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PELOS BIGODÕES
Número 05 – Fevereiro/2016 by Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo
Ponto de encontro de olhares e ouvires, ideias e angústias.
Pro-vocações de toda ordem, ainda que caóticas. A princípio, de Resende e Itatiaia.
Mas as coisas nunca se cabem no que as principiam. Limites não são bons definidores do que se faz humano.
Gregos & Troianos
- casa de leituras -
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PEDALA
RESENDE
O CAMINHO É ESSE
O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do
mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais,
ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre
mudando. Afinam ou desafinam.
Guimarães Rosa
Sr. Prefeito Rechuan, sem entrar no mérito do conjunto dos seus já sete anos de mandato, é justo
reconhecerque,noquetangeàciclocidadania,foioagentepolíticoquemaisfezpormerecernosso
reconhecimento. Seria uma pena deixar que um próximo prefeito leve a fama por terminar de unir
aCidadedaAlegriaaoCamposElíseos.“Ouse”aciclovianaav.CoronelMendes,Sr.Prefeito!
A bicicleta
é um veículo
curioso.
Seu passageiro
é seu motor.
Luciano Abreu
jornalista
e agora
plantador de ipês
Benjamim
Bate-papo
sobre PATINS
O cinema
como metáfora
da vida
Poeta desta edição
Maria José Pinto
Júlia Barreto
Coisa de
outro mundo
Prof.
José Leon
O Não Lugar
Os
caminhantes SUSTENTABILIDADE
Página da
Pedro Miller
O lugar mais
feliz da Terra
Giulia
Minha Odisseia
André Leite
Política:
uma questão
de liberdade.
Katarina C. Leal
A gentileza
como uma
escolha pessoal.
Júlia Dile
Sexo, gênero,
orientação sexual e
identidade de gênero
Prof.
João Marcelo
Teoria e Saber Teoria
Hélder Câmara
Ciência e
Espiritualidade
pretensões de
diálogo.
CURSO DE HISTÓRIA
DA FILOSOFIA
GRUPO SATOR
DE AULAS
DE LATIM
AULAS DE
Sou diabético.
E sim,
preferiria
ter AIDS
Prof.
Luciano
PARA ENEM/
VESTIBULARES/
CONCURSOS
Renan C. Maia
Daniela
Magalhães
A FORMA
Pág. 3 Pág. 5 Pág. 6
Pág. 13Pág. 12Pág. 8Pág. 8
Pág. 4
Pág. 14 Pág. 15 Pág. 16 Pág. 16
Pág. 17 Pág. 18 Pág. 19 Pág. 9
Pág. 20Pág. 6Pág. 9
Pág. 9
Número 05 – fevereiro/2016 Página 2
Editorial
Expediente
Parceiros de conteúdo e financiamento
Sebo: lugar de gente inteligente
PELOS BIGODÕES
Gregos & Troianos
- casa de leituras -
O PelosBigodões 5 é nossa entrada
com pé esquerdo em 2016. Para nós, que
fique bem claro, o que vem pela esquerda é
que é mais saudável, mais humano.
Aprendemos muito em 2015.As três
primeiras edições foram mensais, mas o
cotidiano não permitiu essa cadência. Em
compensação, o que começou com 8
páginas passou para 12, 16... e chega agora
a suas mãos com 20. Nossa proposta para
2016 é a bimestralidade.
Outra boa notícia: atingimos nosso
equilíbrio financeiro. Os apoios recebidos,
as parcerias conquistadas nos dão orgulho.
São vários os tipos de colaborações ao
longo desta edição.
Outro motivo de orgulho são os e as
que assinam os textos. A eles e elas:
obrigadÃO! Queremos mais disso. Aqui só
escreve quem a gente admira, respeita,
quem a gente acha que ao expressar o que
pensa faz a comunidade e o mundo um lugar
melhor.
Temos várias outras idéias e
convites esperando viabilidades. É isso.
Contato:
contatopelosbigodoes@gmail.com
Tel.: 2109.0246
Tiragem: 2.000 exemplares
Impressão: Gráfica Diário do Vale
Distribuição: gratuita
Verbas recebidas para esta edição:
R$ 1.290,00
Total de gastos: R$ 1.080,00
Saldo das edições anteriores:
negativo em R$ 1.830,00
Parte dos anúncios são cortesias,
motivadas por razões as mais diversas. 70%
das verbas correspondem a permutas.
Gostamos de permutas. Queremos
permutar mais. Quer permutar com a gente?
Só não gostamos da palavra “permuta”. Mas
permutamos mesmo assim.
Aexposição das verbas que entram,
bem como das que saem, está à disposição
da curiosidade dos curiosos de plantão.
Basta nos contatar.
Aliás, da palavra “curiosidade” nós
gostamos. Gostamos tanto que até
gostamos de gostar dela.
A diagramação (que muito tem nos
agradado) é do voluntário João Pedro
Gonçalves da Silva, irmão do Luiz Gustavo,
do Francisco e do Joaquim, filho da
Mariangela, namorado da Paloma e
cunhado da Rizellis.
É um carinha legal. E vai melhorar.
Agradecimentos públicos.
Cristão, de uma cristandade que
transcende qualquer catolicismo. Muito mais
educador do que professor. Sujeito histórico
por excelência.
Afirmo que Deus, se existisse, e em
existindo, se se decidisse por agir no varejo, e
se, em agindo no varejo, quisesse interferir
para que o mundo fosse melhor, uma opção
seria colocar um João Alberto Stagi em cada
bairro, de cada cidade.
Com ele, uma certeza, a de que enquanto
não construirmos a utopia que sonhamos, “a
luta continua, companheiro”. (LGS)
Prof. João Alberto Stagi.
Este número é dedicado ao prof. João Alberto Stagi
Número 05 – /2016 Página 3fevereiro
Falta de dinheiro e de conhecimento
não são desculpa para deixar de plantar
árvore ou de cuidar de um jardim. Mesmo.
Moradores de Itatiaia e Resende têm à
disposição mudas gratuitas e orientações
sobre cultivo de plantas, e isso é possível
através dos hortos de ambas as cidades. Em
qualquer época, não só nas primaveras, que
tal levar para casa pelo menos um vasinho de
árvore?
Comumente usados na arborização
das cidades, os ipês chamam a atenção na
época de florescimento. Eles são árvores
robustas cujas flores dominam as copas. E foi
na rua da minha casa que um deles, branco,
me chamou a atenção. Já que no meu quintal
houve duas grandes perdas recentes - uma
goiabeira e um limoeiro tombaram - nada
mais justo repor o verde perdido. Antes de
procurar floricultura, lembrei-me de que
poderia adquirir os pés de graça e pedir
orientação. Zero-oitocentos.
No horto de Itatiaia, no Centro, a
doação de mudas ocorre às quintas-feiras,
entre 8h e 11h30. Cada morador tem direito a
dez vasinhos e, antes de ir lá, é preciso pegar
autorização na secretaria de Meio Ambiente,
na sede da Prefeitura. Nesse documento
constarão as espécies e a quantidade
solicitada, bem como o endereço onde serão
plantadas e dicas quanto ao tratamento a ser
dado a elas.
Estavam disponíveis, no início do
mês, para os itatiaienses mudas de ipês,
jacarandá, palmeira-leque, pata-de-vaca,
areca-bambu, aroeira, sibipiruna,
caramboleira, ameixeira, cacaueiro,
amoreira, laranjeira... Na ocasião levei dois
potinhos de ipês, amarelo-do-campo e
branco.
No meio do
caminho tinha um ipê
Ao horto de Resende, próximo ao
aeroporto, o morador deve levar original e
cópia da identidade, CPF e comprovante de
residência emitido nos últimos três meses.
Depois de apresentar esses documentos, o
interessado ganhará uma carteirinha da
Agência de Meio Ambiente da cidade (Amar)
para ser apresentada toda vez em que for
pegar mais plantas.
O atendimento é de segunda a sexta-
feira, das 8h às 11h30 e de 13h às 16h30. A
cada doação, os resendenses podem levar
até dez mudas; por espécie, a quantidade
máxima é duas. Os moradores têm direito de
pegar os vasinhos - de araçás, cumarus, ipês
etc. - uma vez por mês; em Itatiaia não há
essa limitação temporal.
As espécies citadas neste artigo são
comercializadas por aí ao custo médio de R$
10. Mediante as quantidades permitidas que
conseguimos levar para casa, originadas dos
hortos municipais, é uma economia e tanto. A
natureza agradece o incentivo.
Em tempo: os telefones (24) 3352-
6740, da secretaria de Itatiaia, e (24) 3360-
8447, da agência em Resende, são os
contatos destinados a dar mais informações a
quem quiser contribuir para que tenha mais
árvores no meio do caminho.
Luciano Abreu
jornalista
e agora
plantador de ipês
PENSA EM INGRESSAR NA CARREIRA PÚBLICA?
PREPARE-SE NO PRÉ-CONCURSO DO
ESPAÇA DO SABER!
1- Hoje muitos se divertem com a patinação, mas
sabemos que existem vários tipos e modalidades,
poderia resumir algumas informações com
relação ao assunto em pauta? "A Patinação" - "Os
Patins".
De fato, existem várias modalidades de patinação de
rodas.As principais são:
- Patinação de velocidade: esta modalidade
requere um patins mais leve (geralmente com bota de fibra
de carbono) e com rodas maiores (hoje, tipicamente de
110cm enquanto o patins comum costuma ter rodas de
80mm). Existe um campeonato federal desta modalidade,
do qual participei em 2008 e 2009 com o time da RioInline
(http://www.rioinline.com.br/). Existem provas em pista
fechada, e fora do Brasil,
é cada vez mais comum que ao se realizar uma prova de
maratona de corrida a pé, que o percurso também seja
usado para uma prova de maratona de patinação inline
(exemplo de Berlin naAlemanha).
- Patinação radical: se pratica em rampas com um
patins mais reforçado e baixo (rodas de 72mm em geral). É
uma disciplina bastante espetacular que cresce cada vez
mais, porém, requere um excelente domínio da patinação e
um gosto pela adrenalina. No Rio, pode aprender esta
modalidade com o professor de patinação Lyon Aragon.
Uma variante desta modalidade é a patinação “urban” que
aproveita obstáculos encontrados na cidade para efetuar
manobras como pulos, deslizes,...
- Downhill: Se trata de descer com a maior
velocidade possível longos declives, geralmente em
regiões de montanha. O patins é mais estável (muitas vezes
se usa um patins de 5 rodas) equipamentos de proteção
individual reforçados (kevlar é muito usado) em função da
velocidade alcançada nesta modalidade e dos riscos
inerentes.
- Patinação artística e dança: semelhante à
modalidade no gelo, esta variante requer um patins de base
mais curta para ganhar em manobrabilidade. Nesta
modalidade ainda se usa o patins “antigo” com duas rodas
na frente, 2 atrás e o freio na frente. Porém cada vez mais,
patins inline são desenvolvidos para a dança também.
- Slalom: é uma modalidade que praticamos no grupo
resendense e que consiste em efetuar manobras em volta
de cones de plástico alinhados no chão. Geralmente
requere um patins de base curta, bota rígida e um ajuste
específico nas rodas (roqueadas: rodas menores na ponta
e no calcanhar). É a modalidade mais comum de se ver
praticar dentro de grupos como o nosso, até com patins
comuns. Esta modalidade é um excelente ponto de partida
para quem quiser iniciar na patinação, pois ensina bases
de equilíbrio que poderão ser úteis em todas as demais
modalidades.
- A patinação “fitness”: é tudo que se faz de
patins além das modalidades descritas acima como
passeios. É onde a patinação é levada a modalidade
aeróbica com os benefícios que acompanham (melhorar o
condicionamento, emagrecimento) sendo que para se
manter em equilíbrio patinando, um número maior de
músculos é solicitado do que na corrida a pé por exemplo,
causando um estresse muito menor para as articulações,
pela ausência de impacto (fora quedas, mas isso faz
parte... ? )
O que se pratica no grupo resendense é
tipicamente a patinação Fitness e o Slalom.
2- Existe um grupo de patinadores crescendo em
Resende. Qual o nome do grupo?
Ficamos mais de um ano sem parar muito para
encontrar um nome definitivo para este grupo. Sendo
assim, o grupo se chamava de “Patinadores das Agulhas
Negras” no Facebook, “Avida de rodinhas” no Whatsapp e
quando no ano passado pensamos em fabricar camisetas,
tínhamos fechado o nome de “Agulhas Negras Inline”. Em
outubro de 2015, resolvemos unificar a identidade do
grupo abaixo do nome “Agulhas Negras Inline”.
3- A escolha do nome tem um significado
especial?
A ausência de nome definido combinava bem
com o lado bastante informal que o grupo adotou. Mas
ficou bem melhor agora com um nome definido! Facilita a
divulgação! ?
Na época, escolhi incluir ao nome do grupo do Facebook
um local que eu gosto muito – o Pico dasAgulhas Negras –
e uma prática esportiva que gosto tanto quanto a
Patinação – o montanhismo. O intuito também era
abranger desta forma uma área maior do que
simplesmente Resende. Tanto é que hoje, já temos
patinadores do Itatiaia, Porto Real e com certeza, irão
aparecer pessoas dos demais munícipios dos arredores.
4- Quem foi o seu fundador?
Eu fui quem plantou a semente do grupo, mas
que de fato está o construindo são os próprios membros!
presente de Natal e postou no Face uma foto dela
aprendendo a andar no estacionamento do Alphaville, não
sem uma certa dificuldade. Ofereci de lhe dar umas dicas.
Ela topou e logo, comentou com amigos e amigas que
começaram a aparecer, seguidos pelos amigos e amigas
deles. Até que no começo de 2014, eu criei o grupo do
Whatsapp para facilitar a comunicação e o planejamento
dos encontros.
5- Com qual objetivo?
O meu objetivo inicial era buscar reproduzir aqui
algo que tinha me ajudado a sair do sedentarismo na época
da faculdade: Meu joelho não me permitia praticar a corrida
a pé mas eu precisava voltar a praticar uma atividade física
(para perder peso, extravazar o stress do quotidiano,...). E
quando conheci o grupo onde dei minhas primeiras
passadas (Reims Roller Fitness, Reims, França) foi um
novo mundo que se abriu para mim. Um mundo de
liberdade, de prazer saudável e amizades que até hoje
perduram. E o funcionamento deste grupo era bem
parecido com o que temos aqui: Não há regras formais nem
dono do grupo; o grupo pertence aos membros e
consequentemente, a qualidade do que aí se encontra é o
reflexo da qualidade das pessoas que o compoem: até hoje,
FANTÁSTICA!
O grupo não tem regras, mas tem valores!
Principalmente o respeito (tanto nos grupos do Face e do
Whatsapp quanto nos encontros), buscar vehicular energia
positiva, e para o bom andamento do grupo, “quem sabe
mais ensina quem sabe menos”. Valores aparentemente
bastante naturais para as pessoas que acabaram entrando
no grupo.
6- A ideia inicial era apenas divertimento ou o grupo
também participou ou participa de competições?
Na base do que descrevi antes, o objetivo deste
grupo é oferecer a quem quiser uma bolha de tranquilidade
na correria do dia a dia, através de uma atividade saudável
(com poucas restrições à pratica dele) e acompanhado de
gente que buscam a mesma coisa... Essa era minha ideia
inicial e confesso que estou gostando de ver que não fugiu
muito disso! Os membros poderão opinar... ?
Nada de participação em competições no
momento, nem projeto para tal. Para poder participar de
competições, precisaria de um local adequado, de aulas
formais por professores/técnicos “de verdade”,
qualificados. E lidar com essa parafernagem toda foge da
tranquilidade que eu busco através deste grupo e desta
atividade.
Mas com o tempo e o aprimoramento de um grupo
cada vez maior, a vontade de organizar passeios de patins
pela Cidade de Resende veio se manifestando cada vez
mais forte. A qualidade do asfalto complica a realização
desta ideia, mas no final de dezembro de 2015,
conseguimos organizar o primeiro passeio de patins
resendense, com um percurso de 9km, acessível para
todos os níveis! Contamos cerca de 40 participantes! Para
uma primeira, um ótimo resultado! E não posso mencionar
Número 05 – /2016 Página 4fevereiro
Bate-papo sobre PATINS com Benjamim, do grupo ‘‘Agulhas Negras Inline’’
O grupo nasceu da
seguinte forma: desde que
cheguei em Resende (quase 10
anos atrás) fiquei procurando
um grupo de patins, coisa que
tinha nos demais locais onde eu
tinha morado antes, e me fazia
muito bem. Na ausência de um
tal grupo, comecei a andar
sozinho pela cidade, no Parque
das Águas,... Cheguei a criar o
g r u p o d o F a c e b o o k
(Patinadores das Agulhas
Negras), com o intuito de
c o m u n i c a r s o b r e e s t a
modalidade relativamente
desconhecida na região, mas
sem maior repercuções...
Até que no final de
2013, este grupo começou de
forma bem inesperada: uma
amiga ganhou um patins de
este evento sem mencionar a participação ativa dos
membros e um apoio fantástico da Secretaria de Esporte
e Lazer de Resende. Antes disso, no começo de
novembro de 2015, uma turma se organizou para que uns
15 patinadores resendenses possam participar do Roller
Rio, na orla de Copacabana. Um evento muito legal do
qual todos voltaram querendo mais! É de se esperar em
2016 então que uma iniciativa dessa se repita.
Pessoalmente, conheci a parte de competição de
patinação participando da Copa Brasil de Patinação de
Velocidade em 2008 e 2009, 24h Roller du Mans (França,
de 2000 a 2004) entre outros eventos e hoje, confesso que
passei da fase. Minha através da minha prática esportiva
atual (patins, natação, ciclismo, corrida, caminhada,
mergulho essencialmente) busco melhorar minha
qualidade de vida. E é um pouco disso que procuro passar a
quem cruza meu caminho.
7- Inicialmente contavam com quantos componentes?
Quantos componentes tem hoje?
Inicialmente contava comigo (que grupão! ? ),
depois minha esposa, furtivamente, minhas enteadas, até
aparecer esta amiga (no final de 2013) que ajudei a dar os
primeiros passos. E hoje, estamos com 268 membros no
grupo do Facebook e tivemos que criar um novo no grupo
do Whatsapp, já que o primeiro tinha lotado com 100
participantes. O primeiro ano ainda foi relativamente tímido,
mas em 2015, começou a aparecer um pessoal animado
que está aproveitando, desenvolvendo muito e ajudando o
grupo a crescer e aparecer cada vez mais! A última
conquista, iniciada por uma das primeiras participantes do
grupo, foi de conseguir junto à Secretaria de Esporte um
espaço na quadra coberta do Tobogã, todas as 3as feiras
das 20 às 22h!
8- Para participar do grupo é necessário?
Para participar do grupo, são necessários
- 1 patins ou a intenção de comprar um. Se for o caso,
peçam dicas antes de comprar um patins que não sirva!!!
Me deixa muito triste ver uma pessoa chegar animadíssima
com patins novinho e descobrir que comprou um patins do
tamanho errado que vai impedir seu progresso... Para
quem tiver interesse em comprar um patins, postei umas
dicas que eu fixei na publicação inicial do grupo “Agulhas
Negras Inline” no Facebook. Incentivo até os vendedores
das lojas onde se compram patins em Resende hoje, a
conferir essas dicas!
- boa vontade para aprender a patinar
- disposição para aguentar esta turma, pois eles não
cansam nunca! ?
Para entrar em contato,
- o mais fácil é aparecer no Domingo no Parque (todo
domingo no Parque das Águas) ou no encontro semanal da
terça feira no parque do Tobogã. Tem aparecido bastante
patinadores nestes encontros, até no calor atual do verão!
- pelo facebook (Patinadores dasAgulhas Negras)
Mas importante é ter claro que este “participar do
grupo” não implica em nenhuma matrícula ou mensalidade
mas sim na vontade de conhecer/aprender/ aprimorar a
prática da patinação num ambiente tranquilo, sem pressão,
estresse, horário,...
Uma pergunta que volta com frequência é: “Vocês
dão aula?” e a resposta típica é: “Não tem aula formal, até
porque não tem professor de educação física, mas quem
chegar sem saber andar, sempre vai achar pessoas que
andam mais e dispostas a dar as dicas iniciais para
destravar”.
9- Suas considerações finais sobre o grupo
Hoje, eu fico muito feliz em ver este grupo crescer
deste jeito. Como coloquei antes, este não é MEU grupo
mas sim UM GRUPO QUE PERTENCE AOS SEUS
MEMBROS. Espero que essa energia perdure e cresça
cada vez mais, ajudando uns a voltar a uma atividade física
saudável, outros a aliviar o estresse do dia a dia,
conhecendo novas pessoas vindo de horizontes muito
variados, num ambiente saudável, respeitoso e divertido.
Benjamim
Número 05 – /2016 Página 5fevereiro
Em seus 120 anos de existência, a sétima arte tem
se colocado à disposição para retratar, das mais diversas
formas, a humanidade e nossa sociedade.
Comédias, dramas, suspenses, terror, ficção
científica... Falar das relações humanas e seus
pensamentos, aspirações e sentimentos é um combustível
eterno para aqueles que dispõem do poder das imagens em
movimento.
Gostaria de citar dois grandes clássicos do cinema
que se aproveitaram do imenso alcance da ficção para tratar
de temáticas complexas de uma forma sutil. O que poderia, à
primeira vista, passar despercebido do olhar de um
telespectador desavisado, acaba se tornando material para
interpretações futuras.
