-13).
Paulo também caracterizou a apostasia do homem de iniqüidade
como "mentira" (2 Tes. 2:11). Em Apocalipse 14 se contrasta
intencionalmente os 144.000 com os adoradores da besta e seu culto
religioso. Esta interpretação corresponde com a outra descrição de João:
"Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são
virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá"
(Apoc. 14:4). Ambas as orações gramaticais formam uma unidade e se
explicam por si mesmas. Os 144.000 simbólicos (tanto homens como
mulheres) não seguem à "mulher" caída ou às comunidades de adoração
apóstata, chamada mais tarde Babilônia ou "mãe das meretrizes" (Apoc.
17:5). Seguem exclusivamente o Cordeiro de Deus.
O termo "virgem" era o título hebraico para Sião e Jerusalém em
sua relação do pacto com Deus (2 Reis 19:21; Isa. 37:22; Jer. 14:17;
18:13; 31:4; Lam. 1:15; 2:13; Amós 5:2).
7. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 7
Os termos "adultério" e "cometer adultério ou fornicação" usam-se
tanto no Antigo Testamento como no Apocalipse como símbolos de
idolatria ou de culto falso (ver Êxo. 34:15; Juí. 2:17; 1 Crôn. 5:25; Apoc.
14:8; 17:2, 4;18:3, 9; 19:2). O símbolo "virgem" [parthénos] em
Apocalipse 14:4 está em contraste com o termo "meretriz" [porné], e por
conseguinte está de igual maneira determinado religiosamente.4 J.
Massyngberde Ford oferece este útil comentário sobre os 144.000:
"À luz do significado metafórico do termo virgem, parece que
Apocalipse 14:4 se refere aos anciões fiéis de Jerusalém ou a todos quão
fiéis não se poluíram com a idolatria, a sensualidade (gr. thumós) da
prostituição de Babilônia como no v. 8. O não estar poluídos com mulheres
pode olhar atrás ao monstro feminino do capítulo 13, mas muito mais
provavelmente olhe para frente à meretriz em Apocalipse 17 e 18".5
Não há justificação para interpretar literalmente um símbolo
apocalíptico isolado e caracterizar os 144.000 como celibatários. O
apóstolo Paulo já tinha usado o termo "virgem" [parthénos] de uma
maneira simbólica para a igreja apostólica que pertencia a "um marido, a
Cristo", quando escreveu: "Para lhes apresentar como uma virgem pura a
Cristo" (2 Cor. 11:2). Para Paulo, a igreja desempenhava o papel de ser a
noiva e esposa do Senhor ressuscitado (ver Ef. 5:31, 32; também Apoc.
19:7).
O Apocalipse mostra os 144.000 como saindo de seu conflito final
com o anticristo, no que demonstraram sua lealdade suprema a Cristo.
Reconhecem só a Cristo, como ovelhas que seguem a seu pastor no qual
confiam (João 10:4; Apoc. 7:17). Não seguem o poder da besta. Em sua
luta final com Deus recebem uma experiência mais profunda da
intimidade com Cristo, a que expressam em um "cântico novo" que
cantam diante do trono de Deus. "E ninguém pôde aprender o cântico,
senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra"
(Apoc. 14:3).
O "cântico novo" em Apocalipse 14 nos recorda do "novo cântico"
que os 24 anciões cantam diante de Deus em Apocalipse 5:9 e 10.
Louvam ao Cordeiro por sua morte como sacrifício por meio da qual
8. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 8
"redimiu para Deus, de toda linhagem e língua e povo e nação". Este
louvor de Cristo como o Cordeiro redentor de Deus será sem dúvida
alguma o tema do cântico dos 144.000 depois que tenham experimentado
uma libertação maior do que a que Israel experimentou sob Moisés (ver
Êxo. 15). Então, podemos identificar seu novo cântico com "o cântico de
Moisés, e o cântico do Cordeiro" de Apocalipse 15 que celebra sua
vitória sobre a besta, sua imagem e sobre o número de seu nome:
"E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do
Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Senhor, Deus
Todo-poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos
santos! Quem te não temerá, ó Senhor, e não magnificará o teu nome?
