SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
Aula 11

Fun»~es trigonom¶tricas e o
    co            e
primeiro limite fundamental"

Nesta aula estaremos fazendo uma pequena revis~o de fun»oes trigonom¶tricas e apre-
                                                a      c~           e
sentando um limite que lhes determina suas derivadas.


11.1       Pequena revis~o de trigonometria
                        a

11.1.1     Trigonometria geom¶trica
                             e

Consideremos os tri^ngulos ABC e A0 B 0 C 0 da ¯gura 11.1. Os dois tri^ngulos s~o
                    a                                                      a   a
semelhantes, pois seus ^ngulos internos s~o iguais (congruentes). Assim, temos
                       a                 a

                    AB   AB 0         BC   B0C 0     BC   B0C 0
                       =      ;          =       ;      =
                    AC   AC 0         AC   AC 0      AB   AB 0

                                                                               AB
       Assim, sendo ABC um tri^ngulo ret^ngulo, como na ¯gura 11.1 as raz~es
                              a         a                                o     AC
                                                                                  ,
BC     BC                                  ^
     e AB dependem somente da abertura µ = A.
AC


                                                        C'
                                                C



                                  θ
                          A                      B      B'


                                      Figura 11.1.

      Chamamos

                                           93
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                           94



                                    AB    cateto adjacente ao ^ngulo µ
                                                               a
             cosseno de µ = cos µ =    =
                                    AC             hipotenusa
                                    BC    cateto oposto ao ^ngulo µ
                                                            a
                seno de µ = sen µ =     =
                                    AC            hipotenusa
                                   BC     cateto oposto ao ^ngulo µ
                                                            a
            tangente de µ = tg µ =     =
                                   AB    cateto adjacente ao ^ngulo µ
                                                              a
                                        sen µ
     Deduz-se imediatamente que tg µ =        .
                                        cos µ
     Da trigonometria do ensino m¶dio, s~o bem conhecidos os valores
                                 e      a

                          µ    cos µ sen µ     tg µ
                          0      1     0         0
                               p                 p
                         30±     3=2 1=2      1= 3
                               p     p
                         45±     2=2   2=2       1
                                     p         p
                         60±    1=2    3=2        3
                         90±     0     1   n~o se de¯ne
                                            a

          _
      Se P Q ¶ um arco de um c¶
             e                ³rculo de raio r, correspondente a um ^ngulo central de
                                                                    a
                                _
abertura ®, o comprimento c de P Q ¶ dado por
                                    e
                         c = r ¢ (medida de ® em radianos)



                                                   Q

                                                       c
                                       O   α
                                               r
                                                       P




              Figura 11.2. c = r ¢ ® (quando ® ¶ medido em radianos).
                                               e

                                     _
     Assim, o comprimento c do arco P Q ¶ diretamente proporcional a r e a ®. Quando
                                        e
       ±
® = 360 , temos
                     c = comprimento da circunfer^ncia = 2¼ ¢ r
                                                 e

     Assim sendo,
                 360± = 360 graus = 2¼ radianos, ou seja 180± = ¼
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                             95

                                                                      _
      Se r = 1 = uma unidade de comprimento, o comprimento c do arco P Q ¶
                                                                         e
simplesmente a medida de ® em radianos.
      A ¶rea do setor circular de ^ngulo central ® tamb¶m ¶ proporcional a ®. Quando
        a                         a                    e e
® = 2¼, temos a ¶rea de um c¶
                  a             ³rculo de raio r: A = ¼r2 . Assim, um setor circular de
                             ® 2
abertura ®, tem ¶rea A® = ¢ r (® em radianos).
                a
                             2

11.1.2     Trigonometria anal¶
                             ³tica

Para de¯nir as fun»~es trigonom¶tricas de vari¶vel real, consideramos um sistema carte-
                   co            e            a
siano ortogonal de coordenadas no plano. Nele, consideramos a circunfer^ncia de
                                                                              e
          2     2
equa»~o x + y = 1 (de centro em (0; 0) e raio 1). Esta circunfer^ncia ¶ o que
     ca                                                                 e      e
chamaremos de c¶  ³rculo trigonom¶trico.
                                 e
       Dado um n¶mero real ®, tomamos A = (1; 0) e demarcamos, no c¶
                   u                                                    ³rculo trigo-
nom¶trico, um ponto P® tal que a medida do percurso de A a P® , sobre o c¶
     e                                                                         ³rculo
trigonom¶trico, ¶ igual a j®j (¯gura 11.3). Teremos o percurso AP® passando uma ou
         e       e
v¶rias vezes pelo ponto A, quando j®j > 2¼.
 a
                                 _
A partir do ponto A, o percurso AP® ¶ feito no sentido anti-hor¶rio (contr¶rio ao
                                      e                            a          a
sentido do movimento dos ponteiros do rel¶gio) se ® > 0, e ¶ feito no sentido hor¶rio
                                         o                 e                     a
(no mesmo sentido do movimento dos ponteiros do rel¶gio) se ® < 0. Tal percurso ¶
                                                     o                              e
um arco orientado. Dizemos que ® ¶ a medida alg¶brica do arco orientado AP® .
                                  e              e
       Assim, por exemplo, P¼ = P¡¼ = (¡1; 0), P¼=2 = (0; 1), P¡¼=2 = (0; ¡1),
          p     p              p
P¼=4 = ( 2=2; 2=2), P¼=3 = ( 3=2; 1=2), e P0 = (1; 0) = P2¼ = P2n¼ , para cada
inteiro n.
     Sendo ® 2 R, consideremos P® = (x® ; y® ), de¯nido como acima. De¯nimos

