Entrevista com historiador sobre Chávez e diplomacia brasileira
1. FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
UP: PINHEIROS/ES
CURSO: LICENCIATURA EM HISTÓRIA
Dossiê Da América Latina
DISCIPLINA: HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
COMPONENTES: VALDILENE, PERCI, FABRÍCIA, SANTA
TUTOR: UDISON BRITO
PRESIDENTE
DESTAQUE
LULA
EM
HISTORIADOR MARCO
“ENTREVISTA
ANTONIO VILLA
DO MÊS”
1 (foto)
2. ÍNDICE
EDITORIAL ..................................................................................... 03
ENTREVISTA ................................................................................. 04
CONTEXTO HISTÓRICO ............................................................... 09
ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA .............................................. 11
NOTÍCIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS ............................... 13
CULINÁRIA .................................................................................... 14
FIQUE LIGADO .............................................................................. 15
PERSONALIDADE DO MÊS .......................................................... 16
MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA ............................................... 18
CHARGES SOBRE A POLÍTICA DA AMÉRICA LATINA ............. 19
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3. EDITORIAL
A história da América
Latina é uma história de
injustiça e exploração.
Mas é também - e
sobretudo - a saga da
resistência de homens e
mulheres que, ao longo de
cinco séculos, deram suas
vidas no combate aos
usurpadores das riquezas
do continente.
Uma história escrita com o
sangue de heróis como o
inca Tupac Amaru, morto
pelos espanhóis em 1572,
e Condorcanqui, que
sublevou os indígenas
peruanos duzentos anos
depois, considerado o
precursor dos libertadores
da América.
Símbolos dessa luta pela
emancipação latino-americana, Simon Bolívar, José Martí, Emiliano
Zapata, Augusto Sandino e Ernesto Che Guevara, entre tantos outros,
lideraram trabalhadores do campo e da cidade contra o opressor.
Também guiado pela convicção na justiça social - e sob a bandeira do
socialismo - o brasileiro Carlos Marighella procurou transformar de
forma radical a realidade sócio-econômica do seu país.
Com o resgate da trajetória de Marighella, trinta anos depois de seu
assassinato pela ditadura militar, homenageamos todos os
revolucionários do continente, cuja herança permanece atual como
nunca.
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4. ENTREVISTA
Entrevista: Marco Antonio Villa
O bufão da américa
Historiador diz que Hugo Chávez, presidente da
Venezuela, é perigoso por ser ambicioso e imprevisível
O historiador Marco Antonio Villa já escreveu 21
livros, com temas que variam da Idade Média à
Revolução Mexicana. Ao investir contra mitos
da história nacional em suas obras e artigos,
esse professor da Universidade Federal de São
Carlos colecionou polêmicas e fez dezenas de
inimigos. Sete anos atrás, tornou-se persona
non grata no estado de Minas Gerais ao
sustentar que Tiradentes foi um herói construído
pelos republicanos. Em sua casa na Zona Norte
de São Paulo, o historiador deu a seguinte
entrevista a CAMINHOS DA AMÉRICA.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Como o senhor avalia a atual diplomacia
brasileira?
VILLA: Nossa diplomacia se esquiva de defender os interesses
nacionais na América Latina. Teima sempre em chegar a um acordo e,
como não consegue, acaba cedendo aos vizinhos. Se Lula tivesse sido
presidente na República Velha, o Acre seria hoje dos bolivianos e Santa
Catarina, dos argentinos. Por aqui se pensa que o Brasil não pode ter
interesses nacionais ou econômicos na América do Sul, uma vez que
estamos em busca de uma integração regional. É um equívoco. Os
interesses do Brasil não são os mesmos da Argentina. Os objetivos do
Paraguai não são os do Brasil.
CAMINHOS DA AMÉRICA: A diplomacia brasileira não era assim no
passado?
VILLA: Não. No fim do século XIX, a Argentina reivindicou o oeste do
Paraná e de Santa Catarina. Não fazia o menor sentido. O presidente
Prudente de Moraes, com a ajuda do barão do Rio Branco, resolveu a
questão e evitou a doação da área. Não perdemos um hectare de terra.
