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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
01 – MÓDULO DA LÍNGUA PORTUGUESA – TÉCNICO ENFERMAGEM 2012
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
SUMÁRIO
Língua Portuguesa
A língua padrão culta nas suas modalidades oral e escrita, nesta incluídos os aspectos formais
relativos à ortografia oficial, à acentuação gráfica e à pontuação. ......................................Pág. 3
A palavra: estrutura, processos de formação, classificação, flexão e emprego. ..................Pág. 47
Articulações sintáticas da oração, do período simples e do período composto. ...................Pág. 59
A sintaxe de concordância nominal, de concordância verbal, de regência nominal, de regência
verbal e de colocação. ...........................................................................................................Pág. 65
O texto: compreensão, interpretação e articulações semântico textuais. .............................Pág. 94
INFORMAÇÃO IMPORTANTE: O material está parcialmente bloqueado para o localizador de
palavras do pdf, apenas poderão ser localizados os tópicos dos assuntos, bem como alguns assuntos
permitidos, demais palavras deverão ser localizadas manualmente de acordo com o sumário ou a
localização da página.
DADOS TÉCNICOS:
TOTAL DE PÁGINAS: 143
CONCURSOS: Nível Brasil - Técnicos em Enfermagem – Versão 2012.
MATÉRIA: Língua Portuguesa
EDITORA: Tradição Apostilas
ATUALIZAÇÃO: 07/10/2011
LOJA OFICIAL: www.editoratradicao.com.br
VENDAS: www.tudoemapostilasdigitais.com ou www.tudoemapostilas.com
E-mail de contato: atendimento@editoratradicao.com.br
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A língua padrão culta nas suas modalidades oral e escrita, nesta incluídos os aspectos formais
relativos à ortografia oficial, à acentuação gráfica e à pontuação.
Começando a conversa
O ensino da linguagem oral na tradição escolar tem
sido compreendido de várias formas. Ele passa por
momentos de livre expressão do aluno sobre assuntos
pessoais ou variados, por discussões coletivas sobre
conteúdos focalizados em sala de aula, por trocas de
opiniões, pela leitura oral de textos, pela declamação
de poemas e a realização de jograis e até pela
oportunidade de problematizar as questões relativas
ao grau de formalidade das falas ou à variedade
linguística.
Nessa perspectiva, esse assunto é entendido e
organizado em situações destinadas a ensinar:
• a conversar e se expressar sem compromisso;
• a oralizar textos escritos;
• que a pouca formalidade dos textos e falas deve ser corrigida, assim como deve
ser evitada a utilização de dialetos, gírias etc.
Para esse tipo de ensino, a escola apresenta situações que demandam dos alunos que:
• estudem determinados temas e que os exponham aos demais oralmente;
• organizem seminários a respeito de assuntos específicos;
• participem de debates;
• façam apresentações de trabalhos em feiras escolares (de Ciências, mostra de
trabalhos desenvolvidos durante o ano letivo, feiras temáticas);
• assistam a mesas-redondas etc.
Como consequência dessa maneira de compreender o ensino de linguagem oral, tem-se uma prática escolar
esvaziada de conteúdo e de objeto de ensino. Uma prática que se baseia no pressuposto de que a escola deve
ensinar a falar, mas que se esquece de levar em conta as situações comunicativas nas quais a interação verbal
oral acontece e que não considera que os enunciados organizam-se, inevitavelmente, em gêneros, formas
estáveis que circulam socialmente e têm a função de organizar o que se diz.
Dessa forma, parece que o importante nas atividades
de uso da língua oral é ensinar os alunos a falarem
bem, com boa dicção e com clareza. Como se produzir
um seminário fosse a mesma coisa que participar de
um debate, assistir a uma mesa-redonda ou expor
informações a respeito de determinado tema.
Então, afinal, com o que se deve preocupar, de fato, o
ensino da linguagem oral? O que deve ser priorizado
no trabalho educativo? Para começar, qualquer
mudança nessa prática há de considerar as
especificidades das situações de comunicação e dos
gêneros nos quais qualquer enunciado se organiza,
3
Aluno expõe trabalho por meio da
linguagem oral
Foto: Jean C. de Oliveira
A pedagoga Emilia Ferreiro faz
palestra para educadores
Foto: EducaRede
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inevitavelmente,..seja..ele..oral..ou..escrito.
Linguagem oral e linguagem escrita: novos rumos
O ensino de linguagem oral, hoje, tem sido foco de
muitas discussões, sobretudo a partir da compreensão
da linguagem como atividade discursiva, como
processo de interação verbal pelo qual as pessoas se
comunicam umas com as outras por meio de textos —
orais ou escritos — organizados, inevitavelmente, em
gêneros.
Essa forma de entender o processo da linguagem tem
alterado a visão tradicional a respeito do tema, que
acabava por estabelecer características rígidas que
distanciam a linguagem oral da escrita. Por exemplo,
diz-se que a linguagem escrita costuma utilizar a
variedade padrão da língua, enquanto que a oral, não. Será que é sempre assim que
as coisas acontecem?
Ao analisar, nas práticas sociais de linguagem, as situações reais de interlocução, é
possível verificar que essa caracterização polarizada – de um lado, linguagem oral e,
de outro, escrita – não se sustenta. Há, na verdade, impregnação entre uma e outra,
como acontece em diversas situações de comunicação. Alguns exemplos:
Conferência acadêmica - Um conferencista prepara antecipadamente sua
apresentação, decidindo os aspectos a serem abordados – fatos, exemplos,
argumentos, contra-argumentos – e os recursos que serão utilizados – exibição de
vídeos ou slides, utilização de telão, material em PowerPoint,modelos.
Assim organizará sua fala, articulando o que será exposto com os recursos
disponíveis. Será preciso ordená-lo do ponto de vista do discurso, selecionando o
registro adequado, que, certamente, será mais formal, dada a situação de
comunicação e o tipo de público (interlocutores).
Nesse lugar, a fala do professor, para ter legitimidade e ser reconhecida, precisará ter
consistência teórica, ser adequada, ter lógica nos argumentos e nos exemplos. Será
uma linguagem técnico-científica e com um registro mais formal.
Como se vê, temos uma situação de produção de discurso oral. No entanto, se
observarmos as características apresentadas, identificaremos várias discrepâncias
em relação ao que, em geral, se diz da linguagem oral:
• a fala foi planejada previamente;
• o registro será formal, e poderão ser utilizados recursos e apoios escritos para o
4
Serginho Groisman entrevista Raí e
Zilda Arns no programa Ação (Globo)
Foto: Divulgação
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conferencista;
• a fala tenderá a ser completa e precisa;
• utilizará a variedade-padrão de linguagem.
Programa musical de TV para adolescentes – Um redator da emissora escreve um
texto dirigido a adolescentes para ser lido pelo apresentador em um teleprompter.
Busca-se, nessa situação, criar um efeito de oralidade e, dessa forma, o registro
utilizado é o mais informal possível,tendendo à utilização de gíria.
Nessa situação, existem também características especiais:
• Trata-se de um discurso falado, mas que parte de um discurso escrito.
• Foi planejado antecipadamente, em função das condições de produção.
• Embora seja um discurso escrito e o registro não é formal, tende à utilização da
variedade culta da linguagem.
• Mesmo sendo um discurso escrito que será lido, o telespectador poderá contar
com os gestos do apresentador no processo de atribuição de sentidos.
• Não haverá preocupação com o rigor e completude do discurso.
• No processo de oralização, não será possível contar com a presença física do
interlocutor.
ATENÇÃO – VEJA O EXEMPLO ABAIXO:
O que é comum entre a linguagem oral e a linguagem escrita? E o que
diferencia uma da outra?
Segundo autores como SCHNEUWLY (1997) e ROJO
(1999), as relações existentes entre linguagem
oral e linguagem escrita precisam ser pensadas
discursivamente. Isso quer dizer que é necessário
considerar as condições efetivas de produção dos
discursos, levando-se em conta que, nas práticas de
linguagem, os discursos escritos mantêm relações
complexas com os discursos orais. Veja-se, por
exemplo, os aspectos da presença física do
5
Linguagem oral e linguagem escrita: novos rumos
Programa de rádio - um redator que escreve o texto a ser lido pelo apresentador e, como se
busca um efeito de oralidade, o registro a ser utilizado será informal - com utilização de gírias -
embora organizado na variedade-padrão da linguagem.
 O discurso será ouvido pelos interlocutores, embora seja lido pelo apresentador (quer dizer,
apesar de discurso escrito, no processo de oralização, o suporte passará a ser o fônico, da
perspectiva do ouvinte da emissora de rádio).
 Embora seja falado, o discurso não poderá contar com o gestual corporal, já que será
veiculado por rádio.
 Mesmo sendo discurso escrito, será coloquial e não terá nenhuma preocupação com a
exatidão ou completude.
 Não contará com a presença física do interlocutor no processo de oralização do texto.
Estúdio de rádio, comandado por
estudantes
Foto: Acervo Cenpec
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interlocutor e do processo de planejamento do discurso.
A presença física do interlocutor tem consequências interessantes para o processo de
produção do discurso. Quando se trata do discurso escrito impresso, se o interlocutor
estiver ausente fisicamente, caberá ao produtor/autor tentar garantir que seu texto
(discurso) seja eficaz; ou seja, será preciso planejá-lo antecipadamente, procurando
prever possíveis interpretações, dúvidas ou refutações do leitor.
Dessa forma, poderá utilizar recursos linguísticos que melhor garantam a construção
dos sentidos que o autor pretende, já que não lhe será possível presenciar as reações
do interlocutor para esclarecer possíveis interpretações não pretendidas.
Quando se trata de um discurso oral a ser produzido na presença física do
interlocutor, é possível ao produtor planejar ao mesmo tempo em que produz, já
que ele poderá presenciar as reações imediatas de seus interlocutores e, em
decorrência delas, reajustar seu discurso, esclarecendo, explicando,
exemplificando,..reorganizando..a..fala.
Assim, não se pode afirmar categoricamente que a escrita é planejada e a fala
é espontânea. O planejamento sempre acontece. O que é diferente é a condição na
qual este se realiza: ou durante o processo de produção do texto ou previamente em
relação..a..ele.
É preciso considerar, também, que há condições de produção de discurso oral que não
possibilitam a presença física do interlocutor, como uma entrevista radiofônica. Nesta
situação, com entrevistado e entrevistador presentes ao mesmo tempo no estúdio e
interagindo verbalmente entre si, têm como interlocutor fundamental o ouvinte da
emissora, que não se encontra presente no contexto imediato de interlocução.
Veja outras características de entrevistas radiofônicas ou televisivas :
6
Na entrevista radiofônica ou televisiva, por exemplo, se se analisar da perspectiva do entrevistador,
trata-se de um discurso planejado antecipadamente, muitas vezes orientado por fichas escritas,
que contêm questões elaboradas ou pelo entrevistador ou pela sua equipe de produção.
Por outro lado, do ponto de vista do entrevistado, há um grau muito menor de planejamento
prévio, pois o discurso, na maioria das vezes, será organizado a partir de perguntas desconhecidas
(ainda que se possa conhecer antecipadamente os assuntos/temas que serão abordados). No
entanto, é possível considerar, também, que o entrevistado poderá guiar-se pelas reações do
entrevistador ou da assistência presente - platéia, acompanhantes, assessores etc. -, ainda que
esses não estejam visíveis ou audíveis para os (tele)espectadores em geral.
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Ao considerar estes aspectos, é possível afirmar que tanto fala quanto escrita são
planejadas. O que as difere é o grau e o tipo de planejamento que se faz, o que é
determinado pelo contexto de produção do discurso.
A escolha do registro linguístico
Do mesmo modo, não podemos dizer que a fala é menos formal que a escrita, já que
a escolha de como organizar essa fala é feita em consequência do:
• gênero do discurso;
• lugar em que esse discurso circulará.
O lugar de circulação do discurso determina sua audiência. Esse fator, articulado com a escolha do
gênero no qual o discurso se organizará, determina as escolhas linguísticas que serão feitas para que esse
discurso possa ser reconhecido e legitimado por essa audiência. Entre essas escolhas, inclui-se a do
registro.
Uma palestra acadêmica, por exemplo – quer seu público seja constituído por estudantes, quer por
importantes pesquisadores –, será sempre organizada em um registro mais formal do que uma conversa
cotidiana entre amigos e será sempre planejada previamente, e com mais rigor do que a conversa. Caso
contrário, a palestra pode ser desqualificada por causa do emprego inadequado da linguagem e a conversa
pode ser considerada “chata” e seu interlocutor “arrogante”.
Veja o exemplo:
Produção e publicação
Também não podemos afirmar que a escrita é mais completa e precisa do que a fala, ou que
independe mais do contexto do que a fala, ou, ainda, que tem maior prestígio. O que podemos dizer é que o
discurso escrito impresso requer a utilização de recursos diferentes porque suas condições de
produção assim o exigem. Não é possível, por exemplo, deixar uma frase para ser completada com um
gesto, num discurso escrito impresso, já que o gesto não se escreve e o interlocutor não estará
presente fisicamente.
No entanto, é perfeitamente adequado, em um discurso produzido oralmente, que a pergunta “Você sabe
onde é que estava aquele livro?” seja respondida por “Eu acho que estava bem ali”, e que ambas,
pergunta e resposta, sejam acompanhadas por um gesto de apontar que não deixe a menor dúvida sobre de
qual livro se fala e a qual local a resposta se refere.
Da mesma forma, não podemos dizer que a fala é mais dependente do contexto do que a escrita, pois os
contextos de produção de ambas são diferentes.
No discurso escrito impresso, dois contextos contribuem para a construção dos sentidos: o de produção e o
de publicação.
• O de produção é construído pelo produtor antes do momento da publicação do
texto.
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Linguagem oral e linguagem escrita: O que é comum? O que se diferencia?
Uma conversa telefônica, igualmente, dependendo da sua finalidade e de seu interlocutor, será
organizada em registros bastante diferentes: se se tratar de formalizar um convite para
participação de um evento acadêmico ou se se tratar de marcar horário para fechamento de um
contrato profissional, o registro será mais formal do que no caso de uma conversa íntima entre
amigos ou familiares.
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• O de publicação é constituído no processo de editoração e de submissão do
discurso ao projeto gráfico editorial do portador (revista, jornal, livro etc.) no qual
circulará.
É nessa ocasião que se inserem elementos que serão articulados ao texto, como
imagens, espaços, gráficos, fotografias, símbolos, posição em relação a outros textos.
O contexto de publicação adquire significado pelo leitor, que passa a constituir os
sentidos do texto no momento da leitura, ao articular texto e elementos do contexto.
No discurso oral, o momento de produção e o de publicação coincidem, sendo os
elementos extra verbais (gestos, slides, gráficos, entonação, “falas” que o precederam
etc.) articulados concomitantemente ao elemento verbal.
:: O suporte sonoro e o suporte gráfico da linguagem escrita e da oral
Um último aspecto a ser considerado é o que se refere ao suporte gráfico ou
sonoro (fônico) da linguagem. É muito comum a linguagem escrita ser
confundida com sua manifestação gráfica – e, nessa perspectiva,
qualquer discurso impresso seria considerado linguagem escrita – e a
linguagem oral ser confundida com sua manifestação fônica – e, nessa
perspectiva, qualquer discurso falado seria considerado linguagem oral.
A linguagem escrita, por conta de suas especificidades, não se manifesta,
unicamente, de maneira gráfica ou impressa. As notícias (ou mesmo os
comentários críticos e as crônicas) de um jornal televisivo ou radiofônico são
exemplos de discursos escritos oralizados: são escritos e lidos pelos jornalistas
apresentadores dos programas. No caso da TV, os textos são dispostos por escrito
no teleprompter para que o apresentador os leia.
Em todos esses exemplos os textos são sempre registrados por escrito e terão o
grau de formalidade ajustado de acordo com o telespectador/audiência. No
entanto, embora sejam orais, nenhum dos textos – da TV ou do rádio – terá frases
cujo sentido tenha de ser complementado com recursos gestuais.
Portanto, não é condição para que a linguagem seja caracterizada como escrita que seja registrada
graficamente. É possível contar uma história utilizando a linguagem escrita, ainda que contar seja uma
atividade..oral.
Como se vê, a linguagem escrita não se reduz ao escrito, ao grafado, ao traçado. Logo, o grafado não pode
ser utilizado como critério que diferencia linguagem oral e linguagem escrita.
Da mesma maneira, não se pode confundir a linguagem oral com fala ou oralização da linguagem; o som não
pode ser usado como critério que diferencia linguagem oral de linguagem escrita.
Nessa perspectiva, mais que considerar o suporte gráfico ou fônico da linguagem escrita ou oral, é preciso
levar em conta que os discursos são produzidos em determinadas circunstâncias e organizados em
determinados..gêneros.
8
William Bonner,
apresentador do Jornal
Nacional, da Rede Globo
Foto: Reator
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:: Linguagem escrita e oral: inter-relações e diferenças
As inter-relações existentes entre linguagem oral e
linguagem escrita são decorrentes, portanto, das
condições nas quais os discursos são produzidos:
• do lugar em que circularão;
• do lugar social que ocupam produtor e
interlocutor (e da imagem que o primeiro constituiu
acerca do segundo);
• da finalidade colocada;
• do gênero no qual será organizado.
No entanto, há diferenças entre as duas linguagens.
As mais marcantes são:
• o processo de planejamento do discurso –
que, no caso da linguagem oral, é concomitante ao
momento da produção, ainda que possa ser sustentado por esquemas prévios;
• a relação entre o momento de produção e o de publicação do discurso – que,
no caso do discurso oral, é de concomitância e coincidência;
• a presença física do interlocutor – típica da linguagem oral.
Outro exemplo:
Na próxima página vamos aprender a usar também os aspectos formais de acordo
com a nossa ortografia oficial, à acentuação gráfica e a pontuação:
9
Entrevista, uma modalidade de
linguagem oral
Foto: EducaRede
"Ela me disse que eu deveria guardar isso daqui lá naquele lugar porque ela não gosta desse
tipo de coisa espalhada assim pela casa. Então, você me ajuda? Pega esse negócio, tira dali e
põe lá. Senão, quando ela chegar vai ser um estresse só…"
Quando lemos esse texto não é possível compreendermos exatamente a que se refere cada uma
das expressões salientadas em negrito. Como se trata da transcrição de uma conversa - discurso
oral, portanto - os elementos que poderiam dar sentido a tais expressões encontram-se
explicitados no contexto imediato de produção do discurso, compreensíveis e identificáveis para os
interlocutores presentes fisicamente no processo de produção, e capazes de articular os elementos
extra-verbais - gesto de apontar, por exemplo - certamente constitutivos da fala. Se se
pretendesse transformar esse discurso oral em discurso escrito, teriam que ser acrescentadas em
sua linearidade, as informações que faltam, como: quem é ela?; o que é isso daqui?; onde é lá
naquele lugar?; o que é esse tipo de coisa?; o que vem a ser esse negócio?; onde é dali e lá?
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CONHECENDO A ORTOGRAFIA OFICIAL:
A palavra Ortografia é formada por "orto", elemento de origem grega, usado como prefixo,
com o significado de direito, reto, exato e "grafia", elemento de composição de origem grega
com o significado de ação de escrever; ortografia, então, significa ação de escrever
direito. É fácil escrever direito? Não ! É, de fato, muito difícil conhecer todas as regras de
ortografia a fim de escrever com o mínimo de erros ortográficos. Hoje tentaremos facilitar um
pouco mais essa matéria. Abaixo seguem algumas frases com as respectivas regras sobre o
uso de ç, s, ss, z, x... Vamos a elas:
01) Uma das intenções da casa de detenção é levar o que cometeu graves
infrações a alcançar a introspecção, por intermédio da reeducação.
a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO:
intento = intenção
canto = canção
exceto = exceção
junto = junção
b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER:
deter = detenção
reter = retenção
conter = contenção
manter = manutenção
c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR:
infrator = infração
trator = tração
redator = redação
setor = seção
d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO:
introspectivo = introspecção
relativo = relação
ativo = ação
intuitivo – intuição
e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R:
reeducar = reeducação
importar = importação
repartir = repartição
fundir = fundição
f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s:
eleição
traição
02) A pretensa diversão de Creusa, a poetisa vencedora do concurso,
implicou a sua expulsão, porque pôs uma frase horrorosa sobre a diretora
Luísa.
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a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR:
pretender = pretensão, pretensa, pretensioso
defender = defesa, defensivo
compreender = compreensão, compreensivo
repreender = repreensão
expandir = expansão
fundir = fusão
confundir = confusão
b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR:
inverter = inversão
converter = conversão
perverter = perversão
divertir = diversão
c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z:
Creusa
coisa
maisena
d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos:
Luísa
Heloísa
Poetisa
Profetisa
Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z.
e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR:
concorrer = concurso
discorrer = discurso
expelir = expulso, expulsão
compelir = compulsório
f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER, USAR:
ele pôs
ele quis
ele usou
g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE:
frase
tese
crise
osmose
 Exceções: deslize e gaze.
h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA:
horrorosa
gostoso
 Exceção: gozo
03) I -Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou que cantaria de
improviso.
