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Síndrome de Asperger – Guia para Pais e Professores
Principais características clínicas da SA:
 Ausência de empatia, não por incapacidade mas por dificuldade em expressar
sentimentos;
 Interacção ingénua, inadequada e unilateral;
 Capacidade reduzida (ou mesmo ausente) para estabelecer amizades; ou esta
é processada de forma particular (mais no sentido de quererem agradar);
 Discurso muito formal e repetitivo (muitas das vezes fora do contexto);
 Comunicação não verbal pobre;
 Interesse consistente por determinado assunto;
 Fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas ou desajeitadas.
O Diagnóstico da SA:
Fase 1 - Detectar os sinais: utilização de uma escala de avaliação para pais,
professores e profissionais de saúde
Fase 2 – Avaliação de diagnóstico: revisão de aspectos específicos relacionados com
as competências sociais, linguísticas, cognitivas e motoras, bem como de aspectos
qualitativos dos interesses das crianças; bateria de testes; entrevista com os pais para
recolha do historial do desenvolvimento da criança e do seu comportamento em
situações específicas; relatórios dos professores, terapeutas da fala e terapeutas
ocupacionais.
Perfil característico das competências linguísticas:
 O padrão inclui frequentemente um atraso ligeiro no início da fala;
 Quando começam a falar exasperam os pais com constantes perguntas e
monólogos;
 Erros de pragmática (forma como a linguagem é utilizada);
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 2 de 13
 Linguagem superficialmente expressiva e perfeita;
 O vocabulário tende a ser fluente e avançado, a escolha de palavras invulgar
e o discurso algo “pomposo” ou formal;
 Alterações de prosódia e características vocais peculiares: o tom de voz
revela-se particular e pronunciam as palavras de forma extremamente
precisa, articulando cada um dos sons;
 Utilização idiossincrática do vocabulário (capacidade de fornecer uma
perspectiva inovadora da linguagem);
 Podem utilizar incorrectamente os pronomes pessoais ou, por exemplo, usar
o nome próprio em vez de eu ou tu;
 Alterações na compreensão, incluindo interpretações literais;
 Verbalização de pensamentos (o constante pensar em voz alta).
Critérios de diagnóstico relevantes para o comportamento social:
Dimensão Indicadores
1. Alteração do comportamento social (mínimo
2 indicadores)
a) Dificuldade de interacção com os pares
b) Falta de vontade em interagir com os
pares
c) Percepção alterada dos sinais sociais
d) Comportamento social e emocional
inadequado
2. Alterações da comunicação não verbal e
comportamento social (mínimo 1 indicador)
a) Uso limitado de gestos
b) Linguagem corporal desajeitada
c) Expressões faciais pouco variadas
d) Expressões faciais inadequadas
e) Olhar fixo e peculiar
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 3 de 13
Programas de aquisição de Competências Sociais (sugestão aos pais):
=» Como começar, manter e terminar uma brincadeira
É importante ter consciência de que por vezes a criança tem que aprender a
perguntar: “posso brincar?”; “queres brincar comigo?”; “podem ajudar-me?”; “agora
brinco sozinho”... caso contrário poderão surgir comentários tipo: “ninguém brinca
comigo, não gosto de vocês...”, o que só irá fomentar a falta ou perda de amigos.
=» Flexibilidade, cooperação e partilha
As crianças com SA gostam de ter controlo sobre as actividades. Neste sentido, é
importante ajudá-la a tolerar sugestões alternativas ou a inclusão de outras crianças,
explicando-lhe que o que faz não está errado mas que se for partilhado ficará muito
melhor (porque pensado em conjunto).
=» Quando a criança deseja brincar sozinha
É provável que seja necessário ensinar-lhe quais os comentários e as atitudes
socialmente adequadas para o demonstrar. Muitas das vezes estas crianças
apercebem-se que ao agirem com alguma rispidez ou agressividade garantem o
afastamento dos outros. Ao aprenderem outras formas de o fazer, não só deixarão de
ser intituladas de agressivas, como passarão a ser respeitadas na sua vontade.
=» Explicar o que deveria ter sido feito
As dificuldades dos comportamentos relacionais devem-se ao facto de estas crianças
não perceberem os efeitos que tais comportamentos têm nos sentimentos dos outros.
Para que não sejam sentidas como maliciosas, deverá ser explicado como deverão
agir e pedir-lhes que pensem no que iriam sentir se lhes fizessem o mesmo.
=» Convidar amigos para ir a casa
Planeie com ela actividades ou até mesmo passeios para fazer com um amigo(a) de
forma a que a visita seja estruturada e bem sucedida. É importante a presença de um
adulto para precaver ou atenuar possíveis efeitos negativos relacionados com as
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 4 de 13
dificuldades ao nível das competências sociais da criança. Um momento bem
passado poderá ser um forte incentivo para que novas situações se proporcionem.
