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FACULDADE SÃO MIGUEL
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
DENILSON ANDRÉ DA SILVA
GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE
LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM &
CLEYCIANNE.COM
Recife
2012
DENILSON ANDRÉ DA SILVA
GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE
LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM &
CLEYCIANNE.COM
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao curso de Letras, da
Faculdade São Miguel, como requisito
parcial para a obtenção do grau de
licenciatura em Letras com habilitação em
língua portuguesa e inglesa.
ORIENTADORA
MANUELA XAVIER
Recife
2012
DENILSON ANDRÉ DA SILVA
GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE
LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM &
CLEYCIANNE.COM
Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito () em
___/___/2012
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Professora Daniele Veras
Faculdade São Miguel
Dedico este trabalho aos meus pais, por
todo o amor e dedicação para comigo, por
terem sido a peça fundamental para que
eu tenha me tornado a pessoa que hoje
sou.
A minha família pelo carinho e apoio
dispensados em todos os momentos que
precisei.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, por ter me dado forças e iluminado meu caminho para
que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida.
Aos meus pais, por todo o amor e dedicação que sempre tiveram comigo,
pessoas pelo qual tenho o maior orgulho meu eterno agradecimento, pelos
momentos que estiveram ao meu lado, por acreditarem na minha capacidade me
dados apoio me fazendo acreditar que nada é impossível, pessoas que sigo como
exemplo.
Aos amigos de turma (Gabriel Tintilo, Giselle Oliveira, Renata Cisneiros, e
Oswaldo Lucas) pela partilha do aprendizado e pela troca de conhecimentos, como
também pelo companheirismo que nos uniu no decorrer desses quatro anos de
convivência meu especial agradecimento. Sem vocês essa jornada não seria tão
prazerosa.
A minha orientadora, Prof.ª Manuela Xavier pelos ensinamentos e dedicação
dispensados no auxílio à concretização dessa monografia.
A todos os professores do curso de Letras, pela paciência, dedicação, e
ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial contribuiu para
a conclusão desse trabalho e consequentemente para minha formação profissional.
Por fim gostaria de agradecer aos meus amigos Jorge Lobo e Francisco
Costa, pelo carinho, pelo incentivo e pelos livros doados, meu eterno
AGRADECIMENTO.
“O domínio de uma profissão não exclui o
seu aperfeiçoamento. Ao contrário, será
mestre ‘Quem continuar aprendendo’.”
(Pierre Feuter)
RESUMO
A internet é uma tecnologia que revolucionou o mundo criando novas formas de
diálogo entre pessoas, organizações e negócios. O gênero digital blog se destaca
nessa vertente por unir todos esses setores. O objetivo do estudo é analisar
linguisticamente a comunicação escrita nos Blogs, à forma com que eles são
escritos em especial Katylene.com e Cleycianne.com. Para isso estudaremos os
tipos de linguagem, elencando a pluralidade de gênero nos blogs citados e por fim
explicitar a busca por uma explicação para o fato da utilização social e multifacetada
dos blogs. Nessa análise tomamos como ponto de partida um breve estudo sobre
linguagem, blogs e por fim uma analise de textos escritos nos blogs supracitados. O
resultado da análise inferencial dos dados mostrou um padrão diferenciado de uso e
de domínio nos blogs, desde a sua concepção até a sua propagação com fortes
apelos ao conhecimento de mundo além da falta de domínio da linguagem oral e
escrita. Baseadas na análise e resultados são esboçadas algumas recomendações
e implicações para futuras pesquisas.
Palavras-chave:
Blog. Linguagem. Gênero Digital. Analises. Escrita.
ABSTRACT
The internet is a technology that has revolutionized the world creating new forms of
interaction among people, organizations and businesses. The digital gender blog
detaches in this area for being part of all these sectors. The target of the study is to
linguistically analyze Blogs written communication, the way they are written and in
particular Katylene.com Cleycianne.com. For this we will study the language types,
listing the mentioned gender plurality in these alleged blogs and finally explain the
search for an explanation to the fact of the use of blogs social and multifaceted. In
this analysis we take as starting point a brief study about language, blogs and finally
an analysis of written texts in the blogs above. The result of inferential analysis of the
data showed a different standard of the use and the domain in the blogs, since its
conception until its spread with strong appeals to world knowledge and the lack of
domain of oral and written language. Based on the analyses and results are going to
be sketched some recommendations and implications for future research.
Keywords:
Blog. Language. Digital Gender. Analysis. Written.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como objetivo analisar linguisticamente a comunicação
escrita nos Blogs, à forma com que eles são escritos em especial Katylene.com e
Cleycianne.com. Para isso estudaremos os tipos de linguagem, elencando a
pluralidade de gênero nos blogs citados e por fim explicitar a busca por uma
explicação para o fato da utilização social e multifacetada dos blogs.
As questões que norteiam as pesquisas estão centradas nos meios de
comunicação aproveitam de temas como: o cotidiano de famosos, novas
celebridades, e situações religiosas para formar um universo recheado de
neologismos, desconstruções sintáticas, semânticas e textuais, para isto elabora
uma nova escrita dentro de um gênero emergente, “essa transmutação de gênero
provoca polêmicas e proporções na linguagem e na vida social dos leitores”.
(Marcuschi, 2010 p.15)
Essas construções são fortemente representadas por um discurso persuasivo
que causa, às vezes, certos desconfortos ao leitor. Abordaremos esses aspectos a
luz da linguística textual e será nessas duas abordagens que tentaremos encontrar
subsídios que melhor esclareçam à problemática.
A saber, sobre as relações entre texto e coerência, notaremos que o sentido
do texto não está somente no texto em si, mas também em fatores tais como os
linguísticos, socioculturais, cognitivos e internacionais. Koch e Travaglia (1990)
ressaltam que:
[...] A textualidade ou a textura é aquilo que se faz de uma sequência
linguística um texto e não um amontoado aleatório de palavras. A
sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é
capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. (1990,
p.59-81)
É percebido que a maiorias das pessoas não sabem o que é um blog ou
redes sociais, mas fazem uso de alguns desses serviços, ou não sabem como esses
gêneros surgiram, no entanto, o que chama atenção é a forma como são postos,
fato que motivou a escolha dessa temática.
Esse trabalho deverá ser relevante, pois, ao fazer o levantamento do estado
da arte, observou-se que são restritas as produções acadêmicas que tratam do tema
exposto. De forma que o desenvolvimento do mesmo trará subsídios a outras
pesquisas.
A metodologia empregada consiste em pesquisa bibliográfica (livros, artigos
científicos, teses, dissertações, monografias e revistas especializadas) além de sites
e Blogs especializados entre eles: os blogs Katylene.com e Cleycianne.com que
foram analisados a fim de exemplificar a pesquisa.
Buscamos nesse trabalho, por meio da literatura consultada posicionamentos
de autores renomados opinião a respeito da pesquisa do tema, destaca-se aqui:
Chomsky (1994), Paiva (2010), o já citado Marcuschi (2010), Koch (2008), Travaglia
(1991), entre outros. Embora em certos momentos sejam divergentes entre si, muito
aproveitaremos de suas obras.
O trabalho de pesquisa será norteado sistematicamente em três capítulos. O
primeiro abordará um estudo tipológico da linguagem centrando-se na construção
teórica das principais categorias abordadas nesta investigação, o segundo,
exemplificação linguística da pluralidade de gênero nos blogs citados e o terceiro
uma explicitação por uma explicação para o fato da utilização social e multifacetada
dos blogs.
1. ESTUDOS TIPOLOGICOS DA LINGUAGEM
“Os fatores linguísticos ou estruturais são concernentes às línguas como
sistemas”. (Abreu, 2010). Nesse sentido sentimos muita dificuldade em separar os
conceitos de linguagem, língua e fala; em síntese podemos dizer que a Linguagem é
o universo maior, mais abrangente, o todo, do que língua e fala. Sendo identificada
como um verdadeiro conjunto de signos, que pode ser comportamental e sonoro,
visual, gestual, mexendo com a faculdade intelectual do falante, para captar a
mensagem. Concordamos com Lakoff e Johnson quando afirmam que o falante
coloca a ideia (objetos), dentro de palavras (recipientes) e as envia (através de um
canal) para o ouvinte que retira as ideias-objetos das palavras recipientes (Lakoff;
Johnson, 2002 p.54). Entende-se que a linguagem esta associada ao pensamento.
Saussure (1975) define linguagem como um sistema “heteróclito e
multifacetado”, pois para compreender a linguagem como um todo, necessitamos da
ajuda de outras ciências tais como a psicologia, antropologia, filosofia, etc. Ela, a
linguagem, é dividida em verbal e não verbal. A linguagem verbal pode ser oral e
escrita e é própria do ser humano, A linguagem não verbal é identificada nos
símbolos, nos desenhos, nos sinais de trânsito: aquela que utiliza outros sinais que
não as palavras. LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, na expressão corporal de
alguém, enfim: em todos os signos que não sejam verbais.
A língua, por sua vez, é um recorte menor da linguagem. Está definida, de
acordo com Saussure (op.cit.), como um conjunto de signos verbais organizados
entre si através de uma gramática. A língua seria homogênea, social e abstrata. É
um sistema organizado de normas que é confiado na mente do indivíduo
pertencente a uma determinada sociedade.
É perceptível que uma criança de três anos domina sua língua muito bem, pois é
capaz de expressar-se de acordo com seu idioma, ou seja, produzindo sequências
gramaticais aceitáveis em sua língua. Por exemplo, uma criança brasileira é capaz
de dizer: - “Eu Vou ao Parque”! Ao invés de dizer: -“Eu Parque Vou ao”! Isso mostra
que ela já tem seu idioma internalizado mesmo tão jovem. Para melhor entender o
conceito de língua, pensemos na língua portuguesa, japonesa, inglesa, alemã, etc.
Em suma, a fala é a concretização da língua. Ela é individual no sentido de carregar
cada pensamento particularizado de cada enunciador.
Chomsky (1994 p.10) define sistema fixo (competência) “como princípios
geradores que permite ao sujeito produzir uma infinidade de frases providas de
sentido na sua língua e reconhecer, numa frase, que ele pertence a essa mesma
língua.” Gerando um ato de potência inerente ao sujeito.
1.1 Níveis de Linguagem
“A língua tem normas, e princípios que precisam ser obedecidos” diz Piekarsk
(2012), e achamos que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa.
Para a grande maioria das pessoas, expressar-se corretamente em língua
portuguesa significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal,
acentuação etc. No nosso ver, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o
gramatical, é o de inadequação de linguagem ao contexto. Temos como exemplo:
um advogado que emprega em seu discurso termos, ou expressões linguísticas de
outro campo semântico, de um aluno do colegial.
Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do
que nas provas da escola ou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com os
avôs, não convém utilizar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em
compreender. Numa dissertação solicitada, num vestibular, ou um concurso público
já precisamos empregar um léxico mais formal. “Esses fatos nos levam a concluir
que existem níveis de linguagem” conclui Piekarsk (2012).
Destaquemos os seguintes níveis: formal culto ou padrão, ela segue a
gramática normativa e é utilizada em ambientes formais tais como; escola, trabalho,
nos jornais, livros e textos acadêmicos, como exemplo tem o seguinte parágrafo
“Desde 1996, o código florestal criado em 1934 e atualizado em 1965 vem sendo
alterado por medidas provisórias (MPs). A mudança mais significativa foi à
implantação das áreas de reserva legal na Amazônia de 50% para 80%, em
resposta aos altos índices de desmatamento registrados na região em 1995”
(DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO, 2012).
Em um nível coloquial popular a linguagem empregada no cotidiano,
geralmente é informal, onde o uso de gírias e expressões populares é empregado,
não obedecendo aos preceitos normativos da gramática, um exemplo claro seria a
frase: “Tô preocupado”, “Tô grilada”.
Em suas vertentes o nível de linguagem atinge limites percebidos por
profissionais, que detêm um falar próprio (vocabulário) de sua profissão, no entanto
a mais admirada é a língua literária que antes era apresentada como seguimento
original a ser seguido. A linguagem também muda de acordo com a localização
geográfica, cultural e socioeconômica. Percebe-se que até entre os falantes de uma
mesma cidade, dependendo de seu grau de escolaridade, de suas condições
financeiras, de idade, sexo, religião, existe diferentes usos de uma ou de outra
variação linguística.
Dominar uma língua, para alguns escritores, não significa apenas conhecer
normas gramaticais, mas, sobretudo empregar adequadamente essa língua em
várias situações do dia a dia: na escola, no trabalho, com os amigos, num exame de
seleção, nos ambientes virtuais (chats, blogs, Messenger e redes sociais).
1.2 A Convergência da Fala na Escrita: Comunicação Sem Fronteiras
Nos primórdios de nossa civilização o ser humano já internalizava a necessidade
de registros impressos, essa necessidade toma forma através de pinturas rupestres.
Geralmente representados por ações feitas como, por exemplo, gravuras de uma
preguiça gigante sendo caçada, e até mesmo os medos e anseios do homem para
com o desconhecido também eram representados nas paredes das cavernas.
Charles Higounet (2003 p.192) acrescenta:
A escrita faz de tal modo parte da nossa civilização que poderia
servir de definição dela própria. A história da humanidade se divide
em duas imensas eras: antes e a partir da escrita. (...) Vivemos os
séculos da civilização da escrita. Todas as nossas sociedades
baseiam-se sobre o escrito. A lei escrita substitui a lei oral, o contrato
escrito substituiu a convenção verbal, a religião escrita se seguiu à
tradição lendária. E, sobretudo não existe história que não se funde
sobre textos (Higounet, 2003 p.192).
