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INTRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA
Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e
pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome.
(Salmos 138:2 ACF)
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SÍNTESE DA HISTÓRIA BÍBLICA
1. DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden
2. O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha destinado. Foi então que Deus
pôs em andamento o plano para a salvação do homem e o fez chamando Abraão para que fundasse
uma nação, mediante a qual o plano seria executado.
3. A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados no Egito. Após 400 anos, sob a
direção de Moisés, o povo foi tirado do Egito de volta à terra prometida de Canaã. A nação se
tornou um grande e poderoso reino.
4. O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10 tribos, levada cativa pela
Assíria em 721 a. C., e Judá, ao sul, 2 tribos, levada cativa pela Babilônia no ano 600 a. C.
5. Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a promessa pelo aparecimento
de Jesus, o Messias, a esperança da humanidade, mediante Quem o homem seria redimido e nascido
de novo. Para realizar e consumar Sua obra salvadora, Jesus Cristo MORREU pelo pecado humano,
ressuscitou e ordenou que os discípulos saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu
poder redentor.
6. Assim, obedecendo à ordem (a “grande comissão”), partiram os discípulos por toda parte, em
todas as direções, levando as BOAS NOVAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época.
Assim, com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o Novo Testamento.
A BÍBLIA
“A Bíblia é o Livro de Deus” (Is 34:16).
A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês,
passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C
preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários
destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários livros.
No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora
em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II pelos chineses, bem
como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até
então tudo era manuscrito como ocorria anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e
oneroso.
Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro”
como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de livros).
A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e
patriarca de Constantinopla, 398-404 A. D.
Teologicamente a Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente
é uma coleção de livros pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e
Jesus Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto central.
Cerca de 40 personagens se envolveram no registro e compilação dos 66 livros que
compõem a Bíblia Sagrada (1 Ts 2:13; 1 Pedro 1:20-21). Os escritores viveram distantes uns dos
outros (11 países diferentes), em épocas e condições diferentes, não se conheceram (na época a
comunicação era praticamente impossível) pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham
cultura e profissões muito diferentes.
Foram das mais diferentes categorias (19 ocupações diferentes): escritores, estadistas,
camponeses, reis, vaqueiros, pescadores, cobradores de impostos, instruídos e ignorantes, judeus e
gentios. Ex: legislador (Moisés); general (Josué); profetas (Samuel, Isaías, etc.); Reis (Davi e
3
Salomão); músico (Asafe, compôs 12 Salmos); boiadeiro (Amós); príncipe e estadista (Daniel);
sacerdote (Esdras); coletor de impostos (Mateus); médico (Lucas); erudito (Paulo); pescadores
(Pedro e João).
São aproximadamente 50 gerações de homens. Um exame das vidas dos escritores mostra a
verdade deste testemunho. Esses eram homens sérios. Eles vieram de todos os caminhos da vida.
Eram homens de boa reputação e mente brilhante. Muitos deles foram cruelmente perseguidos e
mortos pelo testemunho que mantiveram. Não ficaram ricos pelas profecias que deram. Longe
disso. Muitos empobreceram. O autor dos cinco primeiros livros da Bíblia escolheu viver uma vida
terrivelmente pesada e de lutas ao serviço de Deus em oposição à vida milionária que ele poderia ter
tido como o filho do Faraó. Muitos escritores da Bíblia fizeram escolhas semelhantes. Suas
motivações certamente não foram convencionais nem mundanamente vantajosas. Eles não eram
homens perfeitos, mas eram homens santos. As vidas que eles viveram e os testemunhos que deram
e as mortes de que morreram deram forte evidência de que estavam dizendo a verdade.
Cada escritor manifestou seu próprio jeito de escrever (idiossincrasia), seu estilo e
características literárias. A Bíblia possui aproximadamente 10 estilos literários diferentes: poéticos
(Jó, Sl, Pv); parábolas (evangelhos sinóticos); alegorias (Gl 4); metáforas (Gn 6:6; Êx 15:16; Dt
13:17; Sl 18:2; 34:16; Lm 3:56; Zc 14:4; 2 Co 3:2-3; Ef 4:30; Tg 3:6); comparações (Mt 10:1; Jo
21:25; Cl 1:23; Tg 1:6); figuras poéticas (Jó 41:1); sátiras (Mt 19:24; 23:24); figuras de linguagem
(Sl 36:7; Sl 44:23).
Demoraram cerca de aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C.,
quando Moisés (teve a visão do passado) começou a escrever o Pentateuco, no meio do trovão no
monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João (teve a visão do futuro), ele mesmo um “filho do
trovão” (Mc 3:17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor.
Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que de fato mostra a existência de um só
Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem um só sistema doutrinário, um só
padrão moral (expressão da autoridade de Deus), um só plano de salvação, um só programa das
eras.
As diversas narrativas ali encontradas dos mesmos incidentes e ensinamentos não são
contraditórias, mas suplementares. Não há em todo o seu conteúdo uma só contradição, e um livro
sempre dá continuidade ou complementa o outro, apesar das condições em que foram escritos.
Muitas vezes, um autor iniciava um assunto e, séculos depois, outro o completava.
Os escritores humanos fornecem variedade de estilo e matéria. O Autor Divino garante
unidade de revelação e ensino.
Em todo o seu conjunto, possui uma harmonia, que só pode ser explicada como sendo um
“MILAGRE”.
A Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON (cânon
significa autoridade, regra de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!).
Vide (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3).
Assim, a Bíblia é composta:
 24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje
é chamado de "Texto Massorético de BEN CHAYyIM" e que, depois da invenção da
Imprensa, foi impresso por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da
Antuérpia, em 1524-5. A edição da segunda publicação ficou a cargo de Jacob Ben
Chayyim);
Não confundir Ben Chayyim com Ben Asher. Não confundir o Texto Massorético de Ben
Chayyim (100% genuíno) com o falso Texto Massorético, de Ben Asher (com falsificações e
também referido como Bíblia Stuttgartensia). Não confundir a Bíblia Hebraica de Kittel (BHK) 1ª e
2ª edição [1906 e 1912, boas, baseadas no Texto Massorético de Ben Chayyim] com as BHK
edições posteriores, más, baseadas no falso Texto Massorético, de Ben Asher.
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 27 livros os do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram
impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto é,
"O Texto Recebido").
"Textus Receptus": do latim “textum ergo habes, nunc ab amnibus receptum”, que
significa: texto ora recebido por todos. Foi a frase escrita no prefácio da edição de 1633, do N.T.
grego dos irmãos Elzevir (impressores holandeses de origem judaica). São os 27 livros do N.T. que
foram recebidos pelas igrejas do século I, das mãos dos homens inspirados por Deus para escrevê-
lo; e, também, recebido pela Reforma, das mãos das pequeninas igrejas fiéis {perseguidas por
Roma} e da Igreja Grega Ortodoxa. O T.R. foi o texto usado pela igreja por quase 2000 anos, antes
de surgirem as versões modernas e deturpadas da Bíblia, baseadas no texto crítico, em 1881, com o
surgimento do “Novo Texto Grego” de Westcott e Hort. O T.R. foi usado em todo o período
bizantino (312-1453), donde foi traduzido por Almeida e é o texto grego do N.T. que os
reformadores (Reforma Protestante) usaram no século XVI e XVII, para traduzir a Bíblia em
vários idiomas, inclusive o português.
O nome “massoretas” se refere aos rabinos judeus surgidos aproximadamente no ano 100
d.C. que conservavam e transmitiam o texto bíblico. Eles substituíram os escribas. Faziam
anotações às margens do texto, chamadas massorah. Eles incorporaram os sinais vocálicos ao texto
hebraico (que não possui vogais), entre o 5º e 6º séculos.
Apesar de toda oposição, a Bíblia é o livro mais antigo, mais famoso e mais lido do mundo.
Escrito em mais de 2000 línguas e dialetos, já atravessou 3.000 anos. É também o livro de maior
circulação em todo o mundo. Em 1996, por exemplo, foram distribuídos 20 milhões de Bíblias em
todo o mundo. Só no Brasil, foram quase 7 milhões e na China circulam cerca de 3 milhões. Por
tudo isto, podemos dizer, sem medo de errar que a Bíblia tem origem sobre-humana!
Os nomes mais comuns dados à Bíblia são: Livro do Senhor (Is 34:16); Palavra de Deus
(Mc 7:13; Jo 10:35; Hb 4:12); Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mt 21:42; Lc 4:21; Jo 7:38, 42;
Rm 1:2; Rm 4:3; Gl 4:30); a Verdade (Jo 17:17; Rm 15:8); Lei (Sl 119); Lc 10:26; Mt 5:18);
Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5:17; Lc 16:16); a Lei de Moisés (Lc 24:44);
Oráculos de Deus (Rm 3:2).
Assim como Jesus Cristo (que é a Palavra Viva = 1 Jo 1:1; Ap 19:13) é
100% Humano e 100% Divino, a Bíblia (que é a Palavra escrita) é humana e
divina e sem erros!!!
A Palavra de Deus é: inspirada (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9;
Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4;
15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo
1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19); eterna (Sl 119:89; Mt 24:35); única regra de fé e prática (Is 8:20; Jo
12:48); suficiente para a vida cristã (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3); lâmpada para
os nosso pés (Sl 119:105); amada pelos salvos (Sl 119:47, 72, 82, 97); purificação da vida (Sl
119:9); para ler, estudar e examinar (Dt 17:19; Js 1:8; Jo 5:39; At 17:11); alimento espiritual (1 Pe
2:2); para a santificação (Jo 17:17); proveitosa para toda boa obra (2 Tm 3:16); preservada (Lc
21:33); fogo consumidor (Jr 5:14); martelo (Jr 23:29); fonte de vida (Ez 37:7); poder para a
salvação (Rm 1:16); penetrante (Hb 4:12); algo a ser defendido pelos santos (Jd 3); para ser
pregada a todos (Mt 28:18-20; Mc 16:15); espelho (Tg 1:23-25); semente (1 Pe 1:23); espada (Ef
6:17); comida (Hb 5:12-14); mel (Sl 119:103); leite (Hb 5:13); viva e atual (Jo 6:63 b; Hb 4:12; 1
Pe 1:23; 1 Jo 1:1).
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NOTA IMPORTANTE: A BÍBLIA É O LIVRO PELO QUAL TODOS OS HOMENS
SERÃO JULGADOS: Jo 12:48
A UTILIDADE DA BÍBLIA:
“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a
correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente
habilitado para toda boa obra.” 2 Tm 3:16-17. Examine ainda 1 Coríntios 10:11 e Romanos 15:4.
A BÍBLIA É UM LIVRO PARA: ser buscado/examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido
(1 Tm 4:13); recebido (1 Ts 2:13); confirmado e aceito (At 17:11).
A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS: avisar os crentes (1 Co 10:11); manifestar o
cuidado de Deus (1 Co 9:9, 10); ensinar e instruir (Rm 15:4); aperfeiçoar o cristão para toda boa
obra (2 Tm 3:16-17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3:15); produzir fé na divindade de
Cristo (Jo 20:31); produzir vida eterna (Jo 5:24).
A unidade da Bíblia é sem paralelo. Nunca, em qualquer outro lugar, uniram-se tantos
tratados diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos, para perfazer um livro.
Assim como todas as pedras lavradas e as tábuas de madeira compõem um edifício ou, melhor
ainda, como todos os ossos, músculos e ligamentos se combinam em um corpo, assim também é
com a Bíblia.
A MENSAGEM SINGULAR DA BÍBLIA
Entre a Bíblia e os outros escritos religiosos e filosóficos existe um abismo intransponível. A
Bíblia é o único Livro que “se atreve” a prever o futuro e o faz com 100% de precisão e acerto!!!
(Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8).
Certamente, valores como a verdade, a honestidade, a justiça e o altruísmo são comuns aos
melhores escritos da humanidade. Nisso, a Bíblia se identifica com todos os outros. Mas, o que
dizer do Deus apresentado pela Bíblia? Que contraste com a energia impessoal do Hinduísmo ou
com os frágeis e grotescos deuses dos panteões greco-romanos! Deus Se apresenta em toda a Sua
majestade e grandeza: Santo, Justo, Fiel, Onipotente, Onipresente e Onisciente; Perfeito em amor e
misericórdia, Imutável em todos os Seus atributos!!!
O próprio mistério da Trindade demonstra um Deus maior que nossa razão. O homem, na
Bíblia, é retratado no seu melhor e no seu pior estado. Enquanto na Filosofia o homem é deificado
como senhor do seu próprio destino, na Bíblia, o homem é criatura de Deus, pecador e dependente.
Enquanto em algumas crendices o homem é parte de um jogo de dados cósmicos, joguete
nas mãos de forças poderosas, na Bíblia, o homem é criado por Deus com dignidade e sentido na
História.
O caminho bíblico para a salvação vai de encontro à idéia arraigada, no espírito humano, de
que cada um deve promover a sua própria salvação. Na Bíblia, a salvação é um presente que não
pode ser comprado, mas deve ser recebido com gratidão.
O perdão dos pecados não ocorre por cerimônias vazias (como na igreja católica romana,
por exemplo), mas, mediante a morte do Filho de Deus na cruz, no lugar dos pecadores. O destino
final, na Bíblia, não é a aniquilação da personalidade, nem um paraíso de prazeres carnais (como no
Islamismo); mas, a comunhão com Deus por toda a eternidade. E isto ocorrerá somente para aqueles
que um dia aceitaram o caminho oferecido por Deus (Jesus Cristo – Jo 14:6).
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Homens não narrariam seus próprios pecados, derrotas, idolatrias, etc. Nenhum homem
conceberia a idéia de um inferno de sofrimento eterno. Isto mostra que a Bíblia é um livro inspirado
por Deus!
A Bíblia se opõe a certos conceitos filosóficos do mundo, e os refuta:
1) Ateísmo (Sl 14:1; 53:1; Jr 4:22)
2) Politeísmo (Mc 12:32; 1 Co 8:6; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; Tg 2:19)
3) Materialismo (Mt 6:19-21, 24; Mt 19:16-26, 29; 1 Tm 6:10a; Sl 62:10b)
4) Panteísmo (Gn 1:1, 26; Mt 1:1, 18; Jo 1:1, 18; 16:7; 2 Co 13:14; Hb 13:8; 1 Jo 5:7)
5) A eternidade da matéria (Gn 1:1).
6) Filosofia (1 Co 1:22; Cl 2:8; 1 Tm 6:20; Tg 1:5).
CAPÍTULOS E VERSÍCULOS:
A divisão da Bíblia em capítulos só veio acontecer no ano de 1250 A. D., pelo cardeal Hugo
de Sancto Caro, monge dominicano. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen
Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo da Cantuária, em 1227.
Em 1525, Jacob Ben Hayim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, havia dividido o Antigo
Testamento em versículos.
O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por Robert Stephanus, um
impressor de Paris, que publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e
versículos em 1555.
ABREVIATURAS:
Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos textos
bíblicos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:
 Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;
 O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;
 A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos;
 O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de nova
abreviação.
Exemplos:
2 Ts 2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12
Gn 3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15.
Rm 11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18.
Dn 9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11, versículos 3 a 43.
Mt 24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1, versículos 1 a 8.
ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:
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Antilegômena: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certos momentos da História
foram questionados por alguns.
Apócrifos: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a
igreja católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e conterem muitos
erros, o que prova serem de autoria humana e não divina.
Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos livros considerados
como inspirados.
Epístolas = Cartas.
Evangelho = Caminho; boas novas.
Homologoumena: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos e
que em momento algum foram questionados.
Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir “a idéia” e não as palavras;
Pseudepígrafos: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos (não canônicos) rejeitados por
todos. Seus escritos se desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos;
Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois
são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus;
Testamento = Aliança, Pacto, Acordo;
Tradução = Transliteração de uma língua para outra;
Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, mediante
comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito;
Versão = Tradução da língua original para outra língua.
De capa a capa a Bíblia é a mensagem do amor de Deus por nós.
Devemos estudá-la diligentemente todos os dias para termos
discernimento e crescimento espiritual e vivermos no padrão de Deus,
glorificando nosso Criador e Redentor.
CURIOSIDADES BÍBLICAS:
 Jó é o livro mais antigo da Bíblia. Acredita-se que foi escrito por Moisés, quando esteve no
deserto;
 Foram usados 3 idiomas na confecção da Bíblia: hebraico e aramaico (A.T.) e grego (N.T.);
 Foi escrita em aproximadamente 1500/1600 anos, por uns 40 autores e contém 66 livros;
 Texto áureo da Bíblia: João 3:16;
 A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões
de alegria aparecem 21 vezes na epístola;
 Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem (Jz 16:19);
 O nome mais cumprido e estranho de toda a Bíblia é Maer-Salal-Has-Baz - filho de Isaías
(Is 8:3-4);
 Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais
(Am 6:5);
 O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia (At 11:26; At 26:28 e 1 Pe 4:16);
 O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías;
 1 Cr 16:8-36 transcreve o Sl 105 na íntegra;
 O A.T. encerra citando a palavra “maldição”; o N.T. encerra citando “a graça de Nosso
Senhor Jesus Cristo”;
 O nome de JESUS consta no primeiro e último versículo do N.T.;
 Israel é considerada a “menina dos olhos de Deus” (Dt 32:10; Zc 2:8);
8
 A Bíblia contém cerca de 3.565.480 letras, 773.692 palavras, 31.173 versículos, 1.189
capítulos e 66 livros;
 O capítulo mais comprido é o Salmo 119;
 O capítulo mais curto é o Salmo 117;
 O meio exato da Bíblia é o versículo 8 do Salmo 118;
 O versículo mais longo está em Ester 8:9;
 O versículo mais curto é: "Não matarás" em Êxodo 20:13 (10 letras);
 As tábuas da lei foram feitas por Deus e quebradas por Moisés, e depois feitas por Moisés e
reescritas por Deus (Êx 34:1);
 Moisés fez o povo beber o ouro do bezerro da desobediência (Êx 32:19-20);
 A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura; sua área total
nos três pisos era de 9.250 (m²) e tinha um volume total de 43.150 (m³);
 Noé permaneceu na arca 382 dias, sendo o ano judaico de 360 dias (Gn 7:9-11; 8:13-19);
 Davi foi ungido três vezes obtendo uma gloriosa confirmação (1 Sm 16:13; 2 Sm 2:4;
1 Cr 11:3);
 Salomão não era o único sábio, havia mais quatro sábios (1 Rs 4:29-31);
 Salomão disse 3.000 provérbios e 1005 cânticos. (1 Rs 4:32);
 O A. T. apresenta 332 profecias literalmente cumpridas na pessoa de Jesus Cristo;
 Paulo pregou o maior discurso descrito na Bíblia (At 20:7-11);
 O maior profeta jamais realizou um milagre, contudo foi o pregador mais convincente
(Jo 10:41-42);
 O "sermão do monte" poderia ser chamado de "sermão da planície" (Mt 5:1; Lc 6:17);
 O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada letra do alfabeto hebraico;
 O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia
com uma letra do alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia
com a letra da seção;
 No livro Lamentações de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 tem versículos em número de 22
cada, compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando
cada três deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto;
 A expressão "o caminho de um Sábado" corresponde ao caminho permitido no dia de
Sábado; a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no
deserto, isto é, cerca de 1.200 metros;
 Para a leitura completa da Bíblia, são necessárias 49 horas, a saber: 38 horas para a leitura
do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo Testamento;
 Para lê-la de forma audível, em velocidade normal de fala, é necessário aproximadamente
71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia;
 A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso
exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura.
Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e
pode ser lida com o auxílio de uma lente;
 A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de
espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de
trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja
superfície estão gravados os textos;
 Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (vulgata), em seu recém inventado prelo
manual, que dispensava as cópias manuscritas, em 1452, em Mainz - Alemanha;
 A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura
das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica/louças
(óstracos);
9
 Com exceção de alguns textos do livro de Esdras e de Daniel, os textos originais do Antigo
Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas,
caracterizada pela predominância de consoantes;
 A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca
Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;
 Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento estavam compilados desde cerca de 400
a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos,
Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;
 A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da
Vulgata Latina e se iniciou com D. Diniz (1279-1325);
 A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta
esférico. Bastava que os descobridores conhecessem a Bíblia. (Is 40: 22);
 A Bíblia também mostra, em seu livro mais antigo (Jó), que a Terra está suspensa no vazio
(Jó 26:7);
 A existência de dinossauros, convivendo com humanos, está narrado na Bíblia: o Beemonte
(Jó 40:15-17), e o Leviatã (Jó 41:1), sendo que, este último, em algumas versões deturpadas
da Bíblia, consta como “crocodilo”, o que contradiz o contexto do capítulo;
 Na Bíblia, também lemos que a luz foi criada antes do Sol, algo que só foi descoberto pela
ciência recentemente (Gn 1:3-5);
 Lemos que Jesus será a luz da “nova Terra” (Lc 17:24; Ap 21:23; 22:5);
 Jesus, a luz vista por Paulo, a caminho de Damasco, é mais brilhante que o Sol do meio-dia
(At 9:3; 26:13-15);
 A palavra fé, no Antigo Testamento, é encontrada apenas em Hc 2: 4;
 A palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T., num total de 3.828
vezes;
 Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes;
 Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem o nome DEUS;
 A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes aparecem cerca de 3.800 vezes na Bíblia;
 A vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318
no Novo Testamento;
 A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do
ano e mais uma para os anos bissextos!;
 No Salmo 107, há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31;
 Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira;
 Em Êxodo 3.14, Deus, pela primeira vez, revela Seu Nome: “Eu Sou Quem Sou”, ou
Yahweh (Jeová) - Este é o nome mais comum de Deus no Velho Testamento, aparecendo
cerca de 6.800 vezes na língua original, o Hebraico. Em nossa tradução, esse Nome vem
traduzido por "Senhor" e aparece 1.853 vezes;
 Adão - o homem no Jardim do Éden – o seu nome significa "ser humano";
 À medida que os apóstolos levaram o evangelho pelo mundo, muitas das palavras do Senhor
e muitas reminiscências sobre Ele circulavam oralmente. Uma evidência disso ocorre
quando Paulo, ao falar aos anciãos de Éfeso, empregou uma declaração de Jesus que não
consta de parte alguma dos evangelhos (At 20:35);
 Adão e Eva tiveram ouros filhos e filhas, o que revela de onde Caim obteve sua esposa (Gn
5:4);
 Sara era meio-irmã de Abraão (Gn 20:12);
 Eva não comeu uma “maçã”, mas um fruto não especificado (Gn 3:6);
 Os magos que visitaram Jesus não eram reis e não eram três, pois a Bíblia diz “uns magos”
(Mt 2:1);
 A palavra Salmos, em hebraico, significa “louvores” (do grego Psallo = Salmos);
10
 A Bíblia tem 3 Autores: o Pai (2 Tm 3:16); o Filho (Gl 1:12) e o Espírito Santo (2 Pe 1:21);
 Os Salmos 120 ao 134 são conhecidos como “Cânticos dos Degraus”, pois eram cantados na
peregrinação a Jerusalém, quando subiam os 15 degraus do templo (15 Salmos).
 Na leitura da Bíblia, é Deus quem fala aos corações dos homens. Na leitura dos Salmos,
geralmente, somos nós quem falamos com Deus.
 A Bíblia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao homem por Deus para ser o absoluto, o
supremo, o competente, o infalível e imutável padrão de fé e prática.
O livro de Isaías:
 Também conhecido como “o Evangelho do Antigo Testamento”.
 É tido como uma miniatura da Bíblia:
 Tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros.
 A primeira seção tem 39 capítulos/livros e corresponde à mensagem do Antigo
Testamento.
 A segunda seção tem 27 capítulos/livros tratando do conforto, promessa e salvação,
correspondendo à mensagem do Novo Testamento.
 Assim como o NT termina falando do novo céu e nova Terra, o mesmo ocorre no
término de Isaías (66:22).
 O próprio nome Isaías tem semelhança com o significado do nome de Jesus: Isaías
quer dizer Salvação de Jeová e Jesus, Jeová é Salvação.