4
5. O barão sabia quais eram os interesses nacionais e os defendia. Além
disso, profissionalizou o Itamaraty, que passou a coordenar uma política
em nome do país, e não de um governo ou partido. Hoje, precisamos
urgentemente que o barão do Rio Branco se incorpore no ministro das
Relações Exteriores.
CAMINHOS DA AMÉRICA: O Brasil cede sempre?
VILLA: Só não o fazemos quando é impossível. Em negociações
recentes com a argentina Cristina Kirchner e com Evo Morales, a
Petrobras recusou-se a fornecer gás para a Argentina, que vive sob
ameaça de um apagão. Se cedesse, o Brasil teria um grave
desabastecimento. Nos outros casos, somos sempre fregueses. O
Brasil já sofreu no passado uma invasão de produtos argentinos e
ninguém reclamou. Quando a situação se inverteu e a balança
comercial tornou-se superavitária para o Brasil, os argentinos chiaram e
conseguiram o que queriam. Com a Bolívia, aceitamos uma
indenização simbólica pelas refinarias nacionalizadas, a um valor muito
aquém do que foi investido pela Petrobras. Com Hugo Chávez, falamos
sempre "não" na primeira hora, depois dizemos "sim". Éramos contra o
Banco do Sul. Hoje somos a favor. Fazemos o oposto do que
recomendava Vladimir Lenin, para quem era preciso dar um passo atrás
e depois dois para a frente. A diplomacia nacional dá um para a frente e
dois para trás.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Deportar turistas espanhóis é uma resposta
inteligente à repatriação de brasileiros que tentavam ir para a Espanha?
VILLA: Foi um exagero. A política externa não é para ficar a cargo de
um funcionário da Polícia Federal. As cenas dos espanhóis sendo
deportados no aeroporto de Fortaleza são absurdas. Uma coisa é um
turista que vai para Jericoacoara, outra é um brasileiro que,
supostamente ou não, deseja trabalhar na Espanha. Quando faz
diplomacia com a Europa, os Estados Unidos ou a Ásia, o Brasil tem
sido muito agressivo. É como se o esforço para se afirmar como país,
uma vez que não se realiza na América Latina, fosse todo desviado
para os fóruns em outros continentes. Ser duro com um turista espanhol
é fácil. Quero ver ser duro com Hugo Chávez.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Chávez é o grande líder da América
Latina?
VILLA: Quando se olha o que ocorre com os mais de vinte países da
região, não há dúvida disso. Com a alta do preço do petróleo, Chávez
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6. construiu uma sólida rede de alianças. Foi uma sucessão de vitórias.
Tem o apoio de Cuba, Nicarágua, Equador, Bolívia, Argentina. Quem
está do lado do Brasil? Ninguém. Chávez é um ator que faz um
monólogo. Eventualmente alguém da platéia sobe no palco e participa.
O show é dele. Ele determina o que vai ser discutido e como. Os outros
só correm atrás. Os países que estão se aproximando do Brasil, como
Paraguai e Peru, fazem isso apenas porque não tiveram ainda um
estabelecimento de relações com a Venezuela. A história talvez
comece a mudar agora. Não por obra de Lula, evidentemente, e sim de
Álvaro Uribe, o presidente colombiano. Graças a ele, Chávez teve sua
primeira derrota em política externa. A reunião da Organização dos
Estados Americanos (OEA), que colocou panos quentes na discussão
que se seguiu à morte do terrorista Raúl Reyes, pode sinalizar um
futuro diferente.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Por que o senhor considera que Chávez
perdeu?
VILLA: Chávez é um caudilho e, como tal, precisa de um palanque para
discursar. Quando reagiu com firmeza à morte de Raúl Reyes no
Equador, ganhou um palco considerável. Só que durou pouquíssimo
tempo. A solução rápida e eficaz do problema pela OEA, que estava
sumida do mapa, tirou essa oportunidade dele. Chávez resignou-se
porque a maioria dos países apoiou a resolução final, que condenava a
invasão territorial no Equador e ao mesmo tempo acusava a presença
das Farc naquele país.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Por que os latino-americanos possuem o
vício da oratória?
