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Os desafios enfrentados pelo Empreendedorismo de Base
Tecnológica no Brasil: algumas percepções sobre as EBTs
ambientais mineiras
Flavia Carvalho - Núcleo de Inovação
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O
Resumo
presente artigo vem apresentar as empresas de
base tecnológica (EBTs) e as fragilidades existentes para
o desenvolvimento e a consolidação das mesmas, tal
como apresentados na literatura sobre EBTs e a partir
dos resultados de uma consulta recente realizada junto
a EBTs ambientais localizadas em Minas Gerais. Os
principais desafios encontrados por essas empresas
para a sua consolidação podem ser resumidos em
três categorias: recursos, gestão e oportunidades. O
conhecimento dos obstáculos é o ponto de partida para
a busca de soluções que visem fortalecer a presença
dessas empresas no mercado.
Palavras-chave: Empresas de base tecnológica.
Tecnologias ambientais. Pequenas empresas.
Desafios.
Introdução
O Brasil possui um universo bastante grande de micro,
pequenas e médias empresas. Elas respondem por
99% do total de quase 6 milhões de estabelecimentos
formais estabelecidos no país; representam 20% do
PIB nacional e geram 60% dos postos de trabalho
(IBGE, 2012). Sua importância é, portanto, inegável,
sendo igualmente valioso compreender sua dinâmica
inovativa e seu papel como geradora de conhecimento
e tecnologias para o país.
O presente artigo trata de um segmento específico entre
as MPEs brasileiras: as empresas de base tecnológica
(EBTs). As EBTs são um segmento de empresas que
surgem do profundo conhecimento técnico de seu
fundador que, tomado de forte espírito empreendedor,
decide por levar esse conhecimento para o mercado.
Nas seções seguintes, são tratados o que são e em
que contexto estão inseridas essas empresas no
cenário econômico brasileiro da última década, quando
começaram a ser objeto de estudo sistemático. O
principal objetivo é apresentar as fragilidades existentes
para o desenvolvimento e consolidação, tal como
apresentados na literatura sobre EBTs e a partir dos
resultados de uma consulta recente realizada junto a
EBTs ambientais localizadas em Minas Gerais.
Espera-se que, a partir do conhecimento dos principais
desafios enfrentados pelas EBTs, seja possível traçar um
plano de ação que vise capacitá-las a se desenvolver e
consolidar no ambiente macroeconômico atual.
As Empresas de Base
Tecnológica
Há pelo menos uma década as empresas de base
tecnológica (EBTs) são objeto de cuidadoso estudo
acadêmico, que visa entender seu papel econômico,
2Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307
seu dinamismo, bem como suas fragilidades e desafios.
Tal interesse se pauta pelo crescente número de
empreendimentos dessa natureza e pelo destaque
atingido por algumas delas (como é o caso da Bematech,
Datasul, Akwan, entre tantas outras). Outro motivo pelo
qual as EBTs passaram a fazer parte das agendas de
pesquisa é a constatação de que exercem importante
papel nos processos de inovação nas economias
contemporâneas. (CORTÊS et al., 2005).
Mas o que são EBTs? Há muitas definições usualmente
aplicadas, nem todas consensuais. Uma conceitualização
bastante empregada é a que considera EBTs as
empresas industriais com menos de 100 empregados,
ou empresas de serviços com menos de 50 empregados,
empenhadas no desenvolvimento e produção de novos
produtos e/ou processos, aplicando de forma sistemática
conhecimento técnico-científico – ciência aplicada e
engenharia. (SEBRAE-SP, 2001; PINHO et al., 2005).
Outra definição interessante apresenta a empresa
sob a ótica do empreendedor/fundador, sendo EBT “a
empresa cuja força e vantagem competitiva advêm do
conhecimento que seus membros detêm das ciências
naturais, engenharias ou medicina, e da consequente
transformação desse know-how em produtos ou
serviços para um mercado” (RICKNE et al., 1999 apud
FERREIRA, 2011)(tradução nossa).
De forma sintética, EBTs podem ser definidas como
aquelas empresas que (1) realizam esforços tecnológicos
significativos e (2) concentram suas operações na
fabricação de “novos” produtos.
Em geral, EBTs atuam em setores e tecnologias bastante
específicos, com tecnologias geralmente ainda não
padronizadas (SEBRAE-SP, 2001).Alguns dos principais
setores em que EBTs atuam são: TI, biotecnologia,
química, embora existam casos de EBTs em setores de
tecnologias mais maduras.
No Brasil, não há dados exatos sobre o número de
EBTs existentes1
, mas pode-se estimar que esteja
diretamente relacionado ao número de incubadoras e
aceleradoras de empresas existentes, que aumentou
consideravelmente nos últimos dez anos. Atualmente
há cerca de 400 incubadoras, segundo a Anprotec
(Associação Nacional de Entidades Promotoras de
Empreendimentos Inovadores).
1
Um relatório de pesquisa levantou um total de 1.316
empresas como “potencialmente de base tecnológica”.
A Anprotec registra atualmente o número de 400
incubadoras de empresas e 90 aceleradoras existentes,
sem citar o número de empresas que as mesmas
abrigam (PINHO et al., 2005; ANPROTEC).
Uma das características marcantes das EBTs é o seu
esforço tecnológico expressivo. No caso de pequenas
e médias empresas brasileiras, bem como de outros
países em desenvolvimento, tal esforço não se traduz
necessariamente em atividade P&D estruturada em
centros próprios de pesquisa (CORTÊS et al., 2005).