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II -Aterrorizada pela embriaguez do marido, a mulherzinha não fez a
limpeza.
a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical
da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:
Teresa = Teresinha
Casa = casinha
Mulher = mulherzinha
Pão = pãozinho
b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical
da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de
origem não tiver o radical terminado em s:
improviso = improvisar
análise = analisar
pesquisa = pesquisar
terror = aterrorizar
útil = utilizar
economia = economizar
c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem
nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com
z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem
qualidade:
Teresa
Camponês
Inglês
Embriaguez
Limpeza
04) O excesso de concessões dava a impressão de compromisso com o
progresso.
a) Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS:
exceder = excesso, excessivo
conceder = concessão
proceder = processo
b) Os verbos terminados em PRIMIRterão palavras derivadas escritas com PRESS:
imprimir = impressão
deprimir = depressão
comprimir = compressa
c) Os verbos terminados em GREDIRterão palavras derivadas escritas com GRESS:
progredir = progresso
agredir = agressor, agressão, agressivo
transgredir = transgressão, transgressor
d) Os verbos terminados em METERterão palavras derivadas escritas com MISSou MESS:
comprometer = compromisso
prometer = promessa
intrometer = intromissão
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remeter = remessa
05) Para que os filhos se encorajem, o lojistacome jilócom canjica.
a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR:
Viajar = espero que eles viajem
Encorajar = para que eles se encorajem
Enferrujar = que não se enferrujem as portas
b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA:
loja = lojista
canja = canjica
sarja = sarjeta
gorja = gorjeta
c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani.
Jiló
Jibóia
Jirau
06) O relógioque ele trouxe da viagemao Méxicoem uma caixade madeira
caiu na enxurrada.
a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:
pedágio
sacrilégio
prestígio
relógio
refúgio
b) Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM:
a viagem
a coragem
a ferrugem
 Exceções: pajem, lambujem
c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x:
Mexerica
México
Mexilhão
Mexer
 Exceção: mecha de cabelos
d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos
iniciados por ch:
Enxada
Enxerto
Enxurrada
Encher – provém de cheio
Enchumaçar – provém de chumaço
e) Usa-s x após ditongo:
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ameixa
caixa
peixe
Exceções: recauchutar, guache
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
I - Palavras proparoxítonas
1. Todas são acentuadas: árvore, chávena, maiúsculo, feiíssimo.
II - Palavras paroxítonas
2. São acentuadas graficamente as paroxítonas terminadas em:
ÃO(S): bênção(s), órfão(s)
Ã(S): ímã(s), órfã(s)
L: amável, dócil
EI(S): amáveis, dóceis
I(S): táxi, grátis
N: hífen, éden
X: tórax, ônix
R: líder, mártir
UM, UNS: álbum, álbuns
US: bônus, lótus
PS: bíceps, fórceps
Observações:
A. Acentuam-se graficamente todas as paroxítonas terminadas em
ditongo crescente: mágoa, tênue, rádio, ânsia.
B. Não levam acento gráfico as paroxítonas terminadas em:
a. ns: itens, hifens, folhagens, jovens, nuvens;
b. m: item, folhagem, jovem, nuvem;
C. Não se acentuam os ditongos abertos ei, oi, das paroxítonas:
assembleia, estreia, jiboia, heroico;
D. Não levam acento o i e o u tônicos, precedidos de ditongo: feiura,
baiuca.
III - Palavras oxítonas
3. Levam acento gráfico as oxítonas terminadas em:
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Á(S): sabiá (s)
É(S), Ê(S): café(s)
Ó(S), Ô(S): avó(s), avô(s)
ÉM, ÉNS: refém, reféns
Observação:
Seguem esta regra:
A. as monossílabas tônicas terminadas por á(s), é(s), ê(s) ó(s), ô(s):
lá(s), pé(s), pó(s);
B. as formas verbais oxítonas do mesmo tipo, seguidas ou não de
pronomes: amá-lo, está(s), vendê-lo, propôs, contém, conténs.
4. São acentuadas as oxítonas terminadas em ditongo aberto:
ÉIS: papéis, bacharéis
ÉU(S): chapéu, chapéus
Ói(S): herói, heróis
5. Assim como as oxítonas em que o i e o u estão depois de ditongo em
posição final ou seguidas de s: Piauí, tuiuiú.
Portanto, não levam acento gráfico as oxítonas em i e u precedidas por
consoante: juriti, tatu.
IV – Hiatos
6. Acentuam-se o i e o u tônicos, precedidos de vogal, quando sozinhos
ou seguidos de s, formando uma sílaba: viúva, saíste, baú, saída.
Observações:
A. Não leva acento gráfico o i, mesmo sozinho, seguido de nh: rainha,
moinho.
B. Não são acentuados graficamente os hiatos oo e ee: voo, creem.
V – Acento nos verbos em guar, quar e quir
7. Não se usa o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele)
argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e
redarguir.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Observação:
Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e
quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar,
delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas
formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do
imperativo:
A. se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser
acentuadas graficamente: enxáguo, enxáguas, enxágue, delínques,
delínquem, delínqua;
B. se forem pronunciadas com u tônico, elas não são acentuadas:
enxaguo, enxaguas, delinques, delinquem, delinqua.
Observação:
No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i
tônicos.
VI – Acento diferencial
8. Usa-se o acento diferencial nas seguintes situações:
A. Verbo pôr – para diferenciar da preposição por:
Eu pedi para ela pôr o pão no armário por causa das moscas.
B. Pôde – terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo do verbo poder para diferenciá-lo de pode - terceira pessoa
do singular do presente do indicativo do mesmo verbo:
Ela não pôde passar na tua casa ontem, mas pode passar hoje.
Observação:
O acento diferencial é facultativo em:
A. Dêmos – primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo do
verbo dar e demos – primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do
indicativo do mesmo verbo;
B. Fôrma (substantivo) e forma (substantivo, terceira pessoa do
singular do presente do indicativo e segunda pessoa do singular do
imperativo afirmativo do verbo formar).
VII – Verbos ter e vir
9. Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na terceira pessoa do
plural do presente do indicativo para diferenciar da terceira pessoa do
singular do mesmo tempo verbal: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm.
Seus derivados, como deter e intervir, por exemplo, seguem a
acentuação das oxítonas terminadas por em, mas na terceira pessoa
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do singular do presente do indicativo levam acento agudo e na terceira
pessoa do plural do mesmo tempo levam acento circunflexo, a fim de
diferenciar as duas formas verbais: ele detém, eles detêm; ele
intervém, eles intervêm.
VIII – Trema
10. O trema só é usado em nomes estrangeiros e seus derivados:
Müller, mülleriano.
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam
reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram
estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade:
1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;
2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e
simplicidade.
Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do
período. Geralmente é usada:
- nas datas, para separar o nome da localidade.
Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2005.
- após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase.
Por Exemplo:
– Você gostou do vestido?
– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
- após a saudação em correspondência (social e comercial).
Exemplos:
Com muito amor,
Respeitosamente,
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- para separar termos de uma mesma função sintática.
Por Exemplo:
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução
adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o
exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.)
Por Exemplo:
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu
princípio em Deus.
- para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
Por Exemplo:
O documento de identidade, você trouxe?
- para separar elementos paralelos de um provérbio.
Por Exemplo:
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Tal pai, tal filho.
- para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
Por Exemplo:
As flores, eu as recebi hoje.
- para indicar a elipse de um termo.
Por Exemplo:
Daniel ficou alegre; eu, triste.
- para isolar elementos repetidos.
Exemplos:
A casa, a casa está destruída.
Estão todos cansados, cansados de dar dó!
- para separar orações intercaladas.
Por Exemplo:
O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.
- para separar orações coordenadas assindéticas.
Por Exemplo:
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
- para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações
alternativas.
Exemplos:
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
Vá devagar, que o caminho é perigoso.
Estuda muito, pois será recompensado.
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula
antes de sua ocorrência:
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1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é
sujeito de "protestou".
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar
ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da
adição (adversidade, consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm antes da
principal.
Por Exemplo:
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.
- para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.
Por Exemplo:
A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o
conteúdo.
Ponto e vírgula ( ; )
O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da
frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou.
Emprega-se nos seguintes casos:
- para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si.
Por Exemplo:
O rio está poluído; os peixes estão mortos.
- para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados
por vírgula.
Por Exemplo:
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O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove,
contra.
- para separar itens de uma enumeração.
Por Exemplo:
No parque de diversões, as crianças encontram:
brinquedos;
balões;
pipoca.
- para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) ,
substituindo, assim, a vírgula.
Por Exemplo:
Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã.
- para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração.
Por Exemplo:
Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas
alguns.
Dois-pontos ( : )
O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se,
geralmente:
- para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção.
Por Exemplo:
"Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz :
– Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos)
- para anunciar uma citação.
Por Exemplo:
Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade
sim."
- para anunciar uma enumeração.
Por Exemplo:
Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos.
- antes de orações apositivas.
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Por Exemplo:
Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo.
- para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse.
Exemplos:
Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas.
Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão.
Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico.
Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações.
Veja:
Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma.
Exemplos:
ratificar/retificar, censo/senso, etc.
Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (= cada
um por sua vez, isoladamente).
Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios:
cedinho, melhorzinho, etc.
- na invocação das correspondências.
Por Exemplo:
Prezados Senhores:
Convidamos a todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no
auditório da empresa.
Atenciosamente,
A Direção
Ponto Final ( . )
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é
descendente. Emprega-se, principalmente:
- para fechar o período de frases declarativas e imperativas.
Exemplos:
Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo.
Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.
- nas abreviaturas.
Exemplos:
Sr. (Senhor)
Cia. (Companhia)
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Saiba que:
Pontuação nos títulos e cabeçalhos
Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por pontos finais. Não há
uniformidade quando ao uso desta pontuação, mas é de bom tom seguir o que
determina a ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais estético
não pontuar títulos. Em jornalismo, por exemplo, não se usa a pontuação de
titulação.
Ponto de Interrogação ( ? )
O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não
exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.
Exemplos:
Onde você comprou este computador?
Quais seriam as causas de tantas discussões?
Por que não me avisaram?
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.
Por Exemplo:
Perguntei quem era aquela criança.
Note que:
1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada,
entre parênteses.
Por Exemplo:
Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para
atingir os resultados esperados.
2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo.
Por Exemplo:
Eu?! Que ideia!
Ponto de Exclamação ( ! )
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode
exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação
descendente.
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Exemplos:
Ponto de Exclamação ( ! )
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode
exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação
descendente.
Exemplos:
"Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira)
Pare, por favor!
Ah! que pena que ele não veio...
Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.
Por Exemplo:
Ana! venha até aqui!
Reticências ( ... )
As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza
emocional. Empregam-se:
- para indicar continuidade de uma ação ou fato.
Por Exemplo:
O tempo passa...
- para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
Por Exemplo:
Vim até aqui achando que...
- para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada.
Exemplos:
"Vamos nós jantar amanhã?
– Vamos...Não...Pois vamos."
Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade.
- para realçar uma palavra ou expressão.
Por Exemplo:
Não há motivo para tanto...mistério.
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- para realizar citações incompletas.
Por Exemplo:
O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro:
"Deitado eternamente em berço esplêndido..."
- para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor.
Por Exemplo:
"Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica
do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia.
Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis)
Saiba que
As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de
grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos
auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes
arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor.
Parênteses ( ( ) )
Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença
propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se:
- para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão.
Por Exemplo:
Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo
(geralmente um verbo) que já apareceu anteriormente na frase.
- para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.)
Por Exemplo:
" O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques
Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)
- para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos
travessões.
Por Exemplo:
Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os
carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
- para delimitar o período de vida de uma pessoa.
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Por Exemplo:
Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986).
- para indicar possibilidades alternativas de leitura.
Por Exemplo:
Prezado(a) usuário(a).
- para indicar marcações cênicas numa peça de teatro.
Por Exemplo:
Abelardo I - Que fim levou o americano?
João - Decerto caiu no copo de uísque!
Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!
(sai pela direita)
(Oswald de Andrade)
Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas
alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as
alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula).
Por Exemplo:
No Brasil existem mulheres:
a) morenas;
b) loiras;
c) ruivas.
Os Parênteses e a Pontuação
Veja estas observações:
1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter
pontuação própria, além da pontuação normal do texto.
2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno
quando há uma frase completa contida nos parênteses.
Exemplos:
Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso está encerrado.
Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta.
Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará
externo.
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Por Exemplo:
O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal).
3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de
pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de
fecho.
Travessão ( – )
O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado:
- no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos
diálogos.
Por Exemplo:
– O que é isso, mãe?
– É o seu presente de aniversário, minha filha.
- para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas.
Por Exemplo:
"E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha."
(Machado de Assis)
- para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o
aposto.
Por Exemplo:
"Junto do leito meus poetas dormem
– O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron –
Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo)
- para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos.
Por Exemplo:
"Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a
superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das
religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia
e como o êxtase." (Raul Pompeia)
Aspas ( " " )
As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas:
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
- antes e depois de citações ou transcrições textuais.
Por Exemplo:
Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um
beijo de moça namorada."
- para representar nomes de livros ou legendas.
Por Exemplo:
Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI.
Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos
grifar as palavras, conforme o exemplo:
Ontem assisti ao filme Central do Brasil.
- para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia.
Exemplos:
O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus
usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja)
Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" rapidamente.
Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova!
- para realçar uma palavra ou expressão.
Exemplos:
Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não".
Quem foi o "inteligente" que fez isso?
Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente,
empregam-se aspas simples.
Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles,
'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas
dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se
fitar e examinar." (Machado de Assis)
Colchetes ( [ ] )
Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de
cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado:
- em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra.
Por Exemplo:
amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o
bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio
artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio)
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- para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto.
Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento.
Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar:
1- Bo ta bon? [Você está bem?]
2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.]
- para inserir comentários e observações em textos já publicados.
Por Exemplo:
Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de
Visconde de Taunay, autor de "Inocência"]
- para indicar omissões de partes na transcrição de um texto.
Por Exemplo:
"É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e
risonho" (Machado de Assis)
Asterisco ( * )
O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado:
- nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos.
Por Exemplo:
Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras
que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de
que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode
indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc.
* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras
palavras.
- nas substituições de nomes próprios não mencionados.
Por Exemplo:
O Dr.* conversou durante toda a palestra.
O jornal*** não quis participar da campanha.
Parágrafo ( § )
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das
palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando
queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea.
A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em
que começam as linhas do texto.
O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis, por indicar os parágrafos únicos.
Por Exemplo:
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem
obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE
Chama-se crase a união de dois sons iguais. Quando essa união se dá entre a
preposição a e um outro a, usa-se o acento grave ou acento de crase.
Ex.: Irei a a festa.
Irei à festa.
Tipos de crase
1) Entre a preposição a e o artigo definido a.
Ex.: Vamos à cidade.
Obs.: O a é artigo definido quando acompanha um substantivo.
2) Entre a preposição a e o pronome demonstrativo a.
Ex.: Ele se referiu à que deixei no armário.
Obs.: O a é pronome demonstrativo quando antecede que ou de, equivalendo a
outro
pronome demonstrativo: aquela.
3) Entre a preposição a e o a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo.
Ex.: Dirija-se àquele vendedor.
4) Entre a preposição a e o a do pronome relativo a qual.
Ex.: Chegou a aluna à qual entreguei o resultado.
Observações
a) Como se vê, é necessária a presença da preposição a para que ocorra o
fenômeno da
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
crase.
b) Costuma-se dizer por aí que só há crase antes de palavra feminina. Cuidado!
Essa afirmação diz respeito apenas ao caso de preposição mais artigo a, quando,
então, o substantivo tem de ser feminino.
Para saber se há crase
1) Com nomes comuns Troca-se a palavra feminina por uma masculina; aparecendo ao,
usa-se o acento de crase.
Ex.: Dirija-se à tesouraria. (Dirija-se ao escritório)
Dei o livro à professora. (Dei o livro ao professor)
Obs.: Coisa se troca por coisa (tesouraria / escritório); pessoa, por pessoa
(professora /professor). Respeite isso, ou você pode errar a questão.
2) Com nomes próprios de lugar
Troca-se o verbo que pede a preposição a por outro, que peça outra preposição.
Vamos adotar o verbo vir; aparecendo da, usa-se o acento de crase.
Ex.: Ela foi à Bahia. (Ela veio da Bahia)
Ela foi a Cuiabá. (Ela veio de Cuiabá, e não da)
Observações
a) Nomes de cidade (segundo exemplo) não se usam com artigo a. Mas, se
determinarmos o substantivo, aparecerá o artigo e, conseqüentemente, a crase.
Ex.: Iremos à simpática Cuiabá. (Viremos da simpática Cuiabá)
b) Não se devem misturar os dois macetes (nomes comuns ; nomes próprios de
lugar).
Ex.: Ele foi a Cuiabá.
Se trocarmos (indevidamente) Cuiabá por um substantivo masculino, aparecerá
ao, o que nos levará a pôr, erradamente, o acento de crase: Ele foi ao Rio de Janeiro,
Ele foi à Cuiabá.
Casos obrigatórios
1) Com a palavra hora, clara ou oculta, indicando o momento em que acontece
alguma coisa.
Ex.: Saímos às três horas.
Retornamos às dez.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Obs.: Às vezes se usa o acento diante de palavra masculina, por estar oculta uma
outra feminina. A mais comum e importante é a palavra moda.
Ex.: Escrevia à Machado de Assis. (Escrevia à moda Machado de Assis)
2) Com determinadas locuções formadas por palavras femininas.
● Adverbiais: duas ou mais palavras com valor de advérbio.
Ex.: Fiz tudo às pressas.
às pressas: locução adverbial de modo com palavra feminina: com acento.
Ele irá a pé.
a pé: locução adverbial de modo com palavra masculina: sem acento.
Outros exemplos
Trabalharam às escondidas.
Fui levado à força.
Quero deixar tudo às claras.
Às vezes, íamos ao teatro.
Isso foi feito à parte.
Paramos à beira-mar.
O homem permaneceu à esquerda.
Fiquem à vontade.
Sempre falavam à meia-voz.
Saiu à noitinha.
Seguiu o conselho à risca.
Corriam às tontas.
Estávamos à janela.
Escreveu à margem.
O objeto veio à tona.
O material estava à mão.
Observações
a) Geralmente, as locuções adverbiais com acento de crase são as de modo, mas
existem outras.
Ex.: Foi levado à força. (modo)
Às vezes era teimoso. (tempo)
O carro dobrou à direita. (lugar)
Falaram à beça. (intensidade)
b) As locuções adverbiais de instrumento dividem as opiniões dos gramáticos.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Para alguns, sem acento; para outros, com. É polêmico.
Ex.: Escreveu à caneta.
Escreveu a caneta.
c ) Igualmente polêmica é a expressão à vista, contrário de a prazo.
Ex.: Comprou os móveis à vista.
Comprou os móveis a vista.
Não se trata de crase facultativa, da mesma forma que as da letra b. Convém, nesses
casos, resolver a questão por eliminação. É preferível, hoje em dia, não usar o
acento de crase, principalmente numa redação.
● Prepositivas: grupos de palavras que funcionam como preposição; as que nos interessam
neste ponto começam por à e terminam por de.
Ex.: Ficarei à disposição de vocês.
à disposição de: locução prepositiva com palavra feminina: com acento.
Falavam a respeito de futebol.
a respeito de: locução prepositiva com palavra masculina: sem acento.
Outros exemplos
Vivia à custa do irmão.
Estamos à mercê do patrão.
Fez o trabalho à vista de todos.
Agiu à maneira de um troglodita.
É vidro à prova de choques.
Permaneciam à frente do colégio.
Ficou à beira do precipício.
Bateram à porta do amigo.
Ficamos à distância de vinte metros.
Aprendeu à força de tanto estudar.
Usava um pano branco à guisa de toalha.
Vivia à margem da sociedade.
Estava à espera de uma solução.
● Conjuntivas: grupos de palavras que funcionam como conjunção; só existem duas com
acento de crase: à medida que e à proporção que.
Ex.: À medida que corria, ia ficando vermelho.
Aprenderá à proporção que estudar.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Observações
a) Pelo que se vê nos exemplos, as locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas
levam acento de crase quando os substantivos que as constituem são femininos.
b) Às vezes, o grupo parece uma locução, mas não é.
Ex.: À frente da casa havia uma árvore. (locução prepositiva)
A frente da casa é muito bonita.
À tarde ele chegou. (locução adverbial)
A tarde estava chuvosa.
Não será locução quando se puder substituir a por o: a frente / o lado, a tarde / o dia.
3) Com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo.
Ex.: Mostrei o quadro àquela mulher. (= a aquela)
Prefiro este lenço àquele. (= a aquele)
Não me refiro àquilo que ele fez. (= a aquilo)
Obs.: Não existem, em português: a aquele, a aquela, a aquilo. Sempre que isso
aparecer, deverá ser feita a contração: àquele, àquela, àquilo.
4 Com o pronome demonstrativo a.
Ex.: Dirigi-me à que estava no balcão.
Obs.: Haverá acento de crase antes de que e de (à que, à de), sempre que se puder
trocar por a aquela que ou a aquela de; outro macete é a troca pelo masculino;
aparecendo ao, há crase.