A fala e a escrita possuem características próprias, embora utilizem os
mesmos aparatos linguísticos; existe então uma dicotomia que ainda se faz presente
hoje, para alguns autores entre eles Marcuschi (1995 p.13) afirma que as “as
diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das práticas
sociais e não na relação dicotômica de dois polos opostos”, ou seja, de um lado a
pratica social textual da escrita formal, e de outro, a conversação espontânea.
Sintetizando temos de um lado o texto escrito com grande significância
lexical contraditoriamente, ao falado com sua complexidade sintática. Possuindo
então diferentes tipos de complicações. Em uma tradução mais significativa
podemos dizer que existe textos que se aproximam da fala escrita, aqui podemos
citar os bilhetes, as cartas endereçadas para os familiares e, além dos textos de
humor; já os textos falados se aproximam da escrita esses seriam as conferencias,
entrevistas profissionais, etc.
Existe ainda de acordo com Koch (2008 p.78), diferenças marcantes entre
fala e escrita, o autor menciona essa dicotomia, da seguinte forma: a fala é
contextualizada, implícita, redundante, não planejada, fragmentada, pouco
elaborada, possui pouca densidade informacional, e tem como predominância a
incidência de frases curtas, simples ou coordenadas além de poucas normalizações.
Em outro polo linguístico temos a escrita como explicita, condensada, planejada, não
fragmentada, completa, elaborada, e que possui densidade informacional e muitas
normalizações.
A fala possui aspectos próprios, afirma Koch (2008 p.79):
O texto falado apresenta-se “em se fazendo”, isto é, em sua própria
gênese, tendendo, pois, a “pôr a nu” o próprio processo de produção.
Em outras palavras, ao contrario do que acontece com o texto
escrito, em cuja elaboração o produtor tem maior tempo de
planejamento, podendo fazer rascunhos, proceder a revisões e
correções etc., no texto falado planejamento e verbalização ocorrem
simultaneamente, porque ele emerge no próprio momento da
interação: ele é o seu próprio rascunho. (Koch, 2008 p.79)
Podemos elucidar dizendo que a fala é algo inacabado e que a escrita seria a
concretização desse recurso.
Em um procedimento em que os falantes ficam face a face, há mudanças de
papeis, o locutor ora vira ouvinte ora vira falante, os dois detém a palavra, e
negociam argumentos e expressões transformando esse processo em uma
coprodução.
1.3 Linguagem Escrita: Texto, Coesão, Coerência e Intertextualidade
A noção de texto é centrada na linguística textual e na teoria do texto,
abrangendo realizações tanto orais quanto escritas, Para a construção de um texto é
necessária à união de vários fatores que dizem respeito tanto aos aspectos formais
como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os
elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação (pragmática).
Um texto oral/escrito bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai
apresentar aquilo chamamos de textualidade, que são um conjunto de
características que fazem de um texto, e não uma sequência de frases. Existem sete
aspectos que são responsáveis pela intertextualidade de um texto bem constituído
tendo como base alguns fatores, esses fatores podem ser linguísticos ou
extralinguísticos. Nos fatores linguísticos temos a presença da coesão, coerência e
intertextualidade, e nos fatores extralinguísticos devemos observar as seguintes
questões, temos: a intencionalidade, a aceitabilidade, o grau de informatividade, a
situalidade. Koch (2008) entra em conformidade com Marcuschi (1983) em relação
à coesão. Ambos dizem que a coesão é um “fenômeno que diz respeito ao modo
como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram
interligadas entre si por meios de recursos também linguísticos formando
sequências”, em outras palavras, palavras ou expressões que ligam uma oração à
outra deixando-a com sentido.
Os recursos mais usados são os referenciais anafóricos e catafóricos, que
são representados por pronomes pessoais da 1º pessoa, pronomes possessivos,
demonstrativos, indefinidos, advérbios, artigos, recursos de lexicais, como
sinônimos, antônimos, reiterações como a elipse. Seguindo o postulo de Koch
(2008 p.52), temos a coerência, que para a autora coerência “diz respeito ao modo
como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente
interlocutora, uma configuração vinculadora de sentidos”, ou seja, a coerência é a
relação lógica de ideias, pois essas devem se completar é o resultado da não
contradição do texto, fatores como conhecimento de mundo, conhecimentos que
esses têm da língua que usam e intertextualidade. Citemos alguns exemplos: “As
crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país”, “Adoro sanduíche
porque engorda.” As frases acima são contraditórias e não apresenta informações
claras, portanto são incoerentes.
“Ainda nessa reflexão linguística temos a intertextualidade, que de acordo
com Barthes (1974 apud Koch, 2008 p.59)” o texto redistribui a língua, “Uma das
vias dessa reconstrução é a de permutar textos, fragmentos de textos, que existiram
ou existem dentro dele mesmo; todo texto é um hipertexto”. Sintetizando, é uma
referência explicita ou implícita de um texto em outro, podendo acontecer com outras
formas além do texto, músicas, pinturas, filmes, novelas, Toda vez que uma obra
fizer alusão à outra ocorre à intertextualidade.
Os fatores extralinguísticos são associados diretamente com o conhecimento
de mundo do falante, seja em uma desenvoltura oral ou escrita, obedecendo aos
fatores linguísticos já citados acima enfatizamos a intencionalidade, que se refere ao
esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficiente capaz de
satisfazer os objetivos de ambos os interlocutores. Quer dizer, o texto produzido
deverá ser compatível com as intenções comunicativas de quem o produz; a
aceitabilidade é o discurso/texto que também deverá ser compatível com a
expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e
relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor
permite que a comunicação apresente falhas de quantidade e de qualidade, sem
que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em
compreender os textos produzidos; Informatividade é a medida na qual as
ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor.
Um discurso menos previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais
trabalhosa, porém mais interessante envolvente. O excesso de informatividade pode
ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo.
O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que
fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados
conhecidos; a “situacionalidade” é a adaptação do texto a uma situação
comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso,
tanto na sua criação como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos
coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas
situações do que outro de configuração mais completa. É importante notar que a
situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos
sobre toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O
homem serve de mediador, com suas crenças e ideias, recriando a situação. O
mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de
modo diverso. No próximo capítulo adentraremos na pluralidade linguística de
gênero, discutiremos suas origens, funcionalidades e importância.
2. A PLURALIDADE LINGUÍSTICA NOS GÊNEROS
Neste segundo capítulos iremos abordar a pluralidade linguística no gênero
blog, no entanto para que possamos dar continuidade aos estudos, iremos fazer um
resumo sobre a origem e utilização dos gêneros textuais, e desvendar deste a sua
origem até as suas utilizações.
Para que possamos entender o estudo de gênero, temos que fazer diferenciação
entre os gêneros textuais e suas tipologias.
Marcuschi (2010 p.19) explica que o “estudo dos gêneros textuais não é
novo”. O autor ratifica “começou com Platão, na Grécia e esteve presente
inicialmente ligado aos gêneros literários” que eram estruturados da seguinte forma:
épico, narrativa com tema principal envolvendo historia e que contava os feitos de
um povo ou de alguém; o dramático, diretamente representada por atores e por fim o
gênero Lírico que era direcionado à poesia. Outros filósofos também se inquietaram
com as questões que envolviam os gêneros textuais e essa inquietação se perpetua
nos dias atuais.
2.1 Primeiras Noções de Gêneros
A noção de gênero hoje, já não mais se vincula apenas à literatura, Marcuschi
(2006 p.23) afirma que a “noção de gênero ampliou-se para toda produção textual”
(linguística de texto, a análise conversacional e a análise do discurso). O tratamento
dos gêneros diz respeito ao tratamento da língua em seu dia-a-dia e de diversas
formas, eles são importantes como parte integrante da estrutura comunicativa de
nossa sociedade. Os gêneros variam como as línguas, ajustam-se, reiteram-se e
proliferam-se. Hoje a voga é observar os gêneros pelo seu lado dinâmico, social,
processual e interativo. É o que afirma o autor quando diz “Gêneros são formas
culturais e cognitivas de ação social. Ele é essencialmente flexível e variável.”
(Marcuschi, 2006 p.23).
Podemos citar aqui alguns gêneros textuais: telefonema, sermão, carta
social/comercial, noticia jornalística, instruções de uso, edital de concurso, lenda,
fábula, lista de compras, etc. Que são tipos específicos de textos de qualquer
natureza, literária ou não, e que são usadas como formas de organização da
linguagem.
Após essa breve revisão sobre gênero, deslocamos para estudo da tipologia.
De acordo com Travaglia (1991 p.39-61) “a tipologia é considerada como a
possibilidade de particularização, de singularização dos discursos, e, ao mesmo
tempo, de sistematização e análise”. Tipologicamente podemos apresentar a
seguinte formatação: textos narrativos, que em sua essencial possuem a intenção
de narrar fatos que ocorrem com pessoas em algum momento, exemplo: Em um dia
de sol no mês de Janeiro, Francisco e Geane caminhavam pela rua deserta rumo à
casa de Denílson quando subitamente algo inesperado aconteceu. Foram
abordados por uma repórter do Jornal de Noticias querendo fazer uma pesquisa de
opinião.
Os textos descritivos possuem uma característica peculiar, preocupam-se
com os detalhes daquilo que se escreve: Francisco era alto, branco, porte atlético,
com forte grau nós óculos, cabelos pretos e lisos. A cor branca em seus dentes
refletia a luz do sol, ele era delicado como uma flor, porém perigoso como os
espinhos.
Nos textos dissertativos temos afligimentos com a análise crítica, a
argumentação é seu ponto chave, a prioridade para essa tipologia, é a
fundamentação cientifica, filosófica, citando autores, livros, etc. Como exemplo,
temos esse enunciando: [...] os avanços da Internet, organizando as informações em
rede, e a televisão, dedicando-se à lavagem cerebral acerca da moda e do
politicamente correto, os indivíduos caminham para uma perda da identidade.
(Centurion, 2012).
Em suma Koch (2003 p.53) diz que:
A competência sociocomunicativa dos falantes/ ouvintes leva-os à
detecção do que é adequado ou inadequado em cada uma das
práticas sociais. Essa competência leva ainda à diferenciação de
determinados gêneros de textos, como saber se se perante a uma
anedota, poema, enigma, uma explicação, uma conversa telefônica
etc. Há o conhecimento, pelo menos intuitivo, de estratégia de
construção e de interpretação de um texto. A competência textual de
um falante permite-lhe, ainda, averiguar se um texto predomina
sequencias de caráter narrativo, descritivo, expositivo e / ou
argumentativo. Não se torna difícil, na maior parte dos casos,
distinguir um horoscopo de uma anedota ou uma carta familiar, bem
como, por outro lado, um texto real de um texto fabricado, um texto
de opinião de um texto predominantemente informativo e assim por
diante.
Koch (2003) e Bakhtin (1953) acreditam “que todas as esferas da atividade humana
por mais variadas que sejam, estão relacionadas com a utilização da língua”.
2.2 Gêneros Textuais na Mídia Eletrônica: Algumas Divagações
A rede mundial de computadores, ou internet, surgiu na guerra fria
precisamente nos anos 1971, foi criada exclusivamente com objetivos militares, seria
uma forma das forças armadas norte-americanas de manter as comunicações em
caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de comunicação.
O e-mail foi o primeiro gênero textual digital que surgiu, fruto da mente
brilhante de Ray Tomlinson, que trocou mensagens testes sem um significado
linguisticos para outros computadores. Segundo Paiva (2010 apud Cambell, 1998)
“foi também Tomlinson quem escolheu o símbolo @ para sinalizar a localização do
endereço de cada usuário”. Atualmente ele trabalha para a BBN (Bolt Beranek and
Newman), impossível encontrar alguém que não tenha um endereço de e-mail
cadastrado em seu nome. Ainda de acordo com Paiva (2010 p.87) “As mensagens
eletrônicas são hoje, possivelmente o tipo de texto mais produzido na sociedade
letrada”.
A pluralidade de gêneros emergiu no decorrer dos tempos, hoje podemos
citar outros; quem nunca ouviu os termos: bate-papo (chats), redes sociais, fórum,
vídeo-aula, listas de discursão, fotoblogs, blogs entre outros, com características
originais ou aprimoradas, visto que antes de serem criados no mundo digital, alguns
gêneros já existiam no contexto real e concreto. Essa originalidade é indagada por
Marcuschi (2010 p.16) “qual a originalidade desses gêneros em relação ao que
existe?” acreditamos em conformidade com o autor supracitado que a tecnologia
(internet) pode reunir em uns só meio vários tipos de gêneros os verbais/escritos e
não verbais/imagens, som, gestos. O autor sintetiza ao dizer que:
[...] dá mobilidade para incorporação simultânea de múltiplos
semioses, interferindo na natureza dos recursos linguisticos
utilizados. A par disso, a rapidez da veiculação e sua flexibilidade
linguística aceleram a penetração entre demais práticas sociais.
(Marcuschi. 2010 p.16)
A tecnologia digital pode ser uma faca de dois “gumes” nesse tempo, principalmente
na escrita, em relação aos erros de grafia coesão e coerência, alguns autores
reagem a isso:
A propósito da participação indefinida nos bate-papos, em salas
abertas, a atividade se parece com “um enorme jogo maluco sem
fim” ou, então, assemelha-se a uma “festa linguística” (linguistic
party) para onde levamos nossa “língua” ao invés de nossa “bebida”.
Marcuschi (2010 apud David Crystal, 2001 p.169).
