Aí está mais uma edição histórica do jornal Inconfidência, acerca da hedionda 'Intentona Comunista', de novembro de 1935. Este muito doloroso episódio de nossa História é relembrado, todos os anos, junto ao 'Monumento Votivo' às vítimas dos covardes comunistas, na Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, no dia 27 de novembro; o dito episódio pode ser sintetizado por duas palavras apenas: traição e covardia. E, como vem iterativamente afirmando o bravo jornal, "Esquecer também é Trair!"
Recomendo, em especial aos formadores de opinião, a leitura atenta e custódia das matérias das pág 6 - 'Discurso do Deputado Federal Afonso de Carvalho' e pág 25, 'Carta da Progenitora do Capitão Benedicto Bragança aos comunistas': a primeira, pelos profundos ensinamentos históricos que contém, na severa condenação de duas ideologias que sempre nos assolaram - o positivismo e o comunismo; e a segunda, pelo pungente sentimento de revolta de uma mãe, sobre a morte traiçoeira de seu jovem filho, na Escola de Aviação Militar.
Acesse o site: www.rsnoticias.net
Inconfidência nº 233/Edição histórica da intentona comunista de1935
1. AVERDADEIRAHISTÓRIADO BRASIL
A INTENTONA COMUNISTA DE 1935
ORDEM DO DIA - 27 DE NOVEMBRO
LEMBRAI-VOS DE 35!
H
á na Praia Vermelha, na
cidade do Rio de Janei-
ro, um monumento vo-
tivo edificado em memória dos
mortos da conhecida Intentona
Comunista de 1935. Diante dele,
todos os anos, democratas se
postam em sinal de respeito,
com a esperança de que tempos
fatídicos de revoluções totali-
tárias nunca mais tenham lugar
entre nós. Essas atitudes mór-
bidas e tresloucadas que, 66
anos atrás, levaram ao derrama-
mento de sangue de inocentes
em quartéis do Exército, no Nor-
deste e no Rio de Janeiro, são
apenas sombras indesejáveis
em nossa História, coisas que o
tempo dissolverá por comple-
to. Nem por isso, no entanto,
deixarão de ser lamentáveis,
porque contrapõem-se à idéia
de liberdade e democracia.
A insurreição de 35, como
bem recordamos, teve envolvi-
mento de militares contaminados
pela doutrina comunista que al-
guns desejavam impor ao Bra-
sil. Começou em Natal, com a
participação de graduados e sol-
Uma Intentona que nunca mais deverá acontecer!
Honras fúnebres aos mortos
da Intentona Comunista de 1935,
na Avenida Rio Branco - Rio de Janeiro
dados e de quase 300 homens da
guarda civil. Os rebeldes sujei-
taram a cidade, durante quatro
dias, à violência e ao saque de
estabelecimentos bancários e co-
merciais. Tropas do então 20º Ba-
talhão de Caçadores, de Alagoas,
e da polícia da Paraíba os conti-
veram e restabeleceram a ordem.
Em Pernambuco, revoltosos
civis, reforçados por oficiais e pra-
ças equivocados, encarregaram-
se das atrocidades. Durante dois
dias, combates violentos foram
travados em vários pontos do
estado, sem que os rebelados lo-
grassem entrar em Recife. Duas
unidades do Exército e a polícia
bloquearam-lhes a passagem e
puseram fim à rebelião.
No Rio de Janeiro, as pro-
porções do movimento foram mais
amplas e cruéis, tendo sido de-
flagrado, simultaneamente, no 3º
Regimento de Infantaria, na Praia
Vermelha; no 2º Regimento de In-
fantaria e no Batalhão de Comuni-
cações, na Vila Militar; e na Escola
de Aviação, no Campo dos
Afonsos. Os amotinados, compa-
nheiros de véspera, feriram e ma-
taram indiscriminadamente, ten-
tando expandir a rebelião a todo
custo. Esbarraram na mais fér-
rea resistência das forças lega-
listas. E perderam a luta.
Não foi essa a última ten-
tativa desses radicais de con-
quistar o poder para estabelecer
uma tirania no Brasil. Nas déca-
das seguintes, tentaram nova-
mente. O Exército viu-se compe-
lido a contrapor-se a eles,
vencendo-os em comba-
tes de rua e em selvas
inóspitas, mesmo experi-
mentando o desgaste de
um conflito prolongado.
Não apenas os derrotou,
mas ajudou também a
desenvolver o País.
Quase ao final do
século passado, o tem-
po se encarregou de
mostrar ao mundo a de-
cadência do comunis-
mo, aniquilado por suas
próprias contradições,
por seus inúmeros erros, por sua
violência exacerbada, por mi-
lhões de mortos que impuse-
ram à humanidade. Sessenta e
seis anos depois daquele trági-
co novembro, os quartéis do
Exército Brasileiro param, por
alguns momentos, para refle-
tir sobre essa página negra de
nossa História. Estamos con-
vencidos, mais do que nunca,
que nossa luta não foi em vão,
e que estivemos ao lado da
sociedade brasileira todas as
vezes em que esta, em sua mai-
oria, rejeitou o radicalismo, a
desordem e o terror.
Brasília, 27 de novembro de 2001
Gen Ex Gleuber Vieira
Comandante do Exército
Amemória de uma nação é um bem precioso que necessita ser
preservado, a todo custo, e relembrada constantemente, para
impedir que erros históricos não mais se repitam impunemente.
Afidelidadeàsprovasdocumentaisexistentesedisponíveis,deve
ser a pedra de toque, da ética dos historiadores, dos professores e dos
jornalistas, quando da transmissão dos fatos aos seus leitores, alunos
e ouvintes.
Ignorá-las e/ou distorcê-las, premeditadamente, configura um
crime de lesa-pátria difícil de se compreender e de aceitar.
Todos os grandes jornais e revistas do país dispõem em seus
arquivos, de um rico acervo dos fatos relacionados com a Intentona
Comunista de 1935, bem como daqueles vivenciados nos anos 60.
Porqueentãoosilêncio?Porqueentãoapráticasistemáticadoengôdo
intencional àqueles que desejam se informar ?
É preciso que a seriedade e a verdade, voltem a prevalecer sobre
a falsidade e que a maior farsa do século XX, o comunismo, seja
renegada definitivamente pela sociedade brasileira.
A FARSA CONTINUA
“O COMUNISMO não é a fraternidade: é a inversão do ódio
entre as classes. Não é a reconciliação dos homens: é a sua exterminação
mútua. Não arvora a bandeira do Evangelho: bane a Deus das almas
e das reivindicações populares. Não dá tréguas à ordem. Não conhece
a liberdade cristã. Dissolveria a sociedade. Extinguiria a religião.
Desumanaria a humanidade. Everteria, subverteria, inverteria a obra
do Criador”.
O COMUNISMO
EDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICAEDIÇÃO HISTÓRICA
Esta Edição Histórica é dedicada especialmente aos jovens,
civis e militares, de nosso Brasil. Nela constam somente
FATOS VERDADEIROS, que não podem ser contestados e
necessitam ser do conhecimento daqueles que, hoje, estão sendo
vítimas de uma das maiores manipulações de consciências de
que se tem notícia em nossa História Pátria, patrocinada pelo
governo federal, atráves do Ministério da Educação.
Rui Barbosa
LLLLLEIAEIAEIAEIAEIA NANANANANA PÁGINAPÁGINAPÁGINAPÁGINAPÁGINA 33333
Site: www.jornalinconfidencia.com.br
E-mail: jornal@jornalinconfidencia.com.br
BELO HORIZONTE, 27 DE NOVEMBRO DE 2016 - ANO XXII - Nº 233
Edição
Histórica
2. 8Nº 233 - Novembro/2016 2
25 de novembro - edição das 9 horas
25 de novembro - edição das 11 horas
edição
A.
1
NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–SEGUNDA-FEIRA,25DENOVEMBRODE1935 ANNOV–MÚMERO1.455
Sangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forçasSangrentos combates em Recife, tendo as forças
legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –legaes conseguido retomar a cidade de Olinda –
Vencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois deVencidos os amotinados de Alagôas, depois de
seria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridosseria lucta em que houve mortos e feridos
Rebentouummovimentomilitarextremista
em MACEIO’, RECIFE E NATAL
Os rebeldes
dominam a
capital
potyguar, cujo
governo se
transferiu para
Macahyba
Enviados para o Norte dois
cruzadores e duas esquadri-
lhas de aviões de bombardeio e
de caça – Rumaram para Re-
cife as forças do Exercito e da
Polícia da Parahyba, uma ba-
teria de artilharia e o 20º B.C.,
de Maceió
O governo organizou
séria resistencia e
espera desalojar hoje,
de seus reductos os
revoltosos
Sangrentos
combates em
Recife
As tropas legaes
retomaram a cidade
de Olinda
JornalAManhãdaAliançaNacionalLibertadora,Rio,27/11/1935
27 de novembro de 1935 - 1700h
Declarado o estado de sítio, por trinta
dias, em todo território nacional
Estado de Minas, 27 de novembro de 1935
Texto do sobreaviso dado hon-
tem, por Luís Carlos Prestes aos seus
companheiros de revolução.
“O Comitê Revolucionario, sob
a minha direção, frente aos aconte-
cimentos que se desencadeiam no
norte do paiz e à ameaça de ins-
tallação de uma dictadura reaciona-
ria decide que todas as forças da
Revolução estejam promptas para
lutar pelas liberdades populares e
para dar o golpe definitivo no governo
de traição nacional de Getulio Var-
gas
Dia e hora serão opportuna-
mente marcados".
Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1935
Luís Carlos Prestes
O AVISO DE PRESTES
aos seus companheiros
2
3. Nº 233 - Novembro/2016 3
Saindo do Clube Militar, o Presidente
Vargas e o deputado Antônio Carlos,
presidente da Câmara de Deputados
carregam o caixão de um oficial do 3º RI
PRONUNCIAMENTO DE GETÚLIO VARGAS
O presidente Getúlio Vargas, em pronunciamento nas primeiras horas do ano de
1936, sobre a "Intentona", afirmou: "... Padrão eloqüente e insofismável do que seria o
comunismo no Brasil, tivemo-lo nos episódios da baixa rapina e negro vandalismo de
que foram teatro as ruas de Natal e de Recife, durante o surto vergonhoso do credo russo,
assim como na rebelião de 27 de novembro,
nesta capital, com o registro de cenas de
revoltantes traições e até de assassínio, frio e
calculado,decompanheirosconfianteseador-
mecidos..."
Oitenta e um anos depois, esses bravos
militares, mortos em serviço, cujos familiares nunca pediram e nunca receberam indeni-
zações, certamente ainda merecem o respeito de todo o povo brasileiro. Eles tiveram a
honra e o privilégio de sacrificar a própria vida, defendendo a Pátria!
A FARSA CONTINUA...
Amaior farsa do século XX, o comunismo,
teve sua origem na Revolução Russa de
1917, quando os bolcheviques, liderados por
Lênin e inspirados na doutrina do “Manifes-
to Comunista”, derrubaram o governo provi-
sório de Kerensky, trucidaram o Czar e sua
família, além de milhões de cidadãos, para
conquistar o poder. Instalada a ditadura co-
munista, é criada a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS). Lênin,
Bukharin, Stálin, Trotsky e outros cometem
os maiores crimes contra a humanidade, as-
sassinando os adversários e os “camaradas”
ou os condenando a trabalhos forçados nos
gulags das estepes geladas da Sibéria. O regi-
me comunista soviético, em nome dessa ide-
ologia ultrapassada, o marxismo-leninismo,
fez mais de cem milhões de vítimas e final-
mente termina ruindo com o Muro de Berlim,
em novembro de 1989.
Terá sido o marco final da desvairada
utopia comunista? Não cremos. A China, Cu-
ba, Coréia do Norte, Vietnã, Venezuela, Bo-
lívia e o Brasil ainda não sabem que o muro da
vergonha caiu há 26 anos. Em nosso País, essa
data passou quase despercebida e os defen-
sores dos “Direitos Humanos”, o grupo “Tor-
tura Nunca Mais”, a Comissão Nacional da
Verdade e o PNDH3 e outros, se omitiram,
quando era oportuno lembrar o assassinato
de estudantes chineses na Praça da Paz
Celestial, em Pequim, o "paredón" e constan-
tes pedidos de asilo político de desportistas,
jornalistas e artistas cubanos, além dos
"balseros" que, diariamente, arriscam suas
vidas fugindo da ilha da fantasia...
Mistificadores por excelência, repe-
tem hipocritamente, “ad nauseam”, sua fi-
delidade à democracia e o respeito aos direi-
tos humanos. Tentam, por todos os meios,
mudar a História do Brasil, transformando se-
qüestradores, assassinos, assaltantes de bancos
eterroristasem“heróis”,dandoaelesnomesde
ruas, praças e criando espaços culturais, etc.
Criado em 1922, o PCB – Partido Co-
munista do Brasil, tenta pela primeira vez a
conquista do poder em fins de novembro de
1935 com a sublevação de unidades militares,
assassinando traiçoeiramente seus compa-
nheiros, na calada da noite, em Natal, Recife
e no Rio de Janeiro.
São derrotados pelo Governo Federal
e pela total falta de apoio da população. Do
livro “Meu Companheiro” de Maria Prestes:
“Em 1935, o casal (Prestes e Olga Benário)
estava se dirigindo ao Brasil, onde se prepa-
rava o levante armado que abriria uma
perspectiva socialista para o maior país da
América do Sul”.