                             x® = cos ® = cosseno de ®;
                             y® = sen ® = seno de ®

      Para estendermos a de¯ni»~o de tangente de ® a arcos orientados ®, tomamos
                                  ca
um eixo y 0 , paralelo ao eixo y, de origem O0 = A, orientado positivamente para cima,
no qual usaremos a mesma escala de medidas do eixo y. Sendo ® 2 R, consideramos
a reta OP® . Se ® 6¼ § n¼, para todo n 2 Z, esta reta intercepta o eixo y 0 em T® .
                     = 2
Sendo t® a abcissa de T® no eixo y 0 , de¯nimos

                              t® = tg ® = tangente de ®
                    sen ®
Assim sendo, tg ® =       .
                    cos ®
     Se 0 < ® < ¼=2, os valores cos ®, sen ®, e tg ® coincidem com aqueles das
de¯ni»~es geom¶tricas de cosseno, seno e tangente, dadas na se»~o 11.1.1.
     co       e                                               ca
     Tamb¶m de¯nem-se as fun»~es trigonom¶tricas
         e                  co           e
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                           96


                                          y

                                                   P = (x α ,y α )
                                                    α

                                                            α
                                                                     x
                                         O                   A=(1,0)




                                    Figura 11.3.

                                          y             y'
                                                   P            Tα
                                                    α


                                                        α
                                                                     x
                                          O                     O' = A




               Figura 11.4. No sistema Oxy, T® = (1; t® ) = (1; tg ®).


                                     cos ®
         cotangente de ® = cotg ® =                          (® 6n¼; 8n 2 Z)
                                                                =
                                    sen ®
                                      1                           ¼
            secante de ® = sec ® =                           (® 6 + n¼; 8n 2 Z)
                                                                =
                                   cos ®                          2
                                        1
         cossecante de ® = cosec ® =                         (® 6n¼; 8n 2 Z)
                                                                =
                                      sen ®
      Na ¯gura 11.5, ilustramos geom¶tricamente as seis fun»~es trigonom¶tricas de um
                                      e                    co           e
arco ® no primeiro quadrante, isto ¶, satisfazendo 0 < ® < ¼=2.
                                   e
     Listamos abaixo algumas f¶rmulas uteis, envolvendo as fun»oes trigonom¶tricas.
                                o     ¶                       c~           e
                  2           2     2           2     2          2
Aqui e sempre, cos a = (cos a) , sen a = (sen a) , tg a = (tg a) , etc.

  1. cos2 a + sen2 a = 1 (isto porque x2 + ya = 1)
                                       a
                                            2


  2. 1 + tg2 a = sec2 a (dividindo-se ambos os membros da equa»~o 1 por cos2 a)
                                                              ca
     1+cotg a = cosec a (dividindo-se ambos os membros da equa»~o 1 por sen2 a)
             2         2
                                                                 ca
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                                                         97


                                                         y               y'

                                                             cotg α
                                                                                                   x'

                                                                   P              tg α
                            cosec α                          1
                                                                    α
                                          sen α                          α
                                                                         A                              x
                                                  O cos α
                                                              sec α




  Figura 11.5. Geometria das seis fun»~es trigonom¶tricas, no primeiro quadrante.
                                     co           e

                                      y
                               1                      y = sen x

              -π                                                         3 π /2
                                    0        π /2             π                          2π                 x
                               -1



                                      y
                                                                                              y = cos x
                                1
                   - π /2                                             3π /2
                                    0      π /2               π                          2π                 x
                               -1



                                                  y




                                                                         y = tg x
                                             1
                             - π /2                                                3π /2
                                                  0 π /4          π /2        π               x
                                                    -1




             Figura 11.6. Gr¶¯cos das fun»~es seno, cosseno e tangente.
                            a            co

  3. sen(a + b) = sen a cos b + sen b cos a
     sen(a ¡ b) = sen a cos b ¡ sen b cos a
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                              98


      cos(a + b) = cos a cos b ¡ sen a sen b
      cos(a ¡ b) = cos a cos b + sen a sen b

  4. cos(¡a) = cos a, sen(¡a) = ¡ sen a
              sen(¡a)   ¡ sen a
     tg(¡a) =         =         = ¡ tg a
              cos(¡a)    cos a
  5. sen 2a = sen(a + a) = 2 sen a cos a
     cos 2a = cos(a + a) = cos2 a ¡ sen2 a
                ¡      ¢                 ¡   ¢
  6. cos a = sen ¼ ¡ a , sen a = cos ¼ ¡ a
                  2                        2




11.2      O primeiro limite fundamental
Vamos admitir que as seis fun»~es trigonom¶tricas s~o cont¶
                             co           e        a      ³nuas nos pontos onde est~o
                                                                                   a
de¯nidas.
      Na pr¶xima aula estaremos de¯nindo as fun»~es trigonom¶tricas inversas e cal-
            o                                     co            e
culando as derivadas de todas as fun»~es trigonom¶tricas. Para calcular a derivada de
                                     co           e
sen x, e ent~o calcular as derivadas das demais fun»~es trigonom¶tricas, deduziremos
            a                                       co            e
primeiramente o seguinte resultado, chamado na literatura do c¶lculo de primeiro limite
                                                              a
fundamental.