VILLA: Em parte, há na América Latina uma forte tradição do
bacharelismo. Muitos dos presidentes passaram por faculdades de
direito. No Brasil, Getúlio Vargas e Jânio Quadros são exemplos.
Epitácio Pessoa era chamado de "A Patativa do Norte", em referência a
uma ave cantora. Fidel Castro foi advogado. O argentino Juan Domingo
Perón não era, mas a maioria dos seus auxiliares, sim. Para um
advogado, o que importa não é a legitimidade da causa, mas o nível de
retórica do advogado para defender seu acusado. Somos muito
marcados por isso.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Qual é o maior perigo de Chávez para o
resto da América Latina?
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7. VILLA: Ele está armando seu Exército e sua população. Compra fuzis,
caças e faz acordos com o Irã. Ninguém parece levar isso a sério. A
diplomacia brasileira sabe disso e vai contornando a situação. Uma
hora Chávez vai invadir a Guiana. Ele reivindica quase dois terços do
território desse país. Para Chávez, a Guiana é uma aventura fácil. E
quem vai defendê-la? O que a Guiana conta na América do Sul? Nada.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Chávez reagiu ao ataque colombiano às
Farc no Equador com um discurso em defesa da soberania nacional.
Ele invadiria a Guiana?
VILLA: Chávez é um bufão. Ele construiu um personagem. É um militar
de boina vermelha que se emociona, chora e canta em público. Em um
momento é simpático. No minuto seguinte, aparece totalmente irado. O
bufão é isso. Nunca se podem prever suas atitudes. Pode abraçar um
crítico ou mandá-lo para a prisão. Suas atitudes não se regem pelo
mundo racional. O bufão trabalha em outro universo.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Por que Chávez defende as Farc?
VILLA: Seu objetivo é enfraquecer Álvaro Uribe. Chávez vê de forma
simplista a conjuntura latino-americana. O mundo para ele se divide de
uma maneira muito primária: os que estão com ele e os que estão com
os Estados Unidos. Considera que o presidente da Colômbia é um
agente imperialista na América do Sul. O combate às Farc tem sido
uma das mais fortes bandeiras de Uribe.
CAMINHOS DA AMÉRICA: É legítimo usar grupos armados ou
políticos de outros países para causar instabilidade?
VILLA: Há uma incompatibilidade em defender a soberania e apoiar
materialmente um movimento terrorista em um país vizinho. No Brasil,
tivemos uma história parecida. No governo de João Goulart, as Ligas
Camponesas tinham meia dúzia de campos guerrilheiros e contavam
com o apoio financeiro cubano. Quando se descobriram os campos, foi
um escândalo. Vivíamos um regime democrático e o governo brasileiro
manifestava-se contrário à expulsão de Cuba da OEA, enquanto Cuba
violava a soberania brasileira apoiando um movimento guerrilheiro que
rompia com a legalidade constitucional. A defesa da soberania só valia
para os cubanos. Eu imaginava que essa prática de violação da
soberania fosse página virada da história latino-americana. Ledo
engano.
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8. CAMINHOS DA AMÉRICA: Chávez foi o grande pacificador do conflito
entre Colômbia e Equador, como disse Lula?
VILLA: Não há nenhum fato que comprove isso. Os documentos que
estavam no computador do guerrilheiro Raúl Reyes ainda mostram que
Chávez apoiava financeiramente as Farc e também recebia ajuda dos
narcoterroristas. Isso não tem nada a ver com paz. Lula não tinha por
que falar isso. Diz essas asneiras porque está em um momento
especial. A economia vai muito bem, o que levou Lula a entender que
ganhou um salvo-conduto para reescrever a história do Brasil.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Qual é a importância do Foro de São Paulo
na condução da política externa brasileira?