Algo muito significante é que a Bíblia contém três advertências solenes contra qualquer
tentativa de acrescentar (ou diminuir) palavras ao livro inspirado de Deus e esta significação é
grandemente acentuada pelo fato de que a primeira de tais advertências foi escrita pelo primeiro de
todos os escritores da Bíblia, enquanto que a terceira foi escrita pelo último dos escritores:
MOISÉS – que teve visão, dada pelo Espírito, do passado desconhecido, escreveu a
primeira: Dt 4:2; 12:32;
SALOMÃO – o homem mais sábio que já viveu, escreveu a segunda: Pv 30:6; Ec 3:14;
JOÃO – para quem foi dada tão maravilhosa revelação do futuro, escreveu a terceira: Ap
22:18-19.
DIVISÃO DOS LIVROS:
Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:
 5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o Pentateuco;
 12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et);
 5 poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct);
 5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn);
 12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml).
A Tanakh (o A. T. dos judeus) e a divisão de Flávio Josefo (Lc 24:44)
11
TEXTO MASSORÉTICO FLÁVIO JOSEFO - 22 livros
(a distribuição é hipotética)
TORÁH
(A Lei)
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
Chumash = os cinco livros/Pentateuco
Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5
NEBI'IM
(Profetas)
Profetas anteriores - Js, Jz, Sm, Rs = 4
Profetas posteriores - Is, Jr, Ez, XII = 4
Js, Jz-Rt, Sm, Rs. Is, Jr-Lm, Ez, XII, Dn,
Ec, Es-Ne, Et, Cr = 13
KEThUBhIM
(Escritos) Gr.
Hagiographa
Poesia e sabedoria - Sl, Jó, Pv = 3
"Megilloth" - Rt, Ct, Ec, Lm, Et = 5
História - Dn, Ed-Ne, Cr = 3
Poesia e sabedoria - Sl, Pv, Jó, Ct = 4
OBSERVAÇÕES:
a) Os Profetas e os Escritos: também eram conhecidos pelos nomes dos seus primeiros livros,
“Isaías” e “Salmos”, respectivamente.
b) Profetas Posteriores: porque exerceram o ministério no período compreendido entre os cativeiros
Assírio e Babilônico até o retorno dos judeus à Palestina, após 70 anos sob o domínio babilônico.
c) Os livros históricos são de autores que não eram profetas oficiais, mas que possuíam o dom de
profecia.
d) O Rolo dos Doze – XII inclui os livros de: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum,
Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
e) Os Cinco rolos (Megilloth) são cada um usado na ocasião de uma festa específica: Cantares na
Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do mês Abibe (no aniversário da destruição de
Jerusalém); Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester na Festa de Purim.
f) O primeiro livro da Escritura hebraica é Gênesis e o último Crônicas (Mt 23:35; Gn 4:8;
2 Cr 24:20-22).
g) No Cânon hebraico, como no nosso Cânon, os livros não estão em ordem cronológica.
h) São 24 livros, visto que os seguintes livros são assim considerados: Samuel (engloba 1 e 2 Sm),
Crônicas (engloba 1 e 2 Cr), Reis (engloba 1 e 2 Rs), Os Doze (são contados como um só livro),
Esdras (inclui Neemias). [39 livros menos 15 = 24).
i) Flávio Josefo, historiador judeu reduziu os 24 livros para 22 livros, em correspondência às 22
letras do alfabeto hebraico, combinando Rute com Juízes e Lamentações com Jeremias.
j) O Novo Testamento menciona uma divisão tripla do Antigo Testamento: "A Lei, os Profetas e os
Salmos" (Lucas 24:44).
k) Jesus Cristo mencionou estas 3 divisões do V. T. em Lc 11:49-51, Lc 24:44 e Mt 23:34-36.
l) O livro de Eclesiástico (apócrifo), escrito em cerca de 130 antes de Cristo fala em "a lei, os
profetas e os outros escritos". Confira Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que refletem o arranjo da Bíblia
Hebraica.
“O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado,
e o Antigo Testamento, no Novo Testamento revelado”.
Os 27 livros do Novo Testamento são:
 (BIOGRAFIA) 4 Evangelhos (Mt, Mc, Lc, Jo);
 (HISTÓRIA) 1 histórico (At);
 (DOUTRINA) 21 epístolas. São elas:
a) 9 a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1 e 2 Ts);
b) 6 pastorais (1 e 2 Tm, Tt, Fm, 2 e 3 Jo);
c) 6 universais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1 Jo, Jd).
 (PROFECIA) 1 profético (Ap).
12
DIVISÃO CRISTOCÊNTRICA
Os crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa (1 Pe 1:11-12), ao
passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a concretização dos planos de Deus.
A Bíblia pode ser dividida na estrutura geral e Cristocêntrica. Isso se baseia nos ensinos do
próprio Jesus, cerca de cinco vezes no Novo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7).
Sim, Cristo é o centro e o coração da Bíblia, porque o Antigo Testamento descreve uma
nação e o Novo Testamento descreve um HOMEM. Toda a Bíblia se converge para Cristo, como
deixa claro João 20:31.
CRISTO é a nossa Palavra Viva (Apocalipse 19:13) que percorre todas as páginas das
Sagradas Escrituras. Examine ainda Lc 24:44. Considerando CRISTO como o tema central da
Bíblia, toda ela poderá ficar resumida assim:
Centro = lugar de equilíbrio (Jesus = equilíbrio perfeito)
A Árvore da Vida, um tipo de Cristo, está no centro (Gn 2:9). O Sl 118:8 é o centro da
Bíblia (594 capítulos antes e 594 capítulos depois). O Tabernáculo, um tipo de Cristo, ficava no
centro do acampamento (Lv 26:11). Jesus, quando era criança, era o centro das atenções (Lc 2:46).
Ele está no meio (centro) dos crentes (Mt 18:20). Foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27:38).
Jesus ressuscitado apareceu no meio dos discípulos (Jo 20:19). Vide também Ap 1:13; 5:6.
ANTIGO TESTAMENTO: (Jesus virá)
OBS: de uma forma geral, todo o A. T. trata da preparação para o advento de Cristo.
LEI: Fundamento da chegada de Cristo.
HISTÓRIA: Preparação para a chegada de Cristo.
POESIA: Anelo pela chegada de Cristo.
PROFECIA: Certeza da chegada de Cristo.
NOVO TESTAMENTO: (Jesus já veio)
OBS: O N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo.
EVANGELHOS: Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
ATOS: Propagação de Cristo, por meio da igreja.
EPÍSTOLAS: Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
APOCALIPSE: Consumação de todas as coisas em Cristo.
Desta forma, tendo CRISTO como TEMA CENTRAL, podemos resumir todo o Antigo
Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é
claro, como Redentor).
Assim, as Escrituras sem a pessoa de JESUS seriam como a física sem a matéria e o matemático
sem os números.
Já imaginou um cristão sem a Bíblia?
I - ANTIGO TESTAMENTO:
BREVE ANÁLISE DOS LIVROS DA BÍBLIA
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TRÊS PENSAMENTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO:
1. A Promessa de Deus a Abraão - “todas as nações seriam abençoadas”
2. O Concerto de Deus com a nação hebraica - Se O servissem fielmente, prosperariam. Em
estabelecer a nação hebraica, o objetivo FINAL de Deus foi trazer CRISTO ao mundo. O objetivo
IMEDIATO de Deus foi estabelecer, em terra idólatra, em preparação para a vinda de Cristo, a idéia
de que há UM só Deus Vivo e Verdadeiro. A bênção dessa nação se comunicaria ao mundo.
3. A Promessa de Deus a Davi - “que sua família reinaria para sempre...”
PORTANTO, CONCLUÍMOS QUE: (Êx 19:5-6; Dt 4:5-8; Rm 9:4-5; Jo 4:22)
1. A nação hebraica foi estabelecida para que, por ela, o mundo inteiro fosse abençoado:
A nação messiânica.
2. O meio pelo qual a benção da nação hebraica se comunicaria ao mundo seria a família de Davi:
A família messiânica.
3. O modo pelo qual a bênção da família de Davi se comunicaria ao mundo seria o grande Rei que
nasceria dela: O MESSIAS.
O ANTIGO TESTAMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:
1 – Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros:
Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do céu e da Terra, das ilhas e dos
mares, dos animais e do homem. Com Abraão, temos o começo de uma raça, um povo, uma
revelação divina particular e finalmente uma igreja.
Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande libertação divina, usando a
instrumentalidade de Moisés.
Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos, sacrifícios, etc.
Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo deserto.
Deuteronômio – Repetição das leis.
2 – Livros Históricos – são 12 livros:
Divide-se em quatro períodos da História de Israel:
a) Teocracia (Juízes)
b) Monarquia (Saul, Davi, Salomão)
c) Divisão do Reino e Cativeiro (Judá, Israel)
d) Período pós-cativeiro
Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio Jordão, a queda das muralhas
de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias, a divisão da terra prometida e, finalmente, a
morte de Josué com cento e dez anos.
Juízes – Várias libertações através dos quinze juízes.
Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo.
1 e 2 Samuel – Relatam a história de Samuel, da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro
rei ungido por Samuel, Samuel como o último juiz e a história de Davi.
1 e 2 Reis – Relatam a edificação do Templo de Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e
Eliseu. Ainda em II Reis, está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do
Sul com o poderio caldeu de Nabucodonossor.
1 e 2 Crônicas – Registram os reinados de Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do
cativeiro babilônico.
14
Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com Zorobabel e a reconstrução do
templo de Jerusalém.
Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de Jerusalém.
Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o estabelecimento da festa de Purim.
3 – Livros Poéticos – são 5 livros:
Jó – Sofrimento, paciência e libertação de Jó.
Salmos – Cânticos espirituais, proclamações, poemas e orações.
Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc.
Eclesiastes – Reflexões sobre a vida, deveres e obrigações perante Deus.
Cantares de Salomão – Descreve o amor de Salomão pela jovem sulamita, simbolizando o amor
de Jesus pela igreja.
4 – Profetas – são 17 livros:
São os livros proféticos de acordo com as duas grandes crises do povo judeu:
CRISE
ASSÍRIA
CRISE
BABILÔNICA
DURANTE O
CATIVEIRO
BABILÔNICO
APÓS O
CATIVEIRO
BABILÔNICO
Joel
Amós
Jonas
Oséias
Isaías
Miquéias
Naum
Sofonias
Habacuque
Jeremias
Lamentações
Obadias
Daniel
Ezequiel
Ageu
Zacarias
Malaquias
a) Profetas Maiores – são 5 livros:
Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da redenção. O livro contém
maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras.
Jeremias – Tem por tema a reincidência, o cativeiro e a restauração dos judeus. Jeremias é
considerado “o profeta chorão”.
Lamentações – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a condição, exaltação e a glória
futura do povo de Deus.
Daniel – Visões apocalípticas.
b) Profetas Menores – são 12 livros:
Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como adultério espiritual. Contém muitas
metáforas que descrevem os pecados do povo.
Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia do Senhor” é enfatizado como um
Dia de juízo e também de bênçãos.
Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o egoísmo e o pecado.
Obadias – A condenação de Edom e a libertação de Israel.
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Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou para levar a mensagem de Deus à
cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os profetas. Um dos profetas que pregou o
arrependimento ao povo. O povo se arrependeu e o profeta ficou triste e desejou a morte.
Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o estabelecimento do reino
messiânico.
Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da opressão assíria.
Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode Deus ser Justo e permitir
que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das mais belas orações da Bíblia.
Sofonias – Ameaças e visão da glória futura de Israel.
Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do segundo templo e promete a volta da
glória de Deus.
Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de Deus. Zacarias ajudou a animar
os judeus a reconstruírem o templo. Foi contemporâneo de Ageu.
Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias.
Terminamos o Velho Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi
prometido, mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida.
Por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o
Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.),
nenhum escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de:
"Os Anos Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período Negro".
Os livros apócrifos são deste período.
II - NOVO TESTAMENTO:
O Velho Testamento mostra o problema, mas não revela completamente a solução.
O Novo Testamento dá a resposta ao problema e aponta a solução:
JESUS CRISTO!
O NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES:
1 – Os Evangelhos ou Biográficos:
 Mateus, Marcos, Lucas e João - Tratam do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e
ascensão de Um Homem chamado Jesus, O Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel.
A questão central é a carreira terrena de Jesus Cristo.
 Os temas e as datas dos Evangelhos:
Mateus: O Prometido está - veja o Seu reinado/soberania (Suas qualificações).
Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho (Seu poder).
Lucas: Assim Ele era - veja a Sua humanidade (Sua natureza).
João: Assim Ele é - veja a Sua divindade.
Mateus (40-55 d. C.): Foi escrito para os JUDEUS. Faz conexão com o Velho Testamento (as
Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho Testamento aos Judeus,
O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt 1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a
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linhagem/genealogia “Real” de Jesus (Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf.
Mt 1:1). O Novo Testamento é o cumprimento do Velho Testamento - note logo no começo do
Novo Testamento o que diz Mateus 1:22. É por isto que Deus diz em Mateus: "Este é o meu amado
Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17:5). É o evangelho que mais traz profecias.
Marcos (57-63 d. C.): Foi escrito para o povo ROMANO. Representa o Messias como o SERVO
Fiel e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10:45). Não traz genealogia, pois
para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa de quem se procure uma genealogia.
Marcos é um judeu-gentio (João Marcos), cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata
mais milagres, pois os romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras.
Lucas (63 d. C.): Foi escrito para os GREGOS. Relata o Messias como o Homem Perfeito, o
FILHO DO HOMEM, Aquele que veio repartir e Se compadecer (Lc 19:10). Os gregos
gostavam de tudo detalhado. Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a
linhagem/genealogia “humana” de Jesus até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como
Homem Perfeito (conf. Lc 3:38). Mesmo tentado na carne, Ele continuou Perfeito. Lucas era um
médico e um gentio (narra o sofrimento de Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer).
João (90 d. C.): foi escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo.
João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir (Jo 1:1-4;
20:31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento de Cristo com o Pai. É
onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo
100% Deus, é Eterno, sem princípio, meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!!
Os sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras:
Mateus, Marcos e Lucas
Os fatos da vida exterior de Cristo
Os aspectos da Sua vida humana
Os Seus discursos públicos
O ministério na Galiléia
João
A vida íntima de Cristo
A vida divina de Cristo
Os discursos pessoais
O ministério na Judéia
A crítica está cada vez mais voltando ao ponto de vista tradicional quanto à data e autoria
de diversos livros. Há razão para crermos que os Evangelhos sinópticos foram escritos na ordem:
Mateus, Lucas e Marcos. Orígenes freqüentemente os cita nessa ordem e Clemente de Alexandria,
antes dele, coloca os Evangelhos que contêm genealogia primeiro, com base na tradição que ele
recebeu dos “antigos antes dele”. De acordo com Euzébio, H. E., Vi. Xiv. Esta opinião é reforçada
pela consideração de que os Evangelhos surgiram das circunstâncias e ocasiões da época.
(Palestras em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen (Ed. Batista Regular, pág 58).
Os quatro relatam os tipos mostrados em Ezequiel 1.10 e em Apocalipse 4.6-8, ilustrando os
quatro animais "no meio do trono, e ao redor do trono" com a semelhança de:
 leão (Mateus - rei),
 bezerro (Marcos – servo),
 rosto como de homem (Lucas - filho do homem) e
 semelhante a uma águia voando (João - filho de Deus).
2 – Histórico:
 Atos dos Apóstolos - Propagação do Evangelho. Trata dos resultados da morte e da
ressurreição de Jesus Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança
do Espírito Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.
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3 – Epístolas:
Os fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las pessoalmente,
desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito de aconselhá-los, repreendê-los e
instruí-los. Assim surgiram as Epístolas.
(Circulação das epístolas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3)
 Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios,
Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 dirigidas a indivíduos: 1 e 2 Timóteo,
Tito, Filemom.
 Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo: Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1,
2 e 3 João, Judas.
OBS: Fp, Ef, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas por Paulo, na prisão em Roma.
IMPORTANTE: As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência
do que Deus tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas e
não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para orientar, instruir e
exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena, frutífera, operosa, abundante,
VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!!
4 – Profético:
Apocalipse – Revelação, Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra.
Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino
seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os princípios em prática.
AS LÍNGUAS E OS MATERIAIS DA BÍBLIA:
A ERA DA ESCRITA:
Parece que a escrita se desenvolveu durante o IV milênio a.C. No II milênio a.C. várias
experiências conduziram ao desenvolvimento do alfabeto e de documentos escritos por parte dos
fenícios. Tudo isso se completou antes da época de Moisés, que escreveu alguns Livros do
Pentateuco aproximadamente em 1491 a.C.
Já em 3500 a.C. os sumérios usavam tabuinhas de barro para a escrita cuneiforme, e
registraram, por exemplo, a descrição sumeriana do dilúvio (o Épico de Gilgamesh), que teria sido
gravada em 2100 a.C.
Os egípcios (em 3100 a.C.) apresentavam documentos escritos em hieróglifos (pictografia =
desenhos, pinturas).
A partir de 2500 a.C. usavam-se textos pictográficos em Biblos (Gebal) e na Síria. Em
Cnosso e em Atchana, grandes centros comerciais, apareceram registros gravados anteriores à época
de Moisés. Outros elementos correspondentes de meados a fins do II milênio a.C. acrescentam mais
evidências de que a escrita já se havia desenvolvido bem antes da época de Moisés.
Em suma, Moisés e os demais autores da Bíblia escreveram numa época em que a
humanidade estava “alfabetizada”, ou melhor, já podia comunicar seus pensamentos por escrito.
AS LÍNGUAS BÍBLICAS EM PARTICULAR:
18
As línguas utilizadas no registro da revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de
línguas semíticas e indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas básicas do Antigo
Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs 18:26; Ed 4:7; Dn 2:4).
Além dessas línguas, o Latim e o Grego representam a família indo-européia. De modo
indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da Bíblia, ao criar o veículo
básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos complicada do que havia sido até então:
inventaram o ALFABETO.
AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO:
O Hebraico é a língua principal do Antigo Testamento, especialmente adequada para a tarefa
de criar uma ligação entre a biografia do povo de Deus e o relacionamento do Senhor com esse
povo. O Hebraico se encaixou bem nessa tarefa porque é uma língua pictórica (= desenhos).
Expressa-se mediante metáforas vívidas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa
dos acontecimentos. Além disso, o Hebraico é uma língua pessoal. Apela diretamente ao coração e
às emoções, e não apenas à mente e à razão.
É uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada.
É chamada no A. T. de “língua de Canaã” (Is 19:18) e “língua Judaica” (Is 36:11-13; Ne 13:24; 2
Rs 18:26-28). Ela, provavelmente, desenvolveu-se a partir do antigo hebraico falado por Abraão,
em Ur dos caldeus (Gênesis 14.13) e vários estudiosos crêem que esse hebraico era anterior a
Abraão e que era a “mesma língua” e “a mesma fala” dos tempos pré-Babel (Gênesis 11.1). Em
outras palavras, crêem que essa era a língua original do homem.
A língua hebraica é conhecida como “quadrática” e suplanta em beleza a todas as outras
escritas. Possui raiz triconsonantal (3 consoantes). Lê-se da direita para esquerda, seu alfabeto se
compõe de 22 letras e serve também para representar números.
As 22 letras do Hebraico se encontram no Sl 119 e no Livro de Lamentações.
Em Gn 31:47, vemos Labão (vindo da Caldéia), falar em Aramaico e Jacó, vindo de
Canaã), falar em Hebraico.
O Aramaico (uma língua cognata, muito próxima do hebraico) era a língua dos sírios, tendo
sido usada em todo o período do Antigo Testamento. Na verdade, substituiu o hebraico no tempo do
cativeiro. Era falado desde 2000 a. C., em Arã, na Síria. Tinha o mesmo alfabeto do Hebraico, mas
diferenciava no som e estrutura das palavras. Era a língua “comercial” do mundo antigo, quando a
Assíria e a Babilônia dominaram o mundo da época (cativeiros). Era a língua diplomática, no tempo
de Senaqueribe (705-681 a.C.). Depois do Cativeiro Babilônico (500 a.C.), tornou-se a língua
comum naquela região.
Durante o século VI a.C., o Aramaico se tornou a língua geral de todo o Oriente Próximo.
Seu uso generalizado se refletiu nos nomes geográficos e nos textos bíblicos de Esdras (4:8-6:18;
7:12-26), pelo fato de ser o aramaico a língua oficial do Império Persa; um versículo em Jeremias
(10:11), onde há a citação de um provérbio aramaico; e uma parte relativamente grande do livro de
Daniel (2:4 a 7:28), onde o aramaico é usado, provavelmente, por ser uma seção inteira que trata
das nações do mundo.
AS LÍNGUAS DO NOVO TESTAMENTO:
As línguas semíticas também foram usadas na redação do Novo Testamento. Na verdade,
Jesus e Seus discípulos falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido essa a língua falada por
toda aquela região na época.
As expressões “Talita cumi” (Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27:46);
“Maranata” (1 Co 16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6) são em Aramaico.
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O Hebraico fez sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma que,
no português, quer dizer “e sucedeu que”. Outro exemplo da influência hebraica no texto grego
vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adjetivo, a fim de atribuir uma
qualidade a algo ou a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de
Deus = YHWH) é em Hebraico.
Além das línguas semíticas a influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o
Grego. O Latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo” e “legião”, e
pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em Grego).
No entanto, a língua em que se escreveu o N. T. foi o Grego. Até fins do século XIX, cria-se
que o grego do N. T. (o Grego helenístico, koinê = comercial) era a “língua especial” do Espírito
Santo; mas, a partir de então, essa língua tem sido identificada como um dos cinco estágios do
desenvolvimento da língua grega.
Esse grego koinê era a língua mais amplamente conhecida em todo o mundo do século I. O
alfabeto havia sido tomado dos fenícios. Seus valores culturais e vocabulário cobriam vasta
expansão geográfica, vindo a tornar-se a língua oficial dos reinados em que se dividiu o grande
império de Alexandre, o Grande, uma língua quase universal.
O aparecimento providencial dessa língua, ao lado de outros desenvolvimentos
culturais, políticos, sociais e religiosos, ampla rede de estradas, progresso, etc., durante o
século I a.C., fica implícito na declaração de Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4).
Grego: 25 letras, começando no Alfa e terminando no Ômega.
Jesus Se identifica com o N.T., que foi escrito em Grego, ao declarar: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13).
O Grego do N. T. se adaptou de modo adequado à finalidade de interpretar a revelação de
Cristo em linguagem teológica. Tinha recursos linguísticos especiais para essa tarefa, por ser um
idioma intelectual. Era a segunda língua dos escritores do N.T., com exceção de Lucas.
Era um idioma da mente, mais que do coração, e os filósofos atestam isso amplamente. O
Grego tem precisão técnica de expressão não encontrada no Hebraico. Além disso, o Grego era uma
língua quase universal.
A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente a uma nação, Israel,
em sua própria língua, o Hebraico.
A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não veio de forma tão
restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser anunciada ao mundo todo, por isto,
era necessária uma língua universal: “... em seu nome se pregará o arrependimento e a
remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24:47)
OS MATERIAIS DA ESCRITA:
Os autores da Bíblia empregaram os mesmos materiais para a escrita, que estavam em uso
no mundo antigo.
O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito, por volta de 2100 a.C. Eram folhas
de uma planta, cuja popa era cortada em tiras que eram colocadas superpostas umas às outras de
forma cruzada, coladas, prensadas e depois polidas. Eram escritas de um lado apenas. A cor era
amarelada. Foi o material que o apóstolo João usou para escrever o Apocalipse (Ap 5:1) e suas
cartas (2 Jo 12).
A antiga Gebal é atualmente a cidade de Jubayl (nome árabe) e fica a 42 km de Beirute. É
considerada a cidade mais antiga do mundo. Seu nome em Grego é Biblos, pois de lá vinham os
papiros (biblos).
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O velino, o pergaminho e o couro são palavras que designam os vários estágios de produção
de um material de escrita feito de peles de animais curtida e preparada para a escrita. Seu uso
generalizado vem dos primórdios do Cristianismo, mas já era conhecido em tempos remotos, pois
temos uma menção de Isaías 34:4 sobre um livro que era enrolado.