Porque só tu és santo; por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante
de ti, porque os teus juízos são manifestos" (Apoc. 15:3, 4).
João descreve ademais os 144.000 de outra maneira simbólica:
"Estes foram redimidos de entre os homens [e oferecidos] como
primícias [aparjé] para Deus e para o Cordeiro" (Apoc. 14:4). A lei
agrícola de Israel exigia que os primeiros frutos da colheita se
dedicassem ao Senhor em seu templo (Lev. 23:9-14; Êxo. 23:19). Estas
primícias eram também por definição as primeiras em qualidade, "o mais
escolhido" da colheita (Núm. 18:12, 13; Ezeq. 44:30). Jeremias tinha
chamado ao Israel uma "noiva" santa, "primícias de seus novos frutos"
(Jer. 2:3). Assim considerava Deus o Israel fiel: como as primícias de
sua colheita do mundo. De uma maneira similar podemos ver os 144.000
israelitas espirituais contados como as primícias da colheita da
humanidade no fim da era da história. A qualidade de sua devoção ou
santidade se manifesta em seu constante seguir a Cristo durante a prova
final de fé (ver Apoc. 14:4, 5). Estão "com" Jesus (Apoc. 14:1; 17:14).
Paulo tinha chamado a Cristo "as primícias dos que dormiram" (1 Cor.
15:20, 23), indicando que a ressurreição de Cristo é uma garantia da
ressurreição dos crentes.
Como os últimos companheiros do Cordeiro na era da igreja, os
144.000 israelitas espirituais estão selados para a eternidade (Apoc.
7:1-4). São os Enoques do tempo do fim porque também "caminham
9. Os Últimos Companheiros do Cordeiro. Apoc. 14:1-5 9
com Deus" e serão "trasladados" sem experimentar a morte (Gên. 5:24;
Heb. 11:5). São os Elias do tempo do fim porque combatem
corajosamente contra os poderosos baalins do tempo do fim, e serão
"tomados" por carros de fogo de salvação e transladados à glória (2 Reis
2:10, 11; Apoc. 19:14), o que dá a entender que os 144.000, ao ser
selados como as primícias do tempo do fim, são "comprados dentre os da
terra" como o começo da colheita do mundo descrita em Apocalipse
14:14-16.6
A ordem dos acontecimentos em Apocalipse 13 e 14 corresponde
com a de Mateus 24: primeiro a abominação desoladora em Jerusalém,
depois a aflição dos santos, seguido por seu resgate por meio de Cristo e
seus anjos. É aqui onde podemos fazemos a pergunta pertinente: O que é
o que produz estes 144.000 israelitas verdadeiros? Como aparecem no
cenário do tempo do fim?
A primeira resposta está na visão de Apocalipse 10, onde João viu
"descer do céu outro anjo forte" comissionado para entregar uma
mensagem especial do tempo do fim ao mundo durante o período da
sexta trombeta (ver o cap. XVIII desta obra). É esta mensagem do tempo
do fim de Apocalipse 10 que se desenvolve ulteriormente nas três
mensagens angélicas de Apocalipse 14:6-12.
Referências
A Bibliografia para Apocalipse 12-14 (caps. XXI-XXVIII deste livro)
encontrará nas páginas 458-466.
1 E. Lohmeyer, Die Offenbarung des Johannes [O Apocalipse de João], HzNT 16
(Tübingen: J. C. B. Mohr, 1953), p. 119.
2 Ellen White, Review and Herald [Revista e Arauto], 13 de outubro de 1904. Ver em 7
CBA 989 (T. 7-A, P. 419).
3 Johnsson, "The Saints' End-Time Victory Over the Forces of Evil", Simpósio sobre o
Apocalipse, t 2, p. 32.
4 Ver G. Delling, "Parthénos", Diccionario teológico del Nuevo Testamento (ed. por G.
Kittel), T. 5, P. 836.
5 J. M Ford, Revelation, pp. 242, 243.
6 Neall, "Sealed Saints and the Tribulation", Simpósio sobre o Apocalipse, t. 1, cap. 12.