A arte egípcia se desenvolveu ao longo de 3000 anos, focando principalmente na religião e na representação do faraó como representante de Deus na Terra. As obras de arte serviam para exaltar o faraó e as divindades egípcias, aplicando-se principalmente em locais relacionados ao culto dos mortos. A arte passou por diferentes períodos que refletiam os períodos políticos do Egito antigo.
2. Arte Egípcia
Refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do
antigo Egipto localizada no vale do rio Nilo no Norte da África.
Esta manifestação artística teve a sua predominância na religião
durante um longo período de tempo, estendendo-se aproximadamente
pelos últimos 3000 anos antes de Cristo e demarcando diversas épocas que
auxiliam na clarificação das diferentes variedades estilísticas adoptadas.
3. A arte do antigo Egipto serve políticos e religiosos. Para compreender a
que nível se expressam estes objectivos é necessário ter em conta a figura do
soberano absoluto, o faraó. Ele é o representante de Deus na Terra. Deste modo a
arte representa, exalta e homenageia constantemente o faraó e as diversas
divindades da mitologia egípcia, sendo aplicada principalmente a peças ou
espaços relacionados com o culto dos mortos, isto porque a transição da vida para
a morte é preparada antes desta acontecer.
Todas as representações estão repletas de significados
que ajudam a caracterizar figuras, a estabelecer níveis
hierárquicos e a descrever situações. A harmonia e o equilíbrio
devem ser mantidos, qualquer perturbação neste sistema é,
consequentemente, um distúrbio na vida após a morte.
A hierarquia social e religiosa traduz-se, na representação artística, na
atribuição de diferentes tamanhos às diferentes personagens, consoante a sua
importância. A arte egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as
cores. As estátuas, o interior dos templos e dos túmulos eram abundantemente
coloridas. As cores não cumpriam apenas a sua função primária decorativa, mas
encontravam-se carregadas de simbolismo.
4. As diferentes épocas
Período Arcaico
Império Antigo
Primeiro Período Intermediário Império Médio
Segundo Período Intermediário Império Novo
Época Baixa
Terceiro Período Intermediário
Egipto ptolemaico
5. Período Arcaico
Durante este período, e após a descoberta da escrita, o Egipto está
unido e o seu desenvolvimento acelera, fixando-se já aqui os traços
principais do que será a arte egípcia. Pouco sobreviveu desta época, mas
alguns túmulos e o seu respectivo recheio possibilitam uma ideia da arte da
época. Perde-se o primitivismo formal e ainda são existentes influências da
arte mesopotâmica, especialmente nas fachadas de templos, e domina
ainda o uso do adobe cozido ao sol, substituído no final do período pela
pedra.
6. Império Antigo
A III dinastia é remetida por alguns autores já para o início
do Império Antigo. Com a transição para a pedra surge também a
arquitectura monumental e a vincada noção egípcia de eternidade
ligada ao faraó. A mastaba assume-se como o túmulo para
particulares por excelência, inicialmente em forma quadrangular ou
de pirâmide. As proporções do corpo humano tornam-se mais
equilibradas e harmoniosas, cresce a atenção ao pormenor. É também
desta altura Imhotep, o nome do primeiro construtor a ficar
registado, responsável pelo uso da pedra talhada e da sua
aplicação, não só a uma função, como também a objectivos
expressivos. A edificação assume um objectivo simbólico.
7. Primeiro Período
Intermediário
Os tempos políticos conturbados reflectem-se também na arte
tornando-a quase inexistente e com uma maior incidência nos textos
literários, que expressam a revolução espiritual da época. Através das
pilhagens de túmulos, a arte restrita dos faraós e figuras de maior
importância passa para a mão do homem “mortal” que acredita ter o
mesmo privilégio da vida eterna.
8. Império Médio
Após o período de decadência do poder central e de instabilidade
política que foi o Primeiro Período Intermediário inicia-se o Império Médio que
corresponde à XI e XII dinastias.
Na arquitectura adaptam-se os padrões estilísticos anteriores ao nível da
construção, procurando-se retomar a construção de pirâmides. Contudo, estas
pirâmides não atingem a grandeza das pirâmides do Império Antigo.
A expressão humana na escultura vai ganhar uma nova dimensão e
realismo nesta época, passando-se a representar nas estátuas reais o
envelhecimento. Os locais onde a Pintura do Antigo Egipto melhor se manifestou
foram os túmulos dos governadores, em cujas paredes se recriam cenas de caça,
pesca, banquetes ou danças. As artes decorativas do Império Médio conhecem uma
das épocas mais importantes, sobretudo no que diz respeito aos trabalhos de
joalharia.
9. Segundo Período
Intermediário
Este é mais um período escuro e de insegurança do
qual pouco se sabe e no qual se praticaram mais a
matemática, a medicina e a cópia de papiros de épocas
anteriores.
10. Império Novo
No Império Novo dá-se de novo a unificação do Egipto e a
arte volta ter mais uma das suas épocas de ouro, com um novo começo
em que se vão reavivar as tradições do passado e em que as forças
criadoras vão erguer vários edifícios de pedra de construção arrojada e
que ainda hoje podem ser admirados.
Foi na capital do Império Novo, a cidade de Tebas, que se
ergueram os grandes edifícios desta época.
No Império Novo os reis abandonaram a tradição de serem
sepultados em pirâmides, optando por mandar escavar os seus
túmulos nos rochedos próximos, num local hoje designado como Vale
dos Reis. O gosto pela representação do mundo animal e vegetal está
igualmente presente.
11. Terceiro Período
Intermediário
O Terceiro Período Intermediário, época que compreende cerca de
trezentos e cinquenta anos e que corresponde à XXI até à XIV dinastias, vai
continuar no essencial a arte desenvolvida no Império Novo.
Deste período destaca-se a perfeição alcançada no trabalho dos
metais, que se detecta em trabalhos como as máscaras funerárias dos reis,
no pendente em ouro de Osorkon II e na estátua em bronze da adoradora
divina de Amon Karomama.
12. Época Baixa
Durante a Época Baixa o centro do poder real vai localizar-se na
região do Delta, onde se encontram as capitais das várias dinastias, como
Sais e Mendes. São nestas cidades que se ordenam os grandes trabalhos
arquitectónicos.
Na escultura da Época Baixa verifica-se um arcaísmo, uma
inspiração nos modelos da época do Império Antigo. Na XXVI dinastia nota-
se igualmente o apuro na polidez da pedra, dando origem a trabalhos que
alguns autores denominam como "arte lambida".
13. Egipto ptolemaico
Em 343 a.C. o Egipto assiste ao segundo período de dominação
persa que termina em 332 a.C., quando Alexandre Magno conquistou o
Egipto. Após a sua morte será fundada no país das Duas Terras, por um dos
seus generais, Ptolomeu I, uma dinastia que governará o país até à
conquista romana de 30 a.C..
Apesar da sua origem macedónia, a dinastia ptolemaica adoptou
as formas artísticas dos Egípcios. Os reis ptolemaicos foram representados
nos templos como os antigos faraós. Das obras que ainda hoje se podem
visitar no Egipto permaneceram, em maior parte, as do período grego onde
a arte adquire a forte influência da harmonia helenística. São desta época
os conhecidos templos de Ísis em Filas, o templo de Hórus em Dendera e o
templo de Edfu.
14. Fim.
Trabalho realizado por:
Diogo Rodrigues
nº8/ 7ºF