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Análise crítica ao Modelo de Auto – Avaliação das Bibliotecas
Escolares

                                 Nota introdutória

       A presente reflexão surge no âmbito da 2ª tarefa da Acção de Formação
relativa ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, e teve como suporte
a literatura recomendada no guia da sessão, alguma literatura de outras acções de
formação que tenho frequentado e, naturalmente, leituras soltas que sempre se vão
fazendo.
       Devo dizer, que tenho sentido alguma dificuldade no que respeita à literatura
em língua inglesa porque o meu domínio da língua não me permite fazer uma
tradução com rigor. Esta dificuldade tem sido limitadora das minhas aprendizagens,
mas tenho-me socorrido de algumas traduções, que nem sempre são fiéis ao original
e se não tivermos já algum conhecimento da matéria, ou se não dispormos de outro
suporte informativo, poderão induzir a uma interpretação incorrecta da informação.
       Este Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, surge na sequência
de estudos internacionais feitos na área e pretende ser um documento pedagógico,
orientador da qualidade do desempenho e do trabalho desenvolvido na e pela BE,
apontando, também, para uma reflexão orientada para a mudança.
        “…a avaliação não constitui um fim, devendo ser entendida como um
processo que deverá conduzir à reflexão e deverá originar mudanças concretas na
prática.” (RBE,Modelo de Auto – Avaliação da Biblioteca Escolar, 2008).


       O modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos
implicados


       O modelo de auto – avaliação tem como objectivo proporcionar às bibliotecas
escolares um instrumento que, por um lado, identifique as áreas de sucesso, e, por
outro, detecte os resultados menos conseguidos e que requerem, assim, uma acção
com vista à melhoria ou até à mudança das práticas. É um modelo que visa dotar a
Biblioteca escolar de um meio de aferir o cumprimento da sua missão e objectivos.
       Apesar de reconhecer as virtudes do modelo e a sua importância como
instrumento orientador de um desempenho de qualidade nas BEs, acho-o de difícil
implementação. A sua operacionalização não depende apenas da vontade e do
desempenho do professor bibliotecário e da sua equipa, mas também da colaboração
das restantes estruturas pedagógicas e, fundamentalmente, do envolvimento da
Direcção da escola. Ora, pelo que nos foi dado conhecer através da análise SWOT já
efectuada, esse é apontado como ponto fraco e/ou ameaça pela esmagadora maioria
dos formandos, no que respeita à realidade das suas escolas, e a minha é uma dessas.
Não obstante, este ano estar a investir bastante nesse domínio, cativar e motivar os
professores para um trabalho mais colaborante com a BE, e já com alguns resultados
positivos à vista, a verdade é que sinto que estamos ainda a dar os primeiros passos
nessa matéria. Há ainda um longo caminho a percorrer até se conseguir
operacionalizar, com sucesso, este modelo de modo a que o desempenho da BE possa
ser alvo de uma avaliação coerente e criteriosa. Fui coordenadora da BE entre
2003/2004 e 2007/2008 e em todas as formações que fiz, seminários, reuniões e
sessões em que estive presente, a tónica incidia sobre a formação de utilizadores e a
promoção da leitura e das literacias, daí que todo o nosso investimento fosse nessas
áreas. Actualmente, não descurando esse campo, e outros, o paradigma parece
assentar a sua tónica (e com toda a propriedade) no apoio ao desenvolvimento
curricular. É evidente que este domínio e todos os outros, enquanto missão da
biblioteca escolar, estão, intrinsecamente, ligados, só que não havia a preocupação
de uma recolha de evidências, sistemática, como se fazia para os outros domínios
que citei. Por outro lado, todos sabemos que não é possível desenvolver um trabalho
produtivo se não houver a colaboração incondicional dos docentes. Apesar das
conquistas efectuadas, que no meu caso considero titânicas se comparar com a
realidade de anos anteriores, sinto que estamos a iniciar uma caminhada onde,
apesar de tudo, se vislumbra luz nos seus atalhos. Mas é preciso tempo, paciência,
persistência…
       É inquestionável que a avaliação é importante e funciona como instrumento
condutor da nossa actividade profissional, pois, só assim podemos reflectir e
melhorar/inovar as nossas práticas pedagógicas, ao mesmo tempo que damos
visibilidade ao trabalho desenvolvido.
       Na sequência das leituras efectuadas, sendo o modelo de auto – avaliação um
instrumento pedagógico e de melhoria, tem implicados vários conceitos: o conceito
de valor – a experiência evita a repetição de erros e a introdução de novos
comportamentos e atitudes. A eficácia, em que é avaliada a acção da biblioteca
através do impacto que tem nas aprendizagens dos alunos. Depois, a partir dos
resultados deve traçar linhas de actuação para levar à mudança, que é outro
conceito implicado neste processo. Outro conceito muito importante, segundo a visão
de Ross Todd, é o de evidence – based practice – recolha de evidências associadas
ao trabalho do dia-a-dia. “…school libraries need to systematically collect evidence
that shows how their practices impact student achievement; the development of deep
knowledge and understanding; and the competencies and skills for thinking, living, and
working.” (texto da sessão, pág.3). A quantidade e qualidade de recolha de evidências
deverá dar pistas ou fornecer informações sobre determinada situação com vista à
melhoria. As práticas de pesquisa/acção, são igualmente importantes na relação que
estabelecem     entre   os   processos   e   o   impacto   ou   valor   que    originam.