=» Inscrever a criança em actividades
Ao inscrevê-la por exemplo nos escuteiros, grupo de música ou teatro, estará a
alargar as suas experiências sociais. Estes tipos de actividades têm a vantagem de
serem, normalmente supervisionadas e estruturadas. Deverá no entanto informar o
adulto responsável das características da criança e quais as estratégias de integração
mais eficazes.
Programas de aquisição de Competências Sociais (sugestão aos professores):
=» Referir outras crianças para demonstrar comportamentos a observar
A criança pode ser insubordinada ou intrometida porque desconhece outros padrões
de conduta na sala de aula. Quando tal acontece, experimente dizer-lhe que observe
primeiro e realize depois, partindo do princípio de que os outros estão a agir
correctamente.
=» Encorajar jogos e actividades cooperativas
Provavelmente a criança com SA necessita de orientação quanto à sua vez de falar, a
permitir que todos tenham oportunidades iguais e a aceitar as sugestões dos colegas.
Em jogos competitivos poderá desejar ser a primeira, o que não tem a ver com
superioridade mas com a vontade de saber qual o seu lugar no grupo e com o facto de
se sentir satisfeita.
=» Modelar o relacionamento com a criança
Os colegas de turma por vezes sentem-se inseguros perante o comportamento social
da criança com SA, procurando naturalmente nos professores o arquétipo do
comportamento a adoptar. Neste sentido, é importante modelar e encorajar
comportamentos tolerantes, recorrer a actividades de desenvolvimento de
competências sociais e reforçar positivamente a cooperação entre todos.
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 5 de 13
=» Ensinar a criança a pedir ajuda
É importante ensiná-la a pedir ajuda a outras crianças, para que o adulto não seja a
única figura a ser vista como fonte de conhecimento e segurança.
=» Encorajar as amizades
De início, pode ser útil identificar e encorajar a interacção com um número restrito
de colegas que se mostrem dispostos a ajudar e a brincar com ela. Não interessa se é
rapaz ou rapariga, interessa que sejam potenciais amigos para que a envolvam nas
actividades, dentro e fora da sala de aula. Elas poderão vir a ajudá-la a lidar com
situações de recriminação, a integrá-la nos jogos de grupo, a agir em sua defesa na
sala de aula e a ajudá-la a compreender como tem de proceder quando a professora
não está presente ou disponível. É de facto surpreendente o apoio e a tolerância de
que certas crianças são capazes.
=» Garantir a vigilância no recreio durante os intervalos
Para a maior parte das crianças, os melhores momentos do dia na escola é o recreio.
No entanto, a falta de vigilância e a intensa interacção podem ser negativas para a
criança com SA, tendo em conta a sua vulnerabilidade. Os responsáveis pela
supervisão destes momentos devem ser informados das características da criança de
forma a evitarem possíveis conflitos e a promoverem o envolvimento ou mesmo a
sua necessidade de estar só.
=» Controlar possíveis efeitos adversos da tensão relacional
A criança pode estar consciente da necessidade de seguir os códigos de conduta da
sala de aula, de evitar chamar a atenção sobre si mesma e de se comportar como as
outras crianças. Neste sentido, a pressão a que se sente sujeita para estar
“enquadrada” pode conduzir a uma enorme tensão emocional, que quando levada ao
limite se liberta normalmente quando a criança chega a casa, impedindo a harmonia
da estrutura familiar. Sugere-se que os professores permitam à criança actividades de
descontracção antes de regressar a casa (dando-lhes por ex. Jogos com áreas de
interesse) de forma a atenuar a tensão emocional resultante da observação de regras
de comportamento individual e social.
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 6 de 13
=» Manter os apoios educativos
Muitas das competências de que carecem as crianças com SA não são ensinadas
como componentes específicos do currículo escolar, sendo essencial que mantenha
os apoios educativos, a fim de lhe proporcionar um ensino individual ou em
pequenos grupos e melhorar o seu comportamento social. Neste apoio o número de
horas deve ser estabelecido caso a caso, tendo sempre em conta as necessidades
específicas de cada criança.
=» Criar grupos de treino de competências sociais
Estes grupos permitem aprender e praticar uma variedade de competências,
recorrendo a actividades de complemento educativo, como o teatro, ou a programas
específicos, conduzidos por especialistas na SA. Os grupos não devem ser muito
grandes para que beneficiem de um acompanhamento mais individualizado e uma
interacção constante. Deverá ser elaborado um perfil de cada um dos membros do
grupo, estabelecendo as áreas mais e menos fortes de cada um dos elementos. É
importante que as situações sejam analisadas em pormenor, uma vez que só através
da sua descrição é possível conhecer as percepções individuais dos acontecimentos,
os sinais, os motivos e as opções =» não esquecer que as Pessoas com SA podem não
entender completamente os nossos pensamentos e sentimentos em contexto social, o
que também poderá acontecer com outros elementos do grupo.
