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COLUNA DE INOVAÇÃO
Por: Glaudson Bastos
Cenário de inovação com o novo regime automotivo
Além da Audi, que neste mês
anunciou investimento de R$ 500
mi em uma nova planta automotiva
na região metropolitana de Curitiba,
outras sete empresas estão
investindo em fábricas no Brasil
por causa do Inovar-Auto, a saber,
Nissan, Mitsubishi, JAC Motors,
Chery, Caoa e no segmento de
veículos comerciais pesados, DAF
Caminhões e Metro-Schacman.
São reflexos concretos do InovarAuto e do novo regime automotivo
que já habilitou mais de 20
empresas entre montadoras e
importadoras, que poderão apurar
crédito presumido do Imposto
sobre Produtos Industrializados
(IPI) sobre os veículos que
atenderem aos critérios do Decreto
n° 7.819/12.
Já tratamos deste programa
aqui, mas lembrando, tem foco
na atração de investimentos para
o desenvolvimento tecnológico,
P&D e inovação no setor, com
compromisso das montadoras
em (i) atingir níveis mínimos de
eficiência energética e economia
nos veículos aqui produzidos e (ii)
elevar gradativamente o volume
de etapas produtivas no País.
No conjunto de etapas que
tem previsão para aumento da
participação
nacional,
estão
soldagem,
componentes
do
sistema
elétrico,
tratamento
anticorrosivo,
pintura,
componentes da caixa de câmbio e
transmissão, e sistemas de direção
e suspensão. A região do Médio
Paraíba, ainda que notadamente
especializada
em
serviços
industriais e bens intermediários,
passa então novamente a ter
motivação para processos, ainda
que tentativos, de aproximação do
setor automotivo local e nacional.
Ninguém está dizendo que será
fácil, ou que a mera existência
do Inovar-Auto irá resultar em
contratos. Mas o fato é que o cenário
para investimento em engenharia
nacional, P&D e desenvolvimento
de novos supridores em potencial
está alterado, ao menos até 2017
quando se encerra a primeira fase
do regime.
E quais as reflexões iniciais que
podemos fazer com base neste
cenário? Vamos ver:
•Identificação de Requisitos
Identificar as exigências mínimas
que são requeridas tanto para
fornecimento spot como para
fornecimento sob contrato, e isto
tanto na relação direta com as
montadoras como na relação,
aliás, mais provável inicialmente,
com os sistemistas, moduleiros
e 1ª camada. A correta análise
destes
requisitos,
técnicos
e comerciais, já serve como
balizador capaz de indicar nossa
real capacidade de adequação, e
os custos necessários para estas
adequações.
•Projeto de P&D
Conhecendo os requisitos e as
demandas, bem como os aspectos
críticos nas etapas que terão que
passar por conteúdo nacional, cabe
orçar o investimento em pesquisa e
desenvolvimento. Entre as funções
mais básicas, mas que também
necessitam
de
investimento
estão o monitoramento destas
informações, além das informações
de tendências tecnológicas que
geralmente são obtidas via visitas
técnicas, missões comerciais
e
consulta
a
observatórios
tecnológicos.
•Plano de Desenvolvimento
Técnico
Já dissemos aqui no Metalsul
notícias que a atuação no
automotivo não admite erro. A
tolerância ao erro é diminuta,
pois os riscos envolvidos com
a segurança dos usuários e os
custos de um eventual recall não
são desprezíveis. Isto posto, cabe
um plano do desenvolvimento
do ferramental, dos controles
estatísticos
obrigatórios,
das
técnicas de ‘projeto robusto’
(Taguchi) e das técnicas de
inspeção e controle da qualidade
(Shingo).
Os cenários com o inovar-auto
estão cada vez mais claros, os
desafios idem. Mas para aqueles
com interesse no setor, ficam
as 3 reflexões aqui sugeridas.
De resto, como em qualquer
empreendimento, e os de inovação
e P&D não são diferentes, fica
o bom e velho planejamento e
estudo de viabilidade antes de se
mobilizar para um novo setor. Paz
e bem e até a próxima edição se
Deus quiser.
Glaudson Bastos, M.Sc. Gerente
de Projetos da Logike Associados
S/C e Membro Individual do Project
Management Institute, Inc. (PMI).
Contatos pelo email:
sac@logike.com
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