O velino era a pele de bezerros e antílopes. O pergaminho era a pele de ovelhas e cabras.
Tudo indica que o termo pergaminho derivou o seu nome da cidade Pérgamo, na Ásia
menor, cujo Rei, Eumenes II (159 - 197 d. C.), fez uma grande biblioteca para rivalizar com a de
Alexandria no Egito, haja vista que o Rei do Egito havia cortado o suprimento de papiro. O Novo
Testamento menciona este material gráfico em 2 Tm 4:13 e Ap 6:14. O velino era desconhecido até
200 a.C., pelo que Jeremias teria tido em mente o couro (Jr 36:23).
O A.T. foi escrito basicamente no couro, pois o Talmude assim o exigia. O N.T. foi escrito
basicamente em papiro. No século IV A.D., foi utilizado o velino para os manuscritos.
Outros materiais para a escrita eram o metal (Êx 28:36), a tábua recoberta de cera (Is 30:8;
Hc 2:2; Lc 1:63), as pedras preciosas (Êx 39:6-14) e os cacos de louça (óstracos), como mostra Jó
2:8. O linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, embora não tenhamos indícios de que tenha
sido usado no registro da Bíblia.
A TINTA E OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA:
A tinta utilizada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida
parecida com a goma arábica (Jr 36:18; Ez 9:2; 2 Co 3:3; 2 Jo 12; 3 Jo 13).
Para a escrita em papiro e pergaminho, os escribas usavam penas de aves, pincéis finos e um
tipo de caneta feita de madeira porosa e absorvente. Para uso em cera, utilizavam um estilete de
metal (Is 30:8).
OS TIPOS DA ESCRITA DOS MANUSCRITOS:
Alguns tipos de escrita utilizados nos manuscritos são:
a) Uncial: os mais antigos manuscritos gregos só usavam letras maiúsculas desenhadas e sem
separação entre palavras. Datam do IV século A. D.
b) Cursivo: Era o tipo de escrita onde letras minúsculas eram conectadas com espaço entre
palavras, pois, naquela época (séc. VI a X d.C.), havia maior necessidade de cópias dos
manuscritos.
c) Sinais Vocálicos: Mais ou menos ao redor dos anos 500 a 900 d.C., eruditos judeus chamados
Massoretas introduziram um sistema de pontos colocado acima, abaixo e entre o texto consonantal
do Velho Testamento, de forma a marcar a vocalização do texto. Além disto, eles cercaram o texto
de uma série de anotações chamadas Massorah que garantiam a imutabilidade do texto. Estes
pontos, chamados pontos vocálicos, exerceriam a função de vogais, mas tinham a vantagem de nada
acrescentar ou tirar do texto consonantal inspirado. Este sistema preservou a pronúncia do Hebraico
que, nesta época, era a língua dos eruditos judeus. Foi o texto hebraico preservado por este grupo de
eruditos judeus que chegou aos dias de hoje.
OBS: É conveniente lembrarmos que, nos manuscritos mais antigos, não era usado um sistema de
pontuação. E, também, é bom lembrarmos que não há nenhum manuscrito original preservado nos
dias de hoje (para se evitar a idolatria!!!).
O FORMATO DOS MANUSCRITOS (MSS):
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Os manuscritos do Antigo Testamento tinham os formatos de livros (códices) e rolos. Os
códices eram feitos de pergaminho cujas folhas tinham normalmente 65 cm de altura por 55 cm de
largura. Os rolos podiam ser de papiro ou pergaminho. Eram presos a um cabo de madeira para
facilitar o manuseio durante a leitura. Eram enrolados da direita para a esquerda. Sua extensão
dependia da escrita a ser feita.
A BÍBLIA É INSPIRADA
Jesus Cristo ensinou que a Bíblia é infalivelmente inspirada (Jo 10:35b; 17:17; Mt 4:4;
5:17-18) e também eterna e perfeitamente preservada por Deus (Mt 4:4; 5:18; 24:25, Lc 16:17;
21:33; 24:44)
Juramento de John Burgon: “Juro pelo Nome do Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo,
que creio que “a Bíblia não é outra coisa senão a voz d'Aquele que está sentado no trono. Cada
livro dela, cada capítulo dela, cada versículo dela, cada palavra dela, cada sílaba dela, cada letra
dela, são elocuções diretas do Altíssimo. A Bíblia não é nada mais que a Palavra de Deus;
nenhuma parte dela é mais, nenhuma parte dela é menos, mas todas as partes de igual modo, são
expressões d'Aquele que está sentado no Trono, sem defeito, sem erro, supremas.” Assim ajude-me
Deus, AMÉM”.
SIGNIFICADO DA INSPIRAÇÃO (inspiração = registro escrito):
Inspiração é o homem escrevendo o que Deus revelou. A Inspiração é o registro escrito das
revelações de Deus e daquilo que Ele quis que os escritores registrassem por escrito. A inspiração,
portanto, é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência sobrenatural sobre certos homens,
capacitando-os para registrar acurada e infalivelmente o que quer que tenha sido revelado. “Homens
santos de Deus”, lemos, “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21). O resultado desse
processo é a Palavra de Deus escrita, a “escritura da verdade” (Dn 10:21).
Como ocorreu o processo da inspiração:
A própria Bíblia clama ser a Palavra de Deus. O termo “inspiração” é o termo teológico
tirado da Bíblia que expressa a verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Talvez a melhor definição de inspiração seja a de L. Gaussen: “aquele inexplicável poder
que o Espírito divino estendeu antigamente aos autores das Sagradas Escrituras, para que fossem
dirigidos mesmo no emprego das palavras que usaram, e para preservá-los de qualquer engano ou
omissão”.
Para entendermos a inspiração, devemos olhar para dois versículos clássicos das Escrituras,
a seguir:
“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16)
A palavra inspiração é “theopneutos”, que significa “theo” = Deus, e “pneutos” = assoprar.
A palavra hebraica é “nehemiah” e é usada somente uma vez no Velho Testamento (em Jó 32:8). O
versículo está dizendo que Deus assoprou nos escritores da Bíblia que escreveram assim as próprias
Palavras de Deus. O adjetivo empregado nesta passagem significa <<insuflado por Deus>> (cf. Gn
2:7).
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A palavra “Escritura”, vem do Grego “graphe”, que siginifica escrita, grafia, palavra. Deus
“assoprou” palavras! Podemos dizer então que tudo o que foi “escrito” (as Escrituras) foi dado pelo
“sopro de Deus”. Portanto, o que Deus “soprou” foram palavras (graphe). Cada palavra, cada letra é
importante para Deus.
É importante frisarmos que a Bíblia é inspirada e não os escritores. Se fosse o
contrário, tudo aquilo que eles escrevessem, de uma forma geral, seria Bíblia...
A próxima passagem é:
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens
santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1:21)
Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual o
Espírito Santo “ moveu” ou dirigiu os escritores das Escrituras para que o que eles escrevessem não
fossem palavras deles, mas a própria Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o Autor da
Bíblia, e não o homem.
Os escritores da Bíblia são chamados <<homens impelidos (ou “carregados”) pelo Espírito
Santo>> (2 Pe 1:20-21; cf. Ap. 19:9; 22:6; 2 Sm 23:2). Eles foram “movidos”, “tomados”,
“levados”. A palavra “inspirados” no versículo acima é a mesma palagra grega que foi usada em
Atos 27:15 (o barco foi “levado”).
O próprio Jesus Cristo afirmou que o Espírito Santo faria os Seus discípulos se lembrarem
de tudo o que presenciaram: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em
meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito” (Jo 14:26) e os anunciaria fatos futuros: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade,
ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16:13). (1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4, 13; 1 Jo 1:1-3).
O Deus que soprou o fôlego de vida nos seres viventes é o mesmo que soprou Sua Palavra nas
consciências dos Seus profetas.
Se o próprio Espírito Santo supervisionou a entrega e o registro da revelação, Ele, sendo
Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente, garantiu que isto seria feito sem erros.
O Espírito de Deus de tal modo guiou e superintendeu os escritores da Bíblia, mesmo
fazendo uso das suas características pessoais (idiossincrasias), que os seus originais (e os Textos
Massorético e Texto Recebido, miraculosamente preservados por Deus, sem nenhuma falha, e
traduzidos fielmente na Almeida Original e na Almeida Corrigida e Revisada FIEL, da Sociedade
Bíblica Trinitariana do Brasil) são a única e completa, plena, verbal, infalível e inerrável,
autoritativa corporificação de TUDO o que Deus quis comunicar ao homem. Assim, cada
palavra da Bíblia é literalmente de Deus e é a única base para doutrina.
Inspiração é o poder estendido pelo Espírito Santo, mas não sabemos exatamente como esse
poder operou. É limitado aos escritores das Escrituras Sagradas. Isto EXCLUI todos os outros livros
“sacros” por não serem inspirados; também nega autoridade final a todas as igrejas, concílios
eclesiásticos, credos e clérigos.
A inspiração não exclui a diversidade de expressão sobre o mesmo assunto (Mt 16:16; Mc
8:29; Lc 9:20). Até os 10 mandamentos têm expressões diferentes, pois o Autor é Deus, e Ele pode
Se exprimir de formas diferentes sobre o mesmo assunto!!! (Êx 20:8-11; Dt 5:12-15).
O mais próximo que conseguimos chegar da inspiração é chamando-a de “orientação”. Isto
é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos materiais a serem usados e das palavras a serem
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empregadas por escrito. Finalmente, Ele preservou os autores de todos os erros e omissões. Temos
na Bíblia, portanto, a Palavra de Deus verbalmente inspirada.
O apóstolo Paulo relatou, inclusive, seus lapsos de memória (1 Co 1:14-16), suas emoções
pessoais (Gl 4:14), suas palavras (1 Co 7:12, 40). Entretanto, ele mesmo frisa que, apesar de expor
sentimentos e impressões pessoais, tudo o que ele registrou nas Escrituras são Palavras do Senhor!
(1 Co 2:13; 14:37-38; Gl 1:12). Inclusive, quando ele aborda a questão do papel e posição da
mulher na igreja, ele declara que o que disse são “mandamentos do Senhor” e não seu
entendimento pessoal! (1 Co 14:37-38).
Observamos, além disso, que a inspiração se estende às palavras, não simplesmente aos
pensamentos e conceitos, ou idéias gerais. Se se estendesse simplesmente aos últimos, ficaríamos
sem saber se os escritores entenderam exatamente o que Deus disse, se se lembraram exatamente do
que Ele disse, e se eles tinham capacidade para expressar os pensamentos de Deus com exatidão.
Será que cada palavrinha da Bíblia é mesmo inspirada?
O que Jesus disse acerca deste assunto? Vamos lá ver, o que nosso Senhor falou:
“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem,
mas de TODA a palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4)
Que sublime afirmação do Mestre! Ele claramente nos diz que TODAS (não somente
algumas, não somente as que constam nos “melhores e mais antigos manuscritos”, nem as que têm
certa preferência da crítica textual), mas sim que todas as palavras que saem da boca de Deus são
alimento para o homem.
Ou que dizer acerca do cumprimento cabal da lei, declarado por Jesus:
“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota
ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18)
Ora, aqui Jesus nos diz que TUDO o que está na lei, será cumprido, “timtim por timtim”.
Existem versículos que claramente proíbem acrescentar, ou diminuir, o que quer que seja (Dt 4:2;
12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19). Lembre-se que uma vírgula numa frase pode alterar
totalmente o sentido da mesma. Em Gl 3:16, vemos a importância e falta que faz uma simples letra
“s”!!!
Assim, a Bíblia, obra de escritores humanos, é, contudo, de natureza divina (1 Ts 2:13) e isto
num sentido mais elevado do que o que se dá ao fazer referência a outras obras que se costumam
dizer “inspiradas”.
Embora a Bíblia seja inspirada por Deus (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is
8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16;
28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe
1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19), a participação do homem na recepção da revelação assumiu
várias formas. Isto se deu naturalmente, de modos diversos: ora os escritores simplesmente
registravam fatos históricos; ora registravam as mensagens que profetas e apóstolos recebiam de
Deus; ora refletiam intimamente sobre coisas de Deus e Este usava seus pensamentos para levar Sua
mensagem aos homens; ora eram guiados por Deus a escrever palavras revestidas de sentido mais
profundo do que eles próprios sabiam (1 Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12).
Ocasionalmente, descreveram visões, sonhos ou aparições que testemunharam (Is 6; Jr 24;
Dn 7-12; Ap 1-22); vários autores puderam escrever seu testemunho pessoal, pois foram
testemunhas oculares dos eventos que relataram (Js 24:26; Jo 19:35; 21:24; 1 Jo 1:1-4; 2 Pe 1:16-
18); também citaram documentos antigos, que tinham à sua disposição, frutos de suas pesquisas
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[isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem ser algo recebido diretamente de Deus)] (Dn
4; 2 Cr 36:23; Ed 1:2-4; 7:11-26; 1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4; etc.), inclusive houve citações de fontes
extrabíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15); compuseram, como artistas, poesia e outras
manifestações da sabedoria (Salmos, Provérbios, etc). Vale lembrarmos que os 10 mandamentos
foram escritos diretamente por Deus (Êx 31:18).
Os profetas estavam tão cônscios da responsabilidade de entregar a mensagem de Deus (e
não suas) que muitas vezes pediam a Deus que os poupasse desse peso (Vide a resistência de
Jonas). Os escritores do Novo Testamento também reconheceram terem sido guiados pelo Espírito
Santo para registrar as revelações de Deus.
A Bíblia é um livro divino-humano: humano porque, escrito por homens, manifesta
sentimentos e pensamentos humanos, às vezes em desacordo com os de Deus (ver, por
exemplo, os discursos dos amigos de Jó, que o próprio Deus refutou); divino, porque é obra de
homens a quem a Palavra de Deus foi revelada.
A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA PROVA QUE ELA É A PALAVRA DE DEUS
Quando os homens escrevem biografias dos seus heróis, eles normalmente limpam suas
faltas, mas a Bíblia exibe sua qualidade divina mostrando o homem como ele é. Não apenas a
Bíblia é verdadeira, mas também é clara e sincera. Mesmo os melhores homens descritos na Bíblia
são descritos com suas faltas. Conhecemos claramente a rebelião de Adão, a bebedeira de Noé, o
adultério de Davi, a apostasia de Salomão, a desobediência de Jonas, o desaforo de Pedro para com
o Mestre, a briga de Paulo e Barnabé e espante-se com a descrença dos discípulos a respeito da
ressurreição de Cristo. O que se segue foi publicado em “The Berean Call” [O Chamado de
Beréia], Janeiro 2005:
“As Escrituras revelam honestamente as fraquezas e pecados dos melhores santos – mesmo
quando tais fatos poderiam ter sido evitados. Tal honestidade dá a coroa da verdade às
Escrituras. Um dos relatos mais estranhos foi a descrença dos discípulos quanto à ressurreição de
Cristo. De fato, seu ceticismo e aparente má vontade em acreditar, mesmo quando Cristo os
encontrou face a face, parece que dificilmente um escritor de ficção ousaria retratá-lo. Cristo
acusa Seus discípulos de dureza de coração (Marcos 16:14). Eles não creram, mesmo quando
Cristo lhes apareceu (Lucas 24:36-38). Mas um dos ladrões crucificados com Cristo creu em Sua
ressurreição, ou ele não teria pedido “E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares
no teu reino.” (Lc 23:42). As dúvidas dos discípulos não tinham desculpa em vista das muitas
profecias messiânicas. Eles terem sido tão cegos em relação às Escrituras, mesmo depois de terem
sido ensinados pessoalmente por Cristo durante tantos anos, nos faz reexaminarmos a nós mesmos
para não sermos culpados da mesma cegueira.”
A aceitação da Bíblia como Palavra de Deus não é matéria de prova científica e sim de fé.
Isso não quer dizer que tomamos atitude irracional ou sem fundamento. Antes, nossa atitude se
baseia no testemunho de Jesus, a respeito do Antigo Testamento.
De certo modo, podemos compará-la à nossa fé em Jesus Cristo como Filho Unigênito de
Deus, a qual não depende, em última análise, de provas humanas de Sua divindade, e sim, de um
ato de fé.
A experiência cristã tem confirmado que de fato Deus Se revela aos homens através de
TODA a Bíblia, ainda que o faça com maior nitidez em certas partes (João, por exemplo) do que
em outras que são, por assim dizer, periféricas em relação à suprema revelação em Jesus Cristo.
Não é que o Evangelho segundo João seja “mais inspirado” do que Eclesiastes, por exemplo;
antes, é que, naquele, Deus estava concedendo a João a mais suprema e plena revelação de Deus; ao
passo que, em Eclesiastes, fornecia o registro das últimas tentativas humanas para conseguir a
felicidade “debaixo do sol”.
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Outrossim, mesmo que algumas partes da Bíblia pareçam não trazer mensagem de Deus para
nós, em nossa situação atual, é muito possível que tenham falado, ou que ainda venham a falar, a
outras pessoas em situações diferentes.
Basta lembrarmos, por exemplo, como o livro do Apocalipse tem revivido, vez após vez,
para cristãos que sofriam de perseguição.
Devemos lembrar também, que a própria Bíblia não nos autoriza a dividi-la em partes, mas,
antes, considerá-la um todo orgânico, tendo cada livro um papel a desempenhar na obra total
(2 Tm 3:16).
De imediato, as pessoas dizem que a Bíblia é um livro de homens. Em outras palavras,
“falha e imperfeita”. Por mais sinceros, eruditos e criteriosos que fossem os profetas, eles ainda
estavam sujeitos às limitações da sua época e do seu conhecimento. Como poderiam deixar de
errar?
É natural, assim, esperar que a Bíblia apresente erros gritantes em questões filosóficas,
científicas, literárias ou históricas. Os milagres, por exemplo, são vistos como lendas da
Antiguidade, tão verdadeiros e históricos quanto Branca de Neve e os Sete Anões.
De fato, tais conclusões seriam inevitáveis se o fator sobrenatural fosse descartado. Mas, se
o Espírito Santo, sendo o mesmo Deus, estava por trás da produção da Bíblia, então é perfeitamente
admissível que homens falhos fossem instrumentos para transmitir informações infalíveis. E foi
exatamente isso o que ocorreu!!!
Este volume é a escrita do Deus vivo: cada letra foi escrita por um dedo Todo-poderoso;
cada palavra saiu dos lábios eternos, cada frase foi ditada pelo Espírito Santo. Ainda que Moisés
tenha sido usado para escrever suas histórias com sua ardente pluma, Deus guiou essa pluma. Pode
ser que Davi tenha tocado sua harpa, fazendo que doces e melodiosos salmos brotassem de seus
dedos, porém Deus movia Suas mãos sobre as cordas vivas de sua harpa de ouro. Pode ser que
Salomão tenha cantado os Cânticos de amor ou pronunciado palavras de sabedoria consumada,
porém Deus dirigiu seus lábios, e fez eloquente ao Pregador. Se sigo o trovejador Naum, quando
seus cavalos aram as águas, ou a Habacuque quando vê as tendas de Cusã em aflição; se leio
Malaquias, quando a terra está ardendo como um forno; se passo para as serenas páginas de João,
que nos falam de amor, ou para os severos e fogosos capítulos de Pedro, que falam do fogo que
devora os inimigos de Deus, ou para Judas, que lança anátemas contra os adversários de Deus; em
todas as partes vejo que é Deus quem fala.
É a voz de Deus, não do homem; as palavras são as palavras de Deus, as palavras do Eterno,
do Invisível, do Todo-Poderoso, do Jeová desta Terra. Esta Bíblia é a Bíblia de Deus; e quando a
vejo, parece que ouço uma voz que surge dela, dizendo: “Sou o livro de Deus; homem, leia-me. Sou
a escrita de Deus: abra minhas folhas, porque foram escritas por Deus; leia-as, porque Ele é meu
Autor, e O verá visível e manifesto em todas as partes”. “[Eu] escrevi-lhe as grandezas da minha
lei, porém essas são estimadas como coisa estranha” (Oséias 8:12). (Retirado do Sermão do
Reverendo C. H. Spurgeon: A Bíblia (The Bible ) - Um Sermão (Nº 0015) - Pregado na Manhã de
Domingo, 18 de Março de 1855, no Exeter Hall, Strand— Londres —Inglaterra).
Distinção entre Inspiração e Autoridade:
Algo deve ser dito a respeito da distinção entre Inspiração e Autoridade. Geralmente, as
duas são idênticas, de modo que aquilo que é inspirado tem também autoridade com respeito ao
ensino e à conduta. Mas, ocasionalmente, não é isso o que acontece.
Por exemplo: o que Satanás disse para Eva foi registrado na Bíblia por Moisés, que foi
inspirado por Deus, mas não é a verdade (Gn 3:4-5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt 16:22);
a declaração de Gamaliel ao Concílio (At 5:38-39). O mesmo ocorre com textos retirados do
contexto, que assumem um significado totalmente diferente de quando inseridos no contexto, etc.
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A BÍBLIA, REGISTRO MERECEDOR DE CONFIANÇA
A Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa se baseia na
atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria Bíblia a seu respeito
(Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34-36; 1 Co 14:37-38; Ef 3:3).
A Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações sobre todos
os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as perguntas que possamos fazer a
respeito do mundo a nosso redor. (NEM TUDO NOS É REVELADO!).
“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem
a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.
(Dt 29:29).
Ela é escrita na linguagem do povo e não com a terminologia e exatidão científicas do nosso
século. De fato, seria tolice esperar que o fosse, e se, por algum milagre, isso fosse conseguido, o
livro se tornaria incompreensível para a maioria de nós, para todos os que nos precederam e, dentro
de pouco tempo, a linguagem se tornaria arcaica.
A Bíblia registra uma revelação progressiva de Deus (Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2)
através de muitos séculos e a povos vários. Não devemos, portanto, tomar suas afirmações
isoladamente, mas considerá-las à luz do todo, do contexto. Não podemos basear nossas crenças em
versículos isolados, destacados de seu contexto.
LEMBRE-SE: Texto fora de contexto é pretexto para heresias!
Através de uma compreensão integral da Bíblia, podemos descobrir que muitas
discrepâncias desaparecem ou são de somenos importância, no que se refere à verdade da
Bíblia, vista como um todo.
É inegável que a moderna ciência da Arqueologia muito tem feito no sentido de confirmar a
exatidão da história registrada na Bíblia. Muito raramente, e em assuntos de pequena importância,
põe um ponto de interrogação ao lado do registro bíblico.
Uma vez que a Bíblia registra uma revelação que se deu através da história, podemos sentir
satisfação em saber que o esboço histórico apresentado na Bíblia é capaz de tanta confirmação
arqueológica.
Muitos problemas que se alegam existir na Bíblia devem-se à nossa deficiência em saber
interpretá-la corretamente. Às vezes, procuramos, por exemplo, informações literais em passagens
que devem ser tomadas como poéticas e, em outras, interpretamos simbolicamente passagens que
deveriam ser literais.
REGRA DE OURO PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA:
“Quando a interpretação direta, imediata e literal das escrituras faz sentido, não procure
nenhuma outra interpretação. Portanto: Interprete cada palavra no seu sentido literal, usual,
costumeiro e mais comumente usado, a não ser que os fatos do contexto imediato indiquem clara e
indiscutivelmente o contrário, quando estudados à luz de passagens correlatas e de verdades
fundamentais e axiomáticas.” (Dr. David L. Cooper)
TERMOS RELACIONADOS COM A INSPIRAÇÃO:
A) A REVELAÇÃO DE DEUS: (Pv 11:2; Mt 11:25; 1 Co 2:10; Gl 1:12)
Revelação, no Grego, significa: descobrir, deixar aberto aquilo que estava velado/coberto.
27
“REVELAÇÃO É AQUELE ATO DE DEUS PELO QUAL ELE MESMO SE
DESCERRA E COMUNICA VERDADE À MENTE, MANIFESTANDO ÀS SUAS
CRIATURAS AQUILO QUE NÃO PODERIA SER CONHECIDO DE NENHUM OUTRO
MODO”.