O cinema como
metáfora da vida
filme vale a pena ser conferido (está disponível no
YouTube). Alguns anos depois, Romero faria a sequência
do filme – “Despertar dos Mortos”, enfatizando neste a
crítica ao consumismo.
E muitos outras películas fazem muito bem
reflexões sobre nossa sociedade, utilizando muito bem as
entrelinhas: “O Anjo Exterminador” (1962), de Buñuel, é
fantástico; “Os Pássaros” (1963), de Hitchcock, continua a
hipnotizar; “Os Meninos” (1976), de Narciso Ibáñez
Serrador, foi uma grata surpresa pra
mim recentemente.
Com esse poder de integrar
diversas artes num só meio, o
cinema acaba abarcando mais de
nós mesmos do que imaginamos.
Um dos mais famosos é “Vampiros de Almas”
(1956), de Don Siegel. Imagine a paranóia em uma
cidadezinha da Califórnia nos anos 50 quando seus
moradores começam a ser substituídos por estranhas
cópias idênticas? Some a isso o contexto da Guerra Fria e
temos no filme a tão temida ameaça comunista em voga na
época disfarçada de um típico entretenimento para um
casal de namorados ver no drive-in.
Alguns anos, no final da agitadíssima década de
1960, o cineasta George Romero nos brinda com outra
maravilha: “ANoite dos Mortos-Vivos” (1968).
Resumidamente, a trama acompanha o
desespero de um grupo de pessoas isoladas em uma casa
no campo após a ameaça de seres humanos
“ressuscitados” devido à radiação liberada pela queda de
um satélite. Junte um grupo de estranhos num ambiente
fechado e já imaginamos que o clima só tende a ficar mais
tenso. O final, metáfora perfeita de conflitos sociais, traz
um homem negro que... Não conto porque o
Renan C. Maia, 25 anos,
jornalista por formação,
autor do blog:
www.blogletraseimagens.blogspot.com.br.
66,506x
Número 05 – /2016 Página 6fevereiro
Pelos bigodes do poetaE estão todos convidados a ver aqui
publicadas as suas ousadias em versos e
estrofes. É só entrar em contato (pelo e-mail no
expediente).
Uma provocação do poeta que inspirou
o título deste informativo cultural: Paulo
Leminski
+O assassino era o escriba
SIMPLES ASSIM
Não esperem rima
Não esperem nexo.
Sou mesmo assim...
Complexo!
PROCURA-SE
Minha pobre amiga.
tão triste a tua mensagem.
Esta dúvida que te atormenta
sobre a tal felicidade...
Que esperas que lhe diga?
Não curto Jorge Amado
nunca li Gabriela.
Nem tenho pássaros
cantando na minha janela.
Estão todos engaiolados
Prisioneiros 2011
(etiquetados e numerados)
Como posso eu saber
onde a felicidade se esconde?
Juro por esse deus
em que você acredita
que tentei achar uma pista.
Em vão! Nem a pau!
Tentei nos classificados
na internet,
o escambau.
- Felicidade? Vou procurar.
Não! Não consta!
Mas não desista,
continue a esperar.
Pode ser que um dia
(só de pirraça)
pra me desmentir,
ela resolva existir.
NOITES DE BAGDÁ
Venho de longe...
Lá onde mísseis cirúrgicos
provocam abortos na lua
cheia
e aviões conquistadores
cegam estrelas confusas.
De onde venho
a boca de Sherazade
cala histórias de amor
E as mil e uma noites
são dias de pesadelo.
Venho de onde
carcaças enferrujadas
transportam humildes
soldados.
Ignorantes invasores
portam máquinas
"inteligentes»
De onde fujo
olhos choram lágrimas
vermelhas
e armas a laser gargalham
em prata.
A terra quente jorra vinho
negro
que viciados gelados
querem beber.
Mãos desguarnecidas
guerreiam pela paz.
Homens armados
prometem liberdade.
Fujo de onde
desertos são povoados de
corpos
vítimas de corpos desertos
de alma.
Não há por quem voltar
Não há!
Não há mais lua cheia
Não " ALÁ»
Nunca mais poderei ficar
Pra lá de Bagdá.
Maria José Pinto
Quem sou eu? Alguém que há
décadas procura por essa
resposta. Talvez já tenha me
encontrado e distraída não me
reconheci...
FOGO CONCRETO
Que fogo é esse, homem branco
que queima meu irmão
mas me deixa congelado?
Que fogo é esse índio Galdino
que consome teu corpo de homem
e tua alma de menino?
...É o fogo ateado pela mão
daqueles que não sentem frio.
Nasceram em berço de ouro
mas são frutos do calafrio.
Se branco fosses, índio Galdino
terias como epitáfio:
"Tu és pó e ao pó voltarás".
Mas até isso lhe foi negado.
Não carece devolver à terra.
o que restou de ti, carbonizado.
Mas tua alma desvalida
jamais será esquecida.
Meus filhos compadecidos
contarão às futuras gerações
a história do índio Galdino
que dormiu tranquilo no mundo
do homem dito civilizado.
E acabou mortalmente ferido
por bichos do concreto armado.
AH! índio irmão, quanta ingenuidade...
Trocaste os perigos da selva
pelos animais da cidade!
EGOCÊNTRICO
O cão que ladra em mim
não tem nome.
Não uiva para a lua
não gosta da rua.
Às vezes pacato,
outras violento,
este cão sarnento
não quer comida.
(ele consome a vida).
Ele é meu único amigo.
Este cão é meu umbigo.
A FORMA
Veia trás detrás a forma q entorna o
eixo deslizante desviando o prédio
invadindo janelas recortando o piche.
Craquela o vidro que vira moleira.
Artéria trava. Brainfreeze
Cérebro estoura o pára brisa
abandonado pneu furado ar
anuveando a rua vazia de catástrofe.
Acabou.
A polícia, a escola, a mãe, a cor a
corda que levanta o cimento e a tinta
q agora borra o chão
Acabou.
A esplanada, a cidade cheia de
planos, de nadas e de céu
Acabou.
E o palácio se inunda de troncos,
galhos, raízes tortas folhas caindo
escorrendo em veia seca.
Daniela Magalhães
Coreógrafa, baterista da
Camille Claudel e
poetiza de kitnet.
Poeta desta edição
O que quer dizer
O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.
Número 05 – /2016 Página 7fevereiro
COINCIDÊNCIA
Quando o tempo já não
passa,
ultrapassando-nos...
antevemos o passado,
viemos antes
dos antepassados.
Quanto foi que nos
desgastamos
Ao passarmos...
Ao pesarmo-nos de instantes
dos outros.
Quando o tempo não
escuta..
contamos com o
irrespondível
dispomo-nos ao despir,
inventando
outro passo.
Quem dá o compasso,
investigamos
até o outro já não somos
Quando o onde aparece,
paramos..
Aonde vamos torna-se o
lugar
Para além do qual, estamos
No interior do tempo,
exteriorizamos.
Passemos então a ser
espaços
Ultrapassantes !!
Papeleiro e Revisteiro,
aprendiz de penedense,
circulante em Resende,
amador das palavras e
bendizeres e eterno
estudante dos símbolos.
Leandro Augusto
INOMINAVEL
Que estranho deus
anti-ecológico
permite brotar
no amarelo
solo do Japão,
o cogumelo
Dá a Hitler frutos venenosos
que arianos pássaros
gulosos
insistem em devorar?
Sem dúvida, um deus perdido
criou florestas de raízes
indígenas
e choveu sobre elas
armadas nuvens
de gafanhotos pálidos
Distribuiu sem critério
as flores, os rios
onde ervas daninhas encaloradas
afogam girassóis transidos de
frio.
E como se não bastassem
o fruto podre
a semente maldita
a peste
Esse deus ensandecido
semeia (a mancheias)
crianças secas
no útero rachado do agreste.
... que deus é esse?
CANTO DE DESENCANTO
Filho:
Esquece as cantigas de ninar.
Esquece!
O som que embala a Terra
é só o som da guerra.
Não tente ouvir estrelas
(nem vê-las)
São cadentes.
Quedaram quietas
por falta de poetas.
E pensando bem
apaga de tua memória
os anjos também.
...AH! sabe aquela história
de que os homens são iguais?
Ignora!
E por favor -
não chora.
Não existiu a pomba da paz.
Jamais!
Jamais!
E sobre aquele ser
a velar os sonhos teus?
Acorda, filho meu
Até deus virou ateu.
E agora olhe ao seu redor
Olhe melhor...
Toda esperança está morta.
Lamento,
o que ouves não é o vento
É bem pior!
É o último alento
do corvo a grasnar à sua porta:
-Never more
Never more!!!
( CANTO PARA REENCANTAR-TE)
Entretanto...
Apaga o pensamento
que tanto mal lhe causou.
Afinal,
o mundo não acabou.
Abra janelas de ver
com olhar de primeira vez.
Já é tempo de aprender
que o encanto desse canto
não está na lógica.
Está na mágica
de perceber
com espanto,
a magia
dessa vida sem BIO
e desse estudo
sem LOGIA.
FINAL DE ANO
Acordei hoje puta da vida.
Só por quatro semanas
posso dar uma morrida?
Se algo acontecer
você me avisa.
Então tá combinado.
Deixarei meus neurônios desligados
e o coração desconectado.
Vou ficar "off line" trinta dias.
Quero ficar bem morrida.
Já avisei a Telerj, a Net
e também o carteiro.
Não telefonem - Saí.
Não mandem email- Não leio!
Só viverei se você me chamar
pois sei que não há de ser
por um motivo banal.
OBS: Pode deixar recado
na secretária eletrônica.
Voltarei para o Carnaval.
Tchau!
ERRATA
Voltei!
Perdoa-me pela mentira.
Ontem mesmo avisei
Que "tava morrida".
Sem telefone, email etc e tal.
Mas hoje acordei normal.
(não se faz mais mortos como
antigamente...
por qualquer motivo, ressuscitam a
gente)
E como zumbi tropical
levanto, escovo os dentes,
tomo café e parto pra luta
(embora continue achando
a vida filha da puta).
Saio à rua. Nada mudou.
Ninguém notou minha ausência.
(nem uma nota no jornal)
Pudera!
Fiquei por tão pouco tempo
morrida...
Mas não posso negar
que foi engraçado
ver a cara decepcionada
de quem festejou minha partida.
Azar deles! Não fui!
...Mas haverá um dia
(espero que ainda tarde)
em que sem avisar ninguém
-nem a mim-
vou pegar prática
e morrer de verdade.
Enfim... e fim!
360 GRAUS
Não esperem de mim,
palavras amenas, serenatas ao luar.
Não sei falar de flores.
(só da rosa de Hiroshima)
Não canto o amor.
(não encontro a rima).
Escrevo aquilo que sou.
Mas vou lhe contar um segredo:
Nunca reclamo. Escrevo!
Talvez por isso quem me vê
(mas não lê)
imagine que sou feliz.
...Até que às vezes acontece
da tristeza se ausentar.
Mas sempre a dor que espreita
volta para me lembrar
Que não há sentido na vida.
Que a alma - se é que existe-
é só um pássaro cativo
neste corpo que não reconheço.
Então...
Volto a ficar triste. Mas não reclamo
-Escrevo!
EFEITO ESTUFA
A Terra
envergonhada
viu-se despida
de seu verde manto
O céu
curioso
arregalou negro olho
E o sol
sorrateiro
aproximou-se para ver
melhor
IRÔNICO
Gosto de ficar assim
Estático
Portar um sorriso
Sarcástico
Não retribuir um Bom Dia
Enfático.
...Tem dias em que acordo assim
Antipático!
Número 05 – /2016 Página 8fevereiro
Eu estava sentando para escrever essa
minha primeira coluna no Pelos Bigodões, e comecei
a pensar na Resende de 33 anos atrás, quando eu
aqui cheguei.
Era uma Resende que tinha nome e
sobrenome. Que você almoçava no Gordo, tomava
café no Bar da Dodô e se atualizava sobre tudo que
acontecia na política ou no Bar Caçula, ou no Cospe
Grosso ou na Cantina Portuguesa. Onde sempre
encontrávamos o Martinho, o Manoel Ramos, o
Aríseo Maciel, oToninho Capitão.
Era uma Resende de poucos prédios, (acho
que só existia o da APM e o Solar Beira Rio. Falo dos
grandes prédios, não aquelas construções de 4
andares), com a CidadeAlegria recém
inaugurada, e sua renda vinha do comércio, da
presença da AMAN, da Xerox e da Michelin e da
produção rural de leite, com uma grande Cooperativa.
Era ainda uma cidade de pouco mais de 80 mil
habitantes.
Hoje a gente entra em Resende e vê um
shopping com a grandeza de cidades como o Rio de
Janeiro e São Paulo, um shopping que
pode perfeitamente ser categorizado como “o não
lugar”, expressão cunhada pelo dramaturgo Alcione
Araújo. Um lugar que pode ser aqui pode ser na
Baixada Fluminense, pode ser em Curitiba ou
Fortaleza, com seu pé direito alto, suas lojas âncoras
e sua praça da alimentação padrão. Um lugar sem
personalidade, sem carisma, um não lugar.
A Resende de hoje trazia uma nova história
para o desenvolvimento regional e nacional. É a
Resende da MAN Latina, da Votorantim, da Pernot
Ricard, da região do Estado do Rio de Janeiro que
não tem petróleo, mas que mais crescia, com a
Peugeot Citroen, a Guardian, a Galva Sud e Itatiaia
com a P&G e com o transmodal e a Land Rover
Jaguar.
Só esqueceram de combinar com os russos.
Apolitica econômica
do governo do PT, depois de 4 anos de ilha da
fantasia, fez a máscara cair e já se fala num rombo de
R$ 70 bilhões.A Man Latina, a Peugeot, a Galva Sud
(hoje CSN Porto Real) respiram por aparelhos, e a
grande esperança metalúrgica do sul do Estado está
virando cinzas.
O perfil desse jornal é de jovens estudantes,
que podem nem estar entendendo do que estou
falando, coisas distantes do século passado. Mas é
bom sentir saudades daquela Resende quase
bucólica, que todos se conheciam. É triste olhar para
um futuro, de uma cidade que recebia de braços
abertos todos aqueles que a escolheram para crescer
e viver. E que a crise econômica destruiu, e que
perdeu seu nome, seu sobrenome, sua identidade. E
que virou um não lugar.
O Não Lugar
Prof.
José Leon
Imagine poder ir onde nenhum
humano foi. O meu pensamento
pode fugir um pouco para o lado
Star Trek ou filmes de heróis, mas
ser criada por aliens não pareceria
algo tão de outro mundo.
Certo...pareceria.
Sempre imaginei como seria de
tirar o fôlego fazer viagens
interstelares, descobrir mundos
perdidos, levando em conta aqui
que os aliens podem ser muito mais
avançados que nós. claro que pode
haver também alguma espécie
alienígena que vive como os
primitivos.
Imagine uma civilização
a l i e n í g e n a a v a n ç a d a c o m
exploradores nesse momento
chegando nas proximidades de um
buraco negro, ou fazendo viagens
no tempo. Eu com toda certeza
queria estar lá. Quando era criança,
fiquei a pensar uma vez como seria
ser abduzida. Ou se eu nascesse
em algum outro mundo, em outra
galáxia. Os filmes de ficção
científica realmente me tiram da
realidade humana.
Poder viajar por um um buraco de
minhoca (espécie de atalho entre
duas regiões distantes do espaço),
descobrir mundos habitados por
outras espécies e interagir com
elas, viajar em uma nave com
capacidade para velocidade de
dobra ou até chegar nas
proximidades de um buraco negro
realmente é o que venho
imaginando desde que comecei a
ler mais sobre o espaço e tudo o que
foi descoberto, as teorias e tudo o
que ainda não sabemos. Tudo só
me faz ter certeza na resposta da
pergunta aqui proposta. Afinal,
somos tão insignificantes diante da
história do universo e, para provar,
imagine um calendário cósmico
(apresentado na série Cosmos por
Neil Tyson): O primeiro dia de
janeiro é o dia em que ocorre o Big
Bang. Somos tão novos e pequenos
que surgimos apenas no último
segundo do dia 31 de dezembro.
Coisa de
outro mundo
Júlia Barreto
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Número 05 – /2016 Página 9fevereiro
*
*
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Número 05 – /2016 Página 14fevereiro
As portas do parque se abrem para
Jorge. Eram oito da manhã, estava quase
vazio, habitado somente por famílias de
crianças que insistiram em chegar cedo ou
pais que queriam fazer valer seu dinheiro.
Jorge não se preocupava, não tinha filhos e
nem estava pagando. Passou pelos
brinquedos, conhecia cada curva da
montanha russa, sabia qual lugar teria a
melhor vista na roda gigante, que cavalo do
carrossel parecia ir mais rápido. Sabia os
truques dos jogos de argola e pescaria, não
que precisasse jogar, podia pegar o prêmio
que quisesse. Mas agora não era hora pra
isso, tinha que tomar café.
Asineta da porta anunciou um novo
cliente, Maria preparou o melhor sorriso pra
recebê-lo, era seu primeiro dia, queria
passar uma boa impressão. Seu principal
motivo para trabalhar ali eram
as crianças, para muitas delas esse dia no
parque seria o melhor de suas vidas. Para
ela foi.Aporta abriu, ela aumentou o sorriso
e:
-Bom dia!
-Calma minha filha, são 8 da
manhã. Manera na animação.
Ele devia ter uns 40 anos, usava
moletom cinza e calça jeans. Era careca,
mas a barba, já com alguns fios brancos,
chegava no peito. Tirou um livro do bolso e
sentou. Pediu um café sem nem olhar pra
ela.
Bebeu. Estava uma merda.
Sempre esteve, desde que começou a
tomar café. Tentou ler um pouco, mas a
garçonete não parava de olhar pra ele. É
nova. Não sou o que você esperava, né?
Cadê a família do comercial de
margarina? O garotinho remelento? A
menininha vestida de princesa?
Não se preocupe, eles vão chegar.
Mas eu sempre chego antes. Jorge tirou a
garrafa do bolso, normalmente não bebia
tão cedo, mas a chance de chocar a
garçonete era boa demais. Derramou
uísque no café, misturou com o dedo e
bebeu. Olhou para ela em busca do crachá.
Fazia questão de saber os nomes.
-Muito obrigado, Maria. Estava
maravilhoso.
Jorge vai em direção à saída,
contando quantos passos daria antes de
ouvir:
-O senhor precisa pagar.
O suficiente para chegar na porta.
-Não, não preciso.
Sai do restaurante e sente o sol na
cabeça, parece que vai esquentar. Quer
tirar o moletom, mas não está de camisa.
Nem eu poderia andar seminu por aqui,
pensa enquanto se dirige a uma loja. O
parque já começou a encher, filas se
formam nos brinquedos. Tenta se lembrar
da última vez que entrou numa delas.
Chega na loja, o caixa olha pra ele com um
sorriso que desaparece assim
que o reconhece.
-Bom dia pra você também, Caio.
Pega a primeria camisa que
encontra e vai pro provador. Tira o moletom e
passa a mão na cicatriz em seu abdômen,
podia jurar que ela estava maior, mas
provavelmente o que tinha crescido
era a barriga. Vestiu a camisa vermelha com
a estampa de um cachorro sorridente. Jorge
tinha pelo menos umas dez em casa.
Passou pelo caixa e Caio perguntou:
-Só isso?
-Achei que você tinha que atender a
todo cliente com um sorriso.
Caio suspirou e forçou-se a sorrir.
-Assim é melhor. Me passa um boné,
do azul, eu sei que é mais caro.
Jorge continua caminhando pelo
parque, pensa em andar em algum
brinquedo mas não sente vontade.
Engraçado como as coisas ficam repetitivas
depois de 30 anos. Tirou o livro do bolso e
sentou-se num banco perto da barraca de
argolas. Entre um capítulo e outro olhava
crianças jogarem seu dinheiro fora em troca
de uma pelúcia que nunca iriam ganhar.
Teriam sorte se levassem um estalinho pra
casa. Lambeu os dedos para passar a página
e ouviu um grito:
-E por quê?
-Porque é o maior de todos.
Jorge ri e aponta para a pelúcia.
Otávio olha pra ele cheio de ódio, mas antes
que começasse a reclamar, é interrompido:
-Bosta!
Era uma garota baixinha, de uns 12
anos, que perdia mais uma argola. Tinha o
cabelo loiro cortado acima do ombro e estava
vermelha de raiva.
-Que roubo! Eu joguei bem na
garrafa, como não entrou?
Tem que melhorar a mira, garotinha.
Respondeu Otávio com aquele
risinho cínico. Sempre foi um babaca, pensa
Jorge.
-Como melhorar a mira? Tô jogando
o dia inteiro e não ganhei nada! Quero meu
dinheiro de
volta seu...
-Tem algum problema aqui?
Otávio e a garota olham pra ele.
Jorge consegue ver toda a frustração que
sua presença causa em Otávio. Sorri.
-Não é da sua conta.
-Isso é jeito de tratar um cliente,
Tavinho? Não quero reclamar pra gerente de
novo. E eu não estava falando contigo.
Jorge olha pra garota e repete a
pergunta. Ela responde:
-O jogo é roubado e esse idiota não
quer devolver meu dinheiro.