Proposi»~o 11.1 (Primeiro limite fundamental)
       ca

                                         sen x
                                     lim       =1
                                     x!0   x



Demonstra»~o. Seja ® um n¶mero real, 0 < ® < ¼=2, e consideremos, no c¶
          ca                 u                                          ³rculo
                       _
trigonom¶trico, o arco AP de comprimento ®, sendo A = (1; 0) e P = P® .
        e
      Sejam P 0 a proje»~o ortogonal do ponto P no eixo x (P P 0 ? Ox), e T a interse»~o
                       ca                                                            ca
                          0
da reta OP com o eixo y das tangentes.
                             _
      Temos ent~o P P 0 < AP , ou seja sen ® < ®.
                 a
     Al¶m disso, a ¶rea do setor circular AOP ¶ dada por A® = ® r2 = ® .
       e           a                          e               2      2
                                                                      tg ®
     A ¶rea do tri^ngulo OAT ¶ dada por ¢ = 1 OA ¢ AT =
       a          a          e              2                          2
                                                                           .
                                      tg ®
     Obviamente A® < ¢, da¶ ® <
                          ³ 2          2
                                           ,   e portanto ® < tg ®.
     Sumarizando, sendo 0 < ® < ¼=2,

                                   sen ® < ® < tg ®
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                             99


                                                        y'
                                           y                 T
                                                   P

                                               1
                                                        α
                                                                   x
                                           O       P'        A




                                    Figura 11.7.

                                       ®        tg ®       1
Como sen ® > 0, temos ent~o 1 <
                             a             <          =        . Comparando os inversos
                                    sen ®      sen ®     cos ®
dos tr^s termos, obtemos
       e
                                           sen ®
                                  cos ® <          <1
                                              ®
Para ¡¼=2 < ® < 0 tamb¶m valem as desigualdades acima, j¶ que, se 0 < ® < ¼=2,
                           e                                     a
                     sen(¡®)     ¡ sen ®      sen ®
cos(¡®) = cos ® e              =          =         .
                        ¡®          ¡®          ®
       Agora faremos uso de um teorema sobre limites (que s¶ pode ser demonstrado a
                                                               o
partir de um tratamento formal da teoria de limites), o teorema do confronto ou teorema
do sandu¶ ³che:

Teorema 11.1 (Teorema do confronto, ou teorema do sandu¶       ³che) Sendo I ½
R um intervalo, sendo a 2 I, e f , g e h fun»oes de¯nidas para x 2 I, x 6a, se
                                            c~                          =
f (x) · g(x) · h(x) para todo x 2 I; x 6a, e se lim f(x) = lim h(x) = L, ent~o
                                       =                                     a
                                                        x!a            x!a
lim g(x) = L. Vale o mesmo resultado para limites laterais (neste caso, a pode ser o
x!a
 extremo inferior ou superior do intervalo I). Vale o mesmo resultado se a = +1 ou
 ¡1.
                                                     sen ®
      No nosso caso, temos f (®) = cos ®, g(®) =           e h(®) = 1, todas de¯nidas
                                                       ®
para ¡¼=2 < ® < ¼=2, ® 60, satifazendo f(®) < g(®) < h(®).
                           =
      Temos lim f(®) = lim cos ® = 1, e lim h(®) = lim 1 = 1.
             ®!0         ®!0              ®!0                ®!0

      Portanto lim g(®) = 1, ou seja,
               ®!0
                                        sen ®
                                    lim       =1
                                    ®!0   ®

                                         sen x
     Veremos adiante que o resultado lim       = 1, primeiro limite fundamental, ¶
                                                                                 e
                                     x!0   x
imprescind¶ para a dedu»~o das derivadas das fun»~es trigonom¶tricas. Note que as
          ³vel          ca                      co             e
»~           ¶
Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental                                               100


desigualdades sen x < x < tg x, empregadas no c¶lculo desse limite, s¶ fazem sentido
                                                 a                   o
se x 2 R, quando ent~o jxj ¶ a medida de um arco orientado (em radianos), em um
                        a   e
c¶
 ³rculo trigonom¶trico.
                e
                                                                     ¡     ¢
                                                                          1 n
      O segundo limite fundamental ¶ aquele j¶ visto na aula 9, lim 1 + n = e.
                                   e         a
                                                                                 n!+1




11.3      Problemas
                                                                         sen x
  1. Calcule os seguintes limites, lembrando-se de que lim                 x
                                                                                 = 1.
                                                                   x!0

               sen(x=3)           sen ax            sen2 2t              sen x
       (a) lim            (b) lim           (c) lim             (d) lim
           x!0     x          x!0   bx          t!0    t2           x!¼ x ¡ ¼
                 sen2 t                             1 ¡ cos ax          sen 3x
       (e) lim            (f) lim x cotg x (g) lim              (h) lim
           t!0 1 ¡ cos t      x!0               x!0       bx        x!0 sen 5x
                       2           sen x
     (i) lim x sen       (j) lim           (k) lim x ¢ cos(1=x)
         x!+1         x      x!+1    x         x!0
                                                     sen(x=3)               sen(x=3)
     Respostas. (a) 1=3. Sugest~o. Fa»a lim
                               a     c                  x       = lim 3 ¢     x=3         (b) a=b   (c) 4
                                               x!0                x!0
     (d) ¡1. Sugest~o. Fa»a primeiramente a mudan»a de vari¶vel x ¡ ¼ = y.
                    a       c                           c      a                                    (e) 1.
                    sen2 t         sen2 t(1+cos t)
     Sugest~o. lim 1¡cos t = lim (1¡cos t)(1+cos t) (f) 1 (g) 0 (h) 3=5 (i) 2
           a                                                                                         (j) 0.
                 t!0        t!0
                           1   sen x       1
     Sugest~o. Se x > 0, ¡ x ·
           a                     x     ·   x    (k) 0. Sugest~o. Mostre que lim jx cos(1=x)j =
                                                             a
                                                                                        x!0
     0, considerando que jx cos(1=x)j · jxj, e use o teorema do confronto (teorema 11.1).