Ex.: Minha camisa é semelhante à que ele comprou.
Minha camisa é semelhante a aquela que ele comprou.
Meu paletó é semelhante ao que ele comprou.
Casos facultativos
1) Antes de nomes de mulher.
Ex.: Mandei uma carta à Patrícia. (Mandei uma carta ao Manuel)
Mandei uma carta a Patrícia. (Mandei uma carta a Manuel)
Obs.: Com determinação, a crase é obrigatória.
Ex.: Mandei uma carta à culta Patrícia. (Mandei uma carta ao culto Manuel)
2) Antes de pronomes adjetivos femininos no singular.
Ex.: Explicarei isso à sua irmã. (Explicarei isso ao seu irmão)
Explicarei isso a sua irmã. (Explicarei isso a seu irmão)
Observações
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a) Se o possessivo estiver no plural, teremos:
● Explicarei isso às suas irmãs. (crase obrigatória: a + as)
● Explicarei isso a suas irmãs. (crase proibida: apenas a preposição)
b) Se for pronome substantivo, a crase é obrigatória.
Ex.: Explicarei isso à sua.
3) Depois da preposição até.
Ex.: Ele foi até à praia. (Ele foi até ao campo)
Ele foi até a praia. (Ele foi até o campo)
Observações
a) Não confunda com a palavra denotativa de inclusão até, que significa
inclusive.
Ex.: Comprou até a revista.
b) Até é a única preposição que admite um a craseado depois dela.
Ex.: Fazia o trabalho após as quatro horas. (e não às)
4) Com as palavras Europa, Ásia, África, França, Espanha, Inglaterra, Escócia e
Holanda.
Ex.: Viajaremos à França. (Viremos da França)
Viajaremos a França. (Viremos de França)
Obs.: Poucas gramáticas citam este caso de crase facultativa, porque a tendência,
no português atual, é usar o artigo e, conseqüentemente, o acento de crase. Mas
não é errado omiti-lo.
Casos proibitivos
1) Com a palavra casa sem determinação, quando, então, se refere ao próprio lar.
Ex.: Ele foi a casa pela manhã.
Obs.: Com determinação, aparece o acento.
Ex.: Ele foi à casa da esquina.
2) Com a palavra distância, sem especificação, ou seja, sem precisar a distância.
Ex.: O guarda ficou a distância.
O guarda ficou a grande distância.
Obs.: Com especificação, usa-se o acento.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ex.: O guarda ficou à distância de dez metros.
3) Com a palavra terra, quando é o contrário de bordo.
Ex.: Os marujos foram a terra.
4) Em locuções com palavra repetida.
Ex.: Os adversários estavam cara a cara.
5) Antes de palavra masculina.
Ex.: Eles chegaram a cavalo.
6) Antes de verbo.
Ex.: Estava prestes a chorar.
7) Com a antes de plural.
Ex.: Não se prendia a coisas materiais.
Obs.: Usando-se o artigo, haverá o acento.
Ex.: Não se prendia às coisas materiais. (Não se prendia aos bens materiais)
8) Antes de:
● artigo indefinido, claro ou oculto
Ex.: Aspirava a uma posição melhor. (Aspirava a um emprego melhor)
Jamais assisti a peça tão fraca. (a uma peça tão fraca / a um filme tão fraco)
● pronome indefinido
Ex.: Chegaram a alguma ilha do interior. (Chegaram a algum município do
interior)
● pronome pessoal, inclusive o de tratamento.
Ex.: Diga a ela que voltarei.
Já tinha pedido isso a Vossa Senhoria.
Obs.: Os pronomes de tratamento senhora, senhorita, madame e dona (este
último
quando acompanhado de adjetivo) admitem o acento de crase.
Ex.: Dirigiu-se à senhorita Denise.
● esta e essa
Ex.: Diga a verdade a essa funcionária.
9) Antes de nomes de vultos históricos.
Ex.: Referiu-se a Joana d’Arc.
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Obs.: Com determinação, aparece o acento.
Ex.: Referiu-se à valente Joana d’Arc.
10) Antes de Nossa Senhora e Maria Santíssima.
Ex.: Farei uma prece a Nossa Senhora.
Observações finais
a) Há duas expressões parecidas com a palavra hora.
Das oito às dez horas (as horas do relógio)
De oito a dez horas (idéia de duração)
É errado dizer “de oito às dez horas”, como normalmente se encontra por aí.
b) Veja as expressões abaixo, igualmente parecidas.
Meu colega vivia à toa. (à toa − locução adverbial de modo)
Ele é um homem à-toa. (à-toa − adjetivo)
c) Quando se diz “Voltei à uma hora”, não há erro de crase porque uma é
numeral, e não artigo indefinido; veja o caso obrigatório com a palavra hora.
c) Em expressões do tipo aquela hora, aquele minuto etc., pode haver o acento
por se tratar de indicação de tempo. O macete é trocar por naquela ou naquele.
Ex.: Àquela hora, todos estavam cansados.
Naquela hora, todos estavam cansados.
d) Veja algumas frases em que a presença do acento altera o sentido.
Bateu a porta. (Empurrou a porta para fechá-la)
Bateu à porta. (Chamou)
Chegou a tarde. (entardeceu)
Chegou à tarde. (Ele chegou de tarde)
Saiu a francesa. (A mulher francesa saiu)
Saiu à francesa. (Saiu sem ninguém notar)
Trabalhavam as cegas. (Mulheres cegas trabalhavam)
Trabalhavam às cegas. (Trabalhavam sem saber direito o que faziam)
Escreveu a mulher uma carta. (Ela escreveu uma carta)
Escreveu à mulher uma carta. (Ele mandou uma carta para a mulher)
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EXERCÍCIOS
312) Indique o erro no emprego do acento indicativo de crase.
a) Enviei a encomenda à portaria.
b) Voltando à escola, pegou a pasta do irmão.
c) Ele tem livre acesso à qualquer empresa.
d) Permaneceram junto à parede.
313) Assinale o erro no emprego do acento indicativo de crase.
a) Levei meu irmão à biblioteca.
b) Eles voltaram à cena do crime.
c) Entreguei os livros à professora.
d) Não se adaptava à nenhuma atividade.
314) Há erro de crase na opção:
a) Mandaremos um cartão às pessoas ausentes.
b) Era imensa sua dedicação à pátria.
c) Graças à enfermeira, ele não morreu.
d) Explique à esta funcionária o problema.
315) Há erro de crase somente na seguinte alternativa:
a) Ninguém irá à Polônia nem à Turquia.
b) Mandarei à Itália o meu assessor.
c) Pretendo ir à Cuba ou à Argentina em dezembro.
d) Chegando à encantadora Florianópolis, procurou o amigo.
316) Assinale o erro de crase.
a) Se você for à Romênia, visite meus avós.
b) Regressando à Lisboa, farei o que me pediste.
c) Viajarei logo a Petrópolis.
d) Quando cheguei à Suíça, fazia frio.
317) Aponte a frase com erro de crase.
a) Poucos alunos compareceram à prova.
b) Não fiques alheio à dor do teu irmão.
c) Ele agiu com total respeito à vizinha.
d) Aquilo me cheirava à trapaça.
318) Marque a única frase correta quanto ao emprego do acento de crase.
a) Seu amor à pátria e às causas do povo levou-o à uma grande vitória.
b) Mesmo estudando a matéria, não chegou à conclusão alguma.
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c) Encaminhe-se a diretoria e peça a documentação.
d) Às alunas que se dedicaram serão dadas as medalhas.
319) Preencha as lacunas e anote a alternativa adequada.
Graças........ela fiquei bom.
Faltamos.........reunião.
Uma foto foi anexada.......petição.
Disse aquilo........cada vendedora.
a) a, à, à, a
b) à, à, a, à
c) a, à, a, a
d) à, à, à, a
320) Preencha as lacunas e assinale a opção correspondente.
Recomendei ....... meninas que voltassem.
Todos foram........pé.
Voltarei........Portugal.
Compramos........ melhores roupas.
Entreguei..........mulher alguns perfumes.
a) às, a, a, as, à
b) às, à, a, as, a
c) as, a, à, às, à
d) às, a, a, às, à
321) Marque o erro de crase.
a) Pedimos à garota que falasse baixo.
b) Chegarás à Alemanha em novembro.
c) Ninguém fez mal à você.
d) Informei à revista o meu ponto de vista.
322) A frase que não deve levar acento de crase é.
a) Ele fez tudo as escondidas.
b) Estávamos a mercê das ondas.
c) Fiquei a par dos acontecimentos.
d) Elas foram levadas a força.
323) Estão corretas quanto ao emprego do acento de crase as frases seguintes,
exceto:
a) Estudou à beça para o concurso.
b) Iremos à certa cidade do interior.
c) Ele vive à sombra do tio.
d) Por favor, encaminhe-se àquela loja.
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324) Há erro de crase em:
a) Essa máquina é idêntica à que você recomendou.
b) Entreguei a chave à que chegou primeiro.
c) Minha casa é inferior à que ele tem.
d) Não me convenceu a história à que fizeram referência.
325) A frase que não deve levar acento de crase é:
a) Permanecia a beira do abismo.
b) Quero deixar isso as claras.
c) Ele desmaiou a caminho de casa.
d) As vezes, resolvia falar.
326) Contraria a norma culta da língua quanto ao acento de crase a seguinte
sentença:
a) O ônibus dobrou à direita.
b) Ele tem um caminhão à frete.
c) Estou à disposição de vocês.
d) Esse garoto só irá à força.
327) Assinale a frase imperfeita no que diz respeito ao acento de crase.
a) Minha camisa é igual à que você tem.
b) A gravata é idêntica à de cima.
c) Demos o troféu à que fez mais pontos.
d) Estava quebrada a cadeira à que ele se dirigiu.
328) Assinale o erro de crase.
a) Minha amiga, a qual pedi desculpas, viajou para a Europa.
b) João, lembre àquele senhor que faltará energia na cidade.
c) Mauro sempre fugia à responsabilidade.
d) Levei-o à cidade.
329) Só não há erro de crase em:
a) Levaram o produto porta à porta.
b) Aquela hora não era apropriada para discussões.
c) Aquela hora, todos já haviam saído.
d) Diga isso à quem quer ouvir.
330) O acento indicativo de crase só não é facultativo em:
a) Viajou à Suécia com o amigo.
b) Eles andaram até à fonte.
c) Enviarei um telegrama à nossa tia.
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d) O jovem se declarou à Helena.
331) O acento de crase é facultativo na seguinte opção.
a) Entreguei os presentes às minhas filhas.
b) Sairemos à tarde.
c) Explicamos à diretora o que nos aconteceu.
d) Ainda não fui à França.
332) Marque a frase sem erro de crase.
a) Estavam todos à conversar.
b) Queria ser útil à comunidade.
c) Levava as pessoas pobres algum alimento.
d) Mais uma vez, ficamos frente à frente.
333) Assinale a frase que não contraria a norma culta quanto ao acento de crase.
a) Nossa ida à Brasília foi proveitosa.
b) Sempre fui leal à V.Exª.
c) Entreguei o documento aquela senhora.
d) Andavam as cegas pela rua.
334) Aponte a frase com erro de crase.
a) Estudamos a proposta.
b) Estavam a caminho do trabalho.
c) Não irei à feira hoje.
d) Obedeça a esta ordem, mas não aquela.
335) Há erro de crase em:
a) Ela se candidatou à deputada estadual.
b) Recorri à enfermeira que mora no prédio.
c) Voltarei à linda Porto Alegre.
d) Solicitei à jornalista que anotasse tudo.
336) O acento de crase só é inadmissível na seguinte opção:
a) Pedirei à tua mãe uma orientação.
b) Aludimos à cada ilha da região.
c) Nós nos encontramos à uma hora.
d) Viajarei à Teresópolis dos meus sonhos.
337) Assinale a única frase perfeita quanto ao emprego do acento de crase.
a) A aula será das nove as onze.
b) Comprou canetas as dúzias.
c) Triste e sozinho, pôs-se à chorar.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
d) Ficamos a razoável distância.
338) Preencha as lacunas e assinale a alternativa correspondente.
Irei.......casa brevemente.
Retornem......base.
Carlos não é dado........fofocas.
Ele é igual......mãe.
Ficou......frente de todos.
a) à, à, à, à, a
b) a, à, a, à, à
c) à, a, a, a, à
d) a, a, à, à, a
339) Observe as frases abaixo.
I − Elogiei à Teresa.
II − Foram escolhidos à dedo.
III − Estou à disposição da família.
IV − Saboreou um peixe à brasileira.
Quanto ao acento de crase, estão certas as frases dos itens:
a) I, III e IV
b) III e IV
c) I, II e III
d) I e IV
340) Há erro de crase na opção seguinte:
a) É um canto de louvor à vida.
b) Caminhavam à passos largos.
c) Ele andava às tontas pela casa.
d) Estávamos todos à mesa.
341) (EFOMM) Assinale a frase em que é obrigatório o acento da crase.
a) Agradeceu as irmãs o apoio recebido.
b) Estarei lá desde as quatro horas da tarde.
c) Escrevi a minha mãe, avisando-a da minha chegada.
d) Dirijo-me apenas a você.
e) Minha amiga se candidatou a Rainha da Primavera.
342) (TALCRIM) "Não se trata de uma apologia às bermudas, longe disso."
Na frase destacada, observa-se o correto emprego do acento indicador da crase. Esse
acento foi incorretamente usado na seguinte frase:
a) O uso da gravata é até mesmo prejudicial à saúde.
b) Era contrário à orientação de abolir o paletó e a gravata.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
c) A entrada será franqueada às pessoas que usarem paletó e gravata.
d) Mostrou-se indiferente à opinião de que paletó é roupa ultrapassada.
e) A testemunha não fez referência à pessoa alguma em seu depoimento.
343) (TRF) Preencha as lacunas da frase abaixo e assinale a alternativa correta.
"Comunicamos ..........V.Sª que encaminhamos ........petição anexa.........
Divisão de Fiscalização que está apta........prestar........informações solicitadas."
a) a, a, à, a, as
b) à, a, à, a, às
c) a, à, a, à, as
d) à, à, a, à, às
e) à, a, à, à, as
344) (AFRF) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas.
Os defensores de sistemas de iniciativa privada
apontam ...... ineficiência e ..... rigidez geralmente
associadas ..... burocracias governamentais (economias
estatais) e sugerem que ..... competição, antes de ser
perdulária, age como um incentivo ..... eficiência e ao
espírito empreendedor, conduzindo ..... queda de preços
e ..... produtos e serviços de melhor qualidade.
(Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais)
a) à / a / as / a / à / à / a
b) a / a / as / à / à / à / à
c) a / à / as / à / a / a / à
d) à / à / às / a / a / a / a
e) a / a / às / a / à / à / a
345) (BANESPA) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas
do período abaixo.
"Recorreu.........irmã e..........ela se apegou como........uma tábua de salvação."
a) à − à − a
b) à − a − à
c) a − a − a
d) à − à − à
e) à − a − a
346) (TRE-SP) Disposto.......recomeçar, o auxiliar judiciário referiu-se
........palavras de apoio que ouviu,........entrada do serviço.
a) à − às − a
b) à − às − à
c) a − as − a
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d) a − às − à
e) a − as − à
347) (ANALISTA−BACEN) Para que o fragmento de texto abaixo respeite as
regras de regência da norma culta, assinale a opção que preenche
corretamente as lacunas na ordem indicada.
Desde julho de 2000 a revista BANCO HOJE vem estimulando debate em torno das
transformações que envolvem ...... implementação do SPD. O esforço empreendido é muito
inferior ....... vantagens no que diz respeito ...... evolução do sistema financeiro nacional e ......
oportunidades de integração com o mercado global.
(BANCO HOJE, março de 2001, com adaptações)
a) à - as - à - às
b) a - às - a - às
c) à - às - à - as
d) a - às - à - às
e) a - às - a – as
348) (Aux.Cart.) A alternativa em que é facultativo o uso do acento
indicativo de crase, na palavra sublinhada em passagem do texto, é:
a) “Eu tive desde a infância várias vocações.”
b) “Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer.
c) “Há três coisas (...) para as quais eu dou minha vida.”
d) “Quanto a meus filhos, o nascimento deles não foi casual.”
e) “Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário, e eu ficarei
sozinha.”
349) (AFRF) Assinale a frase na qual a palavra sublinhada não deve receber o
acento indicativo de crase.
a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche.
b) Toda manhã a esta hora, depois de ler os jornais do dia, fico deprimida.
c) Aquela hora morta da madrugada todos estavam recolhidos ao leito.
d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas, hoje, são
semelhantes as da classe patronal.
e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a que
haviam divulgado no ano anterior.
350) (T.JUD./RJ) Observe as frases:
I − Não se referiram a qualquer reforma mas à de 1971.
II − À língua deve-se querer como à pátria.
III − Azálea está passando à azaléia.
IV − A discussão era à propósito de reformas ortográficas.
A ocorrência de crase está corretamente indicada:
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a) somente na I e na II
b) somente na I e na IV
c) somente na II e na III
d) somente na II e na IV
e) somente na III e na IV
351) (TALCRIM) O emprego do acento grave(`) indicativo de crase sobre o a é
optativo
em:
a) [A lei] fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função
social.
b) A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva.
c) O decreto [...] autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
d) Compete à União desapropriar por interesse social [...] o imóvel rural que não
esteja cumprindo sua função social.
e) [títulos] resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão.
GABARITO
312 C 322 C 332 B 342 E
313 D 323 B 333 D 343 A
314 D 324 D 334 D 344 E
315 C 325 C 335 A 345 E
316 B 326 B 336 B 346 D
317 D 327 D 337 D 347 D
318 D 328 A 338 B 348 B
319 A 329 B 339 B 349 B
320 A 330 A 340 B 350 A
321 C 331 D 341 A 351 A
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A palavra: estrutura, processos de formação, classificação, flexão e emprego.
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CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS:
A comunicação verbal (linguagem falada ou escrita) fundamenta-se no uso das palavras.
Quando essas palavras se organizam para formar o texto, adquirem significações
específicas: nomear seres, indicar suas características, sua quantidade etc.
De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas
em dez classes, denomina das classes de palavras ou classes gramaticais:
Substantivo verbo
Artigo advérbio
Adjetivo preposição
Numeral conjunção
Pronome interjeição
CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO
COMUM: É aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie.
Exemplos: criança ,rio,cidade ,estado,país
Coletivos:Entre os substantivos comuns encontram-se os coletivosque, embora no
singular, indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie.
Exemplos:
boiada (muitos bois)
cardume (muitos peixes)
semana (os sete dias)
PRÓPRIO: É aquele que particulariza um ser da espécie.
Exemplos:
João, Tietê , Recife ,Ceará ,Brasil
Possuem nomes próprios, principalmente:
• pessoas:José, Regina, Paulo; .
• cidades:Londrina, Niterói, - São Luís; Estados: Goiás, Minas Gerais,
Amazonas;
• países: China, Cuba, França, Suíça;
• rios: Pardo, Paranapanema, São Francisco;
• animais domésticos: lulu, Cuca, Malhado.
CONCRETO:É aquele que indica seres reais ou imaginários, de existência independente
de outros seres.
Exemplos:
casa (ser real)
Uruguai (ser real)
bruxa (ser imaginário)
saci (ser imaginário)
ABSTRATO:É aquele que indica seres dependentes de outros seres.
Exemplos:ódio trabalho solidão beleza
Esses seres só existem em função de outros seres:
o ódio é sentido por alguém (sentimento);
o trabalho é realizado por alguém(ação);
a solidão é o estado em que alguém se encontra (estado);
a beleza é a quantidade de alguém ou de alguma coisa (qualidade).
Portanto os substantivos que indica!n sentimentos, ações, estados e qualidades são
abstratos.
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
RELAÇÃO DE ALGUNS COLETIVOS
acervo - de bens materiais, de obras de arte
álbum - de fotografias, de selo, de figurinhas
alcatéia - de lobos, de feras
antologia, coletânea ou seleta - de textos escolhidos
armada - de navios de guerra
arquipélago - de ilhas
arsenal - de armas e munições
assembléia - de pessoas reunidas com um fim comum: parlamentares, operários etc.
atlas - de mapas
baixela - de utensílios de mesa
banca - de examinadores
bando - de aves, de cigarros, de pessoas, de malfeitores
batalhão - de soldados
biblioteca - de livros
boiada - de bois
cacho - de uvas, de bananas, de cabelos encaracolados
cáfila - de camelos. Pejorativo: de bandidos, de ladrões
câmara - de debutados, de senadores, de vereadores
cancioneiro - de canções, de poesias
canzoada - de cães
caravana - de viajantes, de peregrinos
cardume - de peixes
chusma - de pessoas ou coisas em geral: de criados, de tristezas, de livros
código - de leis
colméia - de abelhas
conclave - de cardeais reunidos para eleger o papa, de pessoas para tratar de um
determinado assunto
conselho - de ministros, de professores
constelação - de estrelas
cordoalha - de cordas
corja - de vadios, de bandidos, de ladrões
década - período de dez anos
discoteca - de discos
elenco - de artistas
enxame - de abelhas, de insetos
enxoval - de roupas e complementos
esquadrilha- de aviões, de pequenos navios de guerra
fauna - de todos os animais de uma região
feixe - de diversos elementos: lenha, varas, ramos
flora - de todas as plantas de uma região
fornada - de pães, de tijolos etc
frota - de navios, de carros, de ônibus
galeria - de objetos de arte em geral: quadros, estátuas
girândola - de foguetes, de fogos de artifício
horda - de invasores, de selvagens, de interdisciplinados
junta - de dois bois, de médico, de examinadores
júri - de jurados
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Substantivos Uniformes (uma forma)
Há nomes de seres vivos que possuem uma só forma para indicar o sexo masculino e o
sexo feminino. Classificam-se em:
Epicenos: São substantivos de um só gênero que indicam nomes de certos animais. Para
especificar o sexo são utilizadas as palavras macho ou fêmea:
o crocodilo macho - o crocodilo fêmea a moscamacho - a moscafêmea
Sobrecomuns: São substantivos de um só gênero que indicam tanto seres do sexo
masculino como do sexo feminino:
homem
a criança ou
mulher
homem
o indivíduo ou
mulher
homem
a criatura ou
mulher
A identificação do sexo é feita pelo contexto.