VILLA: O Foro de São Paulo é um clube da terceira idade. Basta ver as
fotos. São senhores em idade provecta, como se dizia antigamente.
São provectos também no sentido ideológico. Suas idéias pertencem ao
passado. Não creio que tenham uma estratégia revolucionária para a
América Latina tal como foi a Internacional Comunista. Durante o
período da União Soviética, os partidos comunistas espalhados pelo
mundo eram braços da política externa soviética. O Foro de São Paulo
não tem esse poder. Sua maior influência se dá pela pessoa de Marco
Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais da
Presidência da República, que tem grande participação no Foro.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Qual é a relevância de Marco Aurélio
Garcia nas relações externas?
VILLA: Desde o início da República, não há registro de um assessor
com tanto poder como ele. Garcia aparece nas fotos quase sempre
atrás de Lula. Dá pronunciamentos em pé de igualdade com o ministro
das Relações Exteriores ou o secretário-geral do Itamaraty. Marco
Aurélio Garcia é considerado um grande acadêmico, um gênio, uma
referência para qualquer estudo sobre relações internacionais na
América Latina. Curioso é que não se conhece nenhuma nota de
rodapé que ele tenha escrito sobre o tema. Fui procurar seu currículo
na plataforma Lattes, do CNPq. Não há nada sobre ele. Marco Aurélio
Garcia é o Pacheco das relações internacionais.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Quem é o Pacheco?
VILLA: É um personagem de Eça de Queiroz que aparece no livro A
Correspondência de Fradique Mendes. Pacheco era um sujeito tido
como brilhante. No primeiro ano de Coimbra, as pessoas achavam
estranho um estudante andar pela universidade carregando grossos
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9. volumes. No segundo ano, ele começou a ficar mais calvo e se sentava
na primeira carteira. Começaram a achar que ele era muito inteligente,
porque fazia uma cara muito pensativa durante as aulas e, vez por
outra, folheava os tais volumes. No quarto ano, Portugal todo já sabia
que havia um grande talento em Coimbra. Era o Pacheco. Virou
deputado, ministro e primeiro-ministro. Quando morreu, a pátria toda
chorou. Os jornalistas foram estudar sua biografia e viram que ele não
tinha feito nada. Era uma fraude.
CAMINHOS DA AMÉRICA: Que conseqüências a política externa do
Brasil pode ter no futuro?
VILLA: Pela primeira vez na história do país existe a possibilidade de a
política externa tornar-se tema de eleição. Seria algo realmente inédito
que, para acontecer, só depende de como Chávez vai agir nos
próximos anos. As concessões dadas à Bolívia, os diversos acordos
com Chávez e a recusa em classificar as Farc como um grupo terrorista
estão provocando muita crítica dentro do Brasil e podem juntar-se em
um único e potente tema central na próxima campanha presidencial.
CONTEXTO HISTÓRICO
O nome América Latina é derivado das línguas faladas em diversas
partes do continente americano. Na América do Norte somente o
México se insere nesse contexto, além de toda a América Central e do
Sul. Isso significa que são países de língua latina, como o português, o
francês e o espanhol. Os países que integram a América Latina
possuem semelhanças quanto à condição de subdesenvolvimento, tais
como economia fragilizada e atrasada, problemas sociais e políticos.
Na América Latina era desenvolvida a agricultura de subsistência,
incluindo ainda caça, pesca e coleta. Com a chegada dos colonizadores
europeus, grande parte dos países latinos passaram a cultivar produtos
destinados à exportação, com o objetivo de obter lucro.
São identificadas duas formas de produção, uma destinada ao mercado
externo (monocultura) e outra direcionada ao abastecimento interno
(policultura).
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10. Os países latinos são grandes exportadores de produtos primários, os
mesmos tiveram uma industrialização tardia em relação às nações
desenvolvidas, motivo que fez com que a América Latina se tornasse
dependente.
Recentemente foram realizadas mudanças significativas na agricultura
latina que promoveram alterações profundas no espaço e na economia.