O esforço tecnológico da empresa está diretamente
associado ao conhecimento técnico-científico de seu
fundador, em grande parte das vezes profundamente
associado ao seu ambiente acadêmico de origem. Cabe
aqui ressaltar que esforço tecnológico não é sinônimo
de esforço inovador. A inovação nas empresas de base
tecnológica não é um processo automático, autogerado
nem autogerido; ser e permanecer inovadora é outra
parte do desafio a ser enfrentado por essas empresas.
Nas seções seguintes serão apresentadas mais
características das EBTs brasileiras e mineiras e também
os desafios enfrentados para sua consolidação no
mercado.
	 As Empresas de Base
Tecnológica no Estado
de MG
Em Minas Gerais, têm sido grandes os esforços em
criar ambientes que estimulem o empreendedorismo
de base tecnológica. Há 24 incubadoras de empresas
associadas à Rede Mineira de Inovação, da qual também
fazem parte dois parques tecnológicos. Recentemente,
vem tomando força a importância do Estado, em
particular da região metropolitana de Belo Horizonte,
como ecossistema gerador de start-ups, liderada
devido ao caso bem-sucedido da start up Akwan, que
se desenvolveu dentro da incubadora da UFMG e
que foi adquirida pelo Google. O bairro São Pedro,
na região centro-sul de Belo Horizonte, atualmente é
famoso por concentrar um grande número de start-ups
de Tecnologia da Informação (TI) semelhantes à Akwan.
Alguns gestores de empresas ali localizadas lideram uma
iniciativa de divulgar o ecossistema empreendedor do
bairro: criaram uma comunidade virtual (sanpedrovalley.
org), que brinca com a semelhança do local com o Vale
do Silício Californiano.
Além disso, Minas Gerais se tornará em breve sede
de uma das aceleradoras do programa Start Up Brasil,
com foco em empresas do setor de TI, com o projeto
Acelera-MG.
3Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307
EBTs ambientais
São consideradas EBTs ambientais empresas que atuem
nos segmentos de energias alternativas, tratamento de
resíduos ou efluentes, engenharia ambiental, tecnologias
para gestão ambiental, biotecnologia, entre outras. O
diferencial das tecnologias introduzidas deve ser o de
apresentar impacto ambiental menor se comparado a
alternativas disponíveis ou possibilitar a substituição de
materiais mais poluentes por outros mais ambientalmente
sustentáveis.
O Núcleo de Inovação da FDC realizou recentemente
um levantamento com empresas mineiras de base
tecnológica com enfoque ambiental. O Estado de Minas
Gerais é bastante prolixo em relação a essas empresas.
Boa parte delas está localizada dentro de parques
tecnológicos ou em incubadoras de empresas e tem forte
proximidade com universidades federais do Estado.
Qual o perfil geral dessas empresas? São
predominantemente de pequeno porte, muitas delas não
tendo ainda realizado seu primeiro faturamento. Nesse
caso, são empresas que dependem prioritariamente
de recursos de subvenção e de editais de fomento à
pesquisa e inovação.
Quanto às que já possuem faturamento, este oscila em
torno de R$ 500 mil a R$ 1 mi, o número de funcionários
está entre 10 e 20, tendo estas em sua maioria menos
de 10 anos de fundação.
Empresas de base tecnológica tem geralmente
importante relação com as universidades e institutos de
pesquisa que estão em seu entorno. Grande parte das
vezes, elas se originam dentro dessas universidades,
ou se instalam em incubadoras de empresas. É esse o
caso de muitas das EBTs ambientais de Minas Gerais.
Dentre as localidades que abrigam essas empresas
estão, além de Belo Horizonte, Viçosa, Montes Claros,
Lavras e Itajubá, não por acaso cidades que hospedam
grandes universidades federais (e incubadoras de
empresas ligadas a elas).
Os desafios enfrentados
pelas EBTs
Há um número considerável de estudos que visam
entender quais são os obstáculos à criação e
consolidação das EBTs no Brasil. A importância de
compreender os maiores desafios ao desenvolvimento
de empreendimentos de base tecnológica vem do
propósito de tentar alavancar tais empreendimentos
e torná-los mais importantes em termos quantitativos
(criação de mais empresas) e qualitativos (sucesso dos
empreendimentos).
A literatura converge nos pontos levantados como
principais obstáculos enfrentados pelas EBTs
brasileiras. Podemos resumir os obstáculos como
sendo de três naturezas, essencialmente: oportunidade,
recursos e gestão.
O desafio dos recursos
A escassez de recursos é o principal desafio a ser
vencido pelas EBTs. A falta de financiamento disponível
muitas vezes impede que a empresa ou a tecnologia
saia do papel ou chegue ao estágio de piloto em escala
industrial. O grande problema de acesso ao capital
destas empresas está relacionado à estrutura do
mercado financeiro brasileiro, bastante avesso ao risco,
especialmente se comparado aos EUA, onde empresas
semelhantes tem mais fácil acesso ao capital. Os
custos financeiros para alavancar empresas em estágio
nascente no Brasil são praticamente impeditivos.
O capital de risco no Brasil é bastante escasso, em
especial o seed capital, capital necessário para a
empresa conseguir estruturar suas atividades e implantar
o piloto da tecnologia. No Brasil é mais usual (e fácil)
as empresas conseguirem investidores quando já
ultrapassaram a fase-piloto e de prova de conceito. De
acordo com algumas EBTs ambientais consultadas,
o capital semente praticamente inexiste no contexto
dessas empresas que ainda estão tentando demonstrar a
viabilidade da sua tecnologia. O principal motivo da falta
de acesso ao capital, especialmente nos estágios iniciais,
é a estrutura precária das empresas que solicitam os
recursos (PINHO et al., 2002), reflexo da debilidade de
suas capacidades gerenciais.