Embarcamos segundo Marcuschi (2010) em alguns aspectos, relevantes
sobre esses gêneros, uma delas é o desenvolvimento que em seu modo se torna
fraco, as peculiaridades podem ser formais e informais, e as possibilidades de visão
em repensar a relação entre escrita e oralidade. “Diante disso o próprio autor afirma
“que “esse” discurso eletrônico” constitui um bom momento para se analisar o efeito
de novas tecnologias na linguagem e o papel da linguagem nessas tecnologias”.
2.3 Blogs: Gênero Emergente
Como foi dito na introdução desta pesquisa, iremos analisar discursos escritos
nos blog, no entanto para que possamos dar continuidade a essa analise
divagaremos sobre a origem e utilização desse gênero que na opinião de Marcuschi
(2010) “é um gênero emergente, criado a forma física com agenda e pluralizado na
rede”, completa ao afirmar que “Blogs são um gênero emergente que transmuta
outros anteriores” este é o parecer de Marcuschi (2005) em sua discussão sobre
gêneros do discurso eletrônico.
O nome blog é uma espécie de contração do termo weblog, criado pelo editor
do ROBOT WISDOM John Barger, com o uso o termo foi reduzido a blog. Mais o
que é blog? Para Marcuschi (2010 apud Sartori filho, 2003p. 1) “trata-se de diário
eletrônico que as pessoas criam na internet”, o fascínio por esse gênero é visível
pois possuem uma característica peculiar podem ser atualizados em qualquer
computador e a todo momento, daí o grande fascínio do internautas por esse
gênero, sem falar que não precisa ser um expert em informática para montar ou
manipulá-lo. Voltando ao termo WEBLOGOG, o autor explica que o termo surgiu de
duas palavras, web que é rede de computadores e log que é uma espécie de diário
de bordo dos navegadores que anotavam as posições do dia justifica Marcuschi
(2010 apud Sartori Filho, 2003 p.1).
De acordo com Komesu (2004 p.110-119) “Os blogs surgiram em meados dos anos
1999 com a utilização do software BLOGGER, da empresa PYRA LABS, do
estadunidense Evan William”. A ferramenta foi criada em primeiro lugar como
alternativa de popular para a publicação de textos on-line com tanta facilidade de
manuseio caiu no gosto popular além de ser gratuita e oferecida hoje por outros
sites.
Ainda citando Komesu (2004) Existem, certamente, custos para o usuário, da
aquisição do computador:
[...] à assinatura do provedor, dos gastos com pulsos telefônicos ao
consumo, infindável, de programas que garantem o upgrade da
máquina, desse modo às maquinas tendem envelhecer com o passar
do tempo. (Komesu 2004 p.110- 119).
O tom informal, a falta de empenhos editoriais (na maioria das vezes), os
textos curtos e opinativos e abertura digital apresenta um diferencial considerável
em relação aos hipertextos. Marcuschi (2010 p.73) vai além ao afirmar que:
[...] Os blogs por sua capacidade criadora e pelo tipo de temática e
motivações que carrega, poderiam ser considerados como
incubadora de internautas com interesses comuns. Isto torna o
conceito de gêneros derivados, [...] neste momento (dezembro de
2003) estão se popularizando, no Brasil, os f-blogs, ou seja, os blogs
de fotos: uma foto por dia que substitui até os textos maiores.
Diferentes de outros gêneros digitais os blogs possuem características
diferenciadas dos diários pessoais tradicionais comprados em livrarias e bancas de
jornal, não devemos associá-los entre si, porque são estratégias discursivas
distintas. A aproximação dos blogs ao gênero “diário” pode ser justificada pela
projeção de uma imagem estereotipada daquele que se ocupa de escritos pessoais.
Quando/ quem escreve sobre si ou sobre algo narra situações intimas inseridas na
pratica diarista.
No capítulo que segue, de uma forma mais especifica falaremos um pouco
mais sobre blogs, em particular a vida e obra dos blogs Cleycianne e Katylene.com.
3. EXPLICITAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO SOCIAL E
MULTIFACETADA DOS BLOGS
Neste capítulo iremos explicar e explicitar a utilização social e multifacetada dos
Blogs. Antes de começarmos nossas análises mostraremos antes de tudo as
classificações dos blogs e seus diversos usos.
Há muitos exemplos de blogs que vão além da simples proposta de serem
meros diários virtuais presentes na blogosfera. Eles realizam uma mistura de página
pessoal, fórum, com links, comentários e pensamentos pessoais, ensaios ou lugar
onde se escreve de tudo ou sobre nada. O administrador tem total liberdade de
escolha. O mais importante é se comunicar, se fazer entender. A liberdade
internetica inclui isso: cada um faz a opção do que ver. Essa disseminação do
mundo BLOGGER passa por uma multiplicidade de sites, com características tão
variadas quanto permita a expressão humana.
Oliveira (2012) aponta três categorias básicas de blog, a saber: filtro de
noticias, filtro temático, e diário intimo. A primeira categoria refere-se à possibilidade
dos blogs de forma fácil a inclusão de links, comentadas pelos internautas. A
segunda possibilita a reunião de temas que interesse ao individuo. Diário íntimo
define-se como conteúdo pessoal e subjetivo.
E tendo como base que gêneros do discurso são “tipos relativamente estáveis
de enunciados” Primo (2008 apud Bakhtin, 2005, p. 279), que eles têm um impacto
sobre a organização da fala e que textos são situados social e historicamente.
Destacaremos os mais relevantes antes de nossa análise principal.
3.1 Categorias Básicas Dos Blogs
3.1.1 Blog Profissional
Segundo Primo (2008 p.3) este tipo de blog “é escrito por uma pessoa que
tem uma experiência e conhecimento na área não importando se este conhecimento
é de natureza formal”. Ele assina os posts com conhecimento de especialista na
área. Em consideração a veracidade dos posts apresenta de forma qualitativa o que
garante que as informações tenham certa repercussão quanto à reputação do autor.
Com isso não deixa deter uma marca pessoal do autor levando em considera
considerado as considerações dos blogueiros que acessam sua página, uma vez
que o seu conhecimento ultrapassa o conhecimento de um leigo.
3.1.2 Blog Pessoal
Ainda de acordo com Primo (2008 p.6) “Blog pessoal é mais um tipo de blog
que trata de uma produção individual, onde o autor expressa e interagem com os
outros”. Este tipo de blog, o autor pode adotar uma identidade fictícia, caracterizam-
se por contos, histórias fictícias, rumores, piadas ou uma fonte de informações de
outros sites.
3.1.3 Blog Grupal
“É um tipo de blog que é construído a partir de interesses comuns, cada posts de
autoria individual, porém assinada em nome do grupo”, justifica Primo (2008 p.9). As
afinidades com estes tipos de blogs podem ser em nível de amizades, jogos, fã
clubes, cinemas, enfim não necessariamente obedecem a uma organização. O mais
importante é que haja participação dos integrantes do blog e as trocas de
informações.
3.1.4 Blog Organizacional
De acordo com Primo (2008 apud Oliveira, 2002 p.126) o blog corporativo é um blog
publicado por ou com a ajuda de uma organização que queira atingir seus objetivos
e metas. Em relação à comunicação externa, os potenciais benefícios incluem o
fortalecimento do relacionamento com importantes públicos-alvo e, mais
especificamente junto aos clientes, é uma ferramenta que serve para a colaboração
ou co-criação de produtos, serviços e consolidação da marca da organização.
3.2 Vida e Obra em Katylene.com e Cleycianne.com
De acordo com os tipos de blogs já citados, podemos classificar os blogs
Katylene.com e Cleycianne.com como sendo blogs pessoais, isto devido a uma
característica peculiar a utilização de uma identidade fictícia, além de uma produção
individual, ressalta Primo (2008), esses blogs são queridos e seguidos por milhares
de internautas sedentos por suas atualizações ásperas contra o universo dos
famosos, das religiões, dos credos, completa.
3.2.1 Katylene.com
Segundo o site Análise Critica da Mídia (2012) “Katylene Beezmarcky é um
homossexual criada em Xerém, e é uma personagem criada na internet brasileira”.
Com seu palavreado singular e talento para criticar as “pseudosub-celebridades”
nacionais e internacionais, o personagem de Daniel Carvalho, 22 anos, virou ícone
pop, cujo sucesso expandiu de tal forma que chegou ás pistas de dança, e da tela
da Tv, na Rede MTV, com apoio do multishow. Na Tv a personagem é representada
por uma animação de Drag Queem que destila comentários bem-humorados sobre
as celebridades; o programa é baseado no site de Daniel e reproduz o jeito e a fala
peculiar da personagem.
Para buscar os assuntos, a “personagem” pesquisa os mais diversos sites e portais
focados em famosos, além disso, há bastante interatividade com os leitores, conta o
site Analise Critica da mídia (2012).
Em uma entrevista para o site Vírgula (2010) do grupo UOL, o criador da
criatura Kalylene, diz que “nunca se dá pra ter noção das proporções que essa
brincadeira de internet vai ter, de acordo com o site, o blog tem registros de acessos
com mais de um milhão de visitas mensais”. Antes de dar vida a famosa
personagem Daniel Carvalho junto com uma amiga e apedidos de outros amigos
cria um blog com o nome de papel podre. Em seu começo meados de 2007,
Katylene era muito mais ácida do que a atual.
Em 2008 ressurgi através de campanhas na rede, e torna-se musa do Twitter
em uma premiação. Ainda nesse mesmo ano o site retorna como Katylene.com
tendo como blogueiro oficial apenas Daniel Carvalho. O linguajar também mudou de
forma natural, ficando o “pajubar” homossexual em evidência. Com essa ascensão
também vieram benefícios, como postagens pagas e uma fonte de renda
considerável.
A personagem se tornou DJ, mas quem aparece nos eventos é o próprio
Daniel, de cara limpa comandando o show. Ainda de acordo com Vírgula (2010),
para Daniel Carvalho dá menos trabalho escrever com Ys e SH.
3.2.2 Cleycianne.com
Antes foi Katylene, agora é a vez de Cleycianne, e seu alter ego Thiago
Henrique Ferreira; “loira, linda, religiosa, e acima de tudo, preconceituosa”, é assim
que o site Saberes bom demais (2012) a descreve. Thiago H. F em um momento de
tédio resolveu por a prova um pouco da criatividade na rede, segundo o website o
motivo inicial era criar uma voz feminina desrespeitada para falar mal das
celebridades , desde o primeiro dia do blog, a página teve 20 mil acessos, num total
de 100 mil na semana de estreia: última sexta-feira de Outubro de 2009. Em
entrevista para o site Diário do Nordeste o autor explica que apesar dos bons
resultados da fanática religiosa de passado negro demorou a entender que web
celebridade podia dar lucro, o blogueiro percebeu que podia tirar lucro disso e foi
quando foi convidado a participar do (programa) do Jó Soares, e posteriormente na
revista Época; tudo isso em mais ou menos ano.
A personagem no decorrer de sua estadia na web revelou um pouco mais sua
vida intima: uma mãe drogada, um bebê vendido por pertences nos tempos de
perdição, um pai que nunca conheceu e um namorado homossexual, passado por
dilemas como todo mundo, atualmente (2013) encontrasse solteira.
“A evangelizadora, modelo fotográfica e linda possui ainda diversos vídeos
postados em um “canal”, isto é um espaço particular, no site Youtube destinado a
vídeos e reprodução de textos audiovisuais” completa os autores Santos & Coelho
(2009).
Uma curiosidade em relação à Cleycianne é que a imagem da mulher que
aparece para identificar a personagem é da miss Califórnia 2007 Melissa Chaty
atualmente com 29 anos e engajada em campanhas contra o mal de Alzheimer. A
“Diva” conta com112 acessos, no perfil do Twitter @Cleycianne e com
aproximadamente 44 mil pessoas curtidas na sua página na rede social Facebook.
Em entrevista Thiago conta que sofreu bullying onde trabalhava, para os colegas de
profissão, tudo era culpa do que ele escrevia em seu blog.
3.3 Análise de fragmentos
Post 01: Cleycianne.com
Fonte: www.cleycianne.com/
Observemos o modo pelo qual a blogueira se descreve, no espaço destinado a
“Quem eu sou” localizado na margem superior direita de seu blog.
“olá amigos meu nome é Cleycianne, sou modelo fotográfica e cristã batizada.
Sempre tive vontade de ter um site na internet, foi então que tive a ideia de criar
esse blog com a ajuda de um amigo para comentar as coisas que acontecem na
internet com uma visão cristã. Espero que essas pessoas “do mundo”, aquelas que
ainda não se converteram, não fiquem questionando os meus pensamentos e
ideias, pois é como o pastor da minha igreja diz: “Eu não sou preconceituosa, sou
apenas cristã e sei o que é correto”. Eta God!! (Cleycianne.com,2012).
O blog foi elaborado para dar uma visão particular, ou como ela cita “uma visão
cristã”, não possuidora de preconceitos, ela diz que é “correta”. O nome da
personagem e sua foto aparecem exposto, ela é real e mostra-se ao publico. Do
outro o textual verbal aponta que Cleycianne está a serviço do senhor; ela é a
missionaria do cristianismo no mundo digital, assim como explicita as informações
acima. Notemos também um aspecto bem peculiar, que diz respeito à forma como o
nome da personagem é disposto no visual gráfico (tipográfico) do blog, o nome da
personagem aparece (é grafada) de forma chamativa, adornada, observemos que o
texto “serva do senhor na internet” aparece que forma grosseira (ordinário).