Sugestão de actividades:
- Representar situações em que a pessoa sentiu dúvidas quanto à forma de agir ou de
falar... ensaiando opções mais adequadas sugeridas pelos outros elementos do grupo;
- Demonstrar comportamentos sociais inadequados e pedir a cada um que identifique
os erros e dê alternativas;
- Os registos de vídeo e as dramatizações são uma forma útil e divertida para
demonstrar o que NÃO deve ser feito, passando-os antes da demonstração dos
comportamentos adequados.
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 7 de 13
Estratégias sumárias de Treino Comportamental Social
 Aprender a:
- começar, manter e terminar brincadeiras
- ser flexível, cooperativo e capaz de partilhar
- isolar-se sem ofender os outros
 Explique o que a criança deveria ter feito
 Encoraje um amigo a brincar com a criança em casa
 Inscreva-a em clubes desportivos, grupo de escuteiros ou associações
 Ensine-a a observar outras crianças para que tenha outro tipo de indicações
sobre “o que fazer” e “como fazer”
 Encoraje-a a participar em jogos cooperativos e de competição
 Modele o modo de relacionamento com os outros
 Informe-a sobre formas alternativas de pedir ajuda
 Encoraje potenciais amizades
 Proporcione distracções nos intervalos
 Tenha em atenção os sentimentos e emoções que não expressa
 Procure que o seu filho tenha apoios educativos
 Utilize os momentos do dia-a-dia para entender os sinais e a actuação
adequada a situações específicas
 Crie grupos de competências sociais para adolescentes:
- para treinar opções mais adequadas
- para demonstrar o comportamento social inadequado
- para encorajar a auto-revelação e a empatia, através de leitura (poesia,
teatro) e jogos para aprendizagem da linguagem corporal
 Projectos e actividades que evidenciem as qualidades de um bom amigo
 Ajude a entender emoções:
- explore uma emoção de cada vez
- ensine a ler os sinais indicativos de diferentes níveis e emoções e como lhes
responder
- ensine frases que a criança pode e deve dizer quando se sente confusa
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 8 de 13
 Ajude a expressar emoções:
- use um mediador como guia visual
- use gravações de vídeo e representações para obter formas de expressão
mais subtis ou precisas
- use perguntas ou um livro em forma de diário para encorajar a auto-
revelação.
Estratégias sumárias para o desenvolvimento da Linguagem
Pragmática:
 Aprender
- meios apropriados de iniciar uma conversa
- a pedir esclarecimentos quando surgirem dúvidas
- a ter confiança para dizer que não sabe
 Ensinar a reconhecer os sinais indicativos do momento de responder,
interromper ou mudar de assunto
 Modelar comentários indicadores de empatia
 Sussurrar ao ouvido da criança o que ela devia dizer ao interlocutor
 Recorrer a actividades de oralidade e de dramatização
 Recorrer a exercícios do tipo “momentos do dia-a-dia” e “conversas em
banda desenhada” para representação verbal dos diferentes níveis de
comunicação
Interpretação literal:
 Pensar nas possíveis formas de evitar uma interpretação inadequada de um
comentário ou instrução
 Explicar o significado de metáforas ou figuras de retórica
Prosódia:
 Ensinar a regular a entoação, o ritmo, as pausas, a velocidade e o volume da
voz
Linguagem rebuscada:
 Evitar abstracções e imprecisões
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Vocabulário idiossincrático:
 Aspecto genuinamente criativo da SA a ser encorajado
Verbalização de pensamentos:
 Encorajar o sussurrar e o tentar “pensar no assunto sem falar em voz alta”
Discriminação e alteração auditiva:
 Encorajar a criança a pedir a repetição, a simplificação, a passagem a escrito
ou a reformulação de instruções
 Efectuar pausas entre instruções
Fluência verbal:
 Ter em conta que a ansiedade pode inibir a oralidade e requer tratamento.
Estratégias sumárias para lidar com Interesses e Rotinas
Interesses especiais:
 Facilitam o diálogo
 Denotam inteligência
 Ajudam a criar um sentimento de ordem e consistência
 Tornam-se uma fonte de prazer e descontracção
Estratégias:
 Proporcionar um acesso controlado, limitando o tempo de dedicação às
tarefas favoritas
 Aplicar as rotinas de forma construtiva para:
- aumentar a motivação
- construir uma hipótese de projecto vocacional e de maior envolvimento
social
As Rotinas como forma de reduzir a imprevisibilidade
Estratégias:
 Tentar estabelecer compromissos
 Ensinar o conceito de tempo e criar horários de actividades
 Reduzir o nível de ansiedade
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 10 de 13
Motricidade na SA – capacidades afectadas
 Locomoção =» na marcha e na corrida as pessoas com SA têm movimentos
desajeitados, parecidos com os de uma “marioneta” e nas crianças, muitas das
vezes o movimento do corpo não é acompanhado pelo balançar de braços.
 Jogos de bola =» a capacidade para apanhar e atirar a bola com precisão
parece estar particularmente afectada. Uma das consequências da falta de
habilidade da criança para os jogos de bola é a sua exclusão da maioria dos
jogos colectivos por representar um “estorvo” para a equipa que integra.