Noiníciodadécadade1960,noaugeda
guerra fria, a Nação sente-se ameaçada pela
falta de autoridade, inflação em alta, greves
constantes da CGT, saques, agitações no
campo (MST de hoje), tentativas de quebra
da hierarquia e da disciplina nas Forças Arma-
das e percebe a revolução comuno-sindicalis-
ta iminente. Em 31 de março de 1964, Minas
Gerais, representando os sentimentos patri-
óticos e espontâneos da população brasileira,
atendendo ao clamor popular, com o governo
estadual e a Polícia Militar, apóia a contra-
revolução iniciada pela 4ª RM (Juiz de Fora)
e ID/4 (Belo Horizonte). Marcharam para o
Rio e Brasília, sem encontrar qualquer
resistência. A adesão foi total e pela
segunda vez os comunistas são derro-
tados, sem qualquer vítima. No Rio, a
“Marcha da Família com Deus pela
Liberdade” reúne um milhão de pessoas
em homenagem às Forças Armadas.
Impedidos de conquistar o poder,
os derrotados de 1964 formam grupos
subversivos treinados em Cuba, China e
URSS, que têm por finalidade a implan-
tação de um regime comunista. Perpe-
tram atos de terrorismo, seqüestros de
diplomatas e de aviões, assaltos a bancos,
"justiçamentos", assassinatos, atentados com
bomba e ações de guerrilha urbana e rural. No
início da década de 1970 são derrotados pela
terceira vez!!
Passado o profícuo regime militar, que
levou o Brasil a ser a 8ª economia mundial, a
pleno emprego, sem massacre da classe média
e do funcionalismo, com um PIB de 9,3%,
jamais alcançado pelos governos subseqüen-
tes, todos de triste lembrança, é promulgada
a Constituição “cidadã” de 1988 que, a toda
hora, é estuprada segundo os interesses dos
porões do Palácio do Planalto, conforme se
constatounosgovernosdeFHC,LulaeDilma.
A Lei da Anistia, proposta pelos ven-
cedores, no governo Figueiredo, parece obra
e conquista dos derrotados. Foram criadas a
“Comissão dos Mortos e Desaparecidos
Políticos”, a “Secretaria Especial de Direitos
Humanos” e a "Comissão Nacional da Verda-
de", que premiam as famílias de “desapareci-
dos” e até de vivos, com centenas de milhões
de reais, com o apoio de um governo corrupto
e pleno de ex-guerrilheiros, ex-terroristas e
ex-seqüestradores.
O ex-guerrilheiro urbano, Alfredo Hélio
Sirkis,queparticipoudosseqüestrosdosembai-
xadores da Alemanha e da Suíça, no livro “Os
Carbonários”,lembraque,apesardederrotados
na“guerra”,conseguiramcriarumaoutraversão
dahistória,“nasobrasliterárias,memorialísticas,
nos audiovisuais, na TV e em CD-ROM” – Diz
ele“Senaprimeiraperdemosfragorosamente,
na segunda não nos saímos de todo mal”. Ao
finaldolivro,édemonstradooposicionamento
de grande número de ex-guerrilheiros e ex-
terroristas, em atividades editoriais, na cáte-
dra universitária, na mídia e em cargos públi-
cos, onde muito fazem sucesso contra as For-
ças Armadas, tentando denegri-las.
O“Comandante”Fidel(eseuirmãoRaúl)
era recebido festivamente no Brasil pelas auto-
ridades e visitado constantemente pelo então
presidente Lula e por comitivas do PT, quando
o comissário José (Daniel) Dirceu chorava em
seusombroseapresidenteDilma,agora presen-
teia Cuba com milhões de dólares que jamais
voltarão. Che Guevara é capa permanente em
cadernos e camisetas de nossos estudantes e é
promovido constantemente no cinema e pela
PTV Globo. Mao Tsé Tung e Lamarca estão na
carteira estudantil da União Colegial de Minas
Gerais. Mao, Fidel e Guevara exportaram para
nós o ódio, o terrorismo, a subversão e a morte
e são exemplos para a nossa juventude e endeu-
sados pela mídia venal e pelos
livros didáticos adotados pelo
Ministério da Educação.
Agora, continuam ten-
tando pela quarta vez. É a hora
e a vez do Foro de São Paulo,
que procura interferir em nos-
sas relações internacionais, sen-
do o espelho do ex-Presidente
Lula, que foi ridiculizado pelas
ações de Evo Morales, Rafael
Correa, Cristina Kirchner e até
do "bispo" Fernando Lugo do
Paraguai, que foi defenestrado
da presidência contraavontade
dogovernobrasileiro,dopróprio
ForodeSãoPauloedaUNASUL.
E a farsa continua...
Atualmente, somos mais
de 200 milhões, sem ação, en-
ganados, desprotegidos, entre-
gues à própria sorte, enquanto
os corruptos partidos políti-
cos de esquerda procuram to-
mar o poder de fato, para dar
continuidade a seus odiosos e
obsessivos projetos socialis-
tas, utilizando todos os meios, principalmen-
te os ilícitos, para alcançar seu objetivo prin-
cipal - a implantação de um regime comunista,
de acordo com o Foro de São Paulo.
Constatamos que, um presidente não
vale pelo que fala e sim pelo que faz (ou de-
veria fazer), os partidos políticos estão par-
tidos e são partidos pelo próprio governo, a
Justiça é lenta e dura com o cidadão comum.
Finalmente,vemosoJuizSergioMoro,da
1ªvaradaJustiçaFederal,julgandoecondenando
Os gulags soviéticos
uma verdadeira quadrilha formada por polí-
ticos e empreiteiras de renome que assaltaram
oscofresdaNação,sobretudoaPetrobras, e que
esperamos que o STF cumpra com o seu pa-
pel de pôr atrás das grades aqueles que, pro-
tegidos por foro privilegiado e
se julgando acima da lei, riram-
se da cara do povo que só serve
e é lembrado para garantir-lhes
os votos necessários para con-
tinuar com a esbórnia.
Com o impeachment da
presidente Dilma e a impossibili-
dade de garantir a ela e ao ex-
presidenteLulaaproteçãodoSTF
através do foro privilegiado, o
Brasil conta as horas de ver todos
os envolvidos nessa roubalheira
sistêmica no único lugar que lhes
cabe, que é a cadeia.
A indignação popular foi
demonstrada nas últimas elei-
ções onde o PT só conseguiu
eleger um prefeito, e ainda as-
sim em uma cidade sem qual-
quer expressão no cenário naci-
onal, Porto Velho-AC, indican-
do que o povo acordou e não
acredita mais em “bolsa-esmo-
la” ou promessas vazias que não
se cumprem nunca, enquanto
“eles” continuam enriquecendo
ilicitamente e se safando da justiça.
A farsa, a mentira, a enganação, a rou-
balheira e a impunidade já não encontram mais
guaridanoBrasil,poisasmáscarasestãocaindo
uma a uma nas operações comandadas pela
força tarefa da Operação Lava Jato, e espera-
mos que essa nuvem negra que pairou sobre
o país por quase 20 anos, seja varrida de uma
vez por todas, pois na Terra de Santa Cruz
não há espaço para o comunismo.
Até quando a farsa continuará?
A "Marcha da Família com
Deus pela Liberdade"
“É preciso relembrar o vandalismo desencadeado naquele dia, a atitude afrontosa com que
saíram das ruínas do 3º RI, os autores daqueles crimes, a maneira ostensiva com que alardeavam os
processos traiçoeiros que conseguiram dominar pelo terror.
Relembrar esses fatos é certamente doloroso. Mas é preciso relembrar, porque a maior
virtude do brasileiro é ó esquecimento e essa virtude é quase sempre o seu maior defeito’’.
Rio de Janeiro, 27 de novembro de 1937
Gen Eurico Gaspar Dutra - Ministro da Guerra
PRONUNCIAMENTO DO GENERAL DUTRA
3
4. 8Nº 233 - Novembro/2016 4
27 de novembro - edição das 15 horas
Sexta-feira - 29 de novembro - edição das 11 horas
E
steéumbreverelatodarebeliãocomu-
nista de 27 de novembro de 1935. Por
ser apenas um resumo foram omitidos
muitosdetalhesenomesenvolvidosnosacon-
tecimentos que enlutaram o País. Mesmo as-
sim,ficoudemonstradodemodoinsofismável
até que ponto pode chegar a ambição política
aqualquerpreço,ademagogiainconseqüentee
deletéria,adissimulação,amentiraeocinismo
de receberem dinheiro e orientação externos
para entregar a Pátria ao domínio estrangeiro.
Sejam quais forem os disfarces e os
processos utilizados, os adeptos do comunis-
mo perseguem sempre os mesmos fins. Para
isso são capazes, como vimos, de revoltantes
traições e, até, de frios assassinatos de compa-
nheirosadormecidos.
É oportuno transcrever um trecho da
Ordem do Dia do General Dutra, em 27 de
novembro de 1937:
"É preciso relembrar o vandalismo
desencadeado naquele dia, a atitude
afrontosa com que saíram das ruínas do 3º
Regimento de Infantaria os autores daque-
le crime, a maneira ostensiva com que
alardeavam os processos traiçoeiros e infa-
mes com que abateram os companheiros
que conseguiram dominar pelo terror".
"Relembrar esses fatos é certamente
doloroso. Mas é preciso relembrar, porque
a maior virtude do brasileiro é o esquecimen-
to e essa virtude é quase sempre o seu maior
defeito".
Nãosabia,porém,oGeneralDutraque
as suas palavras eram, na realidade, uma pro-
fecia. Os revoltosos de 1935 foram anistiados
e perdoados pela sociedade, mas nem por isso
desistiram de implantar, no Brasil, um regime
comunista contrário à vontade e à índole do
nosso povo. Voltaram a perseguir os mesmos
objetivos de tomada do Poder em 1964, sendo
barradospelaRevoluçãodemocráticade31de
Março de 1964. Não conseguindo seus inten-
tos retornaram, em 1968, os insanos importa-
doresdoódioedaviolência,apraticarseqües-
tros, assassinatos brutais de civis e militares,
assaltos a bancos, atitudes do mais baixo e
repugnante padrão moral, agindo em nome da
mesma soturna ideologia de seus mestres co-
munistasde1935.Deixaramumrastrodemais
de 200 mortos civis e militares, 500 mutilados
e feridos, vítimas da sanha assassina dos her-
deiros da intentona de 1935.
Podemos afirmar que o sacrifício da-
queles que combateram o comunismo não
foi em vão. Hoje no poder, os derrotados de
ontem estão podendo dar vazão plena ao ódio
queosmobilizaranaquelaépoca.Noentantoé
preciso manter a vigilância, pois as intenções
deles parecem estar latentes, só aguardando
uma oportunidade para se fazer presentes.
Tudo devidamente comprovado com as cam-
panhas sórdidas e mentirosas constantemente
veiculadaspelamídiavenalevendidacontraas
ForçasArmadase,emparticular,apermanente
tentativa de denegrir o Exército Brasileiro.
A lição de 1935 permanecerá viva. As
Forças Armadas e as Polícias Militares jamais
esquecerãoaspáginasdeluto,traiçãoecovar-
diaqueocomunismoinseriunanossaHistória
e, mesmo à custa do sacrifício de vidas, nunca
permitirão que seja imposto ao Brasil um
regime contrário à sua tradição.
Esse é um dever constitucional.
Avenida Pasteur, 28/11/35: Oficiais e praças
insurretos do 3º RI quando, em atitude de
zombaria, deixam, presos, o quartel.
O chefe do movimento, Agildo Barata está
assinalado com um X
edição
A.
3
NUMEROAVULSO:200RÉIS BELLOHORIZONTE–QUARTA-FEIRA,27DENOVEMBRODE1935 ANNOV–NÚMERO1.457
Dominado,noRio,omovimentosubversivo
O 3º. R.I. rendeu-se às 14 horas e 30 minutos, tendo sido a
sublevação da E. de Aviação suffocada desde cêdo
“Estou vencido.
Fui preso”
RIO, 27 (Meridional) – A reprotagem dos “Di-
ários Associados” conseguiu falar ao capitão Agildo
Barata, minutos após a readição do 3º R.I.
O conhecido official, que era o cabeça do movi-
mento sedicioso da tropa Praia Vermelha, foi incisivo:
-“Estou vencido. Fui preso”.
Fuzilado pelos rebeldes o 1.º tenente
Benedicto Lopes Bragança
Segundo communicações recebidas hoje pela família Bragrança o 1.º tenente
Benedicto Lopes Bragança foi fuzilado pelos rebeldes por não ter querido adherir ao
movimento da insurreição na Escola de Aviação, na qual commandava um corpo de
instrucção.
O malogrado official era relacionadissimo, em Bello Horizonte, aqui tendo servido
no 10.º R.I, e aqui feito o seu curso de humanidade.
O corpo do tenente Bragança chegará amanhã nesta capital.
Revista "O Cruzeiro" 07/12/1935
CONCLUSÕES
Publicado no Inconfidência, nº 63 de dezembro/2003
4
5. Nº 233 - Novembro/2016 5
EDIÇÃO DE HOJE – 10 PAGINAS NÚMERO AVULSO: - 200 RÉIS
Extinctos o 21º. e o 29º. Batalhões de Caçadores e o 3º. Reg. de Infantaria
Genese e desenvolvimento da rebellião communista
O capitão Felinto Muller, chefe de Polícia do Districto Federal, expõe detal hadamente aos “Diários
Associados” a trama sinistra e as providencias rapidas e energicas do governo federal
Luiz Carlos Prestes perdeu, em um lance, a legenda que conquistou em 11 annos
P
osso assegurar-lhe que, a principio,
organisara-seummovimentopolíti-
co-militar de caracter verde e
amarello, no estylo dos golpes a que a
Republica liberal democrática nos acostu-
mou, na longa história de sua adaptação ao
geniopolíticodopovobrasileiro.Aforma-
ção da Alliança Nacional Libertadora, po-
rém, lançou os agentes e possíveis chefes
desse movimento para o segundo plano.
