A Revolta da Vacina ocorreu no Rio de Janeiro em 1904 contra a vacinação obrigatória para a varíola. A cidade sofria com epidemias devido às precárias condições sanitárias e a vacina era vista como forma de controle pela população mais pobre. A aplicação forçada da vacina levou a protestos que se transformaram em revolta generalizada contra as condições de vida.
1. Revolta da Vacina
1904
Joaquim Edson Vieira
Secretário, Centro de Desenvolvimento de Educação
Médica “Prof. Eduardo Marcondes” - FMUSP
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2. • Revolta da Vacina - Movimento popular contra a
vacinação obrigatória antivariólica.
– Maior cidade do país no início do século XX.
– 720 mil pessoas
• Saneamento básico praticamente inexistente:
– Epidemias de febre amarela e varíola, vitimando principalmente
os habitantes mais pobres.
• 31 de outubro de 1904 - aprovada pelo Congresso a lei
que tornava a vacinação obrigatória.
– 5 de novembro - Liga contra a Vacina Obrigatória
– 11 de novembro - Confrontos violentos entre populares e forças
policiais.
• 14 de novembro os cadetes da Escola Militar da Praia
Vermelha também se rebelaram...
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14. • Para atacar a Febre Amarela, Oswaldo Cruz segue
uma teoria de médicos cubanos, que aponta um tipo
de mosquito como o seu transmissor.
• Brigadas de Mata-Mosquitos desinfetam ruas e
casas. A população acha uma maluquice
responsabilizar um mosquito pela Febre Amarela.
Quase toda a imprensa fica contra Oswaldo Cruz e
ridiculariza sua campanha. Mas foi a Varíola que pôs
a cidade em pé de guerra.
• Com uma vacina desenvolvida por Osvaldo Cruz e
fabricada em larga escala acreditava-se que sua
aplicação em massa eliminaria a doença. Em 20 de
julho o Senado aprova a Lei de Vacinação
Obrigatória. Em 31 de outubro de 1904 era aprovada
pelo Congresso.
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15. • Apoiadas em uma lei federal, as Brigadas
Sanitárias entravam nas casas e
vacinavam pessoas à força.
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19. • As medidas sanitárias continuam. Em 1903, 469
pessoas morrem de Febre Amarela. No ano
seguinte, este número cai para 39.
Em 1904, a Varíola havia matado cerca de
3.500 pessoas. Dois anos depois, esta doença
faz apenas 9 vítimas.
• A cidade fica livre das epidemias. Mas começa a
sofrer com a proliferação das favelas.
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21. • Chalhoub:
• Atuação ostensiva do poder público, entrando nas
casas com a polícia e vacinando sem
consentimento, foi determinante para a eclosão da
revolta:
– O agravamento de tal situação se dava também
devido a aspectos culturais: de acordo com as
tradições africanas, a varíola era vista como algo que
servia para purificar a comunidade e havia rituais de
variolização (prática que gera formas mais brandas
da doença e pode levar à imunização).
– Revolta da Vacina: falta de comunicação trágica: "A
medicina ocidental não buscou entender os motivos
e os entendimentos culturais dos outros sujeitos e
entrou com a arrogância científica para impor uma
determinada prática“.
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