Exemplo: "Atravessei. Na soleira, encolhidinha, estava uma criança. Com as picadas da
bengala
ela ergueu apressadamente o rosto, descobrindo-o para a tênue claridade da luminária
distante. Era uma menina.
(Sérgio Faraco)
Comuns de dois gêneros:
São substantivos que possuem uma só forma para o masculino e o feminino, mas
permitem a variação de gênero através de palavras modificadoras (artigos, adjetivos,
pronomes):
o meu
colega fã
a minha
um bom
estudante cliente
uma boa
PARTICULARIDADES DO GÊNERO
GÊNEROS DE ALGUNS SUBSTANTIVOS
Quanto ao gênero, alguns substantivos costumam causar dúvidas. Por isso
merecem destaque.
Sãomasculinos:
o apêndice o formicida o dó o guaraná
o clã o gengibre o eclipse o sósia
o decalque o grama (peso) o telefonema
Sãofemininos:
a alface a dinamite a comichão a gênese
a apendicite a ênfase a decalcomania a matinê
a cal a entorse a derme a omoplata
Admitem os dois gêneros:
o ou a ágape o o ou a caudal o ou a personagem
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
ou a avestruz o ou a aluvião o ou a laringe
No caso do substantivo, essas variações servem para indicar o gênero, número e grau.
Exemplos:
garota -indicação de gênero (feminino)
garotos -indicação de número (plural)
garotinho -indicação de grau (diminutivo)
GÊNERO DO SUBSTANTIVO
Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino efeminino.
É masculino o substantivo que admite o artigo o:
o ovo o armário o menino
É feminino o substantivo que admite o artigo a:
a janela a caneta a menina
Substantivos Biformes (duas formas)
Quando o substantivo indica nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está
relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e
outra para o feminino:
menino (palavra masculina para indicar pessoa do sexo masculino)
menina (palavra feminina para indicar pessoa do sexo feminino)
peru (palavra masculina para indicar animal do sexo masculino)
perua (palavra feminina para indicar animal do sexo feminino)
FORMAÇÃO DO FEMININO
O feminino pode ser formado:
• pela troca da terminação o pora:
menino - menina
gato - gata
• pela troca da terminação e pora:
mestre – mestra
elefante - elefanta
• pelo acréscimo de a:
francês –francesa
juiz – juíza
autor - autora
• pela mudança do ao final em ã, oa, ona:
cidadão –cidadã
folião – foliona
patrão - patroa
• com esa, essa, isa, ina, triz:
barão ---------------- baronesa
poeta
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EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A FLEXÃO DAS PALAVRAS
Estrutura das Palavras = As palavras podem ser decompostas em vários elementos chamados
morfemas, isto é, elementos de estrutura das palavras. Os principais elementos mórficos são:
RADICAL = É o morfema em que está a idéia principal da palavra. Por exemplo, amarelecer =
amarelo + ecer
enterrar = en + terra + ar
pronome = pro + nome
PREFIXO = É o morfema que vem antes do radical. Por exemplo, o EN de enterrar e o PRO de
pronome.
SUFIXO = É o morfema que vem depois do radical. Por exemplo, o ECER de amarelecer e o AR de
enterrar.
OBS: o prefixo e o sufixo são, também, chamados de afixos.
VOGAL TEMÁTICA = É a vogal que se junta ao radical para receber as desinências gramaticais.
Por exemplo, o A de FORMAR e o E de RAÍZES.
DESINÊNCIAS = São morfemas gramaticais que indicam flexões das palavras. Por exemplo, o VA
e o MOS de ENFRETÁVAMOS.
OBS: A desinência do feminino (a) não deve ser confundida com a vogal temática (a). Ela será
desinência do feminino quando for marca de gênero. Por exemplo: Cas-a (não se opõe a caso) =
vogal temática.
Menina (se opõe a menino) = desinência de gênero.
OBSERVE O GRÁFICO SEGUINTE SOBRE AS DESINÊNCIAS:
NOMINAIS GÊNERO MASCULINO(O)
FEMININO(A)
NÚMERO SINGULAR(NÃO HÁ)
PLURAL(S)
VERBAIS TEMPO E MODO VA, VE = PII (1ª C)
IA, IE = PII (2ª E 3ª)
RA, RE = MQP (ÁTONO)
SSE = PIS
RA, RE = FPI (TÔNICO)
RIA, RIE = FPI
R = FS
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E = PS (1ª)
A = PS (2ª E 3ª)
PESSOA E NÚMERO O = 1PSPI
S = 2PS
MOS = 1PP
IS, DES = 2PP
M = 3PP
STE, STES = 2PPP
VERBO-NOMINAIS R = INFINITIVO
NDO = GERÚNDIO
DO = PARTICÍPIO
REGULAR
Formação das Palavras = A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando
novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários meios chamados processos
de formação de palavras. Os principais processos de formação das palavras são:
Derivação = é a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos à palavra já
existente.
Derivação por Sufixação = acréscimo de um sufixo. Por exemplo, dente + ista = dentista.
Derivação por Prefixação = acréscimo de um prefixo. Por exemplo, in + feliz = infeliz.
Derivação por Parassíntese = acréscimo de um prefixo e um sufixo. Por exemplo, en + tarde + ecer
= entardecer.
Derivação Imprópria = é a mudança das classes gramaticais das palavras. Por exemplo, andar é um
verbo, porém, o andar já é um substantivo.
Composição = é a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que já existem na língua.
Composição por Justaposição = nenhuma das palavras formadoras perde letra. Por exemplo, passa +
tempo = passatempo.
Composição por Aglutinação = pelo menos uma das palavras perde letra. Por exemplo, em + boa +
hora = embora.
Hibridismo = é a criação de uma nova palavra mediante a união de palavras de origem diferentes.
Por exemplo, tele(origem grega) + visão(origem latina) = televisão.
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Emprego das classes de palavras:
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Articulações sintáticas da oração, do período simples e do período composto
NA LÍNGUA PORTUGUESA O QUE É UMA ORAÇÃO?
É a frase que apresenta sujeito e predicado ou apenas predicado:
Nossa viagem será longa.
Choveu durante a noite.
A DIVISÃO DO PERÍODO E A CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES
PERÍODO
É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas
uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma prática, cada
oração é organizada em torno de um verbo:
Período simples:
O amor vence sempre.
Período composto:
O comandante garante que a tropa chegará a tempo.
RECAPITULANDO:
O PERÍODO será : SIMPLES: Quando contiver uma só oração que se chama absoluta.
COMPOSTO: Quando formado por duas ou mais orações.
O PERÍODO COMPOSTO será, de acordo com o conectivo que reja as suas orações:
1 - COMPOSTO POR COORDENAÇÃO - se todas suas orações forem simplesmente
justapostas ou regidas por e conectivos coordenativos.
2 - COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO - quando, excluída a oração principal, todas as
suas orações forem regidas por conectivo subordinativo (claro ou oculto).
• Assim, as orações de um PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO classificar-
se-ão em:
a)- ORAÇÕES ASSINDÉTICAS = se não tiverem conectivo.
b)- ORAÇÕES SINDÉTICAS = se forem regidas pelas:
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS:
1. ADITIVAS: e, nem (= e não), também, não só ... mas também, bem como, que (= e)
etc.
Ex: Ele descia a ladeira e vinha só.
2. ADVERSATIVAS: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, aliás,
não obstante, ainda assim, etc.
Ex: Estudei muito, mas fui reprovado.
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3. ALTERNATIVAS: ou (repetida ou não), ou ... ou, quer ... quer, seja ... seja, nem ... nem,
já ... já, ora ... ora, etc.
Ex: Ou me retiro, ou tu te afastas.
4. CONCLUSIVAS: logo, pois (pospostas ao verbo), portanto, por isso, por conseguinte,
conseguintemente, por
conseqüência, conseqüentemente, assim, então, por onde, daí, etc.
Ex: Os alicerces cederam, portanto o prédio caiu.
5. EXPLICATIVAS: que, porque, pois, porquanto, etc. Ex: Não saiam, pois o
professor já vem.
ORAÇÕES SUBORDINADAS – VEJAMOS ESTAS ARTICULAÇÕES
Por sua vez, as ORAÇÕES SUBORDINADAS assim se dividem:
1. SUBSTANTIVAS: (têm valor de substantivos) - que são introduzidas pelas conjunções
integrantes: QUE, SE, COMO:
As ORAÇÕES SUBSTANTIVAS se subdividem em:
1.1 - OBJETIVAS DIRETAS: quando completam o sentido de um verbo transitivo direto,
ao qual se ligam diretamente
sem auxílio de preposição: Ex: Quero que venhas.
1.2 - OBJETIVAS INDIRETAS: que completam o sentido de um verbo transitivo indireto,
ligando-se a este com auxílio
de uma preposição. Ex: Tudo depende de que
venhas.
1.3 - PREDICATIVAS: que completam o sentido de um verbo de ligação. Ex: O meu
desejo é que venhas.
1.4 - COMPLETIVAS NOMINAIS: que completam o sentido de um nome de significação
incompleta (substantivo,
adjetivo ou advérbio), ao qual se ligam por meio de uma
preposição.
Ex: Tenho certeza de que jamais os esqueceremos.
1.5 - APOSITIVAS: que vêm após dois pontos (:), explicando um termo anterior,
funcionando exatamente como um
aposto. Ex: Só lhe digo isto: que jamais o esquecerei.
OBS: Vez por outra, a oração subordinada substantiva
apositiva poderá vir sem o
conectivo expresso: este estará subentendido e a
oração terá valor apositivo, assim:
Ex: Só te peço uma coisa: não deixes a porta aberta.
(que não deixes a porta aberta).
1.6 - SUBJETIVAS: que funcionam como SUJEITO de um verbo, apresentando as
seguintes características:
- exerce a função de SUJEITO de um verbo de outra oração,
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geralmente da anterior.
- liga-se à outra oração através das conjunções integrantes QUE,
SE, COMO.
- a oração a que se liga tem o verbo na 3a
pessoa do singular e
nunca em outra;
- A oração a que se liga a SUBJETIVA tem uma destas
características:
a)- Verbo na passiva pronominal (VTD na 3a
pessoa do singular + pronome
apassivador SE.
b)- Verbo na passiva analítica (Verbo SER, ESTAR, FICAR na 3a
pessoa do
singular +particípio do VTD);
c)- verbo de ligação na 3a
pessoa do singular + predicativo.
d)- verbos intransitivos ou transitivos tomados intransitivamente na 3a
pessoa
do singular como: acontece,
urge, consta, parece, importa, convém, admira, cumpre, ocorre, etc.,
geralmente no princípio do período.
Exemplos:
Noticiou-se por aí que é duvidosa a
vinda deles.
“Senhor, é bom que estejamos
aqui”. (Mateus 17,4)
É arriscado que eles venham por
este caminho.
Ficou combinado que elas viriam
para os jogos olímpicos.
Importa que eles não conversem em
sala.
Foi noticiado pelo rádio que um
incêncio destruiu o edifício.
Cumpre que cheguem à hora certa. Informou-se oficialmente que o
Governador chagará amanhã.
2. ADJETIVAS: (têm valor de adjetivo) - que são introduzidas por pronomes relativos e se
subdividem em:
a)- RESTRITIVAS: Restringem a significação do substantivo ou do pronome
antecedente. Indispensável ao sentido da
frase. Não se separa por vírgula da oração principal.
Ex: O grande obstáculo que o grupo enfrenta é a travessia do Liso
do Sussuarão.
b)- EXPLICATIVAS: Acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente. Vêm entre
vírgulas e, se retiradas do
período, não fazem falta ao sentido.
Ex: Grande sertão: veredas, que foi publicado em 1956, causou
muito impacto.
As ORAÇÕES ADJETIVAS são introduzidas pelos PRONOMES RELATIVOS :
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QUE, quem (=aquele que), o qual, a qual, os quais, as quais, cujo (= do qual), cuja, cujos,
cujas, ONDE (= no qual + variações), quanto, quantos, quanta, quantas, etc. Ex: “Minha
terra tem palmeiras ONDE canta o sabiá”. (G.Dias)
O menino cujo pai eu vi é meu aluno.
“QUEM for brasileiro siga-me!” = Aquele que for brasileiro siga
me!
Que você sinta a minha amizade em tudo quanto lhe ofereci.
3. ADVERBIAIS: que funcionam como adjunto adverbial de outra oração e vêm,
normalmente, introduzidas por conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que
introduzem as orações substantivas).
CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO ADVERBIAL
De acordo com a conjunção subordinativa ou locução conjuntiva que a inicie, a
oração subordinada adverbial assim se classifica: Temporal - Causal - Final - Comparativa
- Consecutiva - Concessiva - Conformativa - Condicional - Proporcional, conforme seja
introduzida respectivamente por uma das CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS.
1. TEMPORAIS = quando, enquanto, logo que, desde que, apenas, até que, antes que,
depois que, senão quando,
sempre que, assim que, todas as vezes que, cada vez que, etc.
Ex: Quando leio alguns poemas de João Cabral, formam-se várias figuras
geométricas em minha mente.
2. CAUSAIS = porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que,
uma vez que, visto que, visto
como etc. Ex: Como aqui a morte é tanta, vivo de a morte ajudar.
3. FINAIS = para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc. Ex: Tudo farei para
que tu voltes.
4. COMPARATIVAS = que, do que ( depois de: mais, menos, maior, menor, melhor, pior),
qual (depois de tal), quanto
(depois de tanto), como, assim como, bem como, etc. Ex: Ela agia
como um idiota.
5. CONSECUTIVAS = que (combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão, tamanho,
presentes ou latentes na oração
anterior) de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que
(às vezes separadamente) etc.
Ex: Leu tanto as poesias de João Cabral que passou a escrever
como ele.
6. CONCESSIVAS = embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se
bem que, por menos que,
apesar de que, etc. Ex: Ainda que ela se esforce, não vai ter
sucesso.
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7. CONFORMATIVAS = conforme, segundo, consoante, como (= conforme), da mesma
maneira que, de modo que,
assim como, bem como, como que, etc.
Ex: Conforme você já estudou, o lirismo decorre da preocupação
do poeta com o próprio “eu”.
8.CONDICIONAIS: = se, salvo se, exceto se, caso, contanto que, sem que, a não ser
que, dado caso que, a menos
que, etc. Ex: “... se o compadre soubesse rezar... trabalhávamos
meias”.
9. PROPORCIONAIS = à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais ...
mais, quanto menos ... menos,
quanto mais ... tanto mais, quanto menos ... tanto mais, etc.
Ex: À medida que crescia, ficava mais alienado de tudo.
Outros Exemplos:
1. “Antes que a Terra fosse feita, eu já existia”.
2. “É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do
meus direito. “ (L.Barreto)
3. “... era uma manobra para chamar a atenção das tropas, a fim de que os
jagunços saíssem...” (A.Arinos)
4. “As idéias amortecem como a brasa do cigarro.” (G. Ramos)
5. “O caminho é tão comprido que não tem fim. “ (J. de lima)
6. “Por mais que se busque o segredo dessa perfeição, ele ficará
impenetrável”.
7. “Conforme declarei, Madalena possuía excelente coração.” (G. Ramos)
8. “Que emprego preferes? - O que quiser, meu tio, contanto que eu
trabalhe.” (M. de Assis)
9. “Vão os hóspedes saindo do banquete, à proporção que outros chegam e
ocupam o seu lugar”.(M. de A.)
AS ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS – VEJAMOS ESTAS ARTICULAÇÕES:
Dá-se o nome de ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS às que não se
iniciam por pronomes relativos nem por conjunção subordinativa e que têm VERBO numa
das FORMAS NOMINAIS: INFINITIVO, PARTICÍPIO, GERÚNDIO.
Em geral, podem ser desenvolvidas em orações subordinadas, raramente em
coordenadas, com o conectivo claro e o verbo no modo finito.
Classificam-se como as correspondentes desenvolvidas, acrescentando-se:
reduzida de infinitivo, gerúndio ou particípio, conforme a forma nominal em que se
encontre o verbo, como neste exemplo:
“Conhecendo o professor os alunos, não os teria castigado.”
Oração principal: Não os teria castigado.
Oração subordinada Adverbial condicional reduzida de gerúndio: Conhecendo o
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professor os alunos (Se o professor conhecesse os alunos).
São características das ORAÇÕES REDUZIDAS, vejamos estas articulações:
1. Não vêm introduzidas por conectivo.
2. Têm o verbo em uma das formas nominais: INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO.
É, pois, a forma nominal do verbo que indica ser reduzida a oração. Havendo
locução verbal, é o auxiliar que nos indica se estamos ou não diante de uma reduzida e
qual o seu tipo. “Estamos viajando”, “tem estudado”, “somos amados” “é odiado” não
constituem orações reduzidas, porque os auxiliares não se acham representados por uma
forma nominal.
1. Oração reduzida de infinitivo
“Era bom ouvir o seu barulho”
(verbo no infinitivo)
Como classificar a oração reduzida? Basta desenvolvê-la, utilizando a conjunção
ou o pronome relativo.
Assim: Era bom que ouvisse o seu barulho.
(Oração subordinada substantiva subjetiva)
Portanto, a oração “ouvir o seu barulho” é subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo.
2. Oração reduzida de gerúndio
Vi um menino gritando desesperadamente pelas ruas.
(verbo no gerúndio)
Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Vi um menino que gritava desesperadamente
pelas ruas.
(Oração subordinada adjetiva restritiva)
Portanto, a oração “gritando desesperadamente pelas ruas” é subordinada adjetiva
restritiva reduzida de gerúndio.
Observação: A oração reduzida de gerúndio pode aparecer também no período composto
por coordenação. Veja:
Respondeu a mãe, derretendo-se de gosto. ( Respondeu a mãe e derreteu-se
de gosto.)
Levantou-se da cadeira, fechando o jornal com decisão. (Levantou-se da cadeira
e fechou o jornal com decisão.)
3. Oração reduzida de particípio
Terminada a leitura, foram passear.
(verbo no particípio)
Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Quando terminaram a leitura, foram passear.
(Oração subordinada adverbial temporal)
Portanto, a oração “terminada a leitura” é subordinada adverbial temporal reduzida de
particípio.
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A sintaxe de concordância nominal, de concordância verbal, de
regência nominal, de regência verbal e de colocação.
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
Concordância Verbal e Nominal
Observe:
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as
crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e número (plural)
com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se
correspondem.
Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.
CONCORDÂNCIA VERBAL
Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.
a) Sujeito Simples
Regra Geral
O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:
A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular
Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural
Casos Particulares
Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de
estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo
significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa.
Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.
1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a
maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode
ficar no singular ou no plural.
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  • 1. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 01 – MÓDULO DA LÍNGUA PORTUGUESA – TÉCNICO ENFERMAGEM 2012 1
  • 2. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA SUMÁRIO Língua Portuguesa A língua padrão culta nas suas modalidades oral e escrita, nesta incluídos os aspectos formais relativos à ortografia oficial, à acentuação gráfica e à pontuação. ......................................Pág. 3 A palavra: estrutura, processos de formação, classificação, flexão e emprego. ..................Pág. 47 Articulações sintáticas da oração, do período simples e do período composto. ...................Pág. 59 A sintaxe de concordância nominal, de concordância verbal, de regência nominal, de regência verbal e de colocação. ...........................................................................................................Pág. 65 O texto: compreensão, interpretação e articulações semântico textuais. .............................Pág. 94 INFORMAÇÃO IMPORTANTE: O material está parcialmente bloqueado para o localizador de palavras do pdf, apenas poderão ser localizados os tópicos dos assuntos, bem como alguns assuntos permitidos, demais palavras deverão ser localizadas manualmente de acordo com o sumário ou a localização da página. DADOS TÉCNICOS: TOTAL DE PÁGINAS: 143 CONCURSOS: Nível Brasil - Técnicos em Enfermagem – Versão 2012. MATÉRIA: Língua Portuguesa EDITORA: Tradição Apostilas ATUALIZAÇÃO: 07/10/2011 LOJA OFICIAL: www.editoratradicao.com.br VENDAS: www.tudoemapostilasdigitais.com ou www.tudoemapostilas.com E-mail de contato: atendimento@editoratradicao.com.br 2
  • 3. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA A língua padrão culta nas suas modalidades oral e escrita, nesta incluídos os aspectos formais relativos à ortografia oficial, à acentuação gráfica e à pontuação. Começando a conversa O ensino da linguagem oral na tradição escolar tem sido compreendido de várias formas. Ele passa por momentos de livre expressão do aluno sobre assuntos pessoais ou variados, por discussões coletivas sobre conteúdos focalizados em sala de aula, por trocas de opiniões, pela leitura oral de textos, pela declamação de poemas e a realização de jograis e até pela oportunidade de problematizar as questões relativas ao grau de formalidade das falas ou à variedade linguística. Nessa perspectiva, esse assunto é entendido e organizado em situações destinadas a ensinar: • a conversar e se expressar sem compromisso; • a oralizar textos escritos; • que a pouca formalidade dos textos e falas deve ser corrigida, assim como deve ser evitada a utilização de dialetos, gírias etc. Para esse tipo de ensino, a escola apresenta situações que demandam dos alunos que: • estudem determinados temas e que os exponham aos demais oralmente; • organizem seminários a respeito de assuntos específicos; • participem de debates; • façam apresentações de trabalhos em feiras escolares (de Ciências, mostra de trabalhos desenvolvidos durante o ano letivo, feiras temáticas); • assistam a mesas-redondas etc. Como consequência dessa maneira de compreender o ensino de linguagem oral, tem-se uma prática escolar esvaziada de conteúdo e de objeto de ensino. Uma prática que se baseia no pressuposto de que a escola deve ensinar a falar, mas que se esquece de levar em conta as situações comunicativas nas quais a interação verbal oral acontece e que não considera que os enunciados organizam-se, inevitavelmente, em gêneros, formas estáveis que circulam socialmente e têm a função de organizar o que se diz. Dessa forma, parece que o importante nas atividades de uso da língua oral é ensinar os alunos a falarem bem, com boa dicção e com clareza. Como se produzir um seminário fosse a mesma coisa que participar de um debate, assistir a uma mesa-redonda ou expor informações a respeito de determinado tema. Então, afinal, com o que se deve preocupar, de fato, o ensino da linguagem oral? O que deve ser priorizado no trabalho educativo? Para começar, qualquer mudança nessa prática há de considerar as especificidades das situações de comunicação e dos gêneros nos quais qualquer enunciado se organiza, 3 Aluno expõe trabalho por meio da linguagem oral Foto: Jean C. de Oliveira A pedagoga Emilia Ferreiro faz palestra para educadores Foto: EducaRede
  • 4. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA inevitavelmente,..seja..ele..oral..ou..escrito. Linguagem oral e linguagem escrita: novos rumos O ensino de linguagem oral, hoje, tem sido foco de muitas discussões, sobretudo a partir da compreensão da linguagem como atividade discursiva, como processo de interação verbal pelo qual as pessoas se comunicam umas com as outras por meio de textos — orais ou escritos — organizados, inevitavelmente, em gêneros. Essa forma de entender o processo da linguagem tem alterado a visão tradicional a respeito do tema, que acabava por estabelecer características rígidas que distanciam a linguagem oral da escrita. Por exemplo, diz-se que a linguagem escrita costuma utilizar a variedade padrão da língua, enquanto que a oral, não. Será que é sempre assim que as coisas acontecem? Ao analisar, nas práticas sociais de linguagem, as situações reais de interlocução, é possível verificar que essa caracterização polarizada – de um lado, linguagem oral e, de outro, escrita – não se sustenta. Há, na verdade, impregnação entre uma e outra, como acontece em diversas situações de comunicação. Alguns exemplos: Conferência acadêmica - Um conferencista prepara antecipadamente sua apresentação, decidindo os aspectos a serem abordados – fatos, exemplos, argumentos, contra-argumentos – e os recursos que serão utilizados – exibição de vídeos ou slides, utilização de telão, material em PowerPoint,modelos. Assim organizará sua fala, articulando o que será exposto com os recursos disponíveis. Será preciso ordená-lo do ponto de vista do discurso, selecionando o registro adequado, que, certamente, será mais formal, dada a situação de comunicação e o tipo de público (interlocutores). Nesse lugar, a fala do professor, para ter legitimidade e ser reconhecida, precisará ter consistência teórica, ser adequada, ter lógica nos argumentos e nos exemplos. Será uma linguagem técnico-científica e com um registro mais formal. Como se vê, temos uma situação de produção de discurso oral. No entanto, se observarmos as características apresentadas, identificaremos várias discrepâncias em relação ao que, em geral, se diz da linguagem oral: • a fala foi planejada previamente; • o registro será formal, e poderão ser utilizados recursos e apoios escritos para o 4 Serginho Groisman entrevista Raí e Zilda Arns no programa Ação (Globo) Foto: Divulgação
  • 5. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA conferencista; • a fala tenderá a ser completa e precisa; • utilizará a variedade-padrão de linguagem. Programa musical de TV para adolescentes – Um redator da emissora escreve um texto dirigido a adolescentes para ser lido pelo apresentador em um teleprompter. Busca-se, nessa situação, criar um efeito de oralidade e, dessa forma, o registro utilizado é o mais informal possível,tendendo à utilização de gíria. Nessa situação, existem também características especiais: • Trata-se de um discurso falado, mas que parte de um discurso escrito. • Foi planejado antecipadamente, em função das condições de produção. • Embora seja um discurso escrito e o registro não é formal, tende à utilização da variedade culta da linguagem. • Mesmo sendo um discurso escrito que será lido, o telespectador poderá contar com os gestos do apresentador no processo de atribuição de sentidos. • Não haverá preocupação com o rigor e completude do discurso. • No processo de oralização, não será possível contar com a presença física do interlocutor. ATENÇÃO – VEJA O EXEMPLO ABAIXO: O que é comum entre a linguagem oral e a linguagem escrita? E o que diferencia uma da outra? Segundo autores como SCHNEUWLY (1997) e ROJO (1999), as relações existentes entre linguagem oral e linguagem escrita precisam ser pensadas discursivamente. Isso quer dizer que é necessário considerar as condições efetivas de produção dos discursos, levando-se em conta que, nas práticas de linguagem, os discursos escritos mantêm relações complexas com os discursos orais. Veja-se, por exemplo, os aspectos da presença física do 5 Linguagem oral e linguagem escrita: novos rumos Programa de rádio - um redator que escreve o texto a ser lido pelo apresentador e, como se busca um efeito de oralidade, o registro a ser utilizado será informal - com utilização de gírias - embora organizado na variedade-padrão da linguagem.  O discurso será ouvido pelos interlocutores, embora seja lido pelo apresentador (quer dizer, apesar de discurso escrito, no processo de oralização, o suporte passará a ser o fônico, da perspectiva do ouvinte da emissora de rádio).  Embora seja falado, o discurso não poderá contar com o gestual corporal, já que será veiculado por rádio.  Mesmo sendo discurso escrito, será coloquial e não terá nenhuma preocupação com a exatidão ou completude.  Não contará com a presença física do interlocutor no processo de oralização do texto. Estúdio de rádio, comandado por estudantes Foto: Acervo Cenpec
  • 6. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA interlocutor e do processo de planejamento do discurso. A presença física do interlocutor tem consequências interessantes para o processo de produção do discurso. Quando se trata do discurso escrito impresso, se o interlocutor estiver ausente fisicamente, caberá ao produtor/autor tentar garantir que seu texto (discurso) seja eficaz; ou seja, será preciso planejá-lo antecipadamente, procurando prever possíveis interpretações, dúvidas ou refutações do leitor. Dessa forma, poderá utilizar recursos linguísticos que melhor garantam a construção dos sentidos que o autor pretende, já que não lhe será possível presenciar as reações do interlocutor para esclarecer possíveis interpretações não pretendidas. Quando se trata de um discurso oral a ser produzido na presença física do interlocutor, é possível ao produtor planejar ao mesmo tempo em que produz, já que ele poderá presenciar as reações imediatas de seus interlocutores e, em decorrência delas, reajustar seu discurso, esclarecendo, explicando, exemplificando,..reorganizando..a..fala. Assim, não se pode afirmar categoricamente que a escrita é planejada e a fala é espontânea. O planejamento sempre acontece. O que é diferente é a condição na qual este se realiza: ou durante o processo de produção do texto ou previamente em relação..a..ele. É preciso considerar, também, que há condições de produção de discurso oral que não possibilitam a presença física do interlocutor, como uma entrevista radiofônica. Nesta situação, com entrevistado e entrevistador presentes ao mesmo tempo no estúdio e interagindo verbalmente entre si, têm como interlocutor fundamental o ouvinte da emissora, que não se encontra presente no contexto imediato de interlocução. Veja outras características de entrevistas radiofônicas ou televisivas : 6 Na entrevista radiofônica ou televisiva, por exemplo, se se analisar da perspectiva do entrevistador, trata-se de um discurso planejado antecipadamente, muitas vezes orientado por fichas escritas, que contêm questões elaboradas ou pelo entrevistador ou pela sua equipe de produção. Por outro lado, do ponto de vista do entrevistado, há um grau muito menor de planejamento prévio, pois o discurso, na maioria das vezes, será organizado a partir de perguntas desconhecidas (ainda que se possa conhecer antecipadamente os assuntos/temas que serão abordados). No entanto, é possível considerar, também, que o entrevistado poderá guiar-se pelas reações do entrevistador ou da assistência presente - platéia, acompanhantes, assessores etc. -, ainda que esses não estejam visíveis ou audíveis para os (tele)espectadores em geral.
  • 7. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Ao considerar estes aspectos, é possível afirmar que tanto fala quanto escrita são planejadas. O que as difere é o grau e o tipo de planejamento que se faz, o que é determinado pelo contexto de produção do discurso. A escolha do registro linguístico Do mesmo modo, não podemos dizer que a fala é menos formal que a escrita, já que a escolha de como organizar essa fala é feita em consequência do: • gênero do discurso; • lugar em que esse discurso circulará. O lugar de circulação do discurso determina sua audiência. Esse fator, articulado com a escolha do gênero no qual o discurso se organizará, determina as escolhas linguísticas que serão feitas para que esse discurso possa ser reconhecido e legitimado por essa audiência. Entre essas escolhas, inclui-se a do registro. Uma palestra acadêmica, por exemplo – quer seu público seja constituído por estudantes, quer por importantes pesquisadores –, será sempre organizada em um registro mais formal do que uma conversa cotidiana entre amigos e será sempre planejada previamente, e com mais rigor do que a conversa. Caso contrário, a palestra pode ser desqualificada por causa do emprego inadequado da linguagem e a conversa pode ser considerada “chata” e seu interlocutor “arrogante”. Veja o exemplo: Produção e publicação Também não podemos afirmar que a escrita é mais completa e precisa do que a fala, ou que independe mais do contexto do que a fala, ou, ainda, que tem maior prestígio. O que podemos dizer é que o discurso escrito impresso requer a utilização de recursos diferentes porque suas condições de produção assim o exigem. Não é possível, por exemplo, deixar uma frase para ser completada com um gesto, num discurso escrito impresso, já que o gesto não se escreve e o interlocutor não estará presente fisicamente. No entanto, é perfeitamente adequado, em um discurso produzido oralmente, que a pergunta “Você sabe onde é que estava aquele livro?” seja respondida por “Eu acho que estava bem ali”, e que ambas, pergunta e resposta, sejam acompanhadas por um gesto de apontar que não deixe a menor dúvida sobre de qual livro se fala e a qual local a resposta se refere. Da mesma forma, não podemos dizer que a fala é mais dependente do contexto do que a escrita, pois os contextos de produção de ambas são diferentes. No discurso escrito impresso, dois contextos contribuem para a construção dos sentidos: o de produção e o de publicação. • O de produção é construído pelo produtor antes do momento da publicação do texto. 7 Linguagem oral e linguagem escrita: O que é comum? O que se diferencia? Uma conversa telefônica, igualmente, dependendo da sua finalidade e de seu interlocutor, será organizada em registros bastante diferentes: se se tratar de formalizar um convite para participação de um evento acadêmico ou se se tratar de marcar horário para fechamento de um contrato profissional, o registro será mais formal do que no caso de uma conversa íntima entre amigos ou familiares.
  • 8. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA • O de publicação é constituído no processo de editoração e de submissão do discurso ao projeto gráfico editorial do portador (revista, jornal, livro etc.) no qual circulará. É nessa ocasião que se inserem elementos que serão articulados ao texto, como imagens, espaços, gráficos, fotografias, símbolos, posição em relação a outros textos. O contexto de publicação adquire significado pelo leitor, que passa a constituir os sentidos do texto no momento da leitura, ao articular texto e elementos do contexto. No discurso oral, o momento de produção e o de publicação coincidem, sendo os elementos extra verbais (gestos, slides, gráficos, entonação, “falas” que o precederam etc.) articulados concomitantemente ao elemento verbal. :: O suporte sonoro e o suporte gráfico da linguagem escrita e da oral Um último aspecto a ser considerado é o que se refere ao suporte gráfico ou sonoro (fônico) da linguagem. É muito comum a linguagem escrita ser confundida com sua manifestação gráfica – e, nessa perspectiva, qualquer discurso impresso seria considerado linguagem escrita – e a linguagem oral ser confundida com sua manifestação fônica – e, nessa perspectiva, qualquer discurso falado seria considerado linguagem oral. A linguagem escrita, por conta de suas especificidades, não se manifesta, unicamente, de maneira gráfica ou impressa. As notícias (ou mesmo os comentários críticos e as crônicas) de um jornal televisivo ou radiofônico são exemplos de discursos escritos oralizados: são escritos e lidos pelos jornalistas apresentadores dos programas. No caso da TV, os textos são dispostos por escrito no teleprompter para que o apresentador os leia. Em todos esses exemplos os textos são sempre registrados por escrito e terão o grau de formalidade ajustado de acordo com o telespectador/audiência. No entanto, embora sejam orais, nenhum dos textos – da TV ou do rádio – terá frases cujo sentido tenha de ser complementado com recursos gestuais. Portanto, não é condição para que a linguagem seja caracterizada como escrita que seja registrada graficamente. É possível contar uma história utilizando a linguagem escrita, ainda que contar seja uma atividade..oral. Como se vê, a linguagem escrita não se reduz ao escrito, ao grafado, ao traçado. Logo, o grafado não pode ser utilizado como critério que diferencia linguagem oral e linguagem escrita. Da mesma maneira, não se pode confundir a linguagem oral com fala ou oralização da linguagem; o som não pode ser usado como critério que diferencia linguagem oral de linguagem escrita. Nessa perspectiva, mais que considerar o suporte gráfico ou fônico da linguagem escrita ou oral, é preciso levar em conta que os discursos são produzidos em determinadas circunstâncias e organizados em determinados..gêneros. 8 William Bonner, apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo Foto: Reator
  • 9. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA :: Linguagem escrita e oral: inter-relações e diferenças As inter-relações existentes entre linguagem oral e linguagem escrita são decorrentes, portanto, das condições nas quais os discursos são produzidos: • do lugar em que circularão; • do lugar social que ocupam produtor e interlocutor (e da imagem que o primeiro constituiu acerca do segundo); • da finalidade colocada; • do gênero no qual será organizado. No entanto, há diferenças entre as duas linguagens. As mais marcantes são: • o processo de planejamento do discurso – que, no caso da linguagem oral, é concomitante ao momento da produção, ainda que possa ser sustentado por esquemas prévios; • a relação entre o momento de produção e o de publicação do discurso – que, no caso do discurso oral, é de concomitância e coincidência; • a presença física do interlocutor – típica da linguagem oral. Outro exemplo: Na próxima página vamos aprender a usar também os aspectos formais de acordo com a nossa ortografia oficial, à acentuação gráfica e a pontuação: 9 Entrevista, uma modalidade de linguagem oral Foto: EducaRede "Ela me disse que eu deveria guardar isso daqui lá naquele lugar porque ela não gosta desse tipo de coisa espalhada assim pela casa. Então, você me ajuda? Pega esse negócio, tira dali e põe lá. Senão, quando ela chegar vai ser um estresse só…" Quando lemos esse texto não é possível compreendermos exatamente a que se refere cada uma das expressões salientadas em negrito. Como se trata da transcrição de uma conversa - discurso oral, portanto - os elementos que poderiam dar sentido a tais expressões encontram-se explicitados no contexto imediato de produção do discurso, compreensíveis e identificáveis para os interlocutores presentes fisicamente no processo de produção, e capazes de articular os elementos extra-verbais - gesto de apontar, por exemplo - certamente constitutivos da fala. Se se pretendesse transformar esse discurso oral em discurso escrito, teriam que ser acrescentadas em sua linearidade, as informações que faltam, como: quem é ela?; o que é isso daqui?; onde é lá naquele lugar?; o que é esse tipo de coisa?; o que vem a ser esse negócio?; onde é dali e lá?