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mat em geometria sol vol3 cap1_4
Mat em geometria sol vol3 cap1_4Mat em geometria sol vol3 cap1_4
Mat em geometria sol vol3 cap1_4trigono_metrico
 
Matematica 2 exercicios gabarito 02
Matematica 2 exercicios gabarito 02Matematica 2 exercicios gabarito 02
Matematica 2 exercicios gabarito 02comentada
 
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1Mat em geometria analitica sol vol3 cap1
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1trigono_metrico
 
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricasresolvidos
 
Física - Mecânica - Vetores
Física - Mecânica - VetoresFísica - Mecânica - Vetores
Física - Mecânica - VetoresCarson Souza
 
Relações métricas no triângulo retângulo
Relações métricas no triângulo retânguloRelações métricas no triângulo retângulo
Relações métricas no triângulo retângulocon_seguir
 
Apostila 001 trigonometria funcoes trigo
Apostila  001 trigonometria funcoes trigoApostila  001 trigonometria funcoes trigo
Apostila 001 trigonometria funcoes trigocon_seguir
 
Fisica cn2 parte3 plano inclinado
Fisica cn2 parte3 plano inclinadoFisica cn2 parte3 plano inclinado
Fisica cn2 parte3 plano inclinado2marrow
 
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br - Matemática - Exercício de Trigonometria
 www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  - Matemática -  Exercício de Trigonometria www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  - Matemática -  Exercício de Trigonometria
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br - Matemática - Exercício de TrigonometriaClarice Leclaire
 

Mais procurados (17)

Aula12
Aula12Aula12
Aula12
 
Mat triangulo 007
Mat triangulo  007Mat triangulo  007
Mat triangulo 007
 
Ap matemática m3
Ap matemática m3Ap matemática m3
Ap matemática m3
 
Mat em geometria sol vol3 cap1_4
Mat em geometria sol vol3 cap1_4Mat em geometria sol vol3 cap1_4
Mat em geometria sol vol3 cap1_4
 
Matematica 2 exercicios gabarito 02
Matematica 2 exercicios gabarito 02Matematica 2 exercicios gabarito 02
Matematica 2 exercicios gabarito 02
 
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1Mat em geometria analitica sol vol3 cap1
Mat em geometria analitica sol vol3 cap1
 
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas
05 tringulo retngulo e razes trigonomtricas
 
Física - Mecânica - Vetores
Física - Mecânica - VetoresFísica - Mecânica - Vetores
Física - Mecânica - Vetores
 
Apostila6
Apostila6Apostila6
Apostila6
 
Relações métricas no triângulo retângulo
Relações métricas no triângulo retânguloRelações métricas no triângulo retângulo
Relações métricas no triângulo retângulo
 
Apostila 001 trigonometria funcoes trigo
Apostila  001 trigonometria funcoes trigoApostila  001 trigonometria funcoes trigo
Apostila 001 trigonometria funcoes trigo
 
Fisica cn2 parte3 plano inclinado
Fisica cn2 parte3 plano inclinadoFisica cn2 parte3 plano inclinado
Fisica cn2 parte3 plano inclinado
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 
áReas
áReasáReas
áReas
 
08 esfera
08 esfera08 esfera
08 esfera
 
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br - Matemática - Exercício de Trigonometria
 www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  - Matemática -  Exercício de Trigonometria www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br  - Matemática -  Exercício de Trigonometria
www.AulasDeMatematicanoRJ.Com.Br - Matemática - Exercício de Trigonometria
 
Mat triangulo 001
Mat triangulo  001Mat triangulo  001
Mat triangulo 001
 

Destaque

Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeveruzkavaz
 
Feliz día Mamá
Feliz día MamáFeliz día Mamá
Feliz día MamáMaite Villa
 
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamic
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamicCopia de ejemplo tema 4 tabl dinamic
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamicVictor Sinisterra
 
Ccna -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redes
Ccna  -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redesCcna  -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redes
Ccna -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redesRafael Tiago Missio
 
Certificate--Determining Business Requirements
Certificate--Determining Business RequirementsCertificate--Determining Business Requirements
Certificate--Determining Business RequirementsWindle T. Watkins, MBA
 
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02cristofq
 
Diseño de un centro de deportes extremos
Diseño de un centro de deportes extremosDiseño de un centro de deportes extremos
Diseño de un centro de deportes extremostigrejulio
 
мультатули п. внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...
мультатули п.   внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...мультатули п.   внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...
мультатули п. внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...Александр Галицин
 

Destaque (20)

Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na redeCcna exploration   fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
Ccna exploration fundamentos de rede - 1 vivendo em um mundo centrado na rede
 