Este partido tinha uma ideologia de-
finida nos princípios communistas e o seu
chefe,sr.LuizCarlosPrestes,hácincoannos
anunnciára ao povo brasileiro as suas no-
vas inclinações anti-democraticas. A rápi-
da expansão desse partido, a propaganda
intensa dos seus ideaes nesta capital e nos
Estados, deram aos lideres a impressão de
uma força capaz de prescindir da
collaboração das outras correntes políti-
cas, podendo agir por conta própria e reali-
zarcomafiguralegendáriadosr.LuizCarlos
Prestes, a conquista do poder que tantos
outros desejavam.
A polícia, como já tive occasião de
demonstrar pela imprensa, numa abundan-
te documentação estava certa da absoluta
identidade de ponto de vista da Alliança
Nacional Libertadora com o programma
communista de Prestes. A conspiração po-
lítico-militardeixáracahirabandeiraverde-
amarella, e surgira em seu logar e pavilhão
vermelho do bolchevismo.
Deante das provas irrefutáveis de
queaA.N.L.tramavaasubversãoviolenta
doregimesocialepolíticodopaiz,ogover-
no decidiu fechar a sua séde e os seus
núcleos em toda a Republica, e desde este
momento os seus dirigentes resolveram le-
var avante o plano conspiratorio, sob a
chefiadirectaepessoaldeLuizCarlosPres-
tes. Deu-se, portanto, uma evolução na
tramaprimitiva,denaturezapolítica,como
intuito de mudar os homens conservando
as instituições, para uma extensão conspi-
raçãoextremistadestinadaa implantar em
nossa terra o regime russo, ingenuamen-
te disfarçado na fórma de um governo
popular revolucionário.
A TACTICA DE MOSCOU
-Convém não esquecer que os
alliancistas seguiam habilmente a táctica
de Moscou. Como ficára resolvido no
ultimo Congresso do Komintem, os agen-
tes bolchevistas e deveriam trabalhar
sempre com os disfarces da liberal de-
mocrocia, fingindo uma alliança com os
partidos republicanos para combater o
fascismo, e desta fórma obter a sua
collaboração para a obra revolucionaria.
Os alliancista que desejavam a coopera-
ção dos grupos políticos dissidentes, e
para não afugental-os,fingiamterabando-
nado os propósitos vermelhos da ideologia
moscovita, allegando que o comunismo
rigido seria inadaptavel ás condições
psychologicas da sociedade brasileira.
Nesse sentido, procuraram articu-
lar-se com elementos políticos e milita-
res, que, a tempo, perceberam o encontro
e retiraram a solidariedade que haviam
empenhado.
A polícia possue documentos pre-
ciosos para provar que os communistas
pretendiam jogar esses collaboradores
numacilada.
O plano era servir-se de seu apoio
para conquistar o poder popular revolucio-
nário e, depois de installado este,
convertel-o rapidamente, com o auxílio
das massas operarias, camponesas e ar-
madas, no regimem communista, segun-
do o espírito das infiltrações soviéticas.
Possuo no archivo da polícia, cartas em
que os líderes communistas explicam este
projecto a camaradas que se mostram
surprehendidos com a “entente” de
alliancismo com os grupos da burguesia
liberal democrática.
O governo popular revolucionário
era apenas uma fachada para attrahir ingê-
nuos. Viria, logo depois, atrás delle, a ver-
dadeira revolução social, inspirada no
lemma: “pão, terra e liberdade”, com um
governo de operários, camponeses, mari-
nheiros e soldados de accordo com os
moldespráticosconsagradospelogolpede
1917 na Rússia. (Extrato)
Medidas energicas para
combater o communismo
As modificações à Lei de Segurança
Nacional, apresentadas pelo deputado
Pedro Aleixo, corrigem as deficiências da
legislação em vigor – Definidos novos
crimes contra a ordem política e social
Rio, 3 (Meridional) – Foi assignado na
pasta da Guerra um decreto concebido nos
seguintes termos:
“OpresidentedaRepublicadosEstados
Unidos do Brasil, considerando ser acto de
justiçaeafimdeque perderaellenosannaes
militares, estigmatizando o crime de rebel-
dia que cometteram, decreta:
Ficam extinctos os 21º e 29º Batalhões
de Caçadores e o 3º Regimento de Infan-
taria.
Artigo 2º - São creados os 30º e 31º
BatalhõesdeCaçadoreseo14ºRegimentode
Infantaria que deverão ser immediatamente
organizadosparaconservar-sesemalteração
o effectivo consignado na organização do
Exército.
Artigo 3º - Revogam-se as disposições
em contrario.
Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1935.
104º da Independência e 47.º da República
(a) Getulio Vargas,
Presidente da Republica"
Estigmatizandoo
crimederebeldia
Extinctos o 21.º e
o 29.º B. C. e o 3º R.I.
NOSSOCOMENTÁRIO
Qualquer semelhança com os dias
atuais não é mera coincidência.
AleituradaentrevistadoChefede
Polícia do Distrito Federal, em 1935,
revela que o processo revolucionário
comunista continua tendo as mesmas
características nos dias de hoje. Nas
fases que antecedem a tomada do poder
todas as aparências de legalidade e de
participação democrática no jogo polí-
tico. A formação de frentes e alianças
eleitorais com os partidos de esquerda e
coma"burguesialiberal"paraaforma-
çãodeum"governopopulardemocráti-
co" continua a ser a tática dos partidos
comunistas e também de partidos que se
dizem socialistas, escondendo sua ten-
dência revolucionária.
É a tática da "via pacífica" cujo
primeiro objetivo é a conquista do go-
vernopelocaminhoeleitorallegítimo.A
partir daí, o partido comunista ou parti-
do socialista revolucionário, simulando
um programa social-democrata, faz a
"acumulaçãodeforça"aqueTarsoGen-
ro (PT/RS) denomina de "reformismo
radical", tendo por objetivo a tomada
do poder.
A Intentona Comunista de 1935
que surpreendeu pela violência, pode
repetir-sedeformapacífica,pelomenos
nassuasfasesiniciais,realizadaoqueos
neo-comunistasdenominam"Revolução
Nacional Popular".
Com a chegada de elementos do
22º Batalhão de Caçadores e de uma
bateria de Artilharia da Parahyba,
os communistas pressionados,
começaram a recuar no Recife
5
Prestes, ladeado pela Polícia Especial de Vargas,
depõe no Conselho de Justiça Militar, fev/37
6. 8Nº 233 - Novembro/2016 6
DISCURSO DO DEPUTADO FEDERAL AFONSO DE CARVALHO26 de novembro de 1946
CARÍSSIMOS LEITORES / HISTORIADORES / MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS
“Sr. Presidente:
Os tempos são outros. Nunca o Brasil es-
teve tão intensamente penetrado de sentimen-
to democrático e de amor à liberdade, como
atualmente. E esse é o sentimento que pre-
pondera nas nossas classes armadas. Foi o
que as impulsionou para o 29 de outubro [de-
posiçãodopresidenteVargas], e, agora, deter-
mina novamente o seu pronunciamento, em
defesa da Pátria e da Democracia.
Positivismo e Comunismo vieram a ser,
no Brasil, as forças negativas, dissolventes da
ideia de Pátria, implicando em desviar as forças
armadas dos seus verdadeiros rumos. De início
é o Positivismo que visa corromper o espírito
nacionalista das nossas gerações militares e em
favor da utopia – humanidade, relegando para
plano secundário a ideia de Pátria.
O Apostolado Positivista passou a ser
o esquisito laboratório dessas ideias, onde os
adeptos de Augusto Comte, como mais tarde
o farão os discípulos de Marx e Engels, agita-
rão as retortas de violentos ácidos corrosivos,
contra a noção de Pátria.
O Sr. Teixeira Mendes, “Papa Verde” do
Positivismo,prega,então,ideias,que,hoje,difi-
cilmente se acreditaria pudessem ser apresenta-
das,senãoconstassem,comoconstam,dassuas
oraçõesapostolares. Prega, antes de mais nada,
o esfacelamentodoBrasil,criandoaschamadas
Pátrias Brasileiras. Afirma que os positivistas –
e é grande, então, o seu número no Exército –
não têm “o menor preconceito de integridade
política”.Admira-sequeosdemocratas“olhem
com tamanho horror” para o que chama “a
inevitável fragmentação política do Brasil”.
Considera, desdenhosamente, a integridade
brasileira como um simples preconceito.
Ataca o Império “porque não recuou
nem diante da violência e da corrupção para
manter a Monarquia e a integridade da nacio-
nalidade brasileira”. Escreve textualmente:
“O Exército não garanteatranquilidadepública
porque é insuficiente para a guerra e é supérfluo
para a paz”. Incentiva a sabotagem da guerra do
Paraguai,cujasglóriasmilitaresconsideracomo
sinais de vergonha, o que levou certa vez o Ge-
neral Tasso Fragoso a escrever:
“Lembro-me dessa época quando os ve-
lhos generais, que haviam lutado no Paraguai,
escondiam as suas condecorações de guerra,
como se fossem símbolos do opróbrio” [duas
observações particulares: 1) o Senador Gaspar
daSilveiraMartinssemprecriticou,acerbamente,
o pacifismo dos positivistas, para os quais os
Transcrevemos abaixo, excertos do discurso pronunciado em 26 de novembro de 1946, na Câmara dos Deputados, pelo deputado federal por Alagoas, Coronel do Exército
Afonso de Carvalho. Trata-se de um importantíssimo documento de cunho histórico-filosófico, que foi publicado pela revista “Nação Armada”, n° 81, de janeiro de
1947. O título da matéria é “O Militar não pode ser Comunista”. Diga-se que quando do citado discurso, o Brasil, há pouco mais de um ano, retornara ao estado democrático,
após a deposição, pelas Forças Armadas, do ditador Getúlio Vargas. O Partido Comunista foi então legalizado e lançou candidatos a vários cargos eletivos. O seu
líder, Luiz Carlos Prestes, foi eleito Senador. Em 1947, esse Partido foi posto na ilegalidade, eis que subordinado ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS),
do qual era uma simples Seção, e pelas agitações subversivas que promovia em todo o Brasil. É disso e mais da nefasta ação da ideologia do Positivismo - “a
Religião da Humanidade” -, que versa o magnífico Discurso.
Afonso de Carvalho foi um notável historiador, intelectual, pensador militar, escritor, poeta, político (foi Interventor em Alagoas, em 1933, membro da Assembleia
Nacional Constituinte de 1946, e deputado federal pelo estado de Alagoas), sócio de diversas instituições histórico-culturais. Ele foi um dos maiores biógrafos do Duque
de Caxias, sendo o seu referencial livro, “CAXIAS”, editado por cinco vezes; a Biblioteca do Exército o editou em 1938 e tornou a fazê-lo, em 1976, em uma edição especial,
de luxo. Eis alguns trechos do antológico, histórico e científico Discurso que todo patriota deveria ler com redobrada atenção, custodiar com esmero, e, em especial, refletir,
comparativamente, com a atual e muito hostil conjuntura nacional, sob os influxos da ação “gramscista”, orquestrada pelo Foro de São Paulo:
Exércitos deveriam se transformar em gen-
darmerias e “os generais eram os grandes assas-
sinos dos povos”.
Ainda mais: 2) a impoluta figura do Du-
quedeCaxiaseraassazdenegridaeapequenada
pelosmilitaresprofitentesdoPositivismo.Caxias
só seria reabilitado pelo Exército, de um semi-
anonimatonãocondizentecomostantosetama-
nhosserviçosporeleprestadosaoBrasil,napaz
e na guerra, no ano de 1925, pelo ministro da
Guerra, General Setembrino de Carvalho...].
Enfim, o Exército
diminuídoàsimplesgen-
darmeria e a Pátria re-
duzida a vinte republi-
quetas!Eraoquequeriao
Apostolado Positivista,
fiel intérprete das ideias
deAugustoComte,após-
toloainda mais intransi-
gente que Marx, das teo-
riasdomaterialismohis-
tórico. Foi grande o tra-
balho dos constituintes
para que a nova Carta
MagnadaRepúblicasaís-
seescoimadadosaleijões
positivistas.
Os chefes milita-
res, no decorrer dos go-
vernosrepublicanos,tudo
fizeram para que o Exér-
citosefortalecesseemseu
espírito profissional e no seu amor à Pátria, da
qual é a armadura de aço.
Na verdade, os nossos chefes militares
souberam, com elevação e habilidade, livrar as
forças armadas do primeiro cancro (o Positivis-
mo)queiacorroendoassuasenergiasesolapan-
do os fundamentos da Nação.
Chegou,agora,avezdedefender-sedeum
outroinimigo.Oschefesmilitaresdehoje,eque
já falaram com a boca dos canhões em 27 de
novembro de 1935 [refere-se à hedionda “In-
tentonaComunistade1935”,quepodeserresu-
midaemdoisvocábulosapenas:traiçãoecovar-
dia;equefoiumadasponderáveiscausasimedi-
atas para a deflagração do glorioso Movimento
Cívico-Militar de 31 de março de 1964], estão
novamente com a palavra.