  • 10. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA CONHECENDO A ORTOGRAFIA OFICIAL: A palavra Ortografia é formada por "orto", elemento de origem grega, usado como prefixo, com o significado de direito, reto, exato e "grafia", elemento de composição de origem grega com o significado de ação de escrever; ortografia, então, significa ação de escrever direito. É fácil escrever direito? Não ! É, de fato, muito difícil conhecer todas as regras de ortografia a fim de escrever com o mínimo de erros ortográficos. Hoje tentaremos facilitar um pouco mais essa matéria. Abaixo seguem algumas frases com as respectivas regras sobre o uso de ç, s, ss, z, x... Vamos a elas: 01) Uma das intenções da casa de detenção é levar o que cometeu graves infrações a alcançar a introspecção, por intermédio da reeducação. a) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO: intento = intenção canto = canção exceto = exceção junto = junção b) Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de TER: deter = detenção reter = retenção conter = contenção manter = manutenção c) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR: infrator = infração trator = tração redator = redação setor = seção d) Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO: introspectivo = introspecção relativo = relação ativo = ação intuitivo – intuição e) Usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se retira a desinência R: reeducar = reeducação importar = importação repartir = repartição fundir = fundição f) Usa-se ç após ditongo quando houver som de s: eleição traição 02) A pretensa diversão de Creusa, a poetisa vencedora do concurso, implicou a sua expulsão, porque pôs uma frase horrorosa sobre a diretora Luísa. 10
  • 11. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA a) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR: pretender = pretensão, pretensa, pretensioso defender = defesa, defensivo compreender = compreensão, compreensivo repreender = repreensão expandir = expansão fundir = fusão confundir = confusão b) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR: inverter = inversão converter = conversão perverter = perversão divertir = diversão c) Usa-se s após ditongo quando houver som de z: Creusa coisa maisena d) Usa-se s em palavras terminadas em ISA, substantivos femininos: Luísa Heloísa Poetisa Profetisa Obs: Juíza escreve-se com z, por ser o feminino de juiz, que também se escreve com z. e) Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR: concorrer = concurso discorrer = discurso expelir = expulso, expulsão compelir = compulsório f) Usa-se s na conjugação dos verbos PÔR, QUERER, USAR: ele pôs ele quis ele usou g) Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE: frase tese crise osmose  Exceções: deslize e gaze. h) Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA: horrorosa gostoso  Exceção: gozo 03) I -Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou que cantaria de improviso. 11
  • 12. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA II -Aterrorizada pela embriaguez do marido, a mulherzinha não fez a limpeza. a) Usa-se o sufixo indicador de diminutivo INHO com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: Teresa = Teresinha Casa = casinha Mulher = mulherzinha Pão = pãozinho b) Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s: improviso = improvisar análise = analisar pesquisa = pesquisar terror = aterrorizar útil = utilizar economia = economizar c) As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem nacionalidade, títulos ou nomes próprios; as terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade: Teresa Camponês Inglês Embriaguez Limpeza 04) O excesso de concessões dava a impressão de compromisso com o progresso. a) Os verbos terminados em CEDER terão palavras derivadas escritas com CESS: exceder = excesso, excessivo conceder = concessão proceder = processo b) Os verbos terminados em PRIMIRterão palavras derivadas escritas com PRESS: imprimir = impressão deprimir = depressão comprimir = compressa c) Os verbos terminados em GREDIRterão palavras derivadas escritas com GRESS: progredir = progresso agredir = agressor, agressão, agressivo transgredir = transgressão, transgressor d) Os verbos terminados em METERterão palavras derivadas escritas com MISSou MESS: comprometer = compromisso prometer = promessa intrometer = intromissão 12
  • 13. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA remeter = remessa 05) Para que os filhos se encorajem, o lojistacome jilócom canjica. a) Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR: Viajar = espero que eles viajem Encorajar = para que eles se encorajem Enferrujar = que não se enferrujem as portas b) Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA: loja = lojista canja = canjica sarja = sarjeta gorja = gorjeta c) Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani. Jiló Jibóia Jirau 06) O relógioque ele trouxe da viagemao Méxicoem uma caixade madeira caiu na enxurrada. a) Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO: pedágio sacrilégio prestígio relógio refúgio b) Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM: a viagem a coragem a ferrugem  Exceções: pajem, lambujem c) Palavras iniciadas por ME serão escritas com x: Mexerica México Mexilhão Mexer  Exceção: mecha de cabelos d) As palavras iniciadas por EN serão escritas com x, a não ser que provenham de vocábulos iniciados por ch: Enxada Enxerto Enxurrada Encher – provém de cheio Enchumaçar – provém de chumaço e) Usa-s x após ditongo: 13
  • 14. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA ameixa caixa peixe Exceções: recauchutar, guache ACENTUAÇÃO GRÁFICA I - Palavras proparoxítonas 1. Todas são acentuadas: árvore, chávena, maiúsculo, feiíssimo. II - Palavras paroxítonas 2. São acentuadas graficamente as paroxítonas terminadas em: ÃO(S): bênção(s), órfão(s) Ã(S): ímã(s), órfã(s) L: amável, dócil EI(S): amáveis, dóceis I(S): táxi, grátis N: hífen, éden X: tórax, ônix R: líder, mártir UM, UNS: álbum, álbuns US: bônus, lótus PS: bíceps, fórceps Observações: A. Acentuam-se graficamente todas as paroxítonas terminadas em ditongo crescente: mágoa, tênue, rádio, ânsia. B. Não levam acento gráfico as paroxítonas terminadas em: a. ns: itens, hifens, folhagens, jovens, nuvens; b. m: item, folhagem, jovem, nuvem; C. Não se acentuam os ditongos abertos ei, oi, das paroxítonas: assembleia, estreia, jiboia, heroico; D. Não levam acento o i e o u tônicos, precedidos de ditongo: feiura, baiuca. III - Palavras oxítonas 3. Levam acento gráfico as oxítonas terminadas em: 14
  • 15. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Á(S): sabiá (s) É(S), Ê(S): café(s) Ó(S), Ô(S): avó(s), avô(s) ÉM, ÉNS: refém, reféns Observação: Seguem esta regra: A. as monossílabas tônicas terminadas por á(s), é(s), ê(s) ó(s), ô(s): lá(s), pé(s), pó(s); B. as formas verbais oxítonas do mesmo tipo, seguidas ou não de pronomes: amá-lo, está(s), vendê-lo, propôs, contém, conténs. 4. São acentuadas as oxítonas terminadas em ditongo aberto: ÉIS: papéis, bacharéis ÉU(S): chapéu, chapéus Ói(S): herói, heróis 5. Assim como as oxítonas em que o i e o u estão depois de ditongo em posição final ou seguidas de s: Piauí, tuiuiú. Portanto, não levam acento gráfico as oxítonas em i e u precedidas por consoante: juriti, tatu. IV – Hiatos 6. Acentuam-se o i e o u tônicos, precedidos de vogal, quando sozinhos ou seguidos de s, formando uma sílaba: viúva, saíste, baú, saída. Observações: A. Não leva acento gráfico o i, mesmo sozinho, seguido de nh: rainha, moinho. B. Não são acentuados graficamente os hiatos oo e ee: voo, creem. V – Acento nos verbos em guar, quar e quir 7. Não se usa o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. 15
  • 16. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Observação: Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo: A. se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas graficamente: enxáguo, enxáguas, enxágue, delínques, delínquem, delínqua; B. se forem pronunciadas com u tônico, elas não são acentuadas: enxaguo, enxaguas, delinques, delinquem, delinqua. Observação: No Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. VI – Acento diferencial 8. Usa-se o acento diferencial nas seguintes situações: A. Verbo pôr – para diferenciar da preposição por: Eu pedi para ela pôr o pão no armário por causa das moscas. B. Pôde – terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder para diferenciá-lo de pode - terceira pessoa do singular do presente do indicativo do mesmo verbo: Ela não pôde passar na tua casa ontem, mas pode passar hoje. Observação: O acento diferencial é facultativo em: A. Dêmos – primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo dar e demos – primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do mesmo verbo; B. Fôrma (substantivo) e forma (substantivo, terceira pessoa do singular do presente do indicativo e segunda pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo formar). VII – Verbos ter e vir 9. Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo para diferenciar da terceira pessoa do singular do mesmo tempo verbal: ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm. Seus derivados, como deter e intervir, por exemplo, seguem a acentuação das oxítonas terminadas por em, mas na terceira pessoa 16
  • 17. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA do singular do presente do indicativo levam acento agudo e na terceira pessoa do plural do mesmo tempo levam acento circunflexo, a fim de diferenciar as duas formas verbais: ele detém, eles detêm; ele intervém, eles intervêm. VIII – Trema 10. O trema só é usado em nomes estrangeiros e seus derivados: Müller, mülleriano. PONTUAÇÃO Os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da linguagem escrita. Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Basicamente, têm como finalidade: 1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura; 2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas; 3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade. Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar à escrita maior clareza e simplicidade. Vírgula ( , ) A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da continuação do período. Geralmente é usada: - nas datas, para separar o nome da localidade. Por Exemplo: São Paulo, 25 de agosto de 2005. - após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início da frase. Por Exemplo: – Você gostou do vestido? – Sim, eu adorei! – Pretende usá-lo hoje? – Não, no final de semana. - após a saudação em correspondência (social e comercial). Exemplos: Com muito amor, Respeitosamente, 17
  • 18. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA - para separar termos de uma mesma função sintática. Por Exemplo: A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal. Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo. - para destacar elementos intercalados, como: a) uma conjunção Por Exemplo: Estudamos bastante, logo, merecemos férias! b) um adjunto adverbial Por Exemplo: Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija. c) um vocativo Por Exemplo: Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. d) um aposto Por Exemplo: Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. e) uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.) Por Exemplo: O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em Deus. - para separar termos deslocados de sua posição normal na frase. Por Exemplo: O documento de identidade, você trouxe? - para separar elementos paralelos de um provérbio. Por Exemplo: 18
  • 19. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Tal pai, tal filho. - para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo. Por Exemplo: As flores, eu as recebi hoje. - para indicar a elipse de um termo. Por Exemplo: Daniel ficou alegre; eu, triste. - para isolar elementos repetidos. Exemplos: A casa, a casa está destruída. Estão todos cansados, cansados de dar dó! - para separar orações intercaladas. Por Exemplo: O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola. - para separar orações coordenadas assindéticas. Por Exemplo: O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém. - para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas orações alternativas. Exemplos: Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. Vá devagar, que o caminho é perigoso. Estuda muito, pois será recompensado. As pessoas ora dançavam, ora ouviam música. ATENÇÃO Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência: 19
  • 20. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Por Exemplo: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é sujeito de "protestou". 2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Por Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, consequência, por exemplo) Por Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada. para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vêm antes da principal. Por Exemplo: Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova. - para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Por Exemplo: A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo. Ponto e vírgula ( ; ) O ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que o ponto. Quanto à melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o período não terminou. Emprega-se nos seguintes casos: - para separar orações coordenadas não unidas por conjunção, que guardem relação entre si. Por Exemplo: O rio está poluído; os peixes estão mortos. - para separar orações coordenadas, quando pelo menos uma delas já possui elementos separados por vírgula. Por Exemplo: 20
  • 21. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra. - para separar itens de uma enumeração. Por Exemplo: No parque de diversões, as crianças encontram: brinquedos; balões; pipoca. - para alongar a pausa de conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vírgula. Por Exemplo: Gostaria de vê-lo hoje; todavia, só o verei amanhã. - para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer no meio da oração. Por Exemplo: Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porém, apenas alguns. Dois-pontos ( : ) O uso de dois-pontos marca uma sensível suspensão da voz numa frase não concluída. Emprega-se, geralmente: - para anunciar a fala de personagens nas histórias de ficção. Por Exemplo: "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz : – Podemos avisar sua tia, não?" (Graciliano Ramos) - para anunciar uma citação. Por Exemplo: Bem diz o ditado: Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Lembrando um poema de Vinícius de Moraes: "Tristeza não tem fim, Felicidade sim." - para anunciar uma enumeração. Por Exemplo: Os convidados da festa que já chegaram são: Júlia, Renata, Paulo e Marcos. - antes de orações apositivas. 21
  • 22. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: Só aceito com uma condição: Irás ao cinema comigo. - para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse. Exemplos: Marcelo era assim mesmo: Não tolerava ofensas. Resultado: Corri muito, mas não alcancei o ladrão. Em resumo: Montei um negócio e hoje estou rico. Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introdução de exemplos, notas ou observações. Veja: Parônimos são vocábulos diferentes na significação e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso, etc. Nota: a preposição "per", considerada arcaica, somente é usada na frase "de per si " (= cada um por sua vez, isoladamente). Observação: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advérbios: cedinho, melhorzinho, etc. - na invocação das correspondências. Por Exemplo: Prezados Senhores: Convidamos a todos para a reunião deste mês, que será realizada dia 30 de julho, no auditório da empresa. Atenciosamente, A Direção Ponto Final ( . ) O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o tom é descendente. Emprega-se, principalmente: - para fechar o período de frases declarativas e imperativas. Exemplos: Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo. Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar. - nas abreviaturas. Exemplos: Sr. (Senhor) Cia. (Companhia) 22
  • 23. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Saiba que: Pontuação nos títulos e cabeçalhos Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por pontos finais. Não há uniformidade quando ao uso desta pontuação, mas é de bom tom seguir o que determina a ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais estético não pontuar títulos. Em jornalismo, por exemplo, não se usa a pontuação de titulação. Ponto de Interrogação ( ? ) O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente. Exemplos: Onde você comprou este computador? Quais seriam as causas de tantas discussões? Por que não me avisaram? Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas. Por Exemplo: Perguntei quem era aquela criança. Note que: 1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parênteses. Por Exemplo: Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor forma para atingir os resultados esperados. 2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto admirativo. Por Exemplo: Eu?! Que ideia! Ponto de Exclamação ( ! ) O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente. 23
  • 24. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Exemplos: Ponto de Exclamação ( ! ) O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem, súplica, etc. Possui entoação descendente. Exemplos: "Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira) Pare, por favor! Ah! que pena que ele não veio... Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático. Por Exemplo: Ana! venha até aqui! Reticências ( ... ) As reticências marcam uma suspensão da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se: - para indicar continuidade de uma ação ou fato. Por Exemplo: O tempo passa... - para indicar suspensão ou interrupção do pensamento. Por Exemplo: Vim até aqui achando que... - para representar, na escrita, hesitações comuns na língua falada. Exemplos: "Vamos nós jantar amanhã? – Vamos...Não...Pois vamos." Não quero sobremesa...porque...porque não estou com vontade. - para realçar uma palavra ou expressão. Por Exemplo: Não há motivo para tanto...mistério. 24
  • 25. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA - para realizar citações incompletas. Por Exemplo: O professor pediu que considerássemos esta passagem do hino brasileiro: "Deitado eternamente em berço esplêndido..." - para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor. Por Exemplo: "Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocação eclesiástica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. Há de dar um padre de mão-cheia. Também, se não vier em um ano..." (Machado de Assis) Saiba que As reticências e o ponto de exclamação, sinais gráficos subjetivos de grande poder de sugestão e ricos em matizes melódicos, são ótimos auxiliares da linguagem afetiva e poética. Seu uso, porém, é antes arbitrário, pois depende do estado emotivo do escritor. Parênteses ( ( ) ) Os parênteses têm a função de intercalar no texto qualquer indicação que, embora não pertença propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se: - para separar qualquer indicação de ordem explicativa, comentário ou reflexão. Por Exemplo: Zeugma é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um termo (geralmente um verbo) que já apareceu anteriormente na frase. - para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.) Por Exemplo: " O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.) - para isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos travessões. Por Exemplo: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas. - para delimitar o período de vida de uma pessoa. 25
  • 26. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: Carlos Drummond de Andrade (1902 – 1986). - para indicar possibilidades alternativas de leitura. Por Exemplo: Prezado(a) usuário(a). - para indicar marcações cênicas numa peça de teatro. Por Exemplo: Abelardo I - Que fim levou o americano? João - Decerto caiu no copo de uísque! Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já! (sai pela direita) (Oswald de Andrade) Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alíneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minúsculas, seguidas de parênteses (Note que neste caso as alíneas, exceto a última, terminam com ponto e vírgula). Por Exemplo: No Brasil existem mulheres: a) morenas; b) loiras; c) ruivas. Os Parênteses e a Pontuação Veja estas observações: 1) As frases contidas dentro dos parênteses não costumam ser muito longas, mas devem manter pontuação própria, além da pontuação normal do texto. 2) O sinal de pontuação pode ficar interno aos parênteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando há uma frase completa contida nos parênteses. Exemplos: Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso está encerrado. Vamos confiar (Por que não?) que cumpriremos a meta. Se o enunciado contido entre parênteses não for uma frase completa, o sinal de pontuação ficará externo. 26
  • 27. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Por Exemplo: O rali começou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal). 3) Antes do parêntese não se utilizam sinais de pontuação, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuação coincidir com o parêntese de abertura, deve-se optar por colocá-lo após o parêntese de fecho. Travessão ( – ) O travessão é um traço maior que o hífen e costuma ser empregado: - no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudança de interlocutor nos diálogos. Por Exemplo: – O que é isso, mãe? – É o seu presente de aniversário, minha filha. - para separar expressões ou frases explicativas, intercaladas. Por Exemplo: "E logo me apresentou à mulher, – uma estimável senhora – e à filha." (Machado de Assis) - para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realçar o aposto. Por Exemplo: "Junto do leito meus poetas dormem – O Dante, a Bíblia, Shakespeare e Byron – Na mesa confundidos." (Álvares de Azevedo) - para substituir o uso de parênteses, vírgulas e dois-pontos, em alguns casos. Por Exemplo: "Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a superioridade humana – acima dos preceitos que se combatem, acima das religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase." (Raul Pompeia) Aspas ( " " ) As aspas têm como função destacar uma parte do texto. São empregadas: 27
  • 28. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA - antes e depois de citações ou transcrições textuais. Por Exemplo: Como disse Machado de Assis: "A melhor definição do amor não vale um beijo de moça namorada." - para representar nomes de livros ou legendas. Por Exemplo: Camões escreveu "Os Lusíadas" no século XVI. Obs.: para realçar títulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. também podemos grifar as palavras, conforme o exemplo: Ontem assisti ao filme Central do Brasil. - para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias, expressões populares, ironia. Exemplos: O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado.(Veja) Com a chegada da polícia, os três suspeitos "se mandaram" rapidamente. Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova! - para realçar uma palavra ou expressão. Exemplos: Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "não". Quem foi o "inteligente" que fez isso? Obs.: em trechos que já estiverem entre aspas, se necessário usá-las novamente, empregam-se aspas simples. Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definição que José Dias dera deles, 'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis) Colchetes ( [ ] ) Os colchetes têm a mesma finalidade que os parênteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didático, filológico, científico. Pode ser empregado: - em definições do dicionário, para fazer referência à etimologia da palavra. Por Exemplo: amor- (ô). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao próximo; amor ao patrimônio artístico de sua terra. (Novo Dicionário Aurélio) 28