Uma definição concisa, mas exata, da revelação vem da caneta do Dr. James Bannerman. Ele
escreveu: “A revelação, como ato divino, é a apresentação da verdade objetiva ao homem de
maneira sobrenatural por Deus. A revelação, como resultado de tal ato, é a verdade objetiva então
apresentada”
 MÉTODOS DE REVELAÇÃO:
a) Por anjos: 3 anjos, Abraão, Sodoma (Gn 18); b) com voz alta, punindo a queda (Gn 3:9-19); c)
com voz suave, a Elias (1 Rs 19:11, 12; Sl 32:8); d) pela natureza (Sl 19:1-3); e) por um jumento,a
Balaão (Nm 22:28); f) por sonhos (Gn 28:12); g) em visões (Gn 46:2; At 10:3-6); h) o próprio Livro
de Apocalipse; i) Cristofanias (Êx 3:2).
Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16).
Não há mais revelações!!!
A Revelação de Deus no Antigo Testamento é uma revelação com as seguintes características:
a) É uma revelação autoritativa - Jo 5:39; Lc 19:19-31.
b) É uma revelação verídica - Jo 10:35; Is 34:16.
c) É uma revelação progressiva - Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2. Ex: - As peculiaridades do
sistema mosaico ficam claras à luz de uma Revelação progressiva. A Lei a Graça e a doutrina do
Espírito Santo estão interligadas ao propósito dispensacional de Deus.
d) É uma revelação parcial - Hb 1:1, 2; Cl 2:17; Hb 10:1.
 A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO:
Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas. (Amós 3:7)
Será possível ao homem, finito e limitado como é, em sua capacidade e em seu
entendimento, compreender a grandeza do Deus infinito?
Por si mesmo, é evidente que não. A não ser que Deus se revele ao homem, este não pode
conhecê-Lo.
Chega-se, portanto, à conclusão de que Deus Se revelou às Suas criaturas.
 A REVELAÇÃO DE DEUS DIVIDE-SE EM GERAL E ESPECIAL:
• Revelação geral de Deus: (Sl 19:1-6; 104). É endereçada e acessível a TODA criatura
inteligente, e tem por objetivo persuadir a alma a buscar o verdadeiro Deus. É suficiente para
condenar os homens, tornando-os inescusáveis. Mas, não é suficiente para os salvar! Ela ocorre:
a) Na Natureza: (Jó 12:7-9; Sl 8:1, 3; 19:1-3; Is 40:12-14, 26; At 14:15-17; Rm 1:19-23, 2:14-15).
Sua finalidade é incitar o homem a buscar o Deus Verdadeiro, para receber mais luz. Algumas
verdades contidas nas religiões pagãs derivam-se dessa fonte de revelação.
28
É, contudo, insuficiente. Se revela a grandeza, a sabedoria e o poder de Deus, nada diz do
interesse que ele tem no homem pecador, nem se este pode se salvar.
b) Na História de nações tais como o Egito, a Assíria, etc. Embora Deus possa usar uma nação mais
ímpia para castigar uma menos ímpia, ao final tratará a mais ímpia com maior severidade (Hc 1:1-
2:20). E, muitíssimo mais, na espantosa história da “pulguinha” Israel (Dt 28:10; Sl 75:6-8; Pv
14:34; At 17:2-4; Rm 13:1), o “verme de Jacó” (Is 41:14). Esse povo acreditava que Deus, a quem
conhecia por nome de Javé ou Jeová, agia na sua vida individual e nacional (Sl 78); que lhe falava
por meio de profetas (1 Sm 3; Is 6; Os 1; Am 7:14-17), revelando-lhes que Seu caráter era de justiça
e amor (Is 6:3; Am 5:6-27; Dt 7:8; Jr 31:3; Os 11:1); que Israel era Seu povo escolhido (Dt 7:7-26;
Jr 7:23; 13:11) e que dele Deus reclamava não só o culto, como também a justiça e o amor em sua
vida social e nacional (Am 5:21-24; Is 1:27; Mq 6:8). Esse Deus era Senhor da criação (Is 40; 42:5;
Am 5:8) e Rei moral da história (Dt 28; Jz 2; Am 5:14). Haveria, um dia, de julgar o mundo e
estabelecer um reino de justiça. Seu propósito final para os homens era, portanto, a salvação e, para
esse fim, escolhera a Israel para Seu servo, o qual deveria levar todos os homens à religião
verdadeira. Como, porém, Israel estava prejudicado pelo seu pecado, Deus prometera levantar,
futuramente, para executar esta tarefa, um Libertador, chamado, ora de Rei, na sucessão de Davi,
ora de Servo do Senhor (Is 2:1-4; 9:1-7; 42:1-9; 49:1-6; 50:4-9; 52:13; 53:12; Jr 31:31-40; 33:14-
16; Ez 34:23-24).
Esta revelação já é mais explícita e informativa do caráter pessoal de Deus, do que a
revelação através da natureza. Contudo, é também incompleta.
c) Na Consciência: Na nossa consciência temos outra revelação de Deus (Rm 2:14-16). A Lei
gravada nos corações, “uma espiã de Deus em nosso peito”, “uma embaixadora de Deus em nossa
alma”, como os puritanos costumavam chamá-la.
É a presença no homem desta ciência do que é certo e errado, deste algo discriminativo e
impulsivo, que constitui a revelação de Deus. Não é auto-imposta, como fica evidenciado pelo fato
de que o homem frequentemente se livraria de suas opiniões se pudesse. É o reflexo de Deus na
alma.
Suas proibições e ordens, Suas decisões e impulsos não teriam qualquer autoridade real
sobre nós se não sentíssemos que na consciência temos de alguma forma a realidade, algo em nossa
natureza que, todavia, está acima desta natureza.
Em outras palavras, nossa consciência revela o fato de que há uma lei absoluta do certo e do
errado no universo e de que há um Legislador Supremo que encarna esta lei em Sua própria Pessoa
e conduta.
d) Na providência divina: (Pv 16:9; At 14:15-17); na preservação do mundo: (Hb 1:3)
• Revelação especial de Deus: (Sl 19:7-14). Abrange os atos de Deus pelos quais Ele Se fez
conhecer e à Sua verdade, em ocasiões especiais e a pessoas específicas, mas quase sempre para o
benefício de todos. É uma Revelação completa!
É necessária porque o homem não respondeu à Revelação Geral (Rm 1:20-23,25; 1 Co 1:21;
2:8). Ela ocorre:
a) Em Jesus Cristo, A SUPREMA REVELAÇÃO DE DEUS (Jo 1:14; Cl 1:15; 2:9; Hb 1:3).
Necessária porque o homem não respondeu às outras Hb 1:1-3. Cristo é a melhor prova da:
existência, natureza, e vontade de Deus! A vinda de Jesus Cristo foi a manifestação suprema e o
pleno cumprimento da Revelação que Deus começara a fazer de Sua Pessoa, na vida de Israel.
Jesus afirmou expressamente que Ele era Aquele de quem os profetas falavam (Mt 5:17; Lc
24:44). Referia-Se a Si mesmo como o Filho de Deus (Mt 11:25-27) e atribuía às Suas próprias
palavras a autoridade de Deus (Mc 2:1-12; 13:31; 14:62). Além das Suas palavras, o caráter e as
ações de Cristo deviam ser considerados manifestações de Deus aos homens. Disso eram sinais:
29
Seus milagres e Suas obras poderosas (Lc 12:54-56; Jo 3:2; 14:11). Toda a Sua vida demonstrara o
amor que caracteriza a Deus (Mc 2:17; 10:21, 45; Lc 19:1-10; Jo 3:16). Sua morte coroou Sua vida
de abnegação em favor dos homens (Mc 14:22-24) e Sua ressurreição e ascensão declararam que
Deus Se agradara da obra de Seu Filho e O tinha exaltado (At 3:14-26; Rm 1:4). Seus discípulos
passaram o restante de suas vidas anunciando-O como Aquele que verdadeiramente revelava Deus
aos homens e lhes restabelecia a relação adequada com Deus Pai. As provas impressionantes de Sua
influência nas vidas humanas, a partir de então, são outras tantas confirmações de Seu objetivo de
revelar Deus aos homens.
Esta Revelação, na qual Deus Se fez homem, na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, é uma
Revelação pessoal, perfeita e que não se repete. No sentido mais completo, Jesus Cristo é a
PALAVRA DE DEUS aos homens (Jo 1:1-18; Hb 1:1-2; Ap 19:13). É evidente, portanto, que
ninguém pode conhecer a Deus, senão por Jesus Cristo (Jo 1:18; Mt 11:27).
b) Nas experiências pessoais de certos homens: Enoque e Noé andaram com Deus (Gn 5:21-24;
6:9); Deus falou a Noé (Gn 6:13; 7:1; 9:1); a Abraão (Gn 12:1-3); a Isaque (Gn 26:24); a Jacó (Gn
28:13; 35:1); a José (Gn 37:5-11); a Moisés (Êx 3:3-10; 12:1); a Josué (Js 1:1); a Gideão (Jz 6:25);
a Samuel (1 Sm 3:2-4); a Davi (1 Sm 23:9-12); a Elias (1 Rs 17:2-4); a Isaías (Is 6:8), etc. Da
mesma maneira, no N. T. Deus falou a Jesus (Mt 3:16-17; Jo 12:27-28); a Pedro, Tiago e João (Mc
9:7); a Felipe (At 8:29); a Paulo (At 9:4-6; 18:9; Gl 1:12); e a Ananias (At 9:10). Nas experiências
de nós, crentes da dispensação da graça, que temos a testificação do Espírito Santo de que somos
filhos de Deus. Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16). Não há mais
revelações!!!
c) Em milagres: eventos fora do usual e natural, realizando uma obra útil, revelando a presença e
poder de Deus, visando trazer homens a Cristo (Jo 20:30-31). Êx 4:2-5 (Deus transformou vara em
cobra) contraste Êx 7:1-2 (imitação, desmascarada).
Milagres podem ser:
a) de intensificação (exemplo: dilúvio) ou “tempo exato” (terremoto na crucificação) de fenômenos
naturais (praga de saraiva e fogo); a força de Sansão, etc.
b) de alteração das leis naturais (multiplicação dos pães, florescimento da vara de Arão, obtenção de
água da rocha, cura dos doentes, ressurreição de mortos).
Se alguém quiser contestar a existência de milagres, lembre-lhe que a pergunta certa é
“as testemunhas são absolutamente confiáveis?” e não “o evento é naturalmente possível?”.
Demonstre a historicidade da ressurreição de JESUS CRISTO. Mostre que se ele crer na
ressurreição e no Ressurreto Homem-Deus, aceitará todos os milagres da Bíblia.
d) Em Profecias-predição de eventos, só possível pela comunicação direta da parte de Deus. Ex:
O Livro de Isaías foi escrito em aproximadamente 698 a.C. e falou sobre Ciro, com uma
antecedência de séculos (Is 44:28-45:1). Se alguém quiser contestar a existência de profecias,
mostre-lhe que se ele crer em Jesus Cristo, aceitará todas as profecias da Bíblia. Por exemplo:
compare 1 Rs 13:2 com 2 Rs 23:15, 16; 1 Rs 13:22 com 2 Rs 23:17, 18; 1 Rs 21:19 com 1 Rs
22:38; 1 Rs 21:23 com 2 Rs 9:36.
Mostre-lhe algumas das 332 profecias cumpridas em Cristo:
 Ele deveria ser nascido de uma virgem (Is 7:14; Mt 1:23);
 da semente de Abraão (Gn 12:3; Gl 3:8);
 da Tribo de Judá (Gn 49:10; Mt 1:2-3; Hb 7:14);
 da linhagem de Davi (Sl 110:1; Jr 23:5; Mt 1:6; Rm 1:3);
 deveria nascer em Belém (Mq 5:2; Mt 2:6);
30
 ser ungido pelo Espírito (Is 61:1-2; Lc 4:18-19);
 entrar em Jerusalém montado em um asno (Zc 9:9; Mt 21:4-5);
 ser traído por um amigo (Sl 41:9; Jo 13:18);
 ser desprezado (Is 53:4-6, 10-12; 2 Co 5:21);
 ser rejeitado (Is 53:3; Jo 8:48; 9:34);
 ser vendido por trinta moedas de prata (Zc 11:12-13; Mt 26:15; 27:9-10);
 ser abandonado por seus discípulos (Zc 13:7; Mt 26:31, 56);
 ter suas mãos e pés traspassados, mas não ter nenhum osso quebrado (Sl 22:16; 34:20;
Jo 19:36; 20:20, 25);
 os homens iriam dar-lhe fel e vinagre a beber (Sl 69:21; Mt 27:34);
 repartir Suas vestes e lançar sortes sobre Sua túnica (Sl 22:18; Mt 27:35);
 Ele seria abandonado por Deus (Sl 22:1; Mt 27:46);
 enterrado com os ricos (Is 53:9; Mt 27:57-60);
 Ele iria surgir dos mortos (Sl 16:8-11; At 2:27);
 subir às alturas (Sl 68:18; Ef 4:8);
 e se assentar à mão direita do Pai (Sl 110:1; Mt 22:43-45), etc.
Será que não temos nestas predições que já foram cumpridas uma forte prova do fato que
Deus Se revelou por profecia? E se Ele o fez nestas predições, o que nos impede de crer que O fez
em outras também?
e) Nas Escrituras (1 Pe 1:12; 1 Co 1:21): Se a suprema revelação de Deus é Jesus Cristo, surge o
problema: como então pode Deus Se revelar a nós, que vivemos dois milênios depois de Cristo?
Não estando Jesus visivelmente entre nós, ficamos privados da possibilidade de alcançar a plena
Revelação de Deus?
A resposta a essas perguntas é que existe ainda outra forma de Revelação. É que o Espírito
de Deus capacitou homens a darem testemunho escrito da Revelação que receberam, de modo a
poderem interpretá-la e transmiti-la às gerações posteriores.
Assim, podemos chegar ao conhecimento da Revelação de Deus na Natureza, na História,
etc, e em Jesus Cristo, através do registro (inspiração) que dela temos em mãos, na BÍBLIA, e pela
qual Deus fala hoje aos homens (Hb 1:1-3).
Deste modo, Jesus Cristo Se revela ainda aos homens. Ele não é uma extinta Figura do
passado, mas o FILHO VIVO DE DEUS, de maneira que os cristãos que vivem em eras posteriores
à Sua crucificação podem afirmar que O conhecem e têm comunhão com Ele, através das
Escrituras, que reúnem toda a Revelação que Deus quis que ficasse inerrantemente corporificada,
sendo a base para todas as disciplinas da Teologia.
As doutrinas da revelação e da inspiração nada seriam sem a doutrina da
preservação das Escrituras.
Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”
(Mateus 24:35). As evidências comprovam que Deus tem cuidado da Sua Palavra através
dos séculos, embora não tenhamos mais os originais (autógrafos). Existem mais de 5.000
manuscritos e partes de manuscritos que concordam entre si, o chamado Texto Bizantino
(em sua forma impressa ele se chama Textus Receptus [TR], ou o Texto Recebido, termo
que surgiu com a impressão do Novo Testamento Grego de Elzivir em 1633).
Uma vez que é a Bíblia o meio pelo qual seguramente Deus Se revela hoje aos homens,
devemos examinar com algum cuidado seu caráter, sua suficiência e a confiança que merece
como Revelação de Deus (2 Tm 3:15-16; Hb 1:1).
B. A ILUMINAÇÃO:
31
“É AQUELE MÉTODO USADO PELO ESPÍRITO SANTO PARA DERRAMAR LUZ
DIVINA SOBRE TODO O HOMEM QUE O BUSQUE, AO SER ESTE HOMEM EXPOSTO
À PALAVRA DE DEUS.” (Sl 119:18, 125)
• A ILUMINAÇÃO é o entendimento que temos da leitura da Bíblia, pela ação do Espírito Santo
(Êx 31:3; 35:31; 1 Rs 3:11; 4:29; Jó 11:12; 2 Sm 22:29; Sl 18:28; 36:9; 111:10; 119:18, 34, 99, 104,
125, 130, 169; Pv 2:1-12; 4:7; Is 11:2; Dn 1:17; 4:34-36; 5:12-14; Lc 24:45; Jo 14:26; Rm 12:2; 1
Co 2:14-16; 2 Co 4:6-7; Ef 1:18; 2 Tm 2:7; 2 Pe 1:20; 1 Jo 5:20).
“Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus
mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao
entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a
prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do
Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é
que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos.
Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele
preservará o caminho dos seus santos. Então entenderás a justiça, o juízo, a eqüidade e todas
as boas veredas. Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for
agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará; para te afastar
do mau caminho, e do homem que fala coisas perversas”. (Pv 2-1:12)
• A iluminação se faz necessária por causa das cegueiras: natural Rm 10:2; 1 Co 2:14; Ef 4:18;
induzida pelo Diabo 2 Co 4:3-4; induzida pela carne 1 Co 3:1; 2:14; Hb 5:12-14; Cl 1:21; Tt 1:15.
• Só com a iluminação é que pecadores são salvos (Sl 119:30; 146:8) e crentes são fortalecidos
(Sl 119:105; 1 Co 2:10; 2 Co 4:6).
• Antes de iluminar, o Espírito Santo procura por sinceridade do homem (Dt 4:29; Hb 11:6) e
diligente estudo do crente (At 17:11; 2 Tm 2:15; 1 Pe 2:2).
• O Espírito Santo sempre tem que usar um crente (que O tem) para iluminar o descrente (que não
O tem) At 8:31 (Filipe e o eunuco etíope).
C. COMPARAÇÃO REVELAÇÃO-INSPIRAÇÃO-ILUMINAÇÃO:
Revelação: comunicação da verdade. (1 Co 2:10-12) [já cessou!!!]
Inspiração: registro escrito da verdade. (1 Co 2:13) [já cessou!!!]
Iluminação: entendimento da verdade. (1 Co 2:14-16) [ainda existe!!!]
---inspiração--->
DEUS ---revelação---> Homem BÍBLIA
<---iluminação---
Podemos ter revelação (comunicação da verdade por Deus ao homem) sem inspiração
(registro escrito dessas verdades), como tem sido o caso de muitas pessoas piedosas no passado, que
receberam verdades de Deus, mas não registraram por escrito (inspiração), não há livros bíblicos
escritos por eles (Noé, Abraão, Jacó, Elias, etc.) e como fica claro pelo fato de João ter ouvido as
vozes dos sete trovões (revelação/comunicação da verdade por Deus), apesar de não lhe ter sido
permitido escrever/registrar o que eles disseram os trovões (Ap 10:3-4).
32
Podemos também encontrar inspiração sem revelação, como quando os escritores
registram o que viram com seus próprios olhos ou descobriram pela pesquisa (1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4).
É o que ocorre quando os relatos bíblicos parecem ser meras declarações dos escritores humanos.
Isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem a comunicação de uma verdade por Deus).
A iluminação (o entendimento da verdade bíblica) geralmente acompanha a inspiração
ou está incluída nela, mas nem sempre, conforme Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12.
PROVAS DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL, INFALÍVEL
A Bíblia é inspirada (“assoprada para dentro do homem”) por Deus: [Ver a seção: “A Bíblia é a
corporificação da Revelação de Deus”].
Note:
- Inspiração é um mistério.
- A Bíblia é inspirada por Deus (At 1:16; 2 Tm 3:16-17; Hb 10:15-17; 2 Pe 1:20-21).
- Inspiração é essencialmente proteção contra erros, como se Deus dissesse “As verdades que Eu
quero transmitir, você as escreverá com as suas palavras, mas Eu vou guiá-lo para você não
deixar de escrever toda e só a verdade que Eu quero que seja escrita, e não errar nem sequer
uma letrinha ou o menor sinal de acentuação.”
- A inspiração é plenária: significa que a Bíblia é inspirada toda ela, de capa a capa, sobre todo e
qualquer assunto (Mt 5:18; 2 Tm 3:16-17).
- A inspiração é verbal: significa que a Bíblia é inspirada palavra por palavra, e não apenas os
pensamentos principais, como ocorre com as versões deturpadas da Bíblia, como as paráfrases (Ex:
Bíblia na Linguagem de Hoje). (Sl 138:2; Mt 4:4-5; 5:17-18; 22:32; 1 Co 2:13; Gl 3:6).
A inspiração torna a Biblia infalível e inerrável: A Bíblia não contém nenhum erro, sendo incapaz
de errar ou falhar!!! (Mt 5:18; Jo 10:35b).
- Toda a Bíblia é igualmente inspirada, mas não igualmente importante (Ex: Jo 3:16 versus Jz 3:16).
- Cada palavra é inspirada, mas só é autoritativa: a) no seu contexto; b) quando é de Deus
[diretamente ou pelos Seus profetas] e não o registro (inspirado, infalível!) das mentiras do Diabo,
demônios, ou homens.
- A inspiração não exclui o uso de fontes extra-Bíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15).
- Inspiração não exige mesmos detalhes no relato de um mesmo evento (Mt 27:37 + Mc 15:26 + Lc
23:38 + Jo 19:19).
- A inspiração está terminada, finalizada (Ap 22:18-19) e só abrangeu a Bíblia.