       Pertinência da existência de um modelo de avaliação para as Bibliotecas
escolares


        Durante anos, a avaliação das bibliotecas resumia-se a um relatório final
baseado em dados estatísticos, que na maioria das vezes identificavam apenas
factores quantitativos do serviço realizado. Baseava-se nos inputs (colecção
existente, recursos humanos, verbas gastas,)e nos outputs (número de empréstimos,
de visitas, ) que foi ultrapassada pela necessidade de medir o impacto e os benefícios
que os utilizadores retiram do uso e contacto com os serviços da Biblioteca.
         Hoje, a avaliação centra-se, especialmente, no impacto qualitativo da
biblioteca, isto é, na aferição das modificações positivas que o seu funcionamento
tem nas atitudes, valores e conhecimentos dos utilizadores” (p.4 do texto da sessão).
       É importante que a avaliação se faça com rigor, objectividade e, acima de
tudo, com carácter formativo e adequada à realidade de cada biblioteca, permitindo
a identificação das necessidades e os pontos fracos, tendo em vista a sua melhoria.
       Neste contexto, tornou-se imperiosa a adopção de um modelo regulador,
baseado na recolha de evidências, onde possam ser identificados pontos fortes,
fraquezas, necessidades, ameaças, para que se possam definir estratégias com vista
à melhoria da qualidade do desempenho da BE, ou seja, da sua eficácia (e eficiência
também) no processo de aprendizagem dos alunos e nos serviços que presta aos seus
utilizadores.




       Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos


       A organização estrutural do modelo de avaliação integra as diferentes funções
que são atribuídas à BE e organiza-se em quatro domínios, que, por sua vez, ainda se
subdividem, a saber:
 A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
             - Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os
                docentes
             - Desenvolvimento da literacia da informação
           B. Leitura e Literacias
           C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
             Comunidade
             - Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento
                curricular
             - Projectos e parcerias
           D. Gestão da Biblioteca Escolar
             - Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços
               prestados pela BE
             - Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
             - Gestão da colecção/da informação


      Este modelo refere, ainda, os indicadores, os factores críticos de sucesso e os
instrumentos para a recolha de evidências. Em termos teóricos parece-me um bom
documento orientador. Quanto à sua exequibilidade, tenho as minha dúvidas. O
modelo aponta, e bem, para a integração da BE na escola, através do envolvimento
de professores, alunos e famílias no processo de avaliação, pressupondo que as
acções de melhoria sejam um compromisso de toda a comunidade educativa. Ora
aqui é que reside o grande problema! Como envolver todos estes agentes?!
      Por outro lado, a sua aplicação pressupõe registos sistemáticos e tratamentos
estatísticos nem sempre fáceis de concretizar, representando ainda, uma excessiva
sobrecarga de trabalho para o coordenador e equipa da BE, retirando-lhe tempo à
realização de outras tarefas de organização e gestão e dinamização de actividades,
principalmente quando os recursos humanos são escassos.
      Afigura-se-me, portanto, um documento muito extenso e de difícil, se não
impossível, aplicação prática, dada a sua natureza complexa e a realidade das
bibliotecas escolares portuguesas. Continuo a repetir que para a sua exequibilidade
também é necessário accionarem-se mecanismos que conduzam a uma maior
mobilização e responsabilização de todas as estruturas pedagógicas da escola e de
todos os agentes da educação.
      Contudo, considero que a aplicação do modelo poderá ser uma oportunidade
para a escola reconhecer o contributo que a BE pode dar ao ensino / aprendizagem e
ao sucesso educativo dos alunos, devendo ser entendido como um processo de
progressiva evolução e de melhoramento.