  • 29. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA - para intercalar palavras ou símbolos não pertencentes ao texto. Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o inglês, o holandês e o papiamento. Aqui estão algumas palavras de papiamento que você, com certeza, vai usar: 1- Bo ta bon? [Você está bem?] 2- Dios no ta di Brazil. [Deus não é brasileiro.] - para inserir comentários e observações em textos já publicados. Por Exemplo: Machado de Assis escreveu muitas cartas a Sílvio Dinarte. [pseudônimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocência"] - para indicar omissões de partes na transcrição de um texto. Por Exemplo: "É homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis) Asterisco ( * ) O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, costuma ser empregado: - nas remissões a notas ou explicações contidas em pé de páginas ou ao final de capítulos. Por Exemplo: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. * É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado a outras palavras. - nas substituições de nomes próprios não mencionados. Por Exemplo: O Dr.* conversou durante toda a palestra. O jornal*** não quis participar da campanha. Parágrafo ( § ) 29
  • 30. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA O símbolo para parágrafo, representado por §, equivale a dois ésses (S) entrelaçados, iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de secção, de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o período seguinte deve começar em outra linha, falamos parágrafo ou alínea. A palavra alínea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto é, fora da margem em que começam as linhas do texto. O uso de parágrafos é muito comum nos códigos de leis, por indicar os parágrafos únicos. Por Exemplo: § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE Chama-se crase a união de dois sons iguais. Quando essa união se dá entre a preposição a e um outro a, usa-se o acento grave ou acento de crase. Ex.: Irei a a festa. Irei à festa. Tipos de crase 1) Entre a preposição a e o artigo definido a. Ex.: Vamos à cidade. Obs.: O a é artigo definido quando acompanha um substantivo. 2) Entre a preposição a e o pronome demonstrativo a. Ex.: Ele se referiu à que deixei no armário. Obs.: O a é pronome demonstrativo quando antecede que ou de, equivalendo a outro pronome demonstrativo: aquela. 3) Entre a preposição a e o a inicial dos pronomes aquele, aquela, aquilo. Ex.: Dirija-se àquele vendedor. 4) Entre a preposição a e o a do pronome relativo a qual. Ex.: Chegou a aluna à qual entreguei o resultado. Observações a) Como se vê, é necessária a presença da preposição a para que ocorra o fenômeno da 30
  • 31. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA crase. b) Costuma-se dizer por aí que só há crase antes de palavra feminina. Cuidado! Essa afirmação diz respeito apenas ao caso de preposição mais artigo a, quando, então, o substantivo tem de ser feminino. Para saber se há crase 1) Com nomes comuns Troca-se a palavra feminina por uma masculina; aparecendo ao, usa-se o acento de crase. Ex.: Dirija-se à tesouraria. (Dirija-se ao escritório) Dei o livro à professora. (Dei o livro ao professor) Obs.: Coisa se troca por coisa (tesouraria / escritório); pessoa, por pessoa (professora /professor). Respeite isso, ou você pode errar a questão. 2) Com nomes próprios de lugar Troca-se o verbo que pede a preposição a por outro, que peça outra preposição. Vamos adotar o verbo vir; aparecendo da, usa-se o acento de crase. Ex.: Ela foi à Bahia. (Ela veio da Bahia) Ela foi a Cuiabá. (Ela veio de Cuiabá, e não da) Observações a) Nomes de cidade (segundo exemplo) não se usam com artigo a. Mas, se determinarmos o substantivo, aparecerá o artigo e, conseqüentemente, a crase. Ex.: Iremos à simpática Cuiabá. (Viremos da simpática Cuiabá) b) Não se devem misturar os dois macetes (nomes comuns ; nomes próprios de lugar). Ex.: Ele foi a Cuiabá. Se trocarmos (indevidamente) Cuiabá por um substantivo masculino, aparecerá ao, o que nos levará a pôr, erradamente, o acento de crase: Ele foi ao Rio de Janeiro, Ele foi à Cuiabá. Casos obrigatórios 1) Com a palavra hora, clara ou oculta, indicando o momento em que acontece alguma coisa. Ex.: Saímos às três horas. Retornamos às dez. 31
  • 32. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Obs.: Às vezes se usa o acento diante de palavra masculina, por estar oculta uma outra feminina. A mais comum e importante é a palavra moda. Ex.: Escrevia à Machado de Assis. (Escrevia à moda Machado de Assis) 2) Com determinadas locuções formadas por palavras femininas. ● Adverbiais: duas ou mais palavras com valor de advérbio. Ex.: Fiz tudo às pressas. às pressas: locução adverbial de modo com palavra feminina: com acento. Ele irá a pé. a pé: locução adverbial de modo com palavra masculina: sem acento. Outros exemplos Trabalharam às escondidas. Fui levado à força. Quero deixar tudo às claras. Às vezes, íamos ao teatro. Isso foi feito à parte. Paramos à beira-mar. O homem permaneceu à esquerda. Fiquem à vontade. Sempre falavam à meia-voz. Saiu à noitinha. Seguiu o conselho à risca. Corriam às tontas. Estávamos à janela. Escreveu à margem. O objeto veio à tona. O material estava à mão. Observações a) Geralmente, as locuções adverbiais com acento de crase são as de modo, mas existem outras. Ex.: Foi levado à força. (modo) Às vezes era teimoso. (tempo) O carro dobrou à direita. (lugar) Falaram à beça. (intensidade) b) As locuções adverbiais de instrumento dividem as opiniões dos gramáticos. 32
  • 33. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Para alguns, sem acento; para outros, com. É polêmico. Ex.: Escreveu à caneta. Escreveu a caneta. c ) Igualmente polêmica é a expressão à vista, contrário de a prazo. Ex.: Comprou os móveis à vista. Comprou os móveis a vista. Não se trata de crase facultativa, da mesma forma que as da letra b. Convém, nesses casos, resolver a questão por eliminação. É preferível, hoje em dia, não usar o acento de crase, principalmente numa redação. ● Prepositivas: grupos de palavras que funcionam como preposição; as que nos interessam neste ponto começam por à e terminam por de. Ex.: Ficarei à disposição de vocês. à disposição de: locução prepositiva com palavra feminina: com acento. Falavam a respeito de futebol. a respeito de: locução prepositiva com palavra masculina: sem acento. Outros exemplos Vivia à custa do irmão. Estamos à mercê do patrão. Fez o trabalho à vista de todos. Agiu à maneira de um troglodita. É vidro à prova de choques. Permaneciam à frente do colégio. Ficou à beira do precipício. Bateram à porta do amigo. Ficamos à distância de vinte metros. Aprendeu à força de tanto estudar. Usava um pano branco à guisa de toalha. Vivia à margem da sociedade. Estava à espera de uma solução. ● Conjuntivas: grupos de palavras que funcionam como conjunção; só existem duas com acento de crase: à medida que e à proporção que. Ex.: À medida que corria, ia ficando vermelho. Aprenderá à proporção que estudar. 33
  • 34. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Observações a) Pelo que se vê nos exemplos, as locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas levam acento de crase quando os substantivos que as constituem são femininos. b) Às vezes, o grupo parece uma locução, mas não é. Ex.: À frente da casa havia uma árvore. (locução prepositiva) A frente da casa é muito bonita. À tarde ele chegou. (locução adverbial) A tarde estava chuvosa. Não será locução quando se puder substituir a por o: a frente / o lado, a tarde / o dia. 3) Com os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aquilo. Ex.: Mostrei o quadro àquela mulher. (= a aquela) Prefiro este lenço àquele. (= a aquele) Não me refiro àquilo que ele fez. (= a aquilo) Obs.: Não existem, em português: a aquele, a aquela, a aquilo. Sempre que isso aparecer, deverá ser feita a contração: àquele, àquela, àquilo. 4 Com o pronome demonstrativo a. Ex.: Dirigi-me à que estava no balcão. Obs.: Haverá acento de crase antes de que e de (à que, à de), sempre que se puder trocar por a aquela que ou a aquela de; outro macete é a troca pelo masculino; aparecendo ao, há crase. Ex.: Minha camisa é semelhante à que ele comprou. Minha camisa é semelhante a aquela que ele comprou. Meu paletó é semelhante ao que ele comprou. Casos facultativos 1) Antes de nomes de mulher. Ex.: Mandei uma carta à Patrícia. (Mandei uma carta ao Manuel) Mandei uma carta a Patrícia. (Mandei uma carta a Manuel) Obs.: Com determinação, a crase é obrigatória. Ex.: Mandei uma carta à culta Patrícia. (Mandei uma carta ao culto Manuel) 2) Antes de pronomes adjetivos femininos no singular. Ex.: Explicarei isso à sua irmã. (Explicarei isso ao seu irmão) Explicarei isso a sua irmã. (Explicarei isso a seu irmão) Observações 34
  • 35. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA a) Se o possessivo estiver no plural, teremos: ● Explicarei isso às suas irmãs. (crase obrigatória: a + as) ● Explicarei isso a suas irmãs. (crase proibida: apenas a preposição) b) Se for pronome substantivo, a crase é obrigatória. Ex.: Explicarei isso à sua. 3) Depois da preposição até. Ex.: Ele foi até à praia. (Ele foi até ao campo) Ele foi até a praia. (Ele foi até o campo) Observações a) Não confunda com a palavra denotativa de inclusão até, que significa inclusive. Ex.: Comprou até a revista. b) Até é a única preposição que admite um a craseado depois dela. Ex.: Fazia o trabalho após as quatro horas. (e não às) 4) Com as palavras Europa, Ásia, África, França, Espanha, Inglaterra, Escócia e Holanda. Ex.: Viajaremos à França. (Viremos da França) Viajaremos a França. (Viremos de França) Obs.: Poucas gramáticas citam este caso de crase facultativa, porque a tendência, no português atual, é usar o artigo e, conseqüentemente, o acento de crase. Mas não é errado omiti-lo. Casos proibitivos 1) Com a palavra casa sem determinação, quando, então, se refere ao próprio lar. Ex.: Ele foi a casa pela manhã. Obs.: Com determinação, aparece o acento. Ex.: Ele foi à casa da esquina. 2) Com a palavra distância, sem especificação, ou seja, sem precisar a distância. Ex.: O guarda ficou a distância. O guarda ficou a grande distância. Obs.: Com especificação, usa-se o acento. 35
  • 36. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Ex.: O guarda ficou à distância de dez metros. 3) Com a palavra terra, quando é o contrário de bordo. Ex.: Os marujos foram a terra. 4) Em locuções com palavra repetida. Ex.: Os adversários estavam cara a cara. 5) Antes de palavra masculina. Ex.: Eles chegaram a cavalo. 6) Antes de verbo. Ex.: Estava prestes a chorar. 7) Com a antes de plural. Ex.: Não se prendia a coisas materiais. Obs.: Usando-se o artigo, haverá o acento. Ex.: Não se prendia às coisas materiais. (Não se prendia aos bens materiais) 8) Antes de: ● artigo indefinido, claro ou oculto Ex.: Aspirava a uma posição melhor. (Aspirava a um emprego melhor) Jamais assisti a peça tão fraca. (a uma peça tão fraca / a um filme tão fraco) ● pronome indefinido Ex.: Chegaram a alguma ilha do interior. (Chegaram a algum município do interior) ● pronome pessoal, inclusive o de tratamento. Ex.: Diga a ela que voltarei. Já tinha pedido isso a Vossa Senhoria. Obs.: Os pronomes de tratamento senhora, senhorita, madame e dona (este último quando acompanhado de adjetivo) admitem o acento de crase. Ex.: Dirigiu-se à senhorita Denise. ● esta e essa Ex.: Diga a verdade a essa funcionária. 9) Antes de nomes de vultos históricos. Ex.: Referiu-se a Joana d’Arc. 36
  • 37. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Obs.: Com determinação, aparece o acento. Ex.: Referiu-se à valente Joana d’Arc. 10) Antes de Nossa Senhora e Maria Santíssima. Ex.: Farei uma prece a Nossa Senhora. Observações finais a) Há duas expressões parecidas com a palavra hora. Das oito às dez horas (as horas do relógio) De oito a dez horas (idéia de duração) É errado dizer “de oito às dez horas”, como normalmente se encontra por aí. b) Veja as expressões abaixo, igualmente parecidas. Meu colega vivia à toa. (à toa − locução adverbial de modo) Ele é um homem à-toa. (à-toa − adjetivo) c) Quando se diz “Voltei à uma hora”, não há erro de crase porque uma é numeral, e não artigo indefinido; veja o caso obrigatório com a palavra hora. c) Em expressões do tipo aquela hora, aquele minuto etc., pode haver o acento por se tratar de indicação de tempo. O macete é trocar por naquela ou naquele. Ex.: Àquela hora, todos estavam cansados. Naquela hora, todos estavam cansados. d) Veja algumas frases em que a presença do acento altera o sentido. Bateu a porta. (Empurrou a porta para fechá-la) Bateu à porta. (Chamou) Chegou a tarde. (entardeceu) Chegou à tarde. (Ele chegou de tarde) Saiu a francesa. (A mulher francesa saiu) Saiu à francesa. (Saiu sem ninguém notar) Trabalhavam as cegas. (Mulheres cegas trabalhavam) Trabalhavam às cegas. (Trabalhavam sem saber direito o que faziam) Escreveu a mulher uma carta. (Ela escreveu uma carta) Escreveu à mulher uma carta. (Ele mandou uma carta para a mulher) 37
  • 38. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA EXERCÍCIOS 312) Indique o erro no emprego do acento indicativo de crase. a) Enviei a encomenda à portaria. b) Voltando à escola, pegou a pasta do irmão. c) Ele tem livre acesso à qualquer empresa. d) Permaneceram junto à parede. 313) Assinale o erro no emprego do acento indicativo de crase. a) Levei meu irmão à biblioteca. b) Eles voltaram à cena do crime. c) Entreguei os livros à professora. d) Não se adaptava à nenhuma atividade. 314) Há erro de crase na opção: a) Mandaremos um cartão às pessoas ausentes. b) Era imensa sua dedicação à pátria. c) Graças à enfermeira, ele não morreu. d) Explique à esta funcionária o problema. 315) Há erro de crase somente na seguinte alternativa: a) Ninguém irá à Polônia nem à Turquia. b) Mandarei à Itália o meu assessor. c) Pretendo ir à Cuba ou à Argentina em dezembro. d) Chegando à encantadora Florianópolis, procurou o amigo. 316) Assinale o erro de crase. a) Se você for à Romênia, visite meus avós. b) Regressando à Lisboa, farei o que me pediste. c) Viajarei logo a Petrópolis. d) Quando cheguei à Suíça, fazia frio. 317) Aponte a frase com erro de crase. a) Poucos alunos compareceram à prova. b) Não fiques alheio à dor do teu irmão. c) Ele agiu com total respeito à vizinha. d) Aquilo me cheirava à trapaça. 318) Marque a única frase correta quanto ao emprego do acento de crase. a) Seu amor à pátria e às causas do povo levou-o à uma grande vitória. b) Mesmo estudando a matéria, não chegou à conclusão alguma. 38
  • 39. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA c) Encaminhe-se a diretoria e peça a documentação. d) Às alunas que se dedicaram serão dadas as medalhas. 319) Preencha as lacunas e anote a alternativa adequada. Graças........ela fiquei bom. Faltamos.........reunião. Uma foto foi anexada.......petição. Disse aquilo........cada vendedora. a) a, à, à, a b) à, à, a, à c) a, à, a, a d) à, à, à, a 320) Preencha as lacunas e assinale a opção correspondente. Recomendei ....... meninas que voltassem. Todos foram........pé. Voltarei........Portugal. Compramos........ melhores roupas. Entreguei..........mulher alguns perfumes. a) às, a, a, as, à b) às, à, a, as, a c) as, a, à, às, à d) às, a, a, às, à 321) Marque o erro de crase. a) Pedimos à garota que falasse baixo. b) Chegarás à Alemanha em novembro. c) Ninguém fez mal à você. d) Informei à revista o meu ponto de vista. 322) A frase que não deve levar acento de crase é. a) Ele fez tudo as escondidas. b) Estávamos a mercê das ondas. c) Fiquei a par dos acontecimentos. d) Elas foram levadas a força. 323) Estão corretas quanto ao emprego do acento de crase as frases seguintes, exceto: a) Estudou à beça para o concurso. b) Iremos à certa cidade do interior. c) Ele vive à sombra do tio. d) Por favor, encaminhe-se àquela loja. 39
  • 40. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 324) Há erro de crase em: a) Essa máquina é idêntica à que você recomendou. b) Entreguei a chave à que chegou primeiro. c) Minha casa é inferior à que ele tem. d) Não me convenceu a história à que fizeram referência. 325) A frase que não deve levar acento de crase é: a) Permanecia a beira do abismo. b) Quero deixar isso as claras. c) Ele desmaiou a caminho de casa. d) As vezes, resolvia falar. 326) Contraria a norma culta da língua quanto ao acento de crase a seguinte sentença: a) O ônibus dobrou à direita. b) Ele tem um caminhão à frete. c) Estou à disposição de vocês. d) Esse garoto só irá à força. 327) Assinale a frase imperfeita no que diz respeito ao acento de crase. a) Minha camisa é igual à que você tem. b) A gravata é idêntica à de cima. c) Demos o troféu à que fez mais pontos. d) Estava quebrada a cadeira à que ele se dirigiu. 328) Assinale o erro de crase. a) Minha amiga, a qual pedi desculpas, viajou para a Europa. b) João, lembre àquele senhor que faltará energia na cidade. c) Mauro sempre fugia à responsabilidade. d) Levei-o à cidade. 329) Só não há erro de crase em: a) Levaram o produto porta à porta. b) Aquela hora não era apropriada para discussões. c) Aquela hora, todos já haviam saído. d) Diga isso à quem quer ouvir. 330) O acento indicativo de crase só não é facultativo em: a) Viajou à Suécia com o amigo. b) Eles andaram até à fonte. c) Enviarei um telegrama à nossa tia. 40
  • 41. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA d) O jovem se declarou à Helena. 331) O acento de crase é facultativo na seguinte opção. a) Entreguei os presentes às minhas filhas. b) Sairemos à tarde. c) Explicamos à diretora o que nos aconteceu. d) Ainda não fui à França. 332) Marque a frase sem erro de crase. a) Estavam todos à conversar. b) Queria ser útil à comunidade. c) Levava as pessoas pobres algum alimento. d) Mais uma vez, ficamos frente à frente. 333) Assinale a frase que não contraria a norma culta quanto ao acento de crase. a) Nossa ida à Brasília foi proveitosa. b) Sempre fui leal à V.Exª. c) Entreguei o documento aquela senhora. d) Andavam as cegas pela rua. 334) Aponte a frase com erro de crase. a) Estudamos a proposta. b) Estavam a caminho do trabalho. c) Não irei à feira hoje. d) Obedeça a esta ordem, mas não aquela. 335) Há erro de crase em: a) Ela se candidatou à deputada estadual. b) Recorri à enfermeira que mora no prédio. c) Voltarei à linda Porto Alegre. d) Solicitei à jornalista que anotasse tudo. 336) O acento de crase só é inadmissível na seguinte opção: a) Pedirei à tua mãe uma orientação. b) Aludimos à cada ilha da região. c) Nós nos encontramos à uma hora. d) Viajarei à Teresópolis dos meus sonhos. 337) Assinale a única frase perfeita quanto ao emprego do acento de crase. a) A aula será das nove as onze. b) Comprou canetas as dúzias. c) Triste e sozinho, pôs-se à chorar. 41
  • 42. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA d) Ficamos a razoável distância. 338) Preencha as lacunas e assinale a alternativa correspondente. Irei.......casa brevemente. Retornem......base. Carlos não é dado........fofocas. Ele é igual......mãe. Ficou......frente de todos. a) à, à, à, à, a b) a, à, a, à, à c) à, a, a, a, à d) a, a, à, à, a 339) Observe as frases abaixo. I − Elogiei à Teresa. II − Foram escolhidos à dedo. III − Estou à disposição da família. IV − Saboreou um peixe à brasileira. Quanto ao acento de crase, estão certas as frases dos itens: a) I, III e IV b) III e IV c) I, II e III d) I e IV 340) Há erro de crase na opção seguinte: a) É um canto de louvor à vida. b) Caminhavam à passos largos. c) Ele andava às tontas pela casa. d) Estávamos todos à mesa. 341) (EFOMM) Assinale a frase em que é obrigatório o acento da crase. a) Agradeceu as irmãs o apoio recebido. b) Estarei lá desde as quatro horas da tarde. c) Escrevi a minha mãe, avisando-a da minha chegada. d) Dirijo-me apenas a você. e) Minha amiga se candidatou a Rainha da Primavera. 342) (TALCRIM) "Não se trata de uma apologia às bermudas, longe disso." Na frase destacada, observa-se o correto emprego do acento indicador da crase. Esse acento foi incorretamente usado na seguinte frase: a) O uso da gravata é até mesmo prejudicial à saúde. b) Era contrário à orientação de abolir o paletó e a gravata. 42
  • 43. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA c) A entrada será franqueada às pessoas que usarem paletó e gravata. d) Mostrou-se indiferente à opinião de que paletó é roupa ultrapassada. e) A testemunha não fez referência à pessoa alguma em seu depoimento. 343) (TRF) Preencha as lacunas da frase abaixo e assinale a alternativa correta. "Comunicamos ..........V.Sª que encaminhamos ........petição anexa......... Divisão de Fiscalização que está apta........prestar........informações solicitadas." a) a, a, à, a, as b) à, a, à, a, às c) a, à, a, à, as d) à, à, a, à, às e) à, a, à, à, as 344) (AFRF) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas. Os defensores de sistemas de iniciativa privada apontam ...... ineficiência e ..... rigidez geralmente associadas ..... burocracias governamentais (economias estatais) e sugerem que ..... competição, antes de ser perdulária, age como um incentivo ..... eficiência e ao espírito empreendedor, conduzindo ..... queda de preços e ..... produtos e serviços de melhor qualidade. (Adaptado de Enciclopédia Compacta de Conhecimentos Gerais) a) à / a / as / a / à / à / a b) a / a / as / à / à / à / à c) a / à / as / à / a / a / à d) à / à / às / a / a / a / a e) a / a / às / a / à / à / a 345) (BANESPA) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do período abaixo. "Recorreu.........irmã e..........ela se apegou como........uma tábua de salvação." a) à − à − a b) à − a − à c) a − a − a d) à − à − à e) à − a − a 346) (TRE-SP) Disposto.......recomeçar, o auxiliar judiciário referiu-se ........palavras de apoio que ouviu,........entrada do serviço. a) à − às − a b) à − às − à c) a − as − a 43
  • 44. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA d) a − às − à e) a − as − à 347) (ANALISTA−BACEN) Para que o fragmento de texto abaixo respeite as regras de regência da norma culta, assinale a opção que preenche corretamente as lacunas na ordem indicada. Desde julho de 2000 a revista BANCO HOJE vem estimulando debate em torno das transformações que envolvem ...... implementação do SPD. O esforço empreendido é muito inferior ....... vantagens no que diz respeito ...... evolução do sistema financeiro nacional e ...... oportunidades de integração com o mercado global. (BANCO HOJE, março de 2001, com adaptações) a) à - as - à - às b) a - às - a - às c) à - às - à - as d) a - às - à - às e) a - às - a – as 348) (Aux.Cart.) A alternativa em que é facultativo o uso do acento indicativo de crase, na palavra sublinhada em passagem do texto, é: a) “Eu tive desde a infância várias vocações.” b) “Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. c) “Há três coisas (...) para as quais eu dou minha vida.” d) “Quanto a meus filhos, o nascimento deles não foi casual.” e) “Sei que um dia abrirão as asas para o vôo necessário, e eu ficarei sozinha.” 349) (AFRF) Assinale a frase na qual a palavra sublinhada não deve receber o acento indicativo de crase. a) Os apelos a internacionalização da Amazônia ganham contornos de avalanche. b) Toda manhã a esta hora, depois de ler os jornais do dia, fico deprimida. c) Aquela hora morta da madrugada todos estavam recolhidos ao leito. d) Muitas das reivindicações dos sindicatos trabalhistas, hoje, são semelhantes as da classe patronal. e) Os petroleiros apresentaram ao Ministro uma pauta de reivindicações igual a que haviam divulgado no ano anterior. 350) (T.JUD./RJ) Observe as frases: I − Não se referiram a qualquer reforma mas à de 1971. II − À língua deve-se querer como à pátria. III − Azálea está passando à azaléia. IV − A discussão era à propósito de reformas ortográficas. A ocorrência de crase está corretamente indicada: 44