 Equilíbrio =» que poderá afectar a capacidade de usar certos equipamentos
no recreio ou de fazer determinadas actividades na ginástica.
 Destreza manual =» envolve a capacidade para usar as duas mãos, por ex.
aprender a abotoar-se, a vestir-se, a atar os atacadores dos sapatos, ou a
utilizar os talheres; pode ainda envolver a coordenação de pés e pernas, como
o andar de bicicleta. Ensinar a colocar a “mão sobre a mão” é útil à criança.
 Caligrafia =» é possível que os professores tenham de fazer um esforço para
perceber algumas das “garatujas” indecifráveis da criança; esta, por sua vez,
tem consciência da “qualidade” da sua caligrafia e poderá mostrar-se
relutante em aceitar actividades que envolvam a escrita.
 Alteração do ritmo dos movimentos =» o facto de parecerem impulsivas e
incapazes de executar a tarefa de forma lenta e reflectida, resulta num maior
número de erros e na irritabilidade de todos – criança, pais, professores.
 Falta de firmeza nas articulações =» desconhece-se ainda se a falta de
firmeza a nível das articulações é um problema estrutural ou se se deve a uma
fraca tensão muscular.
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 11 de 13
 Ritmo =» é-lhe extremamente difícil sincronizar os movimentos rítmicos
com os de outra pessoa durante o caminhar, ou num acompanhamento
musical.
 Imitação de movimentos =» durante um diálogo existe a tendência para
imitar a postura, os gestos e os maneirismos do interlocutor. Ao que parece,
pessoas com SA reproduzem meticulosamente as posturas corporais da outra
pessoa, a ponto de a sua postura se tornar “artificial”.
Estratégias sumárias para melhorar a Coordenação Motora
Marcha e Corrida
 Melhorar a coordenação motora dos membros superiores e inferiores
Jogar à bola
 Melhorar as competências para agarrar e atirar, de modo a facilitar a inclusão
da criança nos jogos de equipa
Equilíbrio
 Utilizar equipamento de recreio e de ginásio
Destreza manual
 Modelar os movimentos da mão com a técnica “mão sobre a mão” i.e., os
pais ou professores pegam nas mãos ou membros da criança e conduzem-nos
através de determinados movimentos, retirando esse apoio de forma gradual
Caligrafia
 Fazer exercícios de correcção
 Aprender a usar o teclado
Rapidez de movimentos
 Supervisionar e encorajar a diminuição do ritmo dos movimentos
Falta de firmeza/ imaturidade para manipular objectos
 Programas de correcção com um Terapeuta Ocupacional
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 12 de 13
Alterações motoras
 Tiques, piscar de olhos, movimentos involuntários (Síndrome de Tourette)
 Posturas invulgares, “congelamento” de movimentos, caminhar arrastado
(exame para diagn. de Catalepsia ou de características de Parkinson)
 A pessoa deve ser submetida a exame médico especializado
Estratégias sumárias para a Cognição
Teoria Cognitiva
 Aprender a compreender as perspectivas e pensamentos dos outros,
recorrendo à representação de cenários e instruções
 Encorajá-la a parar e a pensar antes de agir ou falar, como a pessoa se irá
sentir
Memória
 Explorar a capacidade de memorização de informações factuais e triviais,
com jogos e labirintos
Flexibilidade do Pensamento
 Exercitar a pesquisa de estratégias e soluções alternativas
 Aprender a pedir ajuda, recorrendo se necessário, a um código secreto
Leitura, ortografia e cálculo
 Analisar se ela recorre a estratégias não convencionais de processamento de
informação
 Se a estratégia alternativa funcionar, há que aceitá-la e desenvolvê-la, em vez
de tentar ensinar estratégias convencionais
 Evitar as críticas e as manifestações depreciativas
Imaginação
 O mundo imaginário pode ser uma forma de escape e deleite
Pensamento visual
 Encorajar a visualização, recorrendo a diagramas e a analogias visuais.
Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 13 de 13
Estratégias sumárias para a Sensibilidade Sensorial
Sensibilidade auditiva
 Evitar determinados sons
 Ouvir música poderá camuflar sons incomodativos
 Treinar a integração auditiva
 Reduzir ao mínimo os ruídos de fundo, em especial o de várias pessoas a falar
em simultâneo
 Considerar o uso de tampões ou auscultadores
Sensibilidade táctil
 Comprar peças repetidas de vestuário que seja tolerado
 Recorrer à Terapia de Integração Sensorial
 Recorrer a massagens
Sensibilidade ao paladar
 Evitar regimes alimentares ou privação de alimentos forçados
 Dar a provar novos alimentos, em vez de exigir que sejam mastigados e
engolidos
 Introduzir novos alimentos quando a criança está distraída ou descontraída
Sensibilidade visual
 Evitar a luz intensa
 Usar óculos de sol
Sensibilidade à dor
 Procurar indicadores comportamentais de dor
 Encorajá-la a dizer quando sente dor
 Ter em atenção que a menor manifestação de incómodo pode indicar doença
 Explicar-lhe porque é importante falar sobre a dor que esteja, eventualmente,
a sentir.

