O documento discute as características da população agrícola em áreas rurais portuguesas. A maior parte dos agricultores tem entre 45-64 anos, com poucos jovens e muitos idosos. A maioria tem baixos níveis de educação e trabalha a tempo parcial em várias ocupações, não dependendo apenas da agricultura.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Áreas Rurais - Parte II
1. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A população que se dedica às actividades agrícolas diminuiu
drasticamente nas últimas décadas do século XX.
1950 - mais de 50% da população activa trabalhava no sector
primário
2001- esse valor passa para 6,6%.
Factor explicativo:
• Mecanização dos meios de produção
2. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Proveniência da mão-de-obra utilizada:
Quase 50% do total da mão-de-obrade 40% da população agrícola
A mão-de-obra não familiar constitui mais
familiar, devido ao predomínio
total, devido a dimensão das propriedades que atingem valores médios entre 10 e
da pequena propriedade de 50 hectares no Alentejo.
50 ha, no primeiro caso, e mais
3. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Proveniência da mão-de-obra utilizada:
De um modo geral:
As propriedades de grandes dimensões não podem ser cultivadas só
com o trabalho dos familiares. Recorrem, por isso, à mão-de-obra
assalariada.
4. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos
A qualidade dos recursos humanos avalia-se utilizando 3
indicadores:
• a estrutura etária
• o nível de instrução
• a estrutura socioprofissional
5. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
• Estrutura etária da população
agrícola varia de região para
região.
• No geral, cerca de metade
dos produtores agrícolas tem
entre 45 e 64 anos.
• Os agricultores jovens
representam apenas 0,4% do
total.
• Os idosos constituem cerca
de 33%.
6. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Entre Douro e Minho
• Os idosos representam mais
de 30%
• A classe etária predominante
é a dos 45 - 64 anos
• Os jovens agricultores
correspondem a menos de 1%
do total da população agrícola
da região.
7. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Trás-os-Montes
• Os produtores com 65 ou
mais anos de idade são cerca
de 38% que, em conjunto com
os de 45 a 64 anos, perfazem
mais de 80% do total da
população agrícola desta
região.
8. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Beira Litoral
• A situação é idêntica à das
regiões anteriores.
• Os produtores com menos de
45 anos representam menos
de 15% ,o total da região.
9. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Beira Interior
• A classe etária maioritária é a
dos idosos (≥ 65 anos), que
constituem, por si só, quase
metade dos agricultores desta
região
• Os jovens agricultores
representam uma
percentagem insignificante
10. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Ribatejo e Oeste
• Os idosos (≥ 65 anos)
continuam a ter uma
representação
importante, 37%
• Os jovens e os jovens adultos
correspondem a percentagens
mais baixas
11. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Alentejo
• Os produtores com mais de
65 anos correspondem a 43%
do total
• Os adultos com idades
compreendidas entre os 45 e
64 anos apresentam uma
percentagem semelhante.
• A classe etária de menos 25
anos é mínima.
12. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura etária
Por regiões:
Açores
• A maior percentagem de
jovens na agricultura do país e
a classe dos idosos é mais
reduzida (25%).
Madeira
a situação, quanto às
percentagens de jovens e de
idosos, é idêntica à das
restantes regiões, com
excepção dos Açores.
13. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - O nível de instrução
Não sabe ler nem escrever
• Cerca de 18% da população agrícola
portuguesa;
• As regiões agrárias com mais analfabetos
são a Madeira, a Beira Interior, o Alentejo e
o Algarve;
• Menor percentagem de iletrados são a
Beira Litoral e os Açores.
• O valor da população agrícola com um
nível de instrução inferior ao 2º ciclo é de
67% do total;
• A Beira Litoral regista a maior
percentagem, atingindo os 77%; o Alentejo
apresenta a menor percentagem, 47%.
14. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - O nível de instrução
Com o segundo e terceiro ciclos
• As percentagens variam entre 9%
na Beira Litoral e 28% nos Açores.
Com o secundário
• As percentagens são
baixas, registando-se a mais alta no
Alentejo (8%) e a mais baixa na Beira
Litoral (1%).
15. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - O nível de instrução
Com o superior
• Os valores são ainda mais baixos;
• O Alentejo ocupa o primeiro lugar,
com 6% da população agrícola da
região;
• A Beira Litoral e a Madeira
registam apenas 2%.
16. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
A qualidade dos recursos humanos - A estrutura
socioprofissional
A formação profissional:
• É reduzida em todo o país
• É essencialmente prática
• A obtida através decursos de longa
duração, são pouco numerosos (não
excede 1,5)
• A obtida através de um curso de,
pelo menos, dois anos após a
conclusão da escolaridade
obrigatória, são também em número
muito reduzido.
17. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
Numerosíssimas são as explorações agrícolas que não
asseguram a totalidade dos recursos do grupo familiar que nelas
vive, sendo muito variadas as fontes de rendimento
complementares; pensões de velhice ou invalidez, remessas de
familiares instalados nas cidades ou emigrados, empregos
temporários, ou não, nos mais diversos ramos de actividade, de
um ou de vários membros da família. Não deixa de
existir, aliás, ainda que muito menos frequente, o fenómeno
contrário: habitantes das cidades que praticam uma
agricultura, geralmente, de recreio mas por vezes de
rendimento, junto de casas de campo que adquiriram ou
herdaram de antepassados.
18. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
Só uma pequena percentagem de famílias agrícolas vive
exclusivamente do rendimento das explorações, praticando uma
agricultura a tempo completo (40 ou mais horas por semana).
Pluriactividade
Conjunto de actividades realizadas por um indivíduo que
tem, assim, os seus rendimentos assegurados por mais de um
trabalho.
19. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
Entre Douro e Minho - maior
percentagem de produtores (18%) a
tempo inteiro
Madeira - onde apenas 2,6 %
da população agrícola trabalha
a tempo inteiro
20. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
O trabalho a tempo
parcial e a
pluriactividade
predomina em todo o
país.
Os agricultores
ocupam menos de
25% do seu tempo na
exploração (38%)
21. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
As actividades externas são exercidas:
• No sector terciário (restauração, hotéis, comércio,
transportes, etc.);
• No sector secundário;
• No sector primário;
• Comércio ambulante ou local e o artesanato são formas
vulgares de pluriactividade.
22. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
A mão-de-obra agrícola
Situação face à actividade
Tipos de agricultura a tempo parcial:
• a pequena agricultura doméstica (as hortas);
• explorações familiares de média dimensão;
• quintas residenciais;
• grandes explorações de agricultura;
• escolas e instituições caritativas.
23. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
Condições de vida da população nas áreas rurais
Quem já ouviu falar das distâncias que as crianças têm que percorrer
diariamente para frequentar uma escola vizinha porque a da sua terra fechou
por falta de alunos? Dos pequenos comércios locais de carácter familiar, que as
grandes superfícies destruíram, e que os obrigam, agora, a gastar tempo e mais
dinheiro para obter o que tinham à porta de casa na aldeia onde vivem?
Dos transportes públicos que já tiveram e agora não têm? Das águas
contaminadas dos seus poços?
Das estradas de montanha que não estão preparadas para os dias de hoje?
Da contínua delapidação das matérias-primas da sua região que outros
adquirem em bruto e vão gerar riqueza e mais-valia para outras bandas?
Da falta de emprego, pois, ora é a idade, ora é a instrução que não são
adequadas?
Quantos conhecem a aspereza do burel, a chuva gelada do Inverno?
24. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Características da população agrícola
Condições de vida da população nas áreas rurais
Medidas fundamentais para melhorar as condições de vida nas áreas
rurais
• a melhoria das acessibilidades e dos meios de transporte;
• a tomada de medidas concretas de criação de emprego;
• a gestão racional dos apoios ao rendimento agrícola;
• a promoção generalizada de formação da população;
• o aumento e a diversificação dos serviços em áreas desfavorecidas.
25. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Solo arável - superfícies que frequentemente são
mobilizadas com lavouras e sachas e que se
destinam a culturas anuais ou que ocupam o
solo por um período inferior a cinco anos;
também se incluem nesta designação as
terras em pousio e a horta familiar.
26. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Deficiências estruturais Características da
população agrícola
Sistemas agrários frágeis
A agricultura portuguesa está estagnada,SOLO ARÁVEL
GESTÃO E UTILIZAÇÃO DO apresentando tanto um
rendimento agrícola, como uma produtividade agrícola baixos.
Rendimento agrícola- Relação entre a quantidade produzida e a
Funcionamento Inadequação do
superfície ocupada pela cultura. Dependência Redes de
do sector uso do solo externa comercialização
Produtividade agrícola- Relação entre o valor de produção e os
agrícola
custos dos factores utilizados para a obter (despesas de produção).
27. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Funcionamento do sector agrícola
As dificuldades que o sector se debate são originadas por:
• Insuficiências técnico-financeiras
A estrutura fundiária é deficiente (dimensão reduzida das
explorações).
As técnicas utilizadas são ainda, em muitos casos, rudimentares.
O capital de que os agricultores dispõe é insuficiente, apesar dos
subsídios da União Europeia.