  • 45. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA a) somente na I e na II b) somente na I e na IV c) somente na II e na III d) somente na II e na IV e) somente na III e na IV 351) (TALCRIM) O emprego do acento grave(`) indicativo de crase sobre o a é optativo em: a) [A lei] fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. b) A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva. c) O decreto [...] autoriza a União a propor a ação de desapropriação. d) Compete à União desapropriar por interesse social [...] o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social. e) [títulos] resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão. GABARITO 312 C 322 C 332 B 342 E 313 D 323 B 333 D 343 A 314 D 324 D 334 D 344 E 315 C 325 C 335 A 345 E 316 B 326 B 336 B 346 D 317 D 327 D 337 D 347 D 318 D 328 A 338 B 348 B 319 A 329 B 339 B 349 B 320 A 330 A 340 B 350 A 321 C 331 D 341 A 351 A 45
  • 46. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA A palavra: estrutura, processos de formação, classificação, flexão e emprego. 46
  • 47. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 47
  • 48. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 48
  • 49. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: A comunicação verbal (linguagem falada ou escrita) fundamenta-se no uso das palavras. Quando essas palavras se organizam para formar o texto, adquirem significações específicas: nomear seres, indicar suas características, sua quantidade etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez classes, denomina das classes de palavras ou classes gramaticais: Substantivo verbo Artigo advérbio Adjetivo preposição Numeral conjunção Pronome interjeição CLASSIFICAÇÃO DO SUBSTANTIVO COMUM: É aquele que indica um nome comum a todos os seres da mesma espécie. Exemplos: criança ,rio,cidade ,estado,país Coletivos:Entre os substantivos comuns encontram-se os coletivosque, embora no singular, indicam uma multiplicidade de seres da mesma espécie. Exemplos: boiada (muitos bois) cardume (muitos peixes) semana (os sete dias) PRÓPRIO: É aquele que particulariza um ser da espécie. Exemplos: João, Tietê , Recife ,Ceará ,Brasil Possuem nomes próprios, principalmente: • pessoas:José, Regina, Paulo; . • cidades:Londrina, Niterói, - São Luís; Estados: Goiás, Minas Gerais, Amazonas; • países: China, Cuba, França, Suíça; • rios: Pardo, Paranapanema, São Francisco; • animais domésticos: lulu, Cuca, Malhado. CONCRETO:É aquele que indica seres reais ou imaginários, de existência independente de outros seres. Exemplos: casa (ser real) Uruguai (ser real) bruxa (ser imaginário) saci (ser imaginário) ABSTRATO:É aquele que indica seres dependentes de outros seres. Exemplos:ódio trabalho solidão beleza Esses seres só existem em função de outros seres: o ódio é sentido por alguém (sentimento); o trabalho é realizado por alguém(ação); a solidão é o estado em que alguém se encontra (estado); a beleza é a quantidade de alguém ou de alguma coisa (qualidade). Portanto os substantivos que indica!n sentimentos, ações, estados e qualidades são abstratos. 49
  • 50. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA RELAÇÃO DE ALGUNS COLETIVOS acervo - de bens materiais, de obras de arte álbum - de fotografias, de selo, de figurinhas alcatéia - de lobos, de feras antologia, coletânea ou seleta - de textos escolhidos armada - de navios de guerra arquipélago - de ilhas arsenal - de armas e munições assembléia - de pessoas reunidas com um fim comum: parlamentares, operários etc. atlas - de mapas baixela - de utensílios de mesa banca - de examinadores bando - de aves, de cigarros, de pessoas, de malfeitores batalhão - de soldados biblioteca - de livros boiada - de bois cacho - de uvas, de bananas, de cabelos encaracolados cáfila - de camelos. Pejorativo: de bandidos, de ladrões câmara - de debutados, de senadores, de vereadores cancioneiro - de canções, de poesias canzoada - de cães caravana - de viajantes, de peregrinos cardume - de peixes chusma - de pessoas ou coisas em geral: de criados, de tristezas, de livros código - de leis colméia - de abelhas conclave - de cardeais reunidos para eleger o papa, de pessoas para tratar de um determinado assunto conselho - de ministros, de professores constelação - de estrelas cordoalha - de cordas corja - de vadios, de bandidos, de ladrões década - período de dez anos discoteca - de discos elenco - de artistas enxame - de abelhas, de insetos enxoval - de roupas e complementos esquadrilha- de aviões, de pequenos navios de guerra fauna - de todos os animais de uma região feixe - de diversos elementos: lenha, varas, ramos flora - de todas as plantas de uma região fornada - de pães, de tijolos etc frota - de navios, de carros, de ônibus galeria - de objetos de arte em geral: quadros, estátuas girândola - de foguetes, de fogos de artifício horda - de invasores, de selvagens, de interdisciplinados junta - de dois bois, de médico, de examinadores júri - de jurados 50
  • 51. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Substantivos Uniformes (uma forma) Há nomes de seres vivos que possuem uma só forma para indicar o sexo masculino e o sexo feminino. Classificam-se em: Epicenos: São substantivos de um só gênero que indicam nomes de certos animais. Para especificar o sexo são utilizadas as palavras macho ou fêmea: o crocodilo macho - o crocodilo fêmea a moscamacho - a moscafêmea Sobrecomuns: São substantivos de um só gênero que indicam tanto seres do sexo masculino como do sexo feminino: homem a criança ou mulher homem o indivíduo ou mulher homem a criatura ou mulher A identificação do sexo é feita pelo contexto. Exemplo: "Atravessei. Na soleira, encolhidinha, estava uma criança. Com as picadas da bengala ela ergueu apressadamente o rosto, descobrindo-o para a tênue claridade da luminária distante. Era uma menina. (Sérgio Faraco) Comuns de dois gêneros: São substantivos que possuem uma só forma para o masculino e o feminino, mas permitem a variação de gênero através de palavras modificadoras (artigos, adjetivos, pronomes): o meu colega fã a minha um bom estudante cliente uma boa PARTICULARIDADES DO GÊNERO GÊNEROS DE ALGUNS SUBSTANTIVOS Quanto ao gênero, alguns substantivos costumam causar dúvidas. Por isso merecem destaque. Sãomasculinos: o apêndice o formicida o dó o guaraná o clã o gengibre o eclipse o sósia o decalque o grama (peso) o telefonema Sãofemininos: a alface a dinamite a comichão a gênese a apendicite a ênfase a decalcomania a matinê a cal a entorse a derme a omoplata Admitem os dois gêneros: o ou a ágape o o ou a caudal o ou a personagem 51
  • 52. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA ou a avestruz o ou a aluvião o ou a laringe No caso do substantivo, essas variações servem para indicar o gênero, número e grau. Exemplos: garota -indicação de gênero (feminino) garotos -indicação de número (plural) garotinho -indicação de grau (diminutivo) GÊNERO DO SUBSTANTIVO Na língua portuguesa há dois gêneros: masculino efeminino. É masculino o substantivo que admite o artigo o: o ovo o armário o menino É feminino o substantivo que admite o artigo a: a janela a caneta a menina Substantivos Biformes (duas formas) Quando o substantivo indica nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino: menino (palavra masculina para indicar pessoa do sexo masculino) menina (palavra feminina para indicar pessoa do sexo feminino) peru (palavra masculina para indicar animal do sexo masculino) perua (palavra feminina para indicar animal do sexo feminino) FORMAÇÃO DO FEMININO O feminino pode ser formado: • pela troca da terminação o pora: menino - menina gato - gata • pela troca da terminação e pora: mestre – mestra elefante - elefanta • pelo acréscimo de a: francês –francesa juiz – juíza autor - autora • pela mudança do ao final em ã, oa, ona: cidadão –cidadã folião – foliona patrão - patroa • com esa, essa, isa, ina, triz: barão ---------------- baronesa poeta 52
  • 53. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA A FLEXÃO DAS PALAVRAS Estrutura das Palavras = As palavras podem ser decompostas em vários elementos chamados morfemas, isto é, elementos de estrutura das palavras. Os principais elementos mórficos são: RADICAL = É o morfema em que está a idéia principal da palavra. Por exemplo, amarelecer = amarelo + ecer enterrar = en + terra + ar pronome = pro + nome PREFIXO = É o morfema que vem antes do radical. Por exemplo, o EN de enterrar e o PRO de pronome. SUFIXO = É o morfema que vem depois do radical. Por exemplo, o ECER de amarelecer e o AR de enterrar. OBS: o prefixo e o sufixo são, também, chamados de afixos. VOGAL TEMÁTICA = É a vogal que se junta ao radical para receber as desinências gramaticais. Por exemplo, o A de FORMAR e o E de RAÍZES. DESINÊNCIAS = São morfemas gramaticais que indicam flexões das palavras. Por exemplo, o VA e o MOS de ENFRETÁVAMOS. OBS: A desinência do feminino (a) não deve ser confundida com a vogal temática (a). Ela será desinência do feminino quando for marca de gênero. Por exemplo: Cas-a (não se opõe a caso) = vogal temática. Menina (se opõe a menino) = desinência de gênero. OBSERVE O GRÁFICO SEGUINTE SOBRE AS DESINÊNCIAS: NOMINAIS GÊNERO MASCULINO(O) FEMININO(A) NÚMERO SINGULAR(NÃO HÁ) PLURAL(S) VERBAIS TEMPO E MODO VA, VE = PII (1ª C) IA, IE = PII (2ª E 3ª) RA, RE = MQP (ÁTONO) SSE = PIS RA, RE = FPI (TÔNICO) RIA, RIE = FPI R = FS 53
  • 54. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA E = PS (1ª) A = PS (2ª E 3ª) PESSOA E NÚMERO O = 1PSPI S = 2PS MOS = 1PP IS, DES = 2PP M = 3PP STE, STES = 2PPP VERBO-NOMINAIS R = INFINITIVO NDO = GERÚNDIO DO = PARTICÍPIO REGULAR Formação das Palavras = A Língua Portuguesa, como qualquer língua viva, está sempre criando novas palavras. Para criar suas novas palavras, a língua recorre a vários meios chamados processos de formação de palavras. Os principais processos de formação das palavras são: Derivação = é a formação de uma nova palavra mediante o acréscimo de elementos à palavra já existente. Derivação por Sufixação = acréscimo de um sufixo. Por exemplo, dente + ista = dentista. Derivação por Prefixação = acréscimo de um prefixo. Por exemplo, in + feliz = infeliz. Derivação por Parassíntese = acréscimo de um prefixo e um sufixo. Por exemplo, en + tarde + ecer = entardecer. Derivação Imprópria = é a mudança das classes gramaticais das palavras. Por exemplo, andar é um verbo, porém, o andar já é um substantivo. Composição = é a formação de uma nova palavra, unindo-se palavras que já existem na língua. Composição por Justaposição = nenhuma das palavras formadoras perde letra. Por exemplo, passa + tempo = passatempo. Composição por Aglutinação = pelo menos uma das palavras perde letra. Por exemplo, em + boa + hora = embora. Hibridismo = é a criação de uma nova palavra mediante a união de palavras de origem diferentes. Por exemplo, tele(origem grega) + visão(origem latina) = televisão. 54
  • 55. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Emprego das classes de palavras: 55
  • 56. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 56
  • 57. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 57
  • 58. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 58
  • 59. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA Articulações sintáticas da oração, do período simples e do período composto NA LÍNGUA PORTUGUESA O QUE É UMA ORAÇÃO? É a frase que apresenta sujeito e predicado ou apenas predicado: Nossa viagem será longa. Choveu durante a noite. A DIVISÃO DO PERÍODO E A CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES PERÍODO É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma oração). De uma forma prática, cada oração é organizada em torno de um verbo: Período simples: O amor vence sempre. Período composto: O comandante garante que a tropa chegará a tempo. RECAPITULANDO: O PERÍODO será : SIMPLES: Quando contiver uma só oração que se chama absoluta. COMPOSTO: Quando formado por duas ou mais orações. O PERÍODO COMPOSTO será, de acordo com o conectivo que reja as suas orações: 1 - COMPOSTO POR COORDENAÇÃO - se todas suas orações forem simplesmente justapostas ou regidas por e conectivos coordenativos. 2 - COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO - quando, excluída a oração principal, todas as suas orações forem regidas por conectivo subordinativo (claro ou oculto). • Assim, as orações de um PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO classificar- se-ão em: a)- ORAÇÕES ASSINDÉTICAS = se não tiverem conectivo. b)- ORAÇÕES SINDÉTICAS = se forem regidas pelas: CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: 1. ADITIVAS: e, nem (= e não), também, não só ... mas também, bem como, que (= e) etc. Ex: Ele descia a ladeira e vinha só. 2. ADVERSATIVAS: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, senão, aliás, não obstante, ainda assim, etc. Ex: Estudei muito, mas fui reprovado. 59
  • 60. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 3. ALTERNATIVAS: ou (repetida ou não), ou ... ou, quer ... quer, seja ... seja, nem ... nem, já ... já, ora ... ora, etc. Ex: Ou me retiro, ou tu te afastas. 4. CONCLUSIVAS: logo, pois (pospostas ao verbo), portanto, por isso, por conseguinte, conseguintemente, por conseqüência, conseqüentemente, assim, então, por onde, daí, etc. Ex: Os alicerces cederam, portanto o prédio caiu. 5. EXPLICATIVAS: que, porque, pois, porquanto, etc. Ex: Não saiam, pois o professor já vem. ORAÇÕES SUBORDINADAS – VEJAMOS ESTAS ARTICULAÇÕES Por sua vez, as ORAÇÕES SUBORDINADAS assim se dividem: 1. SUBSTANTIVAS: (têm valor de substantivos) - que são introduzidas pelas conjunções integrantes: QUE, SE, COMO: As ORAÇÕES SUBSTANTIVAS se subdividem em: 1.1 - OBJETIVAS DIRETAS: quando completam o sentido de um verbo transitivo direto, ao qual se ligam diretamente sem auxílio de preposição: Ex: Quero que venhas. 1.2 - OBJETIVAS INDIRETAS: que completam o sentido de um verbo transitivo indireto, ligando-se a este com auxílio de uma preposição. Ex: Tudo depende de que venhas. 1.3 - PREDICATIVAS: que completam o sentido de um verbo de ligação. Ex: O meu desejo é que venhas. 1.4 - COMPLETIVAS NOMINAIS: que completam o sentido de um nome de significação incompleta (substantivo, adjetivo ou advérbio), ao qual se ligam por meio de uma preposição. Ex: Tenho certeza de que jamais os esqueceremos. 1.5 - APOSITIVAS: que vêm após dois pontos (:), explicando um termo anterior, funcionando exatamente como um aposto. Ex: Só lhe digo isto: que jamais o esquecerei. OBS: Vez por outra, a oração subordinada substantiva apositiva poderá vir sem o conectivo expresso: este estará subentendido e a oração terá valor apositivo, assim: Ex: Só te peço uma coisa: não deixes a porta aberta. (que não deixes a porta aberta). 1.6 - SUBJETIVAS: que funcionam como SUJEITO de um verbo, apresentando as seguintes características: - exerce a função de SUJEITO de um verbo de outra oração, 60
  • 61. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA geralmente da anterior. - liga-se à outra oração através das conjunções integrantes QUE, SE, COMO. - a oração a que se liga tem o verbo na 3a pessoa do singular e nunca em outra; - A oração a que se liga a SUBJETIVA tem uma destas características: a)- Verbo na passiva pronominal (VTD na 3a pessoa do singular + pronome apassivador SE. b)- Verbo na passiva analítica (Verbo SER, ESTAR, FICAR na 3a pessoa do singular +particípio do VTD); c)- verbo de ligação na 3a pessoa do singular + predicativo. d)- verbos intransitivos ou transitivos tomados intransitivamente na 3a pessoa do singular como: acontece, urge, consta, parece, importa, convém, admira, cumpre, ocorre, etc., geralmente no princípio do período. Exemplos: Noticiou-se por aí que é duvidosa a vinda deles. “Senhor, é bom que estejamos aqui”. (Mateus 17,4) É arriscado que eles venham por este caminho. Ficou combinado que elas viriam para os jogos olímpicos. Importa que eles não conversem em sala. Foi noticiado pelo rádio que um incêncio destruiu o edifício. Cumpre que cheguem à hora certa. Informou-se oficialmente que o Governador chagará amanhã. 2. ADJETIVAS: (têm valor de adjetivo) - que são introduzidas por pronomes relativos e se subdividem em: a)- RESTRITIVAS: Restringem a significação do substantivo ou do pronome antecedente. Indispensável ao sentido da frase. Não se separa por vírgula da oração principal. Ex: O grande obstáculo que o grupo enfrenta é a travessia do Liso do Sussuarão. b)- EXPLICATIVAS: Acrescentam uma qualidade acessória ao antecedente. Vêm entre vírgulas e, se retiradas do período, não fazem falta ao sentido. Ex: Grande sertão: veredas, que foi publicado em 1956, causou muito impacto. As ORAÇÕES ADJETIVAS são introduzidas pelos PRONOMES RELATIVOS : 61
  • 62. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA QUE, quem (=aquele que), o qual, a qual, os quais, as quais, cujo (= do qual), cuja, cujos, cujas, ONDE (= no qual + variações), quanto, quantos, quanta, quantas, etc. Ex: “Minha terra tem palmeiras ONDE canta o sabiá”. (G.Dias) O menino cujo pai eu vi é meu aluno. “QUEM for brasileiro siga-me!” = Aquele que for brasileiro siga me! Que você sinta a minha amizade em tudo quanto lhe ofereci. 3. ADVERBIAIS: que funcionam como adjunto adverbial de outra oração e vêm, normalmente, introduzidas por conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que introduzem as orações substantivas). CLASSIFICAÇÃO DA ORAÇÃO ADVERBIAL De acordo com a conjunção subordinativa ou locução conjuntiva que a inicie, a oração subordinada adverbial assim se classifica: Temporal - Causal - Final - Comparativa - Consecutiva - Concessiva - Conformativa - Condicional - Proporcional, conforme seja introduzida respectivamente por uma das CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS. 1. TEMPORAIS = quando, enquanto, logo que, desde que, apenas, até que, antes que, depois que, senão quando, sempre que, assim que, todas as vezes que, cada vez que, etc. Ex: Quando leio alguns poemas de João Cabral, formam-se várias figuras geométricas em minha mente. 2. CAUSAIS = porque, pois, porquanto, como (=porque), pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como etc. Ex: Como aqui a morte é tanta, vivo de a morte ajudar. 3. FINAIS = para que, a fim de que, que, porque (= para que) etc. Ex: Tudo farei para que tu voltes. 4. COMPARATIVAS = que, do que ( depois de: mais, menos, maior, menor, melhor, pior), qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como, etc. Ex: Ela agia como um idiota. 5. CONSECUTIVAS = que (combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão, tamanho, presentes ou latentes na oração anterior) de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que (às vezes separadamente) etc. Ex: Leu tanto as poesias de João Cabral que passou a escrever como ele. 6. CONCESSIVAS = embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por menos que, apesar de que, etc. Ex: Ainda que ela se esforce, não vai ter sucesso. 62
  • 63. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA 7. CONFORMATIVAS = conforme, segundo, consoante, como (= conforme), da mesma maneira que, de modo que, assim como, bem como, como que, etc. Ex: Conforme você já estudou, o lirismo decorre da preocupação do poeta com o próprio “eu”. 8.CONDICIONAIS: = se, salvo se, exceto se, caso, contanto que, sem que, a não ser que, dado caso que, a menos que, etc. Ex: “... se o compadre soubesse rezar... trabalhávamos meias”. 9. PROPORCIONAIS = à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, quanto mais ... tanto mais, quanto menos ... tanto mais, etc. Ex: À medida que crescia, ficava mais alienado de tudo. Outros Exemplos: 1. “Antes que a Terra fosse feita, eu já existia”. 2. “É o que te digo: vou e vou, porque devo, porque quero, porque é do meus direito. “ (L.Barreto) 3. “... era uma manobra para chamar a atenção das tropas, a fim de que os jagunços saíssem...” (A.Arinos) 4. “As idéias amortecem como a brasa do cigarro.” (G. Ramos) 5. “O caminho é tão comprido que não tem fim. “ (J. de lima) 6. “Por mais que se busque o segredo dessa perfeição, ele ficará impenetrável”. 7. “Conforme declarei, Madalena possuía excelente coração.” (G. Ramos) 8. “Que emprego preferes? - O que quiser, meu tio, contanto que eu trabalhe.” (M. de Assis) 9. “Vão os hóspedes saindo do banquete, à proporção que outros chegam e ocupam o seu lugar”.(M. de A.) AS ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS – VEJAMOS ESTAS ARTICULAÇÕES: Dá-se o nome de ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS às que não se iniciam por pronomes relativos nem por conjunção subordinativa e que têm VERBO numa das FORMAS NOMINAIS: INFINITIVO, PARTICÍPIO, GERÚNDIO. Em geral, podem ser desenvolvidas em orações subordinadas, raramente em coordenadas, com o conectivo claro e o verbo no modo finito. Classificam-se como as correspondentes desenvolvidas, acrescentando-se: reduzida de infinitivo, gerúndio ou particípio, conforme a forma nominal em que se encontre o verbo, como neste exemplo: “Conhecendo o professor os alunos, não os teria castigado.” Oração principal: Não os teria castigado. Oração subordinada Adverbial condicional reduzida de gerúndio: Conhecendo o 63
  • 64. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA professor os alunos (Se o professor conhecesse os alunos). São características das ORAÇÕES REDUZIDAS, vejamos estas articulações: 1. Não vêm introduzidas por conectivo. 2. Têm o verbo em uma das formas nominais: INFINITIVO, GERÚNDIO, PARTICÍPIO. É, pois, a forma nominal do verbo que indica ser reduzida a oração. Havendo locução verbal, é o auxiliar que nos indica se estamos ou não diante de uma reduzida e qual o seu tipo. “Estamos viajando”, “tem estudado”, “somos amados” “é odiado” não constituem orações reduzidas, porque os auxiliares não se acham representados por uma forma nominal. 1. Oração reduzida de infinitivo “Era bom ouvir o seu barulho” (verbo no infinitivo) Como classificar a oração reduzida? Basta desenvolvê-la, utilizando a conjunção ou o pronome relativo. Assim: Era bom que ouvisse o seu barulho. (Oração subordinada substantiva subjetiva) Portanto, a oração “ouvir o seu barulho” é subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo. 2. Oração reduzida de gerúndio Vi um menino gritando desesperadamente pelas ruas. (verbo no gerúndio) Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Vi um menino que gritava desesperadamente pelas ruas. (Oração subordinada adjetiva restritiva) Portanto, a oração “gritando desesperadamente pelas ruas” é subordinada adjetiva restritiva reduzida de gerúndio. Observação: A oração reduzida de gerúndio pode aparecer também no período composto por coordenação. Veja: Respondeu a mãe, derretendo-se de gosto. ( Respondeu a mãe e derreteu-se de gosto.) Levantou-se da cadeira, fechando o jornal com decisão. (Levantou-se da cadeira e fechou o jornal com decisão.) 3. Oração reduzida de particípio Terminada a leitura, foram passear. (verbo no particípio) Desenvolvendo a oração reduzida, temos: Quando terminaram a leitura, foram passear. (Oração subordinada adverbial temporal) Portanto, a oração “terminada a leitura” é subordinada adverbial temporal reduzida de particípio. 64
  • 65. EDITORA TRADIÇÃO MÓDULO DE LÍNGUA PORTUGUESA A sintaxe de concordância nominal, de concordância verbal, de regência nominal, de regência verbal e de colocação. SINTAXE DE CONCORDÂNCIA Concordância Verbal e Nominal Observe: As crianças estão animadas. Crianças animadas. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem. Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. CONCORDÂNCIA VERBAL Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. a) Sujeito Simples Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos: A orquestra tocou uma valsa longa. 3ª p. Singular 3ª p. Singular Os pares que rodeavam a nós dançavam bem. 3ª p. Plural 3ª p. Plural Casos Particulares Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir. 1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. 65