 A NATUREZA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL E INFALÍVEL
DA BÍBLIA É ASSEGURADA POR:
a) O caráter de Deus (Sl 138:2): IRIA O DEUS PERFEITO, ETERNO E IMUTÁVEL,
CONSENTIR QUE AS SUAS REVELAÇÕES FOSSEM EXPRESSAS IMPERFEITA E
FALIVELMENTE PELOS SEUS PROFETAS? ISTO É INIMAGINÁVEL!
b) O caráter e declarações da própria Bíblia:
b.1) (Ver: “O caráter transcendente da Bíblia”). A Bíblia tem unidade, conteúdo e padrão moral
incomparavelmente superiores a todos os outros livros.
b.2) (Ver: “Declarações da Bíblia sobre si mesma”). A Bíblia é absolutamente confiável em tudo o
que pode ser checado. Então devemos aceitar o que ela diz de si mesma:
(01) introdução bibliográfica
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  • 1. 1 INTRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome. (Salmos 138:2 ACF)
  • 2. 2 SÍNTESE DA HISTÓRIA BÍBLICA 1. DEUS criou o homem e o colocou no Jardim do Éden 2. O homem pecou e deixou de ser aquilo para o que Deus o tinha destinado. Foi então que Deus pôs em andamento o plano para a salvação do homem e o fez chamando Abraão para que fundasse uma nação, mediante a qual o plano seria executado. 3. A nação não andou nos caminhos do Senhor e foram escravizados no Egito. Após 400 anos, sob a direção de Moisés, o povo foi tirado do Egito de volta à terra prometida de Canaã. A nação se tornou um grande e poderoso reino. 4. O reino foi dividido no fim do reinado de Salomão: Israel, ao norte, 10 tribos, levada cativa pela Assíria em 721 a. C., e Judá, ao sul, 2 tribos, levada cativa pela Babilônia no ano 600 a. C. 5. Encerra-se o Antigo Testamento. 400 anos mais tarde, cumpre-se a promessa pelo aparecimento de Jesus, o Messias, a esperança da humanidade, mediante Quem o homem seria redimido e nascido de novo. Para realizar e consumar Sua obra salvadora, Jesus Cristo MORREU pelo pecado humano, ressuscitou e ordenou que os discípulos saíssem pelo mundo contando a história de Sua vida e Seu poder redentor. 6. Assim, obedecendo à ordem (a “grande comissão”), partiram os discípulos por toda parte, em todas as direções, levando as BOAS NOVAS, alcançando o mundo civilizado conhecido da época. Assim, com o lançamento da obra da redenção humana, encerra-se o Novo Testamento. A BÍBLIA “A Bíblia é o Livro de Deus” (Is 34:16). A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários livros. No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II pelos chineses, bem como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso. Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro” como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de livros). A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinopla, 398-404 A. D. Teologicamente a Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente é uma coleção de livros pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e Jesus Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto central. Cerca de 40 personagens se envolveram no registro e compilação dos 66 livros que compõem a Bíblia Sagrada (1 Ts 2:13; 1 Pedro 1:20-21). Os escritores viveram distantes uns dos outros (11 países diferentes), em épocas e condições diferentes, não se conheceram (na época a comunicação era praticamente impossível) pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham cultura e profissões muito diferentes. Foram das mais diferentes categorias (19 ocupações diferentes): escritores, estadistas, camponeses, reis, vaqueiros, pescadores, cobradores de impostos, instruídos e ignorantes, judeus e gentios. Ex: legislador (Moisés); general (Josué); profetas (Samuel, Isaías, etc.); Reis (Davi e
  • 3. 3 Salomão); músico (Asafe, compôs 12 Salmos); boiadeiro (Amós); príncipe e estadista (Daniel); sacerdote (Esdras); coletor de impostos (Mateus); médico (Lucas); erudito (Paulo); pescadores (Pedro e João). São aproximadamente 50 gerações de homens. Um exame das vidas dos escritores mostra a verdade deste testemunho. Esses eram homens sérios. Eles vieram de todos os caminhos da vida. Eram homens de boa reputação e mente brilhante. Muitos deles foram cruelmente perseguidos e mortos pelo testemunho que mantiveram. Não ficaram ricos pelas profecias que deram. Longe disso. Muitos empobreceram. O autor dos cinco primeiros livros da Bíblia escolheu viver uma vida terrivelmente pesada e de lutas ao serviço de Deus em oposição à vida milionária que ele poderia ter tido como o filho do Faraó. Muitos escritores da Bíblia fizeram escolhas semelhantes. Suas motivações certamente não foram convencionais nem mundanamente vantajosas. Eles não eram homens perfeitos, mas eram homens santos. As vidas que eles viveram e os testemunhos que deram e as mortes de que morreram deram forte evidência de que estavam dizendo a verdade. Cada escritor manifestou seu próprio jeito de escrever (idiossincrasia), seu estilo e características literárias. A Bíblia possui aproximadamente 10 estilos literários diferentes: poéticos (Jó, Sl, Pv); parábolas (evangelhos sinóticos); alegorias (Gl 4); metáforas (Gn 6:6; Êx 15:16; Dt 13:17; Sl 18:2; 34:16; Lm 3:56; Zc 14:4; 2 Co 3:2-3; Ef 4:30; Tg 3:6); comparações (Mt 10:1; Jo 21:25; Cl 1:23; Tg 1:6); figuras poéticas (Jó 41:1); sátiras (Mt 19:24; 23:24); figuras de linguagem (Sl 36:7; Sl 44:23). Demoraram cerca de aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C., quando Moisés (teve a visão do passado) começou a escrever o Pentateuco, no meio do trovão no monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João (teve a visão do futuro), ele mesmo um “filho do trovão” (Mc 3:17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor. Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que de fato mostra a existência de um só Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem um só sistema doutrinário, um só padrão moral (expressão da autoridade de Deus), um só plano de salvação, um só programa das eras. As diversas narrativas ali encontradas dos mesmos incidentes e ensinamentos não são contraditórias, mas suplementares. Não há em todo o seu conteúdo uma só contradição, e um livro sempre dá continuidade ou complementa o outro, apesar das condições em que foram escritos. Muitas vezes, um autor iniciava um assunto e, séculos depois, outro o completava. Os escritores humanos fornecem variedade de estilo e matéria. O Autor Divino garante unidade de revelação e ensino. Em todo o seu conjunto, possui uma harmonia, que só pode ser explicada como sendo um “MILAGRE”. A Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON (cânon significa autoridade, regra de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!). Vide (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3). Assim, a Bíblia é composta:  24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje é chamado de "Texto Massorético de BEN CHAYyIM" e que, depois da invenção da Imprensa, foi impresso por Daniel Bomberg, um abastado cristão veneziano originário da Antuérpia, em 1524-5. A edição da segunda publicação ficou a cargo de Jacob Ben Chayyim); Não confundir Ben Chayyim com Ben Asher. Não confundir o Texto Massorético de Ben Chayyim (100% genuíno) com o falso Texto Massorético, de Ben Asher (com falsificações e também referido como Bíblia Stuttgartensia). Não confundir a Bíblia Hebraica de Kittel (BHK) 1ª e 2ª edição [1906 e 1912, boas, baseadas no Texto Massorético de Ben Chayyim] com as BHK edições posteriores, más, baseadas no falso Texto Massorético, de Ben Asher.
  • 4. 4  27 livros os do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto é, "O Texto Recebido"). "Textus Receptus": do latim “textum ergo habes, nunc ab amnibus receptum”, que significa: texto ora recebido por todos. Foi a frase escrita no prefácio da edição de 1633, do N.T. grego dos irmãos Elzevir (impressores holandeses de origem judaica). São os 27 livros do N.T. que foram recebidos pelas igrejas do século I, das mãos dos homens inspirados por Deus para escrevê- lo; e, também, recebido pela Reforma, das mãos das pequeninas igrejas fiéis {perseguidas por Roma} e da Igreja Grega Ortodoxa. O T.R. foi o texto usado pela igreja por quase 2000 anos, antes de surgirem as versões modernas e deturpadas da Bíblia, baseadas no texto crítico, em 1881, com o surgimento do “Novo Texto Grego” de Westcott e Hort. O T.R. foi usado em todo o período bizantino (312-1453), donde foi traduzido por Almeida e é o texto grego do N.T. que os reformadores (Reforma Protestante) usaram no século XVI e XVII, para traduzir a Bíblia em vários idiomas, inclusive o português. O nome “massoretas” se refere aos rabinos judeus surgidos aproximadamente no ano 100 d.C. que conservavam e transmitiam o texto bíblico. Eles substituíram os escribas. Faziam anotações às margens do texto, chamadas massorah. Eles incorporaram os sinais vocálicos ao texto hebraico (que não possui vogais), entre o 5º e 6º séculos. Apesar de toda oposição, a Bíblia é o livro mais antigo, mais famoso e mais lido do mundo. Escrito em mais de 2000 línguas e dialetos, já atravessou 3.000 anos. É também o livro de maior circulação em todo o mundo. Em 1996, por exemplo, foram distribuídos 20 milhões de Bíblias em todo o mundo. Só no Brasil, foram quase 7 milhões e na China circulam cerca de 3 milhões. Por tudo isto, podemos dizer, sem medo de errar que a Bíblia tem origem sobre-humana! Os nomes mais comuns dados à Bíblia são: Livro do Senhor (Is 34:16); Palavra de Deus (Mc 7:13; Jo 10:35; Hb 4:12); Escrituras ou Sagradas Escrituras (Mt 21:42; Lc 4:21; Jo 7:38, 42; Rm 1:2; Rm 4:3; Gl 4:30); a Verdade (Jo 17:17; Rm 15:8); Lei (Sl 119); Lc 10:26; Mt 5:18); Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5:17; Lc 16:16); a Lei de Moisés (Lc 24:44); Oráculos de Deus (Rm 3:2). Assim como Jesus Cristo (que é a Palavra Viva = 1 Jo 1:1; Ap 19:13) é 100% Humano e 100% Divino, a Bíblia (que é a Palavra escrita) é humana e divina e sem erros!!! A Palavra de Deus é: inspirada (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19); eterna (Sl 119:89; Mt 24:35); única regra de fé e prática (Is 8:20; Jo 12:48); suficiente para a vida cristã (Mt 4:4; Jo 12:48; 2 Tm 3:16-17; 2 Pe 1:3; Jd 3); lâmpada para os nosso pés (Sl 119:105); amada pelos salvos (Sl 119:47, 72, 82, 97); purificação da vida (Sl 119:9); para ler, estudar e examinar (Dt 17:19; Js 1:8; Jo 5:39; At 17:11); alimento espiritual (1 Pe 2:2); para a santificação (Jo 17:17); proveitosa para toda boa obra (2 Tm 3:16); preservada (Lc 21:33); fogo consumidor (Jr 5:14); martelo (Jr 23:29); fonte de vida (Ez 37:7); poder para a salvação (Rm 1:16); penetrante (Hb 4:12); algo a ser defendido pelos santos (Jd 3); para ser pregada a todos (Mt 28:18-20; Mc 16:15); espelho (Tg 1:23-25); semente (1 Pe 1:23); espada (Ef 6:17); comida (Hb 5:12-14); mel (Sl 119:103); leite (Hb 5:13); viva e atual (Jo 6:63 b; Hb 4:12; 1 Pe 1:23; 1 Jo 1:1).
  • 5. 5 NOTA IMPORTANTE: A BÍBLIA É O LIVRO PELO QUAL TODOS OS HOMENS SERÃO JULGADOS: Jo 12:48 A UTILIDADE DA BÍBLIA: “Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Tm 3:16-17. Examine ainda 1 Coríntios 10:11 e Romanos 15:4. A BÍBLIA É UM LIVRO PARA: ser buscado/examinado (Jo 5:39); crido (Jo 2:22); lido (1 Tm 4:13); recebido (1 Ts 2:13); confirmado e aceito (At 17:11). A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS: avisar os crentes (1 Co 10:11); manifestar o cuidado de Deus (1 Co 9:9, 10); ensinar e instruir (Rm 15:4); aperfeiçoar o cristão para toda boa obra (2 Tm 3:16-17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3:15); produzir fé na divindade de Cristo (Jo 20:31); produzir vida eterna (Jo 5:24). A unidade da Bíblia é sem paralelo. Nunca, em qualquer outro lugar, uniram-se tantos tratados diferentes, históricos, biográficos, éticos, proféticos e poéticos, para perfazer um livro. Assim como todas as pedras lavradas e as tábuas de madeira compõem um edifício ou, melhor ainda, como todos os ossos, músculos e ligamentos se combinam em um corpo, assim também é com a Bíblia. A MENSAGEM SINGULAR DA BÍBLIA Entre a Bíblia e os outros escritos religiosos e filosóficos existe um abismo intransponível. A Bíblia é o único Livro que “se atreve” a prever o futuro e o faz com 100% de precisão e acerto!!! (Dt 18:20-22; Is 41:22-23; 42:8-9; 44:6-8). Certamente, valores como a verdade, a honestidade, a justiça e o altruísmo são comuns aos melhores escritos da humanidade. Nisso, a Bíblia se identifica com todos os outros. Mas, o que dizer do Deus apresentado pela Bíblia? Que contraste com a energia impessoal do Hinduísmo ou com os frágeis e grotescos deuses dos panteões greco-romanos! Deus Se apresenta em toda a Sua majestade e grandeza: Santo, Justo, Fiel, Onipotente, Onipresente e Onisciente; Perfeito em amor e misericórdia, Imutável em todos os Seus atributos!!! O próprio mistério da Trindade demonstra um Deus maior que nossa razão. O homem, na Bíblia, é retratado no seu melhor e no seu pior estado. Enquanto na Filosofia o homem é deificado como senhor do seu próprio destino, na Bíblia, o homem é criatura de Deus, pecador e dependente. Enquanto em algumas crendices o homem é parte de um jogo de dados cósmicos, joguete nas mãos de forças poderosas, na Bíblia, o homem é criado por Deus com dignidade e sentido na História. O caminho bíblico para a salvação vai de encontro à idéia arraigada, no espírito humano, de que cada um deve promover a sua própria salvação. Na Bíblia, a salvação é um presente que não pode ser comprado, mas deve ser recebido com gratidão. O perdão dos pecados não ocorre por cerimônias vazias (como na igreja católica romana, por exemplo), mas, mediante a morte do Filho de Deus na cruz, no lugar dos pecadores. O destino final, na Bíblia, não é a aniquilação da personalidade, nem um paraíso de prazeres carnais (como no Islamismo); mas, a comunhão com Deus por toda a eternidade. E isto ocorrerá somente para aqueles que um dia aceitaram o caminho oferecido por Deus (Jesus Cristo – Jo 14:6).
  • 6. 6 Homens não narrariam seus próprios pecados, derrotas, idolatrias, etc. Nenhum homem conceberia a idéia de um inferno de sofrimento eterno. Isto mostra que a Bíblia é um livro inspirado por Deus! A Bíblia se opõe a certos conceitos filosóficos do mundo, e os refuta: 1) Ateísmo (Sl 14:1; 53:1; Jr 4:22) 2) Politeísmo (Mc 12:32; 1 Co 8:6; Ef 4:6; 1 Tm 2:5; Tg 2:19) 3) Materialismo (Mt 6:19-21, 24; Mt 19:16-26, 29; 1 Tm 6:10a; Sl 62:10b) 4) Panteísmo (Gn 1:1, 26; Mt 1:1, 18; Jo 1:1, 18; 16:7; 2 Co 13:14; Hb 13:8; 1 Jo 5:7) 5) A eternidade da matéria (Gn 1:1). 6) Filosofia (1 Co 1:22; Cl 2:8; 1 Tm 6:20; Tg 1:5). CAPÍTULOS E VERSÍCULOS: A divisão da Bíblia em capítulos só veio acontecer no ano de 1250 A. D., pelo cardeal Hugo de Sancto Caro, monge dominicano. Alguns pesquisadores atribuem essa divisão também a Stephen Langton, professor da Universidade de Paris e mais tarde arcebispo da Cantuária, em 1227. Em 1525, Jacob Ben Hayim, na Bíblia Bomberg, em Veneza, havia dividido o Antigo Testamento em versículos. O Novo Testamento foi dividido em versículos em 1551, por Robert Stephanus, um impressor de Paris, que publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555. ABREVIATURAS: Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos textos bíblicos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:  Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos;  O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos;  A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos;  O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de nova abreviação. Exemplos: 2 Ts 2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12 Gn 3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15. Rm 11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18. Dn 9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11, versículos 3 a 43. Mt 24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1, versículos 1 a 8. ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:
  • 7. 7 Antilegômena: (significa: falar contra). São os livros bíblicos que em certos momentos da História foram questionados por alguns. Apócrifos: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a igreja católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e conterem muitos erros, o que prova serem de autoria humana e não divina. Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados. Epístolas = Cartas. Evangelho = Caminho; boas novas. Homologoumena: (significa: falar como um). São os livros bíblicos que foram aceitos por todos e que em momento algum foram questionados. Paráfrase = Tradução livre ou solta, onde o objetivo é traduzir “a idéia” e não as palavras; Pseudepígrafos: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos (não canônicos) rejeitados por todos. Seus escritos se desenvolvem sobre uma base verdadeira, seguindo caminhos fantasiosos; Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus; Testamento = Aliança, Pacto, Acordo; Tradução = Transliteração de uma língua para outra; Variantes = Diferenças encontradas nas diferentes cópias de um mesmo texto, mediante comparação. Elas atestam o grau de pureza de um escrito; Versão = Tradução da língua original para outra língua. De capa a capa a Bíblia é a mensagem do amor de Deus por nós. Devemos estudá-la diligentemente todos os dias para termos discernimento e crescimento espiritual e vivermos no padrão de Deus, glorificando nosso Criador e Redentor. CURIOSIDADES BÍBLICAS:  Jó é o livro mais antigo da Bíblia. Acredita-se que foi escrito por Moisés, quando esteve no deserto;  Foram usados 3 idiomas na confecção da Bíblia: hebraico e aramaico (A.T.) e grego (N.T.);  Foi escrita em aproximadamente 1500/1600 anos, por uns 40 autores e contém 66 livros;  Texto áureo da Bíblia: João 3:16;  A "Epístola da Alegria", a carta de Paulo aos Filipenses, foi escrita na prisão e as expressões de alegria aparecem 21 vezes na epístola;  Quem cortou o cabelo de Sansão não foi Dalila, mas um homem (Jz 16:19);  O nome mais cumprido e estranho de toda a Bíblia é Maer-Salal-Has-Baz - filho de Isaías (Is 8:3-4);  Davi, além de poeta, músico e cantor foi o inventor de diversos instrumentos musicais (Am 6:5);  O nome "cristão" só aparece três vezes na Bíblia (At 11:26; At 26:28 e 1 Pe 4:16);  O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías;  1 Cr 16:8-36 transcreve o Sl 105 na íntegra;  O A.T. encerra citando a palavra “maldição”; o N.T. encerra citando “a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo”;  O nome de JESUS consta no primeiro e último versículo do N.T.;  Israel é considerada a “menina dos olhos de Deus” (Dt 32:10; Zc 2:8);
  • 8. 8  A Bíblia contém cerca de 3.565.480 letras, 773.692 palavras, 31.173 versículos, 1.189 capítulos e 66 livros;  O capítulo mais comprido é o Salmo 119;  O capítulo mais curto é o Salmo 117;  O meio exato da Bíblia é o versículo 8 do Salmo 118;  O versículo mais longo está em Ester 8:9;  O versículo mais curto é: "Não matarás" em Êxodo 20:13 (10 letras);  As tábuas da lei foram feitas por Deus e quebradas por Moisés, e depois feitas por Moisés e reescritas por Deus (Êx 34:1);  Moisés fez o povo beber o ouro do bezerro da desobediência (Êx 32:19-20);  A arca de Noé media 134 m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura; sua área total nos três pisos era de 9.250 (m²) e tinha um volume total de 43.150 (m³);  Noé permaneceu na arca 382 dias, sendo o ano judaico de 360 dias (Gn 7:9-11; 8:13-19);  Davi foi ungido três vezes obtendo uma gloriosa confirmação (1 Sm 16:13; 2 Sm 2:4; 1 Cr 11:3);  Salomão não era o único sábio, havia mais quatro sábios (1 Rs 4:29-31);  Salomão disse 3.000 provérbios e 1005 cânticos. (1 Rs 4:32);  O A. T. apresenta 332 profecias literalmente cumpridas na pessoa de Jesus Cristo;  Paulo pregou o maior discurso descrito na Bíblia (At 20:7-11);  O maior profeta jamais realizou um milagre, contudo foi o pregador mais convincente (Jo 10:41-42);  O "sermão do monte" poderia ser chamado de "sermão da planície" (Mt 5:1; Lc 6:17);  O Salmo 22 é alfabético - um versículo para cada letra do alfabeto hebraico;  O Salmo 119 tem, em hebraico, 22 seções de oito versículos. Cada uma das seções inicia com uma letra do alfabeto hebraico, de 22 letras. Dentro das seções, cada versículo inicia com a letra da seção;  No livro Lamentações de Jeremias, os capítulos 1, 2 e 4 tem versículos em número de 22 cada, compreendendo as letras do alfabeto hebraico. O capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, em hebraico, a mesma letra do alfabeto;  A expressão "o caminho de um Sábado" corresponde ao caminho permitido no dia de Sábado; a distância que ia da extremidade do arraial das tribos ao tabernáculo, quando no deserto, isto é, cerca de 1.200 metros;  Para a leitura completa da Bíblia, são necessárias 49 horas, a saber: 38 horas para a leitura do Velho Testamento e 11 horas para a do Novo Testamento;  Para lê-la de forma audível, em velocidade normal de fala, é necessário aproximadamente 71 horas. Se você deseja lê-la em 1 ano, deve ler apenas 4 capítulos por dia;  A menor Bíblia existente foi impressa na Inglaterra e pesa somente 20 gramas. Este fabuloso exemplar da Bíblia mede 4,5 cm de comprimento, 3 cm de largura e 2 cm de espessura. Apesar de ser tão pequenina, contém 878 páginas, possui uma série de gravuras ilustrativas e pode ser lida com o auxílio de uma lente;  A maior Bíblia que se conhece, contém 8.048 páginas, pesa 547 quilos e tem 2,5 metros de espessura. Foi confeccionada por um marceneiro de Los Angeles, durante dois anos de trabalho ininterrupto. Cada página é uma delgada tábua de 1 metro de altura, em cuja superfície estão gravados os textos;  Foi a primeira obra impressa por Gutenberg (vulgata), em seu recém inventado prelo manual, que dispensava as cópias manuscritas, em 1452, em Mainz - Alemanha;  A Bíblia foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura das regiões, utilizando tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica/louças (óstracos);
  • 9. 9  Com exceção de alguns textos do livro de Esdras e de Daniel, os textos originais do Antigo Testamento foram escritos em hebraico, uma língua da família das línguas semíticas, caracterizada pela predominância de consoantes;  A palavra "Hebraico" vem de "Hebrom", região de Canaã que foi habitada pelo patriarca Abraão em sua peregrinação, vindo da terra de Ur;  Os 39 livros que compõem o Antigo Testamento estavam compilados desde cerca de 400 a.C., sendo aceitos pelo cânon Judaico, e também pelos Protestantes, Católicos Ortodoxos, Igreja Católica Russa, e parte da Igreja Católica tradicional;  A primeira Bíblia em português foi impressa em 1748. A tradução foi feita a partir da Vulgata Latina e se iniciou com D. Diniz (1279-1325);  A primeira citação da redondeza da terra confirmava a idéia de Galileu, de um planeta esférico. Bastava que os descobridores conhecessem a Bíblia. (Is 40: 22);  A Bíblia também mostra, em seu livro mais antigo (Jó), que a Terra está suspensa no vazio (Jó 26:7);  A existência de dinossauros, convivendo com humanos, está narrado na Bíblia: o Beemonte (Jó 40:15-17), e o Leviatã (Jó 41:1), sendo que, este último, em algumas versões deturpadas da Bíblia, consta como “crocodilo”, o que contradiz o contexto do capítulo;  Na Bíblia, também lemos que a luz foi criada antes do Sol, algo que só foi descoberto pela ciência recentemente (Gn 1:3-5);  Lemos que Jesus será a luz da “nova Terra” (Lc 17:24; Ap 21:23; 22:5);  Jesus, a luz vista por Paulo, a caminho de Damasco, é mais brilhante que o Sol do meio-dia (At 9:3; 26:13-15);  A palavra fé, no Antigo Testamento, é encontrada apenas em Hc 2: 4;  A palavra "DEUS" aparece 2.658 vezes no V.T. e 1.170 vezes no N.T., num total de 3.828 vezes;  Há na Bíblia 177 menções ao diabo em seus vários nomes;  Os livros de Ester e Cantares de Salomão não possuem o nome DEUS;  A expressão "Assim diz o Senhor" e equivalentes aparecem cerca de 3.800 vezes na Bíblia;  A vinda do Senhor é referida 1845 vezes na Bíblia, sendo 1.527 no Antigo Testamento e 318 no Novo Testamento;  A expressão "Não Temas!" é encontrada 366 vezes na Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano e mais uma para os anos bissextos!;  No Salmo 107, há 4 versículos iguais: 8, 15, 21 e o 31;  Todos os versículos do Salmo 136 terminam da mesma maneira;  Em Êxodo 3.14, Deus, pela primeira vez, revela Seu Nome: “Eu Sou Quem Sou”, ou Yahweh (Jeová) - Este é o nome mais comum de Deus no Velho Testamento, aparecendo cerca de 6.800 vezes na língua original, o Hebraico. Em nossa tradução, esse Nome vem traduzido por "Senhor" e aparece 1.853 vezes;  Adão - o homem no Jardim do Éden – o seu nome significa "ser humano";  À medida que os apóstolos levaram o evangelho pelo mundo, muitas das palavras do Senhor e muitas reminiscências sobre Ele circulavam oralmente. Uma evidência disso ocorre quando Paulo, ao falar aos anciãos de Éfeso, empregou uma declaração de Jesus que não consta de parte alguma dos evangelhos (At 20:35);  Adão e Eva tiveram ouros filhos e filhas, o que revela de onde Caim obteve sua esposa (Gn 5:4);  Sara era meio-irmã de Abraão (Gn 20:12);  Eva não comeu uma “maçã”, mas um fruto não especificado (Gn 3:6);  Os magos que visitaram Jesus não eram reis e não eram três, pois a Bíblia diz “uns magos” (Mt 2:1);  A palavra Salmos, em hebraico, significa “louvores” (do grego Psallo = Salmos);
  • 10. 10  A Bíblia tem 3 Autores: o Pai (2 Tm 3:16); o Filho (Gl 1:12) e o Espírito Santo (2 Pe 1:21);  Os Salmos 120 ao 134 são conhecidos como “Cânticos dos Degraus”, pois eram cantados na peregrinação a Jerusalém, quando subiam os 15 degraus do templo (15 Salmos).  Na leitura da Bíblia, é Deus quem fala aos corações dos homens. Na leitura dos Salmos, geralmente, somos nós quem falamos com Deus.  A Bíblia é a eterna Palavra de Deus. Foi dada ao homem por Deus para ser o absoluto, o supremo, o competente, o infalível e imutável padrão de fé e prática. O livro de Isaías:  Também conhecido como “o Evangelho do Antigo Testamento”.  É tido como uma miniatura da Bíblia:  Tem 66 capítulos, assim como a Bíblia tem 66 livros.  A primeira seção tem 39 capítulos/livros e corresponde à mensagem do Antigo Testamento.  A segunda seção tem 27 capítulos/livros tratando do conforto, promessa e salvação, correspondendo à mensagem do Novo Testamento.  Assim como o NT termina falando do novo céu e nova Terra, o mesmo ocorre no término de Isaías (66:22).  O próprio nome Isaías tem semelhança com o significado do nome de Jesus: Isaías quer dizer Salvação de Jeová e Jesus, Jeová é Salvação. Algo muito significante é que a Bíblia contém três advertências solenes contra qualquer tentativa de acrescentar (ou diminuir) palavras ao livro inspirado de Deus e esta significação é grandemente acentuada pelo fato de que a primeira de tais advertências foi escrita pelo primeiro de todos os escritores da Bíblia, enquanto que a terceira foi escrita pelo último dos escritores: MOISÉS – que teve visão, dada pelo Espírito, do passado desconhecido, escreveu a primeira: Dt 4:2; 12:32; SALOMÃO – o homem mais sábio que já viveu, escreveu a segunda: Pv 30:6; Ec 3:14; JOÃO – para quem foi dada tão maravilhosa revelação do futuro, escreveu a terceira: Ap 22:18-19. DIVISÃO DOS LIVROS: Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:  5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o Pentateuco;  12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et);  5 poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct);  5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn);  12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml). A Tanakh (o A. T. dos judeus) e a divisão de Flávio Josefo (Lc 24:44)
  • 11. 11 TEXTO MASSORÉTICO FLÁVIO JOSEFO - 22 livros (a distribuição é hipotética) TORÁH (A Lei) Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5 Chumash = os cinco livros/Pentateuco Gn, Ex, Lv, Nm, Dt = 5 NEBI'IM (Profetas) Profetas anteriores - Js, Jz, Sm, Rs = 4 Profetas posteriores - Is, Jr, Ez, XII = 4 Js, Jz-Rt, Sm, Rs. Is, Jr-Lm, Ez, XII, Dn, Ec, Es-Ne, Et, Cr = 13 KEThUBhIM (Escritos) Gr. Hagiographa Poesia e sabedoria - Sl, Jó, Pv = 3 "Megilloth" - Rt, Ct, Ec, Lm, Et = 5 História - Dn, Ed-Ne, Cr = 3 Poesia e sabedoria - Sl, Pv, Jó, Ct = 4 OBSERVAÇÕES: a) Os Profetas e os Escritos: também eram conhecidos pelos nomes dos seus primeiros livros, “Isaías” e “Salmos”, respectivamente. b) Profetas Posteriores: porque exerceram o ministério no período compreendido entre os cativeiros Assírio e Babilônico até o retorno dos judeus à Palestina, após 70 anos sob o domínio babilônico. c) Os livros históricos são de autores que não eram profetas oficiais, mas que possuíam o dom de profecia. d) O Rolo dos Doze – XII inclui os livros de: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. e) Os Cinco rolos (Megilloth) são cada um usado na ocasião de uma festa específica: Cantares na Páscoa; Rute no Pentecostes; Lamentações no dia 9 do mês Abibe (no aniversário da destruição de Jerusalém); Eclesiastes na Festa dos Tabernáculos; Ester na Festa de Purim. f) O primeiro livro da Escritura hebraica é Gênesis e o último Crônicas (Mt 23:35; Gn 4:8; 2 Cr 24:20-22). g) No Cânon hebraico, como no nosso Cânon, os livros não estão em ordem cronológica. h) São 24 livros, visto que os seguintes livros são assim considerados: Samuel (engloba 1 e 2 Sm), Crônicas (engloba 1 e 2 Cr), Reis (engloba 1 e 2 Rs), Os Doze (são contados como um só livro), Esdras (inclui Neemias). [39 livros menos 15 = 24). i) Flávio Josefo, historiador judeu reduziu os 24 livros para 22 livros, em correspondência às 22 letras do alfabeto hebraico, combinando Rute com Juízes e Lamentações com Jeremias. j) O Novo Testamento menciona uma divisão tripla do Antigo Testamento: "A Lei, os Profetas e os Salmos" (Lucas 24:44). k) Jesus Cristo mencionou estas 3 divisões do V. T. em Lc 11:49-51, Lc 24:44 e Mt 23:34-36. l) O livro de Eclesiástico (apócrifo), escrito em cerca de 130 antes de Cristo fala em "a lei, os profetas e os outros escritos". Confira Mateus 23:35 e Lucas 11:51 que refletem o arranjo da Bíblia Hebraica. “O Novo Testamento está no Antigo Testamento ocultado, e o Antigo Testamento, no Novo Testamento revelado”. Os 27 livros do Novo Testamento são:  (BIOGRAFIA) 4 Evangelhos (Mt, Mc, Lc, Jo);  (HISTÓRIA) 1 histórico (At);  (DOUTRINA) 21 epístolas. São elas: a) 9 a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1 e 2 Ts); b) 6 pastorais (1 e 2 Tm, Tt, Fm, 2 e 3 Jo); c) 6 universais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1 Jo, Jd).  (PROFECIA) 1 profético (Ap).