Apreciado o Positivismo [que prega a
“ditadurarepublicana”]comocontrárioàideiade
Pátria,vejamosagoraoComunismo [que preco-
niza a “ditadura do proletariado]. Desapare-
ce, no Comunismo, o conceito clássico de po-
vo e de Pátria. A unidade política não é mais
o povo, e sim, a classe. Dentro da unidade –
classe, o cidadão oblitera-se, desaparece. E
com ele, o povo. E com o povo, a Pátria. Cada
circunscrição política deve dividir-se na clas-
se dos marítimos, na classe dos metalúrgicos,
etc. A classe é o que se tem em vista, esteja
onde estiver, no país ou no estrangeiro.
Lê-se no Manifesto Comunista: “Ope-
rários de todo o mundo: uni-vos!”
O Programa do Komintern proclama:
“O Proletariado não terá
pátria enquanto não
conquistar o poder po-
lítico”.
Como o Partido é
internacional, aqueles
queodirigemnosdemais
países, como no Brasil,
têm o nome de Secretá-
rios.
E,seemdadomo-
mento, colidirem os in-
teresses de um país com
os da Rússia Soviética,
devem preponderar os
da URSS. Desta mesma
tribuna o senador comu-
nista Luiz Carlos Pres-
tes declarou que no caso
de uma guerra do Brasil
com a Rússia, ou me-
lhor, com a União Sovi-
ética, ele ficaria com a União Soviética.
Como se pode supor, nessas condi-
ções, que um comunista possa deixar de aten-
der aos compromissos internacionais, in-
trínsecos, do seu Parido? E se esta obedi-
ência, pelo caráter internacional do Parti-
do, dimana, imperativamente, da própria
essência do comunismo, como admitir-se
que o militar possa pertencer a uma organi-
zação internacional, ele que jurou defender
a Pátria com o sacrifício da própria vida?
Como admitir-se que o militar, o militar do
Brasil, possa ter outra Bandeira que não seja
aquela “que a brisa do Brasil beija e balança?”
Como admitir-se que ao soldado, ao
marinheiro, ao aviador, se possa, sem receio
de traição, confiar-se uma arma, e esta arma
ser utilizada contra a Pátria, que nele deposi-
tou a sua confiança?
Não podem existir duas respostas a
estas perguntas! Admitir-se um militar comu-
nista seria conformarmo-nos com o mais trá-
gico dos paradoxos.
Ninguém pode negar aos Estados Uni-
dos da América do Norte e à Inglaterra, o alto
espírito democrático que preside às suas ins-
tituições. E, no entanto, o que hoje se preten-
de fazer no Brasil, a Inglaterra e os Estados
Unidos já o fizeram, excluindo das suas forças
armadas todos os militares comunistas [acres-
cente-se que, após a Contrarrevolução de 1964,
foram expurgados das FFAA, militares indese-
jáveiscomoossubversivos/comunistas,oscor-
ruptos e os de conduta moral incompatível com
a profissão militar; desafortunadamente, ti-
pos dissimulados conseguiram escapar da-
quela oportuna e benéfica higienização, sendo
o caso mais notório o do capitão desertor e
traidor, facínora crapuloso, Carlos Lamarca].
Sr. Presidente. Srs. Deputados: Vou ter-
minar. Procurei demonstrar como as Forças
Armadas têm sido sacrificadas por duas cor-
rentes ou partidos de sentido filosófico-po-
lítico, fundamentados na interpretação ma-
terialista da História: o Positivismo e o Comu-
nismo, e ambos desencadeados, primeiro, con-
tra a República que sucedeu à Monarquia; de-
pois, contra a República que substituiu a Di-
tadura, e, também, por coincidência, ambas
em sua fase perigosa de adolescência.
Continuando, Sr. Presidente, procurei
provaro caráter internacional do Positivismo
e do Comunismo. E, assim, contrários à ideia
de Pátria. Na Inglaterra, Srs. Deputados, sem-
pre se sepultaram os sonhos dos conquista-
dores e a ideologia dos extremistas! Se velhos
países, como outros, reagiram às ideias de
Marx,comocompreender-sequeumpaísnovo,
aindaemformação,comooBrasil,possaadmití-
las e com a cumplicidade das próprias classes
armadas?
Impõe-se à Democracia brasileira for-
talecer o sentido afirmativo da Pátria.
Não podemos - militares e represen-
tantes do povo -, permanecer tranquilamente
debaixo da abóbada, deixando que o inimigo
nos vença. Se não reagirmos, a abóbada ruirá.
Pereceremos todos. E de todos nós, que não
somoscomunistas,nãosobraráumsóJeremias
para chorar sobre as cinzas dessas ruínas.
Fortaleçamos a Pátria, prestigiando as
classes armadas. Renunciemos à vastidão das
ideias universalistas. E permaneçamos intan-
gíveis no nosso sentimento pátrio, no sagrado
egoísmo, no amor ciumento do nosso desvão
de telhado, que é a nossa terra, a nossa família,
a nossa gente, a nossa PÁTRIA!”
6
7. Nº 233 - Novembro/2016 7
Cópia do original
datilografado do
telegrama com o qual a
direção da Internacional
deu a Prestes e Ewert
ordem para agir
* Por Jarbas
Passarinho
* Coronel - Foi ministro de Estado,
governador e senador pelo Pará.
OPartidoComunis-
ta Brasileiro, nas-
cido em 1922, teve vi-
da curta, dirigido por
Astrogildo Pereira e
Octávio Brandão, quan-
do em 1929 caíram am-
bos em desgraça da
Terceira Internacional fundada por Lênin.
Poupados por Moscou que determinou uma
trégua, que não durou senão até 1930. O Ko-
mintern criticava os dirigentes do PCB, proi-
biu o partido de fazer qualquer aliança nas
eleições daquele ano, para cultivar seus cli-
chês: luta contra o imperialismo, terra para
os camponeses, afastamento dos intelectu-
ais (Astrogildo, Brandão, Basbaum e Paulo
Lacerda) e sua substituição por “trabalha-
dores mal vestidos e que falassem errado”.
Lembro essa passagem para salientar uma
interessante coincidência: quando o PT foi
fundado, há 25 anos, pretendia manter o
princípio de partido exclusivo de trabalha-
dores, contrário a toda política de alianças
com partidos burgueses e dirigido por um
metalúrgico “mal vestido e que falava erra-
do”.
Prestes só seria recebido na Terceira
Internacional,ouKomintern,em1931,quan-
do aceitou pagar o que se chamava outrora,
nos clubes de grã-finos, uma luva. Para ser
recebido na ilustre companhia dos revo-
lucionários mundiais, pagou “20 mil dóla-
res do fundo recebido de Getúlio Vargas de-
zesseis meses antes”, como revelou William
Waack, no seu livro Camaradas, compro-
vado no acesso que teve aos arquivos de
Moscou, após o colapso da União Soviéti-
ca, Capítulo Ouro Para Moscou, página 43.
O LEVANTE COMUNISTA DE 1935: REFLEXÕES
João Alberto, em A Marcha da Coluna,
confirma o entendimento com Getúlio, para
que Prestes chefiasse a Revolução de 1930.
Ele desviou os recursos para cumprir exi-
gência do Kominforn, o mesmo Kominforn
que lhe daria ordem para o levante de 1935
e dava (ou retribuia) dólares para chefiar o
levante no Nordeste e no
Rio de Janeiro. É a prova do
“Ouro de Moscou”.
Acho que Prestes va-
cinou o Exército com esse
levante, que deixou marcas
indeléveis de traição e co-
vardia, quebrando um prin-
cípio de lealdade pertinente
à vida castrense, em exem-
plos históricos como o dos
aviadores na 1a
Guerra Mundial. Quando um
adversário era abatido, o contendor vitori-
oso passava em vôo rasante sobre o venci-
do e lhe fazia continência. Lee, o famoso
general que comandou o Exército dos Con-
federados na Guerra de Sucessão america-
na, era instrutor em West Point, quando a
guerra eclodiu. Despediu-se da escola, co-
mandada por superiores seus, adeptos de
Lincoln, com a tropa que ele iria combater
formada em saudação. Não há duvida que
eram tempos muito passados, em que a
guerra tinha uma componente romântica.
Mas em 1935, o comandante do 3o
RI, onde
estava preso o capitão comunista Agildo
Barata, tinha absoluta confiança nos seus
subordinados. Dois deles, fizeram o contrá-
rio dos exemplos românticos. Um capitão
que devia favores ao Comandante, jurou-
lhe ajoelhado que era falsa a informação que
o Coronel recebera de que o Regimento se
levantaria no dia 27 de novembro e que o
capitão era um dos seus líderes. Pois ele
mesmo, altas horas da madrugada, cumpriu
as ordens que Prestes fizera chegar, escri-
tas, a Agildo Barata. Preocupado com as in-
formações que recebera do Ministério da
Guerra, determinou o Comandante a um
tenente seu secretário,
que instalasse uma me-
tralhadora visando a
subunidade suspeitada.
O tenente, que tinha um
parente na intimidade do
Palácio do Catete, com
Getúlio Vargas – e daí a
insuspeição dele - aca-
bou usando a metralha-
dora em apoio aos comu-
nistas rebelados.
Na Escola de Aviação, um oficial
que faço questão de não sujar com seu
nome este papel em que escrevo, foi en-
carregado de matar o tenente Danilo Pa-
ladini, sabidamente anticomunista. Co-
briu o revólver com um jornal e, numa esca-
da em que Paladini se encontrava, cha-
mou-o perguntando se lera o jornal. Quan-
do a vítima desceu uns degraus, o covar-
de o matou com tiros do revólver escon-
dido no jornal.
Outros covardes, também, sujaram a
história castrense no Brasil. Um exemplo é
o do tenente Bragança, aviador. Cumprindo
seu dever, dirigiu-se de trem para o subúr-
bio de Deodoro, no Rio de Janeiro, com um
colega, para apresentarem-se em sua unida-
de, que não sabia já rebelada. Apanhou-os
um capitão (um facínora que vim a conhe-
cer no Congresso quando votamos a lei
de anistia), dono de um pequeno automó-
vel. Sentaram-se os dois oficiais nos ban-
cos de trás. O capitão, sacando uma para-
belum dirigiu-se primeiro ao tenente Bra-
gança, dizendo estar a unidade de aviação
revoltada obedecendo Prestes e perguntou
se aderiam. O tenente corajosamente res-
pondeu que não. Levou um tiro fatal. O ou-
tro abriu a porta do automóvel e jogou-se
para fora, protegido pelo lusco fusco e da
frágil vegetação de Marechal Hermes. Foi
salvo porque o gatilho da arma não percutiu
a bala. Dele eu li, já senador, o depoimento
que deu no Tribunal de Segurança criado
por Getúlio, revelando como se dera a
morte do tenente Bragança. Mas, quan-
do capitão instrutor do CPOR de Belo
Horizonte, fui companheiro de seu irmão,
o capitão Bragança, um oficial de escol,
cuja família tinha sido compelida a não
revelar o que sabia, para que nas Come-
morações da Intentona, na Praia Verme-
lha, a ferocidade e a deslealdade dos co-
munistas fosse enfatizada como eles ma-
tando até militares dormindo. Coisas de
políticos e não exatamente da política co-
mo a descreve Max Weber.
O Presidente Collor determinou que
as comemorações da Praia Vermelha, nos
27 de novembro não mais fossem realiza-
das, para reconciliação da família brasi-
leira. Passara a ser lembradas nos quar-
téis. Agora, nem isso. São substituídas pelo
culto, de Dom Paulo Evaristo Arns e do
rabino Sobel ao comunista Wladimir Her-
zog. Assim se faz a história.
(Publicado no Inconfidência nº 88 de 27/11/2005)
Cobriu o revólver com um
jornal e, numa escada em
que Paladini se encontrava,
chamou-o perguntando se lera
o jornal. Quando a vítima
desceu uns degraus, o covarde
o matou com tiros do revólver
escondido no jornal.
Acuse-os do que você faz.
Xingue-os do que você é.
Lenine
Camaradas - Por William Waack
CAMARADAS
Nos arquivos de Moscou
A História Secreta da Revolução Brasileira de 1935
WILLIAM WAACK
Este livro não foi feito para favorecer
alguns em detrimento de outros, nem para
retomar debates e pontos de vista totalmente
ultrapassados com o fim da Guerra Fria. No
entanto, é inevitável que alguns mitos, ima-
gens, carreiras e reputações – e crenças –
saiam profundamente abalados ao final des-
tas páginas. Berlim, setembro de 1993
Também usava os nomes de “Frida
Leuschner”, “Ana Baum de Revidor”,
“Olga Sinek”, “Olga Bergner Vilar” e
“Zarkovich”; alemã, membro do IV Departa-
mento do Exército Vermelho (Inteligência
Externa); casada na URSS com B. P. Ni-
kitin; viajou em dezembro de 1934 ao Bra-
sil, acompanhando Luiz Carlos Prestes,
cumprindo missão que lhe fora atribuída
OLGA BENÁRIO - A VERDADE
pela EKKI. Foi presa no Brasil em 6 de
março de 1936, juntamente com Prestes,
com que teve uma filha, sendo deportada
para a Alemanha, onde morreu, em 1942,
em um campo de concentração.
O seu grau de importância na hierar-
quia da espionagem soviética deu-se no
episódio de reconhecimento de sua morte e
nas motivações nazistas para a liquidarem.