-Ele realmente é um idiota. Mas me
diz, você prefere ter seu dinheiro de volta ou
um prêmio?
A garota olha pra barraca com
atenção, avaliando suas possibilidades, até
que admite:
-Um prêmio.
-Qual?
-O leão de pelúcia.
-Me faz chamar a gerente,
Otávio. Por favor.
Otávio entrega o leão, quase do
tamanho dela. Tentando se manter em pé,
a menina enfia a cabeça na juba, sorri e
agradece antes de sair correndo pelo
parque. Jorge se senta, tira a garrafa do
bolso e bebe.
Maria entra no escritório da
gerente,Ana lê alguns papéis e parece não
notá-la.
-Desculpa incomodar a senhora,
teve um problema.
-Já? O parque mal abriu!
-Um cara saiu sem pagar
-Um careca barbudo?
-É.
-O que foi que ele pediu?
-Um café.
-Só um café? E você veio
reclamar?
Ana suspira, não devia ter que lidar
com essas coisas
-Ele não paga, se aparecer de
novo é só dar o que ele quiser.
Maria tem vontade de sair daquela
sala o mais rápido possível, mas não
resiste.
-Não paga por quê?
Ana abaixa as folhas de papel,
parece que não vai trabalhar essa manhã.
-Já ouviu uma dessas histórias de
crianças com doenças terminais que
ganham um desejo?
-Já.
Ele foi uma dessas crianças. O
desejo era um passe vitalício pro parque,
tudo pago. Tinha dez anos de idade e uns
seis meses pra viver, e o idiota que
gerenciava isso aqui antes de mim pensou
“Por que não?'
-O que aconteceu?
-Não é óbvio? Ele não morreu.
Maria reflete por alguns segundos,
olha através janela e vê a montanha russa,
até mesmo dali ela consegue ouvir os
gritos e gargalhadas.
-E ele vem aqui todo dia?
-Todo dia.
Pedro Miller estuda jornalismo na
UERJ, foi um dos vinte finalistas
do Brasil em Prosa com o conto “O
lugar mais feliz da Terra” e não
sabe se divulgar um concurso que
perdeu é mais ou menos triste do
que fazer uma faculdade que não
precisa de diploma.
O lugar mais
feliz da Terra
Sónumsebooslivrostêmhistórias
Número 05 – /2016 Página 15fevereiro
Esse ano de 2015 foi especialmente exaustivo.
Físico e mentalmente. A rotina escolar como um todo exige
muito de você; muito do seu tempo e de sua energia. E por
acaso, tenho o péssimo hábito de comer e dormir, quando
possível, o que também leva tempo. Além disso, havia um
outro fator de importância crescente para mim nos últimos
anos: vestibular. O que muitas pessoas não se davam conta
era sobre o real significado da palavra. O vestibular não é só
uma prova, não requere apenas uma preparação absurda.
Ele pede que você amadureça e faça decisões que vão
influenciarorestodesuavida.Nomínimoemocionalmente
agitado. Desde pequena nunca tive uma “profissão dos
sonhos”.
Nunca quis ser bailarina, atleta, dentista,
aeromoçaemuitomenos,masmuitomenosmédica.Sóme
lembro de duas vezes ter me decidido por algo. A primeira
vez declarei querer ser garçonete. Oi? Sim! Teria que
estudargastronomiaparaestaraalturadeexplicare
sugerir pratos, além de comprar de antemão um patins e já
começar a praticar - precisaria dominar maravilhosamente
minhaferramentadetrabalho.Crianças,bah!
Pelo menos, só mamãe e papai ficaram sabendo
desse surto de imaginação, as pessoas poderiam ficar
confusas. Eles logo trataram de me explicar o real dia a dia
deumgarçom.Oprojetoperdeuagraça.
Depois decidi que queria ser estilista.
Passava horas desenhando. Lia as revistas da
minhamãe.
Mas quando os tios e tias dessa vida faziam a
barbaridade de me perguntar o que eu queria ser quando
eu crescesse e eu respondia estilista, a resposta era uma
cara espantada e um “nossa, mas é uma carreira muito
difícil”. E com o tempo passei a perceber que não me
levavam muito a sério quanto aquela história; afinal essas
crianças dizem tantas coisas com essa imaginação afiada,
que fofura! A partir do momento que aposentei a estilista,
adotei um novo discurso: o brilhante não sei! E realmente,
eu não tinha a menor ideia. “Ah, mas você é tão
inteligente,tãoestudiosa...
Tem certeza que não quer ser médica?”.
Durante muito tempo isso não me incomodou,
achava que a escolha viria naturalmente; um belo dia eu
acordaria e uma lâmpada acenderia-se sobre a minha
cabeça.
Tolinha. O fato começou a me incomodar quando
o tempo foi passando – e esgotando-se – e continuava
totalmenteperdida.
No primeiro ano no ensino médio levei as coisas
com calma. Sabia que não queria nada na área das exatas e
muito menos das biológicas. Só reduzir para algo que me
identificasse dentro da área de humanas. Só. Pensei em
jornalismo.Penseie“despensei”.
Quando até o portal do guia do estudante, que
imparcialmente faz uma apresentação sobre todas as
profissões, diz que o cenário estava meio complicado você
treme na base. O ano então terminou e comecei a me
preparar para o ano seguinte. Mas “aí danou-se”. Um ano
antesdovestibularevocênãosabeoquer?Ta
louca? Quer estudar que nem condenada e descobrir
carreiraaomesmotempo?
Palavras minhas. Desespero total.
Entrei então com artilharia pesada: pesquisas, revistas e
orientaçãovocacional.
Passavaumainterminávelumahoraporsemana
Minha Odisseia
Sou Giulia e tenho 17 anos; natural de Resende
e apaixonada por livros, moda,cinema, música…
e gente! Durante a semana dou uma estudadinha;
porque nem tudo são rosas, não é mesmo?
Twitter: @giu_carneiro
Tumblr: pseudo-cult.tumblr.com
com uma psicóloga fazendo testes e mais testes,
respondendo à perguntas sem fazer a menor ideia da
resposta.
Complicado. E as sessões foram avançando e
minha situação não a presentava sinais de melhora. Aquele
questionamento eterno me matava. Eu me perguntava “o
quevocêgostariadefazer”enãotinharesposta.
Não havia dica. Não havia nada, era um vácuo.
Puni-me muito por isso, era como se eu houvesse falhado
em algo e a frustração era grande. Sentia como se minha
vida estivesse estagnado; enquanto via todos prosseguirem
eu ficava para trás. Pedi muito a Deus, muita iluminação e
força.
Porque as poucos eu desistia. Por um tempo tudo
pareciacético,mecânico.
Escolheria uma profissão que pelo menos não me
causasse abominação e viveria assim, dia após dia. Eu era só
mais uma em meio a tanta gente que acorda e faz isso todo
santo dia, e segue, simplesmente porque a vida é assim:
nemtodomundodescobresuavocação.
Me rendia a um sistema doente, à insegurança
latente e à reclamações; como queria que alguém me
dissesse o que fazer, como ninguém me entendia, como
tudo era igual e previsível, como todos eram superficiais,
inconsequentes e infantis, e como eu não fazia nada para
mudar isso. Enfim, uma bomba atômica presa em uma crise
deidentidade/existencialismo.
E no meio de tudo isso, de súbito, do nada, tudo
pareceu se acalmar. Simples assim, sem razão. Depois da
tempestade,acalmaria.Nãoeraaquelacorreriae
imediatismo que se parecia. Aprendi que sim, nem todo
mundo encontra sua vocação, mas que há todo tempo do
mundopratentar.
Aprendi que embora aguarde um ano de muitas
últimas vezes, muitas primeiras vezes ainda estão pela
frente, que mesmo tendo que deixar algumas coisas para
trás,tereisubstitutosigualmenteimportantes.
Decidi, como haviam me aconselhado, tirar o
sofrimento desse processo; a vida já é tão difícil, tão dura,
não é necessário, nem inteligente, ampliar essa condição.
Não é que tudo serão flores daqui pra frente, tudo
seráfácil,masjánãosintoaquelaangustia
que me devorava, perturbava e chateava tanto. Isso para
mimfoiimportante.Éimportante.
Li que a vida é o que acontece enquanto estamos
ocupados fazendo outras coisas. Enquanto eu escrevo esse
texto, enquanto leio um bom livro, enquanto pessoas
conversam na rua, enquanto a gente nasce, cresce e morre.
Decidi então me ocupar com a vida. Por que não? A partir
desse momento, o peso que havia sobre as minhas costas
foi-se embora e com ele levou os pessimismos que me
impediamdeescolher
qualquercarreiraque
osse;quemepermitiu
entãoenxergarum
futuroefazerescolhas.
Mas,principalmente,
escolhisabendoquenão
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artesanalmente,
com carne de
primeira e cheios
de requinte!
A partir do momento em que se
vive em grupo, em sociedade, a política
se faz necessária, indispensável. Tudo é
política, do convívio em casa, na
hierarquia familiar, com os pais, irmãos e
parentes, ao maior ato de cidadania no
atual modelo de representação, o voto.
Nós nascemos em sociedade e
quando adquirimos consciência de
nossos atos temos obrigações a cumprir,
regras a respeitar. Falar é nosso primeiro
ato político, já que caracteriza a vida em
grupo, cuja comunicação é
indispensável, e o idioma e o sotaque
são marcas e expressões que definem
grupos específicos.
Escolher uma função, um
trabalho é o que marca o próximo passo
na vida em sociedade, é a mudança para
a fase adulta, quando adquirimos
responsabilidade para tomarmos todas
as nossas decisões, é a característica
mais marcante do ser humano, segundo
a filosofia existencialista: fazer escolhas.
É claro que a liberdade de
escolha é restringida por questões como
moral e ética, questões essas que
nascem junto à sociedade, determinam
valores,
nela, a serem seguidos e caracteriza o
que é ser político.
Ser político é o que torna o h
Apresentação:
Política: uma questão
de liberdade.
Estudante
botafoguense
sonhador
sofredor.
André Leite
Podemos afirmar que nos séculos
anteriores a gentileza se fazia mais
presente no cotidiano. Atualmente, no
mundo “urbanizado” que vivemos,
alguns valores como, educação,
generosidade e amor ao próximo vêm
se perdendo devido ao ser humano
estar pensando cada vez mais em si
próprio.
Em um mundo no qual os vícios
urbanos – estresse, mau humor,
pressa e individualidade – tomam
conta da população, como pensar em
segurar a porta pra alguém, dar
passagem a um carro no trânsito ou
dar um simples “bom dia” ás pessoas
desconhecidas?
Como relatou o psicólogo Roberto
Crema, gentileza e boa vontade estão
relacionados á felicidade, e aqueles
que tentam ser mais gentis no dia-a-dia
tendem a experimentar mais emoções
positivas e se tornarem mais
alegres. Pois a gentileza está ligada ao
hormônio dopamina, que fornece e
proporciona bem estar.
Acivilidade e gentileza tornam a vida
cotidiana mais agradável. Entretanto, a
r o t i n a c o s t u m a n o s c e g a r,
pressionados por ideias equivocadas,
que nos dizem para ter sempre mais, a
cumprir prazos, atingir metas...
Katarina C. Leal
Acabamos pensando sempre em nós
mesmo, tornando indivíduos
insensíveis. Ser gentil não pode vida
cotidiana mais agradável. Entretanto, a
r o t i n a c o s t u m a n o s c e g a r,
pressionados por ideias equivocadas,
que nos dizem para ter sempre mais, a
c u m p r i r p r a z o s , a t i n g i r
metas...Acabamos pensando sempre
em nós mesmo, tornando indivíduos
insensíveis. Ser gentil não pode
depender do outro, não pode ser uma
moeda de troca, tem de ser uma
escolha pessoal, uma característica do
seu caráter!
Para finalizar, é um papel da
sociedade de “parar e refletir” em suas
pequenas atitudes do dia-a-dia,nas
palavras que não foram ditas, ou nas
que foram em momento incorreto e em
todas indelicadezas cometidas muitas
vezes sem perceber. É preciso que
cada um faça sua parte. A cidade tem
que se humanizar pois gentileza
realmente gera gentileza! Como
ressaltou o teólogo
Leonardo Boff:
“Não serão nossos
gritos que vão
fazer a diferença,
e sim a força
contida em
nossas mais
delicadas e
íntegras ações.”
A gentileza
como uma
escolha pessoal.
omossapiens um ser humano, pois o
difere das
populações de outros animais que
elegem o mais forte como líder, que deve
ser seguido e obedecido pelos demais.
Como disseAristóteles, “o homem é
um animal político” e é isso que nos
garante a liberdade.
Número 05 – /2016 Página 17fevereiro
Porque é importante tanta letra para
representar a diversidade sexual? Aliás, até a
ordem delas é levada em conta! O nome
completinho, até aonde eu me informei, mas
sim isso se atualiza a todo momento, é
LGBTTQI. Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo.
No Brasil, oficialmente se usa a sigla LGBT.
Antes de responder essa pergunta e
explorar o significado de cada uma dessas
letras, vamos esclarecer quatro categorias
importantes para compreender as
possibilidades humanas de
viver a sexualidade.
Sexo: Informa sobre a definição
biológica do seu cariótipo ou apresentação
física do órgão
sexual.
Gênero: Informa sobre as vivências
sociais e subjetivas de cada um sobre si
mesmo em relação ao masculino ou feminino.
Orientação sexual: Refere-se sobre o
desejo afetivo-sexual em relação à outra
pessoa.
Atenção, não é opção sexual, é orientação!
Não se trata de uma escolha.
Identidade de gênero: Após equalizar
as três categorias acima é possível definir a
identidade
de gênero. Lembrando que apenas a própria
pessoa pode definir a sua identidade de
gênero.
Ok, então, vamos lá!
Lésbicas, gays e bissexuais são
categorias que informam sobre a orientação
sexual, ou seja,
quando é voltada para pessoas do mesmo
gênero, mulheres lésbicas e homens gays, ou
bissexuais quando o desejo amoroso se dirige
para ambos os gêneros.
Transexualidade não tem a ver com
orientação sexual, mas com a categoria:
gênero (guarde essa palavra, é importante!).
Pois bem, a maioria das pessoas quando
nasce tem o sexo
biológico designado tanto pelo cariótipo (XX
feminino, XY masculino) quanto pela
apresentação física: vagina definindo o sexo
feminino e pênis definindo o sexo masculino.
Porém existem pessoas que por uma
condição genética não tem essa delimitação
clara,
geralmente por um problema no cariótipo, não
permitindo precisar se o sexo é feminino ou
masculino, se o que se apresenta é uma
vagina ou um pênis. Essas pessoas são
designadas
como Intersexo. Ou seja, quando se diz que
fulano é intersexo só estamos nos referindo ao
sexo dele, nada tem a ver com o gênero, a
identidade ou a orientação sexual.
Sexo, gênero, orientação sexual
e identidade de gênero
identidade de gênero, apenas ele o poderia.
Outros exemplos possíveis, uma
pessoa que nasceu com vagina, se identifica
com o gênero feminino, se sente atraída por
mulheres e homens, sua identidade de gênero
é mulher cissexual bissexual. Ou uma pessoa
que nasceu com pênis, se identifica com o
gênero masculino e se sente atraído pelo sexo
oposto é um homem cissexual heterossexual.
As possibilidades são infinitas!
Enfim, todas essas letras e categorias
não dão conta de abarcar a diversidade
humana. Aqui eu só fiz menção às orientações
hetero, homo, e bissexuais, porém existem
outras maneiras de viver a orientação sexual
(pansexuais, assexuais). Assim como nas
discussões de gênero existem pessoas que a
vivenciam de maneira não-binária, ou seja,
saem dessa divisão de masculino e feminino.
Essas últimas possibilidades que eu trouxe não
estão contempladas nas letras LGBT.
Em tempo: Queer é um termo guarda-
chuva para designar pessoas não-
heterossexuais ou que não se identificam com
o binarismo de gênero. Assim como
transgêneros é um termo guarda-chuva que
abrange as vivências trans. Posso voltar
nesses termos num outro momento, pois já
estamos chegando ao final...
De certo que não é possível por toda a
dimensão humana numa sigla. Porém quando
se nomeia algo se reconhece a existência do
mesmo, é um convite ao respeito e a
problematização. Utilizar o termo cis é extre-
mamente potente para problematizarmos as
relações entre sexo e gênero e respeitarmos
as existências trans.
Quanto à ordem das letras,
antigamente era GLBT, porém a partir de uma
discussão sobre as formas de opressão do
homem em relação à mulher e considerando
as pautas feministas essa ordem se alterou
para LGBT.
Para encerrar, esse texto pretende não
apenas informar o que cada letra quer dizer.
Mas uma vez tendo mais informações
podemos problematizar nosso olhar sobre
antigos conceitos e termos para com o outro
maior respeito e aceitação.
Voltando às pessoas transexuais. Estas
nascem com um determinado sexo (pênis ou
vagina).
Socialmente se espera que pessoas
que nascem com vaginas devam se identificar
com o
gênero feminino, percebam-se como mulheres,
e mais ainda sendo mulheres terem
determinadas características: doçura,
fragilidade, sensibilidade aguçada, submissão,
serem passionais etc. Do mesmo modo que de
indivíduos que nascem com pênis se espera
que se identifiquem como homens, com o
gênero masculino e que sejam: fortes,
pragmáticos,
práticos, corajosos etc. Opa, mas acontece que
algumas pessoas que nascem com pênis não
se percebem homens, porém mulheres e
algumas pessoas que nascem com vaginas se
sabem homens. Esses são respectivamente:
mulheres transexuais e homens transexuais.
TRANS – “além de”, ou seja, seu gênero esta
além do esperado para o seu sexo. Assim
como quem não é transexual é cissexual (CIS -
“ao mesmo lado de”) seu gênero se apresenta
ao mesmo lado de que a sociedade espera do
seu sexo.
Vale ressaltar que pessoas transexuais
não são homens afeminados ou mulheres
masculinizadas. Mas pessoas que nasceram
com pênis e se sabem mulheres, se identificam
no gênero feminino e pessoas que nasceram
com vaginas e se identificam com o gênero
masculino, sabem que são homens.
A identidade de gênero só pode ser
definida por si próprio e é um resultado da
combinação dessas categorias. Nessa
matemática existem muitas combinações
possíveis e os resultados não obedecem a
uma regra rígida, o que faz todo o sentido, pois
estamos falando de pessoas.
Para dar um exemplo de identidade de
gênero vou citar uma amiga, Luiza Coppieters.
Ela é professora de filosofia formada pela USP
e ativista feminista e dos direitos de pessoas
transexuais. Pois bem, Luiza é uma pessoa
que nasceu com pênis, sua percepção sobre si
mesma, o que ela sabe de si é que é uma
mulher (e sempre somos os melhores para
dizer quem somos). Ah, Luiza é uma mulher
que se sente atraída por mulheres, sendo
assim, sua identidade de gênero é: Mulher
transexual lésbica! (Claro que eu a consultei
sobre isso, pois somente ela poderia dar essa
resposta).
Um outro exemplo é o americano Angel
Buck, ator pornográfico, ele nasceu com vagina
e é casado com uma mulher, ele é um homem
transexual e vivendo um relacionamento
heterossexual, pois é casado com uma mulher,
no entanto eu não posso afirmar sua
Júlia Dile
Formou-se em
psicologia
pela UFRJ e é
Gestalt-Terapeuta.
Interessada em
tudo que nos
torna humanos
juliadilepsi@gmail.com
Número 05 – /2016 Página 18fevereiro
Segundo Edgar Morin (2000), o conhecimento
escolar é derivado do conhecimento científico, no
entanto não se ensina o que é conhecimento.
Confirmando isso, em artigo publicado no site da
revista Scientific American Brasil chamado Teoria
Científica para quê? (ZAIA, Dimas A. M. et al, 2012),
acerca de pesquisa realizada junto a alunos de cursos
de graduação da Universidade Estadual de
Londrina/PR cujo objetivo era analisar o nível de
aceitação ou rejeição de teorias diversas, encontra-se
o dado curioso de que, durante a sua educação escolar,
informações sobre como tais teorias são
desenvolvidas, de 621 entrevistados, 30% afirmaram
nunca terem recebido qualquer explicação a respeito.
Essa é uma questão
importante de se observar para que o ensino faça
sentido para o aluno.
Apesar de passar vários anos nas escolas,
ensinam-se ao alunado disciplinas que mais parecem
oriundas de uma curiosidade descolada da realidade
concreta de sua vida cotidiana. Isso faria conduzir a
comunidade escolar inteira a equívocos graves, entre
eles o de que não há qualquer falibilidade no
conhecimento científico e no seu ensino, por isso, não
deveria ser questionado. A partir disso, fica claro que a
própria transmissão desse conhecimento, dentro
dessa visão imprópria do infalível, vem a conduzir a
cada vez mais erros e ilusões (Morin, 2000).
Haver esse pensamento implica em observar
que o conhecimento, etimologicamente, vem de
conhecer e nisso explicita-se o caráter empírico que
permeia o próprio método científico. Conhecer inclui o
reconhecimento de que, ao se buscar saber, o ser
humano expõe-se aos riscos de pesquisar e interpretar
de maneiras diversas, inclusive erradas, mas que ao se
tomar consciência do que significa o saber, as chances
de sucesso aumentam consideravelmente. Assim, o
conhecimento é concebido como um movimento de
percepção e reconstrução constantes.
