1. INTRODUÇÃO
Encontramos no Antigo Testamento muitas passagens que afirmam o
modo de vida do Messias, quais seriam seus feitos, a índole de sua vida como
homem na Terra, a natureza de sua pessoa, a intensidade de seu sofrimento
na obra redentora da humanidade entre outras coisas que tornariam Jesus um
ser singular e marcante na história.
Muitos deturpam a Palavra ou desconfiam da veracidade do Novo
Testamento fazendo apologia contra a Divindade de Cristo, afirmando que os
cristão usurpam o Antigo Testamento, tentando ligar as profecias contidas nele
a pessoa de Jesus. As palavras de Norman Geisler e Frank Turek são exatas
para responder essas afirmações:
"Pode ser verdade que certas profecias messiânicas do AT tenham se tornado
claras apenas à luz da vida de Cristo. Mas isso não significa que tais
profecias sejam menos impressionantes. Veja da seguinte maneira: se não
podemos fazer as peças de um quebra-cabeça terem sentido sem a tampa da
caixa, por acaso isso significa que ninguém criou o quebra-cabeça? Não. Isso
significa que não existe um projeto no quebra-cabeça? Não. De fato, assim
que se vê a tampa da caixa, rapidamente percebe-se não apenas de que
maneira os pedaços se encaixam, mas quanto projeto foi requerido para
planejar as peças dessa maneira. Do mesmo modo, a vida de Jesus serve
como a tampa da caixa para muitas peças do quebra-cabeça profético
encontrado por todo o AT (...). Alguns já resumiram essa questão da
seguinte maneira: no AT, Cristo está oculto; no NT ele é revelado. Embora
muitas profecias sejam claras de antemão, algumas só podem ser vistas à luz
da vida de Cristo. Aquelas que se tornam claras depois de Cristo não deixam
de ser um produto do projeto sobrenatural como o são aquelas que já
1
estavam claras antes de Cristo."
Esse trabalho visará demostrar a divindade de Cristo através de trechos
e afirmações teológicas que comprovem esse fato inclusive alguns versículos
que reforcem as afirmações judaicas ligando o Messias a pessoa de Jesus.
1
GEISLER & TUREK. Não tenho fé suficiente para ser ateu p. 348-349.
1
2. 1.DIVINDADE DE JESUS CRISTO
A maior afirmação dos Cristãos que entoa Jesus como divino é o fato
dEle ser considerado filho de Deus. Logo, citemos algumas profecias do Antigo
testamento que catalogam a pessoa de Deus Pai com Jesus Cristo2:
1.1 Títulos de Deus em Jesus Cristo
Texto do AT
Título
Texto do NT
Sl 23.1
Pastor
Jo 10.11
Is 44.6
Primeiro e Último
Ap 1.17
Jl 3.12
Juiz
Mt 25.31
Is 62.5
Noivo
Mt 25.1
Sl 27.1
Luz
Jo 8.12
Is 43.11
Salvador
Jo 4.42
Is 42.8
Glória de Deus
Jo 17.5
1Sm 2.6
Doador da Vida
Jo 5.21
Outro embasamento teológico é o de que Jesus cumpriu em si as
profecias relacionadas ao Messias, ou seja, o Filho de Deus encarnado na
Terra para redimir os pecados dos homens, que teriam como destino original o
inferno, lugar destinado a Satanás e seus anjos decadentes.
1.2 Textos do AT relacionados a Cristo
Texto do AT
Cumprimento no NT
Referente
Sl 22.1
Mt 27.46
O angustiante clamor do Messias
Sl 22.7,8
Mt 27.29, 41-44; Mc 15.18,2932; Lc 23.35-39
A multidão zomba de Jesus
Sl 22.18
Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo Lançam sortes sobre as vestes de Cristo
19.24
Sl 34.20
Jo 19.31-36
Os ossos do Messias não são quebrados
Sl 41.9
Jo 13.18
O Messias é traído por um amigo
2
As tabelas completas estão na Bíblia de Estudo Pentecostal p. 1074-1077, sob o título
"Profecias do Antigo Testamento Cumpridas em Cristo".