O desafio da gestão
Não por acaso, carências no conhecimento de gestão
é outra importante característica apontada como fator
debilitante do desenvolvimento de EBTs.Agênese de tais
deficiências reside no perfil destacadamente acadêmico
e tecnólogo dos criadores dessas empresas. Em não
raras ocasiões, eles são professores universitários
que desenvolvem uma tecnologia inovadora e querem
4Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307
transpor os limites da universidade e levar esse
conhecimento aplicado ao mundo real. Nesse sentido,
as incubadoras aparecem como importante parceria, já
que têm como um de seus principais objetivos oferecer
ferramentas gerenciais para esses negócios.
O desafio das oportunidades
Na esfera das oportunidades, outro grande desafio
das EBTs é conseguir o acesso a empresas maiores,
potenciais clientes e também parceiras para o
desenvolvimento de tecnologias. Em outras palavras,
são enfrentadas dificuldades de entrar no mercado, de
vender ao seu cliente-potencial (dada a dificuldade de
acesso ao mesmo) e, consequentemente, dificuldade
de crescer no mercado.
Dado o perfil geral do investidor brasileiro de aversão
ao risco, é também difícil as EBTs encontrarem entrada
fácil em grandes empresas que, potencialmente usuárias
do produto final, aceitem entrar como parceiras no
desenvolvimento da tecnologia em escala industrial. A
dificuldade em se comunicar com as grandes empresas
está, ainda, na falta de habilidade dos gestores das
EBTs em desenhar planos de negócios atraentes e que
equilibrem risco e oportunidade do negócio.
Um importante passo a ser dado pelas empresas de
base tecnológica é o realizar, de forma bem-sucedida,
a transferência de tecnologia oriunda de conhecimento
desenvolvido em ambiente acadêmico para o mercado,
cuja dinâmica é bastante diferente daquela da academia.
Transpor esse vale conhecimento-inovação é o desafio
e o obstáculo maior a ser atingido pela empresa.
	
Os desafios das EBTs ambientais
Os desafios enfrentados pelas EBTs ambientais são
bastante semelhantes aos desafios das EBTs brasileiras
como um todo, em especial por aquelas que ainda se
encontram em estágios embrionários.	Nossaconsulta
a essas empresas constatou que o maior desafio
ainda é o de conseguir os recursos necessários para o
desenvolvimento das tecnologias que ainda estão em
fase-piloto. Torna-se muito difícil para essas empresas
apresentar suas tecnologias e mesmo oferecê-las para
teste em escala industrial quando estas não possuem
capital para atingir esse estágio.
Nesse sentido, as empresas relatam as restrições na
capacitação de pessoal para as atividades gerenciais.
Sem essa habilidade, torna-se difícil elaborar um
plano de negócios que tenha um apelo positivo para
os investidores, ou mesmo que se mostre atraente
para grandes empresas que são potenciais usuárias
das tecnologias desenvolvidas. As deficiências na
capacitação do pessoal estendem-se também ao
domínio de ferramentas de certificação, a aspectos
comportamentais e habilidades de planejamento.
A falta de acesso às grandes empresas, até mesmo
para apresentar a tecnologia, é outra grande dificuldade
relatada pelas EBTs ambientais. Tais empresas são
importantes parceiras potenciais para desenvolvimento
de tecnologias e projetos que alavancariam as atividades
das EBTs. É bastante difícil as empresas conseguirem
um contato com grandes empresas e, muitas vezes,
quando o fazem, não atingem a pessoa certa, tomadora
de decisões. Grandes empresas são importantes para
as EBTs que estejam em fase de teste da tecnologia em
escala industrial, e, por isso, a falta de acesso a elas
engessa grande parte do seu desenvolvimento.
A dificuldade de transitar da fase piloto/laboratório para
a indústria é citada como importante gargalo. É o “vale
da morte” da inovação, quando a empresa precisa
transformar a ideia, a invenção, o conhecimento ali
gerado em produto aplicado no mercado. Esse gap não
é superado de forma automática, sendo preciso esforços
sistemáticos de engenharia para que a tecnologia esteja
pronta para ser utilizada em larga escala no contexto
industrial.
Em relação às potenciais e efetivas parcerias com outras
empresas, com universidades e institutos de pesquisa,
um fator que dificulta o avanço das tecnologias para o
mercado diz respeito à transferência de tecnologia, tanto
em termos legais (quem é de fato o dono da tecnologia)
quanto do ponto de vista prático, já que universidades e
empresas possuem formas de operação muito distintas,
em especial com relação ao tempo de execução de
projetos.Aformação de parcerias com foco em negócios
é vista como essencial para o desenvolvimento de
muitas EBTs, mas é ainda muito pouco realizada de
forma eficaz.
A resistência de grandes empresas à incorporação de
novas tecnologias no mercado como um todo é outra
questão que dificulta a inserção das EBTs ambientais
ao regime tecnológico vigente. Neste sentido, a falta
de diretrizes políticas que normatizem a atuação
ambientalmente responsável de determinados setores
industriais reforça e agrava a exclusão dessas novas
tecnologias.