Analisando-se assim, faz sentido buscar o que
é conhecimento de fato, segundo uma perspectiva de
relevância, ou pertinência (MORIN, 2000). Saber algo
sobre alguma coisa significa possuir ciência de algo
que, dentro da realidade concreta da qual se partiu para
sua abordagem, é importante sobre o tema. Essa
importância só pode ser admitida, como também
reconhecida, se for possível por meio de um modo de
conhecimento(MORIN, 2000) apreender o
conhecimento como parte de um contexto e
estabelecer o próprio contexto. É característico do ser
humano correlacionar as partes ao todo e vice-versa a
partir de elementos essenciais, assim o ensino teria
como uma de suas premissas essenciais restabelecer
esse atributo no que se refere ao conhecimento em seu
sentido mais amplo, sobretudo em conjuntura escolar –
tão fragmentada pela visão desarticulada das
disciplinas como trabalhadas atualmente.
O próprio ser humano em sua condição de
parte de uma natureza mais ampla – física, biológica,
social, cultural, psíquica, histórica – também carece de
rearticulação de si como possuidor de uma identidade
complexa (MORIN, 2000) que envolve todos esses
aspectos paralela e simultaneamente. Tal saber de si
não pode ser sinalizado como algo externo no ensino,
visto que o processo educativo necessariamente leva
ao reconhecimento de si em relação a si, ao
conhecimento e com o outro. Isso equivaleria a dizer
que o ser humano é complexo e aprende a ser e exerce
Teoria e Saber Teoria
plenamente seus atributos sendo e se reconhecendo
como tal em face à exposição a outros seres humanos
e ao conhecimento produzido por todos.
Desdobrando esse aspecto humanizador do
conhecimento, tem-se que os saberes que se
adquiririam num projeto de ensino de tal característica
mobilizariam também o conceito de que, ao se
participar dele, evolui-se como espécie e, por
conseguinte, todo o planeta. Estabelece-se, destarte, o
progresso do ser como parte da espécie e membro
conscientede que isso contribui com a sustentabilidade
de todos os sistemas que mantém a vida na Terra. Para
progredir, deve-se ter em mente que houve diferentes
estágios na evolução deste astro e que cada um deles
possuiu sua razão de ser produziu desenvolvimento e
que, mais especificamente, o estabelecimento da
humanidade com seus acertos e erros poderia – como
pode – contribuir muito mais pelo bem de todos. De tal
maneira, vive-se uma época em que todos têm
responsabilidade nisso.
Fazer parte de um sistema tão amplo e
complexo expõe a momentos em que não há controle
total das situações e o imprevisto, a dúvida, aIncerteza
(HEISENBERG, 1927) pode ser um elemento da vida
que fomentaria possibilidades de crescimento,
sobretudo no ensino. Então, ter-se-ia a partir disso que
ensinar que e como isso contribuiu para a evolução das
ciências, assim como do próprio ser humano, é parte
fundamental do processo educativo. Esse seria um
saber (MORIN, 2000) que traria uma nova consciência
inclusive do progresso humano na história, preparando
o alunado a enfrentar e se posicionar face a contextos
os mais variados em ambientes também diversos,
abandonando a zona de conforto da concepção de um
mundo de obviedade tola para avançar rumo às
múltiplas possibilidades de descobertas, científicas ou
não. O ensino, por esse prisma, seria uma experiência
a partir da qual se fomentariam mentes lúcidas,
articuladas e criativas.
Outro saber sinalizado pela teoria de Morin é a
compreensão. Mentes lúcidas, articuladas e criativas
funcionam melhor à medida que se relacionam com a
diferença. Compreender é reconhecer o outro da
maneira que ele é e procurar estabelecer um vínculo de
respeito e tolerância que promova o desenvolvimento
de ambos.
É essa percepção, sob os primas objetivos –
intelectuais – ou intersubjetivos – humanos e
humanizadores –, que fomenta a solidariedade não-
hipócrita, i.e., verdadeira no sentido em que no ensino,
por exemplo, há o reconhecimento de que o
conhecimento constitui o ser humano como indivíduo
em relação ao outro e como espécie, parte de um
conjunto complexo, extremamente heterogêneo, por
seu caráter de partilha de saberes segundo os quais se
estabelecem relações tipicamente humanas.
O último saber do pensamento do intelectual
francês é a antropo-ética, i.e., a ética do ser humano.
Essa deve ser ensinada segundo o princípio de que a
pessoa existe em três esferas distintas
simultaneamente: indivíduo, sociedade e espécie
(MORIN, 2000). Como indivíduo, deve-se desenvolver
um comportamento que atenda a missão antropológica
de agir em prol da democracia humana, do bem comum
e da convivência. Assim, a antropo-ética seria, no
ensino, mais que um saber último, mas elemento
civilizador de toda a comunidade escolar.
Da conjugação de todos esses saberes em
uma estratégia de ensino articulada é que, então, ter-
se-ia um alunado com competências e habilidades
adequadas para o desempenho da cidadania no
mundo atual. Uma prática docente que se imagina
transdisciplinar precisa cumprir com esses objetivos,
mas também se valer de uma dialogia própria para que
seja efetiva. Na área de Linguagens, entre suas teorias
basilares, tem-se na Análise Dialógica do Discurso
elementos que justificam esse pensamento e valendo,
assim, colocá-los dentro dessa perspectiva teórica.
Assim penso.
Prof.
João Marcelo
Teoria e Saber Teoria
Número 05 – /2016 Página 19fevereiro
Na época do primeiro reinado da
cidade-estado grega de Atenas (que ainda não
tinha esse nome), os deuses do Olimpo
instituíram um concurso para saber qual deus
seria o padroeiro da cidade.
Para tal pleito, candidataram-se Atena,
deusa nascida da meninge de Zeus – o Senhor
do Olimpo – e Posêidon, deus dos mares.
Venceria a disputa o deus que desse à
população local o melhor presente.
Posêidon fez surgir um cavalo e ao
brandir seu tridente fez jorrar uma fonte de água
salgada no meio da cidade. Atena, por sua vez,
ensinou a população a domar o cavalo e fez
nascer uma oliveira ao lado do poço de água
salgada.
Os deuses elegeram Atena como a
protetora da cidade que, a partir de então,
passaria a ter o nome em homenagem à
deusa.
Sob uma perspectiva junguiana,
sempre que falamos de mitos, estamos nos
referindo aos arquétipos do inconsciente
coletivo. A linguagem mítica fala, através de
metáforas, dos temas simbólicos que inspiram e
modelam a psique humana.
Lê-los como eventos literais seria,
além de risível, um grave empobrecimento da
poesia e da sabedoria psicológica desses
arcaicos relatos.
Refletindo sobre isso, ao buscar um
sentido para a passagem mitológica acima, vi-
me pensando sobre o domínio da
ciência e da racionalidade (deusa Atena – a
nascida da cabeça do pai) como principal
regente do paradigma da pólis
ocidental moderna. E de como o insondável, o
imaginário, o metafísico (Posêidon – deus das
águas dos mares, oceanos,
rios e lagos) perdeu, gradativamente, espaço e
poder no coração e na mente do homem
civilizado.
Com exceção do longo e obscuro
intervalo da Idade Média, onde só era
reconhecido como verdadeiro o que o saber
religioso assim determinava, a mente ocidental,
com seu berço em Atenas, foi fortemente
matizada pela lógica e a busca
de respostas a partir da reflexão e, mais
recentemente, a partir do que pode ser
observado pelos instrumentos físicos,
medido estatisticamente e cientificamente
comprovado.
Como antítese ao “inverno da razão”
na Idade Média, surge o paradigma cartesiano,
que ganha contornos bem sólidos no
Iluminismo. E o que antes era um “vergalhão
ideológico” torna-se “viga e concreto armado”
no positivismo de Comte (“pá
de cal” no processo de banimento de Posêidon
da pólis).
Paradoxalmente, por um desses
inexplicáveis enigmas da existência, na mesma
época de Auguste Comte, Netuno¹ é
descoberto pelos astrônomos e, por
sincronicidade com a temática netuniana, vê-se
florescer um interesse crescente da
comunidade européia por questões
transcendentalistas. Como diz Gilberto Gil:
“...mistérios sempre hão de pintar por aí!”
Porém, mesmo com esse interesse, a
partir desse momento histórico, dizer que algo é
científico é, senso comum,
sinônimo de Verdade (com V maiúsculo). A
ciência, nesse aspecto paradigmático, tomou o
lugar da religião na era medieval. A diferença
hoje é que o “amém” ao Vaticano de outrora é
agora o “amém” à comunidade científica.
Nesse cenário, a perspectiva de
Posêidon, que simboliza o onírico, o místico, o
transcendente ganhou um crescente status
de crendice, ignorância e superstição. Salve
Atena!
As benesses de Atena, que a
tornaram vitoriosa no embate, nos dão
algumas significativas dicas sobre o quanto a
ciência
contribuiu e contribui com a qualidade de vida
da humanidade. Enquanto Posêidon dá o
cavalo (natureza, instinto), Atená
nos ensina a domar o cavalo (domesticar a
natureza e usá-la a favor do homem).
Enquanto Posêidon dá aos nossos
antepassados uma fonte de água salgada
(água está associada simbolicamente ao
inconsciente), Atená nos dá a oliveira
(o azeite pode ser combustível e ungüento –
símbolos da ação consciente promovendo o
progresso, principalmente, nos
dois principais pilares da ciência moderna – a
física e a medicina).
Mas, tudo tem os dois lados e,
quando, individual e/ou coletivamente,
tomamos um caminho unilateral e exilamos um
deus da nossa cidade interna (consciência),
em linguagem junguiana, negligenciamos um
arquétipo, ele não desaparece
como que “por encanto”. Ele se constela na
sombra do inconsciente coletivo em oposição
ao arquétipo regente da
consciência coletiva. E passamos, como
sociedade, a vivenciar seus aspectos mais
devastadores. No caso específico da
passagem mitológica acima, as doenças e
mazelas da irracionalidade (Posêidon): os
fanatismos e intolerâncias de todos os
matizes; a devastação da natureza; a crise
hídrica (Posêidon rege todas as águas); a
banalização da violência e uma
sensação de estarmos todos nós sem rumo
nem direção, um vago, porém persistente,
sentimento de falta de sentido de
vida.
Os avanços tecnológicos (à luz de
Atena) caminham pari passu com a confusão
ética generalizada (à sombra de Posêidon).
Porém nem tudo está perdido!
Segundo o site de fofocas do Olimpo, por trás
dessa rivalidade entre Atena e Posêidon
sempre existiu uma inconfessável e platônica
paixão (Freud deve explicar, talvez?!).
Ao saber disso, resgato a utopia de
um diálogo entre ciência (Atena) e
espiritualidade (Posêidon). Mas, para isso,
fazer-se
mister lembrarmos as palavras atribuídas ao
poeta alemão Friedrich Schiller: “Para serem
amadas, as coisas da terra,
precisam ser entendidas. Para serem
entendidas, as coisas do céu, precisam ser
amadas.”
E creio que, dessa dialética, possa
nascer um paradigma mais includente,
ecológico, quântico, holístico.
Um jeito de ser e de perceber o
mundo que abra espaço para um progresso
mais sustentável, mais solidário e empático,
com razão (a luz de Atena) e sensibilidade (a
luz de Posêidon).
Sinto isso claramente quando eu, um
netuniano¹ delirante, recebo o generoso
convite para escrever no jornal que é
capitaneado por umas das raras pessoas que
não só pensam, mas, principalmente, pensam
sobre o que pensam, meu
dileto amigo, um legítimo cidadão da pólis
ateniense, Luciano Gonçalves.
¹ Posêidon era chamado de Netuno
pelos romanos. Em bom astrologuês,
netuniano é alguém que tem a personalidade
mais identificada com o arquétipo de
Posêidon.
CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE
pretensões de diálogo.
astrólogo, taroterapeuta e quando
criança contava muita lorota. Alice,
minha amorosa mãe, para curar
minha mitomania presenteou-me
com livros de mitologia. Hoje,
graças a essa “biblioterapia”, de
potencial mitômano virei mitólogo
e, assim, botei meus fracassos nas
paradas de sucessos.
Dou aulas numa escola
chamada Kairós – Centro de
Estudos da Consciência que está
de mudança para o Shopping São
Carlos, sala 16. Nesse espaço, além
de cursos e consultas, temos uma
biblioteca especializada, aberta
para pesquisadores.
Para mais informações e
também para trocar idéias e
devaneios meu email é:
heldercamara71@hotmail.com
Hélder Câmara
Daniela / Leonardo
(24) 3354-2888
contato@danielaflores.com
Av. Marechal Castelo Branco 76 - Resende/RJ
Ornamentação de eventos
Arranjos / Buquês
Número 05 – /2016 Página 20fevereiro
Há alguns meses li o que parecia ser um
daqueles absurdos típicos da falta de noção que
permeia a internetelândia. O médico britânico Max
Pemberton declarou (dê uma googlada) que se
tivesse de escolher entre diabetes tipo 2 ou
contágio pelo HIV (causador da AIDS), preferiria o
contágio. Em resumo, seu raciocínio era o de que
os portadores do vírus, graças à simplicidade de
uma única ingestão diária de comprimidos, não
veem diminuída sua expectativa de vida. Já os
diabéticos...
As minhas reações seguiram o roteiro
previsível de quando nos confrontamos com uma
idéia que, além de nova, tem o poder de remexer
muita coisa dentro da nossa cabeça, exigindo
como desdobramento uma série de repensares.
1ª reação > O cara exagerou.
2ª reação > É... por um lado, ainda que
bem esdrúxulo, até que tem sua lógica.
3ª reação > Caraca! Faz sentido por todos
os lados que se olhe.
Reconheço que há certa simplificação no
raciocínio, até por respeito a todos os infectados
pelo HIV, e à ignorância do preconceito que ainda
permeia, mas sim... atualmente, ter diabetes é pior.
Sou portador da “diabetes tipo 2”. Não se
trata de ciência exata, mas sou ótimo exemplo da
estatística que aponta como principal causa a
ingestão por anos e anos e anos de doses
irresponsáveis de açúcar, associadas a frituras e,
quase por óbvio, obesidade. Bingo: cotidiano
fudido com suas restrições e morte mais cedo por
relaxo e ignorância. É para jogar a auto-estima de
qualquer um no lixo.
É... a gente sabe que não deve flertar com
o alcoolismo, fumar, transar sem camisinha, usar
drogas, prometer o que sabe que não vai
conseguir cumprir, torcer pro Vasco, acreditar do
PSDB, dirigir sem cinto de segurança, dar bola
para pastores que falam em milagres ou que nossa
vida financeira vai melhorar na proporção das
nossas contribuições, perguntar se foi bom para
ela também, soltar pum no elevador, estudar tanta
Química no Ensino Médio nem escrever na
redação de alunas que a abordagem está “vaga”...
porque esse comentário é que é muito vago.
A gente sabe, mas... vocês leitores
sabem... quem nunca?
Prof. Luciano Gonçalves
@escrevendo
13 ideias que podem tornar o mundo melhor
Até tem um pessoal que se aproxima um
pouco disso, mas acabam flertando com yoga,
vegetarianismo, meditação, peixe cru, brócolis,
feng-shui, Botafogo, tigelas tibetanas, Enia-Kitaro,
Cury, Shiniashiki, copo d’água pela casa, Deepak
Chopra, homeopatia, chacras, urinoterapia... E aí,
numa boa, mesmo que funcionasse, não sei se
vale a pena. De novo, não é ciência exata, mas
esses pacotes costumam flertar com alienação
política. E aí, numa boa de novo, prefiro Hannah
Arendt: “Eu me recuso a viver pela minha saúde”.
Alguém pode objetar: “Mas é só seguir a
dieta.” O caralho, é que não tem nada de “só”
nisso. Ainda mais se sua goela literalmente
devolve verduras e legumes, como a minha. Num
cálculo razoável, nos próximos vinte anos seriam
aproximadamente quarenta mil refeições sendo
transformadas, a cada toda santa experiência, em
frustração. Todo dia, várias vezes. E vou
estabelecer outra comparação pouco conve-
ncional: aprendi com meus fracassos a respeitar
os fracassos dos mais variados viciados. Se sofro
tanto por doce de amendoim, chocolate, batata
frita e coca-cola... quão não é inglória a luta contra
o que chamamos de drogas, do tabaco ao crack!
Já passou da hora de os governos, em todos os
níveis, efetivamente agirem contra este que é um
dos maiores perigos ao nosso futuro humano: o
açúcar.
Não seguir essa disciplina é certeza de
algumas conseqüências.
Amputação de dedos, pés, pernas
(necessariamente nessa ordem).
Falência gradual dos rins. Uma médica
descreveu realisticamente o que é um diabético
nunca mais gerar uma gota de urina. Cegueira
(condição, já aviso, inaceitável). Impotência.
Infarto. Derrame. Essas coisas todas não
necessariamente nessa ordem, mas com
possibilidade de ser tudo simultâneo, tipo “tudo
junto e misturado”. Uma coisa assim medonha e
horrorosa, tipo um disco do Latino. Vamos
complicar mais um pouco: cada veiazinha
estourada no olho, cada cicatriz nos rins, cada
passo, ou melhor, tropeço... é irreversível. É isso. É
foda!
É mais do que certo que o HIV vai, por
vários motivos que Darwin nos explicou (se você
não for um medieval criacionista), se tornar cada
vez menos letal até se tornar mais uma de tantas
doenças e síndromes com as quais convivemos
sem maiores dramas. Já a diabetes, principalmente
a do tipo 2, essa que é fruto dos nossos maus
hábitos, por se tratar de uma doença sistêmica (o
problema não é com o produtor da insulina, o
pâncreas, mas com a perda de capacidade de todo
o corpo em processar o açúcar), não deixa muitas
esperanças.
Sem dúvida, se eu pudesse escolher,
escolheria o HIV.
Para termos um pouco mais de percepção
do problema, para além da escala do indivíduo,
vamos recorrer a uma estatística americana, de
números mais confiáveis: nos EUA são, a cada
doze meses, só (só, só na comparação) 50.000
novos portadores do HIV contra 1.700.000 novos
diabéticos. Repetindo: por ano. Durmamos com
isso!
Gosto do clichê “last but not least”, mas não
é o caso: assumo este parágrafo como o mais
importante. A intenção é a de servir de mais um
alerta a todos os jovens, a todas as jovens para que
tomem mais cuidado.
Cuidados que eu, tão arrogante mente bem
informado, não tomei. E p u b l i c a m e n t e e m
especial a um jovem em particular: um dos meus
quatro filhos. Sei que ele sabe de tudo isso. Mas,
que pena!, não basta. Merda, não basta!
Sou diabético.
E sim, preferiria ter AIDS

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Pelos Bigodoes 5

  • 1. PELOS BIGODÕES Número 05 – Fevereiro/2016 by Sebo Gregos e Troianos – casa de leituras e Sala @escrevendo Ponto de encontro de olhares e ouvires, ideias e angústias. Pro-vocações de toda ordem, ainda que caóticas. A princípio, de Resende e Itatiaia. Mas as coisas nunca se cabem no que as principiam. Limites não são bons definidores do que se faz humano. Gregos & Troianos - casa de leituras - 5 5 5 55 55555 5 5 5 5 5 55555 5 5 55 5 55 555 55555 5 55 55 55555 55555 5555 5 PEDALA RESENDE O CAMINHO É ESSE O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Guimarães Rosa Sr. Prefeito Rechuan, sem entrar no mérito do conjunto dos seus já sete anos de mandato, é justo reconhecerque,noquetangeàciclocidadania,foioagentepolíticoquemaisfezpormerecernosso reconhecimento. Seria uma pena deixar que um próximo prefeito leve a fama por terminar de unir aCidadedaAlegriaaoCamposElíseos.“Ouse”aciclovianaav.CoronelMendes,Sr.Prefeito! A bicicleta é um veículo curioso. Seu passageiro é seu motor. Luciano Abreu jornalista e agora plantador de ipês Benjamim Bate-papo sobre PATINS O cinema como metáfora da vida Poeta desta edição Maria José Pinto Júlia Barreto Coisa de outro mundo Prof. José Leon O Não Lugar Os caminhantes SUSTENTABILIDADE Página da Pedro Miller O lugar mais feliz da Terra Giulia Minha Odisseia André Leite Política: uma questão de liberdade. Katarina C. Leal A gentileza como uma escolha pessoal. Júlia Dile Sexo, gênero, orientação sexual e identidade de gênero Prof. João Marcelo Teoria e Saber Teoria Hélder Câmara Ciência e Espiritualidade pretensões de diálogo. CURSO DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA GRUPO SATOR DE AULAS DE LATIM AULAS DE Sou diabético. E sim, preferiria ter AIDS Prof. Luciano PARA ENEM/ VESTIBULARES/ CONCURSOS Renan C. Maia Daniela Magalhães A FORMA Pág. 3 Pág. 5 Pág. 6 Pág. 13Pág. 12Pág. 8Pág. 8 Pág. 4 Pág. 14 Pág. 15 Pág. 16 Pág. 16 Pág. 17 Pág. 18 Pág. 19 Pág. 9 Pág. 20Pág. 6Pág. 9 Pág. 9
  • 2. Número 05 – fevereiro/2016 Página 2 Editorial Expediente Parceiros de conteúdo e financiamento Sebo: lugar de gente inteligente PELOS BIGODÕES Gregos & Troianos - casa de leituras - O PelosBigodões 5 é nossa entrada com pé esquerdo em 2016. Para nós, que fique bem claro, o que vem pela esquerda é que é mais saudável, mais humano. Aprendemos muito em 2015.As três primeiras edições foram mensais, mas o cotidiano não permitiu essa cadência. Em compensação, o que começou com 8 páginas passou para 12, 16... e chega agora a suas mãos com 20. Nossa proposta para 2016 é a bimestralidade. Outra boa notícia: atingimos nosso equilíbrio financeiro. Os apoios recebidos, as parcerias conquistadas nos dão orgulho. São vários os tipos de colaborações ao longo desta edição. Outro motivo de orgulho são os e as que assinam os textos. A eles e elas: obrigadÃO! Queremos mais disso. Aqui só escreve quem a gente admira, respeita, quem a gente acha que ao expressar o que pensa faz a comunidade e o mundo um lugar melhor. Temos várias outras idéias e convites esperando viabilidades. É isso. Contato: contatopelosbigodoes@gmail.com Tel.: 2109.0246 Tiragem: 2.000 exemplares Impressão: Gráfica Diário do Vale Distribuição: gratuita Verbas recebidas para esta edição: R$ 1.290,00 Total de gastos: R$ 1.080,00 Saldo das edições anteriores: negativo em R$ 1.830,00 Parte dos anúncios são cortesias, motivadas por razões as mais diversas. 70% das verbas correspondem a permutas. Gostamos de permutas. Queremos permutar mais. Quer permutar com a gente? Só não gostamos da palavra “permuta”. Mas permutamos mesmo assim. Aexposição das verbas que entram, bem como das que saem, está à disposição da curiosidade dos curiosos de plantão. Basta nos contatar. Aliás, da palavra “curiosidade” nós gostamos. Gostamos tanto que até gostamos de gostar dela. A diagramação (que muito tem nos agradado) é do voluntário João Pedro Gonçalves da Silva, irmão do Luiz Gustavo, do Francisco e do Joaquim, filho da Mariangela, namorado da Paloma e cunhado da Rizellis. É um carinha legal. E vai melhorar. Agradecimentos públicos. Cristão, de uma cristandade que transcende qualquer catolicismo. Muito mais educador do que professor. Sujeito histórico por excelência. Afirmo que Deus, se existisse, e em existindo, se se decidisse por agir no varejo, e se, em agindo no varejo, quisesse interferir para que o mundo fosse melhor, uma opção seria colocar um João Alberto Stagi em cada bairro, de cada cidade. Com ele, uma certeza, a de que enquanto não construirmos a utopia que sonhamos, “a luta continua, companheiro”. (LGS) Prof. João Alberto Stagi. Este número é dedicado ao prof. João Alberto Stagi
  • 3. Número 05 – /2016 Página 3fevereiro Falta de dinheiro e de conhecimento não são desculpa para deixar de plantar árvore ou de cuidar de um jardim. Mesmo. Moradores de Itatiaia e Resende têm à disposição mudas gratuitas e orientações sobre cultivo de plantas, e isso é possível através dos hortos de ambas as cidades. Em qualquer época, não só nas primaveras, que tal levar para casa pelo menos um vasinho de árvore? Comumente usados na arborização das cidades, os ipês chamam a atenção na época de florescimento. Eles são árvores robustas cujas flores dominam as copas. E foi na rua da minha casa que um deles, branco, me chamou a atenção. Já que no meu quintal houve duas grandes perdas recentes - uma goiabeira e um limoeiro tombaram - nada mais justo repor o verde perdido. Antes de procurar floricultura, lembrei-me de que poderia adquirir os pés de graça e pedir orientação. Zero-oitocentos. No horto de Itatiaia, no Centro, a doação de mudas ocorre às quintas-feiras, entre 8h e 11h30. Cada morador tem direito a dez vasinhos e, antes de ir lá, é preciso pegar autorização na secretaria de Meio Ambiente, na sede da Prefeitura. Nesse documento constarão as espécies e a quantidade solicitada, bem como o endereço onde serão plantadas e dicas quanto ao tratamento a ser dado a elas. Estavam disponíveis, no início do mês, para os itatiaienses mudas de ipês, jacarandá, palmeira-leque, pata-de-vaca, areca-bambu, aroeira, sibipiruna, caramboleira, ameixeira, cacaueiro, amoreira, laranjeira... Na ocasião levei dois potinhos de ipês, amarelo-do-campo e branco. No meio do caminho tinha um ipê Ao horto de Resende, próximo ao aeroporto, o morador deve levar original e cópia da identidade, CPF e comprovante de residência emitido nos últimos três meses. Depois de apresentar esses documentos, o interessado ganhará uma carteirinha da Agência de Meio Ambiente da cidade (Amar) para ser apresentada toda vez em que for pegar mais plantas. O atendimento é de segunda a sexta- feira, das 8h às 11h30 e de 13h às 16h30. A cada doação, os resendenses podem levar até dez mudas; por espécie, a quantidade máxima é duas. Os moradores têm direito de pegar os vasinhos - de araçás, cumarus, ipês etc. - uma vez por mês; em Itatiaia não há essa limitação temporal. As espécies citadas neste artigo são comercializadas por aí ao custo médio de R$ 10. Mediante as quantidades permitidas que conseguimos levar para casa, originadas dos hortos municipais, é uma economia e tanto. A natureza agradece o incentivo. Em tempo: os telefones (24) 3352- 6740, da secretaria de Itatiaia, e (24) 3360- 8447, da agência em Resende, são os contatos destinados a dar mais informações a quem quiser contribuir para que tenha mais árvores no meio do caminho. Luciano Abreu jornalista e agora plantador de ipês PENSA EM INGRESSAR NA CARREIRA PÚBLICA? PREPARE-SE NO PRÉ-CONCURSO DO ESPAÇA DO SABER!
  • 4. 1- Hoje muitos se divertem com a patinação, mas sabemos que existem vários tipos e modalidades, poderia resumir algumas informações com relação ao assunto em pauta? "A Patinação" - "Os Patins". De fato, existem várias modalidades de patinação de rodas.As principais são: - Patinação de velocidade: esta modalidade requere um patins mais leve (geralmente com bota de fibra de carbono) e com rodas maiores (hoje, tipicamente de 110cm enquanto o patins comum costuma ter rodas de 80mm). Existe um campeonato federal desta modalidade, do qual participei em 2008 e 2009 com o time da RioInline (http://www.rioinline.com.br/). Existem provas em pista fechada, e fora do Brasil, é cada vez mais comum que ao se realizar uma prova de maratona de corrida a pé, que o percurso também seja usado para uma prova de maratona de patinação inline (exemplo de Berlin naAlemanha). - Patinação radical: se pratica em rampas com um patins mais reforçado e baixo (rodas de 72mm em geral). É uma disciplina bastante espetacular que cresce cada vez mais, porém, requere um excelente domínio da patinação e um gosto pela adrenalina. No Rio, pode aprender esta modalidade com o professor de patinação Lyon Aragon. Uma variante desta modalidade é a patinação “urban” que aproveita obstáculos encontrados na cidade para efetuar manobras como pulos, deslizes,... - Downhill: Se trata de descer com a maior velocidade possível longos declives, geralmente em regiões de montanha. O patins é mais estável (muitas vezes se usa um patins de 5 rodas) equipamentos de proteção individual reforçados (kevlar é muito usado) em função da velocidade alcançada nesta modalidade e dos riscos inerentes. - Patinação artística e dança: semelhante à modalidade no gelo, esta variante requer um patins de base mais curta para ganhar em manobrabilidade. Nesta modalidade ainda se usa o patins “antigo” com duas rodas na frente, 2 atrás e o freio na frente. Porém cada vez mais, patins inline são desenvolvidos para a dança também. - Slalom: é uma modalidade que praticamos no grupo resendense e que consiste em efetuar manobras em volta de cones de plástico alinhados no chão. Geralmente requere um patins de base curta, bota rígida e um ajuste específico nas rodas (roqueadas: rodas menores na ponta e no calcanhar). É a modalidade mais comum de se ver praticar dentro de grupos como o nosso, até com patins comuns. Esta modalidade é um excelente ponto de partida para quem quiser iniciar na patinação, pois ensina bases de equilíbrio que poderão ser úteis em todas as demais modalidades. - A patinação “fitness”: é tudo que se faz de patins além das modalidades descritas acima como passeios. É onde a patinação é levada a modalidade aeróbica com os benefícios que acompanham (melhorar o condicionamento, emagrecimento) sendo que para se manter em equilíbrio patinando, um número maior de músculos é solicitado do que na corrida a pé por exemplo, causando um estresse muito menor para as articulações, pela ausência de impacto (fora quedas, mas isso faz parte... ? ) O que se pratica no grupo resendense é tipicamente a patinação Fitness e o Slalom. 2- Existe um grupo de patinadores crescendo em Resende. Qual o nome do grupo? Ficamos mais de um ano sem parar muito para encontrar um nome definitivo para este grupo. Sendo assim, o grupo se chamava de “Patinadores das Agulhas Negras” no Facebook, “Avida de rodinhas” no Whatsapp e quando no ano passado pensamos em fabricar camisetas, tínhamos fechado o nome de “Agulhas Negras Inline”. Em outubro de 2015, resolvemos unificar a identidade do grupo abaixo do nome “Agulhas Negras Inline”. 3- A escolha do nome tem um significado especial? A ausência de nome definido combinava bem com o lado bastante informal que o grupo adotou. Mas ficou bem melhor agora com um nome definido! Facilita a divulgação! ? Na época, escolhi incluir ao nome do grupo do Facebook um local que eu gosto muito – o Pico dasAgulhas Negras – e uma prática esportiva que gosto tanto quanto a Patinação – o montanhismo. O intuito também era abranger desta forma uma área maior do que simplesmente Resende. Tanto é que hoje, já temos patinadores do Itatiaia, Porto Real e com certeza, irão aparecer pessoas dos demais munícipios dos arredores. 4- Quem foi o seu fundador? Eu fui quem plantou a semente do grupo, mas que de fato está o construindo são os próprios membros! presente de Natal e postou no Face uma foto dela aprendendo a andar no estacionamento do Alphaville, não sem uma certa dificuldade. Ofereci de lhe dar umas dicas. Ela topou e logo, comentou com amigos e amigas que começaram a aparecer, seguidos pelos amigos e amigas deles. Até que no começo de 2014, eu criei o grupo do Whatsapp para facilitar a comunicação e o planejamento dos encontros. 5- Com qual objetivo? O meu objetivo inicial era buscar reproduzir aqui algo que tinha me ajudado a sair do sedentarismo na época da faculdade: Meu joelho não me permitia praticar a corrida a pé mas eu precisava voltar a praticar uma atividade física (para perder peso, extravazar o stress do quotidiano,...). E quando conheci o grupo onde dei minhas primeiras passadas (Reims Roller Fitness, Reims, França) foi um novo mundo que se abriu para mim. Um mundo de liberdade, de prazer saudável e amizades que até hoje perduram. E o funcionamento deste grupo era bem parecido com o que temos aqui: Não há regras formais nem dono do grupo; o grupo pertence aos membros e consequentemente, a qualidade do que aí se encontra é o reflexo da qualidade das pessoas que o compoem: até hoje, FANTÁSTICA! O grupo não tem regras, mas tem valores! Principalmente o respeito (tanto nos grupos do Face e do Whatsapp quanto nos encontros), buscar vehicular energia positiva, e para o bom andamento do grupo, “quem sabe mais ensina quem sabe menos”. Valores aparentemente bastante naturais para as pessoas que acabaram entrando no grupo. 6- A ideia inicial era apenas divertimento ou o grupo também participou ou participa de competições? Na base do que descrevi antes, o objetivo deste grupo é oferecer a quem quiser uma bolha de tranquilidade na correria do dia a dia, através de uma atividade saudável (com poucas restrições à pratica dele) e acompanhado de gente que buscam a mesma coisa... Essa era minha ideia inicial e confesso que estou gostando de ver que não fugiu muito disso! Os membros poderão opinar... ? Nada de participação em competições no momento, nem projeto para tal. Para poder participar de competições, precisaria de um local adequado, de aulas formais por professores/técnicos “de verdade”, qualificados. E lidar com essa parafernagem toda foge da tranquilidade que eu busco através deste grupo e desta atividade. Mas com o tempo e o aprimoramento de um grupo cada vez maior, a vontade de organizar passeios de patins pela Cidade de Resende veio se manifestando cada vez mais forte. A qualidade do asfalto complica a realização desta ideia, mas no final de dezembro de 2015, conseguimos organizar o primeiro passeio de patins resendense, com um percurso de 9km, acessível para todos os níveis! Contamos cerca de 40 participantes! Para uma primeira, um ótimo resultado! E não posso mencionar Número 05 – /2016 Página 4fevereiro Bate-papo sobre PATINS com Benjamim, do grupo ‘‘Agulhas Negras Inline’’ O grupo nasceu da seguinte forma: desde que cheguei em Resende (quase 10 anos atrás) fiquei procurando um grupo de patins, coisa que tinha nos demais locais onde eu tinha morado antes, e me fazia muito bem. Na ausência de um tal grupo, comecei a andar sozinho pela cidade, no Parque das Águas,... Cheguei a criar o g r u p o d o F a c e b o o k (Patinadores das Agulhas Negras), com o intuito de c o m u n i c a r s o b r e e s t a modalidade relativamente desconhecida na região, mas sem maior repercuções... Até que no final de 2013, este grupo começou de forma bem inesperada: uma amiga ganhou um patins de
  • 5. este evento sem mencionar a participação ativa dos membros e um apoio fantástico da Secretaria de Esporte e Lazer de Resende. Antes disso, no começo de novembro de 2015, uma turma se organizou para que uns 15 patinadores resendenses possam participar do Roller Rio, na orla de Copacabana. Um evento muito legal do qual todos voltaram querendo mais! É de se esperar em 2016 então que uma iniciativa dessa se repita. Pessoalmente, conheci a parte de competição de patinação participando da Copa Brasil de Patinação de Velocidade em 2008 e 2009, 24h Roller du Mans (França, de 2000 a 2004) entre outros eventos e hoje, confesso que passei da fase. Minha através da minha prática esportiva atual (patins, natação, ciclismo, corrida, caminhada, mergulho essencialmente) busco melhorar minha qualidade de vida. E é um pouco disso que procuro passar a quem cruza meu caminho. 7- Inicialmente contavam com quantos componentes? Quantos componentes tem hoje? Inicialmente contava comigo (que grupão! ? ), depois minha esposa, furtivamente, minhas enteadas, até aparecer esta amiga (no final de 2013) que ajudei a dar os primeiros passos. E hoje, estamos com 268 membros no grupo do Facebook e tivemos que criar um novo no grupo do Whatsapp, já que o primeiro tinha lotado com 100 participantes. O primeiro ano ainda foi relativamente tímido, mas em 2015, começou a aparecer um pessoal animado que está aproveitando, desenvolvendo muito e ajudando o grupo a crescer e aparecer cada vez mais! A última conquista, iniciada por uma das primeiras participantes do grupo, foi de conseguir junto à Secretaria de Esporte um espaço na quadra coberta do Tobogã, todas as 3as feiras das 20 às 22h! 8- Para participar do grupo é necessário? Para participar do grupo, são necessários - 1 patins ou a intenção de comprar um. Se for o caso, peçam dicas antes de comprar um patins que não sirva!!! Me deixa muito triste ver uma pessoa chegar animadíssima com patins novinho e descobrir que comprou um patins do tamanho errado que vai impedir seu progresso... Para quem tiver interesse em comprar um patins, postei umas dicas que eu fixei na publicação inicial do grupo “Agulhas Negras Inline” no Facebook. Incentivo até os vendedores das lojas onde se compram patins em Resende hoje, a conferir essas dicas! - boa vontade para aprender a patinar - disposição para aguentar esta turma, pois eles não cansam nunca! ? Para entrar em contato, - o mais fácil é aparecer no Domingo no Parque (todo domingo no Parque das Águas) ou no encontro semanal da terça feira no parque do Tobogã. Tem aparecido bastante patinadores nestes encontros, até no calor atual do verão! - pelo facebook (Patinadores dasAgulhas Negras) Mas importante é ter claro que este “participar do grupo” não implica em nenhuma matrícula ou mensalidade mas sim na vontade de conhecer/aprender/ aprimorar a prática da patinação num ambiente tranquilo, sem pressão, estresse, horário,... Uma pergunta que volta com frequência é: “Vocês dão aula?” e a resposta típica é: “Não tem aula formal, até porque não tem professor de educação física, mas quem chegar sem saber andar, sempre vai achar pessoas que andam mais e dispostas a dar as dicas iniciais para destravar”. 9- Suas considerações finais sobre o grupo Hoje, eu fico muito feliz em ver este grupo crescer deste jeito. Como coloquei antes, este não é MEU grupo mas sim UM GRUPO QUE PERTENCE AOS SEUS MEMBROS. Espero que essa energia perdure e cresça cada vez mais, ajudando uns a voltar a uma atividade física saudável, outros a aliviar o estresse do dia a dia, conhecendo novas pessoas vindo de horizontes muito variados, num ambiente saudável, respeitoso e divertido. Benjamim Número 05 – /2016 Página 5fevereiro Em seus 120 anos de existência, a sétima arte tem se colocado à disposição para retratar, das mais diversas formas, a humanidade e nossa sociedade. Comédias, dramas, suspenses, terror, ficção científica... Falar das relações humanas e seus pensamentos, aspirações e sentimentos é um combustível eterno para aqueles que dispõem do poder das imagens em movimento. Gostaria de citar dois grandes clássicos do cinema que se aproveitaram do imenso alcance da ficção para tratar de temáticas complexas de uma forma sutil. O que poderia, à primeira vista, passar despercebido do olhar de um telespectador desavisado, acaba se tornando material para interpretações futuras. O cinema como metáfora da vida filme vale a pena ser conferido (está disponível no YouTube). Alguns anos depois, Romero faria a sequência do filme – “Despertar dos Mortos”, enfatizando neste a crítica ao consumismo. E muitos outras películas fazem muito bem reflexões sobre nossa sociedade, utilizando muito bem as entrelinhas: “O Anjo Exterminador” (1962), de Buñuel, é fantástico; “Os Pássaros” (1963), de Hitchcock, continua a hipnotizar; “Os Meninos” (1976), de Narciso Ibáñez Serrador, foi uma grata surpresa pra mim recentemente. Com esse poder de integrar diversas artes num só meio, o cinema acaba abarcando mais de nós mesmos do que imaginamos. Um dos mais famosos é “Vampiros de Almas” (1956), de Don Siegel. Imagine a paranóia em uma cidadezinha da Califórnia nos anos 50 quando seus moradores começam a ser substituídos por estranhas cópias idênticas? Some a isso o contexto da Guerra Fria e temos no filme a tão temida ameaça comunista em voga na época disfarçada de um típico entretenimento para um casal de namorados ver no drive-in. Alguns anos, no final da agitadíssima década de 1960, o cineasta George Romero nos brinda com outra maravilha: “ANoite dos Mortos-Vivos” (1968). Resumidamente, a trama acompanha o desespero de um grupo de pessoas isoladas em uma casa no campo após a ameaça de seres humanos “ressuscitados” devido à radiação liberada pela queda de um satélite. Junte um grupo de estranhos num ambiente fechado e já imaginamos que o clima só tende a ficar mais tenso. O final, metáfora perfeita de conflitos sociais, traz um homem negro que... Não conto porque o Renan C. Maia, 25 anos, jornalista por formação, autor do blog: www.blogletraseimagens.blogspot.com.br. 66,506x
  • 6. Número 05 – /2016 Página 6fevereiro Pelos bigodes do poetaE estão todos convidados a ver aqui publicadas as suas ousadias em versos e estrofes. É só entrar em contato (pelo e-mail no expediente). Uma provocação do poeta que inspirou o título deste informativo cultural: Paulo Leminski +O assassino era o escriba SIMPLES ASSIM Não esperem rima Não esperem nexo. Sou mesmo assim... Complexo! PROCURA-SE Minha pobre amiga. tão triste a tua mensagem. Esta dúvida que te atormenta sobre a tal felicidade... Que esperas que lhe diga? Não curto Jorge Amado nunca li Gabriela. Nem tenho pássaros cantando na minha janela. Estão todos engaiolados Prisioneiros 2011 (etiquetados e numerados) Como posso eu saber onde a felicidade se esconde? Juro por esse deus em que você acredita que tentei achar uma pista. Em vão! Nem a pau! Tentei nos classificados na internet, o escambau. - Felicidade? Vou procurar. Não! Não consta! Mas não desista, continue a esperar. Pode ser que um dia (só de pirraça) pra me desmentir, ela resolva existir. NOITES DE BAGDÁ Venho de longe... Lá onde mísseis cirúrgicos provocam abortos na lua cheia e aviões conquistadores cegam estrelas confusas. De onde venho a boca de Sherazade cala histórias de amor E as mil e uma noites são dias de pesadelo. Venho de onde carcaças enferrujadas transportam humildes soldados. Ignorantes invasores portam máquinas "inteligentes» De onde fujo olhos choram lágrimas vermelhas e armas a laser gargalham em prata. A terra quente jorra vinho negro que viciados gelados querem beber. Mãos desguarnecidas guerreiam pela paz. Homens armados prometem liberdade. Fujo de onde desertos são povoados de corpos vítimas de corpos desertos de alma. Não há por quem voltar Não há! Não há mais lua cheia Não " ALÁ» Nunca mais poderei ficar Pra lá de Bagdá. Maria José Pinto Quem sou eu? Alguém que há décadas procura por essa resposta. Talvez já tenha me encontrado e distraída não me reconheci... FOGO CONCRETO Que fogo é esse, homem branco que queima meu irmão mas me deixa congelado? Que fogo é esse índio Galdino que consome teu corpo de homem e tua alma de menino? ...É o fogo ateado pela mão daqueles que não sentem frio. Nasceram em berço de ouro mas são frutos do calafrio. Se branco fosses, índio Galdino terias como epitáfio: "Tu és pó e ao pó voltarás". Mas até isso lhe foi negado. Não carece devolver à terra. o que restou de ti, carbonizado. Mas tua alma desvalida jamais será esquecida. Meus filhos compadecidos contarão às futuras gerações a história do índio Galdino que dormiu tranquilo no mundo do homem dito civilizado. E acabou mortalmente ferido por bichos do concreto armado. AH! índio irmão, quanta ingenuidade... Trocaste os perigos da selva pelos animais da cidade! EGOCÊNTRICO O cão que ladra em mim não tem nome. Não uiva para a lua não gosta da rua. Às vezes pacato, outras violento, este cão sarnento não quer comida. (ele consome a vida). Ele é meu único amigo. Este cão é meu umbigo. A FORMA Veia trás detrás a forma q entorna o eixo deslizante desviando o prédio invadindo janelas recortando o piche. Craquela o vidro que vira moleira. Artéria trava. Brainfreeze Cérebro estoura o pára brisa abandonado pneu furado ar anuveando a rua vazia de catástrofe. Acabou. A polícia, a escola, a mãe, a cor a corda que levanta o cimento e a tinta q agora borra o chão Acabou. A esplanada, a cidade cheia de planos, de nadas e de céu Acabou. E o palácio se inunda de troncos, galhos, raízes tortas folhas caindo escorrendo em veia seca. Daniela Magalhães Coreógrafa, baterista da Camille Claudel e poetiza de kitnet. Poeta desta edição O que quer dizer O que quer dizer diz. Não fica fazendo o que, um dia, eu sempre fiz. Não fica só querendo, querendo, coisa que eu nunca quis. O que quer dizer, diz. Só se dizendo num outro o que, um dia, se disse, um dia, vai ser feliz.