  • 12. 12 DIVISÃO CRISTOCÊNTRICA Os crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grande expectativa (1 Pe 1:11-12), ao passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a concretização dos planos de Deus. A Bíblia pode ser dividida na estrutura geral e Cristocêntrica. Isso se baseia nos ensinos do próprio Jesus, cerca de cinco vezes no Novo Testamento (Mt 5:17; Lc 24:27; Jo 5:39; Hb 10:7). Sim, Cristo é o centro e o coração da Bíblia, porque o Antigo Testamento descreve uma nação e o Novo Testamento descreve um HOMEM. Toda a Bíblia se converge para Cristo, como deixa claro João 20:31. CRISTO é a nossa Palavra Viva (Apocalipse 19:13) que percorre todas as páginas das Sagradas Escrituras. Examine ainda Lc 24:44. Considerando CRISTO como o tema central da Bíblia, toda ela poderá ficar resumida assim: Centro = lugar de equilíbrio (Jesus = equilíbrio perfeito) A Árvore da Vida, um tipo de Cristo, está no centro (Gn 2:9). O Sl 118:8 é o centro da Bíblia (594 capítulos antes e 594 capítulos depois). O Tabernáculo, um tipo de Cristo, ficava no centro do acampamento (Lv 26:11). Jesus, quando era criança, era o centro das atenções (Lc 2:46). Ele está no meio (centro) dos crentes (Mt 18:20). Foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27:38). Jesus ressuscitado apareceu no meio dos discípulos (Jo 20:19). Vide também Ap 1:13; 5:6. ANTIGO TESTAMENTO: (Jesus virá) OBS: de uma forma geral, todo o A. T. trata da preparação para o advento de Cristo. LEI: Fundamento da chegada de Cristo. HISTÓRIA: Preparação para a chegada de Cristo. POESIA: Anelo pela chegada de Cristo. PROFECIA: Certeza da chegada de Cristo. NOVO TESTAMENTO: (Jesus já veio) OBS: O N. T. trata da manifestação de Jesus Cristo. EVANGELHOS: Manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor. ATOS: Propagação de Cristo, por meio da igreja. EPÍSTOLAS: Explanação, interpretação e aplicação de Cristo. São os detalhes da doutrina. APOCALIPSE: Consumação de todas as coisas em Cristo. Desta forma, tendo CRISTO como TEMA CENTRAL, podemos resumir todo o Antigo Testamento numa frase: JESUS VIRÁ, e o Novo Testamento noutra frase: JESUS JÁ VEIO (é claro, como Redentor). Assim, as Escrituras sem a pessoa de JESUS seriam como a física sem a matéria e o matemático sem os números. Já imaginou um cristão sem a Bíblia? I - ANTIGO TESTAMENTO: BREVE ANÁLISE DOS LIVROS DA BÍBLIA
  • 13. 13 TRÊS PENSAMENTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO: 1. A Promessa de Deus a Abraão - “todas as nações seriam abençoadas” 2. O Concerto de Deus com a nação hebraica - Se O servissem fielmente, prosperariam. Em estabelecer a nação hebraica, o objetivo FINAL de Deus foi trazer CRISTO ao mundo. O objetivo IMEDIATO de Deus foi estabelecer, em terra idólatra, em preparação para a vinda de Cristo, a idéia de que há UM só Deus Vivo e Verdadeiro. A bênção dessa nação se comunicaria ao mundo. 3. A Promessa de Deus a Davi - “que sua família reinaria para sempre...” PORTANTO, CONCLUÍMOS QUE: (Êx 19:5-6; Dt 4:5-8; Rm 9:4-5; Jo 4:22) 1. A nação hebraica foi estabelecida para que, por ela, o mundo inteiro fosse abençoado: A nação messiânica. 2. O meio pelo qual a benção da nação hebraica se comunicaria ao mundo seria a família de Davi: A família messiânica. 3. O modo pelo qual a bênção da família de Davi se comunicaria ao mundo seria o grande Rei que nasceria dela: O MESSIAS. O ANTIGO TESTAMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES: 1 – Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros: Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do céu e da Terra, das ilhas e dos mares, dos animais e do homem. Com Abraão, temos o começo de uma raça, um povo, uma revelação divina particular e finalmente uma igreja. Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande libertação divina, usando a instrumentalidade de Moisés. Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos, sacrifícios, etc. Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo deserto. Deuteronômio – Repetição das leis. 2 – Livros Históricos – são 12 livros: Divide-se em quatro períodos da História de Israel: a) Teocracia (Juízes) b) Monarquia (Saul, Davi, Salomão) c) Divisão do Reino e Cativeiro (Judá, Israel) d) Período pós-cativeiro Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio Jordão, a queda das muralhas de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias, a divisão da terra prometida e, finalmente, a morte de Josué com cento e dez anos. Juízes – Várias libertações através dos quinze juízes. Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo. 1 e 2 Samuel – Relatam a história de Samuel, da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro rei ungido por Samuel, Samuel como o último juiz e a história de Davi. 1 e 2 Reis – Relatam a edificação do Templo de Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e Eliseu. Ainda em II Reis, está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do Sul com o poderio caldeu de Nabucodonossor. 1 e 2 Crônicas – Registram os reinados de Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do cativeiro babilônico.
  • 14. 14 Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com Zorobabel e a reconstrução do templo de Jerusalém. Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de Jerusalém. Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o estabelecimento da festa de Purim. 3 – Livros Poéticos – são 5 livros: Jó – Sofrimento, paciência e libertação de Jó. Salmos – Cânticos espirituais, proclamações, poemas e orações. Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc. Eclesiastes – Reflexões sobre a vida, deveres e obrigações perante Deus. Cantares de Salomão – Descreve o amor de Salomão pela jovem sulamita, simbolizando o amor de Jesus pela igreja. 4 – Profetas – são 17 livros: São os livros proféticos de acordo com as duas grandes crises do povo judeu: CRISE ASSÍRIA CRISE BABILÔNICA DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO APÓS O CATIVEIRO BABILÔNICO Joel Amós Jonas Oséias Isaías Miquéias Naum Sofonias Habacuque Jeremias Lamentações Obadias Daniel Ezequiel Ageu Zacarias Malaquias a) Profetas Maiores – são 5 livros: Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da redenção. O livro contém maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras. Jeremias – Tem por tema a reincidência, o cativeiro e a restauração dos judeus. Jeremias é considerado “o profeta chorão”. Lamentações – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel. Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a condição, exaltação e a glória futura do povo de Deus. Daniel – Visões apocalípticas. b) Profetas Menores – são 12 livros: Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como adultério espiritual. Contém muitas metáforas que descrevem os pecados do povo. Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia do Senhor” é enfatizado como um Dia de juízo e também de bênçãos. Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o egoísmo e o pecado. Obadias – A condenação de Edom e a libertação de Israel.
  • 15. 15 Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou para levar a mensagem de Deus à cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os profetas. Um dos profetas que pregou o arrependimento ao povo. O povo se arrependeu e o profeta ficou triste e desejou a morte. Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o estabelecimento do reino messiânico. Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da opressão assíria. Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode Deus ser Justo e permitir que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das mais belas orações da Bíblia. Sofonias – Ameaças e visão da glória futura de Israel. Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do segundo templo e promete a volta da glória de Deus. Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de Deus. Zacarias ajudou a animar os judeus a reconstruírem o templo. Foi contemporâneo de Ageu. Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias. Terminamos o Velho Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi prometido, mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida. Por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.), nenhum escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de: "Os Anos Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período Negro". Os livros apócrifos são deste período. II - NOVO TESTAMENTO: O Velho Testamento mostra o problema, mas não revela completamente a solução. O Novo Testamento dá a resposta ao problema e aponta a solução: JESUS CRISTO! O NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES: 1 – Os Evangelhos ou Biográficos:  Mateus, Marcos, Lucas e João - Tratam do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e ascensão de Um Homem chamado Jesus, O Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel. A questão central é a carreira terrena de Jesus Cristo.  Os temas e as datas dos Evangelhos: Mateus: O Prometido está - veja o Seu reinado/soberania (Suas qualificações). Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho (Seu poder). Lucas: Assim Ele era - veja a Sua humanidade (Sua natureza). João: Assim Ele é - veja a Sua divindade. Mateus (40-55 d. C.): Foi escrito para os JUDEUS. Faz conexão com o Velho Testamento (as Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho Testamento aos Judeus, O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt 1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a
  • 16. 16 linhagem/genealogia “Real” de Jesus (Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf. Mt 1:1). O Novo Testamento é o cumprimento do Velho Testamento - note logo no começo do Novo Testamento o que diz Mateus 1:22. É por isto que Deus diz em Mateus: "Este é o meu amado Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17:5). É o evangelho que mais traz profecias. Marcos (57-63 d. C.): Foi escrito para o povo ROMANO. Representa o Messias como o SERVO Fiel e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10:45). Não traz genealogia, pois para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa de quem se procure uma genealogia. Marcos é um judeu-gentio (João Marcos), cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata mais milagres, pois os romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras. Lucas (63 d. C.): Foi escrito para os GREGOS. Relata o Messias como o Homem Perfeito, o FILHO DO HOMEM, Aquele que veio repartir e Se compadecer (Lc 19:10). Os gregos gostavam de tudo detalhado. Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a linhagem/genealogia “humana” de Jesus até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como Homem Perfeito (conf. Lc 3:38). Mesmo tentado na carne, Ele continuou Perfeito. Lucas era um médico e um gentio (narra o sofrimento de Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer). João (90 d. C.): foi escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo. João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir (Jo 1:1-4; 20:31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento de Cristo com o Pai. É onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo 100% Deus, é Eterno, sem princípio, meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!! Os sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras: Mateus, Marcos e Lucas Os fatos da vida exterior de Cristo Os aspectos da Sua vida humana Os Seus discursos públicos O ministério na Galiléia João A vida íntima de Cristo A vida divina de Cristo Os discursos pessoais O ministério na Judéia A crítica está cada vez mais voltando ao ponto de vista tradicional quanto à data e autoria de diversos livros. Há razão para crermos que os Evangelhos sinópticos foram escritos na ordem: Mateus, Lucas e Marcos. Orígenes freqüentemente os cita nessa ordem e Clemente de Alexandria, antes dele, coloca os Evangelhos que contêm genealogia primeiro, com base na tradição que ele recebeu dos “antigos antes dele”. De acordo com Euzébio, H. E., Vi. Xiv. Esta opinião é reforçada pela consideração de que os Evangelhos surgiram das circunstâncias e ocasiões da época. (Palestras em Teologia Sistemática, Henry Clarence Thiessen (Ed. Batista Regular, pág 58). Os quatro relatam os tipos mostrados em Ezequiel 1.10 e em Apocalipse 4.6-8, ilustrando os quatro animais "no meio do trono, e ao redor do trono" com a semelhança de:  leão (Mateus - rei),  bezerro (Marcos – servo),  rosto como de homem (Lucas - filho do homem) e  semelhante a uma águia voando (João - filho de Deus). 2 – Histórico:  Atos dos Apóstolos - Propagação do Evangelho. Trata dos resultados da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança do Espírito Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.
  • 17. 17 3 – Epístolas: Os fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las pessoalmente, desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito de aconselhá-los, repreendê-los e instruí-los. Assim surgiram as Epístolas. (Circulação das epístolas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16; 1 Pe 1:1-2; 2 Pe 3:14-16; Ap 1:3)  Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 dirigidas a indivíduos: 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom.  Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo: Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas. OBS: Fp, Ef, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas por Paulo, na prisão em Roma. IMPORTANTE: As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência do que Deus tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas e não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para orientar, instruir e exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena, frutífera, operosa, abundante, VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!! 4 – Profético: Apocalipse – Revelação, Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra. Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os princípios em prática. AS LÍNGUAS E OS MATERIAIS DA BÍBLIA: A ERA DA ESCRITA: Parece que a escrita se desenvolveu durante o IV milênio a.C. No II milênio a.C. várias experiências conduziram ao desenvolvimento do alfabeto e de documentos escritos por parte dos fenícios. Tudo isso se completou antes da época de Moisés, que escreveu alguns Livros do Pentateuco aproximadamente em 1491 a.C. Já em 3500 a.C. os sumérios usavam tabuinhas de barro para a escrita cuneiforme, e registraram, por exemplo, a descrição sumeriana do dilúvio (o Épico de Gilgamesh), que teria sido gravada em 2100 a.C. Os egípcios (em 3100 a.C.) apresentavam documentos escritos em hieróglifos (pictografia = desenhos, pinturas). A partir de 2500 a.C. usavam-se textos pictográficos em Biblos (Gebal) e na Síria. Em Cnosso e em Atchana, grandes centros comerciais, apareceram registros gravados anteriores à época de Moisés. Outros elementos correspondentes de meados a fins do II milênio a.C. acrescentam mais evidências de que a escrita já se havia desenvolvido bem antes da época de Moisés. Em suma, Moisés e os demais autores da Bíblia escreveram numa época em que a humanidade estava “alfabetizada”, ou melhor, já podia comunicar seus pensamentos por escrito. AS LÍNGUAS BÍBLICAS EM PARTICULAR:
  • 18. 18 As línguas utilizadas no registro da revelação de Deus, a Bíblia, vieram das famílias de línguas semíticas e indo-européias. Da família semítica, originaram-se as línguas básicas do Antigo Testamento, quais sejam: o Hebraico e o Aramaico (Siríaco: 2 Rs 18:26; Ed 4:7; Dn 2:4). Além dessas línguas, o Latim e o Grego representam a família indo-européia. De modo indireto, os fenícios exerceram um papel importante na transmissão da Bíblia, ao criar o veículo básico que fez com que a linguagem escrita fosse menos complicada do que havia sido até então: inventaram o ALFABETO. AS LÍNGUAS DO ANTIGO TESTAMENTO: O Hebraico é a língua principal do Antigo Testamento, especialmente adequada para a tarefa de criar uma ligação entre a biografia do povo de Deus e o relacionamento do Senhor com esse povo. O Hebraico se encaixou bem nessa tarefa porque é uma língua pictórica (= desenhos). Expressa-se mediante metáforas vívidas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos. Além disso, o Hebraico é uma língua pessoal. Apela diretamente ao coração e às emoções, e não apenas à mente e à razão. É uma língua em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada. É chamada no A. T. de “língua de Canaã” (Is 19:18) e “língua Judaica” (Is 36:11-13; Ne 13:24; 2 Rs 18:26-28). Ela, provavelmente, desenvolveu-se a partir do antigo hebraico falado por Abraão, em Ur dos caldeus (Gênesis 14.13) e vários estudiosos crêem que esse hebraico era anterior a Abraão e que era a “mesma língua” e “a mesma fala” dos tempos pré-Babel (Gênesis 11.1). Em outras palavras, crêem que essa era a língua original do homem. A língua hebraica é conhecida como “quadrática” e suplanta em beleza a todas as outras escritas. Possui raiz triconsonantal (3 consoantes). Lê-se da direita para esquerda, seu alfabeto se compõe de 22 letras e serve também para representar números. As 22 letras do Hebraico se encontram no Sl 119 e no Livro de Lamentações. Em Gn 31:47, vemos Labão (vindo da Caldéia), falar em Aramaico e Jacó, vindo de Canaã), falar em Hebraico. O Aramaico (uma língua cognata, muito próxima do hebraico) era a língua dos sírios, tendo sido usada em todo o período do Antigo Testamento. Na verdade, substituiu o hebraico no tempo do cativeiro. Era falado desde 2000 a. C., em Arã, na Síria. Tinha o mesmo alfabeto do Hebraico, mas diferenciava no som e estrutura das palavras. Era a língua “comercial” do mundo antigo, quando a Assíria e a Babilônia dominaram o mundo da época (cativeiros). Era a língua diplomática, no tempo de Senaqueribe (705-681 a.C.). Depois do Cativeiro Babilônico (500 a.C.), tornou-se a língua comum naquela região. Durante o século VI a.C., o Aramaico se tornou a língua geral de todo o Oriente Próximo. Seu uso generalizado se refletiu nos nomes geográficos e nos textos bíblicos de Esdras (4:8-6:18; 7:12-26), pelo fato de ser o aramaico a língua oficial do Império Persa; um versículo em Jeremias (10:11), onde há a citação de um provérbio aramaico; e uma parte relativamente grande do livro de Daniel (2:4 a 7:28), onde o aramaico é usado, provavelmente, por ser uma seção inteira que trata das nações do mundo. AS LÍNGUAS DO NOVO TESTAMENTO: As línguas semíticas também foram usadas na redação do Novo Testamento. Na verdade, Jesus e Seus discípulos falavam o Aramaico, sua língua materna, tendo sido essa a língua falada por toda aquela região na época. As expressões “Talita cumi” (Mc 5:41); “Eli, Eli, lamá sabactâni” (Mt 27:46); “Maranata” (1 Co 16:22); “Aba Pai” (Rm 8:15; Gl 4:6) são em Aramaico.
  • 19. 19 O Hebraico fez sentir mais sua influência mediante expressões idiomáticas, como uma que, no português, quer dizer “e sucedeu que”. Outro exemplo da influência hebraica no texto grego vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adjetivo, a fim de atribuir uma qualidade a algo ou a alguém, como ocorre na 1 Ts 1:3. O epitáfio na cruz de Cristo (o Nome de Deus = YHWH) é em Hebraico. Além das línguas semíticas a influenciar o N. T., temos as indo-européias, o Latim e o Grego. O Latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como “centurião”, “tributo” e “legião”, e pela inscrição trilíngue na cruz (em Latim, em Hebraico e em Grego). No entanto, a língua em que se escreveu o N. T. foi o Grego. Até fins do século XIX, cria-se que o grego do N. T. (o Grego helenístico, koinê = comercial) era a “língua especial” do Espírito Santo; mas, a partir de então, essa língua tem sido identificada como um dos cinco estágios do desenvolvimento da língua grega. Esse grego koinê era a língua mais amplamente conhecida em todo o mundo do século I. O alfabeto havia sido tomado dos fenícios. Seus valores culturais e vocabulário cobriam vasta expansão geográfica, vindo a tornar-se a língua oficial dos reinados em que se dividiu o grande império de Alexandre, o Grande, uma língua quase universal. O aparecimento providencial dessa língua, ao lado de outros desenvolvimentos culturais, políticos, sociais e religiosos, ampla rede de estradas, progresso, etc., durante o século I a.C., fica implícito na declaração de Paulo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (Gl 4:4). Grego: 25 letras, começando no Alfa e terminando no Ômega. Jesus Se identifica com o N.T., que foi escrito em Grego, ao declarar: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro” (Ap 22:13). O Grego do N. T. se adaptou de modo adequado à finalidade de interpretar a revelação de Cristo em linguagem teológica. Tinha recursos linguísticos especiais para essa tarefa, por ser um idioma intelectual. Era a segunda língua dos escritores do N.T., com exceção de Lucas. Era um idioma da mente, mais que do coração, e os filósofos atestam isso amplamente. O Grego tem precisão técnica de expressão não encontrada no Hebraico. Além disso, o Grego era uma língua quase universal. A verdade do A. T. a respeito de Deus foi revelada inicialmente a uma nação, Israel, em sua própria língua, o Hebraico. A revelação completa, dada por Cristo, no Novo Testamento, não veio de forma tão restrita. Em vez disso, a mensagem de Cristo deveria ser anunciada ao mundo todo, por isto, era necessária uma língua universal: “... em seu nome se pregará o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24:47) OS MATERIAIS DA ESCRITA: Os autores da Bíblia empregaram os mesmos materiais para a escrita, que estavam em uso no mundo antigo. O papiro foi usado na antiga Gebal (Biblos) e no Egito, por volta de 2100 a.C. Eram folhas de uma planta, cuja popa era cortada em tiras que eram colocadas superpostas umas às outras de forma cruzada, coladas, prensadas e depois polidas. Eram escritas de um lado apenas. A cor era amarelada. Foi o material que o apóstolo João usou para escrever o Apocalipse (Ap 5:1) e suas cartas (2 Jo 12). A antiga Gebal é atualmente a cidade de Jubayl (nome árabe) e fica a 42 km de Beirute. É considerada a cidade mais antiga do mundo. Seu nome em Grego é Biblos, pois de lá vinham os papiros (biblos).