“Camaradas" é um livro cuja leitura se diria recomendável a todos os brasileiros
mas obrigatória ao público militar. Obrigatória, por traduzir-se o seu texto na mais ampla
e irretorquível defesa da ação anti-comunista em que se envolveram as nossas Forças
Armadas, desde 1935. A nossa luta, e a nossa vitória foram o triunfo da razão. Honra aos
sacrifícios e ao sangue derramado em decênios de confronto com a maior aberração que
produziu o pensamento humano, o comunismo.
E estejamos certos! O “patrulhamento ideológico” ainda não foi desmontado no
Brasil. A obra de Waack não irá figurar nas famosas listas dos mais vendidos que a mídia
repete em seus suplementos. Corrijam-nos, no futuro se estivermos errados!
(Publicado na revista do Clube Militar de dezembro/1993)
* Tenente-Coronel Antônio Gonçalves Meira William Waack
7
8. 8Nº 233 - Novembro/2016 8
A INSURREIÇÃO DE 27 DE NOVEMBRO
ESCOLA DE AVIAÇÃO MILITAR
O
início da revolta na AVIAÇÃO
coincidiu, differença de poucos
minutos,comado3ºREGIMEN-
TO DE INFANTARIA.
Em vasta área, quasi toda aberta,
situada entre a Estrada Rio-São Paulo, a
Estação de Deodoro e a Invernada dos
Affonsos,estáaESCOLA DE AVIAÇÃO
MILITAR.
Dentro dessa área vários pavilhões
se distribuem a esmo; uns, servindo de
quartéisealojamentos,outros,deofficinas
e hangares.
Duas entradas lhe dão accesso;
ambassituadasàmargendaEstradaRio-S.
Paulo,sendoqueumadellas,amaisutiliza-
da hoje, está localizada na embocadura de
um caminho que vae ter à Enfermaria.
Foi por esta que, pouco antes
das três horas da madrugada de 27,
penetrou na ESCOLA o automóvel do
Capitão SOCRATES, conduzido, além
deste, o Capitão AGLIBERTO e os Te-
nentes BENEDICTO e DINARCO,
emquanto que o Tenente IVAN ali pene-
trava pelo outro portão afim de sublevar
a guarda de serviço.
A promptidão e a vigilância na ES-
COLA,emconseqüênciadosacontecimen-
tos de Natal e Recife, não era rigorosa e
geralcomono3ºREGIMENTODEINFAN-
TARIA,masapenasparcial,ecomprehendia
aCompanhiadeGuardas,aExtranumeraria
e a Companhia de Alumnos do Curso de
Sargentos Aviadores.
Os serviços de segurança, entre-
tanto, foram augmentados na noite de 26
para27,emfacedosboatosquecirculavam.
O Commandante, Tenente-coronel
IVOBORGES,quevinhadehámuitodes-
confiado da actuação dos Capitães
SOCRATES E AGLIBERTO,deratermi-
nantes ordens aos elementos encarrega-
dos da fiscalização dos portões de entrada,
quenãopermittissemoingressonaESCO-
LAdequalquervehiculo,mesmoconduzi-
do officiaes.
As ordens não foram, porém, cum-
pridas pelo Sargento ALVARO BELGA,
que com um Grupo de Combate, guar-
dava a Estrada que vae ter à Enfermaria
e por onde penetrou, sem ser embaraço
em sua carreira, o automovel do Capitão
SOCRATES.
HámuitojáseachavamnaESCOLA,
allichegados“poracaso”“ouparasaberem
das novidades”, os Tenentes CARLOS
BRUNSWICKFRANÇAeJOSÉGAYDA
CUNHA.
O Commandante, o Major BENTO
RIBEIROCARNEIROMONTEIROeoCapi-
tão JORGE GOMES RAMOS, que ronda-
vam pela Estrada Rio- S. Paulo, ao verem
passarvelozmente,semencontrarobstácu-
los, o automóvel do Capitão SOCRATES,
interpellaramoSargentoBELGA,queexpli-
cou ter deixado passar o vehiculo por con-
duzirofficiaesdaESCOLA.
Deu-lhe ordem o Tenente-coronel
IVO BORGES que o acompanhasse junta-
mentecomoseuGrupodeCombate,afimde
verificarem o que pretendia a ESCOLA,
áquellas horas, SOCRATES e seus compa-
nheiros.
Foi então que se ouviram os primei-
rostirospartidosdasproximidadesdolocal
onde parara o automóvel, e acto continuo,
recebiamoCommandante,oMajorBENTO
RIBEIRO e o Capitão GOMES RAMOS
uma rajada de fuzil metralhador do Grupo
doSargentoBELGA.Gritaramosofficiaes
que não atirassem, quando nova rajada
se fez ouvir.
Surprehendidos e impossibilita-
dos de, no local, tomarem qualquer atti-
tude de reacção, ou providencia effi-
ciente, referem o Coronel IVO e o major
BENTOafls.1.536e1.540do6ºvolume,
dirigiram-se para a Escola Militar, posto
de commando da 1ª Brigada de Infantaria,
onde se apresentaram, tendo por sua vez
conseguido o Capitão GOMES Ramos al-
cançar o Batalhão Escola, onde solicitou
as primeiras providencias.
A esse tempo, o automóvel condu-
zindoSOCRATES,AGLI-BERTO,IVANE
DINARCO, defrontava a Companhia
de Alunnos, onde nas proximidades
se achavam dois Grupos de Combate
commandados pelos Tenentes BENE-
DICTO LOPES BRAGANÇA e OS-
WALDO BRAGA RIBEIRO MENDES.
Colhidos de imprevisto e envolvi-
dos pelos officiaes revoltosos, emquanto
parte da tropa dispersava aos gritos de
“Vivaarevolução”,erampresososTenen-
tes Bragança e Mendes e recolhidos ao
automóvel, sob a vigilancia do Capitão
AGLIBERTOVIEIRADEAZEVEDO.
Foi ahi, que este official, segundo
refereoTenenteRIBEIROMENDES,cujo
testemunho é corrobarado pela prova indi-
ciaria, friamente assassinou o seu collega
TenenteBRAGANÇA.
Em outros sectores, agiam os Te-
nentes BENEDICTO DE CARVALHO e
IVAN RAMOS RIBEIRO,auxiliadospe-
los Tenentes DINAR-CO, GAY e FRAN-
ÇA e pelo Aspirante WALTER.
SublevaramassimaCompanhiade
AlumnoseadeGuardas,aomesmotempo
que eram presos os officiaes que não
adheriam à insurreição.
OCapitão ARMANDO DE SOU-
ZA E MELLO, e o Tenente DANILO
PALLADINI foram mortos pelos
revoltosos logo no inicio do assalto.
O Tenente Coronel EDUARDO
GOMES,Commandantedo1ºREGIMEN-
TO DE AVIAÇÃO, quando repellia um
ataque á sua unidade, dirigido pelos
revoltosos SOCRATES E IVAN, foi feri-
do na mão por um dos componentes do
Grupo de Combate deste ultimo.
Mas já as forças do Governo ataca-
vam a AVIAÇÃO e o Grupo Escola co-
meçava o bombardeio.
Dentro em pouco os rebeldes
capitulavam, e os chefes, sem a cora-
gem de enfrentarem a derrota, punham-
se em fuga desordenada, abandonan-
do seus commandados.
Como tivemos occasião de resaltar
em trecho deste relatório, era evidente que
os planos do movimento não se poderiam
circumscrever a dois quartéis, elles neces-
sariamente envolveriam outras unidades e
estabelecimentosmilitares.
De facto: no Quartel-General da 1ª
Região, o Tenente AUGUSTO PAES
BARRETO que, na noite de 26, descera da
Villa Militar, commandando uma Compa-
nhia do 2º REGIMENTO DE INFANTA-
RIA,erapresoquando procurava, logo de
chegada áquelle Quartel, alliciar elemen-
tos para a insurreição armada, que
irromperia na madrugada de 27, tendo
comochefes,entreoutros,oCapitãoLUIZ
CARLOS PRESTES e o Dr. PEDRO
ERNESTO(Fls.1.787do7ºvolume).
Na VillaMilitar,PAULOMACHA-
DOCARRIONe possivelmente SOVERAL
FERREIRADESOUZA,SAMUELLOBO,
ALDOBRANTINO CHAVES SEGURA e
outros,juntamentecominferioresepraças,
ficaram impedidos de executar os planos
que traçaram, dada a acção efficaz dos
commandantes de suas unidades.
NO CENTRO DE PREPARAÇÃO
DEOFFICIAESDARESERVAerampre-
sos LAURO FONTOURA e HELIO DE
ALBUQUERQUELIMA,alliciadoresde
elementos para a rebellião naquelle esta-
belecimento de ensino militar.
Finalmente,noGRUPODEOBUZES,
emS.Christovão,foidescobertaatrama da
revolta que estava articulada entre infe-
riores e praças daquella unidade. (Pági-
nas 18, 19, 20 e 21 do relatório)
Ha ainda a referir episodio occorrido
com os officiais presos no Casino, para
onde foram transportadas, adredemente,
caixas de granadas, e que não teve por
epilogo o sacrifício de todos, graças á
intervenção do Capitão JOSÉ LEITE
BRASIL, que se oppoz, como chefe que
também era, ás ordens dos Capitães
AGILDO e ALVARO de SOUZA, que,
convencidos da derrota, queriam o ex-
termínio dos prisioneiros.
(Página 17 - Setembro/1936)
RELATÓRIO DO DELEGADO EURICO BELLENS PORTO
DA POLÍCIA CIVIL DO DISTRICTO FEDERAL
Descarga de tiro de fuzil realizada
por uma representação do 12º BI,
envergando o uniforme da época,
em homenagem ao Capitão
Benedicto Lopes Bragança, no
cemitério do Bonfim, em
Belo Horizonte (2004 )
8
9. Nº 233 - Novembro/2016 9
*Cel. Aluísio Madruga
de Moura e Souza
Autor dos livros:
Guerrilha do Araguaia – Revanchismo
– A Grande Verdade
Documentário–DesfazendoMitos
daLutaArmada
PEDIDOS:
guearaguaia@uol.com.br
A INTENTONA
COMUNISTA
Apre-
sento, a se-
guir, alguns
detalhes dos
assassinatos
do Capitão Danilo Paladini e do
CapitãoBenedictoLopesBragança,
para que o leitor tenha para sempre
na mente, até onde chegou a covar-
dia dos que fizeram a Intentona.
Comjácitei,ocomunistaBar-
bosa Lima Sobrinho escreveu na
orelha da contra capa do livro de
Hélio Silva – 1935 - A Revolução
Vermelha: “não houve ninguém,
oficial ou soldado, assassinado na
cama pelos companheiros suble-
vados.Osquemorreram,morreram
lutando”, o que é uma grande in-
verdade. Barbosa Sobrinho certa-
mente não leu os jornais da época e
nemseaprofundounotema,outeve
a intenção deliberada de distorcer
os fatos em defesa de seus camara-
das comunistas.
No caso específico, do Te-
nenteDaniloPaladini,promovidoa
Capitão pós-morte, tive a grata sa-
tisfação de ter sido comandado do
General Mário César Azevedo da
Silveira, esposo de dona Irma
Paladini Azevedo da Silveira, filha
doCapitão PaladiniededonaZelina
Paladini.
Sabendoqueeuestavaescre-
vendo um livro no qual abordaria a
Intentona, gentilmente dona Irma
me permitiu acesso a um diário de
campanha do seu pai, escrito dia
apósdia,iniciadoem1ºdeagostode
1924 e findo em 23 de março de
1927, bastante útil para conheci-
mento das questões desse período
que antecedeu a Intentona.
O referido diário conta a sua
participação na manutenção da or-
dem governamental em duas revol-
tas ocorridas no interior do País,
mais precisamente na região norte
(Pará e Amazonas) e no interior de
Minas Gerais e do antigo Estado de
Goiás.
Como relatei em artigo ante-
rior,constanapágina75dolivrodo
ponderado Gen. José Campos de
Aragão, participante da resistência
no 3º Regimento de Infantaria no
RiodeJaneiroaseguinteafirmação:
“ocapitãoArmandodeSouzaMelo
e o tenente Danilo Paladini, que
repousavamnomomentodainsur-
reição, foram mortos pelos re-
voltosos ainda aturdidos quando
se levantavam”.
No entanto, dona Irma tem
versão diferente das publicadas em
livros a respeito da morte de seu
pai.Segundasuamãe,umsargento,
cujo nome não se recorda, a procu-
rouelhecontoucomooseumarido,
Tenente Paladini, foi assassinado
friamente: disse-lheosargento:“eu
e o Tenente Paladini regressáva-
mos da ronda e, quando subíamos
as escadas que davam acesso ao
alojamento, ouvimos uma voz que
chamou. Paladini! Ato contínuo
ouviu-se um disparo de arma de
fogoqueoatingiunascostas.Então
eu o arrastei até o alojamento, co-
locando-osobreumsofá.Começa-
va uma grande confusão”.
Como dona Zelina, mãe de
dona Irma, fez questão de guardar a
farda usada por seu esposo no dia
em que foi assassinado, para que a
acompanhasse quando do seu fale-
cimento, tive a honra de estar com
a túnica da farda em questão nas
mãos e constatar que o tiro fora
dado pelas costas, saindo na altura
docoração.PenaquedonaZelinajá
não possuía memória para nos con-
tar detalhes do que soubera pelo
sargento em questão. Não importa!