  • 7. Número 05 – /2016 Página 7fevereiro COINCIDÊNCIA Quando o tempo já não passa, ultrapassando-nos... antevemos o passado, viemos antes dos antepassados. Quanto foi que nos desgastamos Ao passarmos... Ao pesarmo-nos de instantes dos outros. Quando o tempo não escuta.. contamos com o irrespondível dispomo-nos ao despir, inventando outro passo. Quem dá o compasso, investigamos até o outro já não somos Quando o onde aparece, paramos.. Aonde vamos torna-se o lugar Para além do qual, estamos No interior do tempo, exteriorizamos. Passemos então a ser espaços Ultrapassantes !! Papeleiro e Revisteiro, aprendiz de penedense, circulante em Resende, amador das palavras e bendizeres e eterno estudante dos símbolos. Leandro Augusto INOMINAVEL Que estranho deus anti-ecológico permite brotar no amarelo solo do Japão, o cogumelo Dá a Hitler frutos venenosos que arianos pássaros gulosos insistem em devorar? Sem dúvida, um deus perdido criou florestas de raízes indígenas e choveu sobre elas armadas nuvens de gafanhotos pálidos Distribuiu sem critério as flores, os rios onde ervas daninhas encaloradas afogam girassóis transidos de frio. E como se não bastassem o fruto podre a semente maldita a peste Esse deus ensandecido semeia (a mancheias) crianças secas no útero rachado do agreste. ... que deus é esse? CANTO DE DESENCANTO Filho: Esquece as cantigas de ninar. Esquece! O som que embala a Terra é só o som da guerra. Não tente ouvir estrelas (nem vê-las) São cadentes. Quedaram quietas por falta de poetas. E pensando bem apaga de tua memória os anjos também. ...AH! sabe aquela história de que os homens são iguais? Ignora! E por favor - não chora. Não existiu a pomba da paz. Jamais! Jamais! E sobre aquele ser a velar os sonhos teus? Acorda, filho meu Até deus virou ateu. E agora olhe ao seu redor Olhe melhor... Toda esperança está morta. Lamento, o que ouves não é o vento É bem pior! É o último alento do corvo a grasnar à sua porta: -Never more Never more!!! ( CANTO PARA REENCANTAR-TE) Entretanto... Apaga o pensamento que tanto mal lhe causou. Afinal, o mundo não acabou. Abra janelas de ver com olhar de primeira vez. Já é tempo de aprender que o encanto desse canto não está na lógica. Está na mágica de perceber com espanto, a magia dessa vida sem BIO e desse estudo sem LOGIA. FINAL DE ANO Acordei hoje puta da vida. Só por quatro semanas posso dar uma morrida? Se algo acontecer você me avisa. Então tá combinado. Deixarei meus neurônios desligados e o coração desconectado. Vou ficar "off line" trinta dias. Quero ficar bem morrida. Já avisei a Telerj, a Net e também o carteiro. Não telefonem - Saí. Não mandem email- Não leio! Só viverei se você me chamar pois sei que não há de ser por um motivo banal. OBS: Pode deixar recado na secretária eletrônica. Voltarei para o Carnaval. Tchau! ERRATA Voltei! Perdoa-me pela mentira. Ontem mesmo avisei Que "tava morrida". Sem telefone, email etc e tal. Mas hoje acordei normal. (não se faz mais mortos como antigamente... por qualquer motivo, ressuscitam a gente) E como zumbi tropical levanto, escovo os dentes, tomo café e parto pra luta (embora continue achando a vida filha da puta). Saio à rua. Nada mudou. Ninguém notou minha ausência. (nem uma nota no jornal) Pudera! Fiquei por tão pouco tempo morrida... Mas não posso negar que foi engraçado ver a cara decepcionada de quem festejou minha partida. Azar deles! Não fui! ...Mas haverá um dia (espero que ainda tarde) em que sem avisar ninguém -nem a mim- vou pegar prática e morrer de verdade. Enfim... e fim! 360 GRAUS Não esperem de mim, palavras amenas, serenatas ao luar. Não sei falar de flores. (só da rosa de Hiroshima) Não canto o amor. (não encontro a rima). Escrevo aquilo que sou. Mas vou lhe contar um segredo: Nunca reclamo. Escrevo! Talvez por isso quem me vê (mas não lê) imagine que sou feliz. ...Até que às vezes acontece da tristeza se ausentar. Mas sempre a dor que espreita volta para me lembrar Que não há sentido na vida. Que a alma - se é que existe- é só um pássaro cativo neste corpo que não reconheço. Então... Volto a ficar triste. Mas não reclamo -Escrevo! EFEITO ESTUFA A Terra envergonhada viu-se despida de seu verde manto O céu curioso arregalou negro olho E o sol sorrateiro aproximou-se para ver melhor IRÔNICO Gosto de ficar assim Estático Portar um sorriso Sarcástico Não retribuir um Bom Dia Enfático. ...Tem dias em que acordo assim Antipático!
  • 8. Número 05 – /2016 Página 8fevereiro Eu estava sentando para escrever essa minha primeira coluna no Pelos Bigodões, e comecei a pensar na Resende de 33 anos atrás, quando eu aqui cheguei. Era uma Resende que tinha nome e sobrenome. Que você almoçava no Gordo, tomava café no Bar da Dodô e se atualizava sobre tudo que acontecia na política ou no Bar Caçula, ou no Cospe Grosso ou na Cantina Portuguesa. Onde sempre encontrávamos o Martinho, o Manoel Ramos, o Aríseo Maciel, oToninho Capitão. Era uma Resende de poucos prédios, (acho que só existia o da APM e o Solar Beira Rio. Falo dos grandes prédios, não aquelas construções de 4 andares), com a CidadeAlegria recém inaugurada, e sua renda vinha do comércio, da presença da AMAN, da Xerox e da Michelin e da produção rural de leite, com uma grande Cooperativa. Era ainda uma cidade de pouco mais de 80 mil habitantes. Hoje a gente entra em Resende e vê um shopping com a grandeza de cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, um shopping que pode perfeitamente ser categorizado como “o não lugar”, expressão cunhada pelo dramaturgo Alcione Araújo. Um lugar que pode ser aqui pode ser na Baixada Fluminense, pode ser em Curitiba ou Fortaleza, com seu pé direito alto, suas lojas âncoras e sua praça da alimentação padrão. Um lugar sem personalidade, sem carisma, um não lugar. A Resende de hoje trazia uma nova história para o desenvolvimento regional e nacional. É a Resende da MAN Latina, da Votorantim, da Pernot Ricard, da região do Estado do Rio de Janeiro que não tem petróleo, mas que mais crescia, com a Peugeot Citroen, a Guardian, a Galva Sud e Itatiaia com a P&G e com o transmodal e a Land Rover Jaguar. Só esqueceram de combinar com os russos. Apolitica econômica do governo do PT, depois de 4 anos de ilha da fantasia, fez a máscara cair e já se fala num rombo de R$ 70 bilhões.A Man Latina, a Peugeot, a Galva Sud (hoje CSN Porto Real) respiram por aparelhos, e a grande esperança metalúrgica do sul do Estado está virando cinzas. O perfil desse jornal é de jovens estudantes, que podem nem estar entendendo do que estou falando, coisas distantes do século passado. Mas é bom sentir saudades daquela Resende quase bucólica, que todos se conheciam. É triste olhar para um futuro, de uma cidade que recebia de braços abertos todos aqueles que a escolheram para crescer e viver. E que a crise econômica destruiu, e que perdeu seu nome, seu sobrenome, sua identidade. E que virou um não lugar. O Não Lugar Prof. José Leon Imagine poder ir onde nenhum humano foi. O meu pensamento pode fugir um pouco para o lado Star Trek ou filmes de heróis, mas ser criada por aliens não pareceria algo tão de outro mundo. Certo...pareceria. Sempre imaginei como seria de tirar o fôlego fazer viagens interstelares, descobrir mundos perdidos, levando em conta aqui que os aliens podem ser muito mais avançados que nós. claro que pode haver também alguma espécie alienígena que vive como os primitivos. Imagine uma civilização a l i e n í g e n a a v a n ç a d a c o m exploradores nesse momento chegando nas proximidades de um buraco negro, ou fazendo viagens no tempo. Eu com toda certeza queria estar lá. Quando era criança, fiquei a pensar uma vez como seria ser abduzida. Ou se eu nascesse em algum outro mundo, em outra galáxia. Os filmes de ficção científica realmente me tiram da realidade humana. Poder viajar por um um buraco de minhoca (espécie de atalho entre duas regiões distantes do espaço), descobrir mundos habitados por outras espécies e interagir com elas, viajar em uma nave com capacidade para velocidade de dobra ou até chegar nas proximidades de um buraco negro realmente é o que venho imaginando desde que comecei a ler mais sobre o espaço e tudo o que foi descoberto, as teorias e tudo o que ainda não sabemos. Tudo só me faz ter certeza na resposta da pergunta aqui proposta. Afinal, somos tão insignificantes diante da história do universo e, para provar, imagine um calendário cósmico (apresentado na série Cosmos por Neil Tyson): O primeiro dia de janeiro é o dia em que ocorre o Big Bang. Somos tão novos e pequenos que surgimos apenas no último segundo do dia 31 de dezembro. Coisa de outro mundo Júlia Barreto SABEDORIA PARA ENFRENTAR A CRISE CICLO DE DEBATES COM ESPECIALISTAS PARA ENCONTRARMOS SOLUÇÕES PARA ‘‘CRISE ATUAL’’ Rua 29 de Setembro, 139 - Bairro Comercial Resende - RJ SEMPRE ÀS 19H ENTRADA GRATUITA Confira a programação de Fevereiro: DIA 17/FEV - CUIDAR DA SAÚDE NA CRISE DIA 19/FEV - EDUCAR PARA SAIR DA CRISE DIA 24/FEV - ECONOMIA PARA SUPERAR A CRISE DIA 25/FEV - PARA SUPERAR A CRISE AMBIENTAL DIA 26/FEV - A RELIGIÃO DIMINUI A CRISE?
  • 9. Número 05 – /2016 Página 9fevereiro * * A devolutiva é feita no encontro seguinte, com análises e, se for o caso, indicações para que seja reelaborada. Variada indicação de fontes para, ao longo do ano, melhorar o entendimento dos assuntos mais “cotados”. Espaço de encontros para aulas de Filosofia, Redação e Latim, na sala 817 (8º andar do Bloco B) do Resende Shopping Sala @escrevendo *A cada encontro corresponde farto material de apoio. *Os encontros focam em três tópicos: gramática, técnica dissertativa e abordagem do conteúdo. *A cada encontro são passadas propostas de textos para serem entregues durante a semana. AULAS DE REDAÇÃO CURSO DE HISTÓRIA DA FILOSOFIA GRUPO SATOR DE AULAS DE LATIM Professora Melise R$100,00 por mes, com material incluso! Horário: das 16 às 17horas Início: 11 de março 15 encontros Em casa, os participantes vão lendo os capítulos. Nos nossos encontros os filósofos e suas idéias vão sendo melhor conhecidos. Material didático desenvolvido/ selecionado especialmente para este curso. Público-alvo curiosos e interessados em cultura geral, em história, estudantes do Ensino Médio, pré-vestibulandos e universitários. Investimento total, com apostila e material complementar incluso: R$ 380 (parcelados) Turma de quarta > 19h30 às 21h10 Turma de sábado manhã > 9 às 10h40 Início 2 de março Início 5 de março Em paralelo à leitura de O MUNDO DE SOFIA, de Jostein Gaarder. Cada um dos mais importantes filósofos da história apresentados didaticamente. - anfitrião: Luciano Gonçalves R$90,00 por mês Particulares ou em grupo - Professor Luciano ENEM/ VESTIBULARES/ CONCURSOS INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES 2109-0246 Gregos e Troianos
  • 10. Número 05 – /2016 Página 10fevereiro Gregos & - casa de Aproximadamente 2.000 LPs dos mais variados gêneros, a partir de R$ 2,00. Tem Rock, Pop, MPB, Samba, Clássicos... Lps Só não lê quem não quer. Uma prateleira inteira com bons livros/autores a, no máximo, R$ 3,00. R$ 1,2,3 Todos os dias muitos são os que aproveitam da nossa pilha de gratuitos. Há detudo: livros, revistas, gibis, didáticos, apostilas, enciclopédias, Cds... Gratuitos Boa literatura por um preço inacreditável. R$ 7,50 R$ 6,80 Livros das sagas Crepúsculo, Fallen, Os imortais, Gossip Girl, Meg Cabot, Nicholas Sparks... Quadrinhos Gibis, mangás, literatura em quadrinhos, técnica de desenho. Venha conhecer nosso acervo. Bottons e chaveiros Além dos mais variados tipos de gravuras, para decorar sua roupa ou mochila, também aceitamos encomendas, em qualquer quantidade.