2
3. Texto do AT
Cumprimento no NT
Referente
Sl 69.21
Jo 19.29
A sede lancinante do Messias
Sl 118.22,23
Mt 21.42-44; Mc 12.10-12; Lc
A pedra rejeitada converte-se em pedra
20.17-19; At 4.10-11; 1 Pe 2.7,8 angular
Is 6.9,10
Mt 13.14-15; Mc 4.12; Lc 8.10;
Jo 12.37-41
Corações fechados ao Evangelho
Is 7.14
Mt 1.18-23; Lc 1.26-35
Nascimento virginal do Messias
Is 9.1-2
Mt 4.13-16; Mc 1.14-15; Lc
4.14,15
O ministério começa na Galiléia
Is 9.7
Jo 1.1,18
O Messias é Deus
Is 11.10
Rm 15.12
A salvação à disposição dos gentios
Is 40.3-5
Mt 3.3; Mc 1.3; Lc 3.4-6; Jo 1.23 O precursor de Cristo, uma voz no deserto
Is 53.1
Jo 12.38; Rm 10.16
Israel não crê no Messias
Is 53.3
Jo 1.11
O Messias é rejeitado pelo seu próprio povo
Is 53.4,5
Mt 8.16,17; Mc 1.32-34; Lc 4.40- Ministério curador do Servo do Senhor
41; 1 Pe 2.24
Is 53.7,8
Jo 1.29,36; At 8.30-35; 1 Pe
1.19; Ap 5.6,12
O Cordeiro sofredor de Deus
Is 53.9
Hb 4.15; 1 Pe 2.22
O Servo do Senhor não comete pecado
Is 53.9
Mt 27.57-60
O Messias é sepultado no sepulcro de um
homem rico
Is 53.12
Mt 27.38; Mc 15.27,28; Lc
22.37; Lc 23.33; Jo 19.18
O Servo do Senhor é contado com os
transgressores
Is 60.1-3
Mt 2.11; Rm 15.8-12
Os gentios vêm adorar o Messias
Jr 31.31-34
Lc 22.20; 1 Co 11.25; Hb 8.8-12; Jesus Cristo é o novo concerto
Hb 10.15-18
Ez 37.24,25
Jo 10.11,14,16; Hb 13.20; 1 Pe
5.4; Ez 37.26; Lc 22.20; 1 Co
11.25
O Bom pastor
O eterno concerto de paz do Messias
Dn 7.13,14
Mt 24.30; Mt 26.64; Mc 13.26;
A vinda do Filho do Homem
Mc 14.62; Lc 21.27; Ap 1.13; Ap
14.14
Zc 11.12,13
Mt 27.1-10
Ml 3.1
Mt 11.7-10; Mc 1.2-4; Lc 7.24-27 O precursor do Messias
Trinta moedas de prata por um campo de
oleiro
2. OS DISCÍPULOS DE CRISTO E SUAS AFIRMAÇÕES
Jesus escolheu para compartilhar os segredos mais íntimos de seu
ministério, pessoas de diferentes classes sociais inclusive de culturas
3
4. diferentes e diferentes formações, mas uma coisa eles tinham em comum,
todos eram Judeus e como todos os judeus, principalmente os da época,
tinham o fator religiosidade cumprido rigorosamente e de maneira afirmativa.
Quando observamos os registros realizados pelos discípulos de Jesus
sobre suas palavras e feitos, nos deparamos com a afirmação constante que o
Senhor é verdadeiramente Deus Salvador. Aceitar as palavras de um homem
que afirmava ser o próprio Deus encarnado, na concepção judaica era uma
blasfêmia, e os discípulos (todos eles inclusive Judas) se conformaram e
apoiaram em seus corações e ações esse fato.
"A maioria dos seguidores de Jesus eram judeus de profundas
convicções religiosas, que acreditavam em apenas um Deus
verdadeiro. Eram monoteístas até o fundo da alma, e, no entanto,
reconheceram-no como o Deus encarnado. Devido à sua profunda
formação rabínica, Paulo ainda teria menos probabilidade de atribuir
divindade a Jesus, adorar um homem de Nazaré e chamá-lo Senhor.
Mas foi exatamente o que ele fez. Reconheceu o cordeiro de Deus
(Jesus) como sendo Deus."3
O autor C.S. Lewis definiu de maneira brilhante a afirmação de Cristo
dentro do contexto vivido naquele tempo.
"Dentre esses judeus, surge de repente um homem que fala por toda
parte como se fosse Deus. Arroga a si mesmo o direito de perdoar os
pecados. Afirma que sempre existiu. Diz que virá julgar o mundo no
fim dos tempos. Ora, devemos tentar entender com toda a clareza o
que isso significa. Num povo panteísta, como os hindús, qualquer um
poderia proclamar com toda a paz que era uma parte de Deus ou
que era uma só coisa com Ele: não haveria nada de muito
surpreendente nisso. Mas esse homem era judeu, e, portanto não
poderia referir-se a esse tipo de Deus. Deus, na linguagem dos
judeus, era o Ser transcendente ao mundo, fora do mundo, Aquele
que tinha criado o universo e era infinitamente diferente desse
universo. Quando tivermos entendido o que isto quer dizer,
compreenderemos que o que esse homem proclamava constituía
simplesmente a afirmação mais chocante que jamais foi proferida por
lábios humanos."4
Jesus foi definido por alguns títulos por seus discípulos e todos eles o
exaltavam como divino e perfeito. Jesus foi chamado por eles de:
Primeiro e último: Ap 1.17; 2.8; 22.13
A verdadeira luz: Jo 1.19
3
McDOWELL. Mais que um carpinteiro p. 14.