As mudanças ocorreram em decorrência da inserção de máquinas,
tecnologias, implementos, insumos agrícolas (herbicidas, fertilizantes,
inseticidas entre outros) e técnicas de manejo, que resultou no aumento
da produtividade e conseqüentemente dos lucros.
A pecuária ocupa hoje um lugar de destaque, atividade praticada de
forma semi-intensiva, são criadas raças bovinas européias em regiões
de clima frio e a raça zebu em áreas de clima tropical.
Outra atividade econômica bastante difundida em praticamente todos
os países da América Latina é o extrativismo e a mineração. Existe um
grande fluxo comercial desenvolvido internamente entre os
componentes latinos, uma vez que há uma dependência em relação a
alguns minérios, além da exportação dos mesmos para diversos
lugares do mundo.
O setor industrial é dividido em indústrias tradicionais e de
beneficiamento. Atuam na produção de matéria-prima a partir do
beneficiamento de minérios ou produtos agropecuários, incluindo
aquelas que produzem bens de consumo, como as tradicionais
indústrias alimentícias e têxteis, apesar de alguns países possuírem um
setor industrial mais diversificado, que varia desde a indústria de base
até a tecnologia de ponta, com essas características temos o Brasil, a
Argentina e o México.
RELIGIÃO
Quanto ao aspecto religioso trata-se de uma região profundamente
cristã. Vale assinalar que entre os 20 países repertoriados, 13 deles –
menos Cuba, Haiti, Uruguai, República Dominicana, Chile, Colômbia e
México – fazem referência à invocação a Deus nos preâmbulos das
respectivas constituições.
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11. ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA
AGRICULTURA
A agricultura de subsistência era a principal atividade econômica dos
povos originais da América Latina, Essa atividade era complementada
pela caça, pela pesca em rios e lagos e pala coleta de frutos e raízes.
A colonização européia introduziu a lavoura comercial, destinada aos
mercados europeus e com exclusiva finalidade do lucro. Surgiu então
uma nova forma de atividade agrícola na América Latina.
Com o passar do tempo, tanto a agricultura, de origem européia
sofreram modificações. Mesmo assim, elas persistem até hoje. Por isso,
podemos identificar duas formas principais de uso da terra na América
Latina: uma, destinada principalmente a atender o mercado interno;
outra, voltada para a exportação, tanto para os Estados Unidos e
Canadá quanto para os demais países desenvolvidos.
AGRICULTURA MODERNA
Nos últimos decênios, alguns países da América Latina têm sofrido
grandes mudanças na forma de utilização agrícola do espaço. Tais
mudanças são causadas pelo surgimento de uma agricultura moderna,
ou seja, praticada com o emprego de máquinas, uso de fertilizantes e
de sementes selecionadas, aplicação de defensivos agrícolas (produtos
químicos destinados a combater as pragas da lavoura) etc...
PECUÁRIA
Os europeus introduziram a pecuária na América Latina como uma
atividade secundaria. Contudo, a criação de bovinos e ovinos
desenvolveu-se enormemente na planície Platina, favorecida pela
existência de ótimas pastagens naturais. Por isso, desde muito tempo,
o Uruguai e sobretudo a Argentina são exportadores de carne, lã e
couro. Nesses países, são criados animais de origem européia,
adaptados ao clima temperado. Aí a pecuária é feita de modo mais ou
menos intensivo.
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12. No século atual, a pecuária desenvolveu-se em outras áreas da
América Latina, onde são criados bovinos da raça zebu, adaptados ao
ambiente da regiões tropicais do continente.
Nos cerrados do Brasil e nos Ihanos da Venezuela e da Colômbia, os
bovinos encontraram razoáveis condições de desenvolvimento. Hoje o
Brasil possui um dos maiores rebanhos do mundo e a criação, apesar
de extensiva, vem sendo aos poucos melhorada, através da importação
da raças indianas e da utilização de pastagens cultivadas.
EXTRATIVISMO E MINERAÇÃO
A América Latina possui numerosos e grandes recursos minerais,
sendo que muitos deles ainda não são explorados. Além disso, é
provável que a riqueza mineral seja maior do que se sabe, pois o
subsolo latino-americano não é bem conhecido, por causa da falta de
maiores pesquisas.