Todos esses desafios se resumem a um só, também
apontado pelas empresas consultadas como o desafio
de crescer.As barreiras aqui apresentadas impedem que
5Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307
muitas dessas empresas deixem o estágio embrionário
e ganhem espaço no mercado, oferecendo tecnologias
e soluções disruptivas com o regime tecnológico atual,
de restrita consciência ambiental.
	
Algumas reflexões
O presente artigo buscou levantar algumas características
de empresas de base tecnológica (EBTs) no contexto
brasileiro bem como apresentar o cenário mineiro em
que se inserem diversas EBTs ambientais. O objetivo
principal foi apresentar os desafios enfrentados por
essas empresas, tanto no contexto mais amplo quanto
especificamente para as empresas que atuam no
segmento de tecnologias ambientais em Minas Gerais.
O levantamento realizado junto às EBTs mineiras mostrou
que os desafios por elas enfrentados são semelhantes
àqueles encontrados nas EBTs de todo o Brasil; mais,
revela que os obstáculos ao desenvolvimento dessas
empresas é o mesmo de há uma década, não tendo
havido avanço em termos de políticas que facilitem ou
viabilizem o sucesso desses empreendimentos.
Grande parte dos obstáculos se origina de um
ambiente macroeconômico de aversão ao risco, em
que a maior parte dos investidores não se aventura em
empreendimentos que ainda não tenham saído do papel
nem tenham se provado rentáveis.Aaversão ao risco dos
investidores brasileiros se traduz em escassos recursos
para o desenvolvimento de EBTs, dificultando que muitas
delas consigam mostrar no contexto dos negócios suas
possibilidades.
Aescassez de capital é agravada pela pouca visibilidade
que essas empresas alcançam no ambiente dos
negócios “de fato”: poucas conseguem dialogar com
grandes empresas, suas prováveis clientes e potenciais
parceiras. Muitas vezes também o plano de negócios
das EBTs é de fraco apelo ao mundo corporativo, pelo
fato de seu fundador/gestor ser essencialmente um
pesquisador, um acadêmico.
Ainda que os desafios sejam enormes e que tenham
persistido num longo horizonte de tempo (os dez últimos
anos em que o tema EBTs tem sido objeto de estudo
acadêmico), há muito que pode ser feito. Ações visando
promover a melhor e maior inserção dasEBTs no ambiente
de negócios devem ter três principais frentes:
Ações junto aos formuladores de políticas: em••
especial com instituições financiadoras, visando
evidenciar a necessidade de captação de
recursos em diferentes estágios do negócio.
Promover a capacitação dos empreendedores/••
pesquisadores para atividades gerenciais, que
possibilite sua comunicação com o mundo
dos negócios de forma mais eficaz, bem como
forneça as ferramentas necessárias para uma
gestão eficiente.
Auxiliar na aproximação dos atores interessados••
na disseminação de novas tecnologias, em
especial grandes empresas. Redes para o
desenvolvimento de soluções tecnológicas
podem e devem ser fortalecidas, e podem ser
beneficiadas por meio de políticas que estimulem
a interação grande – pequena empresa. Tais
redes são especialmente importantes quando
tratamos de tecnologias ambientais altamente
disruptivas, que requerem uma mudança nos
padrões existentes de pensamento e ação
corporativos, por encontrarem resistência
justamente por trazerem uma forma radicalmente
nova de lidar com os problemas de sempre.
Além dos desafios tratados neste trabalho, há ainda
outra vertente de estudo que pode trazer benefícios ao
desenvolvimento de EBTs, que é a maior compreensão
das atividades que envolvem a inovação e sua gestão.
É sabido que as EBTs brasileiras operam em um
contexto de inovação menos dinâmico do que seus
pares de países desenvolvidos (FERNANDES et al.,
2004), o que traz desafios à capacidade das mesmas de
continuar evoluindo em termos de inovação de produto e
aprendizagem continuada. Entender melhor o processo
de inovação em EBTs possibilita criar ferramentas para
a sua melhor gestão, possibilitando uma inserção mais
qualificada dessas empresas no cenário competitivo
nacional e internacional.
Referências
ANPROTEC. Disponível em: www.anprotec.org.br.
Acesso em: 07/03/2013
CORTÊS, M.R.; PINHO, M.; FERNANDES, A. C.,
SMOLKA, R. B.; PEREIRA, R.C., Cooperação em
Empresas de Base Tecnológica: 
uma primeira avaliação
baseada numa pesquisa abrangente. São Paulo em
Perspectiva, v. 19 (1), p. 85-94, jan./mar. 2005.
6Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307
FERNANDES, A. C.; CORTES, M. R.; PINHO, M.
Caracterização das pequenas e médias empresas de
base tecnológica em São Paulo: uma análise preliminar.
Economia e Sociedade, v. 13, n. 1 (22), p. 151-173, jan./
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FERREIRA, F.V. Innovation Management and Market
OrientationinBrazilianTechnology-basedMSMEs. Master
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Universität Leipzig, 2011.
IBGE. Estatísticas do Cadastro Central de Empresas
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PINHO, M.; FERNANDES, A. C.; CORTÊS, M. R.;
PEREIRA, R.C.; SMOLKA, R. B., CALLIGARIS, A.;
DE DEUS, A.; BARRETO, A. L. Empresas de Base
Tecnológica. Relatório final do Diretório da Pesquisa
Privada – Observatório de Estratégias de Inovação,
FINEP, 2005.	
