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PROCESSO HISTÓRICO E CULTURAL DA LIBRAS.
Muitos estudiosos colocam a origem da língua de sinais para até antes
do desenvolvimento da língua oral, ou até na mesma época. Ela teria sido
criada por homens que queriam se comunicar ao ter um impedimento sensorial
auditivo.
Mesmo com as proibições, o espaço onde as línguas de sinais mais se
desenvolviam eram as escolas, e ainda continuam sendo local importante de
aprendizagem da língua.
Movimentos de resistência foram criados para que a língua não se
perdesse com o tempo.
Segundo autores como Soares(1999), a educação dos surdos
começou com o monge beneditino Pedro de Leon(1520-1584), e se dirigia à
educação dos filhos de nobres. No mosteiro existiam muitos alunos surdos,
onde ele se dedicava ao ensino da fala, leitura e escrita. Ponce de León teria
desenvolvido um alfabeto manual que permitia ao estudante que aprendesse a
soletrar (letra por letra) toda a palavra. Os pesquisadores modernos analisam
se este alfabeto foi baseado, integralmente ou em parte, em simples gestos
com as duas mãos. O alfabeto unimanual publicado por Juan de Pablo
Bonet em 1620, foi distinto do alfabeto bimanual usado.
Denis Diderot, na França, produziu também a Carta sobre os surdos-
mudos para uso dos que ouvem e falam (1751), texto este destinado a um
professor de retórica e filosofia antiga, em que questiona os métodos até então
utilizados com surdos, ressalva a complexidade das línguas de sinais e analisa,
linguisticamente, a produção de signos por meio de gestos.
Em 1756, Abbé de L´Epée cria, em Paris, a primeira escola para
surdos, o Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris, com uma filosofia
manualista e oralista. Foi a primeira vez que os surdos foram devidamente
reconhecidos perante a sociedade.
Outro espaço de difusão da língua de sinais foi no trabalho,
principalmente nas fábricas, no borbulhão da Revolução Industrial.
Segundo Neiva Albres(2005), o atendimento especial na educação teve
início por volta de 1850. A primeira escola de surdos no Brasil foi criada pela
Lei nº 839, de 26 de setembro de 1857, por Dom Pedro II, no Rio de Janeiro,
chamada de Imperial Instituto dos Surdos Mudos (IISM), ainda existente nos
dias de hoje com o nome Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES),
voltado à educação literária e ensino profissionalizante de meninos com idade
entre 7 e 14 anos. Teve como primeiro professor Ernesto Huet, cidadão surdo
francês, trazendo consigo a Língua de Sinais Francesa.
O Instituto segue com o oralismo como pilar de sua educação. Mesmo
assim a língua de sinais continuou sendo usado em sala de aula, até ser
proibida em 1957, a partir daí sendo usada apenas nos corredores e pátio da
escola.
O alfabeto manual da língua de sinais, de origem francesa, foi difundida
em todo o Brasil pelos alunos do Instituto, com alunos vindos de toda a parte
do país.
Em 1929, é fundado o Instituto Santa Teresinha na cidade de
Campinas-SP, depois de duas freiras passarem quatro anos no Instituto de
Bourg la-Reine, em Paris- França. Funcionava em regime de internato, só para
meninas surdas.
No ano de 1864, foi criada a primeira instituição superior para surdos,
a Gallaudet University, reconhecida como a única faculdade de ciências
humanas do mundo para alunos surdos.
Mesmo com o uso da oralidade, para os surdos era muito mais fácil
gesticular, usar a língua de sinais.
Até que, no Congresso de Milão, ocorre a proibição do uso da língua
de sinais. No período de 1970 a 1992, os surdos se fortaleceram e
reivindicaram os seus direitos.
Desde aquela época, as escolas tradicionais existentes no método oral
de filosofia e, até hoje, boa parte delas vem adotando o modelo inclusivo em
que a língua de sinais se constitui elemento primordial para o atendimento
educacional dos alunos surdos.
Em 2002, foi promulgada uma lei que reconhece a Língua Brasileira de
Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades
surdas no Brasil.
Em 2005, foi promulgado um decreto que tornou obrigatória a inserção
da disciplina de Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de
professores para o exercício do magistério em nível médio (curso normal) e
superior (Pedagogia, Educação Especial, Fonoaudiologia e Letras). As
Instituições tiveram que se adaptar a esses regimentos legais.
Desde então, a LIBRAS vem conquistando o seu espaço, porém é
preciso que haja muito mais empenho de todos para que ela venha a ser
realmente a segunda língua oficial de nosso país. Principalmente empenho da
comunidade política.