Post 02: Katylene.com
Fonte: www.katylene.com/
Contrapondo-se com o blog katylene.com lemos os seguintes enunciados:
“Seria difícil me descrever em apenas um parágrafo. Mesmo sem vagina eu sou
uma mulher completa, dona-de-casa aplicada, artista ímpar, e amante insaciável.
Cresci nas ruas de Xerém, baixada fluminense, e em meio à giletadas,
apedrejamentos e muita mágoa eu descobri minha verdadeira paixão: ESCREVER.
Minha formação acadêmica inclui supletivos variados e uma rápida passagem pelo
Telecurso 2000. No final do ano me formo nos cursos de depilação íntima,
engenharia capilar e manicure avançada do SENAC e pretendo levar adiante minha
carreira de consultora estética mundo afora. “Atualmente resido no aconchegante
bairro de M’BOI MIRIM e aguardo ansiosamente a expansão do metrô de São
Paulo”. Cleycianne (2012).
Nem de longe um internauta detectaria algo diferente nesse blog, o que mais
chamaria a atenção seria os posts divertidos e caprichado de ironias .Observemos
então outras peculiaridades: Em uma observação minuciosa vemos logo no topo no
blog o nome da “blogueira” katylene em letras garrafais, que piscam em um ritmo
frenético e sedutor. Porém nos deixa ver suas verdadeiras intenções, em um piscar
e outro duas letras se sobressaem: (K)at(y)lene. A blogueira uni seu nome a um
gel lubrificante a base d’água (K-Y gel). Em discurso se descreve como sendo
“uma mulher completa” , mesmo sem vagina. Ironicamente provoca os leitores ao
afirmar que se formará em “supletivos variados e uma passagem pelo telecurso
2000” fazendo assim referencia ao telecurso 2000 exibido diariamente em uma Tv
aberta. Ainda traz consigo outras influencia do meio em que vive, a blogueira usa a
língua falada como a escrita, dando a ela algo peculiar .
Post 03 : katylene.com
Fonte : www.katylene.com/tag/natal
No post acima temos um vídeo e um comentário :
“Então é natal , e o que você fez? Não ashou um boy magia para pagar suas
contas? Não perdeu aqueles 5 quilosh que tão te proporcionando uma bordjeenha
de catoopeeree? Não foi efetsheevada na firrrma? E QUEM LHEEGA? 2011 tá aí
botando a cabeceenha e nos enshendo (oi?) de eshperança! TRAZ O PEROO,
PRODUÇÃO! VEM GENT! VEM GENT! ”katylene(2010)
Dona de um estilo próprio katylene usa uma variação linguística peculiar ,
transcreve a fala , Silva(2005) explica que “existe uma superposição os sistemas
semióticos , em termos estritamente físicos , a escrita diferencia-se a fala por ser a
primeira de natureza visual, enquanto a segunda de natureza auditiva.” No post faz
uso de um “linguajar” próprio de um determinado grupo social , em questão os
homossexuais e particularmente as travestis ,palavras como ashou(achou),
quilosh(quilos),bordijeenha(bordinha),catoopeeree (catupiry) entre outras são
facilmente assimiladas pelo leitor. E muitas vezes reproduzidas nos comentários.
Post 04: Cleycianne.com
Fonte: www.cleycianne.com/2012/11/15-motivos-nao-aprovar-o.html
Este post traz uma intertextualidade com o artigo de opinião do jornalista
J.R.Guzzo (2012) no artigo “parada gay, cabra e espinafre” onde cita “[...] Pessoas
do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições
que quiserem [...] Há outros limites, bem óbvios”. Um homem também não pode se
casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas
não pode se casar [...] rebatida pelo deputado Jean Wyllys “Os argumentos de
Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se
não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do
reacionarismo da revista”. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com
uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode
se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua
cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra [...] afirma Wyllys (2012).
Cleycianne pega pra si a discussão, parafraseando e dando um toque especial.
Nomeando essa frase como uma dos suas 15 motivos para “dizer “não” ao
casamento gay”. A bandeira levantada pela blogueira é de puro preconceito e duplos
sentidos. Ela diz que “Crianças são muito fortes, aguentam conviver vendo varoa
levando corretivo de varão, pobreza, fome”... “Mas seriam completamente
influenciadas se vissem um casal de homossexuais passivos ou lésbicas masculinas
se casando”, dito isso entra em várias contradições.
Post 05: Cleycianne.com
Fonte : http://katylene.com/2011/12/
No post 05, temos uma katylene festeira, aproveitamos para printar uma
passagem feita em meados de Dezembro de 2011, nele a “personagem” se
expressa:
“Então é natal… E QUEM VOCÊ FEZ DE BOM ESSE ANO? Ninguém, néan?
Só os cafuçu. É shegada essa maravilhuósa época do ano. Que delícia fritar com o
início do verão, com as compra de natal e com o caos que os apreciadoresh de
decoração natalina provocam na cidadche, não é meshmo? SÓ QUE MAIS AO
CONTRÁRIO DO QUE NOONCA. Eu, que tamém sou filha de Santa Cher, já tô indo
pras minhas tão merecidash férias na Ria de Gayneira (hi gringos, I speak english,
COME PEOPLE), e por isso o bluóg ficará sem postchy novo até dia 2, quando eu
retorno aqui pro M’Boi.E NÃO ME VENHAM COM DRAMA, NÉAN? Tem três anos
de arquivo aqui do ladjeenho pra você se deliciar[...]”.Katylene(2011).
Aqui a blogueira faz uso de um recurso também usado por Cleycianne, usa
outra língua para se expressar , quando diz que “hi gringos, I speak english, COME
PEOPLE”, frisamos a atenção pela grafia “COME PEOPLE” exaltando o duplo
sentido. Ela quer “comer” pessoas! Justifica essa expressão pela dica: “[...] férias na
Ria de Gayneira, a frase no feminino e fazendo alusão à quantidade de gays que
moram no Rio de Janeiro (grifos nossos)”. Também dialogo consigo mesma, quando
introduz o estrangeirismo nos comentários como é o caso do inglês.
Post 06: Cleycianne.com
Fonte : http://www.cleycianne.com/2009/07/justica-divina-chega-ao-fim-o-grupo.html
No post 06 Lemos algumas reviravoltas , destacamos aqui as seguintes
frases:
Admin31 de julho de 2009 20:32 –“Gente adoro... ver a sua maneira de criticar a
vida alheia , ao invés de pensar em construir um ministério, ao invés de se
preocupar com a sua família... o tempo que vc perde postando essas noticias em
sua maioria falsas(com certeza essas noticias vc pega em tabloides sem nenhuma
confiança), vc deveria postar a palavra de Deus para tentar promover o cristianismo
e naum fikar falando coisas alheias a palavra de Deus!!E alem do mais quem vc
acha que e para julgar os outros... quem te falou q as PCD eram prostitutas...?Se os
outros sao do jeito q sao isso e problema deles.. vc tem q se preocupar com a sua
vida... pq Deus naum vai pensar no que vc falou ou deixou de falar da vida dos
outros.. mas sim nos jugamentos q vc fez sem ter esse direito PENSE
BEM!!”.Cleycianne(2009).
Anônimo31 de julho de 2009 20:04:-“Pois é irmã Cleycianne, precisamos de
mais Deus no coraçao das pessoas, pq essas "Ex Prostitutas" ja estavam
corrompendo muitas adolescentes a bulimia e anorexia e a atos indecentes e
libidinosos. mas no mais, SATANÁS COMANDA o/ .(ta amarrado três vezes) Ri
ALTO.” Cleycianne(2009).
Para o leitor “anônimo31” o comentário feito pela blogueira não passa de
brincadeira isso se expressa na frase “ pois é irmã Cleycianne , precisamos de mais
Deus no coração das pessoas , pq essas ex prostitutas já estavam corrompendo
muitas adolescentes [...]” por outro lado o leitor intitulado “admin31” entra jogo de
palavras da blogueira , e a repreende, notemos que em nenhum momento ela a
Cleycianne se manifesta nos post de comentários.
Post 07 : Katylene.ccom
Fonte : http://katylene.com/2011/11/23/traca-ou-repassa-68/
Katylene intitula esse post como TRAÇA OU REPASSA? o post comenta um vídeo
mandado por um dos seus milhões de seguidores, E na sequência ocorre como de
costume uma enxurrada de comentários, dentre eles :
Leo : “ Seja feliz , não use drogas !! viu katylene? Sempre colocada KKKKKK.
Stefani co ra gi : “ Realmente o Rio de Gayneiro tem um hortfrutigranjeiro bem
variado hein! Tô indo pra lá!
Notemos que os internautas comentam os post de uma forma bem
característica , seguindo os mesmos caminhos da personagem. Silva(2005) diz que
“ o texto eletrônico apresenta-se híbrido , já que mescla elementos da oralidade e
escrita, permitindo outros traços semíticos[...] diagramas, imagens, ícones[...]”.
reproduzem a mesma escrita. Notemos também “a incidência de expressões
formulaicas com efeitos de homofonia” , Marcuschi (2010 apud Fonseca ,
2001,p.77) , o autor também esclarece que a “linguagem nos bate papos é bastante
livre e envolve, ao contrário de todos os demais gêneros textuais escritos
impressos, muitos e, elementos para linguisticos” o usuário da conta no blog,
aparece descrito assim: “ Stefani co ra gi” .
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização da presente monografia envolveu uma ampla revisão a cerca dos
estudos sobre pluralidade linguística e em destaque os Blogs contando com a
utilização de instrumentos teóricos bibliográficos com o intuito de revisitar teorias a
respeito de estudos sobre linguagem, suas tipologias, além de elucidarmos algumas
questões sobre Gêneros Digitais a tanto estudados por Marcuschi (2010).
Estabeleceu-se um diálogo com alguns autores, que são ligados direta ou
indiretamente às ciências. No entanto Longe de nos preocuparmos em esgotar
cada um dos materiais avaliados, os quais poderiam render isolados e profundos
analises. Sendo assim buscamos nesse trabalho realizar um estudo linguístico e
exploratório sobre os blogs Cleycianne.com e Katylene.com na perspectiva de
elucidar questões que nos norteiam.
Os blogs “Cleycianne” e “Katylene” apresentaram-se enquanto objeto
linguístico, e de acordo com Barros (2005) “são muitas as marcas de verdade isto é
as ilusões discursivas de que os fatos contados são “coisas ocorridas”, de que seus
seres são de carne e osso de que enfim o discurso copia o real”. Pelo contrario
temos mais indícios de mentiras construídas.
Os escritos produzidos em blogs (Cleycianne e katylene) inserem-se em uma
prática social de utilização da linguagem escrita interligadas pelo uso do computador
e relacionado ao domínio da vida particular. As pessoas que se utilizam desse
gênero discursivo unem-se a outras, e segundo Santos (2003 p.104) “são
desconhecidas em sua maioria, e compartilham o fato de participar de um mesmo
domínio publico a internet, para escreverem sobre si”, e assim disseminam pelo
planeta seus princípios, condutas, afeições, pensamentos e identidades sociais.
Para Santos (2003 p.104):
[...] O blog, gênero contemporâneo e mestiço, surgiu motivado por
novas formas de comunicação e interação proporcionada pela
internet, unindo vários tipos de semioses como signos verbais, sons,
imagens e formas que se movimentam bastantes investigadas pelos
usuários [...]. (Santos 2003, p.104)
A integração das perspectivas sistêmico-funcional e discursiva para analises
dos textos veiculados nos blogs permite-nos verificar que o estudo desse gênero
discursivo contribui para propiciar um maior grau de domínio pelos participantes
envolvidos nesse tipo de interação e para problematizar as transformações que
estão ocorrendo na composição de identidades possibilitadas por instrumentos. É
impossível se livrar disso.
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http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao19/ensaios/001.pdf. Acesso em: 17
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http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-mais-recente-delirio-de-veja. Acesso em:
05 nov. 2012.
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humor ungido?): uma análise semiótica do fenômeno “Cleycianne”. Estudos
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responsáveis: Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume
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publicado na revista Veja. Disponível em:
https://qbrandotabus.wordpress.com/tag/jean-wyllys/. Acesso em: 05 nov. 2012.

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  • 1. FACULDADE SÃO MIGUEL CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS DENILSON ANDRÉ DA SILVA GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM & CLEYCIANNE.COM Recife 2012
  • 2. DENILSON ANDRÉ DA SILVA GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM & CLEYCIANNE.COM Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Letras, da Faculdade São Miguel, como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciatura em Letras com habilitação em língua portuguesa e inglesa. ORIENTADORA MANUELA XAVIER Recife 2012
  • 3. DENILSON ANDRÉ DA SILVA GÊNERO DIGITAL: UMA ANÁLISE DA PLURALIDADE LINGUÍSTICA NOS BLOGS KATYLENE.COM & CLEYCIANNE.COM Trabalho julgado adequado e aprovado com conceito () em ___/___/2012 BANCA EXAMINADORA ______________________________________ Professora Daniele Veras Faculdade São Miguel
  • 4. Dedico este trabalho aos meus pais, por todo o amor e dedicação para comigo, por terem sido a peça fundamental para que eu tenha me tornado a pessoa que hoje sou. A minha família pelo carinho e apoio dispensados em todos os momentos que precisei.