PINHO, M.; CORTÊS, M. R.; FERNANDES, A. C. A
Fragilidade das Empresas de Base Tecnológica em
Economias Periféricas: uma interpretação baseada na
experiência brasileira. Ensaios FEE, 23 (1), p. 135-162.
2002.
SEBRAE-SP. MPEs de Base Tecnológica: conceituação,
formas de financiamento e análise de casos brasileiros.
Relatório de pesquisa, São Paulo, jul/2001.

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Desafios EBTs ambientais MG

  • 1. Gestão Estratégica do Suprimento e o Impacto no Desempenho das Empresas Brasileiras Os desafios enfrentados pelo Empreendedorismo de Base Tecnológica no Brasil: algumas percepções sobre as EBTs ambientais mineiras Flavia Carvalho - Núcleo de Inovação CI1307 O Resumo presente artigo vem apresentar as empresas de base tecnológica (EBTs) e as fragilidades existentes para o desenvolvimento e a consolidação das mesmas, tal como apresentados na literatura sobre EBTs e a partir dos resultados de uma consulta recente realizada junto a EBTs ambientais localizadas em Minas Gerais. Os principais desafios encontrados por essas empresas para a sua consolidação podem ser resumidos em três categorias: recursos, gestão e oportunidades. O conhecimento dos obstáculos é o ponto de partida para a busca de soluções que visem fortalecer a presença dessas empresas no mercado. Palavras-chave: Empresas de base tecnológica. Tecnologias ambientais. Pequenas empresas. Desafios. Introdução O Brasil possui um universo bastante grande de micro, pequenas e médias empresas. Elas respondem por 99% do total de quase 6 milhões de estabelecimentos formais estabelecidos no país; representam 20% do PIB nacional e geram 60% dos postos de trabalho (IBGE, 2012). Sua importância é, portanto, inegável, sendo igualmente valioso compreender sua dinâmica inovativa e seu papel como geradora de conhecimento e tecnologias para o país. O presente artigo trata de um segmento específico entre as MPEs brasileiras: as empresas de base tecnológica (EBTs). As EBTs são um segmento de empresas que surgem do profundo conhecimento técnico de seu fundador que, tomado de forte espírito empreendedor, decide por levar esse conhecimento para o mercado. Nas seções seguintes, são tratados o que são e em que contexto estão inseridas essas empresas no cenário econômico brasileiro da última década, quando começaram a ser objeto de estudo sistemático. O principal objetivo é apresentar as fragilidades existentes para o desenvolvimento e consolidação, tal como apresentados na literatura sobre EBTs e a partir dos resultados de uma consulta recente realizada junto a EBTs ambientais localizadas em Minas Gerais. Espera-se que, a partir do conhecimento dos principais desafios enfrentados pelas EBTs, seja possível traçar um plano de ação que vise capacitá-las a se desenvolver e consolidar no ambiente macroeconômico atual. As Empresas de Base Tecnológica Há pelo menos uma década as empresas de base tecnológica (EBTs) são objeto de cuidadoso estudo acadêmico, que visa entender seu papel econômico,
  • 2. 2Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307 seu dinamismo, bem como suas fragilidades e desafios. Tal interesse se pauta pelo crescente número de empreendimentos dessa natureza e pelo destaque atingido por algumas delas (como é o caso da Bematech, Datasul, Akwan, entre tantas outras). Outro motivo pelo qual as EBTs passaram a fazer parte das agendas de pesquisa é a constatação de que exercem importante papel nos processos de inovação nas economias contemporâneas. (CORTÊS et al., 2005). Mas o que são EBTs? Há muitas definições usualmente aplicadas, nem todas consensuais. Uma conceitualização bastante empregada é a que considera EBTs as empresas industriais com menos de 100 empregados, ou empresas de serviços com menos de 50 empregados, empenhadas no desenvolvimento e produção de novos produtos e/ou processos, aplicando de forma sistemática conhecimento técnico-científico – ciência aplicada e engenharia. (SEBRAE-SP, 2001; PINHO et al., 2005). Outra definição interessante apresenta a empresa sob a ótica do empreendedor/fundador, sendo EBT “a empresa cuja força e vantagem competitiva advêm do conhecimento que seus membros detêm das ciências naturais, engenharias ou medicina, e da consequente transformação desse know-how em produtos ou serviços para um mercado” (RICKNE et al., 1999 apud FERREIRA, 2011)(tradução nossa). De forma sintética, EBTs podem ser definidas como aquelas empresas que (1) realizam esforços tecnológicos significativos e (2) concentram suas operações na fabricação de “novos” produtos. Em geral, EBTs atuam em setores e tecnologias bastante específicos, com tecnologias geralmente ainda não padronizadas (SEBRAE-SP, 2001).Alguns dos principais setores em que EBTs atuam são: TI, biotecnologia, química, embora existam casos de EBTs em setores de tecnologias mais maduras. No Brasil, não há dados exatos sobre o número de EBTs existentes1 , mas pode-se estimar que esteja diretamente relacionado ao número de incubadoras e aceleradoras de empresas existentes, que aumentou consideravelmente nos últimos dez anos. Atualmente há cerca de 400 incubadoras, segundo a Anprotec (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores). 