Matar um ser humano dormindo,
ainda sonâmbulo ou pelas costas é
a mesma coisa. Não é combate, não
é luta, é traição e covardia.
Tendocorridoriscodemorte
emtantasoportunidade,comopude
verificar em seu diário, o Capitão
Paladini jamais imaginou, que por
ironiadodestino,iriamorrerdentro
do quartel em que servia e que,
portanto, julgava local altamente
seguro, por um ato mesquinho e
covarde, praticado por um compa-
nheiro de profissão com quem con-
viviadiariamente.
QuantoaoTenenteBenedicto
Lopes Bragança, segundo depoi-
mento do 2º Tenente Aviador
Oswaldo Ribeiro Mendes, o mes-
mofoi“assassinadosemdefesapelo
CapitãoAglibertoVieiradeAzeve-
do, dentro do carro do Capitão
SócratesGonçalves”.
Não estava, portanto, lutan-
do, mas no banco traseiro de um
automóvel.
Declara o Tenente Ribeiro
Mendes:“estávamos de carona no
carro que foi retido quando
adentrávamos no quartel. Ao reti-
rar-se o sargento que nos parou,
continuamos sob a guarda do Ca-
pitãoAgliberto.Aoouviroprimei-
rotirodisparado,aoqueparece,na
direção da casa dos pilotos, Agli-
berto visou friamente o Tenente
Bragança e atirou, tendo este sol-
tado um gemido e caído para o seu
ladodireito,dentrodocarro,assas-
sinado sem defesa. Vendo que o
CapitãoAgliberto,ànossaesquer-
da, apontava a arma para mim e
notando pela sua fisionomia que
ia atirar, levantei as mãos excla-
mando:masAgliberto!Apesardis-
so, este apertou o gatilho, tendo o
revolverfalhado.Aproveitei-medo
seumomentodesurpresa,consegui
empunhar meu revólver e atirar
apressadamentepelaportadocar-
ro, o que ocasionou sua fuga na
direção do capinzal que vai até a
enfermaria”.( pg. 80 do livro do
Gen. José de Campos Aragão).
Alguns outros exemplos
poderiam ser citados. No entan-
to, imagina-se que os dados até
aqui fornecidos sejam suficientes
o bastante para nos permitir afir-
mar que nem todos os que morre-
ram, morreram lutando como de
maneira desavergonhada os comu-
nistas continuam apregoando.
Sobreleva notar que ha nestes
autos a prova de que AGLI-
BERTOVIEIRADEAZEVEDOfoi
autor do assassinio do Tte. Bene-
dito Lopes Bragança.
O Tte. Oswaldo Braga Ri-
beiro Mendes a fls. 612 do 3º vo-
lume e, posteriormente, no depo-
imento de fls. 1.547 do 6º volume,
diz:
“ A partir do momento da
chegada do auto do Cap SO-
CRATES não mais vi o Cap. Ar-
mando (Armando de Sousa e
Mello). O Tte. BRAGANÇA (Be-
nedito Lopes Bragança) foi de-
sarmado immediatamente, attri-
buindo eu o facto de não me te-
rem desarmado a ter encostado
no carro colhido pela surpresa.
Ao que aparece na direcção da
Casa dos Pilotos, VISOU FRIA-
MENTE O TENENTE BRA-
GANÇA E ATIROU , TENDO O
REFERIDO TENENTE SOL-
TADO UM GEMIDO E CAHI-
DO PARA O SEU LADO DI-
REITO, DENTRO DO CARRO,
ASSASSINADO SEM DEFE-
SA. Ao ver que o Cap AGLI-
BERTO que estava a nossa es-
querda apontava para mim e
notando pela sua physionamia
que elle ia atirar-me, levantei a
mão na sua direcção exclaman-
do: Mas AGLIBERTO! Apesar
disso, o referido Capitão aper-
tou o gatilho, tendo o revólver
falhado. Aproveitando-me do
seu movimento de surpresa,
consegui empunhar meu revól-
ver e atirar apressadamente na
sua direcção pela porta do carro,
o que occasionou sua fuga em
direcção ao capinzal que vae ter
á Enfermaria”.
O Ex-Sargento AZOR
GALVÃO DE SOUZA, prestan-
do declarações a fls. 2.026. do 9º
volume, a proposito do facto
acima descripto, informa:
RELATÓRIODO
DELEGADOEURICO
BELLENSPORTO
Agliberto Vieira de Azevedo (Páginas 112 e 113)
“Que quando procurava
essas granadas, notou que um
dos officiaes que se achavam no
automovel estava armado; que
cumprida essa missão, afasta-
va-se do local, no qual já não se
encontrava o Tte. BENEDITO
(Benedito de Carvalho), quan-
do ouviu um disparo de revól-
ver, ao mesmo tempo em que
varios elementos que alli se
achavam dispersaram, perma-
necendo apenas junto ao auto-
movel do lado do volante o
Cap AGLIBERTO, donde con-
clue o declarante ter sido este
official o autor do tiro... Que
reaffirma ter sido o Cap AGLI-
BERTO VIEIRA DE AZEVEDO
o único official que se achava
no momento ao lado do citado
automovel e que estava arma-
do com um revólver nickelado;
quelogoapósotiro, o Cap AGLI-
BERTO sahiu correndo na
mesma direção em que corria o
declarante”.
A accusação que pesa so-
bre AGLIBERTO de ter fria e
covardemente assassinado o Tte.
BENEDITOLOPESBRAGANÇA,
por isso que este official se acha-
va preso e desarmado, embora
elle a conteste nas declarações
de fls. 2.151 do 9º volume e na
acareação de fls 2.201 está evi-
dentemente provada nos au-
tos, não só em face dos ele-
mentos acima transcriptos, de
uma claresa e precisão raras,
como ainda frente á prova in-
diciaria reunida.
Momentos antes dos fac-
tos acima descriptos já o accu-
sado, o Cap SOCRATES e o Tte.
BENEDITODECARVALHOame-
açavam de morte o Tte BRA-
GANÇA, affirma o Cabo JANCY
SGARBI D´AVILA nas declara-
ções que prestou a fls 1.709 do 7º
volume.
COMO SE VERIFICOU A SENSACIONAL OCORRÊNCIA
DA MANHÃ DE ONTEM EM CACHAMBÍ
Após prestar declarações na Polícia Central, o chefe extremista
foi recolhido incomunicavel à Polícia Especial -
Pormenores da importante diligencia policial
Luís Carlos Prestes, já na Polícia Central,
presotrêsmesesdepoisdolevantecommunista
A prisão
de Luís
Carlos
Prestes
NR: Este precioso documento histórico – Relató-
rio elaborado pelo Delegado Eurico Bellens Porto da
Polícia Civil do Districto Federal – A Insurreição de 27
de Novembro, com 267 páginas encadernadas pelo
Grupo Inconfidência, encontra-se à disposição de
nossos leitores. E também de historiadores, jornalistas
e professores que fingem não conhecer a verdadeira
História do Brasil, deturpando-a com a conivência do
Ministério da Educação, das Secretarias Estaduais de
Educação e principalmente, da mídia venal e vendida
ao governo petista.
9
10. 8Nº 233 - Novembro/2016 10
Foro Social Mundial
Esse evento ocorreu de 27 de janeiro a 01 de fevereiro de 2009, com o título de
Fórum Social da Amazônia, em Belém/PA. Entre as diversas organizações
nacionais e estrangeiras participantes, lembramos, como não poderia deixar de
ser, a presença da CUT, Ibase, MST/Via Campesina, UNE, União da Juventude
Socialista e outras de caráter "socialista". É de se destacar a participação do
então presidente Lula e da futura candidata Dilma, com os seus inflamados
discursos a favor da revolução cubana. CONFIRA!
Acabodelerseumagníficolivrosobreas
“Origens e Transformações do Materialismo
Histórico”. Rica de informes que merecem fé,
abundante de ensinos e segura nas conclusões
e na crítica, esta obra está destinada a desper-
tar na consciência dos brasileiros e na ação
dos poderes públicos um sentido de vigilân-
cia maior contra os perigos do comunismo.
Na verdade, porque a ideologia política
dos Soviets, pela sua crueza materialista e a
sua técnica de anulação dos valores morais,
repugne à nossa compreensão e aos nossos
sentimentos de povo formado na doutrina
cristã, e tambem porque não temos, salvante
os estudiosos do assunto, uma atenção pre-
venida capaz de surpreender os índices
esparsos da propaganda bolchevista, - o certo
é que damos uma credulidade displicente à
existência daquela propaganda no Brasil.
Damemóriapública,queésemprefraca,
se vai apagando, até a lembrança do sangue
derramado na revolução vermelha do 3º Regi-
mento deInfantariaedaEscoladeAviação,nas
revoltas comunistas de Recife e nos três dias
aziagos do governo soviético instalado no Rio
Grande do Norte, em o ano trágico de 1935...
Rarossãoosquesabem,comoeu,queno
ficháriodoTribunaldeSegurançaNacionalfigu-
ramváriosmilharesdecomunistascujasativida-
des partidárias se acham documentadamente
comprovadas nos respectivos processos.
Essa parcela, entretanto, é apenas um
índice dos que atuaram às claras. Porque a
maioria dos adeptos do credo moscovita con-
tinua agindo às ocultas, e cautelosamente, nos
setores da vida pública, onde pode penetrar,
especialmente, nos círculos publicitários e
em outros meios de propaganda.
Osqueforamcolhidosemprocessossão,
semsombradedúvida,muitopoucos,emrelação
aos que continuam agindo subrepticiamente,
em liberdade.
Hajavistaoquesucedecomessacampa-
nha de proletarização da literatura e da arte, na
qual a propaganda subversiva mal se esconde a
argúciadaquelesquebemconhecematécnicade
disfarce e de embuste dos comunistas.
É assim que, nos romances, a pretexto
de ser assunto da época, escolhem um tema
social que lhes dará aso à divulgação solerte
de idéias e de princípios marxistas.
E, propositadamente, investem contra as
regras mais elementares de gramática, porque é
preciso corromper a linguagem, nivelando-a,
quanto possível, à das classes proletárias e
incultas, corroendo-se , assim , um dos elemen-
tos orgânicos da unidade de um povo.
E isto se faz, disfarçadamente, sob pre-
textodeseestarconstruindo“línguabrasileira”.
A obscenidade de palavras ou de cenas
aparece também a miude, não com o fim da
“verdade na arte” da antiga escola naturalista
e, sim, como um ataque premediado à moral
burguesa, que precisa ser destruída.
AINSÍDIACOMUNISTANAS
LETRAS E NAS ARTES DO BRASIL
Carta do Juiz RAUL MACHADO, membro do tribunal de Segurança Nacional e
brilhante homem de letras, dirigida ao escritor José Getúlio Monteiro Filho.
Os temas escolhidos se resumem igual-
mente, na maioria das vezes, em argumentos
proletários...cominvocaçãoaNossoSenhor,no
fim, para que o poeta revolucionário possa agir
acobertado pelo manto do catolicismo.
A música se transforma em violência de
ruídos, visando também uma finalidade única:
- a negação da melodia porque esta leva natu-
ralmente a um estado de exaltação espiritual,
incomparável com as tendências da doutrina
materialista.
Também a dansa não escapa à mesma fi-
nalidade de instrumento de propaganda dis-
solvente.Aquelagraçaespiritualdeoutrora,que
lhe disfarçava o sentido sensualista, inerente,
aliás, a todas artes, desapareceu por completo,
dando lugar a uma sucessão de gestos grotescos
e de atitudes despudoradamente voluptuosas...
Tudo isto é feito, como se vê, com um
escopo único: - a perversão das forças vivas
e puras do sentimento, tornada uma das armas
secretas do plano de desagregação nacional...
É, em suma, a luta do materialismo contra o
predomínio do espírito.
Não se invoque a época, como justifi-
cativa dos fatos. O fenômeno se apresenta de
tal forma, “uno”, nos seus múltiplos aspec-
tos, que é inútil querer negar-lhe a causa, que,
exponta nitidamente das linhas programáticas
de uma inteligência organizadora, ao serviço
de um plano de finalidade diabólica...
E essa organização se patenteia, ainda
mais,noslouvoreseaplausosqueasigrejolasde
elogios mútuos distribuem, por todas os meios
de propaganda, às produções pretensamente
artísticas da camarilha suspeita...
Urge, portanto, reagirmos, também
organizadamente,contraessainvestidamaléfica,
mediante uma rigorosa fiscalização oficial nos
livros e publicações de toda a espécie, impedin-
do-seavendaeacirculaçãodasobrasqueforem
manifestamentesuspeitas;divulgando-senaim-
prensaepelorádioasmelhorespáginasemprosa
e verso dos nossos escritores de nomeada real;
fazendo-se a exaltação dos valores morais e
intelectuais do passado; promovendo-se confe-
rênciaseestudosdestinadosademonstrarcomo
se processa a invasão do organismo nacional
pelas bactérias insidiosas do comunismo; insti-
tuindo-se, em suma, uma contra-propaganda,
que equivalha a um sistema preventivo de
profilaxia moral, intelectual e política.
Por tudo isto, meu caro, é que me animei
a enviar-lhe estas sugestões, valendo-me do en-
sejo grato de exprimir-lhe meu entusiasmo de
brasileiro pelo seu livro, que, ao lado de outras
virtudes de pensamento e cultura, é um grito de
alertaparaquenoscongreguemoscontraaame-
aça do inimigo traiçoeiro e implacável, que não
descansa e não perdoa... (Excerto)
Publicado em “ Nação Armada”
nº 13 de dezembro de 1940.