  • 5. AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter me dado forças e iluminado meu caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida. Aos meus pais, por todo o amor e dedicação que sempre tiveram comigo, pessoas pelo qual tenho o maior orgulho meu eterno agradecimento, pelos momentos que estiveram ao meu lado, por acreditarem na minha capacidade me dados apoio me fazendo acreditar que nada é impossível, pessoas que sigo como exemplo. Aos amigos de turma (Gabriel Tintilo, Giselle Oliveira, Renata Cisneiros, e Oswaldo Lucas) pela partilha do aprendizado e pela troca de conhecimentos, como também pelo companheirismo que nos uniu no decorrer desses quatro anos de convivência meu especial agradecimento. Sem vocês essa jornada não seria tão prazerosa. A minha orientadora, Prof.ª Manuela Xavier pelos ensinamentos e dedicação dispensados no auxílio à concretização dessa monografia. A todos os professores do curso de Letras, pela paciência, dedicação, e ensinamentos disponibilizados nas aulas, cada um de forma especial contribuiu para a conclusão desse trabalho e consequentemente para minha formação profissional. Por fim gostaria de agradecer aos meus amigos Jorge Lobo e Francisco Costa, pelo carinho, pelo incentivo e pelos livros doados, meu eterno AGRADECIMENTO.
  • 6. “O domínio de uma profissão não exclui o seu aperfeiçoamento. Ao contrário, será mestre ‘Quem continuar aprendendo’.” (Pierre Feuter)
  • 7. RESUMO A internet é uma tecnologia que revolucionou o mundo criando novas formas de diálogo entre pessoas, organizações e negócios. O gênero digital blog se destaca nessa vertente por unir todos esses setores. O objetivo do estudo é analisar linguisticamente a comunicação escrita nos Blogs, à forma com que eles são escritos em especial Katylene.com e Cleycianne.com. Para isso estudaremos os tipos de linguagem, elencando a pluralidade de gênero nos blogs citados e por fim explicitar a busca por uma explicação para o fato da utilização social e multifacetada dos blogs. Nessa análise tomamos como ponto de partida um breve estudo sobre linguagem, blogs e por fim uma analise de textos escritos nos blogs supracitados. O resultado da análise inferencial dos dados mostrou um padrão diferenciado de uso e de domínio nos blogs, desde a sua concepção até a sua propagação com fortes apelos ao conhecimento de mundo além da falta de domínio da linguagem oral e escrita. Baseadas na análise e resultados são esboçadas algumas recomendações e implicações para futuras pesquisas. Palavras-chave: Blog. Linguagem. Gênero Digital. Analises. Escrita. ABSTRACT The internet is a technology that has revolutionized the world creating new forms of interaction among people, organizations and businesses. The digital gender blog detaches in this area for being part of all these sectors. The target of the study is to linguistically analyze Blogs written communication, the way they are written and in particular Katylene.com Cleycianne.com. For this we will study the language types, listing the mentioned gender plurality in these alleged blogs and finally explain the search for an explanation to the fact of the use of blogs social and multifaceted. In this analysis we take as starting point a brief study about language, blogs and finally an analysis of written texts in the blogs above. The result of inferential analysis of the data showed a different standard of the use and the domain in the blogs, since its conception until its spread with strong appeals to world knowledge and the lack of domain of oral and written language. Based on the analyses and results are going to be sketched some recommendations and implications for future research. Keywords: Blog. Language. Digital Gender. Analysis. Written.
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO Esta pesquisa tem como objetivo analisar linguisticamente a comunicação escrita nos Blogs, à forma com que eles são escritos em especial Katylene.com e Cleycianne.com. Para isso estudaremos os tipos de linguagem, elencando a pluralidade de gênero nos blogs citados e por fim explicitar a busca por uma explicação para o fato da utilização social e multifacetada dos blogs. As questões que norteiam as pesquisas estão centradas nos meios de comunicação aproveitam de temas como: o cotidiano de famosos, novas celebridades, e situações religiosas para formar um universo recheado de neologismos, desconstruções sintáticas, semânticas e textuais, para isto elabora uma nova escrita dentro de um gênero emergente, “essa transmutação de gênero provoca polêmicas e proporções na linguagem e na vida social dos leitores”. (Marcuschi, 2010 p.15) Essas construções são fortemente representadas por um discurso persuasivo que causa, às vezes, certos desconfortos ao leitor. Abordaremos esses aspectos a luz da linguística textual e será nessas duas abordagens que tentaremos encontrar subsídios que melhor esclareçam à problemática.
  • 9. A saber, sobre as relações entre texto e coerência, notaremos que o sentido do texto não está somente no texto em si, mas também em fatores tais como os linguísticos, socioculturais, cognitivos e internacionais. Koch e Travaglia (1990) ressaltam que: [...] A textualidade ou a textura é aquilo que se faz de uma sequência linguística um texto e não um amontoado aleatório de palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. (1990, p.59-81) É percebido que a maiorias das pessoas não sabem o que é um blog ou redes sociais, mas fazem uso de alguns desses serviços, ou não sabem como esses gêneros surgiram, no entanto, o que chama atenção é a forma como são postos, fato que motivou a escolha dessa temática. Esse trabalho deverá ser relevante, pois, ao fazer o levantamento do estado da arte, observou-se que são restritas as produções acadêmicas que tratam do tema exposto. De forma que o desenvolvimento do mesmo trará subsídios a outras pesquisas. A metodologia empregada consiste em pesquisa bibliográfica (livros, artigos científicos, teses, dissertações, monografias e revistas especializadas) além de sites e Blogs especializados entre eles: os blogs Katylene.com e Cleycianne.com que foram analisados a fim de exemplificar a pesquisa. Buscamos nesse trabalho, por meio da literatura consultada posicionamentos de autores renomados opinião a respeito da pesquisa do tema, destaca-se aqui: Chomsky (1994), Paiva (2010), o já citado Marcuschi (2010), Koch (2008), Travaglia (1991), entre outros. Embora em certos momentos sejam divergentes entre si, muito aproveitaremos de suas obras. O trabalho de pesquisa será norteado sistematicamente em três capítulos. O primeiro abordará um estudo tipológico da linguagem centrando-se na construção teórica das principais categorias abordadas nesta investigação, o segundo, exemplificação linguística da pluralidade de gênero nos blogs citados e o terceiro uma explicitação por uma explicação para o fato da utilização social e multifacetada dos blogs.
  • 10. 1. ESTUDOS TIPOLOGICOS DA LINGUAGEM “Os fatores linguísticos ou estruturais são concernentes às línguas como sistemas”. (Abreu, 2010). Nesse sentido sentimos muita dificuldade em separar os conceitos de linguagem, língua e fala; em síntese podemos dizer que a Linguagem é o universo maior, mais abrangente, o todo, do que língua e fala. Sendo identificada como um verdadeiro conjunto de signos, que pode ser comportamental e sonoro, visual, gestual, mexendo com a faculdade intelectual do falante, para captar a mensagem. Concordamos com Lakoff e Johnson quando afirmam que o falante coloca a ideia (objetos), dentro de palavras (recipientes) e as envia (através de um canal) para o ouvinte que retira as ideias-objetos das palavras recipientes (Lakoff; Johnson, 2002 p.54). Entende-se que a linguagem esta associada ao pensamento. Saussure (1975) define linguagem como um sistema “heteróclito e multifacetado”, pois para compreender a linguagem como um todo, necessitamos da ajuda de outras ciências tais como a psicologia, antropologia, filosofia, etc. Ela, a linguagem, é dividida em verbal e não verbal. A linguagem verbal pode ser oral e escrita e é própria do ser humano, A linguagem não verbal é identificada nos símbolos, nos desenhos, nos sinais de trânsito: aquela que utiliza outros sinais que não as palavras. LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais, na expressão corporal de alguém, enfim: em todos os signos que não sejam verbais.
  • 11. A língua, por sua vez, é um recorte menor da linguagem. Está definida, de acordo com Saussure (op.cit.), como um conjunto de signos verbais organizados entre si através de uma gramática. A língua seria homogênea, social e abstrata. É um sistema organizado de normas que é confiado na mente do indivíduo pertencente a uma determinada sociedade. É perceptível que uma criança de três anos domina sua língua muito bem, pois é capaz de expressar-se de acordo com seu idioma, ou seja, produzindo sequências gramaticais aceitáveis em sua língua. Por exemplo, uma criança brasileira é capaz de dizer: - “Eu Vou ao Parque”! Ao invés de dizer: -“Eu Parque Vou ao”! Isso mostra que ela já tem seu idioma internalizado mesmo tão jovem. Para melhor entender o conceito de língua, pensemos na língua portuguesa, japonesa, inglesa, alemã, etc. Em suma, a fala é a concretização da língua. Ela é individual no sentido de carregar cada pensamento particularizado de cada enunciador. Chomsky (1994 p.10) define sistema fixo (competência) “como princípios geradores que permite ao sujeito produzir uma infinidade de frases providas de sentido na sua língua e reconhecer, numa frase, que ele pertence a essa mesma língua.” Gerando um ato de potência inerente ao sujeito. 1.1 Níveis de Linguagem “A língua tem normas, e princípios que precisam ser obedecidos” diz Piekarsk (2012), e achamos que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. Para a grande maioria das pessoas, expressar-se corretamente em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, concordância verbal, acentuação etc. No nosso ver, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que o gramatical, é o de inadequação de linguagem ao contexto. Temos como exemplo: um advogado que emprega em seu discurso termos, ou expressões linguísticas de outro campo semântico, de um aluno do colegial. Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem mais informal do que nas provas da escola ou em uma entrevista para emprego. Ao conversar com os avôs, não convém utilizar algumas gírias, pois eles poderiam ter dificuldades em compreender. Numa dissertação solicitada, num vestibular, ou um concurso público já precisamos empregar um léxico mais formal. “Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de linguagem” conclui Piekarsk (2012).
  • 12. Destaquemos os seguintes níveis: formal culto ou padrão, ela segue a gramática normativa e é utilizada em ambientes formais tais como; escola, trabalho, nos jornais, livros e textos acadêmicos, como exemplo tem o seguinte parágrafo “Desde 1996, o código florestal criado em 1934 e atualizado em 1965 vem sendo alterado por medidas provisórias (MPs). A mudança mais significativa foi à implantação das áreas de reserva legal na Amazônia de 50% para 80%, em resposta aos altos índices de desmatamento registrados na região em 1995” (DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO, 2012). Em um nível coloquial popular a linguagem empregada no cotidiano, geralmente é informal, onde o uso de gírias e expressões populares é empregado, não obedecendo aos preceitos normativos da gramática, um exemplo claro seria a frase: “Tô preocupado”, “Tô grilada”. Em suas vertentes o nível de linguagem atinge limites percebidos por profissionais, que detêm um falar próprio (vocabulário) de sua profissão, no entanto a mais admirada é a língua literária que antes era apresentada como seguimento original a ser seguido. A linguagem também muda de acordo com a localização geográfica, cultural e socioeconômica. Percebe-se que até entre os falantes de uma mesma cidade, dependendo de seu grau de escolaridade, de suas condições financeiras, de idade, sexo, religião, existe diferentes usos de uma ou de outra variação linguística. Dominar uma língua, para alguns escritores, não significa apenas conhecer normas gramaticais, mas, sobretudo empregar adequadamente essa língua em várias situações do dia a dia: na escola, no trabalho, com os amigos, num exame de seleção, nos ambientes virtuais (chats, blogs, Messenger e redes sociais). 1.2 A Convergência da Fala na Escrita: Comunicação Sem Fronteiras Nos primórdios de nossa civilização o ser humano já internalizava a necessidade de registros impressos, essa necessidade toma forma através de pinturas rupestres. Geralmente representados por ações feitas como, por exemplo, gravuras de uma preguiça gigante sendo caçada, e até mesmo os medos e anseios do homem para com o desconhecido também eram representados nas paredes das cavernas. Charles Higounet (2003 p.192) acrescenta:
  • 13. A escrita faz de tal modo parte da nossa civilização que poderia servir de definição dela própria. A história da humanidade se divide em duas imensas eras: antes e a partir da escrita. (...) Vivemos os séculos da civilização da escrita. Todas as nossas sociedades baseiam-se sobre o escrito. A lei escrita substitui a lei oral, o contrato escrito substituiu a convenção verbal, a religião escrita se seguiu à tradição lendária. E, sobretudo não existe história que não se funde sobre textos (Higounet, 2003 p.192). A fala e a escrita possuem características próprias, embora utilizem os mesmos aparatos linguísticos; existe então uma dicotomia que ainda se faz presente hoje, para alguns autores entre eles Marcuschi (1995 p.13) afirma que as “as diferenças entre fala e escrita se dão dentro do continuum tipológico das práticas sociais e não na relação dicotômica de dois polos opostos”, ou seja, de um lado a pratica social textual da escrita formal, e de outro, a conversação espontânea. Sintetizando temos de um lado o texto escrito com grande significância lexical contraditoriamente, ao falado com sua complexidade sintática. Possuindo então diferentes tipos de complicações. Em uma tradução mais significativa podemos dizer que existe textos que se aproximam da fala escrita, aqui podemos citar os bilhetes, as cartas endereçadas para os familiares e, além dos textos de humor; já os textos falados se aproximam da escrita esses seriam as conferencias, entrevistas profissionais, etc. Existe ainda de acordo com Koch (2008 p.78), diferenças marcantes entre fala e escrita, o autor menciona essa dicotomia, da seguinte forma: a fala é contextualizada, implícita, redundante, não planejada, fragmentada, pouco elaborada, possui pouca densidade informacional, e tem como predominância a incidência de frases curtas, simples ou coordenadas além de poucas normalizações. Em outro polo linguístico temos a escrita como explicita, condensada, planejada, não fragmentada, completa, elaborada, e que possui densidade informacional e muitas normalizações. A fala possui aspectos próprios, afirma Koch (2008 p.79): O texto falado apresenta-se “em se fazendo”, isto é, em sua própria gênese, tendendo, pois, a “pôr a nu” o próprio processo de produção. Em outras palavras, ao contrario do que acontece com o texto escrito, em cuja elaboração o produtor tem maior tempo de planejamento, podendo fazer rascunhos, proceder a revisões e correções etc., no texto falado planejamento e verbalização ocorrem simultaneamente, porque ele emerge no próprio momento da interação: ele é o seu próprio rascunho. (Koch, 2008 p.79)
  • 14. Podemos elucidar dizendo que a fala é algo inacabado e que a escrita seria a concretização desse recurso. Em um procedimento em que os falantes ficam face a face, há mudanças de papeis, o locutor ora vira ouvinte ora vira falante, os dois detém a palavra, e negociam argumentos e expressões transformando esse processo em uma coprodução. 1.3 Linguagem Escrita: Texto, Coesão, Coerência e Intertextualidade A noção de texto é centrada na linguística textual e na teoria do texto, abrangendo realizações tanto orais quanto escritas, Para a construção de um texto é necessária à união de vários fatores que dizem respeito tanto aos aspectos formais como as relações sintático-semânticas, quanto às relações entre o texto e os elementos que o circundam: falante, ouvinte, situação (pragmática). Um texto oral/escrito bem construído e, naturalmente, bem interpretado, vai apresentar aquilo chamamos de textualidade, que são um conjunto de características que fazem de um texto, e não uma sequência de frases. Existem sete aspectos que são responsáveis pela intertextualidade de um texto bem constituído tendo como base alguns fatores, esses fatores podem ser linguísticos ou extralinguísticos. Nos fatores linguísticos temos a presença da coesão, coerência e intertextualidade, e nos fatores extralinguísticos devemos observar as seguintes questões, temos: a intencionalidade, a aceitabilidade, o grau de informatividade, a situalidade. Koch (2008) entra em conformidade com Marcuschi (1983) em relação à coesão. Ambos dizem que a coesão é um “fenômeno que diz respeito ao modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se encontram interligadas entre si por meios de recursos também linguísticos formando sequências”, em outras palavras, palavras ou expressões que ligam uma oração à outra deixando-a com sentido. Os recursos mais usados são os referenciais anafóricos e catafóricos, que são representados por pronomes pessoais da 1º pessoa, pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, advérbios, artigos, recursos de lexicais, como sinônimos, antônimos, reiterações como a elipse. Seguindo o postulo de Koch
  • 15. (2008 p.52), temos a coerência, que para a autora coerência “diz respeito ao modo como os elementos subjacentes à superfície textual vêm a constituir, na mente interlocutora, uma configuração vinculadora de sentidos”, ou seja, a coerência é a relação lógica de ideias, pois essas devem se completar é o resultado da não contradição do texto, fatores como conhecimento de mundo, conhecimentos que esses têm da língua que usam e intertextualidade. Citemos alguns exemplos: “As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país”, “Adoro sanduíche porque engorda.” As frases acima são contraditórias e não apresenta informações claras, portanto são incoerentes. “Ainda nessa reflexão linguística temos a intertextualidade, que de acordo com Barthes (1974 apud Koch, 2008 p.59)” o texto redistribui a língua, “Uma das vias dessa reconstrução é a de permutar textos, fragmentos de textos, que existiram ou existem dentro dele mesmo; todo texto é um hipertexto”. Sintetizando, é uma referência explicita ou implícita de um texto em outro, podendo acontecer com outras formas além do texto, músicas, pinturas, filmes, novelas, Toda vez que uma obra fizer alusão à outra ocorre à intertextualidade. Os fatores extralinguísticos são associados diretamente com o conhecimento de mundo do falante, seja em uma desenvoltura oral ou escrita, obedecendo aos fatores linguísticos já citados acima enfatizamos a intencionalidade, que se refere ao esforço do produtor do texto em construir uma comunicação eficiente capaz de satisfazer os objetivos de ambos os interlocutores. Quer dizer, o texto produzido deverá ser compatível com as intenções comunicativas de quem o produz; a aceitabilidade é o discurso/texto que também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que a comunicação apresente falhas de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos; Informatividade é a medida na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais interessante envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo.