1 Um relatório de pesquisa levantou um total de 1.316 empresas como “potencialmente de base tecnológica”. A Anprotec registra atualmente o número de 400 incubadoras de empresas e 90 aceleradoras existentes, sem citar o número de empresas que as mesmas abrigam (PINHO et al., 2005; ANPROTEC). Uma das características marcantes das EBTs é o seu esforço tecnológico expressivo. No caso de pequenas e médias empresas brasileiras, bem como de outros países em desenvolvimento, tal esforço não se traduz necessariamente em atividade P&D estruturada em centros próprios de pesquisa (CORTÊS et al., 2005). O esforço tecnológico da empresa está diretamente associado ao conhecimento técnico-científico de seu fundador, em grande parte das vezes profundamente associado ao seu ambiente acadêmico de origem. Cabe aqui ressaltar que esforço tecnológico não é sinônimo de esforço inovador. A inovação nas empresas de base tecnológica não é um processo automático, autogerado nem autogerido; ser e permanecer inovadora é outra parte do desafio a ser enfrentado por essas empresas. Nas seções seguintes serão apresentadas mais características das EBTs brasileiras e mineiras e também os desafios enfrentados para sua consolidação no mercado. As Empresas de Base Tecnológica no Estado de MG Em Minas Gerais, têm sido grandes os esforços em criar ambientes que estimulem o empreendedorismo de base tecnológica. Há 24 incubadoras de empresas associadas à Rede Mineira de Inovação, da qual também fazem parte dois parques tecnológicos. Recentemente, vem tomando força a importância do Estado, em particular da região metropolitana de Belo Horizonte, como ecossistema gerador de start-ups, liderada devido ao caso bem-sucedido da start up Akwan, que se desenvolveu dentro da incubadora da UFMG e que foi adquirida pelo Google. O bairro São Pedro, na região centro-sul de Belo Horizonte, atualmente é famoso por concentrar um grande número de start-ups de Tecnologia da Informação (TI) semelhantes à Akwan. Alguns gestores de empresas ali localizadas lideram uma iniciativa de divulgar o ecossistema empreendedor do bairro: criaram uma comunidade virtual (sanpedrovalley. org), que brinca com a semelhança do local com o Vale do Silício Californiano. Além disso, Minas Gerais se tornará em breve sede de uma das aceleradoras do programa Start Up Brasil, com foco em empresas do setor de TI, com o projeto Acelera-MG.
  • 3. 3Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307 EBTs ambientais São consideradas EBTs ambientais empresas que atuem nos segmentos de energias alternativas, tratamento de resíduos ou efluentes, engenharia ambiental, tecnologias para gestão ambiental, biotecnologia, entre outras. O diferencial das tecnologias introduzidas deve ser o de apresentar impacto ambiental menor se comparado a alternativas disponíveis ou possibilitar a substituição de materiais mais poluentes por outros mais ambientalmente sustentáveis. O Núcleo de Inovação da FDC realizou recentemente um levantamento com empresas mineiras de base tecnológica com enfoque ambiental. O Estado de Minas Gerais é bastante prolixo em relação a essas empresas. Boa parte delas está localizada dentro de parques tecnológicos ou em incubadoras de empresas e tem forte proximidade com universidades federais do Estado. Qual o perfil geral dessas empresas? São predominantemente de pequeno porte, muitas delas não tendo ainda realizado seu primeiro faturamento. Nesse caso, são empresas que dependem prioritariamente de recursos de subvenção e de editais de fomento à pesquisa e inovação. Quanto às que já possuem faturamento, este oscila em torno de R$ 500 mil a R$ 1 mi, o número de funcionários está entre 10 e 20, tendo estas em sua maioria menos de 10 anos de fundação. Empresas de base tecnológica tem geralmente importante relação com as universidades e institutos de pesquisa que estão em seu entorno. Grande parte das vezes, elas se originam dentro dessas universidades, ou se instalam em incubadoras de empresas. É esse o caso de muitas das EBTs ambientais de Minas Gerais. Dentre as localidades que abrigam essas empresas estão, além de Belo Horizonte, Viçosa, Montes Claros, Lavras e Itajubá, não por acaso cidades que hospedam grandes universidades federais (e incubadoras de empresas ligadas a elas). Os desafios enfrentados pelas EBTs Há um número considerável de estudos que visam entender quais são os obstáculos à criação e consolidação das EBTs no Brasil. A importância de compreender os maiores desafios ao desenvolvimento de empreendimentos de base tecnológica vem do propósito de tentar alavancar tais empreendimentos e torná-los mais importantes em termos quantitativos (criação de mais empresas) e qualitativos (sucesso dos empreendimentos). A literatura converge nos pontos levantados como principais obstáculos enfrentados pelas EBTs brasileiras. Podemos resumir os obstáculos como sendo de três naturezas, essencialmente: oportunidade, recursos e gestão. O desafio dos recursos A escassez de recursos é o principal desafio a ser vencido pelas EBTs. A falta de financiamento disponível muitas vezes impede que a empresa ou a tecnologia saia do papel ou chegue ao estágio de piloto em escala industrial. O grande problema de acesso ao capital destas empresas está relacionado à estrutura do mercado financeiro brasileiro, bastante avesso ao risco, especialmente se comparado aos EUA, onde empresas semelhantes tem mais fácil acesso ao capital. Os custos financeiros para alavancar empresas em estágio nascente no Brasil são praticamente impeditivos. O capital de risco no Brasil é bastante escasso, em especial o seed capital, capital necessário para a empresa conseguir estruturar suas atividades e implantar o piloto da tecnologia. No Brasil é mais usual (e fácil) as empresas conseguirem investidores quando já ultrapassaram a fase-piloto e de prova de conceito. De acordo com algumas EBTs ambientais consultadas, o capital semente praticamente inexiste no contexto dessas empresas que ainda estão tentando demonstrar a viabilidade da sua tecnologia. O principal motivo da falta de acesso ao capital, especialmente nos estágios iniciais, é a estrutura precária das empresas que solicitam os recursos (PINHO et al., 2002), reflexo da debilidade de suas capacidades gerenciais. O desafio da gestão Não por acaso, carências no conhecimento de gestão é outra importante característica apontada como fator debilitante do desenvolvimento de EBTs.Agênese de tais deficiências reside no perfil destacadamente acadêmico e tecnólogo dos criadores dessas empresas. Em não raras ocasiões, eles são professores universitários que desenvolvem uma tecnologia inovadora e querem