  • 20. 20 O velino, o pergaminho e o couro são palavras que designam os vários estágios de produção de um material de escrita feito de peles de animais curtida e preparada para a escrita. Seu uso generalizado vem dos primórdios do Cristianismo, mas já era conhecido em tempos remotos, pois temos uma menção de Isaías 34:4 sobre um livro que era enrolado. O velino era a pele de bezerros e antílopes. O pergaminho era a pele de ovelhas e cabras. Tudo indica que o termo pergaminho derivou o seu nome da cidade Pérgamo, na Ásia menor, cujo Rei, Eumenes II (159 - 197 d. C.), fez uma grande biblioteca para rivalizar com a de Alexandria no Egito, haja vista que o Rei do Egito havia cortado o suprimento de papiro. O Novo Testamento menciona este material gráfico em 2 Tm 4:13 e Ap 6:14. O velino era desconhecido até 200 a.C., pelo que Jeremias teria tido em mente o couro (Jr 36:23). O A.T. foi escrito basicamente no couro, pois o Talmude assim o exigia. O N.T. foi escrito basicamente em papiro. No século IV A.D., foi utilizado o velino para os manuscritos. Outros materiais para a escrita eram o metal (Êx 28:36), a tábua recoberta de cera (Is 30:8; Hc 2:2; Lc 1:63), as pedras preciosas (Êx 39:6-14) e os cacos de louça (óstracos), como mostra Jó 2:8. O linho era usado no Egito, na Grécia e na Itália, embora não tenhamos indícios de que tenha sido usado no registro da Bíblia. A TINTA E OS INSTRUMENTOS DE ESCRITA: A tinta utilizada pelos escribas era uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida parecida com a goma arábica (Jr 36:18; Ez 9:2; 2 Co 3:3; 2 Jo 12; 3 Jo 13). Para a escrita em papiro e pergaminho, os escribas usavam penas de aves, pincéis finos e um tipo de caneta feita de madeira porosa e absorvente. Para uso em cera, utilizavam um estilete de metal (Is 30:8). OS TIPOS DA ESCRITA DOS MANUSCRITOS: Alguns tipos de escrita utilizados nos manuscritos são: a) Uncial: os mais antigos manuscritos gregos só usavam letras maiúsculas desenhadas e sem separação entre palavras. Datam do IV século A. D. b) Cursivo: Era o tipo de escrita onde letras minúsculas eram conectadas com espaço entre palavras, pois, naquela época (séc. VI a X d.C.), havia maior necessidade de cópias dos manuscritos. c) Sinais Vocálicos: Mais ou menos ao redor dos anos 500 a 900 d.C., eruditos judeus chamados Massoretas introduziram um sistema de pontos colocado acima, abaixo e entre o texto consonantal do Velho Testamento, de forma a marcar a vocalização do texto. Além disto, eles cercaram o texto de uma série de anotações chamadas Massorah que garantiam a imutabilidade do texto. Estes pontos, chamados pontos vocálicos, exerceriam a função de vogais, mas tinham a vantagem de nada acrescentar ou tirar do texto consonantal inspirado. Este sistema preservou a pronúncia do Hebraico que, nesta época, era a língua dos eruditos judeus. Foi o texto hebraico preservado por este grupo de eruditos judeus que chegou aos dias de hoje. OBS: É conveniente lembrarmos que, nos manuscritos mais antigos, não era usado um sistema de pontuação. E, também, é bom lembrarmos que não há nenhum manuscrito original preservado nos dias de hoje (para se evitar a idolatria!!!). O FORMATO DOS MANUSCRITOS (MSS):
  • 21. 21 Os manuscritos do Antigo Testamento tinham os formatos de livros (códices) e rolos. Os códices eram feitos de pergaminho cujas folhas tinham normalmente 65 cm de altura por 55 cm de largura. Os rolos podiam ser de papiro ou pergaminho. Eram presos a um cabo de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. Eram enrolados da direita para a esquerda. Sua extensão dependia da escrita a ser feita. A BÍBLIA É INSPIRADA Jesus Cristo ensinou que a Bíblia é infalivelmente inspirada (Jo 10:35b; 17:17; Mt 4:4; 5:17-18) e também eterna e perfeitamente preservada por Deus (Mt 4:4; 5:18; 24:25, Lc 16:17; 21:33; 24:44) Juramento de John Burgon: “Juro pelo Nome do Deus Triúno: Pai, Filho e Espírito Santo, que creio que “a Bíblia não é outra coisa senão a voz d'Aquele que está sentado no trono. Cada livro dela, cada capítulo dela, cada versículo dela, cada palavra dela, cada sílaba dela, cada letra dela, são elocuções diretas do Altíssimo. A Bíblia não é nada mais que a Palavra de Deus; nenhuma parte dela é mais, nenhuma parte dela é menos, mas todas as partes de igual modo, são expressões d'Aquele que está sentado no Trono, sem defeito, sem erro, supremas.” Assim ajude-me Deus, AMÉM”. SIGNIFICADO DA INSPIRAÇÃO (inspiração = registro escrito): Inspiração é o homem escrevendo o que Deus revelou. A Inspiração é o registro escrito das revelações de Deus e daquilo que Ele quis que os escritores registrassem por escrito. A inspiração, portanto, é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência sobrenatural sobre certos homens, capacitando-os para registrar acurada e infalivelmente o que quer que tenha sido revelado. “Homens santos de Deus”, lemos, “falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:21). O resultado desse processo é a Palavra de Deus escrita, a “escritura da verdade” (Dn 10:21). Como ocorreu o processo da inspiração: A própria Bíblia clama ser a Palavra de Deus. O termo “inspiração” é o termo teológico tirado da Bíblia que expressa a verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus. Talvez a melhor definição de inspiração seja a de L. Gaussen: “aquele inexplicável poder que o Espírito divino estendeu antigamente aos autores das Sagradas Escrituras, para que fossem dirigidos mesmo no emprego das palavras que usaram, e para preservá-los de qualquer engano ou omissão”. Para entendermos a inspiração, devemos olhar para dois versículos clássicos das Escrituras, a seguir: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3:16) A palavra inspiração é “theopneutos”, que significa “theo” = Deus, e “pneutos” = assoprar. A palavra hebraica é “nehemiah” e é usada somente uma vez no Velho Testamento (em Jó 32:8). O versículo está dizendo que Deus assoprou nos escritores da Bíblia que escreveram assim as próprias Palavras de Deus. O adjetivo empregado nesta passagem significa <<insuflado por Deus>> (cf. Gn 2:7).
  • 22. 22 A palavra “Escritura”, vem do Grego “graphe”, que siginifica escrita, grafia, palavra. Deus “assoprou” palavras! Podemos dizer então que tudo o que foi “escrito” (as Escrituras) foi dado pelo “sopro de Deus”. Portanto, o que Deus “soprou” foram palavras (graphe). Cada palavra, cada letra é importante para Deus. É importante frisarmos que a Bíblia é inspirada e não os escritores. Se fosse o contrário, tudo aquilo que eles escrevessem, de uma forma geral, seria Bíblia... A próxima passagem é: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1:21) Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual o Espírito Santo “ moveu” ou dirigiu os escritores das Escrituras para que o que eles escrevessem não fossem palavras deles, mas a própria Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o Autor da Bíblia, e não o homem. Os escritores da Bíblia são chamados <<homens impelidos (ou “carregados”) pelo Espírito Santo>> (2 Pe 1:20-21; cf. Ap. 19:9; 22:6; 2 Sm 23:2). Eles foram “movidos”, “tomados”, “levados”. A palavra “inspirados” no versículo acima é a mesma palagra grega que foi usada em Atos 27:15 (o barco foi “levado”). O próprio Jesus Cristo afirmou que o Espírito Santo faria os Seus discípulos se lembrarem de tudo o que presenciaram: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14:26) e os anunciaria fatos futuros: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16:13). (1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4, 13; 1 Jo 1:1-3). O Deus que soprou o fôlego de vida nos seres viventes é o mesmo que soprou Sua Palavra nas consciências dos Seus profetas. Se o próprio Espírito Santo supervisionou a entrega e o registro da revelação, Ele, sendo Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente, garantiu que isto seria feito sem erros. O Espírito de Deus de tal modo guiou e superintendeu os escritores da Bíblia, mesmo fazendo uso das suas características pessoais (idiossincrasias), que os seus originais (e os Textos Massorético e Texto Recebido, miraculosamente preservados por Deus, sem nenhuma falha, e traduzidos fielmente na Almeida Original e na Almeida Corrigida e Revisada FIEL, da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil) são a única e completa, plena, verbal, infalível e inerrável, autoritativa corporificação de TUDO o que Deus quis comunicar ao homem. Assim, cada palavra da Bíblia é literalmente de Deus e é a única base para doutrina. Inspiração é o poder estendido pelo Espírito Santo, mas não sabemos exatamente como esse poder operou. É limitado aos escritores das Escrituras Sagradas. Isto EXCLUI todos os outros livros “sacros” por não serem inspirados; também nega autoridade final a todas as igrejas, concílios eclesiásticos, credos e clérigos. A inspiração não exclui a diversidade de expressão sobre o mesmo assunto (Mt 16:16; Mc 8:29; Lc 9:20). Até os 10 mandamentos têm expressões diferentes, pois o Autor é Deus, e Ele pode Se exprimir de formas diferentes sobre o mesmo assunto!!! (Êx 20:8-11; Dt 5:12-15). O mais próximo que conseguimos chegar da inspiração é chamando-a de “orientação”. Isto é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos materiais a serem usados e das palavras a serem
  • 23. 23 empregadas por escrito. Finalmente, Ele preservou os autores de todos os erros e omissões. Temos na Bíblia, portanto, a Palavra de Deus verbalmente inspirada. O apóstolo Paulo relatou, inclusive, seus lapsos de memória (1 Co 1:14-16), suas emoções pessoais (Gl 4:14), suas palavras (1 Co 7:12, 40). Entretanto, ele mesmo frisa que, apesar de expor sentimentos e impressões pessoais, tudo o que ele registrou nas Escrituras são Palavras do Senhor! (1 Co 2:13; 14:37-38; Gl 1:12). Inclusive, quando ele aborda a questão do papel e posição da mulher na igreja, ele declara que o que disse são “mandamentos do Senhor” e não seu entendimento pessoal! (1 Co 14:37-38). Observamos, além disso, que a inspiração se estende às palavras, não simplesmente aos pensamentos e conceitos, ou idéias gerais. Se se estendesse simplesmente aos últimos, ficaríamos sem saber se os escritores entenderam exatamente o que Deus disse, se se lembraram exatamente do que Ele disse, e se eles tinham capacidade para expressar os pensamentos de Deus com exatidão. Será que cada palavrinha da Bíblia é mesmo inspirada? O que Jesus disse acerca deste assunto? Vamos lá ver, o que nosso Senhor falou: “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de TODA a palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4) Que sublime afirmação do Mestre! Ele claramente nos diz que TODAS (não somente algumas, não somente as que constam nos “melhores e mais antigos manuscritos”, nem as que têm certa preferência da crítica textual), mas sim que todas as palavras que saem da boca de Deus são alimento para o homem. Ou que dizer acerca do cumprimento cabal da lei, declarado por Jesus: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18) Ora, aqui Jesus nos diz que TUDO o que está na lei, será cumprido, “timtim por timtim”. Existem versículos que claramente proíbem acrescentar, ou diminuir, o que quer que seja (Dt 4:2; 12:32; Pv 30:6; Ec 3:14; Ap 22:18-19). Lembre-se que uma vírgula numa frase pode alterar totalmente o sentido da mesma. Em Gl 3:16, vemos a importância e falta que faz uma simples letra “s”!!! Assim, a Bíblia, obra de escritores humanos, é, contudo, de natureza divina (1 Ts 2:13) e isto num sentido mais elevado do que o que se dá ao fazer referência a outras obras que se costumam dizer “inspiradas”. Embora a Bíblia seja inspirada por Deus (Sl 19:7-11; 119:89; 105, 130, 160; Pv 30:5-6; Is 8:20; Jr 1:2, 4, 9; Lc 16:31; 24:25-27; 44-45; Jo 5:39, 45-47; 12:48; 14:26; 16:13; 17:17; At 1:16; 28:25; Rm 3:4; 15:4; 1 Co 2:10-13; 2 Co 2:4; Ef 6:17; 1 Ts 2:13; 2 Tm 3:16-17; 1 Pe 1:11-12; 2 Pe 1:19-23; 1 Jo 1:1-3; Ap 1:1-3; 22:19), a participação do homem na recepção da revelação assumiu várias formas. Isto se deu naturalmente, de modos diversos: ora os escritores simplesmente registravam fatos históricos; ora registravam as mensagens que profetas e apóstolos recebiam de Deus; ora refletiam intimamente sobre coisas de Deus e Este usava seus pensamentos para levar Sua mensagem aos homens; ora eram guiados por Deus a escrever palavras revestidas de sentido mais profundo do que eles próprios sabiam (1 Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12). Ocasionalmente, descreveram visões, sonhos ou aparições que testemunharam (Is 6; Jr 24; Dn 7-12; Ap 1-22); vários autores puderam escrever seu testemunho pessoal, pois foram testemunhas oculares dos eventos que relataram (Js 24:26; Jo 19:35; 21:24; 1 Jo 1:1-4; 2 Pe 1:16- 18); também citaram documentos antigos, que tinham à sua disposição, frutos de suas pesquisas
  • 24. 24 [isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem ser algo recebido diretamente de Deus)] (Dn 4; 2 Cr 36:23; Ed 1:2-4; 7:11-26; 1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4; etc.), inclusive houve citações de fontes extrabíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15); compuseram, como artistas, poesia e outras manifestações da sabedoria (Salmos, Provérbios, etc). Vale lembrarmos que os 10 mandamentos foram escritos diretamente por Deus (Êx 31:18). Os profetas estavam tão cônscios da responsabilidade de entregar a mensagem de Deus (e não suas) que muitas vezes pediam a Deus que os poupasse desse peso (Vide a resistência de Jonas). Os escritores do Novo Testamento também reconheceram terem sido guiados pelo Espírito Santo para registrar as revelações de Deus. A Bíblia é um livro divino-humano: humano porque, escrito por homens, manifesta sentimentos e pensamentos humanos, às vezes em desacordo com os de Deus (ver, por exemplo, os discursos dos amigos de Jó, que o próprio Deus refutou); divino, porque é obra de homens a quem a Palavra de Deus foi revelada. A IMPARCIALIDADE DA BÍBLIA PROVA QUE ELA É A PALAVRA DE DEUS Quando os homens escrevem biografias dos seus heróis, eles normalmente limpam suas faltas, mas a Bíblia exibe sua qualidade divina mostrando o homem como ele é. Não apenas a Bíblia é verdadeira, mas também é clara e sincera. Mesmo os melhores homens descritos na Bíblia são descritos com suas faltas. Conhecemos claramente a rebelião de Adão, a bebedeira de Noé, o adultério de Davi, a apostasia de Salomão, a desobediência de Jonas, o desaforo de Pedro para com o Mestre, a briga de Paulo e Barnabé e espante-se com a descrença dos discípulos a respeito da ressurreição de Cristo. O que se segue foi publicado em “The Berean Call” [O Chamado de Beréia], Janeiro 2005: “As Escrituras revelam honestamente as fraquezas e pecados dos melhores santos – mesmo quando tais fatos poderiam ter sido evitados. Tal honestidade dá a coroa da verdade às Escrituras. Um dos relatos mais estranhos foi a descrença dos discípulos quanto à ressurreição de Cristo. De fato, seu ceticismo e aparente má vontade em acreditar, mesmo quando Cristo os encontrou face a face, parece que dificilmente um escritor de ficção ousaria retratá-lo. Cristo acusa Seus discípulos de dureza de coração (Marcos 16:14). Eles não creram, mesmo quando Cristo lhes apareceu (Lucas 24:36-38). Mas um dos ladrões crucificados com Cristo creu em Sua ressurreição, ou ele não teria pedido “E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” (Lc 23:42). As dúvidas dos discípulos não tinham desculpa em vista das muitas profecias messiânicas. Eles terem sido tão cegos em relação às Escrituras, mesmo depois de terem sido ensinados pessoalmente por Cristo durante tantos anos, nos faz reexaminarmos a nós mesmos para não sermos culpados da mesma cegueira.” A aceitação da Bíblia como Palavra de Deus não é matéria de prova científica e sim de fé. Isso não quer dizer que tomamos atitude irracional ou sem fundamento. Antes, nossa atitude se baseia no testemunho de Jesus, a respeito do Antigo Testamento. De certo modo, podemos compará-la à nossa fé em Jesus Cristo como Filho Unigênito de Deus, a qual não depende, em última análise, de provas humanas de Sua divindade, e sim, de um ato de fé. A experiência cristã tem confirmado que de fato Deus Se revela aos homens através de TODA a Bíblia, ainda que o faça com maior nitidez em certas partes (João, por exemplo) do que em outras que são, por assim dizer, periféricas em relação à suprema revelação em Jesus Cristo. Não é que o Evangelho segundo João seja “mais inspirado” do que Eclesiastes, por exemplo; antes, é que, naquele, Deus estava concedendo a João a mais suprema e plena revelação de Deus; ao passo que, em Eclesiastes, fornecia o registro das últimas tentativas humanas para conseguir a felicidade “debaixo do sol”.
  • 25. 25 Outrossim, mesmo que algumas partes da Bíblia pareçam não trazer mensagem de Deus para nós, em nossa situação atual, é muito possível que tenham falado, ou que ainda venham a falar, a outras pessoas em situações diferentes. Basta lembrarmos, por exemplo, como o livro do Apocalipse tem revivido, vez após vez, para cristãos que sofriam de perseguição. Devemos lembrar também, que a própria Bíblia não nos autoriza a dividi-la em partes, mas, antes, considerá-la um todo orgânico, tendo cada livro um papel a desempenhar na obra total (2 Tm 3:16). De imediato, as pessoas dizem que a Bíblia é um livro de homens. Em outras palavras, “falha e imperfeita”. Por mais sinceros, eruditos e criteriosos que fossem os profetas, eles ainda estavam sujeitos às limitações da sua época e do seu conhecimento. Como poderiam deixar de errar? É natural, assim, esperar que a Bíblia apresente erros gritantes em questões filosóficas, científicas, literárias ou históricas. Os milagres, por exemplo, são vistos como lendas da Antiguidade, tão verdadeiros e históricos quanto Branca de Neve e os Sete Anões. De fato, tais conclusões seriam inevitáveis se o fator sobrenatural fosse descartado. Mas, se o Espírito Santo, sendo o mesmo Deus, estava por trás da produção da Bíblia, então é perfeitamente admissível que homens falhos fossem instrumentos para transmitir informações infalíveis. E foi exatamente isso o que ocorreu!!! Este volume é a escrita do Deus vivo: cada letra foi escrita por um dedo Todo-poderoso; cada palavra saiu dos lábios eternos, cada frase foi ditada pelo Espírito Santo. Ainda que Moisés tenha sido usado para escrever suas histórias com sua ardente pluma, Deus guiou essa pluma. Pode ser que Davi tenha tocado sua harpa, fazendo que doces e melodiosos salmos brotassem de seus dedos, porém Deus movia Suas mãos sobre as cordas vivas de sua harpa de ouro. Pode ser que Salomão tenha cantado os Cânticos de amor ou pronunciado palavras de sabedoria consumada, porém Deus dirigiu seus lábios, e fez eloquente ao Pregador. Se sigo o trovejador Naum, quando seus cavalos aram as águas, ou a Habacuque quando vê as tendas de Cusã em aflição; se leio Malaquias, quando a terra está ardendo como um forno; se passo para as serenas páginas de João, que nos falam de amor, ou para os severos e fogosos capítulos de Pedro, que falam do fogo que devora os inimigos de Deus, ou para Judas, que lança anátemas contra os adversários de Deus; em todas as partes vejo que é Deus quem fala. É a voz de Deus, não do homem; as palavras são as palavras de Deus, as palavras do Eterno, do Invisível, do Todo-Poderoso, do Jeová desta Terra. Esta Bíblia é a Bíblia de Deus; e quando a vejo, parece que ouço uma voz que surge dela, dizendo: “Sou o livro de Deus; homem, leia-me. Sou a escrita de Deus: abra minhas folhas, porque foram escritas por Deus; leia-as, porque Ele é meu Autor, e O verá visível e manifesto em todas as partes”. “[Eu] escrevi-lhe as grandezas da minha lei, porém essas são estimadas como coisa estranha” (Oséias 8:12). (Retirado do Sermão do Reverendo C. H. Spurgeon: A Bíblia (The Bible ) - Um Sermão (Nº 0015) - Pregado na Manhã de Domingo, 18 de Março de 1855, no Exeter Hall, Strand— Londres —Inglaterra). Distinção entre Inspiração e Autoridade: Algo deve ser dito a respeito da distinção entre Inspiração e Autoridade. Geralmente, as duas são idênticas, de modo que aquilo que é inspirado tem também autoridade com respeito ao ensino e à conduta. Mas, ocasionalmente, não é isso o que acontece. Por exemplo: o que Satanás disse para Eva foi registrado na Bíblia por Moisés, que foi inspirado por Deus, mas não é a verdade (Gn 3:4-5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt 16:22); a declaração de Gamaliel ao Concílio (At 5:38-39). O mesmo ocorre com textos retirados do contexto, que assumem um significado totalmente diferente de quando inseridos no contexto, etc.