NR: Qualquer semelhança com a atu-
alidade não é mera coincidência.
Com toda oportunidade e prazer espiritual, “Nação Armada” transcreve a seguinte
página de Raul Machado, nome de sobejo conhecido em nossas letras e digno juiz
do Tribunal de Segurança.
“Nação Armada” mais de uma vez tem apontado a maneira com que, com sutileza e
artifício, se procura solapar o sentimento pátrio, os fundamentos da nacionalidade e do regime
e a maneira desenvolta com que, nas artes, nas letras, no teatro, no cinema, etc., agem, muitas
vezes impunemente, forças desagregadoras da Pátria Brasileira.
• Na América Latina se conseguiu produzir
uma revolução como a Revolução Cubana.
• Que não é cubana, mas que é de todos nós.
• Conseguimos construir o Foro de São
Paulo e, pela primeira vez, a gente
conseguiu juntar todos os partidos de
esquerda da América Latina.
http://www.fsm2009amazonia.org.br/fsm-2009-amazonia
• Que foi um acontecimento histórico na
América Latina e que teve uma influência
profunda na minha geração; então, eu
consideroessemomentoespecial.
• Muitos ainda muito jovens não podem estar
no nosso meio porque morreram tentando
concretizar com outras lutas.
• Aquilo que iremos transformar em
realidade um dia!
• Eu me sinto muito feliz de estar aqui, neste
Foro Social Mundial, na tenda da
Revolução Cubana (gritos e aplausos)
Estão, você ainda pensa que a
guerrilheira Dilma lutou pela
democracia no Brasil?
Dilma
Não é possível
que tenha ficado
alguma dúvida:
Lula e Dilma querem
implantar o
comunismo no Brasil!
Lula, Dilma e José Dirceu, o PT e o PCdoB, os integran-
tes do Foro de São Paulo,apoiados por Fidel Castro,
Hugo Chávez, Evo Morales, José Mujica, Cristina
Kirchner, "bispo" Lugo, Correa e Ortega, continuam
com o firme propósito de implantar o comunismo no
Brasil para recuperar na América Latina, o que foi
perdido no leste europeu.
Publicado no Inconfidência nº 179 de junho/2012
VARGAS E PRESTES Pedro do Couto
OHistórico episódio do aperto de mão de
Prestes e Vargas, em 1945, e a entrega de
OlgaBenário,grávidadePrestes,àGestapo,em
1936, merecem comentário para que os dois
episódiossetornemaindamaisclaros.Em1988,
poucoantesdeseelegerprefeito,MarceloAlencar
tinha um programa na Rádio
Carioca,emeconvidouapar-
ticipar de entrevista com Luís
Carlos Prestes. Ele disse ter
apertadoamãodeGetúlio,em
1945, no Estádio do Vasco,
porque o presidente deixava
SãoJanuário,depoisdecomí-
ciodoPTB,eelechegavaparaodoPCB.Nãofoi
surpresa. Prestes, em 1942, da prisão telegrafou
a Vargas, em agosto, cumprimentando-o pela
declaraçãodeguerraàAlemanhadeHitler.Olga
Benário fora entregue aos nazistas, seis anos
antes, com Anita Leocádia no ventre. Na Rádio
Carioca, Prestes, já com 91 anos, se recusou,
polidamente, a responder pergunta minha sobre
Olga.Nãoquistambémfalararespeitodoargen-
tinoOsvaldoGioldi,queteriadelatadoàpolícia
de Filinto Müller o endereço da conspiração de
1935, na Rua Paul Redfern. O processo Olga,
focalizado no clássico de Fernando de Moraes,
nãoerasimples.Em1934,ela,alemã,invadiraum
tribunalemBerlim,quejulga-
vaseumarido,matadoisguar-
das e o liberta. Vai para Mos-
cou,deondevemclandestina-
mente para o Brasil com dois
outrosativistasalemães,Artur
Evert e Elise Evert. Objetivo:
articular a revolta internacio-
nal comunista de 1935 e matar Vargas. Muito
torturados,foramcondenados,comPrestes,pelo
Tribunal de Segurança. Olga, não. Isso por que
Hitlerpediusuaextradição.OqueVargaspode-
ria fazer? Negar? Era tudo o que Hitler queria.
Ninguémgovernouopaísnumcontextointerna-
cionaltãodifícil.Vargasnãopodiaerrar,noplano
externo. - Extrato (JB - 28 dez 2003)
Getúlio Vargas e Luís Carlos Prestes
11. Nº 233 - Novembro/2016 11
Foram promovidos “post-
mortem” o Capitão Armando
de Souza e Mello, os Primeiros
tenentes Danilo Paladini e Be-
nedicto Lopes Bragança e os se-
guintes soldados, todos mortos no
cumprimento do dever na Escola
deAviaçãoMilitar,namanhãde27
de novembro: Waltor de Souza e
Silva, Péricles Leal Bezerra,
Orlando Henrique, José Menezes
Filho,JoséMárioCavalcanteeWil-
son França.
Após apuradas as respon-
sabilidades, dos Oficiais envolvi-
dos no golpe comunista, o Minis-
trodaGuerrabaixaoseguinteAviso
nº 1, de 3 de janeiro de 1936:
“Paraquesejadadocumpri-
mento imediato ao decreto nº 558,
de 31 de dezembro findo, que de-
termina a perda da patente e do
postodosoficiaisdo3ºRegimento
de Infantaria e da Escola de Avia-
ção Militar, que participaram do
REVOLUÇÃO DE 1935 NO CAMPO DOS AFONSOS
A23 de novembro de 1935, rebenta a Revolução Comunista em Recife e Natal; a
Aviação Militar, no mesmo dia, envia, para o nordeste, uma esquadrilha de 3 aviões
Vought “Corsair”, sob o comando do Cap JOSÉ DE SOUZA PRATA; esses aviões
realizaram vários vôos, sobre Recife e Natal, tendo concorrido para a sufocação do
movimento extremista naquelas capitais.
A 27 de novembro, eclode a Revolução Comunista no Rio de Janeiro: na Escola de
Aviação Militar, no Campo dos Afonsos, e no 3º Regimento de Infantaria, na Praia
Vermelha.
Na Escola de Aviação Militar, os revoltosos, às duas horas da madrugada, assas-
sinaram vários oficiais, aprisionaram outros e se apossaram das instalações principais da
‘É ainda sob a viva emoção dos trá-
gicos acontecimentos irrompidos nesta Ca-
pital na madrugada de 27 de Novembro
último, e em que os maiores delitos foram
cometidos contra a Nação, enlutando-a, e
pondo em perigo sua organização social
e política, que lamento profundamente
a sedição a que foi traiçoeiramente ar-
rastada grande parte da Escola de Avi-
ação Militar, por alguns maus elementos
que nela serviam e para os quais a cruel-
dade e a falta de escrúpulos pareciam ser
familiares.
Uma série de homicídios assinala-
ram-lhe o surto sangrento. E, colhidos de
surpresa pelos rebeldes, foram na maior
crueza sanguinária, fria e perversamente,
abatidos os nossos distintos e brilhantes
camaradas Capitão Armando de Souza e
Mello, 1os
tenentes Benedicto Lopes
Bragança e Danilo Paladini, que, ao lado
do seu destemeroso comandante, Tenente-
Coronel Ivo Borges, fiéis a disciplina e a
nobresa de seus sentimentos patrióticos,
tentaram opor-se a audaciosa e covarde
investida.
Cultuemos, na mais elevada reve-
rência cívica, a memória desses nossos
devotados companheiros que, com o mais
firme espirito de amor a Patria e respeito
a ordem e as instituições, souberam man-
ter, no seu gesto de sacrifício, o prestigio
do Exército e avivar as suas tradições glo-
movimento subversivo de 27 de
novembro do ano findo, deveis
mandar sejam excluidos das dife-
rentes armas e serviços os seguin-
tes oficiais: (da Arma de Aviação)
CapitãoSócratesGonçalvesdaSil-
va, Capitão Agliberto Vieira de
Azevedo, Primeiro-tenente Bene-
ditodeCarvalho,Segundo-Tenen-
te Ivan Ramos Ribeiro, Segundo-
Tenente José Gay da Cunha e Se-
gundo-Tenente Carlos Brunswick
França.Essesoficiais,porsuacon-
dutaaviltante,faltaramasfinalida-
des sempre sagradas da camarada-
gem e aos juramentos prestados à
Pátria e se tornaram indignos de
vestir a farda gloriosa do nosso
Exército".
(a) General João Gomes
Ministro da Guerra
Peloavisonº19,dejaneirode
1936, o Ministro da Guerra mandou
excluirtambém,oAspirante-a-ofici-
al Walter José Benjamim da Silva.
Eduardo Gomes
Patrono da Força Aérea
Escola; por volta das três horas, iniciaram um ataque ao 1º Regimento de Aviação, no outro
extremo do Campo dos Afonsos. São repelidos. Ao clarear o dia, a Artilharia da Vila Militar
incendeia o pavilhão de comando da Escola de Aviação Militar, que se achava na posse
dos comunistas: o assalto das unidades de Infantaria e a ação da Artilharia fazem terminar
a resistência dos revoltosos, que são presos ou se evadem.
Terminada a luta no Campo dos Afonsos, duas esquadrilhas de três aviões Vought
“Corsair” decolam, para cooperar no ataque ao 3º Regimento de Infantaria, dominado pelos
comunistas; na mesma manhã de 27 de novembro, o foco comunista do 3º Regimento de
Infantaria é aniquilado.
Sobre os acontecimentos, o Gen COELHO NETTO publica em Boletim o seguinte:
riosas. Mas, para consolo nosso, quando
na escuridão da noite, tudo, ao redor de si,
era tumulto e confusão, o 1º Regimento de
Aviação reagiu intrepidamente, ante a
ameaça dos traidores que, inesperada-
mente, atacavam, e, numa repulsa formal
contra a desordem, com a confiança, a
calma e a certeza da vitória, bateu-se he-
roicamente na defesa da causa da Pátria,
até o completo triunfo.
O seu heróico coman-
dante, Tenente-Coronel
Eduardo Gomes, ferido logo
ao inicio da áspera luta, mas
consciente no seu valor e se-
reno na sua bravura, soube
desassombradamente, e sem
esmorecimento, fazer, por uma
reação magnífica, de cada um
dos seus companheiros um
bravo e dar-nos o exemplo
máximo de grandeza moral e
patriótica e das excepcionais
qualidades de soldado.
Tornou-se, assim, o Te-
nente-Coronel Eduardo Gomes, mais uma
vez, credor de profunda admiração e de
grande reconhecimento. Louva-se com or-
gulho pela sua ação serena, enérgica e
decisiva, pela sua bravura indômita, pelo
alto valor de seus excepcionais predicados
de caráter e pelos seus sentimentos de
patriotismo e de grande amor ao Brasil,
que ele acaba de servir com tanta honra,
abnegação e lealdade militar.
É merecedoura de elogiosa menção
a conduta que teve o Tenente-Coronel Ivo
Borges, Comandante da Escola de Avia-
ção. No momento em que este digno oficial
fiscalizava o dispositivo de segurança, nas
vizinhanças da escola, foi traiçoeira e co-
vardemente alvejado pelos elementos em
que depositava confiança, ao
dar-lhes o encargo de guardar o
estabelecimento. Não podendo
voltar ao interior do quartel,
onde já imperava a sublevação,
procurou acertadamente ligar-
se aos corpos da Vila Militar,
dando assim ensejo às medidas
prontas de supressão com que
agiram essas unidades.
Faço ainda ressaltar o seu
concurso pessoal na ofensiva
contra os rebeldes da Escola, na
condução, com energia e deno-
do, ao assalto, elementos do 1º R
Av postos à sua disposição.
É deveras reconfortante, a oportuni-
dade, que temos para enaltecer a atitude
da abnegação e lealdade do cabo telefo-
nista do 1º R Av, Alfredo de Jesus.
No momento em que era mais intenso
o tiroteio dos amotinados contra a sua
Unidade, esta praça, fiel ao cumprimento
do dever, conservou-se serena e calma, no
desempenho das funções que lhe tinham
sido confiadas. Os estragos produzidos
pelos projéteis nas imediações do seu pos-
to, o crepitar incessante das metralhado-
ras em torno de si não pertubaram a firme-
za de sua voz, nem a presteza com que
atendia às ligações telefônicas. Constitu-
em prova incontestável do seu alto espirito
de sacrifício, da compreensão perfeita dos
seus deveres e do seu grande sangue-frio,
virtudes militares essas que devem ser apon-
tadas como exemplo aos seus companhei-
ros.
Ao 3º Sargento Coloriano Ferreira
Santiago e ao 2º Cabo José Hermito de Sá,
ambos do 1º R Av, cuja vida deram em
holocausto à causa do dever, demonstran-
do assim que a nobreza do ideal que os
estimulava se sobrepunha à própria con-
servação individual, rendo a homenagem,
a que fizeram jus, pela grandeza de espirito
e pela superioridade de sentimento que
patentearam”.
Aos Tenentes-Coronéis Eduardo
Gomes e Ivo Borges, Comandante, respec-
tivamente, do 1º Regimento de Aviação e
Escola de Aviação Militar, autorizo a elo-
giarem, em meu nome, aos Oficiais e Praças
de suas unidades que, pela sua conduta no
cumprimento do dever, tornaram-se mere-
cedores.