  • 4. 4Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307 transpor os limites da universidade e levar esse conhecimento aplicado ao mundo real. Nesse sentido, as incubadoras aparecem como importante parceria, já que têm como um de seus principais objetivos oferecer ferramentas gerenciais para esses negócios. O desafio das oportunidades Na esfera das oportunidades, outro grande desafio das EBTs é conseguir o acesso a empresas maiores, potenciais clientes e também parceiras para o desenvolvimento de tecnologias. Em outras palavras, são enfrentadas dificuldades de entrar no mercado, de vender ao seu cliente-potencial (dada a dificuldade de acesso ao mesmo) e, consequentemente, dificuldade de crescer no mercado. Dado o perfil geral do investidor brasileiro de aversão ao risco, é também difícil as EBTs encontrarem entrada fácil em grandes empresas que, potencialmente usuárias do produto final, aceitem entrar como parceiras no desenvolvimento da tecnologia em escala industrial. A dificuldade em se comunicar com as grandes empresas está, ainda, na falta de habilidade dos gestores das EBTs em desenhar planos de negócios atraentes e que equilibrem risco e oportunidade do negócio. Um importante passo a ser dado pelas empresas de base tecnológica é o realizar, de forma bem-sucedida, a transferência de tecnologia oriunda de conhecimento desenvolvido em ambiente acadêmico para o mercado, cuja dinâmica é bastante diferente daquela da academia. Transpor esse vale conhecimento-inovação é o desafio e o obstáculo maior a ser atingido pela empresa. Os desafios das EBTs ambientais Os desafios enfrentados pelas EBTs ambientais são bastante semelhantes aos desafios das EBTs brasileiras como um todo, em especial por aquelas que ainda se encontram em estágios embrionários. Nossaconsulta a essas empresas constatou que o maior desafio ainda é o de conseguir os recursos necessários para o desenvolvimento das tecnologias que ainda estão em fase-piloto. Torna-se muito difícil para essas empresas apresentar suas tecnologias e mesmo oferecê-las para teste em escala industrial quando estas não possuem capital para atingir esse estágio. Nesse sentido, as empresas relatam as restrições na capacitação de pessoal para as atividades gerenciais. Sem essa habilidade, torna-se difícil elaborar um plano de negócios que tenha um apelo positivo para os investidores, ou mesmo que se mostre atraente para grandes empresas que são potenciais usuárias das tecnologias desenvolvidas. As deficiências na capacitação do pessoal estendem-se também ao domínio de ferramentas de certificação, a aspectos comportamentais e habilidades de planejamento. A falta de acesso às grandes empresas, até mesmo para apresentar a tecnologia, é outra grande dificuldade relatada pelas EBTs ambientais. Tais empresas são importantes parceiras potenciais para desenvolvimento de tecnologias e projetos que alavancariam as atividades das EBTs. É bastante difícil as empresas conseguirem um contato com grandes empresas e, muitas vezes, quando o fazem, não atingem a pessoa certa, tomadora de decisões. Grandes empresas são importantes para as EBTs que estejam em fase de teste da tecnologia em escala industrial, e, por isso, a falta de acesso a elas engessa grande parte do seu desenvolvimento. A dificuldade de transitar da fase piloto/laboratório para a indústria é citada como importante gargalo. É o “vale da morte” da inovação, quando a empresa precisa transformar a ideia, a invenção, o conhecimento ali gerado em produto aplicado no mercado. Esse gap não é superado de forma automática, sendo preciso esforços sistemáticos de engenharia para que a tecnologia esteja pronta para ser utilizada em larga escala no contexto industrial. Em relação às potenciais e efetivas parcerias com outras empresas, com universidades e institutos de pesquisa, um fator que dificulta o avanço das tecnologias para o mercado diz respeito à transferência de tecnologia, tanto em termos legais (quem é de fato o dono da tecnologia) quanto do ponto de vista prático, já que universidades e empresas possuem formas de operação muito distintas, em especial com relação ao tempo de execução de projetos.Aformação de parcerias com foco em negócios é vista como essencial para o desenvolvimento de muitas EBTs, mas é ainda muito pouco realizada de forma eficaz. A resistência de grandes empresas à incorporação de novas tecnologias no mercado como um todo é outra questão que dificulta a inserção das EBTs ambientais ao regime tecnológico vigente. Neste sentido, a falta de diretrizes políticas que normatizem a atuação ambientalmente responsável de determinados setores industriais reforça e agrava a exclusão dessas novas tecnologias. Todos esses desafios se resumem a um só, também apontado pelas empresas consultadas como o desafio de crescer.As barreiras aqui apresentadas impedem que