A exploração mineral para fins comerciais começou com a vinda do
europeus. Os espanhóis organizaram grandes empreendimentos para
extrair os minerais e leva-los para a Europa.
No século XVIII, os portugueses exploraram grande parte do ouro que
existia no Estado de Minas Gerais.
No século passado, depois da independência política dos países latino-
americanos, a exploração mineral passou a ser feita por empresas
européias , principalmente inglesas.
No século atual, muitas empresas norte-americanas receberam
permissão para extrair e exportar diversos minerais da América Latina.
Hoje em dia, alguns países dependem muito das exportações de um ou
outro mineral. É o caso, por exemplo, da Bolívia, do Suriname e da
Guiana, que dependem do estanho, extraído da cassiterita. O Chile
depende do Cobre, e a Jamaica depende da bauxita, da qual se extraí o
alumínio. O México e a Venezuela, apesar de terem uma economia
mais ou menos diversificada, têm no petróleo um produto importante
em sua vendas ao estrangeiro.
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13. INDÚSTRIAS
No conjunto, a América Latina tem poucas indústrias. As principais são
as seguintes:
INDÚSTRIAS TRADICIONAIS
São as indústrias leves e de bens de consumo, ou seja, destinada a
satisfazer às necessidades elementares da população.
As principais são as indústrias de produtos alimentícios e a indústria
têxtil. São chamadas tradicionais porque são indústrias antigas, que
surgem junto com o crescimento da população das cidades. São
encontradas em quase todos os países latino-americanos e estão
localizadas em suas cidades principais.
INDÚSTRIAS DE BENEFICIAMENTO
São as industrias ligadas ao preparo de matérias-primas destinadas à
exportação. Geralmente estão instaladas perto dos portos de
embarque. Exemplo: Beneficiamento de minério e fabricação do açúcar
de cana.
Além dessas, vários países possuem algumas industrias pesadas e de
bens duráveis, como de aparelhos domésticos, motores etc. Por isso,
dizemos que na América Latina existem centros industriais, isto é,
conjuntos de indústrias de bens de consumo e algumas indústrias
pesadas e de bens duráveis.
Somente três países possuem conjuntos de muitas e variadas
indústrias, inclusive algumas indústrias de base, como a indústria
siderúrgica, a de produtos químicos etc. Por isso dizemos que esses
países possuem parques industriais. São eles: O Brasil, a Argentina, e
o México.
NOTÍCIAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS
Ninguém mais duvida que a atual crise capitalista, deflagrada nos EUA,
já é a mais destrutiva da história deste sistema desde o crash da Bolsa
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14. de Nova York em 1929. Seus efeitos estilhaçam por todos os lados.
Bancos e "agências de risco", que antes ditavam as regras neoliberais
para o mundo, estão definhando; os adoradores do "deus-mercado" e
os mentores da desregulamentação financeira pedem, com urgência, a
intervenção do "estado leviatã"; George Bush, o prepotente imperador,
estava morto antes mesmo do pleito presidencial. Este é o lado bom da
crise. O lixo vai para o lixo!
O lado negativo são os seus efeitos no mundo real, na vida dos
trabalhadores. Segundo estudo da Organização Internacional dos
Trabalhadores (OIT), a crise deverá acrescentar mais 20 milhões de
desempregados nas frias estatísticas mundiais. O desemprego saltará
dos atuais 190 milhões para 210 milhões até fins de 2009, "um recorde
histórico", segundo Juan Somavia, diretor-geral da OIT. O número de
"trabalhadores pobres", com renda inferior a dois dólares por dia,
crescerá em 140 milhões de pessoas. Infelizmente, as projeções da OIT
não têm nada de alarmista.