  • 11. Número 05 – /2016 Página 11fevereiro Troianos leituras - Av. Gustavo Jardim 340 Centro Resende (ao lado do restaurante Parada do Milho) 3384-6837 Segunda a Sexta das 9h às 18h30 Sábados das 9h às 14h Qualytec Telecom - Assistência Técnica Especializada celulares, tablets, telefonia e notbooks O MELHOR PREÇO Película de Vidro APENAS R$ 14,99 todos os modelos Capas a partir de R$ 9,99 Reparos: - Software - Peça - Formatação (peças e softwares originais, com qualidade garantida) Acessórios para Celular / Tablet / PC - Mouse - Teclados - Caixa de Som - Coller - Capas - Películas - Fones - Pingentes ** TODA LOJA COM ATÉ 40% OFF! ** TROCAMOS PANELAS AMASSADAS POR LIVROS DE HISTÓRIA! Livros novos e usados a preços que são ótima oportunidade. E você ainda pode usar os seus livros para troca ou abatimento no valor da compra. O mesmo vale para gibis, LPs, CDs e
  • 12. Número 05 – /2016 Página 12fevereiro ShangrillaPOUSADA O sossego que você espera de Penedo Pertinho das melhores cachoeiras. . Estrada da Fazendinha, s/nº - Penedo / Itatiaia / RJ Fone (24) 3351.1366 / (24) 7834.9754 / ID 131*4032 e-mail: shangrilla@hotwave.com.br www.pousadashangrilla.com.br Tão tranquilo! Chalés com hidromassagem, cama box queen, ar-condicionado, lareira, TV com parabólica. Suítes com ar-condicionado, lareira e frente para a mata Alântica Tão pertinho! Tão bonita! ?Hospedagem no casarão ?Cavalgadas pela Serra de Formoso ?Refeições ( fogão à lenha) ?Day Use ( 10:00 às 16:00hs ) ?Piscina natural / Cachoeiras ?Espaço para encontro de grupos, workshops, pequenos eventos FAZENDA DA BARRA - 1850 - São José do Barreiro / SP (30km de Resende) www.fazendadabarra.com.br fazendadabarra@fazendadabarra.com.br (24) 33212650 / 998231154 (12) 3117-1166 Há poucos meses surgiu um grupo de caminhantes de grandes caminhadas em Resende. Os integrantes são poucos, os itinerários também são poucos, mas o que é que já nasce pronto? Os passeios costumam partir do Campos Elíseos, pela madrugada. Entre os percursos praticados estão a ida (3 horas) ou ida e volta (6 horas) até a Pousada Shangrillá; ida à Fazenda da Barra, em São José do Barreiro, passando ao largo da Votorantim (8 horas); ou ida à comunidade de Visconde de Mauá (8 horas). O que essas três chegadas têm em comum? Muita água gelada para massagear as panturrilhas. Merecido, né! Informações no Whatsapp - (24) 99878 - 4417 Os caminhantes Vitor / Ramon @infoambiental Grupo Troca-Troca do BEM Corrente do Bem Sul Fluminense Busque no
  • 13. Agora, com uma variedade que inclui bolos (piparkaku kakku) e pão integral. E podem esperar por mais novidades, porque ela está investindo na construção de um espaço todo especial para sua culinária: uma cozinha exclusiva para seu culinarês. Contato: 24.99222.6537 Bolos e Pães ACUPUNTURA Santa Casa de Resende Consultório Particular ROBERT REINHARDT 24.3354.4591 24.3355.1159 Ambulatório Social 2ª e 5ª preço reduzído HOME CARE 24.99831.3437 Juliana Dias -bolos piparkaku kakku -pão integral @juliana_bike Número 05 – /2016 Página 13fevereiro Professora, Professor anuncie aqui, gratuitamente, suas aulas. Apoio à CÃODOMÍNIO Contato direto com Silvio 24/ 99932.4306 Clinicas e médicos veterinários Casas de ração e/ou pet-shops Qualquer outra empresa anuncie aqui e todo o valor correspondente vai direto para a Cãodomínio. SUSTENTABILIDADE 24 3355.3066 brechocheiodehistorias@gmail.com Rua Luiz Ferreira Pinto, loja 06 São Carlos Street Shopping - Resende Página da Pablo Braz Aula particular de Matemática, “Ensino Fundamental e Médio”. Reforço escolar, dependência, concurso público, Enem. Formação: Engenheiro de Produção Mecânica (UERJ) Pós Graduado em Mecânica Automobilística (FEI – SBC) (24) 99849-3451 pablobraz4@gmail.com Professor João Marcelo Silva Mestre em Linguística Aplicada pela Universidades de Tauaté /SP - Aulas particulares de Língua Portuguesa e Técnicas de Redação; - Língua Inglesa Conversação: TURMA EM FORMAÇÃO; - Revisão de textos e traduções; - Oficinas e Palestras para educadores e profissionais de diversas áreas. Contatos: Tel.: (24) 99819-1336 E-mail: bonuseducacional@gmail.com Facebook: Professor João Marcelo Silva Linkedln: João Marcelo Silva - Skype: joao.marcelo.silva2 Aulas de História e-mail:gustasousa@yahoo.com.br Gustavo de Andrade Sousa Aula para os ensinos fundamental e médio. 24 3354-2344 Robin Ward Professor britânico de inglês recém-chegado em Resende, com 20 anos de experiencia preparando alunos para os exames de FCE, CAE, CPE,TOEFL, IELTS, e conversação, inglês para viagens, médicos e advogados,em São Paulo, Brasilia e Rio de Janeiro, dá aulas individuaise em grupo, e faz traduções (português > inglês) 21 97224 4008 24 99955.1291
  • 14. Número 05 – /2016 Página 14fevereiro As portas do parque se abrem para Jorge. Eram oito da manhã, estava quase vazio, habitado somente por famílias de crianças que insistiram em chegar cedo ou pais que queriam fazer valer seu dinheiro. Jorge não se preocupava, não tinha filhos e nem estava pagando. Passou pelos brinquedos, conhecia cada curva da montanha russa, sabia qual lugar teria a melhor vista na roda gigante, que cavalo do carrossel parecia ir mais rápido. Sabia os truques dos jogos de argola e pescaria, não que precisasse jogar, podia pegar o prêmio que quisesse. Mas agora não era hora pra isso, tinha que tomar café. Asineta da porta anunciou um novo cliente, Maria preparou o melhor sorriso pra recebê-lo, era seu primeiro dia, queria passar uma boa impressão. Seu principal motivo para trabalhar ali eram as crianças, para muitas delas esse dia no parque seria o melhor de suas vidas. Para ela foi.Aporta abriu, ela aumentou o sorriso e: -Bom dia! -Calma minha filha, são 8 da manhã. Manera na animação. Ele devia ter uns 40 anos, usava moletom cinza e calça jeans. Era careca, mas a barba, já com alguns fios brancos, chegava no peito. Tirou um livro do bolso e sentou. Pediu um café sem nem olhar pra ela. Bebeu. Estava uma merda. Sempre esteve, desde que começou a tomar café. Tentou ler um pouco, mas a garçonete não parava de olhar pra ele. É nova. Não sou o que você esperava, né? Cadê a família do comercial de margarina? O garotinho remelento? A menininha vestida de princesa? Não se preocupe, eles vão chegar. Mas eu sempre chego antes. Jorge tirou a garrafa do bolso, normalmente não bebia tão cedo, mas a chance de chocar a garçonete era boa demais. Derramou uísque no café, misturou com o dedo e bebeu. Olhou para ela em busca do crachá. Fazia questão de saber os nomes. -Muito obrigado, Maria. Estava maravilhoso. Jorge vai em direção à saída, contando quantos passos daria antes de ouvir: -O senhor precisa pagar. O suficiente para chegar na porta. -Não, não preciso. Sai do restaurante e sente o sol na cabeça, parece que vai esquentar. Quer tirar o moletom, mas não está de camisa. Nem eu poderia andar seminu por aqui, pensa enquanto se dirige a uma loja. O parque já começou a encher, filas se formam nos brinquedos. Tenta se lembrar da última vez que entrou numa delas. Chega na loja, o caixa olha pra ele com um sorriso que desaparece assim que o reconhece. -Bom dia pra você também, Caio. Pega a primeria camisa que encontra e vai pro provador. Tira o moletom e passa a mão na cicatriz em seu abdômen, podia jurar que ela estava maior, mas provavelmente o que tinha crescido era a barriga. Vestiu a camisa vermelha com a estampa de um cachorro sorridente. Jorge tinha pelo menos umas dez em casa. Passou pelo caixa e Caio perguntou: -Só isso? -Achei que você tinha que atender a todo cliente com um sorriso. Caio suspirou e forçou-se a sorrir. -Assim é melhor. Me passa um boné, do azul, eu sei que é mais caro. Jorge continua caminhando pelo parque, pensa em andar em algum brinquedo mas não sente vontade. Engraçado como as coisas ficam repetitivas depois de 30 anos. Tirou o livro do bolso e sentou-se num banco perto da barraca de argolas. Entre um capítulo e outro olhava crianças jogarem seu dinheiro fora em troca de uma pelúcia que nunca iriam ganhar. Teriam sorte se levassem um estalinho pra casa. Lambeu os dedos para passar a página e ouviu um grito: -E por quê? -Porque é o maior de todos. Jorge ri e aponta para a pelúcia. Otávio olha pra ele cheio de ódio, mas antes que começasse a reclamar, é interrompido: -Bosta! Era uma garota baixinha, de uns 12 anos, que perdia mais uma argola. Tinha o cabelo loiro cortado acima do ombro e estava vermelha de raiva. -Que roubo! Eu joguei bem na garrafa, como não entrou? Tem que melhorar a mira, garotinha. Respondeu Otávio com aquele risinho cínico. Sempre foi um babaca, pensa Jorge. -Como melhorar a mira? Tô jogando o dia inteiro e não ganhei nada! Quero meu dinheiro de volta seu... -Tem algum problema aqui? Otávio e a garota olham pra ele. Jorge consegue ver toda a frustração que sua presença causa em Otávio. Sorri. -Não é da sua conta. -Isso é jeito de tratar um cliente, Tavinho? Não quero reclamar pra gerente de novo. E eu não estava falando contigo. Jorge olha pra garota e repete a pergunta. Ela responde: -O jogo é roubado e esse idiota não quer devolver meu dinheiro. -Ele realmente é um idiota. Mas me diz, você prefere ter seu dinheiro de volta ou um prêmio? A garota olha pra barraca com atenção, avaliando suas possibilidades, até que admite: -Um prêmio. -Qual? -O leão de pelúcia. -Me faz chamar a gerente, Otávio. Por favor. Otávio entrega o leão, quase do tamanho dela. Tentando se manter em pé, a menina enfia a cabeça na juba, sorri e agradece antes de sair correndo pelo parque. Jorge se senta, tira a garrafa do bolso e bebe. Maria entra no escritório da gerente,Ana lê alguns papéis e parece não notá-la. -Desculpa incomodar a senhora, teve um problema. -Já? O parque mal abriu! -Um cara saiu sem pagar -Um careca barbudo? -É. -O que foi que ele pediu? -Um café. -Só um café? E você veio reclamar? Ana suspira, não devia ter que lidar com essas coisas -Ele não paga, se aparecer de novo é só dar o que ele quiser. Maria tem vontade de sair daquela sala o mais rápido possível, mas não resiste. -Não paga por quê? Ana abaixa as folhas de papel, parece que não vai trabalhar essa manhã. -Já ouviu uma dessas histórias de crianças com doenças terminais que ganham um desejo? -Já. Ele foi uma dessas crianças. O desejo era um passe vitalício pro parque, tudo pago. Tinha dez anos de idade e uns seis meses pra viver, e o idiota que gerenciava isso aqui antes de mim pensou “Por que não?' -O que aconteceu? -Não é óbvio? Ele não morreu. Maria reflete por alguns segundos, olha através janela e vê a montanha russa, até mesmo dali ela consegue ouvir os gritos e gargalhadas. -E ele vem aqui todo dia? -Todo dia. Pedro Miller estuda jornalismo na UERJ, foi um dos vinte finalistas do Brasil em Prosa com o conto “O lugar mais feliz da Terra” e não sabe se divulgar um concurso que perdeu é mais ou menos triste do que fazer uma faculdade que não precisa de diploma. O lugar mais feliz da Terra Sónumsebooslivrostêmhistórias
  • 15. Número 05 – /2016 Página 15fevereiro Esse ano de 2015 foi especialmente exaustivo. Físico e mentalmente. A rotina escolar como um todo exige muito de você; muito do seu tempo e de sua energia. E por acaso, tenho o péssimo hábito de comer e dormir, quando possível, o que também leva tempo. Além disso, havia um outro fator de importância crescente para mim nos últimos anos: vestibular. O que muitas pessoas não se davam conta era sobre o real significado da palavra. O vestibular não é só uma prova, não requere apenas uma preparação absurda. Ele pede que você amadureça e faça decisões que vão influenciarorestodesuavida.Nomínimoemocionalmente agitado. Desde pequena nunca tive uma “profissão dos sonhos”. Nunca quis ser bailarina, atleta, dentista, aeromoçaemuitomenos,masmuitomenosmédica.Sóme lembro de duas vezes ter me decidido por algo. A primeira vez declarei querer ser garçonete. Oi? Sim! Teria que estudargastronomiaparaestaraalturadeexplicare sugerir pratos, além de comprar de antemão um patins e já começar a praticar - precisaria dominar maravilhosamente minhaferramentadetrabalho.Crianças,bah! Pelo menos, só mamãe e papai ficaram sabendo desse surto de imaginação, as pessoas poderiam ficar confusas. Eles logo trataram de me explicar o real dia a dia deumgarçom.Oprojetoperdeuagraça. Depois decidi que queria ser estilista. Passava horas desenhando. Lia as revistas da minhamãe. Mas quando os tios e tias dessa vida faziam a barbaridade de me perguntar o que eu queria ser quando eu crescesse e eu respondia estilista, a resposta era uma cara espantada e um “nossa, mas é uma carreira muito difícil”. E com o tempo passei a perceber que não me levavam muito a sério quanto aquela história; afinal essas crianças dizem tantas coisas com essa imaginação afiada, que fofura! A partir do momento que aposentei a estilista, adotei um novo discurso: o brilhante não sei! E realmente, eu não tinha a menor ideia. “Ah, mas você é tão inteligente,tãoestudiosa... Tem certeza que não quer ser médica?”. Durante muito tempo isso não me incomodou, achava que a escolha viria naturalmente; um belo dia eu acordaria e uma lâmpada acenderia-se sobre a minha cabeça. Tolinha. O fato começou a me incomodar quando o tempo foi passando – e esgotando-se – e continuava totalmenteperdida. No primeiro ano no ensino médio levei as coisas com calma. Sabia que não queria nada na área das exatas e muito menos das biológicas. Só reduzir para algo que me identificasse dentro da área de humanas. Só. Pensei em jornalismo.Penseie“despensei”. Quando até o portal do guia do estudante, que imparcialmente faz uma apresentação sobre todas as profissões, diz que o cenário estava meio complicado você treme na base. O ano então terminou e comecei a me preparar para o ano seguinte. Mas “aí danou-se”. Um ano antesdovestibularevocênãosabeoquer?Ta louca? Quer estudar que nem condenada e descobrir carreiraaomesmotempo? Palavras minhas. Desespero total. Entrei então com artilharia pesada: pesquisas, revistas e orientaçãovocacional. Passavaumainterminávelumahoraporsemana Minha Odisseia Sou Giulia e tenho 17 anos; natural de Resende e apaixonada por livros, moda,cinema, música… e gente! Durante a semana dou uma estudadinha; porque nem tudo são rosas, não é mesmo? Twitter: @giu_carneiro Tumblr: pseudo-cult.tumblr.com com uma psicóloga fazendo testes e mais testes, respondendo à perguntas sem fazer a menor ideia da resposta. Complicado. E as sessões foram avançando e minha situação não a presentava sinais de melhora. Aquele questionamento eterno me matava. Eu me perguntava “o quevocêgostariadefazer”enãotinharesposta. Não havia dica. Não havia nada, era um vácuo. Puni-me muito por isso, era como se eu houvesse falhado em algo e a frustração era grande. Sentia como se minha vida estivesse estagnado; enquanto via todos prosseguirem eu ficava para trás. Pedi muito a Deus, muita iluminação e força. Porque as poucos eu desistia. Por um tempo tudo pareciacético,mecânico. Escolheria uma profissão que pelo menos não me causasse abominação e viveria assim, dia após dia. Eu era só mais uma em meio a tanta gente que acorda e faz isso todo santo dia, e segue, simplesmente porque a vida é assim: nemtodomundodescobresuavocação. Me rendia a um sistema doente, à insegurança latente e à reclamações; como queria que alguém me dissesse o que fazer, como ninguém me entendia, como tudo era igual e previsível, como todos eram superficiais, inconsequentes e infantis, e como eu não fazia nada para mudar isso. Enfim, uma bomba atômica presa em uma crise deidentidade/existencialismo. E no meio de tudo isso, de súbito, do nada, tudo pareceu se acalmar. Simples assim, sem razão. Depois da tempestade,acalmaria.Nãoeraaquelacorreriae imediatismo que se parecia. Aprendi que sim, nem todo mundo encontra sua vocação, mas que há todo tempo do mundopratentar. Aprendi que embora aguarde um ano de muitas últimas vezes, muitas primeiras vezes ainda estão pela frente, que mesmo tendo que deixar algumas coisas para trás,tereisubstitutosigualmenteimportantes. Decidi, como haviam me aconselhado, tirar o sofrimento desse processo; a vida já é tão difícil, tão dura, não é necessário, nem inteligente, ampliar essa condição. Não é que tudo serão flores daqui pra frente, tudo seráfácil,masjánãosintoaquelaangustia que me devorava, perturbava e chateava tanto. Isso para mimfoiimportante.Éimportante. Li que a vida é o que acontece enquanto estamos ocupados fazendo outras coisas. Enquanto eu escrevo esse texto, enquanto leio um bom livro, enquanto pessoas conversam na rua, enquanto a gente nasce, cresce e morre. Decidi então me ocupar com a vida. Por que não? A partir desse momento, o peso que havia sobre as minhas costas foi-se embora e com ele levou os pessimismos que me impediamdeescolher qualquercarreiraque osse;quemepermitiu entãoenxergarum futuroefazerescolhas. Mas,principalmente, escolhisabendoquenão éaúltimaescolha. CRECI /RJ:46807 Antes de comprar ou alugar um imóvel, consulte-nos jorgezaccurcorretor@hotmail.com JZ CONSULTORIA Cel.: 24 99831-4775 LUCILA BRITTO CRECI-RJ 054208 lucilabritto@yahoo.com.br 24.3359.3151 24.99999.5092 24.98835.6361 CONSULTORA DE IMÓVEIS #semprejuntos www.colegioresende.com @colegio_resende 24 33544212
  • 16. Número 05 – /2016 Página 16fevereiro Rua 29 de Setembro, 51. Tel.: (24) 3354.7112 Além dos pães e lanches tradicionais, a padaria serve sanduíches especiais, feitos artesanalmente, com carne de primeira e cheios de requinte! A partir do momento em que se vive em grupo, em sociedade, a política se faz necessária, indispensável. Tudo é política, do convívio em casa, na hierarquia familiar, com os pais, irmãos e parentes, ao maior ato de cidadania no atual modelo de representação, o voto. Nós nascemos em sociedade e quando adquirimos consciência de nossos atos temos obrigações a cumprir, regras a respeitar. Falar é nosso primeiro ato político, já que caracteriza a vida em grupo, cuja comunicação é indispensável, e o idioma e o sotaque são marcas e expressões que definem grupos específicos. Escolher uma função, um trabalho é o que marca o próximo passo na vida em sociedade, é a mudança para a fase adulta, quando adquirimos responsabilidade para tomarmos todas as nossas decisões, é a característica mais marcante do ser humano, segundo a filosofia existencialista: fazer escolhas. É claro que a liberdade de escolha é restringida por questões como moral e ética, questões essas que nascem junto à sociedade, determinam valores, nela, a serem seguidos e caracteriza o que é ser político. Ser político é o que torna o h Apresentação: Política: uma questão de liberdade. Estudante botafoguense sonhador sofredor. André Leite Podemos afirmar que nos séculos anteriores a gentileza se fazia mais presente no cotidiano. Atualmente, no mundo “urbanizado” que vivemos, alguns valores como, educação, generosidade e amor ao próximo vêm se perdendo devido ao ser humano estar pensando cada vez mais em si próprio. Em um mundo no qual os vícios urbanos – estresse, mau humor, pressa e individualidade – tomam conta da população, como pensar em segurar a porta pra alguém, dar passagem a um carro no trânsito ou dar um simples “bom dia” ás pessoas desconhecidas? Como relatou o psicólogo Roberto Crema, gentileza e boa vontade estão relacionados á felicidade, e aqueles que tentam ser mais gentis no dia-a-dia tendem a experimentar mais emoções positivas e se tornarem mais alegres. Pois a gentileza está ligada ao hormônio dopamina, que fornece e proporciona bem estar. Acivilidade e gentileza tornam a vida cotidiana mais agradável. Entretanto, a r o t i n a c o s t u m a n o s c e g a r, pressionados por ideias equivocadas, que nos dizem para ter sempre mais, a cumprir prazos, atingir metas... Katarina C. Leal Acabamos pensando sempre em nós mesmo, tornando indivíduos insensíveis. Ser gentil não pode vida cotidiana mais agradável. Entretanto, a r o t i n a c o s t u m a n o s c e g a r, pressionados por ideias equivocadas, que nos dizem para ter sempre mais, a c u m p r i r p r a z o s , a t i n g i r metas...Acabamos pensando sempre em nós mesmo, tornando indivíduos insensíveis. Ser gentil não pode depender do outro, não pode ser uma moeda de troca, tem de ser uma escolha pessoal, uma característica do seu caráter! Para finalizar, é um papel da sociedade de “parar e refletir” em suas pequenas atitudes do dia-a-dia,nas palavras que não foram ditas, ou nas que foram em momento incorreto e em todas indelicadezas cometidas muitas vezes sem perceber. É preciso que cada um faça sua parte. A cidade tem que se humanizar pois gentileza realmente gera gentileza! Como ressaltou o teólogo Leonardo Boff: “Não serão nossos gritos que vão fazer a diferença, e sim a força contida em nossas mais delicadas e íntegras ações.” A gentileza como uma escolha pessoal. omossapiens um ser humano, pois o difere das populações de outros animais que elegem o mais forte como líder, que deve ser seguido e obedecido pelos demais. Como disseAristóteles, “o homem é um animal político” e é isso que nos garante a liberdade.