      Integração/Aplicação à realidade da escola


      A integração da avaliação na escola pressupõe a motivação individual da
equipa da biblioteca escolar e uma liderança forte do seu coordenador, mobilizando
a escola para a necessidade da implementação deste processo avaliativo. O
coordenador também deve estar motivado e sentir este processo como fundamental
e útil para a valorização e melhoramento dos serviços prestados pela BE. Outro ponto
fundamental para implementar com êxito, o processo de avaliação da BE, é que o
coordenador/ professor bibliotecário tenha formação a nível da avaliação mas que
não seja descurada a formação dos restantes elementos. Também é necessário que o
modela pressuponha alguma flexibilidade e adaptabilidade à realidade de cada
escola /agrupamento.
      Tal como faz referência o texto da sessão, a implementação deste modelo irá
obrigar a uma intensa agenda de trabalhos por parte do professor bibliotecário, o
qual deverá motivar e reunir com todos os implicados no processo. A aplicação do
modelo vai exigir uma metodologia de sensibilização e de readiness que requer:
      1. A mobilização da equipa para a necessidade de fazer diagnósticos/avaliar
          o impacto e o valor da BE na escola que serve;
      2. Jornadas formativas para a equipa e para outros na escola;
      3. A comunicação      constante com o órgão directivo, justificando a
          necessidade e o valor da implementação do processo de avaliação;
      4. A apresentação e discussão do processo no Conselho Pedagógico;
      5. Aproximação/diálogo com departamentos e professores. Criação e difusão
          de informação/calendarização sobre o processo e sobre o contributo de
          cada um no processo.
Relativamente ao ponto 1, gostaria de salientar que na BE onde exerço funções, é a
primeira experiência de todos os elementos da equipa, à excepção da professora
bibliotecária, em matéria de trabalho na biblioteca, nunca fizeram qualquer
formação nessa área e, para além da actividade lectiva, exercem outros cargos que
já os sobrecarrega imenso (direcção de turma, coordenação de projectos,).
Quanto aos restantes pontos e atendendo à realidade actual das escolas, penso que
ainda há muito trabalho a fazer, sobretudo no que toca à sensibilização e
mobilização dos restantes intervenientes do processo. Como já tenho referido várias
vezes, é fundamental a sensibilização e o envolvimento do Órgão Directivo, o que
ainda não está a ser conseguido, em parte, porque os próprios dirigentes também
ainda não receberam qualquer formação nessa matéria.
Do meu ponto de vista seria importante que os órgãos directivos e outras estruturas
pedagógicas da escola, tomassem conhecimento da dimensão da aplicação deste
modelo, e o que ele implica em termos de mais valia da BE para o processo de
ensino-aprendizagem, para o desenvolvimento de competências ao nível do saber
fazer, enfim, para o sucesso educativo, através de outras instâncias que não apenas o
professor bibliotecário. É fundamental que essas informações/orientações também
venham para aquelas estruturas de instâncias superiores.


       Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na sua
aplicação


            Neste processo o professor bibliotecário tem o difícil, mas desafiador e
   privilegiado papel, de articular com e entre os diversos actores da aprendizagem
   e demais estruturas educativas da escola. Na aplicação deste processo de
   avaliação, o professor bibliotecário deve assumir-se, sobretudo, como um
   orientador. Deve saber exercer influência junto dos professores e órgão de
   direcção,    ser   persuasivo,   observador   e   investigativo,   saber   estabelecer
   prioridades, saber trabalhar em parceria com os outros colegas, saber gerir
   recursos e ser promotor dos serviços e recursos, ser capaz de ver no geral “ the
   big picture”, ser um comunicador efectivo no seio da instituição, ser útil,
   relevante e considerado pelos outros membros da comunidade educativa, ser
   gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola. O coordenador da BE deve
   pensar estrategicamente e comunicar continuamente. Deve saber argumentar
   que o que está em causa é a biblioteca e a sua projecção no resultado das
   aprendizagens futuras.
            Enfim, dever ser um especialista em matéria de relações humanas,
   liderança, gestão, dinamização cultural…! Um super-homem ou uma super-
   mulher! E… muito corajoso(a), porque conhecedor de tudo isto preteriu a sua
   actividade lectiva para abraçar este desafio!!!
Bibliografia:


Texto da sessão: “O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares” Disponível
na plataforma.

Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009]

Todd, Ross, (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-
based practice”. 68th IFLA Council and General Conference August.