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Processo histórico e cultural da LIBRAS

  • 1. PROCESSO HISTÓRICO E CULTURAL DA LIBRAS. Muitos estudiosos colocam a origem da língua de sinais para até antes do desenvolvimento da língua oral, ou até na mesma época. Ela teria sido criada por homens que queriam se comunicar ao ter um impedimento sensorial auditivo. Mesmo com as proibições, o espaço onde as línguas de sinais mais se desenvolviam eram as escolas, e ainda continuam sendo local importante de aprendizagem da língua. Movimentos de resistência foram criados para que a língua não se perdesse com o tempo. Segundo autores como Soares(1999), a educação dos surdos começou com o monge beneditino Pedro de Leon(1520-1584), e se dirigia à educação dos filhos de nobres. No mosteiro existiam muitos alunos surdos, onde ele se dedicava ao ensino da fala, leitura e escrita. Ponce de León teria desenvolvido um alfabeto manual que permitia ao estudante que aprendesse a soletrar (letra por letra) toda a palavra. Os pesquisadores modernos analisam se este alfabeto foi baseado, integralmente ou em parte, em simples gestos com as duas mãos. O alfabeto unimanual publicado por Juan de Pablo Bonet em 1620, foi distinto do alfabeto bimanual usado. Denis Diderot, na França, produziu também a Carta sobre os surdos- mudos para uso dos que ouvem e falam (1751), texto este destinado a um professor de retórica e filosofia antiga, em que questiona os métodos até então utilizados com surdos, ressalva a complexidade das línguas de sinais e analisa, linguisticamente, a produção de signos por meio de gestos. Em 1756, Abbé de L´Epée cria, em Paris, a primeira escola para surdos, o Instituto Nacional de Jovens Surdos de Paris, com uma filosofia manualista e oralista. Foi a primeira vez que os surdos foram devidamente reconhecidos perante a sociedade. Outro espaço de difusão da língua de sinais foi no trabalho, principalmente nas fábricas, no borbulhão da Revolução Industrial. Segundo Neiva Albres(2005), o atendimento especial na educação teve início por volta de 1850. A primeira escola de surdos no Brasil foi criada pela Lei nº 839, de 26 de setembro de 1857, por Dom Pedro II, no Rio de Janeiro, chamada de Imperial Instituto dos Surdos Mudos (IISM), ainda existente nos dias de hoje com o nome Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), voltado à educação literária e ensino profissionalizante de meninos com idade entre 7 e 14 anos. Teve como primeiro professor Ernesto Huet, cidadão surdo francês, trazendo consigo a Língua de Sinais Francesa. O Instituto segue com o oralismo como pilar de sua educação. Mesmo assim a língua de sinais continuou sendo usado em sala de aula, até ser
  • 2. proibida em 1957, a partir daí sendo usada apenas nos corredores e pátio da escola. O alfabeto manual da língua de sinais, de origem francesa, foi difundida em todo o Brasil pelos alunos do Instituto, com alunos vindos de toda a parte do país. Em 1929, é fundado o Instituto Santa Teresinha na cidade de Campinas-SP, depois de duas freiras passarem quatro anos no Instituto de Bourg la-Reine, em Paris- França. Funcionava em regime de internato, só para meninas surdas. No ano de 1864, foi criada a primeira instituição superior para surdos, a Gallaudet University, reconhecida como a única faculdade de ciências humanas do mundo para alunos surdos. Mesmo com o uso da oralidade, para os surdos era muito mais fácil gesticular, usar a língua de sinais. Até que, no Congresso de Milão, ocorre a proibição do uso da língua de sinais. No período de 1970 a 1992, os surdos se fortaleceram e reivindicaram os seus direitos. Desde aquela época, as escolas tradicionais existentes no método oral de filosofia e, até hoje, boa parte delas vem adotando o modelo inclusivo em que a língua de sinais se constitui elemento primordial para o atendimento educacional dos alunos surdos. Em 2002, foi promulgada uma lei que reconhece a Língua Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização das comunidades surdas no Brasil. Em 2005, foi promulgado um decreto que tornou obrigatória a inserção da disciplina de Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério em nível médio (curso normal) e superior (Pedagogia, Educação Especial, Fonoaudiologia e Letras). As Instituições tiveram que se adaptar a esses regimentos legais. Desde então, a LIBRAS vem conquistando o seu espaço, porém é preciso que haja muito mais empenho de todos para que ela venha a ser realmente a segunda língua oficial de nosso país. Principalmente empenho da comunidade política.