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Sindrome de Asperger - guião para pais e professores

  • 1. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 1 de 13 Síndrome de Asperger – Guia para Pais e Professores Principais características clínicas da SA:  Ausência de empatia, não por incapacidade mas por dificuldade em expressar sentimentos;  Interacção ingénua, inadequada e unilateral;  Capacidade reduzida (ou mesmo ausente) para estabelecer amizades; ou esta é processada de forma particular (mais no sentido de quererem agradar);  Discurso muito formal e repetitivo (muitas das vezes fora do contexto);  Comunicação não verbal pobre;  Interesse consistente por determinado assunto;  Fraca coordenação motora e posturas corporais estranhas ou desajeitadas. O Diagnóstico da SA: Fase 1 - Detectar os sinais: utilização de uma escala de avaliação para pais, professores e profissionais de saúde Fase 2 – Avaliação de diagnóstico: revisão de aspectos específicos relacionados com as competências sociais, linguísticas, cognitivas e motoras, bem como de aspectos qualitativos dos interesses das crianças; bateria de testes; entrevista com os pais para recolha do historial do desenvolvimento da criança e do seu comportamento em situações específicas; relatórios dos professores, terapeutas da fala e terapeutas ocupacionais. Perfil característico das competências linguísticas:  O padrão inclui frequentemente um atraso ligeiro no início da fala;  Quando começam a falar exasperam os pais com constantes perguntas e monólogos;  Erros de pragmática (forma como a linguagem é utilizada);
  • 2. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 2 de 13  Linguagem superficialmente expressiva e perfeita;  O vocabulário tende a ser fluente e avançado, a escolha de palavras invulgar e o discurso algo “pomposo” ou formal;  Alterações de prosódia e características vocais peculiares: o tom de voz revela-se particular e pronunciam as palavras de forma extremamente precisa, articulando cada um dos sons;  Utilização idiossincrática do vocabulário (capacidade de fornecer uma perspectiva inovadora da linguagem);  Podem utilizar incorrectamente os pronomes pessoais ou, por exemplo, usar o nome próprio em vez de eu ou tu;  Alterações na compreensão, incluindo interpretações literais;  Verbalização de pensamentos (o constante pensar em voz alta). Critérios de diagnóstico relevantes para o comportamento social: Dimensão Indicadores 1. Alteração do comportamento social (mínimo 2 indicadores) a) Dificuldade de interacção com os pares b) Falta de vontade em interagir com os pares c) Percepção alterada dos sinais sociais d) Comportamento social e emocional inadequado 2. Alterações da comunicação não verbal e comportamento social (mínimo 1 indicador) a) Uso limitado de gestos b) Linguagem corporal desajeitada c) Expressões faciais pouco variadas d) Expressões faciais inadequadas e) Olhar fixo e peculiar
  • 3. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 3 de 13 Programas de aquisição de Competências Sociais (sugestão aos pais): =» Como começar, manter e terminar uma brincadeira É importante ter consciência de que por vezes a criança tem que aprender a perguntar: “posso brincar?”; “queres brincar comigo?”; “podem ajudar-me?”; “agora brinco sozinho”... caso contrário poderão surgir comentários tipo: “ninguém brinca comigo, não gosto de vocês...”, o que só irá fomentar a falta ou perda de amigos. =» Flexibilidade, cooperação e partilha As crianças com SA gostam de ter controlo sobre as actividades. Neste sentido, é importante ajudá-la a tolerar sugestões alternativas ou a inclusão de outras crianças, explicando-lhe que o que faz não está errado mas que se for partilhado ficará muito melhor (porque pensado em conjunto). =» Quando a criança deseja brincar sozinha É provável que seja necessário ensinar-lhe quais os comentários e as atitudes socialmente adequadas para o demonstrar. Muitas das vezes estas crianças apercebem-se que ao agirem com alguma rispidez ou agressividade garantem o afastamento dos outros. Ao aprenderem outras formas de o fazer, não só deixarão de ser intituladas de agressivas, como passarão a ser respeitadas na sua vontade. =» Explicar o que deveria ter sido feito As dificuldades dos comportamentos relacionais devem-se ao facto de estas crianças não perceberem os efeitos que tais comportamentos têm nos sentimentos dos outros. Para que não sejam sentidas como maliciosas, deverá ser explicado como deverão agir e pedir-lhes que pensem no que iriam sentir se lhes fizessem o mesmo. =» Convidar amigos para ir a casa Planeie com ela actividades ou até mesmo passeios para fazer com um amigo(a) de forma a que a visita seja estruturada e bem sucedida. É importante a presença de um adulto para precaver ou atenuar possíveis efeitos negativos relacionados com as