  • 26. 26 A BÍBLIA, REGISTRO MERECEDOR DE CONFIANÇA A Bíblia é uma revelação de Deus absolutamente fidedigna. Essa afirmativa se baseia na atitude de Jesus para com o Antigo Testamento e no testemunho da própria Bíblia a seu respeito (Mt 5:17-18; Mc 7:1-13; 12:35-37; Jo 5:39-47; 10:34-36; 1 Co 14:37-38; Ef 3:3). A Bíblia não tem a pretensão de ser uma enciclopédia infalível de informações sobre todos os assuntos e, por isso, não nos fornece a resposta a todas as perguntas que possamos fazer a respeito do mundo a nosso redor. (NEM TUDO NOS É REVELADO!). “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”. (Dt 29:29). Ela é escrita na linguagem do povo e não com a terminologia e exatidão científicas do nosso século. De fato, seria tolice esperar que o fosse, e se, por algum milagre, isso fosse conseguido, o livro se tornaria incompreensível para a maioria de nós, para todos os que nos precederam e, dentro de pouco tempo, a linguagem se tornaria arcaica. A Bíblia registra uma revelação progressiva de Deus (Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2) através de muitos séculos e a povos vários. Não devemos, portanto, tomar suas afirmações isoladamente, mas considerá-las à luz do todo, do contexto. Não podemos basear nossas crenças em versículos isolados, destacados de seu contexto. LEMBRE-SE: Texto fora de contexto é pretexto para heresias! Através de uma compreensão integral da Bíblia, podemos descobrir que muitas discrepâncias desaparecem ou são de somenos importância, no que se refere à verdade da Bíblia, vista como um todo. É inegável que a moderna ciência da Arqueologia muito tem feito no sentido de confirmar a exatidão da história registrada na Bíblia. Muito raramente, e em assuntos de pequena importância, põe um ponto de interrogação ao lado do registro bíblico. Uma vez que a Bíblia registra uma revelação que se deu através da história, podemos sentir satisfação em saber que o esboço histórico apresentado na Bíblia é capaz de tanta confirmação arqueológica. Muitos problemas que se alegam existir na Bíblia devem-se à nossa deficiência em saber interpretá-la corretamente. Às vezes, procuramos, por exemplo, informações literais em passagens que devem ser tomadas como poéticas e, em outras, interpretamos simbolicamente passagens que deveriam ser literais. REGRA DE OURO PARA A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA: “Quando a interpretação direta, imediata e literal das escrituras faz sentido, não procure nenhuma outra interpretação. Portanto: Interprete cada palavra no seu sentido literal, usual, costumeiro e mais comumente usado, a não ser que os fatos do contexto imediato indiquem clara e indiscutivelmente o contrário, quando estudados à luz de passagens correlatas e de verdades fundamentais e axiomáticas.” (Dr. David L. Cooper) TERMOS RELACIONADOS COM A INSPIRAÇÃO: A) A REVELAÇÃO DE DEUS: (Pv 11:2; Mt 11:25; 1 Co 2:10; Gl 1:12) Revelação, no Grego, significa: descobrir, deixar aberto aquilo que estava velado/coberto.
  • 27. 27 “REVELAÇÃO É AQUELE ATO DE DEUS PELO QUAL ELE MESMO SE DESCERRA E COMUNICA VERDADE À MENTE, MANIFESTANDO ÀS SUAS CRIATURAS AQUILO QUE NÃO PODERIA SER CONHECIDO DE NENHUM OUTRO MODO”. Uma definição concisa, mas exata, da revelação vem da caneta do Dr. James Bannerman. Ele escreveu: “A revelação, como ato divino, é a apresentação da verdade objetiva ao homem de maneira sobrenatural por Deus. A revelação, como resultado de tal ato, é a verdade objetiva então apresentada”  MÉTODOS DE REVELAÇÃO: a) Por anjos: 3 anjos, Abraão, Sodoma (Gn 18); b) com voz alta, punindo a queda (Gn 3:9-19); c) com voz suave, a Elias (1 Rs 19:11, 12; Sl 32:8); d) pela natureza (Sl 19:1-3); e) por um jumento,a Balaão (Nm 22:28); f) por sonhos (Gn 28:12); g) em visões (Gn 46:2; At 10:3-6); h) o próprio Livro de Apocalipse; i) Cristofanias (Êx 3:2). Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16). Não há mais revelações!!! A Revelação de Deus no Antigo Testamento é uma revelação com as seguintes características: a) É uma revelação autoritativa - Jo 5:39; Lc 19:19-31. b) É uma revelação verídica - Jo 10:35; Is 34:16. c) É uma revelação progressiva - Is 42:8-9; 44:6-8; Os 6:3; Hb 1:1-2. Ex: - As peculiaridades do sistema mosaico ficam claras à luz de uma Revelação progressiva. A Lei a Graça e a doutrina do Espírito Santo estão interligadas ao propósito dispensacional de Deus. d) É uma revelação parcial - Hb 1:1, 2; Cl 2:17; Hb 10:1.  A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO: Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. (Amós 3:7) Será possível ao homem, finito e limitado como é, em sua capacidade e em seu entendimento, compreender a grandeza do Deus infinito? Por si mesmo, é evidente que não. A não ser que Deus se revele ao homem, este não pode conhecê-Lo. Chega-se, portanto, à conclusão de que Deus Se revelou às Suas criaturas.  A REVELAÇÃO DE DEUS DIVIDE-SE EM GERAL E ESPECIAL: • Revelação geral de Deus: (Sl 19:1-6; 104). É endereçada e acessível a TODA criatura inteligente, e tem por objetivo persuadir a alma a buscar o verdadeiro Deus. É suficiente para condenar os homens, tornando-os inescusáveis. Mas, não é suficiente para os salvar! Ela ocorre: a) Na Natureza: (Jó 12:7-9; Sl 8:1, 3; 19:1-3; Is 40:12-14, 26; At 14:15-17; Rm 1:19-23, 2:14-15). Sua finalidade é incitar o homem a buscar o Deus Verdadeiro, para receber mais luz. Algumas verdades contidas nas religiões pagãs derivam-se dessa fonte de revelação.
  • 28. 28 É, contudo, insuficiente. Se revela a grandeza, a sabedoria e o poder de Deus, nada diz do interesse que ele tem no homem pecador, nem se este pode se salvar. b) Na História de nações tais como o Egito, a Assíria, etc. Embora Deus possa usar uma nação mais ímpia para castigar uma menos ímpia, ao final tratará a mais ímpia com maior severidade (Hc 1:1- 2:20). E, muitíssimo mais, na espantosa história da “pulguinha” Israel (Dt 28:10; Sl 75:6-8; Pv 14:34; At 17:2-4; Rm 13:1), o “verme de Jacó” (Is 41:14). Esse povo acreditava que Deus, a quem conhecia por nome de Javé ou Jeová, agia na sua vida individual e nacional (Sl 78); que lhe falava por meio de profetas (1 Sm 3; Is 6; Os 1; Am 7:14-17), revelando-lhes que Seu caráter era de justiça e amor (Is 6:3; Am 5:6-27; Dt 7:8; Jr 31:3; Os 11:1); que Israel era Seu povo escolhido (Dt 7:7-26; Jr 7:23; 13:11) e que dele Deus reclamava não só o culto, como também a justiça e o amor em sua vida social e nacional (Am 5:21-24; Is 1:27; Mq 6:8). Esse Deus era Senhor da criação (Is 40; 42:5; Am 5:8) e Rei moral da história (Dt 28; Jz 2; Am 5:14). Haveria, um dia, de julgar o mundo e estabelecer um reino de justiça. Seu propósito final para os homens era, portanto, a salvação e, para esse fim, escolhera a Israel para Seu servo, o qual deveria levar todos os homens à religião verdadeira. Como, porém, Israel estava prejudicado pelo seu pecado, Deus prometera levantar, futuramente, para executar esta tarefa, um Libertador, chamado, ora de Rei, na sucessão de Davi, ora de Servo do Senhor (Is 2:1-4; 9:1-7; 42:1-9; 49:1-6; 50:4-9; 52:13; 53:12; Jr 31:31-40; 33:14- 16; Ez 34:23-24). Esta revelação já é mais explícita e informativa do caráter pessoal de Deus, do que a revelação através da natureza. Contudo, é também incompleta. c) Na Consciência: Na nossa consciência temos outra revelação de Deus (Rm 2:14-16). A Lei gravada nos corações, “uma espiã de Deus em nosso peito”, “uma embaixadora de Deus em nossa alma”, como os puritanos costumavam chamá-la. É a presença no homem desta ciência do que é certo e errado, deste algo discriminativo e impulsivo, que constitui a revelação de Deus. Não é auto-imposta, como fica evidenciado pelo fato de que o homem frequentemente se livraria de suas opiniões se pudesse. É o reflexo de Deus na alma. Suas proibições e ordens, Suas decisões e impulsos não teriam qualquer autoridade real sobre nós se não sentíssemos que na consciência temos de alguma forma a realidade, algo em nossa natureza que, todavia, está acima desta natureza. Em outras palavras, nossa consciência revela o fato de que há uma lei absoluta do certo e do errado no universo e de que há um Legislador Supremo que encarna esta lei em Sua própria Pessoa e conduta. d) Na providência divina: (Pv 16:9; At 14:15-17); na preservação do mundo: (Hb 1:3) • Revelação especial de Deus: (Sl 19:7-14). Abrange os atos de Deus pelos quais Ele Se fez conhecer e à Sua verdade, em ocasiões especiais e a pessoas específicas, mas quase sempre para o benefício de todos. É uma Revelação completa! É necessária porque o homem não respondeu à Revelação Geral (Rm 1:20-23,25; 1 Co 1:21; 2:8). Ela ocorre: a) Em Jesus Cristo, A SUPREMA REVELAÇÃO DE DEUS (Jo 1:14; Cl 1:15; 2:9; Hb 1:3). Necessária porque o homem não respondeu às outras Hb 1:1-3. Cristo é a melhor prova da: existência, natureza, e vontade de Deus! A vinda de Jesus Cristo foi a manifestação suprema e o pleno cumprimento da Revelação que Deus começara a fazer de Sua Pessoa, na vida de Israel. Jesus afirmou expressamente que Ele era Aquele de quem os profetas falavam (Mt 5:17; Lc 24:44). Referia-Se a Si mesmo como o Filho de Deus (Mt 11:25-27) e atribuía às Suas próprias palavras a autoridade de Deus (Mc 2:1-12; 13:31; 14:62). Além das Suas palavras, o caráter e as ações de Cristo deviam ser considerados manifestações de Deus aos homens. Disso eram sinais:
  • 29. 29 Seus milagres e Suas obras poderosas (Lc 12:54-56; Jo 3:2; 14:11). Toda a Sua vida demonstrara o amor que caracteriza a Deus (Mc 2:17; 10:21, 45; Lc 19:1-10; Jo 3:16). Sua morte coroou Sua vida de abnegação em favor dos homens (Mc 14:22-24) e Sua ressurreição e ascensão declararam que Deus Se agradara da obra de Seu Filho e O tinha exaltado (At 3:14-26; Rm 1:4). Seus discípulos passaram o restante de suas vidas anunciando-O como Aquele que verdadeiramente revelava Deus aos homens e lhes restabelecia a relação adequada com Deus Pai. As provas impressionantes de Sua influência nas vidas humanas, a partir de então, são outras tantas confirmações de Seu objetivo de revelar Deus aos homens. Esta Revelação, na qual Deus Se fez homem, na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, é uma Revelação pessoal, perfeita e que não se repete. No sentido mais completo, Jesus Cristo é a PALAVRA DE DEUS aos homens (Jo 1:1-18; Hb 1:1-2; Ap 19:13). É evidente, portanto, que ninguém pode conhecer a Deus, senão por Jesus Cristo (Jo 1:18; Mt 11:27). b) Nas experiências pessoais de certos homens: Enoque e Noé andaram com Deus (Gn 5:21-24; 6:9); Deus falou a Noé (Gn 6:13; 7:1; 9:1); a Abraão (Gn 12:1-3); a Isaque (Gn 26:24); a Jacó (Gn 28:13; 35:1); a José (Gn 37:5-11); a Moisés (Êx 3:3-10; 12:1); a Josué (Js 1:1); a Gideão (Jz 6:25); a Samuel (1 Sm 3:2-4); a Davi (1 Sm 23:9-12); a Elias (1 Rs 17:2-4); a Isaías (Is 6:8), etc. Da mesma maneira, no N. T. Deus falou a Jesus (Mt 3:16-17; Jo 12:27-28); a Pedro, Tiago e João (Mc 9:7); a Felipe (At 8:29); a Paulo (At 9:4-6; 18:9; Gl 1:12); e a Ananias (At 9:10). Nas experiências de nós, crentes da dispensação da graça, que temos a testificação do Espírito Santo de que somos filhos de Deus. Hoje, Deus só fala através da Sua Palavra (Hb 1:1; 2 Tm 3:16). Não há mais revelações!!! c) Em milagres: eventos fora do usual e natural, realizando uma obra útil, revelando a presença e poder de Deus, visando trazer homens a Cristo (Jo 20:30-31). Êx 4:2-5 (Deus transformou vara em cobra) contraste Êx 7:1-2 (imitação, desmascarada). Milagres podem ser: a) de intensificação (exemplo: dilúvio) ou “tempo exato” (terremoto na crucificação) de fenômenos naturais (praga de saraiva e fogo); a força de Sansão, etc. b) de alteração das leis naturais (multiplicação dos pães, florescimento da vara de Arão, obtenção de água da rocha, cura dos doentes, ressurreição de mortos). Se alguém quiser contestar a existência de milagres, lembre-lhe que a pergunta certa é “as testemunhas são absolutamente confiáveis?” e não “o evento é naturalmente possível?”. Demonstre a historicidade da ressurreição de JESUS CRISTO. Mostre que se ele crer na ressurreição e no Ressurreto Homem-Deus, aceitará todos os milagres da Bíblia. d) Em Profecias-predição de eventos, só possível pela comunicação direta da parte de Deus. Ex: O Livro de Isaías foi escrito em aproximadamente 698 a.C. e falou sobre Ciro, com uma antecedência de séculos (Is 44:28-45:1). Se alguém quiser contestar a existência de profecias, mostre-lhe que se ele crer em Jesus Cristo, aceitará todas as profecias da Bíblia. Por exemplo: compare 1 Rs 13:2 com 2 Rs 23:15, 16; 1 Rs 13:22 com 2 Rs 23:17, 18; 1 Rs 21:19 com 1 Rs 22:38; 1 Rs 21:23 com 2 Rs 9:36. Mostre-lhe algumas das 332 profecias cumpridas em Cristo:  Ele deveria ser nascido de uma virgem (Is 7:14; Mt 1:23);  da semente de Abraão (Gn 12:3; Gl 3:8);  da Tribo de Judá (Gn 49:10; Mt 1:2-3; Hb 7:14);  da linhagem de Davi (Sl 110:1; Jr 23:5; Mt 1:6; Rm 1:3);  deveria nascer em Belém (Mq 5:2; Mt 2:6);
  • 30. 30  ser ungido pelo Espírito (Is 61:1-2; Lc 4:18-19);  entrar em Jerusalém montado em um asno (Zc 9:9; Mt 21:4-5);  ser traído por um amigo (Sl 41:9; Jo 13:18);  ser desprezado (Is 53:4-6, 10-12; 2 Co 5:21);  ser rejeitado (Is 53:3; Jo 8:48; 9:34);  ser vendido por trinta moedas de prata (Zc 11:12-13; Mt 26:15; 27:9-10);  ser abandonado por seus discípulos (Zc 13:7; Mt 26:31, 56);  ter suas mãos e pés traspassados, mas não ter nenhum osso quebrado (Sl 22:16; 34:20; Jo 19:36; 20:20, 25);  os homens iriam dar-lhe fel e vinagre a beber (Sl 69:21; Mt 27:34);  repartir Suas vestes e lançar sortes sobre Sua túnica (Sl 22:18; Mt 27:35);  Ele seria abandonado por Deus (Sl 22:1; Mt 27:46);  enterrado com os ricos (Is 53:9; Mt 27:57-60);  Ele iria surgir dos mortos (Sl 16:8-11; At 2:27);  subir às alturas (Sl 68:18; Ef 4:8);  e se assentar à mão direita do Pai (Sl 110:1; Mt 22:43-45), etc. Será que não temos nestas predições que já foram cumpridas uma forte prova do fato que Deus Se revelou por profecia? E se Ele o fez nestas predições, o que nos impede de crer que O fez em outras também? e) Nas Escrituras (1 Pe 1:12; 1 Co 1:21): Se a suprema revelação de Deus é Jesus Cristo, surge o problema: como então pode Deus Se revelar a nós, que vivemos dois milênios depois de Cristo? Não estando Jesus visivelmente entre nós, ficamos privados da possibilidade de alcançar a plena Revelação de Deus? A resposta a essas perguntas é que existe ainda outra forma de Revelação. É que o Espírito de Deus capacitou homens a darem testemunho escrito da Revelação que receberam, de modo a poderem interpretá-la e transmiti-la às gerações posteriores. Assim, podemos chegar ao conhecimento da Revelação de Deus na Natureza, na História, etc, e em Jesus Cristo, através do registro (inspiração) que dela temos em mãos, na BÍBLIA, e pela qual Deus fala hoje aos homens (Hb 1:1-3). Deste modo, Jesus Cristo Se revela ainda aos homens. Ele não é uma extinta Figura do passado, mas o FILHO VIVO DE DEUS, de maneira que os cristãos que vivem em eras posteriores à Sua crucificação podem afirmar que O conhecem e têm comunhão com Ele, através das Escrituras, que reúnem toda a Revelação que Deus quis que ficasse inerrantemente corporificada, sendo a base para todas as disciplinas da Teologia. As doutrinas da revelação e da inspiração nada seriam sem a doutrina da preservação das Escrituras. Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). As evidências comprovam que Deus tem cuidado da Sua Palavra através dos séculos, embora não tenhamos mais os originais (autógrafos). Existem mais de 5.000 manuscritos e partes de manuscritos que concordam entre si, o chamado Texto Bizantino (em sua forma impressa ele se chama Textus Receptus [TR], ou o Texto Recebido, termo que surgiu com a impressão do Novo Testamento Grego de Elzivir em 1633). Uma vez que é a Bíblia o meio pelo qual seguramente Deus Se revela hoje aos homens, devemos examinar com algum cuidado seu caráter, sua suficiência e a confiança que merece como Revelação de Deus (2 Tm 3:15-16; Hb 1:1). B. A ILUMINAÇÃO:
  • 31. 31 “É AQUELE MÉTODO USADO PELO ESPÍRITO SANTO PARA DERRAMAR LUZ DIVINA SOBRE TODO O HOMEM QUE O BUSQUE, AO SER ESTE HOMEM EXPOSTO À PALAVRA DE DEUS.” (Sl 119:18, 125) • A ILUMINAÇÃO é o entendimento que temos da leitura da Bíblia, pela ação do Espírito Santo (Êx 31:3; 35:31; 1 Rs 3:11; 4:29; Jó 11:12; 2 Sm 22:29; Sl 18:28; 36:9; 111:10; 119:18, 34, 99, 104, 125, 130, 169; Pv 2:1-12; 4:7; Is 11:2; Dn 1:17; 4:34-36; 5:12-14; Lc 24:45; Jo 14:26; Rm 12:2; 1 Co 2:14-16; 2 Co 4:6-7; Ef 1:18; 2 Tm 2:7; 2 Pe 1:20; 1 Jo 5:20). “Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos. Então entenderás a justiça, o juízo, a eqüidade e todas as boas veredas. Pois quando a sabedoria entrar no teu coração, e o conhecimento for agradável à tua alma, o bom siso te guardará e a inteligência te conservará; para te afastar do mau caminho, e do homem que fala coisas perversas”. (Pv 2-1:12) • A iluminação se faz necessária por causa das cegueiras: natural Rm 10:2; 1 Co 2:14; Ef 4:18; induzida pelo Diabo 2 Co 4:3-4; induzida pela carne 1 Co 3:1; 2:14; Hb 5:12-14; Cl 1:21; Tt 1:15. • Só com a iluminação é que pecadores são salvos (Sl 119:30; 146:8) e crentes são fortalecidos (Sl 119:105; 1 Co 2:10; 2 Co 4:6). • Antes de iluminar, o Espírito Santo procura por sinceridade do homem (Dt 4:29; Hb 11:6) e diligente estudo do crente (At 17:11; 2 Tm 2:15; 1 Pe 2:2). • O Espírito Santo sempre tem que usar um crente (que O tem) para iluminar o descrente (que não O tem) At 8:31 (Filipe e o eunuco etíope). C. COMPARAÇÃO REVELAÇÃO-INSPIRAÇÃO-ILUMINAÇÃO: Revelação: comunicação da verdade. (1 Co 2:10-12) [já cessou!!!] Inspiração: registro escrito da verdade. (1 Co 2:13) [já cessou!!!] Iluminação: entendimento da verdade. (1 Co 2:14-16) [ainda existe!!!] ---inspiração---> DEUS ---revelação---> Homem BÍBLIA <---iluminação--- Podemos ter revelação (comunicação da verdade por Deus ao homem) sem inspiração (registro escrito dessas verdades), como tem sido o caso de muitas pessoas piedosas no passado, que receberam verdades de Deus, mas não registraram por escrito (inspiração), não há livros bíblicos escritos por eles (Noé, Abraão, Jacó, Elias, etc.) e como fica claro pelo fato de João ter ouvido as vozes dos sete trovões (revelação/comunicação da verdade por Deus), apesar de não lhe ter sido permitido escrever/registrar o que eles disseram os trovões (Ap 10:3-4).
  • 32. 32 Podemos também encontrar inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos ou descobriram pela pesquisa (1 Jo 1:1-4; Lc 1:1-4). É o que ocorre quando os relatos bíblicos parecem ser meras declarações dos escritores humanos. Isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem a comunicação de uma verdade por Deus). A iluminação (o entendimento da verdade bíblica) geralmente acompanha a inspiração ou está incluída nela, mas nem sempre, conforme Pe 1:10-12; cf. Dn 8:15; 12:8-12. PROVAS DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL, INFALÍVEL A Bíblia é inspirada (“assoprada para dentro do homem”) por Deus: [Ver a seção: “A Bíblia é a corporificação da Revelação de Deus”]. Note: - Inspiração é um mistério. - A Bíblia é inspirada por Deus (At 1:16; 2 Tm 3:16-17; Hb 10:15-17; 2 Pe 1:20-21). - Inspiração é essencialmente proteção contra erros, como se Deus dissesse “As verdades que Eu quero transmitir, você as escreverá com as suas palavras, mas Eu vou guiá-lo para você não deixar de escrever toda e só a verdade que Eu quero que seja escrita, e não errar nem sequer uma letrinha ou o menor sinal de acentuação.” - A inspiração é plenária: significa que a Bíblia é inspirada toda ela, de capa a capa, sobre todo e qualquer assunto (Mt 5:18; 2 Tm 3:16-17). - A inspiração é verbal: significa que a Bíblia é inspirada palavra por palavra, e não apenas os pensamentos principais, como ocorre com as versões deturpadas da Bíblia, como as paráfrases (Ex: Bíblia na Linguagem de Hoje). (Sl 138:2; Mt 4:4-5; 5:17-18; 22:32; 1 Co 2:13; Gl 3:6). A inspiração torna a Biblia infalível e inerrável: A Bíblia não contém nenhum erro, sendo incapaz de errar ou falhar!!! (Mt 5:18; Jo 10:35b). - Toda a Bíblia é igualmente inspirada, mas não igualmente importante (Ex: Jo 3:16 versus Jz 3:16). - Cada palavra é inspirada, mas só é autoritativa: a) no seu contexto; b) quando é de Deus [diretamente ou pelos Seus profetas] e não o registro (inspirado, infalível!) das mentiras do Diabo, demônios, ou homens. - A inspiração não exclui o uso de fontes extra-Bíblicas (At 17:28; Tt 1:12; Jd 14-15). - Inspiração não exige mesmos detalhes no relato de um mesmo evento (Mt 27:37 + Mc 15:26 + Lc 23:38 + Jo 19:19). - A inspiração está terminada, finalizada (Ap 22:18-19) e só abrangeu a Bíblia.  A NATUREZA DA INSPIRAÇÃO PLENÁRIA, VERBAL E INFALÍVEL DA BÍBLIA É ASSEGURADA POR: a) O caráter de Deus (Sl 138:2): IRIA O DEUS PERFEITO, ETERNO E IMUTÁVEL, CONSENTIR QUE AS SUAS REVELAÇÕES FOSSEM EXPRESSAS IMPERFEITA E FALIVELMENTE PELOS SEUS PROFETAS? ISTO É INIMAGINÁVEL! b) O caráter e declarações da própria Bíblia: b.1) (Ver: “O caráter transcendente da Bíblia”). A Bíblia tem unidade, conteúdo e padrão moral incomparavelmente superiores a todos os outros livros. b.2) (Ver: “Declarações da Bíblia sobre si mesma”). A Bíblia é absolutamente confiável em tudo o que pode ser checado. Então devemos aceitar o que ela diz de si mesma: