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COLETÂNEA DE MENSAGENS
E PALESTRAS
DE EDINALDO NOGUEIRA
3ª PARTE
Edinaldo Nogueira
E-mail: nogueira.edinaldo@gmail.com
(caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail)
3
Dedicatória
Dedico este livro a Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele
seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no
poder do Espírito Santo!
À minha digníssima e amada esposa, Claudete
Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos
filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline.
Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus
queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo,
Edvaldo, Eduardo e Paula.
À todos os amados irmãos em Cristo que
amam as Doutrinas Cristãs.
A todos os leitores dedico este livro.
4
PREFÁCIO
Este livro é o terceiro de uma série de livros que trazem minhas
mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em
áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus
descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as). E a todos os membros,
presentes e futuros, da congregação da AD/Salém-Palmeiras.
Letícia, leia meus livros, e incentive seus filhos a lê-os também, e
peça que eles incentivem os filhos deles a lerem. Conheçam minhas crenças
e meus valores. Esses são minha herança e meu legado que eu deixo para
vocês.
Edinaldo Nogueira
5
ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS
Sobre a Conversão de Paulo .......................................................... 006
Sobre as Viagens Missionárias de Paulo ....................................... 012
Sobre Como Evangelizar ................................................................ 028
Sobre Subi ao Monte ....................................................................... 040
Sobre a Doutrina da Trindade ........................................................ 047
Sobre as Três Coisas ....................................................................... 058
Sobre os Nomes e Símbolos do Espírito Santo ............................... 061
Sobre o Espírito Santo - Agente Capacitador da Obra de Deus ... 070
Sobre os Dons que Manifestam a Sabedoria de Deus..................... 079
Sobre Qual é o Estilo Musical de Deus .......................................... 088
Sobre Levantai! Ó Portas as Vossas Cabeças ................................ 099
Sobre o Genuíno Culto Pentecostal ................................................ 103
Sobre a Assembleia de Deus - 100 Anos de Pentecostes ................ 112
Sobre o Tribunal de Cristo ............................................................. 138
Sobre Uma Igreja Autenticamente Pentecostal .............................. 149
Sobre Conservando a Pureza da Doutrina Pentecostal ................. 158
Sobre Aviva, ó Senhor, a Tua Obra ................................................ 174
Sobre A Nova Criação em Cristo ................................................... 186
Sobre A Comissão Cultural e a Grande Comissão ........................ 195
Sobre O Evangelho Objetivo e o Evangelho Subjetivo ................... 205
Sobre A Eficácia do Testemunho Cristão........................................ 209
AUTOBIOGRAFIA (1) .................................................................... 219
Sobre A Justificação do Ímpio........................................................ 223
AUTOBIOGRAFIA (2) .................................................................. 225
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Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 27 de Fevereiro de 2011
Sobre a Conversão de Paulo
Quem era Saulo de Tarso? Saulo pertencia a uma das tribos de
Israel, a tribo de Benjamim. A mesma tribo do primeiro rei de Israel, Saul.
Então, não é à toa que ele se chamava Saulo, pois, Saulo é um equivalente
grego do nome Saul em hebraico. Seus pais lhe colocaram esse nome em
homenagem ao rei Saul. Vamos ler dois textos bíblicos:
Rm 11.1: „Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De
modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de
Abraão, da tribo de Benjamim‟.
Fp 3.5: „Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo
de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu‟.
O que significa „hebreu de hebreus‟? Havia dois tipos de judeus.
Um judeu hebreu, e um judeu helenista. O que é um judeu helenista? São
aqueles cujo um dos pais não era judeu, nasceram fora da terra de Israel e
falavam o grego. E um judeu hebreu? Aquele cujos pais eram hebreus, quer
dizer, judeus sem misturas com outras raças e falava o hebraico. Paulo se
considerava hebreu de hebreus, isto é, ele considerava que seu sangue
hebreu não tinha mistura, era um judeu nato. Muito embora, Paulo tenha
nascido em Tarso, ele se considerava hebreu de hebreus porque o seu pai e a
sua mãe eram hebreus. Não eram, por exemplo, um judeu e grego ou um
judeu e um romano. Portanto, Paulo se considerava um judeu puro. Ele
nasceu de uma mãe judia e de um pai judeu.
É bom sabermos fazer essa distinção porque os escolhidos 144 mil
remanescentes israelitas eleitos e predestinados são dentre os judeus puros,
por isso está escrito: „Estes são os que não estão contaminados com
mulheres; porque são virgens (puros)‟ (Ap 14.4). Ou seja, não são
contaminados com nações gentílicas. Esses se constituem o novo Israel, o
povo eleito do Messias na nova aliança. Enquanto, que os judeus que não
são puros são considerados como gentios, cuja salvação será incluída entre a
grande multidão de gentios que aparece em Ap 7.9: „Depois destas coisas
olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as
nações, e tribos, e povos, e línguas‟.
Os pais de Paulo eram tão religiosos que o conduziram dentro da
religião judaica conforme a lei de Moisés. De modo, que no oitavo dia, ele
foi circuncidado. Nesse dia ele recebeu o nome de Saulo.
Deixa-me dar uma nota explicativa. Quando Israel foi levado cativo
para Babilônia, na época de Nabucodonosor, os judeus deixaram de falar a
língua hebraica, pois a considerava um idioma tão sagrada que não era
digno de ser pronunciado em terra estrangeira. Então, começaram a falar o
7
aramaico. Quando eles retornaram de Babilônia, não sabiam mais falar o
hebraico, apenas os sacerdotes e escribas conservaram o idioma. Assim, o
hebraico era falado apenas nas cerimônias religiosas e o aramaico era falado
no dia-a-dia, no comércio e em casa. Mas todo judeu aplicado às Escrituras
sabiam falar tanto o aramaico como o hebraico.
Paulo era um judeu aplicado, ele era um fariseu. O judaísmo era
dividido em várias seitas. Havia os saduceus, os fariseus, os essênios, os
zelotes e o grupo dos escribas. Havia, também, o Sinédrio formado por 71
rabinos entre os quais estavam saduceus e fariseus. E os fariseus e os
saduceus eram divididos em várias classes lideradas por rabinos. Quando
um judeu iria se formar, escolhia uma dessas classes, digamos assim,
universidades rabínicas. Essas universidades religiosas viviam em conflitos
umas com as outras. Tanto fariseus como saduceus tinham interpretações
conflitantes. Até mesmo entre os próprios fariseus havia divergência nas
interpretações das Escrituras.
Paulo, por sua vez, foi formado na universidade dos fariseus.
Podemos, também dizer que, Paulo era um poliglota, pois falava quatro
idiomas. Ele falava o hebraico, o grego e o aramaico e possivelmente
também o latim. Saulo nasceu em Tarso, cidade da Cilícia. Leiamos alguns
textos bíblicos.
Atos 21.39: „Mas Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem
judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te,
porém, que me permitas falar ao povo‟.
Atos 22.3: „Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e
nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da
lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois‟.
Tarso não era uma cidade muito importante como Antioquia na
Síria, Atenas na Grécia e Alexandria no Egito. Porém, era uma cidade
importante. Era uma metrópole, onde havia universidades e ginásios. Era
uma cidade portuária e comercial. Não se sabe quais os motivos que
levaram a família de Saulo sair da Palestina para ir morar em Tarso.
Acredita-se que foi por razões comerciais, haja visto que o pai de Saulo
trabalhava em fazer tendas e em Tarso esse comércio de fazer tendas era
muito lucrativo naquela cidade.
A cidade de Tarso era uma das províncias do império Romano.
Quando Roma dominou os países, estendeu em cada região, digamos assim,
uma capital de onde governava aquela localidade, essa capital se chamava
província. Por exemplo, a província da Palestina era a Cesaréia, ali o
império delegava um governador. Portanto, Saulo nasceu em uma cidade
importante, onde morava o governador e dominava toda a região da Cilícia.
Vamos agora ver a formação religiosa de Saulo. Toda criança
hebreia tem como objetivo na vida se tornar um conhecedor da sua cultura e
religião judaica. Seguindo os preceitos da Torá, os pais tinham por
8
mandamentos de Deus inculcar na cabeça dos filhos as leis de Deus. Então,
como Saulo nasceu e cresceu em uma família de judeus natos foi instruído
na religião judaica.
Como os judeus ensinavam seus filhos? Até aos cinco anos de idade,
a educação religiosa estava sob a responsabilidade da mãe. Ela contava aos
filhos as histórias dos hebreus e alfabetizava as crianças. De modo que com
cinco anos a criança hebreia já sabia ler e conhecia a história do seu povo.
Aos seis anos de idade, a educação desse menino é transferida para o seu
pai. Seu pai, agora, é seu principal professor, que vai lhe ensinar a
memorizar textos da Torá e os cânticos da Sinagoga. Nessa idade a criança
era matriculada na Sinagoga. Como havia uma Sinagoga em Tarso, Saulo
estudou ali com um mestre, até os seus 13 anos de idade.
Quando o jovem judeu conclui, digamos assim, o seu curso médio, é
levado a Sinagoga para ser diplomado, nesse dia ele passa a ser considerado
como filho da lei. Agora ele teria o direito de ler as Escrituras hebraicas na
Sinagoga. Nessa idade o jovem judeu sai do local onde ficavam as mulheres
com seus filhos para participar diretamente da vida ativa na Sinagoga. Pois
as mulheres e crianças ficavam como que por atrás das cortinas apenas
ouvindo as reuniões nas Sinagogas.
Nessa cerimônia, o rabino coloca no braço do jovem judeu uma
porção das Escrituras chamada de filactérias, uma caixinha onde continha
30 versículos da Torá escritos em tiras de pergaminho. E todas as vezes que
ele entrava na Sinagoga tinha que portar essa caixinha arramado em seu
braço. E era sua obrigação conhecer de cor todos os textos da caixinha.
Quando Saulo concluiu seus estudos em Tarso foi levado por seu pai
à Jerusalém para cursar agora, digamos assim, sua faculdade. Em Jerusalém
havia vários rabinos, dentre eles, seu pai escolheu Gamaliel para instruir
Saulo. Gamaliel era considerado de uma grande autoridade nas Escrituras e
no Sinédrio, tinha um grande destaque em Israel por ter sido neto de um
grande rabino, chamado Hiel. Então, Saulo foi ensinado e criado aos pés de
Gamaliel em Jerusalém. Talvez nessa época, Saulo tinha seus 16 anos de
idade, e estudou uns 10 anos com Gamaliel. Concluiu sua faculdade, talvez
no ano 26 D.C, provavelmente, com seus 24 ou 26 anos de idade.
Ao terminar seus estudos em Jerusalém, Saulo retorna à Tarso. E,
permanece ali, esperando, uma oportunidade para ser chamado para
ministrar aulas como rabino. E enquanto isso trabalha com seu pai, fazendo
tendas e vendendo-as. Pois esse era seu ofício que tinha aprendido de seu
pai desde garoto.
Vamos estudar um pouco sobre a formação cívica de Saulo. Segundo
Claudionor de Andrade „Paulo tornara-se, por nascimento, cidadão de
Roma, pois a cidade era província romana (At 22.25-29). Naquele tempo, a
nacionalidade romana era adquirida de três maneiras: por direito de
9
nascença, por concessão imperial e por aquisição pecuniária (At 22.28;
23.27; 24.7,22)‟[Lição09-1ºTm/2011].
Quer dizer, ou a pessoa nasce romano ou adquiri isso por concessão
do imperador, como por exemplo, o imperador chama alguém para servir ao
governo romano como funcionário público, como soldado. Roma dá a essa
pessoa o direito de cidadania romana. Ou através da aquisição pecuniária,
quer dizer, através de uma grande soma de dinheiro, a pessoa podia comprar
a nacionalidade romana. Paulo se tornou um cidadão romano por direito de
nascimento. Leiamos um texto da Palavra de Deus.
Atos 22.27,28: „E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu
romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de
dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de
nascimento‟.
Por isso que ele se chamava tanto de Saulo como de Paulo. Pois todo
judeu que tinha duas nacionalidades, recebia dois nomes. Um nome gentio e
um nome hebreu. O nome Paulo em latim é Paulus e em grego Paulo. Isso
trouxe muitas vantagens para ele em sua obra missionária. Um cidadão
romano não podia ser crucificado; um cidadão romano tinha o direito de
apelar para o Supremo Tribunal e se julgado lá em Roma; um cidadão
romano não podia ser açoitado sem que primeiro seja levado a julgamento;
um cidadão romano não podia levar 40 chibatadas, apenas 39.
Paulo era um cidadão romano de fato porque nasceu em uma
província romana. É como, por exemplo, um casal de brasileiros que vão
morar nos Estados Unidos, lá eles tem um filho. Esse menino nasce
americano. Mas, também, é um brasileiro, pois seus pais são brasileiros.
Assim aconteceu com Saulo de Tarso.
Paulo, possivelmente, se tornou membro do Sinédrio em Jerusalém.
Pois em Atos 26.10 supõe que ele pertencia ao Sinédrio. Sinédrio é a
Suprema Coorte Judaica, aonde todos os casos religiosos eram julgados
pelos sacerdotes e pelos rabinos.
Atos 26.10: „O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido
autorização dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas
prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra eles‟.
Pela expressão „...eu dava o meu voto...‟ se supõe que ele pertencia
ao Sinédrio. Pois a decisão no Sinédrio para réu de morte era feita mediante
votação. Como se fosse um júri. Veja que o Sinédrio era formado por 71
anciãos. Um número ímpar para que as decisões nunca dê empate. Agora o
Sinédrio não poderia executar ninguém. Pois Roma cassou de Israel o
direito de aplicar a pena de morte. Eles julgavam as pessoas à pena de
morte, mas era Roma que aplicava a pena de morte. Porém, no caso de
Estevão, foi um fanatismo religioso. Estevão, não foi levado ao julgamento,
mas a turba furiosa o apedrejou, e o poder de Roma fez vista grossa.
Possivelmente Roma não iria condenada Estevão por questões religiosas. O
10
que leva Roma sentenciar uma pessoa à pena de morte é quando está em
jogo a paz do império, isto é, quando a pessoa se torna uma ameaça ao
império romano.
Então, o Sinédrio tenta convencer o governador romano que tal
pessoa é um rebelde como fizeram com Cristo.
Quando Saulo estava em Tarso, em Jerusalém acontecia a história de
Jesus, e lá ele ouvia notícias acerca dessa nova seita. E por ser criado em
uma religião muito rigorosa e fanática, Saulo tornou-se um religiosos
fanático, ou em suas palavras, „extremamente zeloso‟ (Gl 1.14).
„Extremamente zeloso‟ era uma pessoa, que assim como Finéias, era capaz
de transpassar um inimigo por amor à religião (Nm 25.7,8). Saulo tinha esse
pensamento judaico: os rebeldes e blasfemadores tinham que serem mortos.
Possivelmente, Saulo retornou a Jerusalém com 30 anos de idade
para tentar conter o avanço do que eles chamavam „a seita dos nazarenos‟.
É, aí, então que começa a perseguição contra os cristãos.
Como aconteceu a conversão de Saulo? Saulo teve um encontro com
Jesus no caminho de Damasco. Esse encontro foi registrado em três textos
de Atos dos Apóstolos.
Em Atos 9.1-9, escrito por Lucas; Atos 22.6-11, também escrito por
Lucas, mas usando as palavras de Paulo; e Atos 26.13-18.
Leiamos Atos 9.3-9: „E, indo no caminho, aconteceu que, chegando
perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E,
caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me
persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a
quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele,
tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o
Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém
fazer. E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz,
mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos,
não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. E
esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu‟.
Vamos analisar duas questões nesse texto: a primeira questão é uma
suposta contradição. Leiamos Atos 9.7 e Atos 22.9.
Atos 9.7: „E os homens, que iam com ele, pararam espantados,
ouvindo a voz, mas não vendo ninguém‟.
Atos 22.9: „E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se
atemorizaram muito, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo‟.
O primeiro texto diz que os homens „ouviram a voz‟, e o segundo
texto diz que „não ouviram a voz‟. Isso não é erro de tradução. O Dr.
Claudionor de Andrade disse: „Os que o acompanhavam não viram a
ninguém. Aturdidos, ouviram, sim, a voz, mas não entenderam a mensagem
(At 9.7; 22.9; cf. Jo 12.28-30)‟ [Lição 09-1ºTrim/2011].
11
Portanto, quando o texto diz que eles não ouviram a voz significa
que eles não entenderam a mensagem. Nas línguas originais, o termo grego
para „ouvir‟ tanto significar „escutar‟ como também „entender‟. Assim, eles
ouviram a voz, mas não entenderam o conteúdo da mensagem. Se alguém
falar comigo de longe, eu posso até ouvir a voz, mas às vezes, não entendo o
conteúdo da fala. Isso aconteceu com os companheiros de Saulo quando iam
no caminho de Damasco. Sabiam que alguém falou com Saulo, mas não
sabiam o que aquela voz disse.
A segunda questão é a crítica textual. Leiamos Atos 9.5,6 na Bíblia
Corrigida e depois na Bíblia Atualizada.
Bíblia Corrigida: Atos 9.5,6: „E ele disse: Quem és, Senhor? E disse
o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar
contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres
que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te
será dito o que te convém fazer‟.
Bíblia Atualizada: Atos 9.5,6: „Ele perguntou: Quem és tu, Senhor?
Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e
entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer‟.
Há alguma diferença nesses textos? Cadê a parte do texto que diz
„...Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito,
disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor...‟.
Por que na Bíblia Atualizada não consta essa parte do texto que se
encontra na Bíblia Corrigida? As traduções da Bíblia Sagrada são baseadas
em dois tipos de manuscritos. Uma classe de manuscritos chamados de „os
mais originais‟ e outra classe considerada de „manuscritos contaminados‟. A
primeira Bíblia traduzida do grego foi a Vulgata Latina. Quem fez essa
tradução foi um monge chamado Jeronimo. Ele afirma que fez a sua
tradução baseado nos melhores manuscritos hebraicos e gregos.
Quando surgiu a máquina Prensa Móvel do inventor Gutenberg
(1398-1468)... antes disso, tudo era escrito a mão, depois dele, surgiu as
letras impressas. Pois bem, quando Erasmo de Rodertã produz o Novo
Testamento em grego impresso, fez baseado nos manuscritos gregos.
Porém, ele não encontrou essa parte do texto nos manuscritos gregos.
Todavia, ao examinar a Vulgata constava o texto. Então, ele concluiu que
Jeronimo fez essa tradução de um manuscrito que existia na sua época, mas
que se perdeu. E resolveu colocar em sua tradução grega impressa.
A tradução da nossa Bíblia Corrigida foi baseada no texto grego de
Erasmo. Por isso que essa tradução é considerada um texto contaminado
porque além de ser baseada nos manuscritos gregos, também, foi baseada
nos manuscritos latinos. Por isso que encontramos alguns textos que não
consta nos manuscritos gregos, mas nos manuscritos latinos.
No decorrer dos anos, devido a descobertas de outros manuscritos,
fizeram outra tradução em português baseada unicamente nos manuscritos
12
gregos considerados mais originais. Assim, a Bíblia Atualizada é baseada
em manuscritos diferentes da Bíblia Corrigida. E, alguns textos que não foi
encontrado nesses manuscritos originais, a Bíblia Atualizada os colocou
entre colchete. Outros, porém, ela tirou totalmente. Como nesse caso de
Atos 9.5,6.
Porém, essas diferenças nas traduções não alteram e nem afetam a
doutrina e a história, apenas enriquece o texto bíblico.
O texto mais combatido é 1ª João 5.7: „Porque três são os que
testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um‟.
Conta alguns críticos textuais, que quando Erasmo chegou nesse versículo,
ele não o encontrou nos manuscritos gregos. Ele se dirigiu para o papa que
inspecionava a tradução e disse: „Esse texto não consta nos manuscritos
gregos, apenas nos manuscritos latinos‟. Então o papa lhe disse: „Crie um
manuscrito grego que traga esse versículo‟. Dizem que Erasmo, talvez no
século XVI, produziu esse manuscrito grego. Outros, porém, dizem que foi
apresentado a Erasmo um manuscrito que continha esse texto. Tal
manuscrito foi produzido nessa ocasião por erudito.
Há outras estórias sobre a origem desse texto. De modo que esse
texto é considerado por alguns críticos textuais como um texto não
inspirado, mas um acréscimo ao texto das Escrituras. Todavia, há outros
teólogos que contam outras estórias e afirmam que esse texto é original.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 27 de Março de 2011
Sobre as Viagens Missionárias de Paulo
Hoje é o nosso encerramento de um trimestre maravilhoso em que
tivemos o privilégio de estudarmos o livro dos Atos dos Apóstolos, que é
quase a história das Assembleias de Deus, porque nossos pioneiros
basearam suas vidas e suas doutrinas nesse maravilhoso livro, que não é
Atos dos Apóstolos, mas Atos do Espírito Santo. Esse livro tem inspirado a
vida de muitas igrejas.
Irei falar sobre as viagens missionárias de Paulo. Na verdade, para
falar desse assunto seria necessário um trimestre inteiro, pois os eventos
narrados nesse assunto abrangem muitos conteúdos para serem lecionados
em uma simples palestra. Porém irei tentar fazer um „milagre‟. É claro que
não entrarei em muitos detalhes, mas certamente, iremos ter uma visão geral
dessas viagens missionárias e como Paulo implantou igrejas em terras ainda
virgens para o Evangelho.
13
Mapa 01
Todavia, antes de entrarmos em nosso assunto, é necessário fazer
uma introdução acerca das províncias romanas. Os imperadores quando
começaram a agregar territórios ao Império Romano, dividiram esses
territórios em várias províncias romanas. Assim como o Brasil na época
imperial era dividido em províncias (foram essas províncias que se tornaram
nos Estados da Federação Brasileira), assim também, nos impérios antigos,
como a Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, suas terras eram divididas em
várias províncias.
Iremos conhecer algumas dessas províncias. Havia províncias
próximas ao litoral do Mar Negro,
províncias próximas ao litoral do Mar
Egeu, províncias próximas ao litoral
do Mar Mediterrâneo e províncias
internas. Quais são essas províncias?
Temos as províncias da Ásia no
litoral do Mar Egeu: Mísia, cidade:
Trôade (At 16.7,8); Lídia, cidades:
Filadélfia, Tiatira e Éfeso; Cária,
cidades: Mileto e Cnido (At 20.15;
27.7) e Frígia, cidades: Laodicêia,
Hierápolis e Colossos (At 16.6). Temos as províncias do Litoral do
Mediterrâneo: Lícia, cidades: Pátara e Mira (At 27.5); Panfília, cidade:
Perge (At 14.13) e Cilícia, cidade: Tarso. Temos as províncias do Litoral do
Mar Negro: Ponto (At 18.2), Paflagônia (não é mencionada na Bíblia) e
Bitínia (At 16.6; 1ª Pe 1.1), cidades: Nicéia e Calcedônia. Temos as
Províncias no Interior da Ásia Menor: Galácia, distrito: Licaônia e cidades:
Icônio, Listra e Derbe; distrito: Pisídia, cidade: Antioquia; Frígia (uma
parte dessa província ficava na Ásia e outra na Galácia), cidades: Antioquia
e Icônio; e Capadócia [a maior província da Ásia Menor] (At 2.9; 1ª Pe
1.1). Lembram-se dos Pais Capadócios: Basílio, Gregório de Nissa e
Gregório de Nazianzo que deram uma grande contribuição para o
desenvolvimento da doutrina da Trindade. E por último, temos na Palestina
as províncias da Judéia e da Síria.
Essas províncias eram divididas em duas categorias: as províncias
imperiais, que são aquelas governadas diretamente pelo Império Romano,
onde havia procuradores colocados pelos imperadores, algumas são: Cilícia,
Galácia, Síria e Judéia. Na época da crucificação de Jesus, o procurador da
Judéia era Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). E havia, também, as províncias
senatoriais, governadas por senadores de Roma, onde eles colocavam
governadores chamados de procônsulos, algumas eram: Chipre, Macedônia,
Acaia e Ásia. Os procônsulos prestavam contas aos senadores de Roma, e
esses, por sua vez, prestavam contas ao Imperador de Roma.
14
Dentro das províncias havia os distritos, que eram grandes regiões
que ficavam dentro de uma província, por exemplo: Pisídia (At 13.14 BLH),
Licaônia (At 14.6 BLH), Mísia (At 16.7) e Frígia (At 18.23). E havia
também as colônias, que eram cidades destinadas pelo Senado de Roma
para a habitação de cidadãos romanos, como: Filipos (At 16.12), Corinto,
Siracusa, Trôade, Antioquia da Pisídia, Listra, Ptolemaida e Icônio. Essas
colônias gozavam de certos privilégios, como por exemplo: não pagar
impostos ao imperador romano.
Temos nessa foto o mapa de uma parte do continente asiático (ver
Mapa 02). É nesse continente que está localizada a janela 10/40, onde se
encontra os países
que seguem a religião
budista, hinduísta e
islâmica. Esses países
são fechados para o
Evangelho. Eles se
constituem uma
cortina de resistência
à pregação do
Evangelho.
Eu mostro
esse mapa para que
vocês não confundam
o continente da Ásia
com a Ásia Menor. A Ásia Menor é uma região dentro do continente da
Ásia, onde hoje, se encontra a Turquia. Note que acima da Turquia se
encontra o Mar Negro, após esse Mar, ficam os países da antiga União
Soviética, que se encontram ao Norte de Israel, chamados na Bíblia de
Gogue e Magogue.
Foi na Turquia (Ásia Menor) que Paulo desenvolveu a maior parte
de seu ministério. E na atualidade os povos menos evangelizados se
encontram nessa região.
Entenda! Dentro do continente da Ásia ficava a Ásia Menor e dentro
da Ásia Menor se encontra a província da Ásia. Quando o livro de Atos dos
Apóstolos fala da Ásia, se refere apenas a província da Ásia (At 2.9; 6.9;
16.6; 19.10,22,26; 20.4).
Tendo feito essa introdução, vamos prosseguir lendo Romanos
15.19,20: „Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de
Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho
pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por
anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar
sobre fundamento alheio‟.
Mapa 02
15
Paulo começou pregar o Evangelho desde Jerusalém até alcançar
uma província chamada Ilírico (ou Ilíria em algumas Bíblias) que ficava na
Europa que correspondia aproximadamente ao que é hoje a Iugoslávia
ocidental e parte da Albânia, junto ao mar Adriático. Considerando que
Paulo escreveu a sua carta aos romanos na sua terceira viagem missionária.
Isso significa que de Ilírico, ele estendeu o Evangelho ainda para Roma, que
a visitou depois de sua terceira viagem missionária. Depois de Roma, ele se
dirigiu à Espanha (Rm 15.24).
Paulo era um desbravador do Evangelho! Um missionário guiado
pelo Espírito de Deus! Que fez com que o Evangelho, que nasceu em uma
cidade desprezada da Galiléia, chegasse até os confins da Terra. Paulo é
considerado o maior personagem depois de Jesus Cristo. Os céticos o
consideram como aquele que deu um novo rumo ao cristianismo e fundou
uma religião em nome de Jesus Cristo. Mas isso é apenas uma crítica, pois
na verdade, Paulo estava à serviço da igreja de Jerusalém e à serviço de
Jesus Cristo.
Paulo se encontra na província da Síria, onde trabalhava com
Barnabé na obra do Senhor. Ele passou ali um ano e alguns meses. E, um
dia a igreja estava em oração, buscando uma direção de Deus, que rumo
deveria tomar. Pois Paulo sabia que a sua missão era levar o Evangelho
além dos judeus. Desde a sua chamada na estrada de Damasco, Deus lhe
tinha dito que ele iria anunciar o Seu nome entre os gentios. Então, a igreja
estava em oração, e ali se encontrava os profetas e os mestres. Deus toma
um profeta em profecia e diz: „Apartai-vos para mim, Paulo e Barnabé,
para a obra que vos tenho chamado‟.
Desse modo, eles, conforme diz a Escritura, foram „enviados pelo
Espírito Santo‟. Paulo e
Barnabé estavam em
Antioquia, e se dirigiram a
Selêucia, uma cidade
pontuaria de Antioquia.
Quando os sírios governa-
vam essa região, um homem
chamado Seleuco I Nicator
(358 - 281 a.C.) edificou
várias cidades chamadas de
Antioquia em homenagem a
Antíoco, seu pai (mas não
era Antíoco Epifânio, pois
havia vários Antíocos). A
cidade de Selêucia, também,
foi fundada por ele em sua
homenagem. Havia talvez
Mapa 03
16
26 cidades chamadas de Antioquia. E essa aqui, é chamada de Antioquia da
Síria. Veja no mapa 2 que aparece outra Antioquia, conhecida como
Antioquia da Pisídia, localizada na Galácia.
Então, os missionários Paulo e Barnabé, e também João Marcos, que
levaram consigo, como ajudante, navegaram de Selêucia até a Ilha de
Chipre. Barnabé era natural da Ilha de Chipre (At 4.36), com certeza
aproveitou a ocasião para visitar seus parentes e apresenta-los João Marcos,
que era seu sobrinho (Cl 4.10). Percorreram toda a Ilha de Chipre,
evangelizando, num espaço de 145 km, e dirigiram à uma cidade chamada
de Pafos.
Pafos era a capital de Chipre, onde havia um templo dedicada a
deusa Afrodite. A deusa Afrodite era padroeira da Ilha de Chipre, pois
acreditava os cipriotas que ao sair das águas do Mar Mediterrâneo, ela veio
para a Ilha de Chipre. Nessa cidade, Paulo se confronta com um mágico e
feiticeiro, um judeu desviado, chamado de Barjesus. „Barjesus‟ é uma
palavra hebraica que significa „filho de jesus‟, e, também, era chamado de
Elimas.
E enquanto Paulo pregava o evangelho para Sérgio Paulo,
governador da Ilha de Chipre, esse mágico, chamado de falso profeta, fazia
oposição às palavras do apóstolo Paulo. Então, Paulo, diz a Escritura, „cheio
do Espírito Santo‟ falou para aquele mágico: „Ó filho do diabo...‟ é por isso
que Paulo o chama de filho do diabo, pois, seu nome contraditoriamente, era
„filho de jesus‟. Paulo disse: „Ó filho do diabo não cessarás de perturbar o
reto caminho do Senhor? Eis sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego por
algum tempo sem ver a luz do céu‟.
Diz a Bíblia que de repente caiu uma nuvem escura sobre aquele
homem, e ele ficou tateando na escuridão à procura de alguém para leva-lo
ao seu aposento. Nesse momento, o governador Sérgio Paulo, ficou tão
admirado dos feitos do Senhor Jesus, da sua manifestação poderosa e da sua
doutrina que se converteu ao evangelho. Talvez seja a primeira pessoa
convertida na Ilha de Chipre.
Aproveitando a ocasião, Lucas passar a chamar „Saulo‟ de „Paulo‟,
quer dizer, é a partir dessa Ilha que ele deixa de ser chamado de „Saulo‟ para
ser chamado, agora, de „Paulo‟. „Saulo‟ era o nome que ele utilizava em sua
cultura judaica, mas „Paulo‟, é um nome romano, que ele passou a usar nas
terras estrangeiras.
De Pafos, eles seguiram viagem até a cidade de Perge, capital da
Panfília, a 200 km de Chipre (veja o mapa 03). Para atingir essa cidade, eles
deveriam atravessar o Mar Mediterrâneo. Vocês sabem que a palavra
„mediterrâneo‟ é formada por duas palavras gregas, „medi‟ que significa
„meio‟ e „terrâneo‟ que significa „terra‟, significando que esse mar está
localizado no meio da terra. Realmente esse mar ficava entre os continentes
Europeu, Asiático e Africano.
17
Ao travessarem o Mar Mediterrânea chegaram em uma cidade
chamada Perge. Diz que Paulo adoeceu, isso se encontra em Gálatas 4.13,
possivelmente de malária. Dali seguiram caminho até Antioquia da Pisídia.
Esse caminho era muito perigoso, devido as montanhas que eles deveriam
escalar por estreitas pontes de madeiras que ficavam debaixo de cachoeiras,
e além disso, havia nessa região muitos piratas, que ao serem expulsos do
Mar Mediterrâneo pelo imperador romano, se alojaram nas montanhas.
Passagem muito perigosa, de modo que supõe que João Marcos
tenha desistindo dessa viagem por medo e falta de experiência. Então, João
Marcos volta para Jerusalém, deixando apenas, Paulo e Barnabé seguir
viagem para Antioquia.
Paulo chegou a Antioquia, ainda enfermo, após uma viagem de 160
quilômetros. Nessa cidade se dirigiu, num dia sábado, a uma sinagoga onde
pregou um sermão registrado por Lucas de uma maneira detalhada, dando-
nos a atender que essa era a mensagem principal de Paulo, que ele pregava,
também, nas demais cidades. Após essa pregação, eles alcançaram grande
sucesso, pois, os judeus, dessa localidade, ficaram admirados com a
mensagem que Paulo trazia. Porque era uma mensagem diferente das
mensagens que os rabinos ensinavam nas sinagogas. Haja visto que os
rabinos ensinavam a vinda de um messias que iria destruir o império
romano e estabelecer o governo em Jerusalém.
Porém, Paulo ensinava que o Messias já havia chegado, e que os
judeus de Jerusalém não O reconheceram como Messias, pelo que O
crucificaram, mas Deus O ressuscitou. Então, essas palavras encheram
alguns judeus de esperança, e também aos gentios, pois pediram para que
Paulo e Barnabé voltassem no próximo sábado.
Decorrendo um sábado, Paulo voltou novamente à sinagoga.
Durante a semana, a mensagem de Paulo havia percorrido toda aquela
cidade, de modo que no próximo sábado toda a cidade afluiu à sinagoga a
fim de ouvir a mensagem do apóstolo Paulo. A sinagoga ficou hiperlotada
de judeus, e fora havia também uma multidão de gentios. Isso causou inveja
nos judeus que começaram a blasfemar do apóstolo Paulo e o expulsaram da
sinagoga.
Paulo, então, lhes disse: „Já que vocês não querem ouvir o
evangelho, mesmo sendo vocês privilegiados para ouvi-lo primeiro, sacudo
o pó dos meus pés contra vós, e passo, agora, para os gentios‟.
Esse gesto de Paulo de sacudir o pó de seus pés significava que ele
estava considerando aqueles judeus como uma raça de pessoas malditas. Por
que quando os judeus vinham de outras cidades para Jerusalém,
especialmente na época da Páscoa, Pentecostes e Festa dos Tabernáculos,
eles, ao chegarem próximo às portas de Jerusalém, sacudiam o pó de seus
pés para que Jerusalém não fosse contaminada pelas nações gentílicas.
Agora, Paulo usa esse mesmo gesto contra eles como indignos da vida
18
eterna, enquanto os gentios, benditos, pois iriam receber o evangelho da
graça de Deus.
Expulsos de Antioquia da Pisídia, eles foram para Icônio que ficava
à 96 km. Nessa cidade, Paulo desenvolveu um ministério excelente, porque
ali, Deus o usou poderosamente para realizar prodígios e sinais. A Escritura
diz que o Senhor „dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que
por suas mãos se fizessem sinais e prodígios‟ (At 14.3). Porém, depois que
os judeus de Antioquia, souberam que Paulo estava tendo um ministério
abençoado em Icônio, se dirigiram àquela cidade, para incitar os judeus de
Icônio contra os apóstolos. E diz a Escritura que toda a cidade se dividiu:
uns apoiava os apóstolos e outros eram contra os apóstolos.
Paulo e Barnabé para não serem apedrejados, fugiram para Listra,
que ficava no distrito de Licaônica, à 32 km ao sul. Aqui Paulo começou a
pregar o evangelho, e na porta da cidade, havia um paralitico que
mendigava. Enquanto Paulo ministrava, olhou para aquele homem, e viu
que ele tinha fé para ser curado, então lhe „disse em voz alta: Levanta-te
direito sobre teus pés‟ (At 14.10). E aquele homem saltou e andou. Os
cidadãos daquela cidade pensaram que Paulo e Barnabé eram deuses
transfigurados em seres humanos, e chamaram Barnabé de Júpiter (Zeus), e
Paulo de Mercúrio (ou Hermes). Nomes dos deuses da mitologia greco-
romana.
Por que eles chamaram Barnabé de Zeus e Paulo de Hermes? Vocês
sabem que Zeus é considerado na mitologia grega como o maioral entre os
deuses, ele governa sobre o Monte Olimpo e mandava nos outros deuses.
Mas para eles, Barnabé era Zeus, e Paulo, Hermes. Porque Hermes era um
tipo de intérprete dos deuses, ele transmitia as mensagens dos deuses. Como
era Paulo que falava, eles pensavam que Paulo estava transmitindo as
palavras de Barnabé, que era Zeus. É exatamente de Hermes que vem a
nossa palavra teológica „hermenêutica‟.
A situação foi piorando, aponto de eles quererem oferecer sacrifícios
de animais à Barnabé e a Paulo. Porém os apóstolos não estavam
entendendo nada, pois, eles estavam falando em sua língua nativa, licaônica.
Deram-se conta quando o sacerdote já se aproximava com os touros e
aquelas parafernálias que usavam para sacrificar aos deuses.
Foi quando Paulo e Barnabé saltaram, rascaram suas vestes e
disseram: „Não façam isso! Porque somos homens iguais a vocês! Estamos
aqui para dizer exatamente que vocês têm que deixarem esses ídolos
mortos, e adorar o Deus vivo‟.
Nessa ocasião chega os judeus de Antioquia e Icônio, que vinham
nos encalços do apóstolo Paulo e Barnabé para tentar atrapalhar a missão
deles. De repente, esses judeus conseguem influenciar àqueles homens, que
estavam tentando adorar os apóstolos, à mudarem de mentalidade, e agora,
arrastaram Paulo e o apedrejaram. Esse foi o primeiro e único
19
apedrejamento que Paulo sofrera em sua vida. Ele fala isso em 2ª Coríntios
11.25, quando disse: „uma vez fui apedrejado‟. Isso aconteceu em Listra.
Era proibido um cidadão romano ser apedrejado. Todavia, Paulo foi
apedrejado, mas não reivindicou seus direitos de cidadania. Ele calou-se,
para se submeter ao vitupério por amor a Cristo, quer dizer, abriu mão de
seu direito para sofrer por amor a Cristo. E muitas vezes, nós não queremos
abrir mão de nossos direitos e privilégios para sofrer alguma injúria, calúnia
e fofoca por amor de Jesus Cristo.
Mas Paulo não sofreu uma injúria, uma calúnia e uma fofoca, mas
um apedrejamento, e foi esse mesmo tipo de sofrimento que levou Estêvão
ao martírio. Alguns comentaristas pensam que Paulo morreu nessa ocasião,
e ressuscitou. Mas na verdade, ele desmaiou, e seus algozes achando que ele
tinha morrido, deixaram de apedreja-lo. Ao voltar a si, entra na cidade
novamente, e, talvez se hospedou na casa de Eunice, e logo após, ao se
recuperar, saiu com Barnabé para cidade de Derbe em uma viagem de
96km.
Na cidade de Derbe, eles pregam o evangelho. Então, Paulo disse à
Barnabé: „Vamos voltar as cidades que evangelizarmos, para visitar os
irmãos‟. Veja no mapa 03 onde se localiza a cidade de Derbe. Daqui Paulo
poderia seguir viagem para
Antioquia da Síria e concluir
sua primeira viagem
missionária. Mas resolveu
voltar à onde anteriormente
havia sido apedrejado.
Porque ele não temia. Ele
dizia que em sua vida não
tinha nada de valor quando
comparada com o valor do
evangelho. E se fosse para
morrer pregando o
evangelho, ele estaria
disposto.
Então, eles voltaram
às mesmas cidades onde
haviam sido perseguidos,
Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Mas, agora, para fortalecer os irmãos e
estabelecer presbíteros em cada cidade. Após visitar essa região, eles se
dirigem ao porto de Panfília, que ficava em Atália, lá encontraram um navio
com destino a Selêucia, o porto de Antioquia na Síria. Assim terminaram a
primeira viagem missionária em 47 e 48 AD.
Quando Paulo e Barnabé chegaram a Antioquia, viajaram até
Jerusalém a fim de participar de um concílio. Nesse período, Paulo escreveu
Mapa 03
20
Mapa 04
cartas às igrejas da Galácia que abrangiam as igrejas de Listra, Icônio e
Derbe. Talvez seja a primeira epístola do Novo Testamento, escrita em 49
AD.
Paulo convida Barnabé para fazerem uma revisita os irmãos da
Galácia, para ver como eles estão. Barnabé quis levar João Marcos
novamente. Então, por causa disso, há uma grande contenda entre Paulo e
Barnabé. Pois, diga de passagem, que Paulo não é um sujeito fácil. Ele não
abre mãos, com facilidade, de seus princípios. Por outro lado, Barnabé,
também, não estava disposto a ceder. E assim os dois grandes missionários
se dividem. Barnabé toma João Marcos e parte novamente para a Ilha de
Chipre; nunca mais Barnabé vai aparecer em Atos dos Apóstolos, pois, o
foco de Lucas é Paulo.
Então, Paulo junto com Silas partem para a segunda viagem
missionária. Silas era uma pessoa ideal para ir com Paulo, pois, Silas, assim
como Paulo, era um cidadão romano, e um judeu helenista. E por ser um
judeu helenista, tinha dois nomes: Silas e Silvano. Eles são as mesmas
pessoas.
Paulo e Silas
saíram de Antioquia e
foram para a província da
Cilícia (Mapa 04).
Itinerário feito por terra, e
não por mar, talvez a pé ou
de caravana. Não se sabe.
Paulo ao passar
pela Cilícia visita a sua
cidade natal. Não se sabe
quando o evangelho
chegou a Cilícia, mas se
supõem que foi durante o
tempo que Paulo esteve ali, logo após sua conversão e antes de subir a
Jerusalém. Esse tempo é conhecido como os dez anos de silêncio na vida de
Paulo. Pensa-se que durante esses dez anos, Paulo estudou nas faculdades
gregas, trabalhava em fazer tendas e implantou o evangelho nessa região.
Paulo, agora, se dirige a Cilícia com o objetivo de entregar as cartas
trazidas de Jerusalém que dava aos gentios a liberdade de servir a Deus sem
se preocuparem com os costumes judaicos. Depois, eles se dirigem a
algumas cidades da província da Galácia, que são Derbe, Listra e Icônio.
Em Listra, Paulo conhece um rapaz chamado Timóteo. Talvez com
seus 17 anos de idade. E muita gente fala bem de Timóteo; dava bom
testemunho dele. Paulo sente um afeto muito grande por Timóteo, e desejou
levar Timóteo consigo. Era um jovem inexperiente e novo convertido, mas
Paulo estava disposto a investir nesse rapaz.
21
Porém, tinha um problema. Timóteo era misto. Ele era um judeu e
um grego. Porque sua mãe, Eunice, era judia e seu pai era um grego, e por
causa disso, Timóteo não era circuncidado. Então, Paulo, por razões de
conveniência, resolve circuncidar Timóteo, para que ele pudesse ter livre
curso entre os judeus ao andar com Paulo, poder ter acesso à sinagoga e ao
templo de Jerusalém. Essa atitude não tinha nada a ver com salvação. Pois
Paulo já tinha superado essa obsessão dos judeus de que as pessoas tinham
que primeiro se circuncidar para então se tornar um cristão.
Estando, pois, Paulo na região da Galácia, pretende seguir viagem
para Éfeso. Seu desejo era introduzir o evangelho em Éfeso, e, talvez,
transformá-la em centro missionário, devido ao fato, da cidade de Éfeso ser
a capital da província da Ásia. Todavia, diz a Escritura que ao tentar Paulo
ir à Éfeso, na Ásia, o Espírito de Deus o impediu. De modo que ele resolve
ir para Bitínia. Mas aqui, também, o Espírito diz: „Não! Aí não!‟. Alguns
dizem que Paulo foi impedido de pregar em Bitínia porque o apóstolo Pedro
estava pregando nessa região. Então Paulo fica entre Bitínia e Ásia, na
Mísia, e se dirige para Trôade (veja Mapa 01). E, fica nessa cidade
esperando as coordenadas do Espírito Santo.
E enquanto Paulo esteve em Trôade, diz a Escritura que ele teve um
sonho. E nesse sonho alguém falava, de modo desesperado: „Passa a
Macedônia, e ajuda-nos‟. Ao acordar de amanhã, atordoado, Paulo
compartilhou o sonho com Silas. Eles entenderam que o Senhor lhes estava
chamando a pregar na Macedônia (veja no Mapa 04 onde se localiza a
Macedônia).
Leiamos At 16.9,10: „E Paulo teve de noite uma visão, em que se
apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à
Macedônia, e ajuda-nos. E, logo depois desta visão, procuramos partir
para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes
anunciarmos o evangelho‟.
Irmãos! Prestem bem atenção no versículo 10. Esse versículo é
considerado como uma das passagens em plural de Atos dos Apóstolos.
Porque o escritor de Atos se coloca na narração. Isso significa que Paulo
conheceu Lucas em Trôade, talvez sua cidade natal. É uma leitura conhecida
como leitura nas entrelinhas, são coisas que não aparecem nas letras, mas
que estão por debaixo das letras, por assim dizer. Às vezes, o leitor passa
despercebido, não enxergando o que está nas entrelinhas das Escrituras. Pois
não devemos entender apenas o que está escrito, mas, também, o que está
dito.
E aqui (Atos 16.10) está dito que Lucas passa a compor, agora, a
equipe missionária. Muito embora, não esteja escrito, mas está dito. E a
partir daqui, Lucas se torna uma testemunha ocular do ministério paulino.
De modo que muitas coisas que ele vai escrever em Atos, não foram apenas
22
baseadas em informações de terceiros, mas ele mesmo presenciou aqueles
fatos.
Com a participação de Lucas, agora temos quatro missionários:
Paulo, Silas, Timóteo e Lucas. Eles partem de Trôade no continente da Ásia
e entram no continente da Europa ao atravessar, de navio, o Mar Egeu,
passam por Samotrácia e, no dia seguinte, por Neápolis, e chegam a Filipos
(ver Mpa 04).
Em Filipos acontece a primeira conversão em terras europeias, que
segundo o Dr. Claudionor de Andrade foi a primeira europeia que se
converteu. Quem foi ela? Lídia. Em Filipos, eles ganham Lídia para Jesus,
na beira do rio onde havia um lugar de oração, e ficam hospedados em sua
casa, passam, então, a pregar o evangelho nesse local de oração, pois não
havia sinagogas em Filipos.
Havia uma moça que tinha um espírito de adivinhação que dava
grandes lucros para seus senhores. E todos os dias quando Paulo passava por
ali, aquela moça dizia aos berros, com aquela voz estridente: „Eis aí os
servos do Deus Altíssimo que nos anunciam o caminho da salvação‟. E isso
aconteceu por vários dias. Até que Paulo ficou inculcado com aquilo, e
talvez dissesse para Silas: „Há alguma coisa estranha nessa menina‟.
Porém, um dia, quando Paulo estava cheio do Espírito Santo, essa
moça veio com a mesma conversa, ele não pensou duas vezes, mas disse:
„Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela‟. Naquele instante,
aquela moça caiu no chão se debatendo e espumando. Paulo expeliu o
demônio dela.
Porém, os comerciantes que explorava aquela moça para obter lucros
através da adivinhação se revoltaram contra Paulo e Silas; e os conduziram
aos magistrados, ambos foram açoitados com varas, e levados para o
cárcere.
Vocês conhecem muito bem nessa história. A meia-noite, eles
cantavam e oravam, e Deus visitou aquele local com um terremoto, e eles
foram libertos daquelas cadeias. Então, o carcereiro ficou desesperado,
achando que os presos haviam fugidos, e quis se matar. Porém, Paulo lhe
disse: „Não faça tal coisa! E ele, então, perguntou: „O que devo fazer para
me salvar?‟. Paulo respondeu: „Crer no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a
tua casa‟. Aquele homem se converteu, e juntamente com ele toda a sua
família.