CULINÁRIA
FEIJOADA
• Ingredientes
• 1 Kg de feijão preto
• 100 g de carne seca
• 70 g de orelha de porco
• 70 g de rabo de porco
• 70 g de pé de porco
• 100 g de costelinha de porco
• 50 g de lombo de porco
• 100 g de paio
• 150 g de lingüiça portuguesa
• Tempero:
• 2 cebolas grandes ppicadinhas
• 1 maço de cebolinha verde picadinha
• 3 folhas de louro
• 6 dentes de alho
• Pimenta do reino a gosto
• 2 laranjas
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15. • 40 ml de de pingaSal se precisar
• 1 talo de salsão
MODO DE PREPARO
1. Coloque as carnes de molho por 36 horas ou mais, vá trocando a
água várias vezes, se for ambiente quente ou verão, coloque gelo
por cima ou em camadas frias
2. Coloque para cozinhar passo a passo: as carnes duras, em
seguida as carnes moles
3. Quando estiver mole coloque o feijão, e retire as carnes
4. Finalmente tempere o feijão
FIQUE LIGADO
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16. PERSONALIDADE DO MÊS
O presidente Lula quis usar
uma metáfora bastante
popular quando comparou
a relação entre a
sociedade e a crise à de
um médico com seu
paciente. 'Ou você diria ao
paciente 'sifu'? Se você
chega dizendo a gravidade
da doença, você acaba
matando o paciente.'
Quando um presidente da
República desce o nível
das palavras deste jeito ele não pode ficar de fora das maiores gafes de
2008.
MOMENTOS DE LAZER
Sorridente e bem-disposto, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva passeou de barco no último
dia do ano, no arquipélago de
Fernando de Noronha. Lula
chegou a Noronha na terça-feira,
acompanhado da primeira-dama,
Marisa Letícia, dos filhos Fábio e
Sandro Luiz, além de noras e
netos. O presidente está
hospedado no Casarão da Aeronáutica, localizado no alto de um morro.
A intenção do presidente é descansar até o dia 11 de janeiro. De
acordo com a assessoria de Lula, ele passará os últimos dias de sua
férias na Base Naval de Aratu, em Salvador. Fonte: Estadão.
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18. MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
Inaugurado em 18 de março
de 1989, no bairro da Barra
Funda, na cidade de São
Paulo, o Memorial da
América Latina foi criado
para difundir as
manifestações latino-
americanas de criatividade e
saber, sempre com o objetivo
de interagir relações
culturais, políticas,
econômicas e sociais.O
espaço é divido em vários
ambientes. Como a Praça Cívica, um espaço aberto onde se encontra
um dos maiores símbolos do Memorial, a escultura “A Grande Mão”,
que simboliza o sangue derramado pelos povos latino-americanos na
luta pela liberdade; o Salão de Atos Tiradentes, que tem seis painéis
que contam a saga da colonização latino-americana; o Auditório Simon
Bolívar, famoso por já ter recebido chefes de Estado como Bill Clinton,
Fidel Castro, Hugo Chávez, entre outros. A Biblioteca Latino-
Americana, que conta com o maior acervo especializado em cultura
latino-americana, com cerca de 30 mil volumes. Outro ambiente é o
Pavilhão da Criatividade Popular Darcy Ribeiro, em que há uma
maquete com quase mil pequenas peças, criada pelos artistas Gepp e
Maia, com os principais pontos turísticos dos paises latino-americanos e
cenas como uma do livro de Ernest Hemingway escrita em Cuba, O
Velho e o Mar. O Pavilhão abriga também uma exposição permanente
de arte popular latino-americana. Além de todos esses ambientes, o
Memorial destaca-se como um dos principais pontos turísticos da
cidade pelos grandes nomes que recebeu até hoje, como Luciano
Pavarotti e o Balé de Cuba (que se apresentou na inauguração com a
bailarina Alicia Alonso). Além disso, foi durante anos a sede da
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e foi lá que nasceu o
projeto da Universidade de Música e a Orquestra Jazz Sinfônica. O
Memorial recebe grupos para visitas gratuitas e monitoradas. O espaço
tem uma grande área ao ar livre, mas a falta de árvores o deixa com o
clima árido, então para a visita é bom se prevenir.
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