LEWIS. Mero cristianismo p. 60-61.
4
4
5. Rocha ou pedra: 1Co 10.4; 1 Pe 2.6-8
Esposo: Ef 5.28-33; Ap 21.2
Supremo pastor: 1Pe 5.4
Grande pastor: Hb 13.20
Redentor: Tt 2.13; Ap 5.9
Perdoador de pecados: At 5.31; Cl 3.13
Salvador do mundo: Jo 4.42
Juiz dos vivos e mortos: 2Tm 4.1
Todos esses títulos são ligados a Deus no Antigo Testamento pelos
profetas, e homens de Deus daquela época. É irrefutável a crença de que
Jesus foi apenas um simples profeta, mestre ou moralista, pois em toda sua
história terrena Ele recebeu títulos atribuídos também a seu Pai, o Deus
Eterno.
Além desses atributos, os discípulos ainda atribuíram a Jesus Cristo:
- Poderes de Deus: Ressuscitou dos mortos (Jo 5.21; 11.38-44), perdoar
pecados (At 5.31; 13.38), criador (Jo 1.2; Cl 1.16), sustentação do universo (Cl
1.17).
- Associação dos nomes: Relacionando o nome de Jesus a Deus Pai, para
orações e ações (At 7.59; 1Co 5.4; Gl 1.3; Ef 1.2; Mt 28.19; 2 Co 13.14).
- Chamaram Jesus de Deus: Tomé, ao ver as marcas de Jesus (Jo 20.28),
Paulo, afirmando a plenitude divina em Cristo (Cl 2.9), e como grande Deus e
Salvador (Tt 2.13), Cristo como Deus, antes da encarnação (Fp 2.5-8) e o autor
de Hebreus (Hb 1.3,8), João, em sua afirmação quanto ao Verbo (Jo 1.1),
Felipe, pregando ao Eunuco (At 8.35-38), Estevão, na sua grande defesa (At
7), Pedro e João nas epístolas (1 e 2 Pe; 1, 2 e 3 Jo), e Judas em (Jd 4).
Nestas passagens, fica claro que os discípulos de Jesus entenderam
bem suas palavras e proclamaram corretamente sua divindade. Estas
afirmações acima, são uma pequena amostra de todas aquelas que os
discípulosdefiniram ao longo do Novo testamento. Além do testemunho dado
pelos seguidores de Jesus, houveram várias outras testemunhas que relataram
do poder e da nova aliança entre Deus e a Igreja através de Jesus, a dos pais
da fé.
5
6. CONCLUSÃO
Qualquer corrente que afirme que Jesus não é Deus, nem que sua
natureza é divina, ou que as profecias nEle não foram cumpridas, como
também que os discípulos dEle não o adoraram como Deus não adoram-No
como Deus. São grupos que até hoje tem pervertido a mentalidade de uma
parte da igreja e tem-na levado a caminhos de perdição.
O Cristianismo tem em sua essência na aclamação de Jesus como
entidade pertencente a “Triunidade Divina”, ou seja, Jesus como o Deus
encarnado.
A crença em Jesus produz em nós cristãos o sentimento de realização
plena em nossa fé, essa crença fundamenta os valores e servem como base
para a confirmação dessa religião que mais se assemelha a uma filosofia de
vida.
Isso não é fruto de alienação, mas de uma fé muito bem fundamentada
nos ensinamentos de Jesus, que leva aquele que crê a aceitá-lo em plenitude
como Senhor e Salvador (Cl 1.27; Jo 14.20; 15.4). Desta forma, aceitar
doutrinas estranhas quanto a quem é Jesus, implica em comprometer o
relacionamento com Ele.
A aceitação de Jesus como uma pessoa divina produz naquele que crê
uma certeza de salvação, pois não há homem que supere e mude os planos de
Deus, mas um ser híbrido, um Deus-homem poderia tocar o coração de Seu
Pai a ponto de morrer por uma causa e salvar a coroa de Sua criação, nós
seres humano.
6
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. Rio de Janeiro, RJ: 1997
Bíblia Apologética de Estudo. 2ª edição. ICP Editora. São Paulo, SP: 2005.SP:
2002.
GEISLER, Norman L. & TUREK, Frank.Não tenho fé suficiente para ser ateu.
Editora Vida. São Paulo, SP: 2006.
LEWIS, C.S. Mero cristianismo. Quadrante. São Paulo, SP: 1997.
McDOWELL, Josh. Mais que um carpinteiro. 2ª edição. Editora Betânia.
Venda Nova, MG: 1980.
7