  • 5. 5Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307 muitas dessas empresas deixem o estágio embrionário e ganhem espaço no mercado, oferecendo tecnologias e soluções disruptivas com o regime tecnológico atual, de restrita consciência ambiental. Algumas reflexões O presente artigo buscou levantar algumas características de empresas de base tecnológica (EBTs) no contexto brasileiro bem como apresentar o cenário mineiro em que se inserem diversas EBTs ambientais. O objetivo principal foi apresentar os desafios enfrentados por essas empresas, tanto no contexto mais amplo quanto especificamente para as empresas que atuam no segmento de tecnologias ambientais em Minas Gerais. O levantamento realizado junto às EBTs mineiras mostrou que os desafios por elas enfrentados são semelhantes àqueles encontrados nas EBTs de todo o Brasil; mais, revela que os obstáculos ao desenvolvimento dessas empresas é o mesmo de há uma década, não tendo havido avanço em termos de políticas que facilitem ou viabilizem o sucesso desses empreendimentos. Grande parte dos obstáculos se origina de um ambiente macroeconômico de aversão ao risco, em que a maior parte dos investidores não se aventura em empreendimentos que ainda não tenham saído do papel nem tenham se provado rentáveis.Aaversão ao risco dos investidores brasileiros se traduz em escassos recursos para o desenvolvimento de EBTs, dificultando que muitas delas consigam mostrar no contexto dos negócios suas possibilidades. Aescassez de capital é agravada pela pouca visibilidade que essas empresas alcançam no ambiente dos negócios “de fato”: poucas conseguem dialogar com grandes empresas, suas prováveis clientes e potenciais parceiras. Muitas vezes também o plano de negócios das EBTs é de fraco apelo ao mundo corporativo, pelo fato de seu fundador/gestor ser essencialmente um pesquisador, um acadêmico. Ainda que os desafios sejam enormes e que tenham persistido num longo horizonte de tempo (os dez últimos anos em que o tema EBTs tem sido objeto de estudo acadêmico), há muito que pode ser feito. Ações visando promover a melhor e maior inserção dasEBTs no ambiente de negócios devem ter três principais frentes: Ações junto aos formuladores de políticas: em•• especial com instituições financiadoras, visando evidenciar a necessidade de captação de recursos em diferentes estágios do negócio. Promover a capacitação dos empreendedores/•• pesquisadores para atividades gerenciais, que possibilite sua comunicação com o mundo dos negócios de forma mais eficaz, bem como forneça as ferramentas necessárias para uma gestão eficiente. Auxiliar na aproximação dos atores interessados•• na disseminação de novas tecnologias, em especial grandes empresas. Redes para o desenvolvimento de soluções tecnológicas podem e devem ser fortalecidas, e podem ser beneficiadas por meio de políticas que estimulem a interação grande – pequena empresa. Tais redes são especialmente importantes quando tratamos de tecnologias ambientais altamente disruptivas, que requerem uma mudança nos padrões existentes de pensamento e ação corporativos, por encontrarem resistência justamente por trazerem uma forma radicalmente nova de lidar com os problemas de sempre. Além dos desafios tratados neste trabalho, há ainda outra vertente de estudo que pode trazer benefícios ao desenvolvimento de EBTs, que é a maior compreensão das atividades que envolvem a inovação e sua gestão. É sabido que as EBTs brasileiras operam em um contexto de inovação menos dinâmico do que seus pares de países desenvolvidos (FERNANDES et al., 2004), o que traz desafios à capacidade das mesmas de continuar evoluindo em termos de inovação de produto e aprendizagem continuada. Entender melhor o processo de inovação em EBTs possibilita criar ferramentas para a sua melhor gestão, possibilitando uma inserção mais qualificada dessas empresas no cenário competitivo nacional e internacional. Referências ANPROTEC. Disponível em: www.anprotec.org.br. Acesso em: 07/03/2013 CORTÊS, M.R.; PINHO, M.; FERNANDES, A. C., SMOLKA, R. B.; PEREIRA, R.C., Cooperação em Empresas de Base Tecnológica: 
uma primeira avaliação baseada numa pesquisa abrangente. São Paulo em Perspectiva, v. 19 (1), p. 85-94, jan./mar. 2005.
  • 6. 6Caderno de Ideias FDC - Nova Lima - 2013 - CI 1307 FERNANDES, A. C.; CORTES, M. R.; PINHO, M. Caracterização das pequenas e médias empresas de base tecnológica em São Paulo: uma análise preliminar. Economia e Sociedade, v. 13, n. 1 (22), p. 151-173, jan./ jun. 2004. FERREIRA, F.V. Innovation Management and Market OrientationinBrazilianTechnology-basedMSMEs. Master thesis for the degree of MBA in SMSE Development, Universität Leipzig, 2011. IBGE. Estatísticas do Cadastro Central de Empresas 2010. Rio de Janeiro, 2012. PINHO, M.; FERNANDES, A. C.; CORTÊS, M. R.; PEREIRA, R.C.; SMOLKA, R. B., CALLIGARIS, A.; DE DEUS, A.; BARRETO, A. L. Empresas de Base Tecnológica. Relatório final do Diretório da Pesquisa Privada – Observatório de Estratégias de Inovação, FINEP, 2005. PINHO, M.; CORTÊS, M. R.; FERNANDES, A. C. A Fragilidade das Empresas de Base Tecnológica em Economias Periféricas: uma interpretação baseada na experiência brasileira. Ensaios FEE, 23 (1), p. 135-162. 2002. SEBRAE-SP. MPEs de Base Tecnológica: conceituação, formas de financiamento e análise de casos brasileiros. Relatório de pesquisa, São Paulo, jul/2001.