Temporalizacion 3ª Evaluacion
Temporalizacion 3ª EvaluacionTemporalizacion 3ª Evaluacion
Temporalizacion 3ª Evaluacion
 
Feliz día Mamá
Feliz día MamáFeliz día Mamá
Feliz día Mamá
 
Apres stis
Apres stisApres stis
Apres stis
 
Apostila erros
Apostila errosApostila erros
Apostila erros
 
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamic
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamicCopia de ejemplo tema 4 tabl dinamic
Copia de ejemplo tema 4 tabl dinamic
 
PORTAFOLIO DIGITAL DEL CURSO "ESTRATEGIAS RECURSOS Y HERRAMIENTAS PARA PROFES...
PORTAFOLIO DIGITAL DEL CURSO "ESTRATEGIAS RECURSOS Y HERRAMIENTAS PARA PROFES...PORTAFOLIO DIGITAL DEL CURSO "ESTRATEGIAS RECURSOS Y HERRAMIENTAS PARA PROFES...
PORTAFOLIO DIGITAL DEL CURSO "ESTRATEGIAS RECURSOS Y HERRAMIENTAS PARA PROFES...
 
Reglamento institucional
Reglamento institucionalReglamento institucional
Reglamento institucional
 
Ccna -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redes
Ccna  -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redesCcna  -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redes
Ccna -modulo_1_-_conceitos_basicos_de_redes
 
Ministério realidade
Ministério realidadeMinistério realidade
Ministério realidade
 
Certificate--Determining Business Requirements
Certificate--Determining Business RequirementsCertificate--Determining Business Requirements
Certificate--Determining Business Requirements
 
Era uma vez...o_sistema_urinario
Era uma vez...o_sistema_urinarioEra uma vez...o_sistema_urinario
Era uma vez...o_sistema_urinario
 
Transistores
TransistoresTransistores
Transistores
 
Rayola Playground Slide
Rayola Playground SlideRayola Playground Slide
Rayola Playground Slide
 
IA Robotica
IA RoboticaIA Robotica
IA Robotica
 
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02
Frasesdeamorpdf 140604222038-phpapp02
 
Bodas de palha
Bodas de palhaBodas de palha
Bodas de palha
 
Diploma
DiplomaDiploma
Diploma
 
Diseño de un centro de deportes extremos
Diseño de un centro de deportes extremosDiseño de un centro de deportes extremos
Diseño de un centro de deportes extremos
 
мультатули п. внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...
мультатули п.   внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...мультатули п.   внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...
мультатули п. внешняя политика императора николая Ii (российский институт с...
 

Semelhante a Calculo1 aula11

Apostila trigonometria
Apostila trigonometriaApostila trigonometria
Apostila trigonometriaaletriak
 
Exame unificado de fisica 2013 1 solution
Exame unificado de fisica 2013 1 solutionExame unificado de fisica 2013 1 solution
Exame unificado de fisica 2013 1 solutionMarcosPacheco65
 
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retânguloRazões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retângulocomentada
 
Trigonometria e Aplicações
Trigonometria e AplicaçõesTrigonometria e Aplicações
Trigonometria e Aplicaçõesdiegohenrique10
 
Mat geometria plana soluções
Mat geometria plana soluçõesMat geometria plana soluções
Mat geometria plana soluçõestrigono_metrico
 
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdf
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdfAula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdf
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdfRafaelVictorMorenoPo
 
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdfQuestoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf17535069649
 
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-Luísa Silva
 
A trigonometria do triangulo retangulo
A trigonometria do triangulo retanguloA trigonometria do triangulo retangulo
A trigonometria do triangulo retangulotrigono_metria
 
RelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs TrigonometricasRelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs Trigonometricasguest0eac51
 
Mat circunferencia circulo
Mat circunferencia   circuloMat circunferencia   circulo
Mat circunferencia circulotrigono_metria
 

Semelhante a Calculo1 aula11 (20)

trigonometria
trigonometriatrigonometria
trigonometria
 
Apostila trigonometria
Apostila trigonometriaApostila trigonometria
Apostila trigonometria
 
Apostila5
Apostila5Apostila5
Apostila5
 
Exame unificado de fisica 2013 1 solution
Exame unificado de fisica 2013 1 solutionExame unificado de fisica 2013 1 solution
Exame unificado de fisica 2013 1 solution
 
Triângulo retângulo
Triângulo retânguloTriângulo retângulo
Triângulo retângulo
 
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retânguloRazões trigonométricas no triângulo retângulo
Razões trigonométricas no triângulo retângulo
 
Mat triangulo 005
Mat triangulo  005Mat triangulo  005
Mat triangulo 005
 
Trigonometria e Aplicações
Trigonometria e AplicaçõesTrigonometria e Aplicações
Trigonometria e Aplicações
 
Mat geometria plana soluções
Mat geometria plana soluçõesMat geometria plana soluções
Mat geometria plana soluções
 
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdf
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdfAula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdf
Aula-05_-_Trigonometria-no-triangulo-retangulo.pdf
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 
Trigonometra
TrigonometraTrigonometra
Trigonometra
 
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdfQuestoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf
Questoes Resolvidas Exame Unificado de Fisica 2015-2.pdf
 
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-
Proposta correção teste_intermédio_matemática_2013-
 
A trigonometria do triangulo retangulo
A trigonometria do triangulo retanguloA trigonometria do triangulo retangulo
A trigonometria do triangulo retangulo
 
RelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs TrigonometricasRelaçõEs Trigonometricas
RelaçõEs Trigonometricas
 
Mat circunferencia circulo
Mat circunferencia   circuloMat circunferencia   circulo
Mat circunferencia circulo
 
Trigonometria básica
Trigonometria básicaTrigonometria básica
Trigonometria básica
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 
Trigonometria
TrigonometriaTrigonometria
Trigonometria
 

Mais de Cleide Soares

Mais de Cleide Soares (20)

Topografia aula04
Topografia aula04Topografia aula04
Topografia aula04
 
Topografia aula03
Topografia aula03Topografia aula03
Topografia aula03
 
Topografia aula02
Topografia aula02Topografia aula02
Topografia aula02
 
Topografia aula01
Topografia aula01Topografia aula01
Topografia aula01
 
Apostila de topografia
Apostila de topografiaApostila de topografia
Apostila de topografia
 
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
Apostilaescoamentoemcondutosforados 120822120337-phpapp02
 
Introducao hidrologia
Introducao hidrologiaIntroducao hidrologia
Introducao hidrologia
 
Hp 50g menor
Hp 50g   menorHp 50g   menor
Hp 50g menor
 
Calculo2lista3
Calculo2lista3Calculo2lista3
Calculo2lista3
 
Calculo2lista2
Calculo2lista2Calculo2lista2
Calculo2lista2
 
Calculo2lista1
Calculo2lista1Calculo2lista1
Calculo2lista1
 
Calculo1 aula20
Calculo1 aula20Calculo1 aula20
Calculo1 aula20
 
Calculo1 aula19
Calculo1 aula19Calculo1 aula19
Calculo1 aula19
 
Calculo1 aula18
Calculo1 aula18Calculo1 aula18
Calculo1 aula18
 
Calculo1 aula17
Calculo1 aula17Calculo1 aula17
Calculo1 aula17
 
Calculo1 aula16
Calculo1 aula16Calculo1 aula16
Calculo1 aula16
 
Calculo1 aula15
Calculo1 aula15Calculo1 aula15
Calculo1 aula15
 
Calculo1 aula14
Calculo1 aula14Calculo1 aula14
Calculo1 aula14
 
Calculo1 aula13
Calculo1 aula13Calculo1 aula13
Calculo1 aula13
 
Calculo1 aula12
Calculo1 aula12Calculo1 aula12
Calculo1 aula12
 

Calculo1 aula11

  • 1. Aula 11 Fun»~es trigonom¶tricas e o co e primeiro limite fundamental" Nesta aula estaremos fazendo uma pequena revis~o de fun»oes trigonom¶tricas e apre- a c~ e sentando um limite que lhes determina suas derivadas. 11.1 Pequena revis~o de trigonometria a 11.1.1 Trigonometria geom¶trica e Consideremos os tri^ngulos ABC e A0 B 0 C 0 da ¯gura 11.1. Os dois tri^ngulos s~o a a a semelhantes, pois seus ^ngulos internos s~o iguais (congruentes). Assim, temos a a AB AB 0 BC B0C 0 BC B0C 0 = ; = ; = AC AC 0 AC AC 0 AB AB 0 AB Assim, sendo ABC um tri^ngulo ret^ngulo, como na ¯gura 11.1 as raz~es a a o AC , BC BC ^ e AB dependem somente da abertura µ = A. AC C' C θ A B B' Figura 11.1. Chamamos 93
  • 2. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 94 AB cateto adjacente ao ^ngulo µ a cosseno de µ = cos µ = = AC hipotenusa BC cateto oposto ao ^ngulo µ a seno de µ = sen µ = = AC hipotenusa BC cateto oposto ao ^ngulo µ a tangente de µ = tg µ = = AB cateto adjacente ao ^ngulo µ a sen µ Deduz-se imediatamente que tg µ = . cos µ Da trigonometria do ensino m¶dio, s~o bem conhecidos os valores e a µ cos µ sen µ tg µ 0 1 0 0 p p 30± 3=2 1=2 1= 3 p p 45± 2=2 2=2 1 p p 60± 1=2 3=2 3 90± 0 1 n~o se de¯ne a _ Se P Q ¶ um arco de um c¶ e ³rculo de raio r, correspondente a um ^ngulo central de a _ abertura ®, o comprimento c de P Q ¶ dado por e c = r ¢ (medida de ® em radianos) Q c O α r P Figura 11.2. c = r ¢ ® (quando ® ¶ medido em radianos). e _ Assim, o comprimento c do arco P Q ¶ diretamente proporcional a r e a ®. Quando e ± ® = 360 , temos c = comprimento da circunfer^ncia = 2¼ ¢ r e Assim sendo, 360± = 360 graus = 2¼ radianos, ou seja 180± = ¼