  • 4. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 4 de 13 dificuldades ao nível das competências sociais da criança. Um momento bem passado poderá ser um forte incentivo para que novas situações se proporcionem. =» Inscrever a criança em actividades Ao inscrevê-la por exemplo nos escuteiros, grupo de música ou teatro, estará a alargar as suas experiências sociais. Estes tipos de actividades têm a vantagem de serem, normalmente supervisionadas e estruturadas. Deverá no entanto informar o adulto responsável das características da criança e quais as estratégias de integração mais eficazes. Programas de aquisição de Competências Sociais (sugestão aos professores): =» Referir outras crianças para demonstrar comportamentos a observar A criança pode ser insubordinada ou intrometida porque desconhece outros padrões de conduta na sala de aula. Quando tal acontece, experimente dizer-lhe que observe primeiro e realize depois, partindo do princípio de que os outros estão a agir correctamente. =» Encorajar jogos e actividades cooperativas Provavelmente a criança com SA necessita de orientação quanto à sua vez de falar, a permitir que todos tenham oportunidades iguais e a aceitar as sugestões dos colegas. Em jogos competitivos poderá desejar ser a primeira, o que não tem a ver com superioridade mas com a vontade de saber qual o seu lugar no grupo e com o facto de se sentir satisfeita. =» Modelar o relacionamento com a criança Os colegas de turma por vezes sentem-se inseguros perante o comportamento social da criança com SA, procurando naturalmente nos professores o arquétipo do comportamento a adoptar. Neste sentido, é importante modelar e encorajar comportamentos tolerantes, recorrer a actividades de desenvolvimento de competências sociais e reforçar positivamente a cooperação entre todos.
  • 5. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 5 de 13 =» Ensinar a criança a pedir ajuda É importante ensiná-la a pedir ajuda a outras crianças, para que o adulto não seja a única figura a ser vista como fonte de conhecimento e segurança. =» Encorajar as amizades De início, pode ser útil identificar e encorajar a interacção com um número restrito de colegas que se mostrem dispostos a ajudar e a brincar com ela. Não interessa se é rapaz ou rapariga, interessa que sejam potenciais amigos para que a envolvam nas actividades, dentro e fora da sala de aula. Elas poderão vir a ajudá-la a lidar com situações de recriminação, a integrá-la nos jogos de grupo, a agir em sua defesa na sala de aula e a ajudá-la a compreender como tem de proceder quando a professora não está presente ou disponível. É de facto surpreendente o apoio e a tolerância de que certas crianças são capazes. =» Garantir a vigilância no recreio durante os intervalos Para a maior parte das crianças, os melhores momentos do dia na escola é o recreio. No entanto, a falta de vigilância e a intensa interacção podem ser negativas para a criança com SA, tendo em conta a sua vulnerabilidade. Os responsáveis pela supervisão destes momentos devem ser informados das características da criança de forma a evitarem possíveis conflitos e a promoverem o envolvimento ou mesmo a sua necessidade de estar só. =» Controlar possíveis efeitos adversos da tensão relacional A criança pode estar consciente da necessidade de seguir os códigos de conduta da sala de aula, de evitar chamar a atenção sobre si mesma e de se comportar como as outras crianças. Neste sentido, a pressão a que se sente sujeita para estar “enquadrada” pode conduzir a uma enorme tensão emocional, que quando levada ao limite se liberta normalmente quando a criança chega a casa, impedindo a harmonia da estrutura familiar. Sugere-se que os professores permitam à criança actividades de descontracção antes de regressar a casa (dando-lhes por ex. Jogos com áreas de interesse) de forma a atenuar a tensão emocional resultante da observação de regras de comportamento individual e social.
  • 6. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 6 de 13 =» Manter os apoios educativos Muitas das competências de que carecem as crianças com SA não são ensinadas como componentes específicos do currículo escolar, sendo essencial que mantenha os apoios educativos, a fim de lhe proporcionar um ensino individual ou em pequenos grupos e melhorar o seu comportamento social. Neste apoio o número de horas deve ser estabelecido caso a caso, tendo sempre em conta as necessidades específicas de cada criança. =» Criar grupos de treino de competências sociais Estes grupos permitem aprender e praticar uma variedade de competências, recorrendo a actividades de complemento educativo, como o teatro, ou a programas específicos, conduzidos por especialistas na SA. Os grupos não devem ser muito grandes para que beneficiem de um acompanhamento mais individualizado e uma interacção constante. Deverá ser elaborado um perfil de cada um dos membros do grupo, estabelecendo as áreas mais e menos fortes de cada um dos elementos. É importante que as situações sejam analisadas em pormenor, uma vez que só através da sua descrição é possível conhecer as percepções individuais dos acontecimentos, os sinais, os motivos e as opções =» não esquecer que as Pessoas com SA podem não entender completamente os nossos pensamentos e sentimentos em contexto social, o que também poderá acontecer com outros elementos do grupo. Sugestão de actividades: - Representar situações em que a pessoa sentiu dúvidas quanto à forma de agir ou de falar... ensaiando opções mais adequadas sugeridas pelos outros elementos do grupo; - Demonstrar comportamentos sociais inadequados e pedir a cada um que identifique os erros e dê alternativas; - Os registos de vídeo e as dramatizações são uma forma útil e divertida para demonstrar o que NÃO deve ser feito, passando-os antes da demonstração dos comportamentos adequados.