• Baixa produção por unidade de superfície
O uso inadequado do solo;
A deficiente correcção das terras;
A falta de selecção de sementes
28. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Funcionamento do sector agrícola
As dificuldades que o sector se debate são originadas por:
• Reduzida produtividade da mão-de-obra
A mão-de-obra agrícola, embora tenha conhecido uma grande
redução nas últimas décadas, é ainda excessiva para o estado da
nossa agricultura;
Apesar da diminuição, registou-se um envelhecimento dos
agricultores. Em 1999, os produtores com 65 ou mais anos
representavam 38% do total, enquanto, em 1989, eram 29%.
A formação profissional, embora tenha sofrido algumas
melhorias, ainda é fraca.
29. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Inadequação do uso do solo agrícola
Os solos apresentam um equilíbrio precário cuja
intervenção do Homem pode alterar, levando à sua
destruição.
30. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Inadequação do uso do solo agrícola
AGRICULTURA
Substitui
Vegetação natural Vegetação diferente
Solo fica mais susceptível à erosão
Solo desnudado
<
Não intercepção das chuvas;
Não há obstáculo à concentração do escoamento;
Não há obstáculo ao levantamento das partículas do solo pelo vento.
31. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Inadequação do uso do solo agrícola
Em Portugal, o mau uso do solo agrícola é um dos
motivos:
• do baixo rendimento agrícola;
• da aceleração dos processos de erosão/desertificação.
A área utilizada para a agricultura é superior à que é
considerada com capacidade para tal.
32. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Inadequação do uso do solo agrícola
As áreas com potencialidade
agrícola localizam-se
preferencialmente:
na orla litoral;
no Ribatejo;
no Baixo Algarve;
certas regiões do Alentejo.
33. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Inadequação do uso do solo agrícola
A gestão do uso do solo obriga à elaboração de planos de
ordenamento do território que:
• respeitem a natureza dos solos, refreando a pressão
urbanística nos terrenos com aptidão agrícola;
• estudem o impacto ambiental da implantação de infra-
estruturas viárias, tais como
estradas, pontes, túneis, etc.;
• minimizem os impactos ambientais resultantes dos
sistemas de produção agro-pecuária.
34. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Dependência externa
A agricultura portuguesa é pouco competitiva face a outros países
da UE, ao mercado mundial, e em especial a Espanha, devido ao
baixo rendimento e a fraca produtividade;
A dependência é maior no sector agro-alimentar
Os nossos produtos não são competitivos, exceptuando-se os
sectores do vinho e dos lacticínios.
As indústrias agro-alimentares utilizam cerca de 40% do mercado
interno de produtos agrícolas. De entre estas indústrias, destacam-se
as respeitantes a cereais e leguminosas, a bebidas e ao tabaco.
As empresas agro-alimentares são, geralmente, de pequena
dimensão são e não apresentam características industriais típicas.
35. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Dependência externa
As empresas agro-alimentares localizam-se nas Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto, devido à proximidade dos
maiores mercados e pela disponibilidade de recursos humanos.
A maior integração de Portugal nos mercados internacionais
fizeram aumentar significativamente as importações agro-
alimentares.
Apesar de se ter registado uma tendência para a modernização das
estruturas agro-industriais (modernização tecnológica, aumento da
concentração da produção, incorporação de elementos relativos à
imagem e marca dos produtos), há ainda dificuldades de inserção
nos mercados exteriores. No entanto, o valor das exportações
aumentou na última década do século XX.
36. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Dependência externa
Por outro lado, verificou-se também um forte ritmo de crescimento
da procura interna e consequentemente das importações.
37. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Redes de comercialização
Portugal apresenta uma situação deficitária no
comércio de bens agro-alimentares.
As importações aumentaram
significativamente, devido à forte concorrência dos
produtos internacionais.
Os nossos produtos, para além das causas naturais
e dos motivos estruturais, sofrem de deficiências
de comercialização:
• dispersão da oferta;
• custo do transporte elevado;
• dificuldade de acesso às cadeias de distribuição;
• falta de formas organizativas eficientes na
comercialização.
38. ÁREAS RURAIS
Espaço rural
Gestão e utilização do solo arável
Redes de comercialização
Por outro lado, as condições de comercialização/distribuição dão
uma resposta insuficiente à exigência crescente de qualidade e de
segurança dos alimentos:
• Dificuldade em assegurar a continuidade e a homogeneização da
oferta, condições indispensáveis para se conseguirem comercializar
os nossos produtos alimentares. (devido ao fraco desenvolvimento
das explorações agrícolas e à fraca orientação para o mercado);
• Pouca eficiência dos transportes, particularmente, o frigorífico.