  • 3. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 95 _ Se r = 1 = uma unidade de comprimento, o comprimento c do arco P Q ¶ e simplesmente a medida de ® em radianos. A ¶rea do setor circular de ^ngulo central ® tamb¶m ¶ proporcional a ®. Quando a a e e ® = 2¼, temos a ¶rea de um c¶ a ³rculo de raio r: A = ¼r2 . Assim, um setor circular de ® 2 abertura ®, tem ¶rea A® = ¢ r (® em radianos). a 2 11.1.2 Trigonometria anal¶ ³tica Para de¯nir as fun»~es trigonom¶tricas de vari¶vel real, consideramos um sistema carte- co e a siano ortogonal de coordenadas no plano. Nele, consideramos a circunfer^ncia de e 2 2 equa»~o x + y = 1 (de centro em (0; 0) e raio 1). Esta circunfer^ncia ¶ o que ca e e chamaremos de c¶ ³rculo trigonom¶trico. e Dado um n¶mero real ®, tomamos A = (1; 0) e demarcamos, no c¶ u ³rculo trigo- nom¶trico, um ponto P® tal que a medida do percurso de A a P® , sobre o c¶ e ³rculo trigonom¶trico, ¶ igual a j®j (¯gura 11.3). Teremos o percurso AP® passando uma ou e e v¶rias vezes pelo ponto A, quando j®j > 2¼. a _ A partir do ponto A, o percurso AP® ¶ feito no sentido anti-hor¶rio (contr¶rio ao e a a sentido do movimento dos ponteiros do rel¶gio) se ® > 0, e ¶ feito no sentido hor¶rio o e a (no mesmo sentido do movimento dos ponteiros do rel¶gio) se ® < 0. Tal percurso ¶ o e um arco orientado. Dizemos que ® ¶ a medida alg¶brica do arco orientado AP® . e e Assim, por exemplo, P¼ = P¡¼ = (¡1; 0), P¼=2 = (0; 1), P¡¼=2 = (0; ¡1), p p p P¼=4 = ( 2=2; 2=2), P¼=3 = ( 3=2; 1=2), e P0 = (1; 0) = P2¼ = P2n¼ , para cada inteiro n. Sendo ® 2 R, consideremos P® = (x® ; y® ), de¯nido como acima. De¯nimos x® = cos ® = cosseno de ®; y® = sen ® = seno de ® Para estendermos a de¯ni»~o de tangente de ® a arcos orientados ®, tomamos ca um eixo y 0 , paralelo ao eixo y, de origem O0 = A, orientado positivamente para cima, no qual usaremos a mesma escala de medidas do eixo y. Sendo ® 2 R, consideramos a reta OP® . Se ® 6¼ § n¼, para todo n 2 Z, esta reta intercepta o eixo y 0 em T® . = 2 Sendo t® a abcissa de T® no eixo y 0 , de¯nimos t® = tg ® = tangente de ® sen ® Assim sendo, tg ® = . cos ® Se 0 < ® < ¼=2, os valores cos ®, sen ®, e tg ® coincidem com aqueles das de¯ni»~es geom¶tricas de cosseno, seno e tangente, dadas na se»~o 11.1.1. co e ca Tamb¶m de¯nem-se as fun»~es trigonom¶tricas e co e
  • 4. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 96 y P = (x α ,y α ) α α x O A=(1,0) Figura 11.3. y y' P Tα α α x O O' = A Figura 11.4. No sistema Oxy, T® = (1; t® ) = (1; tg ®). cos ® cotangente de ® = cotg ® = (® 6n¼; 8n 2 Z) = sen ® 1 ¼ secante de ® = sec ® = (® 6 + n¼; 8n 2 Z) = cos ® 2 1 cossecante de ® = cosec ® = (® 6n¼; 8n 2 Z) = sen ® Na ¯gura 11.5, ilustramos geom¶tricamente as seis fun»~es trigonom¶tricas de um e co e arco ® no primeiro quadrante, isto ¶, satisfazendo 0 < ® < ¼=2. e Listamos abaixo algumas f¶rmulas uteis, envolvendo as fun»oes trigonom¶tricas. o ¶ c~ e 2 2 2 2 2 2 Aqui e sempre, cos a = (cos a) , sen a = (sen a) , tg a = (tg a) , etc. 1. cos2 a + sen2 a = 1 (isto porque x2 + ya = 1) a 2 2. 1 + tg2 a = sec2 a (dividindo-se ambos os membros da equa»~o 1 por cos2 a) ca 1+cotg a = cosec a (dividindo-se ambos os membros da equa»~o 1 por sen2 a) 2 2 ca
  • 5. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 97 y y' cotg α x' P tg α cosec α 1 α sen α α A x O cos α sec α Figura 11.5. Geometria das seis fun»~es trigonom¶tricas, no primeiro quadrante. co e y 1 y = sen x -π 3 π /2 0 π /2 π 2π x -1 y y = cos x 1 - π /2 3π /2 0 π /2 π 2π x -1 y y = tg x 1 - π /2 3π /2 0 π /4 π /2 π x -1 Figura 11.6. Gr¶¯cos das fun»~es seno, cosseno e tangente. a co 3. sen(a + b) = sen a cos b + sen b cos a sen(a ¡ b) = sen a cos b ¡ sen b cos a