  • 7. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 7 de 13 Estratégias sumárias de Treino Comportamental Social  Aprender a: - começar, manter e terminar brincadeiras - ser flexível, cooperativo e capaz de partilhar - isolar-se sem ofender os outros  Explique o que a criança deveria ter feito  Encoraje um amigo a brincar com a criança em casa  Inscreva-a em clubes desportivos, grupo de escuteiros ou associações  Ensine-a a observar outras crianças para que tenha outro tipo de indicações sobre “o que fazer” e “como fazer”  Encoraje-a a participar em jogos cooperativos e de competição  Modele o modo de relacionamento com os outros  Informe-a sobre formas alternativas de pedir ajuda  Encoraje potenciais amizades  Proporcione distracções nos intervalos  Tenha em atenção os sentimentos e emoções que não expressa  Procure que o seu filho tenha apoios educativos  Utilize os momentos do dia-a-dia para entender os sinais e a actuação adequada a situações específicas  Crie grupos de competências sociais para adolescentes: - para treinar opções mais adequadas - para demonstrar o comportamento social inadequado - para encorajar a auto-revelação e a empatia, através de leitura (poesia, teatro) e jogos para aprendizagem da linguagem corporal  Projectos e actividades que evidenciem as qualidades de um bom amigo  Ajude a entender emoções: - explore uma emoção de cada vez - ensine a ler os sinais indicativos de diferentes níveis e emoções e como lhes responder - ensine frases que a criança pode e deve dizer quando se sente confusa
  • 8. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 8 de 13  Ajude a expressar emoções: - use um mediador como guia visual - use gravações de vídeo e representações para obter formas de expressão mais subtis ou precisas - use perguntas ou um livro em forma de diário para encorajar a auto- revelação. Estratégias sumárias para o desenvolvimento da Linguagem Pragmática:  Aprender - meios apropriados de iniciar uma conversa - a pedir esclarecimentos quando surgirem dúvidas - a ter confiança para dizer que não sabe  Ensinar a reconhecer os sinais indicativos do momento de responder, interromper ou mudar de assunto  Modelar comentários indicadores de empatia  Sussurrar ao ouvido da criança o que ela devia dizer ao interlocutor  Recorrer a actividades de oralidade e de dramatização  Recorrer a exercícios do tipo “momentos do dia-a-dia” e “conversas em banda desenhada” para representação verbal dos diferentes níveis de comunicação Interpretação literal:  Pensar nas possíveis formas de evitar uma interpretação inadequada de um comentário ou instrução  Explicar o significado de metáforas ou figuras de retórica Prosódia:  Ensinar a regular a entoação, o ritmo, as pausas, a velocidade e o volume da voz Linguagem rebuscada:  Evitar abstracções e imprecisões
  • 9. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 9 de 13 Vocabulário idiossincrático:  Aspecto genuinamente criativo da SA a ser encorajado Verbalização de pensamentos:  Encorajar o sussurrar e o tentar “pensar no assunto sem falar em voz alta” Discriminação e alteração auditiva:  Encorajar a criança a pedir a repetição, a simplificação, a passagem a escrito ou a reformulação de instruções  Efectuar pausas entre instruções Fluência verbal:  Ter em conta que a ansiedade pode inibir a oralidade e requer tratamento. Estratégias sumárias para lidar com Interesses e Rotinas Interesses especiais:  Facilitam o diálogo  Denotam inteligência  Ajudam a criar um sentimento de ordem e consistência  Tornam-se uma fonte de prazer e descontracção Estratégias:  Proporcionar um acesso controlado, limitando o tempo de dedicação às tarefas favoritas  Aplicar as rotinas de forma construtiva para: - aumentar a motivação - construir uma hipótese de projecto vocacional e de maior envolvimento social As Rotinas como forma de reduzir a imprevisibilidade Estratégias:  Tentar estabelecer compromissos  Ensinar o conceito de tempo e criar horários de actividades  Reduzir o nível de ansiedade
  • 10. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 10 de 13 Motricidade na SA – capacidades afectadas  Locomoção =» na marcha e na corrida as pessoas com SA têm movimentos desajeitados, parecidos com os de uma “marioneta” e nas crianças, muitas das vezes o movimento do corpo não é acompanhado pelo balançar de braços.  Jogos de bola =» a capacidade para apanhar e atirar a bola com precisão parece estar particularmente afectada. Uma das consequências da falta de habilidade da criança para os jogos de bola é a sua exclusão da maioria dos jogos colectivos por representar um “estorvo” para a equipa que integra.  Equilíbrio =» que poderá afectar a capacidade de usar certos equipamentos no recreio ou de fazer determinadas actividades na ginástica.  Destreza manual =» envolve a capacidade para usar as duas mãos, por ex. aprender a abotoar-se, a vestir-se, a atar os atacadores dos sapatos, ou a utilizar os talheres; pode ainda envolver a coordenação de pés e pernas, como o andar de bicicleta. Ensinar a colocar a “mão sobre a mão” é útil à criança.  Caligrafia =» é possível que os professores tenham de fazer um esforço para perceber algumas das “garatujas” indecifráveis da criança; esta, por sua vez, tem consciência da “qualidade” da sua caligrafia e poderá mostrar-se relutante em aceitar actividades que envolvam a escrita.  Alteração do ritmo dos movimentos =» o facto de parecerem impulsivas e incapazes de executar a tarefa de forma lenta e reflectida, resulta num maior número de erros e na irritabilidade de todos – criança, pais, professores.  Falta de firmeza nas articulações =» desconhece-se ainda se a falta de firmeza a nível das articulações é um problema estrutural ou se se deve a uma fraca tensão muscular.