<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html>

Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School
Library Journal. 4/1/2008

<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html>

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares (2008). Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/np4/31.html
[20/08/2008]


Formanda:

Aurélia Fernandes

13 de Novembro de 2009

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2ª SessãO ComentáRio CríTico Ao Modelo De Auto AvaliaçãO Da Be

  • 1. Análise crítica ao Modelo de Auto – Avaliação das Bibliotecas Escolares Nota introdutória A presente reflexão surge no âmbito da 2ª tarefa da Acção de Formação relativa ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, e teve como suporte a literatura recomendada no guia da sessão, alguma literatura de outras acções de formação que tenho frequentado e, naturalmente, leituras soltas que sempre se vão fazendo. Devo dizer, que tenho sentido alguma dificuldade no que respeita à literatura em língua inglesa porque o meu domínio da língua não me permite fazer uma tradução com rigor. Esta dificuldade tem sido limitadora das minhas aprendizagens, mas tenho-me socorrido de algumas traduções, que nem sempre são fiéis ao original e se não tivermos já algum conhecimento da matéria, ou se não dispormos de outro suporte informativo, poderão induzir a uma interpretação incorrecta da informação. Este Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, surge na sequência de estudos internacionais feitos na área e pretende ser um documento pedagógico, orientador da qualidade do desempenho e do trabalho desenvolvido na e pela BE, apontando, também, para uma reflexão orientada para a mudança. “…a avaliação não constitui um fim, devendo ser entendida como um processo que deverá conduzir à reflexão e deverá originar mudanças concretas na prática.” (RBE,Modelo de Auto – Avaliação da Biblioteca Escolar, 2008). O modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados O modelo de auto – avaliação tem como objectivo proporcionar às bibliotecas escolares um instrumento que, por um lado, identifique as áreas de sucesso, e, por outro, detecte os resultados menos conseguidos e que requerem, assim, uma acção com vista à melhoria ou até à mudança das práticas. É um modelo que visa dotar a Biblioteca escolar de um meio de aferir o cumprimento da sua missão e objectivos. Apesar de reconhecer as virtudes do modelo e a sua importância como instrumento orientador de um desempenho de qualidade nas BEs, acho-o de difícil implementação. A sua operacionalização não depende apenas da vontade e do desempenho do professor bibliotecário e da sua equipa, mas também da colaboração das restantes estruturas pedagógicas e, fundamentalmente, do envolvimento da Direcção da escola. Ora, pelo que nos foi dado conhecer através da análise SWOT já
  • 2. efectuada, esse é apontado como ponto fraco e/ou ameaça pela esmagadora maioria dos formandos, no que respeita à realidade das suas escolas, e a minha é uma dessas. Não obstante, este ano estar a investir bastante nesse domínio, cativar e motivar os professores para um trabalho mais colaborante com a BE, e já com alguns resultados positivos à vista, a verdade é que sinto que estamos ainda a dar os primeiros passos nessa matéria. Há ainda um longo caminho a percorrer até se conseguir operacionalizar, com sucesso, este modelo de modo a que o desempenho da BE possa ser alvo de uma avaliação coerente e criteriosa. Fui coordenadora da BE entre 2003/2004 e 2007/2008 e em todas as formações que fiz, seminários, reuniões e sessões em que estive presente, a tónica incidia sobre a formação de utilizadores e a promoção da leitura e das literacias, daí que todo o nosso investimento fosse nessas áreas. Actualmente, não descurando esse campo, e outros, o paradigma parece assentar a sua tónica (e com toda a propriedade) no apoio ao desenvolvimento curricular. É evidente que este domínio e todos os outros, enquanto missão da biblioteca escolar, estão, intrinsecamente, ligados, só que não havia a preocupação de uma recolha de evidências, sistemática, como se fazia para os outros domínios que citei. Por outro lado, todos sabemos que não é possível desenvolver um trabalho produtivo se não houver a colaboração incondicional dos docentes. Apesar das conquistas efectuadas, que no meu caso considero titânicas se comparar com a realidade de anos anteriores, sinto que estamos a iniciar uma caminhada onde, apesar de tudo, se vislumbra luz nos seus atalhos. Mas é preciso tempo, paciência, persistência… É inquestionável que a avaliação é importante e funciona como instrumento condutor da nossa actividade profissional, pois, só assim podemos reflectir e melhorar/inovar as nossas práticas pedagógicas, ao mesmo tempo que damos visibilidade ao trabalho desenvolvido. Na sequência das leituras efectuadas, sendo o modelo de auto – avaliação um instrumento pedagógico e de melhoria, tem implicados vários conceitos: o conceito de valor – a experiência evita a repetição de erros e a introdução de novos comportamentos e atitudes. A eficácia, em que é avaliada a acção da biblioteca através do impacto que tem nas aprendizagens dos alunos. Depois, a partir dos resultados deve traçar linhas de actuação para levar à mudança, que é outro conceito implicado neste processo. Outro conceito muito importante, segundo a visão de Ross Todd, é o de evidence – based practice – recolha de evidências associadas ao trabalho do dia-a-dia. “…school libraries need to systematically collect evidence that shows how their practices impact student achievement; the development of deep
  • 3. knowledge and understanding; and the competencies and skills for thinking, living, and working.” (texto da sessão, pág.3). A quantidade e qualidade de recolha de evidências deverá dar pistas ou fornecer informações sobre determinada situação com vista à melhoria. As práticas de pesquisa/acção, são igualmente importantes na relação que estabelecem entre os processos e o impacto ou valor que originam. Pertinência da existência de um modelo de avaliação para as Bibliotecas escolares Durante anos, a avaliação das bibliotecas resumia-se a um relatório final baseado em dados estatísticos, que na maioria das vezes identificavam apenas factores quantitativos do serviço realizado. Baseava-se nos inputs (colecção existente, recursos humanos, verbas gastas,)e nos outputs (número de empréstimos, de visitas, ) que foi ultrapassada pela necessidade de medir o impacto e os benefícios que os utilizadores retiram do uso e contacto com os serviços da Biblioteca. Hoje, a avaliação centra-se, especialmente, no impacto qualitativo da biblioteca, isto é, na aferição das modificações positivas que o seu funcionamento tem nas atitudes, valores e conhecimentos dos utilizadores” (p.4 do texto da sessão). É importante que a avaliação se faça com rigor, objectividade e, acima de tudo, com carácter formativo e adequada à realidade de cada biblioteca, permitindo a identificação das necessidades e os pontos fracos, tendo em vista a sua melhoria. Neste contexto, tornou-se imperiosa a adopção de um modelo regulador, baseado na recolha de evidências, onde possam ser identificados pontos fortes, fraquezas, necessidades, ameaças, para que se possam definir estratégias com vista à melhoria da qualidade do desempenho da BE, ou seja, da sua eficácia (e eficiência também) no processo de aprendizagem dos alunos e nos serviços que presta aos seus utilizadores. Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos A organização estrutural do modelo de avaliação integra as diferentes funções que são atribuídas à BE e organiza-se em quatro domínios, que, por sua vez, ainda se subdividem, a saber:
  • 4.  A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular - Articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os docentes - Desenvolvimento da literacia da informação  B. Leitura e Literacias  C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à Comunidade - Apoio a actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular - Projectos e parcerias  D. Gestão da Biblioteca Escolar - Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços prestados pela BE - Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços - Gestão da colecção/da informação Este modelo refere, ainda, os indicadores, os factores críticos de sucesso e os instrumentos para a recolha de evidências. Em termos teóricos parece-me um bom documento orientador. Quanto à sua exequibilidade, tenho as minha dúvidas. O modelo aponta, e bem, para a integração da BE na escola, através do envolvimento de professores, alunos e famílias no processo de avaliação, pressupondo que as acções de melhoria sejam um compromisso de toda a comunidade educativa. Ora aqui é que reside o grande problema! Como envolver todos estes agentes?! Por outro lado, a sua aplicação pressupõe registos sistemáticos e tratamentos estatísticos nem sempre fáceis de concretizar, representando ainda, uma excessiva sobrecarga de trabalho para o coordenador e equipa da BE, retirando-lhe tempo à realização de outras tarefas de organização e gestão e dinamização de actividades, principalmente quando os recursos humanos são escassos. Afigura-se-me, portanto, um documento muito extenso e de difícil, se não impossível, aplicação prática, dada a sua natureza complexa e a realidade das bibliotecas escolares portuguesas. Continuo a repetir que para a sua exequibilidade também é necessário accionarem-se mecanismos que conduzam a uma maior mobilização e responsabilização de todas as estruturas pedagógicas da escola e de todos os agentes da educação. Contudo, considero que a aplicação do modelo poderá ser uma oportunidade para a escola reconhecer o contributo que a BE pode dar ao ensino / aprendizagem e
  • 5. ao sucesso educativo dos alunos, devendo ser entendido como um processo de progressiva evolução e de melhoramento. Integração/Aplicação à realidade da escola A integração da avaliação na escola pressupõe a motivação individual da equipa da biblioteca escolar e uma liderança forte do seu coordenador, mobilizando a escola para a necessidade da implementação deste processo avaliativo. O coordenador também deve estar motivado e sentir este processo como fundamental e útil para a valorização e melhoramento dos serviços prestados pela BE. Outro ponto fundamental para implementar com êxito, o processo de avaliação da BE, é que o coordenador/ professor bibliotecário tenha formação a nível da avaliação mas que não seja descurada a formação dos restantes elementos. Também é necessário que o modela pressuponha alguma flexibilidade e adaptabilidade à realidade de cada escola /agrupamento. Tal como faz referência o texto da sessão, a implementação deste modelo irá obrigar a uma intensa agenda de trabalhos por parte do professor bibliotecário, o qual deverá motivar e reunir com todos os implicados no processo. A aplicação do modelo vai exigir uma metodologia de sensibilização e de readiness que requer: 1. A mobilização da equipa para a necessidade de fazer diagnósticos/avaliar o impacto e o valor da BE na escola que serve; 2. Jornadas formativas para a equipa e para outros na escola; 3. A comunicação constante com o órgão directivo, justificando a necessidade e o valor da implementação do processo de avaliação; 4. A apresentação e discussão do processo no Conselho Pedagógico; 5. Aproximação/diálogo com departamentos e professores. Criação e difusão de informação/calendarização sobre o processo e sobre o contributo de cada um no processo. Relativamente ao ponto 1, gostaria de salientar que na BE onde exerço funções, é a primeira experiência de todos os elementos da equipa, à excepção da professora bibliotecária, em matéria de trabalho na biblioteca, nunca fizeram qualquer formação nessa área e, para além da actividade lectiva, exercem outros cargos que já os sobrecarrega imenso (direcção de turma, coordenação de projectos,). Quanto aos restantes pontos e atendendo à realidade actual das escolas, penso que ainda há muito trabalho a fazer, sobretudo no que toca à sensibilização e mobilização dos restantes intervenientes do processo. Como já tenho referido várias
  • 6. vezes, é fundamental a sensibilização e o envolvimento do Órgão Directivo, o que ainda não está a ser conseguido, em parte, porque os próprios dirigentes também ainda não receberam qualquer formação nessa matéria. Do meu ponto de vista seria importante que os órgãos directivos e outras estruturas pedagógicas da escola, tomassem conhecimento da dimensão da aplicação deste modelo, e o que ele implica em termos de mais valia da BE para o processo de ensino-aprendizagem, para o desenvolvimento de competências ao nível do saber fazer, enfim, para o sucesso educativo, através de outras instâncias que não apenas o professor bibliotecário. É fundamental que essas informações/orientações também venham para aquelas estruturas de instâncias superiores. Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na sua aplicação Neste processo o professor bibliotecário tem o difícil, mas desafiador e privilegiado papel, de articular com e entre os diversos actores da aprendizagem e demais estruturas educativas da escola. Na aplicação deste processo de avaliação, o professor bibliotecário deve assumir-se, sobretudo, como um orientador. Deve saber exercer influência junto dos professores e órgão de direcção, ser persuasivo, observador e investigativo, saber estabelecer prioridades, saber trabalhar em parceria com os outros colegas, saber gerir recursos e ser promotor dos serviços e recursos, ser capaz de ver no geral “ the big picture”, ser um comunicador efectivo no seio da instituição, ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade educativa, ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola. O coordenador da BE deve pensar estrategicamente e comunicar continuamente. Deve saber argumentar que o que está em causa é a biblioteca e a sua projecção no resultado das aprendizagens futuras. Enfim, dever ser um especialista em matéria de relações humanas, liderança, gestão, dinamização cultural…! Um super-homem ou uma super- mulher! E… muito corajoso(a), porque conhecedor de tudo isto preteriu a sua actividade lectiva para abraçar este desafio!!!
  • 7. Bibliografia: Texto da sessão: “O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares” Disponível na plataforma. Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”, School Library Journal. 9/1/2002 <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [13/10/2009] Todd, Ross, (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence- based practice”. 68th IFLA Council and General Conference August. <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> Todd, Ross (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”. School Library Journal. 4/1/2008 <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA6545434.html> Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (2008). Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/np4/31.html [20/08/2008] Formanda: Aurélia Fernandes 13 de Novembro de 2009