  • 17. Número 05 – /2016 Página 17fevereiro Porque é importante tanta letra para representar a diversidade sexual? Aliás, até a ordem delas é levada em conta! O nome completinho, até aonde eu me informei, mas sim isso se atualiza a todo momento, é LGBTTQI. Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo. No Brasil, oficialmente se usa a sigla LGBT. Antes de responder essa pergunta e explorar o significado de cada uma dessas letras, vamos esclarecer quatro categorias importantes para compreender as possibilidades humanas de viver a sexualidade. Sexo: Informa sobre a definição biológica do seu cariótipo ou apresentação física do órgão sexual. Gênero: Informa sobre as vivências sociais e subjetivas de cada um sobre si mesmo em relação ao masculino ou feminino. Orientação sexual: Refere-se sobre o desejo afetivo-sexual em relação à outra pessoa. Atenção, não é opção sexual, é orientação! Não se trata de uma escolha. Identidade de gênero: Após equalizar as três categorias acima é possível definir a identidade de gênero. Lembrando que apenas a própria pessoa pode definir a sua identidade de gênero. Ok, então, vamos lá! Lésbicas, gays e bissexuais são categorias que informam sobre a orientação sexual, ou seja, quando é voltada para pessoas do mesmo gênero, mulheres lésbicas e homens gays, ou bissexuais quando o desejo amoroso se dirige para ambos os gêneros. Transexualidade não tem a ver com orientação sexual, mas com a categoria: gênero (guarde essa palavra, é importante!). Pois bem, a maioria das pessoas quando nasce tem o sexo biológico designado tanto pelo cariótipo (XX feminino, XY masculino) quanto pela apresentação física: vagina definindo o sexo feminino e pênis definindo o sexo masculino. Porém existem pessoas que por uma condição genética não tem essa delimitação clara, geralmente por um problema no cariótipo, não permitindo precisar se o sexo é feminino ou masculino, se o que se apresenta é uma vagina ou um pênis. Essas pessoas são designadas como Intersexo. Ou seja, quando se diz que fulano é intersexo só estamos nos referindo ao sexo dele, nada tem a ver com o gênero, a identidade ou a orientação sexual. Sexo, gênero, orientação sexual e identidade de gênero identidade de gênero, apenas ele o poderia. Outros exemplos possíveis, uma pessoa que nasceu com vagina, se identifica com o gênero feminino, se sente atraída por mulheres e homens, sua identidade de gênero é mulher cissexual bissexual. Ou uma pessoa que nasceu com pênis, se identifica com o gênero masculino e se sente atraído pelo sexo oposto é um homem cissexual heterossexual. As possibilidades são infinitas! Enfim, todas essas letras e categorias não dão conta de abarcar a diversidade humana. Aqui eu só fiz menção às orientações hetero, homo, e bissexuais, porém existem outras maneiras de viver a orientação sexual (pansexuais, assexuais). Assim como nas discussões de gênero existem pessoas que a vivenciam de maneira não-binária, ou seja, saem dessa divisão de masculino e feminino. Essas últimas possibilidades que eu trouxe não estão contempladas nas letras LGBT. Em tempo: Queer é um termo guarda- chuva para designar pessoas não- heterossexuais ou que não se identificam com o binarismo de gênero. Assim como transgêneros é um termo guarda-chuva que abrange as vivências trans. Posso voltar nesses termos num outro momento, pois já estamos chegando ao final... De certo que não é possível por toda a dimensão humana numa sigla. Porém quando se nomeia algo se reconhece a existência do mesmo, é um convite ao respeito e a problematização. Utilizar o termo cis é extre- mamente potente para problematizarmos as relações entre sexo e gênero e respeitarmos as existências trans. Quanto à ordem das letras, antigamente era GLBT, porém a partir de uma discussão sobre as formas de opressão do homem em relação à mulher e considerando as pautas feministas essa ordem se alterou para LGBT. Para encerrar, esse texto pretende não apenas informar o que cada letra quer dizer. Mas uma vez tendo mais informações podemos problematizar nosso olhar sobre antigos conceitos e termos para com o outro maior respeito e aceitação. Voltando às pessoas transexuais. Estas nascem com um determinado sexo (pênis ou vagina). Socialmente se espera que pessoas que nascem com vaginas devam se identificar com o gênero feminino, percebam-se como mulheres, e mais ainda sendo mulheres terem determinadas características: doçura, fragilidade, sensibilidade aguçada, submissão, serem passionais etc. Do mesmo modo que de indivíduos que nascem com pênis se espera que se identifiquem como homens, com o gênero masculino e que sejam: fortes, pragmáticos, práticos, corajosos etc. Opa, mas acontece que algumas pessoas que nascem com pênis não se percebem homens, porém mulheres e algumas pessoas que nascem com vaginas se sabem homens. Esses são respectivamente: mulheres transexuais e homens transexuais. TRANS – “além de”, ou seja, seu gênero esta além do esperado para o seu sexo. Assim como quem não é transexual é cissexual (CIS - “ao mesmo lado de”) seu gênero se apresenta ao mesmo lado de que a sociedade espera do seu sexo. Vale ressaltar que pessoas transexuais não são homens afeminados ou mulheres masculinizadas. Mas pessoas que nasceram com pênis e se sabem mulheres, se identificam no gênero feminino e pessoas que nasceram com vaginas e se identificam com o gênero masculino, sabem que são homens. A identidade de gênero só pode ser definida por si próprio e é um resultado da combinação dessas categorias. Nessa matemática existem muitas combinações possíveis e os resultados não obedecem a uma regra rígida, o que faz todo o sentido, pois estamos falando de pessoas. Para dar um exemplo de identidade de gênero vou citar uma amiga, Luiza Coppieters. Ela é professora de filosofia formada pela USP e ativista feminista e dos direitos de pessoas transexuais. Pois bem, Luiza é uma pessoa que nasceu com pênis, sua percepção sobre si mesma, o que ela sabe de si é que é uma mulher (e sempre somos os melhores para dizer quem somos). Ah, Luiza é uma mulher que se sente atraída por mulheres, sendo assim, sua identidade de gênero é: Mulher transexual lésbica! (Claro que eu a consultei sobre isso, pois somente ela poderia dar essa resposta). Um outro exemplo é o americano Angel Buck, ator pornográfico, ele nasceu com vagina e é casado com uma mulher, ele é um homem transexual e vivendo um relacionamento heterossexual, pois é casado com uma mulher, no entanto eu não posso afirmar sua Júlia Dile Formou-se em psicologia pela UFRJ e é Gestalt-Terapeuta. Interessada em tudo que nos torna humanos juliadilepsi@gmail.com
  • 18. Número 05 – /2016 Página 18fevereiro Segundo Edgar Morin (2000), o conhecimento escolar é derivado do conhecimento científico, no entanto não se ensina o que é conhecimento. Confirmando isso, em artigo publicado no site da revista Scientific American Brasil chamado Teoria Científica para quê? (ZAIA, Dimas A. M. et al, 2012), acerca de pesquisa realizada junto a alunos de cursos de graduação da Universidade Estadual de Londrina/PR cujo objetivo era analisar o nível de aceitação ou rejeição de teorias diversas, encontra-se o dado curioso de que, durante a sua educação escolar, informações sobre como tais teorias são desenvolvidas, de 621 entrevistados, 30% afirmaram nunca terem recebido qualquer explicação a respeito. Essa é uma questão importante de se observar para que o ensino faça sentido para o aluno. Apesar de passar vários anos nas escolas, ensinam-se ao alunado disciplinas que mais parecem oriundas de uma curiosidade descolada da realidade concreta de sua vida cotidiana. Isso faria conduzir a comunidade escolar inteira a equívocos graves, entre eles o de que não há qualquer falibilidade no conhecimento científico e no seu ensino, por isso, não deveria ser questionado. A partir disso, fica claro que a própria transmissão desse conhecimento, dentro dessa visão imprópria do infalível, vem a conduzir a cada vez mais erros e ilusões (Morin, 2000). Haver esse pensamento implica em observar que o conhecimento, etimologicamente, vem de conhecer e nisso explicita-se o caráter empírico que permeia o próprio método científico. Conhecer inclui o reconhecimento de que, ao se buscar saber, o ser humano expõe-se aos riscos de pesquisar e interpretar de maneiras diversas, inclusive erradas, mas que ao se tomar consciência do que significa o saber, as chances de sucesso aumentam consideravelmente. Assim, o conhecimento é concebido como um movimento de percepção e reconstrução constantes. Analisando-se assim, faz sentido buscar o que é conhecimento de fato, segundo uma perspectiva de relevância, ou pertinência (MORIN, 2000). Saber algo sobre alguma coisa significa possuir ciência de algo que, dentro da realidade concreta da qual se partiu para sua abordagem, é importante sobre o tema. Essa importância só pode ser admitida, como também reconhecida, se for possível por meio de um modo de conhecimento(MORIN, 2000) apreender o conhecimento como parte de um contexto e estabelecer o próprio contexto. É característico do ser humano correlacionar as partes ao todo e vice-versa a partir de elementos essenciais, assim o ensino teria como uma de suas premissas essenciais restabelecer esse atributo no que se refere ao conhecimento em seu sentido mais amplo, sobretudo em conjuntura escolar – tão fragmentada pela visão desarticulada das disciplinas como trabalhadas atualmente. O próprio ser humano em sua condição de parte de uma natureza mais ampla – física, biológica, social, cultural, psíquica, histórica – também carece de rearticulação de si como possuidor de uma identidade complexa (MORIN, 2000) que envolve todos esses aspectos paralela e simultaneamente. Tal saber de si não pode ser sinalizado como algo externo no ensino, visto que o processo educativo necessariamente leva ao reconhecimento de si em relação a si, ao conhecimento e com o outro. Isso equivaleria a dizer que o ser humano é complexo e aprende a ser e exerce Teoria e Saber Teoria plenamente seus atributos sendo e se reconhecendo como tal em face à exposição a outros seres humanos e ao conhecimento produzido por todos. Desdobrando esse aspecto humanizador do conhecimento, tem-se que os saberes que se adquiririam num projeto de ensino de tal característica mobilizariam também o conceito de que, ao se participar dele, evolui-se como espécie e, por conseguinte, todo o planeta. Estabelece-se, destarte, o progresso do ser como parte da espécie e membro conscientede que isso contribui com a sustentabilidade de todos os sistemas que mantém a vida na Terra. Para progredir, deve-se ter em mente que houve diferentes estágios na evolução deste astro e que cada um deles possuiu sua razão de ser produziu desenvolvimento e que, mais especificamente, o estabelecimento da humanidade com seus acertos e erros poderia – como pode – contribuir muito mais pelo bem de todos. De tal maneira, vive-se uma época em que todos têm responsabilidade nisso. Fazer parte de um sistema tão amplo e complexo expõe a momentos em que não há controle total das situações e o imprevisto, a dúvida, aIncerteza (HEISENBERG, 1927) pode ser um elemento da vida que fomentaria possibilidades de crescimento, sobretudo no ensino. Então, ter-se-ia a partir disso que ensinar que e como isso contribuiu para a evolução das ciências, assim como do próprio ser humano, é parte fundamental do processo educativo. Esse seria um saber (MORIN, 2000) que traria uma nova consciência inclusive do progresso humano na história, preparando o alunado a enfrentar e se posicionar face a contextos os mais variados em ambientes também diversos, abandonando a zona de conforto da concepção de um mundo de obviedade tola para avançar rumo às múltiplas possibilidades de descobertas, científicas ou não. O ensino, por esse prisma, seria uma experiência a partir da qual se fomentariam mentes lúcidas, articuladas e criativas. Outro saber sinalizado pela teoria de Morin é a compreensão. Mentes lúcidas, articuladas e criativas funcionam melhor à medida que se relacionam com a diferença. Compreender é reconhecer o outro da maneira que ele é e procurar estabelecer um vínculo de respeito e tolerância que promova o desenvolvimento de ambos. É essa percepção, sob os primas objetivos – intelectuais – ou intersubjetivos – humanos e humanizadores –, que fomenta a solidariedade não- hipócrita, i.e., verdadeira no sentido em que no ensino, por exemplo, há o reconhecimento de que o conhecimento constitui o ser humano como indivíduo em relação ao outro e como espécie, parte de um conjunto complexo, extremamente heterogêneo, por seu caráter de partilha de saberes segundo os quais se estabelecem relações tipicamente humanas. O último saber do pensamento do intelectual francês é a antropo-ética, i.e., a ética do ser humano. Essa deve ser ensinada segundo o princípio de que a pessoa existe em três esferas distintas simultaneamente: indivíduo, sociedade e espécie (MORIN, 2000). Como indivíduo, deve-se desenvolver um comportamento que atenda a missão antropológica de agir em prol da democracia humana, do bem comum e da convivência. Assim, a antropo-ética seria, no ensino, mais que um saber último, mas elemento civilizador de toda a comunidade escolar. Da conjugação de todos esses saberes em uma estratégia de ensino articulada é que, então, ter- se-ia um alunado com competências e habilidades adequadas para o desempenho da cidadania no mundo atual. Uma prática docente que se imagina transdisciplinar precisa cumprir com esses objetivos, mas também se valer de uma dialogia própria para que seja efetiva. Na área de Linguagens, entre suas teorias basilares, tem-se na Análise Dialógica do Discurso elementos que justificam esse pensamento e valendo, assim, colocá-los dentro dessa perspectiva teórica. Assim penso. Prof. João Marcelo Teoria e Saber Teoria
  • 19. Número 05 – /2016 Página 19fevereiro Na época do primeiro reinado da cidade-estado grega de Atenas (que ainda não tinha esse nome), os deuses do Olimpo instituíram um concurso para saber qual deus seria o padroeiro da cidade. Para tal pleito, candidataram-se Atena, deusa nascida da meninge de Zeus – o Senhor do Olimpo – e Posêidon, deus dos mares. Venceria a disputa o deus que desse à população local o melhor presente. Posêidon fez surgir um cavalo e ao brandir seu tridente fez jorrar uma fonte de água salgada no meio da cidade. Atena, por sua vez, ensinou a população a domar o cavalo e fez nascer uma oliveira ao lado do poço de água salgada. Os deuses elegeram Atena como a protetora da cidade que, a partir de então, passaria a ter o nome em homenagem à deusa. Sob uma perspectiva junguiana, sempre que falamos de mitos, estamos nos referindo aos arquétipos do inconsciente coletivo. A linguagem mítica fala, através de metáforas, dos temas simbólicos que inspiram e modelam a psique humana. Lê-los como eventos literais seria, além de risível, um grave empobrecimento da poesia e da sabedoria psicológica desses arcaicos relatos. Refletindo sobre isso, ao buscar um sentido para a passagem mitológica acima, vi- me pensando sobre o domínio da ciência e da racionalidade (deusa Atena – a nascida da cabeça do pai) como principal regente do paradigma da pólis ocidental moderna. E de como o insondável, o imaginário, o metafísico (Posêidon – deus das águas dos mares, oceanos, rios e lagos) perdeu, gradativamente, espaço e poder no coração e na mente do homem civilizado. Com exceção do longo e obscuro intervalo da Idade Média, onde só era reconhecido como verdadeiro o que o saber religioso assim determinava, a mente ocidental, com seu berço em Atenas, foi fortemente matizada pela lógica e a busca de respostas a partir da reflexão e, mais recentemente, a partir do que pode ser observado pelos instrumentos físicos, medido estatisticamente e cientificamente comprovado. Como antítese ao “inverno da razão” na Idade Média, surge o paradigma cartesiano, que ganha contornos bem sólidos no Iluminismo. E o que antes era um “vergalhão ideológico” torna-se “viga e concreto armado” no positivismo de Comte (“pá de cal” no processo de banimento de Posêidon da pólis). Paradoxalmente, por um desses inexplicáveis enigmas da existência, na mesma época de Auguste Comte, Netuno¹ é descoberto pelos astrônomos e, por sincronicidade com a temática netuniana, vê-se florescer um interesse crescente da comunidade européia por questões transcendentalistas. Como diz Gilberto Gil: “...mistérios sempre hão de pintar por aí!” Porém, mesmo com esse interesse, a partir desse momento histórico, dizer que algo é científico é, senso comum, sinônimo de Verdade (com V maiúsculo). A ciência, nesse aspecto paradigmático, tomou o lugar da religião na era medieval. A diferença hoje é que o “amém” ao Vaticano de outrora é agora o “amém” à comunidade científica. Nesse cenário, a perspectiva de Posêidon, que simboliza o onírico, o místico, o transcendente ganhou um crescente status de crendice, ignorância e superstição. Salve Atena! As benesses de Atena, que a tornaram vitoriosa no embate, nos dão algumas significativas dicas sobre o quanto a ciência contribuiu e contribui com a qualidade de vida da humanidade. Enquanto Posêidon dá o cavalo (natureza, instinto), Atená nos ensina a domar o cavalo (domesticar a natureza e usá-la a favor do homem). Enquanto Posêidon dá aos nossos antepassados uma fonte de água salgada (água está associada simbolicamente ao inconsciente), Atená nos dá a oliveira (o azeite pode ser combustível e ungüento – símbolos da ação consciente promovendo o progresso, principalmente, nos dois principais pilares da ciência moderna – a física e a medicina). Mas, tudo tem os dois lados e, quando, individual e/ou coletivamente, tomamos um caminho unilateral e exilamos um deus da nossa cidade interna (consciência), em linguagem junguiana, negligenciamos um arquétipo, ele não desaparece como que “por encanto”. Ele se constela na sombra do inconsciente coletivo em oposição ao arquétipo regente da consciência coletiva. E passamos, como sociedade, a vivenciar seus aspectos mais devastadores. No caso específico da passagem mitológica acima, as doenças e mazelas da irracionalidade (Posêidon): os fanatismos e intolerâncias de todos os matizes; a devastação da natureza; a crise hídrica (Posêidon rege todas as águas); a banalização da violência e uma sensação de estarmos todos nós sem rumo nem direção, um vago, porém persistente, sentimento de falta de sentido de vida. Os avanços tecnológicos (à luz de Atena) caminham pari passu com a confusão ética generalizada (à sombra de Posêidon). Porém nem tudo está perdido! Segundo o site de fofocas do Olimpo, por trás dessa rivalidade entre Atena e Posêidon sempre existiu uma inconfessável e platônica paixão (Freud deve explicar, talvez?!). Ao saber disso, resgato a utopia de um diálogo entre ciência (Atena) e espiritualidade (Posêidon). Mas, para isso, fazer-se mister lembrarmos as palavras atribuídas ao poeta alemão Friedrich Schiller: “Para serem amadas, as coisas da terra, precisam ser entendidas. Para serem entendidas, as coisas do céu, precisam ser amadas.” E creio que, dessa dialética, possa nascer um paradigma mais includente, ecológico, quântico, holístico. Um jeito de ser e de perceber o mundo que abra espaço para um progresso mais sustentável, mais solidário e empático, com razão (a luz de Atena) e sensibilidade (a luz de Posêidon). Sinto isso claramente quando eu, um netuniano¹ delirante, recebo o generoso convite para escrever no jornal que é capitaneado por umas das raras pessoas que não só pensam, mas, principalmente, pensam sobre o que pensam, meu dileto amigo, um legítimo cidadão da pólis ateniense, Luciano Gonçalves. ¹ Posêidon era chamado de Netuno pelos romanos. Em bom astrologuês, netuniano é alguém que tem a personalidade mais identificada com o arquétipo de Posêidon. CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE pretensões de diálogo. astrólogo, taroterapeuta e quando criança contava muita lorota. Alice, minha amorosa mãe, para curar minha mitomania presenteou-me com livros de mitologia. Hoje, graças a essa “biblioterapia”, de potencial mitômano virei mitólogo e, assim, botei meus fracassos nas paradas de sucessos. Dou aulas numa escola chamada Kairós – Centro de Estudos da Consciência que está de mudança para o Shopping São Carlos, sala 16. Nesse espaço, além de cursos e consultas, temos uma biblioteca especializada, aberta para pesquisadores. Para mais informações e também para trocar idéias e devaneios meu email é: heldercamara71@hotmail.com Hélder Câmara Daniela / Leonardo (24) 3354-2888 contato@danielaflores.com Av. Marechal Castelo Branco 76 - Resende/RJ Ornamentação de eventos Arranjos / Buquês
  • 20. Número 05 – /2016 Página 20fevereiro Há alguns meses li o que parecia ser um daqueles absurdos típicos da falta de noção que permeia a internetelândia. O médico britânico Max Pemberton declarou (dê uma googlada) que se tivesse de escolher entre diabetes tipo 2 ou contágio pelo HIV (causador da AIDS), preferiria o contágio. Em resumo, seu raciocínio era o de que os portadores do vírus, graças à simplicidade de uma única ingestão diária de comprimidos, não veem diminuída sua expectativa de vida. Já os diabéticos... As minhas reações seguiram o roteiro previsível de quando nos confrontamos com uma idéia que, além de nova, tem o poder de remexer muita coisa dentro da nossa cabeça, exigindo como desdobramento uma série de repensares. 1ª reação > O cara exagerou. 2ª reação > É... por um lado, ainda que bem esdrúxulo, até que tem sua lógica. 3ª reação > Caraca! Faz sentido por todos os lados que se olhe. Reconheço que há certa simplificação no raciocínio, até por respeito a todos os infectados pelo HIV, e à ignorância do preconceito que ainda permeia, mas sim... atualmente, ter diabetes é pior. Sou portador da “diabetes tipo 2”. Não se trata de ciência exata, mas sou ótimo exemplo da estatística que aponta como principal causa a ingestão por anos e anos e anos de doses irresponsáveis de açúcar, associadas a frituras e, quase por óbvio, obesidade. Bingo: cotidiano fudido com suas restrições e morte mais cedo por relaxo e ignorância. É para jogar a auto-estima de qualquer um no lixo. É... a gente sabe que não deve flertar com o alcoolismo, fumar, transar sem camisinha, usar drogas, prometer o que sabe que não vai conseguir cumprir, torcer pro Vasco, acreditar do PSDB, dirigir sem cinto de segurança, dar bola para pastores que falam em milagres ou que nossa vida financeira vai melhorar na proporção das nossas contribuições, perguntar se foi bom para ela também, soltar pum no elevador, estudar tanta Química no Ensino Médio nem escrever na redação de alunas que a abordagem está “vaga”... porque esse comentário é que é muito vago. A gente sabe, mas... vocês leitores sabem... quem nunca? Prof. Luciano Gonçalves @escrevendo 13 ideias que podem tornar o mundo melhor Até tem um pessoal que se aproxima um pouco disso, mas acabam flertando com yoga, vegetarianismo, meditação, peixe cru, brócolis, feng-shui, Botafogo, tigelas tibetanas, Enia-Kitaro, Cury, Shiniashiki, copo d’água pela casa, Deepak Chopra, homeopatia, chacras, urinoterapia... E aí, numa boa, mesmo que funcionasse, não sei se vale a pena. De novo, não é ciência exata, mas esses pacotes costumam flertar com alienação política. E aí, numa boa de novo, prefiro Hannah Arendt: “Eu me recuso a viver pela minha saúde”. Alguém pode objetar: “Mas é só seguir a dieta.” O caralho, é que não tem nada de “só” nisso. Ainda mais se sua goela literalmente devolve verduras e legumes, como a minha. Num cálculo razoável, nos próximos vinte anos seriam aproximadamente quarenta mil refeições sendo transformadas, a cada toda santa experiência, em frustração. Todo dia, várias vezes. E vou estabelecer outra comparação pouco conve- ncional: aprendi com meus fracassos a respeitar os fracassos dos mais variados viciados. Se sofro tanto por doce de amendoim, chocolate, batata frita e coca-cola... quão não é inglória a luta contra o que chamamos de drogas, do tabaco ao crack! Já passou da hora de os governos, em todos os níveis, efetivamente agirem contra este que é um dos maiores perigos ao nosso futuro humano: o açúcar. Não seguir essa disciplina é certeza de algumas conseqüências. Amputação de dedos, pés, pernas (necessariamente nessa ordem). Falência gradual dos rins. Uma médica descreveu realisticamente o que é um diabético nunca mais gerar uma gota de urina. Cegueira (condição, já aviso, inaceitável). Impotência. Infarto. Derrame. Essas coisas todas não necessariamente nessa ordem, mas com possibilidade de ser tudo simultâneo, tipo “tudo junto e misturado”. Uma coisa assim medonha e horrorosa, tipo um disco do Latino. Vamos complicar mais um pouco: cada veiazinha estourada no olho, cada cicatriz nos rins, cada passo, ou melhor, tropeço... é irreversível. É isso. É foda! É mais do que certo que o HIV vai, por vários motivos que Darwin nos explicou (se você não for um medieval criacionista), se tornar cada vez menos letal até se tornar mais uma de tantas doenças e síndromes com as quais convivemos sem maiores dramas. Já a diabetes, principalmente a do tipo 2, essa que é fruto dos nossos maus hábitos, por se tratar de uma doença sistêmica (o problema não é com o produtor da insulina, o pâncreas, mas com a perda de capacidade de todo o corpo em processar o açúcar), não deixa muitas esperanças. Sem dúvida, se eu pudesse escolher, escolheria o HIV. Para termos um pouco mais de percepção do problema, para além da escala do indivíduo, vamos recorrer a uma estatística americana, de números mais confiáveis: nos EUA são, a cada doze meses, só (só, só na comparação) 50.000 novos portadores do HIV contra 1.700.000 novos diabéticos. Repetindo: por ano. Durmamos com isso! Gosto do clichê “last but not least”, mas não é o caso: assumo este parágrafo como o mais importante. A intenção é a de servir de mais um alerta a todos os jovens, a todas as jovens para que tomem mais cuidado. Cuidados que eu, tão arrogante mente bem informado, não tomei. E p u b l i c a m e n t e e m especial a um jovem em particular: um dos meus quatro filhos. Sei que ele sabe de tudo isso. Mas, que pena!, não basta. Merda, não basta! Sou diabético. E sim, preferiria ter AIDS