  • 11. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 11 de 13  Ritmo =» é-lhe extremamente difícil sincronizar os movimentos rítmicos com os de outra pessoa durante o caminhar, ou num acompanhamento musical.  Imitação de movimentos =» durante um diálogo existe a tendência para imitar a postura, os gestos e os maneirismos do interlocutor. Ao que parece, pessoas com SA reproduzem meticulosamente as posturas corporais da outra pessoa, a ponto de a sua postura se tornar “artificial”. Estratégias sumárias para melhorar a Coordenação Motora Marcha e Corrida  Melhorar a coordenação motora dos membros superiores e inferiores Jogar à bola  Melhorar as competências para agarrar e atirar, de modo a facilitar a inclusão da criança nos jogos de equipa Equilíbrio  Utilizar equipamento de recreio e de ginásio Destreza manual  Modelar os movimentos da mão com a técnica “mão sobre a mão” i.e., os pais ou professores pegam nas mãos ou membros da criança e conduzem-nos através de determinados movimentos, retirando esse apoio de forma gradual Caligrafia  Fazer exercícios de correcção  Aprender a usar o teclado Rapidez de movimentos  Supervisionar e encorajar a diminuição do ritmo dos movimentos Falta de firmeza/ imaturidade para manipular objectos  Programas de correcção com um Terapeuta Ocupacional
  • 12. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 12 de 13 Alterações motoras  Tiques, piscar de olhos, movimentos involuntários (Síndrome de Tourette)  Posturas invulgares, “congelamento” de movimentos, caminhar arrastado (exame para diagn. de Catalepsia ou de características de Parkinson)  A pessoa deve ser submetida a exame médico especializado Estratégias sumárias para a Cognição Teoria Cognitiva  Aprender a compreender as perspectivas e pensamentos dos outros, recorrendo à representação de cenários e instruções  Encorajá-la a parar e a pensar antes de agir ou falar, como a pessoa se irá sentir Memória  Explorar a capacidade de memorização de informações factuais e triviais, com jogos e labirintos Flexibilidade do Pensamento  Exercitar a pesquisa de estratégias e soluções alternativas  Aprender a pedir ajuda, recorrendo se necessário, a um código secreto Leitura, ortografia e cálculo  Analisar se ela recorre a estratégias não convencionais de processamento de informação  Se a estratégia alternativa funcionar, há que aceitá-la e desenvolvê-la, em vez de tentar ensinar estratégias convencionais  Evitar as críticas e as manifestações depreciativas Imaginação  O mundo imaginário pode ser uma forma de escape e deleite Pensamento visual  Encorajar a visualização, recorrendo a diagramas e a analogias visuais.
  • 13. Adaptado por Marta Silva – Psicóloga Clínica Página 13 de 13 Estratégias sumárias para a Sensibilidade Sensorial Sensibilidade auditiva  Evitar determinados sons  Ouvir música poderá camuflar sons incomodativos  Treinar a integração auditiva  Reduzir ao mínimo os ruídos de fundo, em especial o de várias pessoas a falar em simultâneo  Considerar o uso de tampões ou auscultadores Sensibilidade táctil  Comprar peças repetidas de vestuário que seja tolerado  Recorrer à Terapia de Integração Sensorial  Recorrer a massagens Sensibilidade ao paladar  Evitar regimes alimentares ou privação de alimentos forçados  Dar a provar novos alimentos, em vez de exigir que sejam mastigados e engolidos  Introduzir novos alimentos quando a criança está distraída ou descontraída Sensibilidade visual  Evitar a luz intensa  Usar óculos de sol Sensibilidade à dor  Procurar indicadores comportamentais de dor  Encorajá-la a dizer quando sente dor  Ter em atenção que a menor manifestação de incómodo pode indicar doença  Explicar-lhe porque é importante falar sobre a dor que esteja, eventualmente, a sentir.