  • 6. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 98 cos(a + b) = cos a cos b ¡ sen a sen b cos(a ¡ b) = cos a cos b + sen a sen b 4. cos(¡a) = cos a, sen(¡a) = ¡ sen a sen(¡a) ¡ sen a tg(¡a) = = = ¡ tg a cos(¡a) cos a 5. sen 2a = sen(a + a) = 2 sen a cos a cos 2a = cos(a + a) = cos2 a ¡ sen2 a ¡ ¢ ¡ ¢ 6. cos a = sen ¼ ¡ a , sen a = cos ¼ ¡ a 2 2 11.2 O primeiro limite fundamental Vamos admitir que as seis fun»~es trigonom¶tricas s~o cont¶ co e a ³nuas nos pontos onde est~o a de¯nidas. Na pr¶xima aula estaremos de¯nindo as fun»~es trigonom¶tricas inversas e cal- o co e culando as derivadas de todas as fun»~es trigonom¶tricas. Para calcular a derivada de co e sen x, e ent~o calcular as derivadas das demais fun»~es trigonom¶tricas, deduziremos a co e primeiramente o seguinte resultado, chamado na literatura do c¶lculo de primeiro limite a fundamental. Proposi»~o 11.1 (Primeiro limite fundamental) ca sen x lim =1 x!0 x Demonstra»~o. Seja ® um n¶mero real, 0 < ® < ¼=2, e consideremos, no c¶ ca u ³rculo _ trigonom¶trico, o arco AP de comprimento ®, sendo A = (1; 0) e P = P® . e Sejam P 0 a proje»~o ortogonal do ponto P no eixo x (P P 0 ? Ox), e T a interse»~o ca ca 0 da reta OP com o eixo y das tangentes. _ Temos ent~o P P 0 < AP , ou seja sen ® < ®. a Al¶m disso, a ¶rea do setor circular AOP ¶ dada por A® = ® r2 = ® . e a e 2 2 tg ® A ¶rea do tri^ngulo OAT ¶ dada por ¢ = 1 OA ¢ AT = a a e 2 2 . tg ® Obviamente A® < ¢, da¶ ® < ³ 2 2 , e portanto ® < tg ®. Sumarizando, sendo 0 < ® < ¼=2, sen ® < ® < tg ®
  • 7. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 99 y' y T P 1 α x O P' A Figura 11.7. ® tg ® 1 Como sen ® > 0, temos ent~o 1 < a < = . Comparando os inversos sen ® sen ® cos ® dos tr^s termos, obtemos e sen ® cos ® < <1 ® Para ¡¼=2 < ® < 0 tamb¶m valem as desigualdades acima, j¶ que, se 0 < ® < ¼=2, e a sen(¡®) ¡ sen ® sen ® cos(¡®) = cos ® e = = . ¡® ¡® ® Agora faremos uso de um teorema sobre limites (que s¶ pode ser demonstrado a o partir de um tratamento formal da teoria de limites), o teorema do confronto ou teorema do sandu¶ ³che: Teorema 11.1 (Teorema do confronto, ou teorema do sandu¶ ³che) Sendo I ½ R um intervalo, sendo a 2 I, e f , g e h fun»oes de¯nidas para x 2 I, x 6a, se c~ = f (x) · g(x) · h(x) para todo x 2 I; x 6a, e se lim f(x) = lim h(x) = L, ent~o = a x!a x!a lim g(x) = L. Vale o mesmo resultado para limites laterais (neste caso, a pode ser o x!a extremo inferior ou superior do intervalo I). Vale o mesmo resultado se a = +1 ou ¡1. sen ® No nosso caso, temos f (®) = cos ®, g(®) = e h(®) = 1, todas de¯nidas ® para ¡¼=2 < ® < ¼=2, ® 60, satifazendo f(®) < g(®) < h(®). = Temos lim f(®) = lim cos ® = 1, e lim h(®) = lim 1 = 1. ®!0 ®!0 ®!0 ®!0 Portanto lim g(®) = 1, ou seja, ®!0 sen ® lim =1 ®!0 ® sen x Veremos adiante que o resultado lim = 1, primeiro limite fundamental, ¶ e x!0 x imprescind¶ para a dedu»~o das derivadas das fun»~es trigonom¶tricas. Note que as ³vel ca co e
  • 8. »~ ¶ Funcoes trigonometricas e o primeiro limite fundamental 100 desigualdades sen x < x < tg x, empregadas no c¶lculo desse limite, s¶ fazem sentido a o se x 2 R, quando ent~o jxj ¶ a medida de um arco orientado (em radianos), em um a e c¶ ³rculo trigonom¶trico. e ¡ ¢ 1 n O segundo limite fundamental ¶ aquele j¶ visto na aula 9, lim 1 + n = e. e a n!+1 11.3 Problemas sen x 1. Calcule os seguintes limites, lembrando-se de que lim x = 1. x!0 sen(x=3) sen ax sen2 2t sen x (a) lim (b) lim (c) lim (d) lim x!0 x x!0 bx t!0 t2 x!¼ x ¡ ¼ sen2 t 1 ¡ cos ax sen 3x (e) lim (f) lim x cotg x (g) lim (h) lim t!0 1 ¡ cos t x!0 x!0 bx x!0 sen 5x 2 sen x (i) lim x sen (j) lim (k) lim x ¢ cos(1=x) x!+1 x x!+1 x x!0 sen(x=3) sen(x=3) Respostas. (a) 1=3. Sugest~o. Fa»a lim a c x = lim 3 ¢ x=3 (b) a=b (c) 4 x!0 x!0 (d) ¡1. Sugest~o. Fa»a primeiramente a mudan»a de vari¶vel x ¡ ¼ = y. a c c a (e) 1. sen2 t sen2 t(1+cos t) Sugest~o. lim 1¡cos t = lim (1¡cos t)(1+cos t) (f) 1 (g) 0 (h) 3=5 (i) 2 a (j) 0. t!0 t!0 1 sen x 1 Sugest~o. Se x > 0, ¡ x · a x · x (k) 0. Sugest~o. Mostre que lim jx cos(1=x)j = a x!0 0, considerando que jx cos(1=x)j · jxj, e use o teorema do confronto (teorema 11.1).