  • 16. O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos; a “situacionalidade” é a adaptação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua criação como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. É importante notar que a situação comunicativa interfere na produção do texto, assim como este tem reflexos sobre toda a situação, já que o texto não é um simples reflexo do mundo real. O homem serve de mediador, com suas crenças e ideias, recriando a situação. O mesmo objeto é descrito por duas pessoas distintamente, pois elas o encaram de modo diverso. No próximo capítulo adentraremos na pluralidade linguística de gênero, discutiremos suas origens, funcionalidades e importância.
  • 17. 2. A PLURALIDADE LINGUÍSTICA NOS GÊNEROS Neste segundo capítulos iremos abordar a pluralidade linguística no gênero blog, no entanto para que possamos dar continuidade aos estudos, iremos fazer um resumo sobre a origem e utilização dos gêneros textuais, e desvendar deste a sua origem até as suas utilizações. Para que possamos entender o estudo de gênero, temos que fazer diferenciação entre os gêneros textuais e suas tipologias. Marcuschi (2010 p.19) explica que o “estudo dos gêneros textuais não é novo”. O autor ratifica “começou com Platão, na Grécia e esteve presente inicialmente ligado aos gêneros literários” que eram estruturados da seguinte forma: épico, narrativa com tema principal envolvendo historia e que contava os feitos de um povo ou de alguém; o dramático, diretamente representada por atores e por fim o gênero Lírico que era direcionado à poesia. Outros filósofos também se inquietaram com as questões que envolviam os gêneros textuais e essa inquietação se perpetua nos dias atuais. 2.1 Primeiras Noções de Gêneros A noção de gênero hoje, já não mais se vincula apenas à literatura, Marcuschi (2006 p.23) afirma que a “noção de gênero ampliou-se para toda produção textual” (linguística de texto, a análise conversacional e a análise do discurso). O tratamento dos gêneros diz respeito ao tratamento da língua em seu dia-a-dia e de diversas formas, eles são importantes como parte integrante da estrutura comunicativa de nossa sociedade. Os gêneros variam como as línguas, ajustam-se, reiteram-se e proliferam-se. Hoje a voga é observar os gêneros pelo seu lado dinâmico, social, processual e interativo. É o que afirma o autor quando diz “Gêneros são formas culturais e cognitivas de ação social. Ele é essencialmente flexível e variável.” (Marcuschi, 2006 p.23). Podemos citar aqui alguns gêneros textuais: telefonema, sermão, carta social/comercial, noticia jornalística, instruções de uso, edital de concurso, lenda, fábula, lista de compras, etc. Que são tipos específicos de textos de qualquer
  • 18. natureza, literária ou não, e que são usadas como formas de organização da linguagem. Após essa breve revisão sobre gênero, deslocamos para estudo da tipologia. De acordo com Travaglia (1991 p.39-61) “a tipologia é considerada como a possibilidade de particularização, de singularização dos discursos, e, ao mesmo tempo, de sistematização e análise”. Tipologicamente podemos apresentar a seguinte formatação: textos narrativos, que em sua essencial possuem a intenção de narrar fatos que ocorrem com pessoas em algum momento, exemplo: Em um dia de sol no mês de Janeiro, Francisco e Geane caminhavam pela rua deserta rumo à casa de Denílson quando subitamente algo inesperado aconteceu. Foram abordados por uma repórter do Jornal de Noticias querendo fazer uma pesquisa de opinião. Os textos descritivos possuem uma característica peculiar, preocupam-se com os detalhes daquilo que se escreve: Francisco era alto, branco, porte atlético, com forte grau nós óculos, cabelos pretos e lisos. A cor branca em seus dentes refletia a luz do sol, ele era delicado como uma flor, porém perigoso como os espinhos. Nos textos dissertativos temos afligimentos com a análise crítica, a argumentação é seu ponto chave, a prioridade para essa tipologia, é a fundamentação cientifica, filosófica, citando autores, livros, etc. Como exemplo, temos esse enunciando: [...] os avanços da Internet, organizando as informações em rede, e a televisão, dedicando-se à lavagem cerebral acerca da moda e do politicamente correto, os indivíduos caminham para uma perda da identidade. (Centurion, 2012). Em suma Koch (2003 p.53) diz que: A competência sociocomunicativa dos falantes/ ouvintes leva-os à detecção do que é adequado ou inadequado em cada uma das práticas sociais. Essa competência leva ainda à diferenciação de determinados gêneros de textos, como saber se se perante a uma anedota, poema, enigma, uma explicação, uma conversa telefônica etc. Há o conhecimento, pelo menos intuitivo, de estratégia de construção e de interpretação de um texto. A competência textual de um falante permite-lhe, ainda, averiguar se um texto predomina sequencias de caráter narrativo, descritivo, expositivo e / ou argumentativo. Não se torna difícil, na maior parte dos casos, distinguir um horoscopo de uma anedota ou uma carta familiar, bem como, por outro lado, um texto real de um texto fabricado, um texto
  • 19. de opinião de um texto predominantemente informativo e assim por diante. Koch (2003) e Bakhtin (1953) acreditam “que todas as esferas da atividade humana por mais variadas que sejam, estão relacionadas com a utilização da língua”. 2.2 Gêneros Textuais na Mídia Eletrônica: Algumas Divagações A rede mundial de computadores, ou internet, surgiu na guerra fria precisamente nos anos 1971, foi criada exclusivamente com objetivos militares, seria uma forma das forças armadas norte-americanas de manter as comunicações em caso de ataques inimigos que destruíssem os meios convencionais de comunicação. O e-mail foi o primeiro gênero textual digital que surgiu, fruto da mente brilhante de Ray Tomlinson, que trocou mensagens testes sem um significado linguisticos para outros computadores. Segundo Paiva (2010 apud Cambell, 1998) “foi também Tomlinson quem escolheu o símbolo @ para sinalizar a localização do endereço de cada usuário”. Atualmente ele trabalha para a BBN (Bolt Beranek and Newman), impossível encontrar alguém que não tenha um endereço de e-mail cadastrado em seu nome. Ainda de acordo com Paiva (2010 p.87) “As mensagens eletrônicas são hoje, possivelmente o tipo de texto mais produzido na sociedade letrada”. A pluralidade de gêneros emergiu no decorrer dos tempos, hoje podemos citar outros; quem nunca ouviu os termos: bate-papo (chats), redes sociais, fórum, vídeo-aula, listas de discursão, fotoblogs, blogs entre outros, com características originais ou aprimoradas, visto que antes de serem criados no mundo digital, alguns gêneros já existiam no contexto real e concreto. Essa originalidade é indagada por Marcuschi (2010 p.16) “qual a originalidade desses gêneros em relação ao que existe?” acreditamos em conformidade com o autor supracitado que a tecnologia (internet) pode reunir em uns só meio vários tipos de gêneros os verbais/escritos e não verbais/imagens, som, gestos. O autor sintetiza ao dizer que: [...] dá mobilidade para incorporação simultânea de múltiplos semioses, interferindo na natureza dos recursos linguisticos utilizados. A par disso, a rapidez da veiculação e sua flexibilidade linguística aceleram a penetração entre demais práticas sociais. (Marcuschi. 2010 p.16)
  • 20. A tecnologia digital pode ser uma faca de dois “gumes” nesse tempo, principalmente na escrita, em relação aos erros de grafia coesão e coerência, alguns autores reagem a isso: A propósito da participação indefinida nos bate-papos, em salas abertas, a atividade se parece com “um enorme jogo maluco sem fim” ou, então, assemelha-se a uma “festa linguística” (linguistic party) para onde levamos nossa “língua” ao invés de nossa “bebida”. Marcuschi (2010 apud David Crystal, 2001 p.169). Embarcamos segundo Marcuschi (2010) em alguns aspectos, relevantes sobre esses gêneros, uma delas é o desenvolvimento que em seu modo se torna fraco, as peculiaridades podem ser formais e informais, e as possibilidades de visão em repensar a relação entre escrita e oralidade. “Diante disso o próprio autor afirma “que “esse” discurso eletrônico” constitui um bom momento para se analisar o efeito de novas tecnologias na linguagem e o papel da linguagem nessas tecnologias”. 2.3 Blogs: Gênero Emergente Como foi dito na introdução desta pesquisa, iremos analisar discursos escritos nos blog, no entanto para que possamos dar continuidade a essa analise divagaremos sobre a origem e utilização desse gênero que na opinião de Marcuschi (2010) “é um gênero emergente, criado a forma física com agenda e pluralizado na rede”, completa ao afirmar que “Blogs são um gênero emergente que transmuta outros anteriores” este é o parecer de Marcuschi (2005) em sua discussão sobre gêneros do discurso eletrônico. O nome blog é uma espécie de contração do termo weblog, criado pelo editor do ROBOT WISDOM John Barger, com o uso o termo foi reduzido a blog. Mais o que é blog? Para Marcuschi (2010 apud Sartori filho, 2003p. 1) “trata-se de diário eletrônico que as pessoas criam na internet”, o fascínio por esse gênero é visível pois possuem uma característica peculiar podem ser atualizados em qualquer computador e a todo momento, daí o grande fascínio do internautas por esse gênero, sem falar que não precisa ser um expert em informática para montar ou manipulá-lo. Voltando ao termo WEBLOGOG, o autor explica que o termo surgiu de duas palavras, web que é rede de computadores e log que é uma espécie de diário
  • 21. de bordo dos navegadores que anotavam as posições do dia justifica Marcuschi (2010 apud Sartori Filho, 2003 p.1). De acordo com Komesu (2004 p.110-119) “Os blogs surgiram em meados dos anos 1999 com a utilização do software BLOGGER, da empresa PYRA LABS, do estadunidense Evan William”. A ferramenta foi criada em primeiro lugar como alternativa de popular para a publicação de textos on-line com tanta facilidade de manuseio caiu no gosto popular além de ser gratuita e oferecida hoje por outros sites. Ainda citando Komesu (2004) Existem, certamente, custos para o usuário, da aquisição do computador: [...] à assinatura do provedor, dos gastos com pulsos telefônicos ao consumo, infindável, de programas que garantem o upgrade da máquina, desse modo às maquinas tendem envelhecer com o passar do tempo. (Komesu 2004 p.110- 119). O tom informal, a falta de empenhos editoriais (na maioria das vezes), os textos curtos e opinativos e abertura digital apresenta um diferencial considerável em relação aos hipertextos. Marcuschi (2010 p.73) vai além ao afirmar que: [...] Os blogs por sua capacidade criadora e pelo tipo de temática e motivações que carrega, poderiam ser considerados como incubadora de internautas com interesses comuns. Isto torna o conceito de gêneros derivados, [...] neste momento (dezembro de 2003) estão se popularizando, no Brasil, os f-blogs, ou seja, os blogs de fotos: uma foto por dia que substitui até os textos maiores. Diferentes de outros gêneros digitais os blogs possuem características diferenciadas dos diários pessoais tradicionais comprados em livrarias e bancas de jornal, não devemos associá-los entre si, porque são estratégias discursivas distintas. A aproximação dos blogs ao gênero “diário” pode ser justificada pela projeção de uma imagem estereotipada daquele que se ocupa de escritos pessoais. Quando/ quem escreve sobre si ou sobre algo narra situações intimas inseridas na pratica diarista. No capítulo que segue, de uma forma mais especifica falaremos um pouco mais sobre blogs, em particular a vida e obra dos blogs Cleycianne e Katylene.com.
  • 22. 3. EXPLICITAÇÃO PARA A UTILIZAÇÃO SOCIAL E MULTIFACETADA DOS BLOGS Neste capítulo iremos explicar e explicitar a utilização social e multifacetada dos Blogs. Antes de começarmos nossas análises mostraremos antes de tudo as classificações dos blogs e seus diversos usos. Há muitos exemplos de blogs que vão além da simples proposta de serem meros diários virtuais presentes na blogosfera. Eles realizam uma mistura de página pessoal, fórum, com links, comentários e pensamentos pessoais, ensaios ou lugar onde se escreve de tudo ou sobre nada. O administrador tem total liberdade de escolha. O mais importante é se comunicar, se fazer entender. A liberdade internetica inclui isso: cada um faz a opção do que ver. Essa disseminação do mundo BLOGGER passa por uma multiplicidade de sites, com características tão variadas quanto permita a expressão humana. Oliveira (2012) aponta três categorias básicas de blog, a saber: filtro de noticias, filtro temático, e diário intimo. A primeira categoria refere-se à possibilidade dos blogs de forma fácil a inclusão de links, comentadas pelos internautas. A segunda possibilita a reunião de temas que interesse ao individuo. Diário íntimo define-se como conteúdo pessoal e subjetivo. E tendo como base que gêneros do discurso são “tipos relativamente estáveis de enunciados” Primo (2008 apud Bakhtin, 2005, p. 279), que eles têm um impacto sobre a organização da fala e que textos são situados social e historicamente. Destacaremos os mais relevantes antes de nossa análise principal. 3.1 Categorias Básicas Dos Blogs 3.1.1 Blog Profissional Segundo Primo (2008 p.3) este tipo de blog “é escrito por uma pessoa que tem uma experiência e conhecimento na área não importando se este conhecimento é de natureza formal”. Ele assina os posts com conhecimento de especialista na área. Em consideração a veracidade dos posts apresenta de forma qualitativa o que garante que as informações tenham certa repercussão quanto à reputação do autor. Com isso não deixa deter uma marca pessoal do autor levando em considera
  • 23. considerado as considerações dos blogueiros que acessam sua página, uma vez que o seu conhecimento ultrapassa o conhecimento de um leigo. 3.1.2 Blog Pessoal Ainda de acordo com Primo (2008 p.6) “Blog pessoal é mais um tipo de blog que trata de uma produção individual, onde o autor expressa e interagem com os outros”. Este tipo de blog, o autor pode adotar uma identidade fictícia, caracterizam- se por contos, histórias fictícias, rumores, piadas ou uma fonte de informações de outros sites. 3.1.3 Blog Grupal “É um tipo de blog que é construído a partir de interesses comuns, cada posts de autoria individual, porém assinada em nome do grupo”, justifica Primo (2008 p.9). As afinidades com estes tipos de blogs podem ser em nível de amizades, jogos, fã clubes, cinemas, enfim não necessariamente obedecem a uma organização. O mais importante é que haja participação dos integrantes do blog e as trocas de informações. 3.1.4 Blog Organizacional De acordo com Primo (2008 apud Oliveira, 2002 p.126) o blog corporativo é um blog publicado por ou com a ajuda de uma organização que queira atingir seus objetivos e metas. Em relação à comunicação externa, os potenciais benefícios incluem o fortalecimento do relacionamento com importantes públicos-alvo e, mais especificamente junto aos clientes, é uma ferramenta que serve para a colaboração ou co-criação de produtos, serviços e consolidação da marca da organização.
  • 24. 3.2 Vida e Obra em Katylene.com e Cleycianne.com De acordo com os tipos de blogs já citados, podemos classificar os blogs Katylene.com e Cleycianne.com como sendo blogs pessoais, isto devido a uma característica peculiar a utilização de uma identidade fictícia, além de uma produção individual, ressalta Primo (2008), esses blogs são queridos e seguidos por milhares de internautas sedentos por suas atualizações ásperas contra o universo dos famosos, das religiões, dos credos, completa. 3.2.1 Katylene.com Segundo o site Análise Critica da Mídia (2012) “Katylene Beezmarcky é um homossexual criada em Xerém, e é uma personagem criada na internet brasileira”. Com seu palavreado singular e talento para criticar as “pseudosub-celebridades” nacionais e internacionais, o personagem de Daniel Carvalho, 22 anos, virou ícone pop, cujo sucesso expandiu de tal forma que chegou ás pistas de dança, e da tela da Tv, na Rede MTV, com apoio do multishow. Na Tv a personagem é representada por uma animação de Drag Queem que destila comentários bem-humorados sobre as celebridades; o programa é baseado no site de Daniel e reproduz o jeito e a fala peculiar da personagem. Para buscar os assuntos, a “personagem” pesquisa os mais diversos sites e portais focados em famosos, além disso, há bastante interatividade com os leitores, conta o site Analise Critica da mídia (2012). Em uma entrevista para o site Vírgula (2010) do grupo UOL, o criador da criatura Kalylene, diz que “nunca se dá pra ter noção das proporções que essa brincadeira de internet vai ter, de acordo com o site, o blog tem registros de acessos com mais de um milhão de visitas mensais”. Antes de dar vida a famosa personagem Daniel Carvalho junto com uma amiga e apedidos de outros amigos cria um blog com o nome de papel podre. Em seu começo meados de 2007, Katylene era muito mais ácida do que a atual. Em 2008 ressurgi através de campanhas na rede, e torna-se musa do Twitter em uma premiação. Ainda nesse mesmo ano o site retorna como Katylene.com tendo como blogueiro oficial apenas Daniel Carvalho. O linguajar também mudou de
  • 25. forma natural, ficando o “pajubar” homossexual em evidência. Com essa ascensão também vieram benefícios, como postagens pagas e uma fonte de renda considerável. A personagem se tornou DJ, mas quem aparece nos eventos é o próprio Daniel, de cara limpa comandando o show. Ainda de acordo com Vírgula (2010), para Daniel Carvalho dá menos trabalho escrever com Ys e SH. 3.2.2 Cleycianne.com Antes foi Katylene, agora é a vez de Cleycianne, e seu alter ego Thiago Henrique Ferreira; “loira, linda, religiosa, e acima de tudo, preconceituosa”, é assim que o site Saberes bom demais (2012) a descreve. Thiago H. F em um momento de tédio resolveu por a prova um pouco da criatividade na rede, segundo o website o motivo inicial era criar uma voz feminina desrespeitada para falar mal das celebridades , desde o primeiro dia do blog, a página teve 20 mil acessos, num total de 100 mil na semana de estreia: última sexta-feira de Outubro de 2009. Em entrevista para o site Diário do Nordeste o autor explica que apesar dos bons resultados da fanática religiosa de passado negro demorou a entender que web celebridade podia dar lucro, o blogueiro percebeu que podia tirar lucro disso e foi quando foi convidado a participar do (programa) do Jó Soares, e posteriormente na revista Época; tudo isso em mais ou menos ano. A personagem no decorrer de sua estadia na web revelou um pouco mais sua vida intima: uma mãe drogada, um bebê vendido por pertences nos tempos de perdição, um pai que nunca conheceu e um namorado homossexual, passado por dilemas como todo mundo, atualmente (2013) encontrasse solteira. “A evangelizadora, modelo fotográfica e linda possui ainda diversos vídeos postados em um “canal”, isto é um espaço particular, no site Youtube destinado a vídeos e reprodução de textos audiovisuais” completa os autores Santos & Coelho (2009). Uma curiosidade em relação à Cleycianne é que a imagem da mulher que aparece para identificar a personagem é da miss Califórnia 2007 Melissa Chaty atualmente com 29 anos e engajada em campanhas contra o mal de Alzheimer. A “Diva” conta com112 acessos, no perfil do Twitter @Cleycianne e com
  • 26. aproximadamente 44 mil pessoas curtidas na sua página na rede social Facebook. Em entrevista Thiago conta que sofreu bullying onde trabalhava, para os colegas de profissão, tudo era culpa do que ele escrevia em seu blog. 3.3 Análise de fragmentos Post 01: Cleycianne.com Fonte: www.cleycianne.com/ Observemos o modo pelo qual a blogueira se descreve, no espaço destinado a “Quem eu sou” localizado na margem superior direita de seu blog. “olá amigos meu nome é Cleycianne, sou modelo fotográfica e cristã batizada. Sempre tive vontade de ter um site na internet, foi então que tive a ideia de criar esse blog com a ajuda de um amigo para comentar as coisas que acontecem na internet com uma visão cristã. Espero que essas pessoas “do mundo”, aquelas que ainda não se converteram, não fiquem questionando os meus pensamentos e
  • 27. ideias, pois é como o pastor da minha igreja diz: “Eu não sou preconceituosa, sou apenas cristã e sei o que é correto”. Eta God!! (Cleycianne.com,2012). O blog foi elaborado para dar uma visão particular, ou como ela cita “uma visão cristã”, não possuidora de preconceitos, ela diz que é “correta”. O nome da personagem e sua foto aparecem exposto, ela é real e mostra-se ao publico. Do outro o textual verbal aponta que Cleycianne está a serviço do senhor; ela é a missionaria do cristianismo no mundo digital, assim como explicita as informações acima. Notemos também um aspecto bem peculiar, que diz respeito à forma como o nome da personagem é disposto no visual gráfico (tipográfico) do blog, o nome da personagem aparece (é grafada) de forma chamativa, adornada, observemos que o texto “serva do senhor na internet” aparece que forma grosseira (ordinário). Post 02: Katylene.com Fonte: www.katylene.com/ Contrapondo-se com o blog katylene.com lemos os seguintes enunciados:
  • 28. “Seria difícil me descrever em apenas um parágrafo. Mesmo sem vagina eu sou uma mulher completa, dona-de-casa aplicada, artista ímpar, e amante insaciável. Cresci nas ruas de Xerém, baixada fluminense, e em meio à giletadas, apedrejamentos e muita mágoa eu descobri minha verdadeira paixão: ESCREVER. Minha formação acadêmica inclui supletivos variados e uma rápida passagem pelo Telecurso 2000. No final do ano me formo nos cursos de depilação íntima, engenharia capilar e manicure avançada do SENAC e pretendo levar adiante minha carreira de consultora estética mundo afora. “Atualmente resido no aconchegante bairro de M’BOI MIRIM e aguardo ansiosamente a expansão do metrô de São Paulo”. Cleycianne (2012). Nem de longe um internauta detectaria algo diferente nesse blog, o que mais chamaria a atenção seria os posts divertidos e caprichado de ironias .Observemos então outras peculiaridades: Em uma observação minuciosa vemos logo no topo no blog o nome da “blogueira” katylene em letras garrafais, que piscam em um ritmo frenético e sedutor. Porém nos deixa ver suas verdadeiras intenções, em um piscar e outro duas letras se sobressaem: (K)at(y)lene. A blogueira uni seu nome a um gel lubrificante a base d’água (K-Y gel). Em discurso se descreve como sendo “uma mulher completa” , mesmo sem vagina. Ironicamente provoca os leitores ao afirmar que se formará em “supletivos variados e uma passagem pelo telecurso 2000” fazendo assim referencia ao telecurso 2000 exibido diariamente em uma Tv aberta. Ainda traz consigo outras influencia do meio em que vive, a blogueira usa a língua falada como a escrita, dando a ela algo peculiar .
  • 29. Post 03 : katylene.com Fonte : www.katylene.com/tag/natal No post acima temos um vídeo e um comentário : “Então é natal , e o que você fez? Não ashou um boy magia para pagar suas contas? Não perdeu aqueles 5 quilosh que tão te proporcionando uma bordjeenha de catoopeeree? Não foi efetsheevada na firrrma? E QUEM LHEEGA? 2011 tá aí botando a cabeceenha e nos enshendo (oi?) de eshperança! TRAZ O PEROO, PRODUÇÃO! VEM GENT! VEM GENT! ”katylene(2010) Dona de um estilo próprio katylene usa uma variação linguística peculiar , transcreve a fala , Silva(2005) explica que “existe uma superposição os sistemas semióticos , em termos estritamente físicos , a escrita diferencia-se a fala por ser a primeira de natureza visual, enquanto a segunda de natureza auditiva.” No post faz uso de um “linguajar” próprio de um determinado grupo social , em questão os
  • 30. homossexuais e particularmente as travestis ,palavras como ashou(achou), quilosh(quilos),bordijeenha(bordinha),catoopeeree (catupiry) entre outras são facilmente assimiladas pelo leitor. E muitas vezes reproduzidas nos comentários. Post 04: Cleycianne.com Fonte: www.cleycianne.com/2012/11/15-motivos-nao-aprovar-o.html Este post traz uma intertextualidade com o artigo de opinião do jornalista J.R.Guzzo (2012) no artigo “parada gay, cabra e espinafre” onde cita “[...] Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem [...] Há outros limites, bem óbvios”. Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar [...] rebatida pelo deputado Jean Wyllys “Os argumentos de Guzzo contra o casamento igualitário seriam uma confissão pública de estupidez se não fosse uma peça de má fé e desonestidade intelectual a serviço do reacionarismo da revista”. Ele afirma: “Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar”. Eu não sei que tipo de relação estável o senhor Guzzo tem com a sua
  • 31. cabra, mas duvido que alguém possa ter, com uma cabra [...] afirma Wyllys (2012). Cleycianne pega pra si a discussão, parafraseando e dando um toque especial. Nomeando essa frase como uma dos suas 15 motivos para “dizer “não” ao casamento gay”. A bandeira levantada pela blogueira é de puro preconceito e duplos sentidos. Ela diz que “Crianças são muito fortes, aguentam conviver vendo varoa levando corretivo de varão, pobreza, fome”... “Mas seriam completamente influenciadas se vissem um casal de homossexuais passivos ou lésbicas masculinas se casando”, dito isso entra em várias contradições. Post 05: Cleycianne.com Fonte : http://katylene.com/2011/12/ No post 05, temos uma katylene festeira, aproveitamos para printar uma passagem feita em meados de Dezembro de 2011, nele a “personagem” se expressa: “Então é natal… E QUEM VOCÊ FEZ DE BOM ESSE ANO? Ninguém, néan? Só os cafuçu. É shegada essa maravilhuósa época do ano. Que delícia fritar com o
  • 32. início do verão, com as compra de natal e com o caos que os apreciadoresh de decoração natalina provocam na cidadche, não é meshmo? SÓ QUE MAIS AO CONTRÁRIO DO QUE NOONCA. Eu, que tamém sou filha de Santa Cher, já tô indo pras minhas tão merecidash férias na Ria de Gayneira (hi gringos, I speak english, COME PEOPLE), e por isso o bluóg ficará sem postchy novo até dia 2, quando eu retorno aqui pro M’Boi.E NÃO ME VENHAM COM DRAMA, NÉAN? Tem três anos de arquivo aqui do ladjeenho pra você se deliciar[...]”.Katylene(2011). Aqui a blogueira faz uso de um recurso também usado por Cleycianne, usa outra língua para se expressar , quando diz que “hi gringos, I speak english, COME PEOPLE”, frisamos a atenção pela grafia “COME PEOPLE” exaltando o duplo sentido. Ela quer “comer” pessoas! Justifica essa expressão pela dica: “[...] férias na Ria de Gayneira, a frase no feminino e fazendo alusão à quantidade de gays que moram no Rio de Janeiro (grifos nossos)”. Também dialogo consigo mesma, quando introduz o estrangeirismo nos comentários como é o caso do inglês. Post 06: Cleycianne.com Fonte : http://www.cleycianne.com/2009/07/justica-divina-chega-ao-fim-o-grupo.html
  • 33. No post 06 Lemos algumas reviravoltas , destacamos aqui as seguintes frases: Admin31 de julho de 2009 20:32 –“Gente adoro... ver a sua maneira de criticar a vida alheia , ao invés de pensar em construir um ministério, ao invés de se preocupar com a sua família... o tempo que vc perde postando essas noticias em sua maioria falsas(com certeza essas noticias vc pega em tabloides sem nenhuma confiança), vc deveria postar a palavra de Deus para tentar promover o cristianismo e naum fikar falando coisas alheias a palavra de Deus!!E alem do mais quem vc acha que e para julgar os outros... quem te falou q as PCD eram prostitutas...?Se os outros sao do jeito q sao isso e problema deles.. vc tem q se preocupar com a sua vida... pq Deus naum vai pensar no que vc falou ou deixou de falar da vida dos outros.. mas sim nos jugamentos q vc fez sem ter esse direito PENSE BEM!!”.Cleycianne(2009). Anônimo31 de julho de 2009 20:04:-“Pois é irmã Cleycianne, precisamos de mais Deus no coraçao das pessoas, pq essas "Ex Prostitutas" ja estavam corrompendo muitas adolescentes a bulimia e anorexia e a atos indecentes e libidinosos. mas no mais, SATANÁS COMANDA o/ .(ta amarrado três vezes) Ri ALTO.” Cleycianne(2009). Para o leitor “anônimo31” o comentário feito pela blogueira não passa de brincadeira isso se expressa na frase “ pois é irmã Cleycianne , precisamos de mais Deus no coração das pessoas , pq essas ex prostitutas já estavam corrompendo muitas adolescentes [...]” por outro lado o leitor intitulado “admin31” entra jogo de palavras da blogueira , e a repreende, notemos que em nenhum momento ela a Cleycianne se manifesta nos post de comentários.
  • 34. Post 07 : Katylene.ccom Fonte : http://katylene.com/2011/11/23/traca-ou-repassa-68/ Katylene intitula esse post como TRAÇA OU REPASSA? o post comenta um vídeo mandado por um dos seus milhões de seguidores, E na sequência ocorre como de costume uma enxurrada de comentários, dentre eles : Leo : “ Seja feliz , não use drogas !! viu katylene? Sempre colocada KKKKKK. Stefani co ra gi : “ Realmente o Rio de Gayneiro tem um hortfrutigranjeiro bem variado hein! Tô indo pra lá! Notemos que os internautas comentam os post de uma forma bem característica , seguindo os mesmos caminhos da personagem. Silva(2005) diz que “ o texto eletrônico apresenta-se híbrido , já que mescla elementos da oralidade e escrita, permitindo outros traços semíticos[...] diagramas, imagens, ícones[...]”. reproduzem a mesma escrita. Notemos também “a incidência de expressões
  • 35. formulaicas com efeitos de homofonia” , Marcuschi (2010 apud Fonseca , 2001,p.77) , o autor também esclarece que a “linguagem nos bate papos é bastante livre e envolve, ao contrário de todos os demais gêneros textuais escritos impressos, muitos e, elementos para linguisticos” o usuário da conta no blog, aparece descrito assim: “ Stefani co ra gi” .
  • 36. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização da presente monografia envolveu uma ampla revisão a cerca dos estudos sobre pluralidade linguística e em destaque os Blogs contando com a utilização de instrumentos teóricos bibliográficos com o intuito de revisitar teorias a respeito de estudos sobre linguagem, suas tipologias, além de elucidarmos algumas questões sobre Gêneros Digitais a tanto estudados por Marcuschi (2010). Estabeleceu-se um diálogo com alguns autores, que são ligados direta ou indiretamente às ciências. No entanto Longe de nos preocuparmos em esgotar cada um dos materiais avaliados, os quais poderiam render isolados e profundos analises. Sendo assim buscamos nesse trabalho realizar um estudo linguístico e exploratório sobre os blogs Cleycianne.com e Katylene.com na perspectiva de elucidar questões que nos norteiam. Os blogs “Cleycianne” e “Katylene” apresentaram-se enquanto objeto linguístico, e de acordo com Barros (2005) “são muitas as marcas de verdade isto é as ilusões discursivas de que os fatos contados são “coisas ocorridas”, de que seus seres são de carne e osso de que enfim o discurso copia o real”. Pelo contrario temos mais indícios de mentiras construídas. Os escritos produzidos em blogs (Cleycianne e katylene) inserem-se em uma prática social de utilização da linguagem escrita interligadas pelo uso do computador e relacionado ao domínio da vida particular. As pessoas que se utilizam desse gênero discursivo unem-se a outras, e segundo Santos (2003 p.104) “são desconhecidas em sua maioria, e compartilham o fato de participar de um mesmo domínio publico a internet, para escreverem sobre si”, e assim disseminam pelo planeta seus princípios, condutas, afeições, pensamentos e identidades sociais. Para Santos (2003 p.104): [...] O blog, gênero contemporâneo e mestiço, surgiu motivado por novas formas de comunicação e interação proporcionada pela internet, unindo vários tipos de semioses como signos verbais, sons, imagens e formas que se movimentam bastantes investigadas pelos usuários [...]. (Santos 2003, p.104)
  • 37. A integração das perspectivas sistêmico-funcional e discursiva para analises dos textos veiculados nos blogs permite-nos verificar que o estudo desse gênero discursivo contribui para propiciar um maior grau de domínio pelos participantes envolvidos nesse tipo de interação e para problematizar as transformações que estão ocorrendo na composição de identidades possibilitadas por instrumentos. É impossível se livrar disso.
  • 38. REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p.279. BARROS, Diana Luz Pessoa de. Teoria semiótica do texto. São Paulo: Ática. 2005 CENTURION, Rejane. Campanha negocia Dilma. Um caso de derrisão no Facebook. Letras UFSCar. Disponível em: http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao19/ensaios/001.pdf. Acesso em: 17 nov. 2012. CHOMSKY, Noam. O conhecimento da língua: sua natureza, origem e uso. Lisboa, Caminho, 1994 GUZZO, J.R. Parada gay, cabra e espinafre. Disponível em: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-mais-recente-delirio-de-veja. Acesso em: 05 nov. 2012. HIGOUNET, Charles. História concisa da escrita. 10ª ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça – A construção do sentido no texto falado: A natureza da fala. O texto e a construção de sentido. Ed.9, São Paulo, contexto, 2008. KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Desvendando os segredos do texto. 2ªedição. São Paulo: Cortez, 2003. LAKOFF, G. e JOHNSON, M. Metáforas da vida cotidiana. (coordenação da tradução Mara Sophia Zanotto) Campinas, SP: Mercados de Letras; São Paulo: EDUC, 2002. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. In: _____. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 2010, p.15-80. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In KARWOSKI, A.M, GAYDECZKA, B. BRITO. Gêneros textuais e produção linguística. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006,0. 23-36. MEDEIROS, Luiz. Katylene: vida e obra do travesti mais engraçado da internet. Disponível em: www.virgula.uol.com.br/ver/noticia/lifestyle/2010/03/23/243372- katylene-vida-obra-do-travesti-mais-engraçado-da-internet. Acesso em: 26 nov. 2012. NEWMAN, Jessica; PAULA, Ana. Análise da Mídia: A “blog esfera” da Katylene. Disponível em: http//analisecriticadamidia.wordpress.com/2011/06/30/. Acesso em: 22 nov. 2012.
  • 39. OLIVEIRA, Rosa Meire Carvalho de. De onda em onda: a evolução dos cibe diários e a simplificação das interfaces. Disponível em: http: / www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 26 nov. 2012. PAIVA·, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. E-mail: um novo gênero textual. In: MARCUSCHI, Luiz Antônio; XAVIER, Antônio Xavier (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3ª edição. São Paulo: Cortez, 2010.p.81-133. PIEKARSK, Francisco Muraro. Níveis de linguagem. Portal Zé Moleza. Disponível em: < http:// www.zemoleza.com.br/ carreiras/1859-niveis-da-linguagem.html>>. Acesso em: 09 Set.2012. PRIMO, Alex. Blogs e seus gêneros: Avaliação estatística dos 50 blogs mais populares em língua portuguesa. In: XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação - Intercom 2008, Natal. Anais, 2008 p. 1-17. RAMOS, Adriana. Código florestal entre a conservação e o desmatamento. Desafios do desenvolvimento. Brasília, n.72, p.45-46, set.2012. SABERES BOM DEMAIS. A mente brilhante que inventou Cleycianne. Disponível em: www.saberesbomdemais.com/a-mente-brilhante-que-inventou-cleycianne. Acesso em: 26 nov. 2012. SANTOS, Edna Cristina S. A linguagem dos blogs: um gênero textual emergente. Carderno de Linguagem e Sociedade, 6.2003. SANTOS, Marcelo; COELHO, Patrícia Margaria Farias. Manipulação em Cristo (ou humor ungido?): uma análise semiótica do fenômeno “Cleycianne”. Estudos Semióticos. Disponível em: http://wwwfflch.usp.br/dl/semiótica/es. Editores responsáveis: Francisco E. S. Merçon e Mariana Luz P. de Barros. Volume 7,Número 2,São Paulo , novembro de 2009, p.79-93. Acesso em: 06 nov.2012. SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. Trad. Antônio Chelini, José Paulo e Izidoro Beinkstein. São Paulo; Cultrix, 1975. TRAVAGLIA, L.C. Um estudo textual- discursivo do verbo português do Brasil.1991.330f. Tese (doutorado em Linguística)-Universidade de Campinas, 1991. WYLLYS, Jean. Veja que lixo, Dep. Jean Wyllys responde a texto homofóbico publicado na revista Veja. Disponível em: https://qbrandotabus.wordpress.com/tag/jean-wyllys/. Acesso em: 05 nov. 2012.