(a) José Antonio Coelho Netto
General-de Brigada, diretor da Aviação Militar
Em nosso poder o livro “EPI-
SÓDIOS MILITARES” editado re-
centementepeloEME,CCOMSEXe
3ºRCGd(?),semfichacatalográfica
e sem data de sua edição.
Em rica edição e esmerada
diagramação e editoração, papel
gessado,acores,apresentacópiasdos
quadrospintadospelocoronelPedro
Paulo Estigarríbia, com os princi-
paisepisódiosdaHistóriaMilitardo
Brasil, desde Guararapes, passando
pelo Império, República e se encer-
rando com a FEB.
No capítulo 8 – As águias
chegaram: – Em 1927, a Aviação
passou a ser a 5ª Arma do Exército,
...a criação do 7º Regimento de
Aviação e do definitivo alojamen-
to da Esquadrilha em Realengo,
na Escola Militar... O Exército
lembra-se com orgulho desses pio-
neiros. (Página 90)
E omite o acontecido na Es-
EPISÓDIOS MILITARES - As águias chegaram
cola de Aviação Militar e do 1º Regi-
mento de Aviação a 27 de novembro
de 1935? Os aviões Waco e Kurtiss
Falcon passaram “voando” sobre o
Campo dos Afonsos e não “aterrisa-
ram”duranteaintentonacomunista
naquele local. Por quê?
(Inconfidêncianº134de27/11/2008)
"As águias chegaram" -
Acervo do QG/V Comar,
Canoas/RS - Episódios
militares - Pág. 91
Tela de autoria do Cel Pedro Paulo Estigarríbia
12. 8Nº 233 - Novembro/2016 12
Mao foi responsável pela morte de 70 milhões
de chineses. Ele foi totalmente imoral.
Os jovens chineses acreditam que Mao foi um
grande herói que cometeu alguns erros ... Alguns
aspectos da ditadura continuam em voga. A
liberdade de expressão é um deles. A internet é
hoje controlada. Eles têm uma lista de nomes que
são bloqueados.
Mao sabia a importância da informação.
Jung Chang – Autora do “best-seller”:
Mao – A história desconhecida (Estado de Minas / 22.nov.06)
“Le livre noir du communismè”. (Edi-
ções Robert Laffont. Paris, 1997), escrito por
seis historiadores europeus, com acesso a
arquivos soviéticos recém-abertos, é uma
espécie de enciclopédia da violência do comu-
nismo. O chamado “socialismo real” foi uma
tragédia de dimensões planetárias, superior
em abrangência e intensidade ao seu êmulo
totalitário do entreguerra - o nazi-fascismo.
Ao contrário da repressão episódica e
acidental das ditaduras latino-americanas, a
violência comunista se tornou um instrumen-
to político-ideológico, fazendo parte da roti-
na de governo. Essa sistematização do terror
não é rara na História humana, tendo repon-
tado na revolução francesa do século XVIII na
fase violenta do jacobinismo, na “industriali-
zação do extermínio judaico” pelos nazistas,
e - confesso-o com pudor - na Inquisição
Católica, que durante séculos queimava os
corpos para purificar as almas.
O “Livre noir” me veio às mãos num
momento oportuno em que, reaberto na mídia
e no Congresso o debate sobre a violência de
nossos “anos de chumbo” nas décadas de 60
e 70, me pusera a reler o “Brasil, nunca mais”,
editado em 1985 pela arquidiocese de São
Paulo. Comparados os dois verifica-se que o
Brasil não ultrapassou o abecedário da violên-
cia, palco que foi de um miniconflito da Guer-
ra Fria, enquanto que o “Livre noir” é um
tratado ecumênico sobre as depravações
ínsitas do comunismo, este sem dúvida o
experimento mais sangrento de toda a Histó-
ria humana. Produziu cem milhões de vítimas,
em vários continentes, raças e culturas, indi-
cando que a violência comunista não foi mera
aberração da psique eslava, mas sim algo
diabolicamente inerente à engenharia social
marxista, que, querendo reformar o homem
pela força, transforma os dissidentes primei-
ro em inimigos e depois em vítimas.
A aritmética macabra do comunismo
assim se classifica por ordem de grandeza -
China (65 milhões de mortos); União Sovié-
tica (20 milhões); Coréia do Norte (dois mi-
lhões); Camboja (dois milhões); África (1,7
milhão, distribuídos entre Etiópia, Angola e
Moçambique); Afeganistão (1,5 milhão);
Vietnam (um milhão); Leste da Europa (um
milhão); América Latina (150 mil entre Cuba,
Nicarágua e Peru); Movimento Comunista
O LIVRO NEGRO DO COMUNISMO* Roberto Campos
Internacional e partidos comunistas no poder
(dez mil).
O comunismo fabricou três dos maio-
res carniceiros da espécie humana - Lenin,
Stalin e Mao-Tsé-Tung. Lenin foi o iniciador
do terror soviético. Enquanto os czares rus-
sos em quase um século - 1825 a 1917 -
executaram 3.747 pessoas, Lenin superou
esse recorde em apenas quatro meses após a
revolução de outubro de 1917.
Alguns líderes do Terceiro Mundo fi-
guram com distinção nessa galeria de assassi-
nos. Em termos de
percentagem da po-
pulação, o campeão
absoluto foi Pol
Pot,queexterminou
em 3,5 anos um
quarto da popula-
ção do Camboja.
Fidel Castro, por
sua vez, é o cam-
peão absoluto da
“exclusão social”,
poisque2,2milhões
de pessoas, equiva-
lentes a 20% da po-
pulação da ilha tiveram que fugir. Juntamente
com o Vietnam, Fidel criou uma nova espécie
de refugiados, os “boat people” - ou sejam, os
“balseros”, milhares dos quais naufragaram
engordando os tubarões do Caribe.
A vasta maioria dos países comunistas
é culpada dos três crimes definidos no artigo
6º do Estatuto de Nuremberg - crimes contra
a paz, crimes de guerra e crimes contra a
Humanidade.
A discussão brasileira sobre, os nossos
“anos de chumbo” raramente situa as coisas
no contexto internacional da Guerra Fria, a
qualalcançouseuapogeunos
anos 60 e 70, provocando
um “refluxo autoritário” no
Terceiro Mundo.
Houve intervenções
militares no Brasil e na Bo-
lívia em 1964, na Argentina
em 1966, no Peru em 1968,
no Equador em 1972, e no
Uruguai em 1973. Fenôme-
no idêntico ocorreu em ou-
tros continentes. Os milita-
res coreanos subiram ao Go-
verno em 1961 e adquiriram
poderes ditatoriais em 1973.
Houve golpes militares na
Indonésia em 1965, na
Grécia em 1967, e, nesse
mesmo ano, o presidente
Marcos impunha a lei marci-
al nas Filipinas e Indira
Gandhi declarava um “regi-
me de emergência”. Em Taiwan e Cingapura
houve autoritarismo civil sob um partido
dominante.
O grande mérito dos regimes democrá-
ticos é preservar os direitos humanos, estig-
matizando qualquer iniciativa de violá-los.
Mas por lamentáveis que sejam as violências
etorturasdenunciadasno“Brasil,nuncamais”,
elas empalidecem perto das brutalidades do
comunismo cubano, minudenciadas no “Li-
vre noir”. Comparados ao carniceiro profis-
sional do Caribe, os militares brasileiros pa-
recem escoteiros destreinados apartando um
conflito de subúrbio... Enquanto Fidel fuzi-
lou entre 15 e 17 mil pessoas (sendo dez mil
só na década dos 60), o número de mortos e
desaparecidos no Brasil, entre 1964 e 1979,
a julgar pelos pedidos de indenização, seria
em torno de 288 segundo a Comissão de
Direitos Humanos da Câmara dos Deputa-
dos e de 224 casos comprovados, segundo a
Comissão de Mortos e Desaparecidos do
Ministério da Justiça. O Brasil perde de longe
nessa aritmética macabra.
Em 1978,
quando em nos-
so Congresso já
se discutia da
“LeidaAnistia”,
havia em Cuba
entre 15 e 20 mil
prisioneiros po-
líticos, número
que declinou
para cerca de 12
mil em 1986. No
ano passado, 38
anos depois da
Revolução de
Sierra Maestra, ainda havia, segundo a Anis-
tia Internacional, entre 980 e 2.500 prisionei-
ros políticos na ilha. Em matéria de prisões e
torturas, a tecnologia cubana era altamente
sofisticada, havendo “ratoneras”, “gavetas”
e “tostadoras”. Registre-se um traço de
inventividade tecnológica - a tortura “mer-
dácea”, pela imersão de prisioneiros na
merda.
Não houve prisões brasileiras compa-
ráveis à La Cabaña (onde ainda em 1982
houve cem fuzilamentos), Boniato, Kilo 5,5
ou Pinar Del Rio. Com estranha incongruên-
cia, artistas e intelectuais e políticos que
denunciam a tortura brasileira visitam Cuba
e chegam mesmo a tecer homenagens
líricas a Fidel e a seu algoz adjunto
Che Guevara. Este, como procura-
dor-geral, foi comandante da prisão
La Cabaña, onde nos primeiros meses
da revolução ocorreram 120 fuzila-
mentos (dos 550 confessados por
Fidel Castro), inclusive a execução de
Jesus Carreras, guerrilheiros contra a
ditadura Batista, e de Sori Marin, ex-
ministro da Agricultura de Fidel.
Note-se que Che foi o inventor dos
“campos de trabalho coletivo”, na
península de Guanaha, versão cubana
dos “gulags soviéticos” e dos “cam-
pos de reeducação” do Vietnam.
A repressão comunista tem ca-
racterísticas particularmente selvagens. A
responsabilidade é “coletiva”, atingindo não
apenas as pessoas, mas as famílias. É habitual
o recurso a trabalhos forçados, em campos de
concentração. Não há separação carcerária,
ou mesmo judicial, entre criminosos comuns
e políticos. Em Cuba, criou-se um instituto
original, o da “periculosidade pré-delitual”,
podendo a pessoa ser presa por mera suspei-
ta das autoridades, independentemente de
fatos ou ações.
Causa-meinfindaperplexidade,namídia
internacionaleemnossodiscursopolíticolocal,
a “angelização” de Fidel e Guevara e a “sa-
tanização” de Pinochet. Isto só pode resultar de
ignorância factual ou de safadeza ideológica.
Pinochet foi ditador por 17 anos; Fidel está no
poderhá39anos.Pinochetpromoveuaabertura
econômicaeiniciouaredemocratizaçãodopaís,
retirando-seapósderrotadoemplebiscitoeelei-
çõesdemocráticas,comosenadorvitalício(solu-
ção que se imitada em Cuba facilitaria o fim do
embargo). Fidel considera uma obscenidade a
alternância no poder, preferindo submeter a
nação cubana à miséria e à fome, para se manter
ditador. Pinochet deixou a economia chilena
numa trajetória de crescimento sustentado de
6,5%aoano.AntesdeFidel,aeconomiacubana
era a terceira em renda por habitante entre os
latino-americanos,ehojecaiuaoníveldoHaitie
da Bolívia. O Chile exporta capitais, enquanto
queFidelfoiumpensionistadaUniãoSoviética
eagora,paraarranjardivisas,contacomremessas
de exilados, e receita de turismo e prostituição.
Em termos de violência, o número de mortos e
desaparecidosnoChilefoiestimadoemtrêsmil,
enquanto que Fidel fuzilou 17 mil!
Apesar de fronteiras terrestres porosas, o
Chile,compopulaçãocomparávelaCubaesem
ostubarõesdoCaribe,sofreuemêxododeapenas
30milchilenos,hojeemgrandeparteretornados.
SobFidel,20%dapopulaçãodailha,ouseja,algo
que nas dimensões brasileiras seria comparável
àGrandeSãoPaulo,tiveramquefugir.Emsuma,
Pinochet submeteu-se à democracia e tem bom
senso em economia. Fidel é um PhD em tirania
e um analfabeto em economia.
O “Livre noir” nos dá uma idéia da besti-
alidade de que escapamos se triunfassem os
radicais de esquerda. Lembremo-nos que, em
1963, Luís Carlos Prestes declarava desi-
nibidamente que “nós os comunistas já
estamos no Governo mas não ainda no po-
der”. Parece-me ingenuidade histórica imagi-
nar que, na ausência da Revolução de 1964, o
Brasil manteria, apenas com alguns tropeços,
suanormalidadedemocrática.Averdadeéque
Jango Goulart não planejara minimamente
sua sucessão, gerando suspeitas de continuís-
mo. E estava exposto a ventos de radicalização
de duas origens: a radicalização sindical, que
levariaàhiperinflação;earadicalizaçãoideoló-
gica, pregada por Brizola e Arraes, que podia
resultaremguerracivil.
É sumamente melancólico - porém não
irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60
este grande país não tinha senão duas miserá-
veis opções: “anos de chumbo” ou “rios de
sangue”...
* O Autor é deputado federal pelo PPB-RJ.
Transcrito da Folha de São Paulo de 19.04.98
e da REVISTA DO CLUBE MILITAR - Maio/1998
Mais de 200 desenhos feitos em segredo, nos idos de 1940, pelo
coronel russo da reserva Danzig Baldaiev, comprovam o horror
dos gulags. Sigla em russo de Diretório Geral de Campos, o
gulag abrangia o complexo de prisões e campos de trabalhos
forçados a que eram condenados os opositores do regime
comunista soviético.
Buick modelo 1959 - Os "balseros" sofisticados