Diz que esse homem era exatamente aquele homem, que em sonho,
dizia à Paulo: „Passa à Macedônia e ajuda-nos‟. Logo após implantarem o
evangelho em Filipos vão para a cidade de Tessalônica passando por
Anfípolis e Apolônia.
Em Tessalônica, Paulo e sua equipe se hospedam na casa de Jasom,
possivelmente parente de Paulo (At 17.7; Rm 16.21). Se dirigem à uma
sinagoga onde pregam o evangelho, mas não são bem aceitos pelos judeus
23
daquela localidade. Todavia, muitas pessoas se convertem, dentre eles
Aristarco (At 17.2-4; 19.29; 27.2). Nesse ínterim, a igreja de Filipos envia
recursos financeiros para Paulo por intermédio de Epafrodito (Fl 4.15-18).
Devido a perseguição e o alvoroço causado pelos judeus movidos
por inveja, Paulo e Silas, e também, Timóteo, a noite, são enviados à cidade
de Beréia (ver Mapa 04).
Na cidade de Beréia, criou-se aquele jargão chamado de „crentes
bereanos‟. O que é um crente bereano? É o crente que não come na mão de
ninguém! Ele come na mão das Escrituras. Tudo quando lhe diz,
primeiramente, ele examina as Escrituras para ver se condiz com elas. É um
crente que estuda as Escrituras.
Então, Paulo e Silas pregavam, mas os irmãos de Beréia não se
acomodavam pelo fato de ser o grande missionário que estava falando.
Paulo tinha que falar e comprovar para que aqueles irmãos pudessem
acreditar. Aqueles irmãos não eram o crente „maria-vai-com-as-outras‟, e
nem o crente Urias.
Você conhece o crente Urias? Que vai com a carta debaixo do braço,
mas não sabe o que está escrito nela. Assim, também, acontece com muitos
crentes. Dizem o que as pessoas dizem; pregam o que as pessoas pregam,
mas ele mesmo não examina se o que está dizendo é correto; se o que está
pregando é o que as Escrituras dizem. É por falta desses crentes bereanos
que surgem as heresias e as dissenções.
Eu conheci um irmão que sempre dizia em seus sermões: „A Bíblia
diz: Aí daquele que faz do seu nariz uma chaminé‟. Alguns irmãos me
procuravam pergunto onde estava escrito esse versículo na Bíblia. Eu dizia:
„Em lugar nenhum!‟. Então, resolveram perguntar ao irmão. Ele respondeu:
„Eu não sei onde está escrito! Mas eu ouvi o Billy Graham disser isso em
uma pregação, e eu estou dizendo também‟. Com certeza, Billy Graham
nunca disse isso! Mas esse irmão baseou isso na cantiga do Bezerra da Silva
que diz: „Nariz de malandro não é chaminé‟.
O crente bereano ouve a pregação e o ensino, e examina nas
Escrituras para ver se é compatível com elas. Porque a Escritura é a nossa
regra de fé e de prática, não os dogmas denominacionais. Por isso está
escrito: „Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em
Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada
dia nas Escrituras se estas coisas eram assim‟ (At 17.11).
E lembrando que naquela época as Escrituras não era um livro como
o nosso dividido em capítulos e versículos, fácil de encontrar uma
referência, basta dizer: „no livro tal, no capítulo tal e no tal versículo‟.
Paulo citava as palavras dos profetas, como por exemplo, está escrito em
Jeremias. E aqueles irmãos encontravam o texto em Jeremias, que era um
rolo. Porque eles conheciam as Escrituras. E você pensa que eles tinham as
24
Escrituras em casa, eles tinham que ir à sinagoga para ler e examinar as
Escrituras.
Por isso que a Bíblia diz: „A alma farta pisa o favo de mel, mas para
a alma faminta todo amargo é doce‟ (Pv 27.7). Se nós não tivéssemos
Bíblias, o que tinha de crente correndo trás de Bíblias para ler ninguém
contava. Mas como temos Bíblias de todo jeito e de todo tipo, até mesmo
Bíblia para crente que não gosta de andar com Bíblia, que é a Bíblia de
bolso, mas, simplesmente, poucas pessoas leem as Escrituras.
Alguns pensam que quem tem que ler as Escrituras é apenas o
pregador ou uma pessoa que ensina – „eu sou cantor, por que, então, vou ler
as Escrituras?‟ – „meu trabalho é de limpar a igreja, por que eu vou ler as
Escrituras, minha missão não de pregar nem de ensinar‟. A Bíblia não é
para ser lida simplesmente para fazer sermões e ensinamentos, mas para
moldar nosso entendimento e nosso caráter.
De Beréia, Paulo parte para Grécia, mas Silas e Timóteo ficam em
Beréia, na Macedônia, pois Paulo havia solicitado a Timóteo que fosse
visitar os irmãos de Tessalônica (1ª Ts 3.1-5).
Grécia aparece com o nome de Acaia (ver mapa 04), porque Acaia
era como os romanos chamavam a Grécia. Paulo se dirige a cidade de
Atenas.
Em Atenas, Paulo prega em um local chamado Areópago. O que é
um Areópago? (veja a foto ao
lado). Não é um templo e nem um
teatro, mas uma colina. Por que era
chamada de Areópago? Essa
palavra é formada por dois termos
gregos: „areo‟ e „pago‟. „pago‟
significa „colina‟ e „areo‟ ou
„Ares‟ era um deus grego, um deus
da guerra. Filho de Zeus e irmão de
Atena. Diz a mitologia que esse
deus foi julgado nessa colina por
um assassinato, mas foi absolvido, por isso ficou conhecida como colina de
Ares, que os romanos chama de colina de Marte, que é o mesmo deus
mítico. Nessa colina se reunia o tribunal ou o conselho mais ilustre de
Atenas.
Foi nessa colina que Paulo pregou o famoso sermão „AO DEUS
DESCONHECIDO‟, e citou alguns filósofos gregos. Porém, ao falar da
ressurreição de Jesus, foi zombado e escarnecido, porém, algumas pessoas
acreditaram em sua mensagem, entre elas, Dionísio e Dâmares. Segundo
Eusébio de Cesaréia, Dionísio foi o primeiro bispo de Atenas (História
Eclesiástica, pág. 53,92).
25
„E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto‟ (At
18.1). Ali ele conheceu Áquila e Priscila, um casal de judeus que se
tornaram grandes amigos de Paulo. Em Corinto, Paulo escreve as duas
cartas à Tessalônica. Paulo teve um ministério abençoado em Corinto, mas,
também, foi perseguido.
Silas e Timóteo chegam a Corinto, talvez trazendo ofertas das igrejas
da Macedônia para Paulo (At 18.5; 1ª Ts 3.6; 2ª Co 11.9). „Foi Paulo
impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo‟ e
ganha muitas almas para o Senhor (At 18.5-11). