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FAUSTO
Johann Wolfgang von Goethe
O ENREDO
• A ação começa ainda no Prólogo com uma aposta, entre
Mefistófeles e o Senhor sobre a posse da alma de Fausto que
há muito lutava por obter conhecimento; o Senhor diz que
Fausto serve o seu plano, uma vez que será levado em
direção à luz, mas dá liberdade de ação a Mefistófeles para o
desviar.
“De forma estranha ele vos serve, Mestre!
Não é do louco, a nutrição terrestre.
Fermento o impele ao infinito,
Semiconsciente é de seu vão conceito;
Do céu exige o âmbito irrestrito
Como da terra o gozo mais perfeito,
E o que lhe é perto, bem como o infinito, Fausto assina com o seu sangue o pacto
Não lhe contenta o tumultuoso peito.” (pág. 29)
Primeira Parte
• Desgostoso de verificar que toda a sua vida de estudo a nada conduzira, Fausto invoca
o Espírito da Terra mas não obtém qualquer ajuda da sua parte. Assim, quando
Mefistófeles vem ter consigo, não hesita em negociar um pacto, que assina com o seu
sangue, segundo o qual aquele dar-lhe-á tudo quanto quiser em troca da sua alma.
• O seu primeiro desejo é recuperar a juventude, o que lhe é prontamente concedido na
cozinha da bruxa, após o que abandona tudo para partir em busca de aventuras,
sempre acompanhado por Mefistófeles. É nesta ânsia de viver uma vida perdida em
vãos estudos que encontra Margarida, uma jovem bela, pura e inocente por quem se
apaixona. Os sortilégios de Mefistófeles levaram a jovem a apaixonar-se e a deixar-se
seduzir. Porém, satisfeita a sua luxúria, Fausto abandona-a, apesar de ter ficado
grávida. Profundamente arrependida, triste e envergonhada, Margarida chora a morte
da mãe, vítima de um soporífero que Mefistófeles lhe ministrara para que a filha
pudesse receber o amante na tranqüilidade da sua alcova; chora, também, a morte do
irmão, um soldado que viera para a vingar mas que não conseguiu evitar uma
estocada fatal de Fausto, guiada por Mefistófeles; e sofre com o desprezo a que a
comunidade a votara. Desesperada, a jovem afoga o seu próprio filho recém nascido,
mas é descoberta, presa e condenada à morte.
• Durante o sabath, Fausto teve uma visão, a de Margarida no fundo do cárcere;
atormentado pelos remorsos, parte para a tirar da prisão, mas a jovem, embora feliz
por voltar a ver o seu amado, prefere assumir as suas responsabilidades e aceitar,
resignadamente, o justo castigo, limitando-se a pedir a Deus que a aceite. E uma voz
vinda de cima, responde: “Está salva!”.
Contexto Histórico
• O Fausto I é publicado durante o permanente revolucionamento
político na Europa, que inicia com a Revolução Francesa e o apogeu
de Napoleão na Europa.
“O tal burgomestre novo não me cheira.
A nomeação fê-lo soberbo co’ o povo:
vara na mão do vilão.
Que bem tem feito à cidade?
O que eu vejo a cada dia
é crescerem sem piedade
Vexames e tiranias.” (pág. 52)
•
•
•
•
• A Liberdade guiando o povo, quadro de Delacroix
•
OS PERSONAGENS
• FAUSTO: Médico, e renomado cientista de sua época, que
encontra-se desiludido com a ciência de seu tempo.
“No princípio era o Verbo. É esta a letra expressa;
• aqui está... No sentido é que a razão tropeça.
• Como hei-de progredir? Há ‘i quem tal me aclare?
• O Verbo!! Mas o Verbo é coisa inacessível.
• (...)
• Ponho isto: No princípio era o Senso... (...)
• É melhor No princípio era a potência... Nada!
• (...)
• ...Agora é que recordei: No princípio era a ação.”
(pág. (pág. 64)
• me
• MEFISTÓFELES: Um demônio, sedutor erudito, amargo,
sarcástico.
“ Que berreiro, Senhor! Às suas ordens.”
“ Quem sou eu? Parte da força,
que, empenhada no mal, o bem promove.”
(pág. 67)
• MARGARIDA: Jovem camponesa de vida simples, dedicada
à família e aos afazeres domésticos.
• “Ó Deus clemente!
• Esclarece os meus temores!
• Não há nada que ele ignore;
• nada escapa ao seu engenho.
• O enleio que ante ele eu tenho
• faz que eu de mim própria core.
• Digo-lhe a tudo que sim.
• Pareço uma criancinha.
• Sou mais dele do que minha.
• Mas que acharia ele de mim? (pág. 158)
“ Sou tua, Pai no eterno trono!
Salva-me! Anjos, vós hoste sublime,
Baixai ao meu redor, cobri-me! ”
(pág. 227)
• MARTA: A vizinha de Margarida.
• “Morreu! Bem mo dizia o coração.
Morreu
• o meu homem! Jesus, que
desamparo o meu!
• Vou ter um faniquito.
• Marta em resposta a
Mefisto (pág. 142)
• VALENTIM: Irmão de Margarida
• “A quem vai o canto, alma danada?
• Leva-te a breca a guitarra, e a ti com ela.”
• (Furioso arranca a guitarra e quebra, passa a
lutar com Fausto, pág. 187)
Margarida se
desespera com
a morte de
Valentim.
Valentim.
TEMPO e ESPAÇO
• As várias versões do Fausto acompanham as transições de
estilo que se dão ao longo da carreira do autor. Na época de
Fausto Zero, Goethe estava ligado ao movimento Sturm und
Drang (Tempestade e ímpeto), que negava os valores
racionalistas do Renascimento e pregava a subjetividade e a
livre expressão dos sentimentos na literatura. Esse sentimento
pré-romântico domina toda a primeira parte de Fausto.
• De forma geral, a obra é caracterizada tanto pela falta de
unidade de ação, tempo e espaço quanto por um contraste
intenso entre o sublime e o grotesco. De simples peça
dramática, o poema se converte em epopéia.
O NARRADOR
• Através de poemas. Primeira pessoa. O narrador não
identificado a princípio, conta a história como
testemunha presente na vida do protagonista Fausto.
“Bem te pressinto, Espírito invocado!
Aparece! Todo eu já sou tumulto.
Transforma-se o meu ser: anseio, anelo
por novas sensações. A ti me entrego.
Obedece! Mando eu. Sai! Sai! Não tremo;
custe-me embora a vida.
(Pega o livro, e profere em baixa voz a fórmula da evocação do
Espírito. Acende-se uma chama avermelhada e trêmula. Aparece nela o
Espírito.)” (pág. 36)
O TEMA CENTRAL
• O tema central é a vida do médico e cientista
Fausto, cuja vida foi envolvida em um manto
de fantasias tecido pelas proezas mágicas que
lhe foram atribuídas, o que torna muito difícil
separar o real do imaginário.
“A primeira parte é quase inteiramente subjetiva. Tudo
adveio ai de um indivíduo mais perturbado e
apaixonado, num estado de semi-obscuridade que
até pode fazer bem aos homens.”
Goethe em carta a Eckermann de 17/02/1831
DISCENTE: Quilvia Morais

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A busca pelo conhecimento de Fausto

  • 2. O ENREDO • A ação começa ainda no Prólogo com uma aposta, entre Mefistófeles e o Senhor sobre a posse da alma de Fausto que há muito lutava por obter conhecimento; o Senhor diz que Fausto serve o seu plano, uma vez que será levado em direção à luz, mas dá liberdade de ação a Mefistófeles para o desviar. “De forma estranha ele vos serve, Mestre! Não é do louco, a nutrição terrestre. Fermento o impele ao infinito, Semiconsciente é de seu vão conceito; Do céu exige o âmbito irrestrito Como da terra o gozo mais perfeito, E o que lhe é perto, bem como o infinito, Fausto assina com o seu sangue o pacto Não lhe contenta o tumultuoso peito.” (pág. 29)
  • 3. Primeira Parte • Desgostoso de verificar que toda a sua vida de estudo a nada conduzira, Fausto invoca o Espírito da Terra mas não obtém qualquer ajuda da sua parte. Assim, quando Mefistófeles vem ter consigo, não hesita em negociar um pacto, que assina com o seu sangue, segundo o qual aquele dar-lhe-á tudo quanto quiser em troca da sua alma. • O seu primeiro desejo é recuperar a juventude, o que lhe é prontamente concedido na cozinha da bruxa, após o que abandona tudo para partir em busca de aventuras, sempre acompanhado por Mefistófeles. É nesta ânsia de viver uma vida perdida em vãos estudos que encontra Margarida, uma jovem bela, pura e inocente por quem se apaixona. Os sortilégios de Mefistófeles levaram a jovem a apaixonar-se e a deixar-se seduzir. Porém, satisfeita a sua luxúria, Fausto abandona-a, apesar de ter ficado grávida. Profundamente arrependida, triste e envergonhada, Margarida chora a morte da mãe, vítima de um soporífero que Mefistófeles lhe ministrara para que a filha pudesse receber o amante na tranqüilidade da sua alcova; chora, também, a morte do irmão, um soldado que viera para a vingar mas que não conseguiu evitar uma estocada fatal de Fausto, guiada por Mefistófeles; e sofre com o desprezo a que a comunidade a votara. Desesperada, a jovem afoga o seu próprio filho recém nascido, mas é descoberta, presa e condenada à morte. • Durante o sabath, Fausto teve uma visão, a de Margarida no fundo do cárcere; atormentado pelos remorsos, parte para a tirar da prisão, mas a jovem, embora feliz por voltar a ver o seu amado, prefere assumir as suas responsabilidades e aceitar, resignadamente, o justo castigo, limitando-se a pedir a Deus que a aceite. E uma voz vinda de cima, responde: “Está salva!”.
  • 4. Contexto Histórico • O Fausto I é publicado durante o permanente revolucionamento político na Europa, que inicia com a Revolução Francesa e o apogeu de Napoleão na Europa. “O tal burgomestre novo não me cheira. A nomeação fê-lo soberbo co’ o povo: vara na mão do vilão. Que bem tem feito à cidade? O que eu vejo a cada dia é crescerem sem piedade Vexames e tiranias.” (pág. 52) • • • • • A Liberdade guiando o povo, quadro de Delacroix •
  • 5. OS PERSONAGENS • FAUSTO: Médico, e renomado cientista de sua época, que encontra-se desiludido com a ciência de seu tempo. “No princípio era o Verbo. É esta a letra expressa; • aqui está... No sentido é que a razão tropeça. • Como hei-de progredir? Há ‘i quem tal me aclare? • O Verbo!! Mas o Verbo é coisa inacessível. • (...) • Ponho isto: No princípio era o Senso... (...) • É melhor No princípio era a potência... Nada! • (...) • ...Agora é que recordei: No princípio era a ação.” (pág. (pág. 64) • me
  • 6. • MEFISTÓFELES: Um demônio, sedutor erudito, amargo, sarcástico. “ Que berreiro, Senhor! Às suas ordens.” “ Quem sou eu? Parte da força, que, empenhada no mal, o bem promove.” (pág. 67)
  • 7. • MARGARIDA: Jovem camponesa de vida simples, dedicada à família e aos afazeres domésticos. • “Ó Deus clemente! • Esclarece os meus temores! • Não há nada que ele ignore; • nada escapa ao seu engenho. • O enleio que ante ele eu tenho • faz que eu de mim própria core. • Digo-lhe a tudo que sim. • Pareço uma criancinha. • Sou mais dele do que minha. • Mas que acharia ele de mim? (pág. 158)
  • 8. “ Sou tua, Pai no eterno trono! Salva-me! Anjos, vós hoste sublime, Baixai ao meu redor, cobri-me! ” (pág. 227)
  • 9. • MARTA: A vizinha de Margarida. • “Morreu! Bem mo dizia o coração. Morreu • o meu homem! Jesus, que desamparo o meu! • Vou ter um faniquito. • Marta em resposta a Mefisto (pág. 142)
  • 10. • VALENTIM: Irmão de Margarida • “A quem vai o canto, alma danada? • Leva-te a breca a guitarra, e a ti com ela.” • (Furioso arranca a guitarra e quebra, passa a lutar com Fausto, pág. 187) Margarida se desespera com a morte de Valentim. Valentim.
  • 11. TEMPO e ESPAÇO • As várias versões do Fausto acompanham as transições de estilo que se dão ao longo da carreira do autor. Na época de Fausto Zero, Goethe estava ligado ao movimento Sturm und Drang (Tempestade e ímpeto), que negava os valores racionalistas do Renascimento e pregava a subjetividade e a livre expressão dos sentimentos na literatura. Esse sentimento pré-romântico domina toda a primeira parte de Fausto. • De forma geral, a obra é caracterizada tanto pela falta de unidade de ação, tempo e espaço quanto por um contraste intenso entre o sublime e o grotesco. De simples peça dramática, o poema se converte em epopéia.
  • 12. O NARRADOR • Através de poemas. Primeira pessoa. O narrador não identificado a princípio, conta a história como testemunha presente na vida do protagonista Fausto. “Bem te pressinto, Espírito invocado! Aparece! Todo eu já sou tumulto. Transforma-se o meu ser: anseio, anelo por novas sensações. A ti me entrego. Obedece! Mando eu. Sai! Sai! Não tremo; custe-me embora a vida. (Pega o livro, e profere em baixa voz a fórmula da evocação do Espírito. Acende-se uma chama avermelhada e trêmula. Aparece nela o Espírito.)” (pág. 36)
  • 13. O TEMA CENTRAL • O tema central é a vida do médico e cientista Fausto, cuja vida foi envolvida em um manto de fantasias tecido pelas proezas mágicas que lhe foram atribuídas, o que torna muito difícil separar o real do imaginário.
  • 14. “A primeira parte é quase inteiramente subjetiva. Tudo adveio ai de um indivíduo mais perturbado e apaixonado, num estado de semi-obscuridade que até pode fazer bem aos homens.” Goethe em carta a Eckermann de 17/02/1831