4. ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
migrou do universalismo ao acesso de oportunidades e, da
igualdade formal proclamada na Constituição Federal, como
direito constitucional (Silva, 2002).
O DEBATE
Ao problema metodológico de definição da pessoa negra
(Silva, 2002).
DISCUSSÃO
Defesa da igualdade
Definição de quem é negro no País
OBSTACULIZADO PRÁTICAS EFETIVAS DE
COMBATE À DESIGUALDADE.
5. ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
CONJUNTURAS HISTÓRICAS
PSICOSSOCIAIS
ECONÔMICAS (DESSA POPULAÇÃO)
NECESSIDADE
DE ANALÍSE
PARADOXO
IDEAL BRASILEIRO
O EPICENTRO É NEGRO
PROGRESSO DA NAÇÃO ATRASO DA NAÇÃO
6. ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
PERÍODO COLONIAL
NO IMPÉRIO
NA PRIMEIRA REPÚBLICA
O NEGRO É
SINÔNIMO DE
ATRASO NO
BRASIL
Schwartz (2001, apud Dias, 2005) descrevendo a abordagem
de intelectuais comentou: “uma nação de raças mistas, como
a nossa, era inviável e estava fadada ao fracasso”. (p.39)
7. ANALISANDO: O QUE É SER NEGRO NO BRASIL, HOJE?
Décadas de 20 e de 30, negando a estrutura de
discriminação histórica brasileira, erige-se o mito da
democracia racial.
“Fábula das três raças” – convivência pacífica entre
brancos, negros e índios.
Segundo da Matta (1997), “no Brasil o sistema inclui e
hierarquiza de modo complementar, de acordo com o princípio
do “desigual, mas junto (...) todas as etnias se completam para
a formação do ‘povo brasileiro’, pois o que falta em
uma, existe de sobra na outra”.
8. DE MANEIRA CAMUFLADA /DESCONSIDERADAS ACONTECE, ENTÃO:
EXPERIÊNCIAS DE SEGREGAÇÃO E DISCRIMINAÇÃO
PELO PODER PÚBLICO;
PELA MÍDIA;
PELOS INTELECTUAIS
ASSIM, O FENÔMENO DA SEGREGAÇÃO RACIAL
PASSA SER IMPERCEPTÍVEL A MAIORIA DA
POPULAÇAO BRASILEIRA.
9. Perfil demográfico e racial da população brasileira
Existe hoje o reconhecimento de que o estudo da trajetória dos negros é
essencial para um país comprometido com a promoção de uma sociedade,
efetivamente, democrática. (p. 40)
A análise dos indicadores sociais brasileiros evidencia a desigualdade
existente entre os grupos raciais – especialmente entre os grupos
populacionais brancos e negros. (p. 40)
10. Perfil demográfico e racial da população brasileira
O dado que chama a atenção é a alteração
da população negra de 1996 para 2003. O
número de pessoas que se autodeclararam
negras aumentou de 44,1% para 47,3%, ou
seja, 3,8% no total geral. Uma análise mais
detalhada deixa entrever que o aumento dos
autodeclarados negros não correspondeu a
um aumento dos autoclassificados brancos,
muito pelo contrário, houve um decréscimo
de brancos em 3,8%.
Infere-se que a causa dessa mobilidade tem
a ver com a visibilidade quetem sido dada à
temática racial nesse milênio, pelos órgãos
governamentais.
11. Perfil demográfico e racial da população brasileira
Remetendo-se a uma análise histórica comparativa de 1999 a 2003, Garcia relata a
“premonição” de Hasenbalg (1997) e à afirmação de Ferreira (1999) e afirma que tendo
disparidades regionais tão grandes pode se sustentar a fala que existe um avanço
numérico de pessoas autodeclaradas negras.
Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas
brancas. Por ordem numérica decrescente, as porcentagens reduzidas foram as
seguintes: Região Centro-Oeste (3,2%); Região Sudeste (2,0%); Região Sul (1,4%);
Região Norte (1,3%), e Região Nordeste (1,2%). Em relação à população autodeclarada
negra, considerando a somatória dos pretos e pardos, o fenômeno foi o inverso. Os
acréscimos de 1999 para 2003, regionalmente, foram: Centro-Oeste (3,3%), Norte (2,4%),
Sudeste (2,1%) Sul (1,5%) e Nordeste (0,9%) (Gráfico 1).
O autor chama atenção para o Nordeste onde houve uma mudança significativa.
12. Perfil demográfico e racial da população brasileira
Em todas as regiões brasileiras houve uma diminuição das pessoas autodeclaradas brancas.
[...] Em relação à população autodeclarada negra, considerando a somatória dos pretos e pardos,
o fenômeno foi o inverso.
13. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003
No Brasil como um todo, o número de analfabetos negros é o dobro do número de analfabetos
brancos. A distância numérica entre analfabetos brancos e negros é maior no Nordeste (34%) e
menor no Sudeste (16%). No Norte e no Sul a diferença fica em torno de 18% e no Centro Oeste em
19% (Tabela 3).
14. Taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade, por cor, segundo as grandes regiões – 2003
15. Educação infantil - Creche
Em 2002, a presença de crianças brancas nas creches era 18,7% superior à de crianças
negras, 59,1% para 40,4%, respectivamente. Possivelmente, o fato de existirem mais
creches privadas do que públicas seja um dos motivos, considerando que a obrigatoriedade
do ensino público e gratuito era apenas a partir dos 7 anos, idade de ingresso no ensino
fundamental.
16. Ensino Fundamental
O gradiente deixa claro que a diferença de desempenho escolar observada entre
alunos brancos, pardos e negros não encontra explicação somente na condição
socioeconômica. (Alves, Soares, 2003).
Não há eqüidade no tratamento para crianças brancas e negras no espaço
escolar e isso interfere no rendimento do aluno negro.
A diferença de desempenho entre brancos e negros cresce com o aumento
tanto do nível sócio-econômico do aluno como das condições da escola.
17. Ensino médio - Participantes do Enem segundo raça/cor – 2001
não houve grandes alterações em relação ao perfil dos participantes de 2001. A população participante
continua sendo a maioria do sexo feminino (60%). Em relação à raça/cor, 51,2% se declararam brancos,
41,4% negros,48 5,1% amarelos e 0,9% indígena. A alteração mais visível é que o número de negros
aumentou de 36% para 41,4% e o de brancos diminuiu de 58,5% para 51,2%.
18. Você conhece alguém racista?
Com base nesses dados, surge o primeiro grande impasse: por não se considerarem
racistas, os entrevistados projetam para a “sociedade”, como uma entidade abstrata, a
responsabilidade pelo preconceito, não eles.
19. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trato diferenciado em função da cor e da condição socioeconômica, na maioria das
vezes, só se torna perceptível quando ousam romper com “sua” localização social
alçando espaços e posições destinadas a populações brancas, de nível socioeconômico
mais alto. Neste universo, seja por ter adquirido um nível de consciência maior (quase
sempre, devido ao acesso à educação), seja pelo fato do preconceito ser mais explícito,
fica mais clara a disparidade racial brasileira.
Essas disparidades atingem a população negra, em todos os níveis. Há uma clara
diferenciação racial ocorrendo em termos de distribuição de bens e serviços. Esta
desigualdade constituinte dos territórios integra também o espaço escolar, assim como
fora dele, e faz com que os alunos negros enfrentem situações de discriminação, que
interferem em seu rendimento escolar. Alves e Soares (2003).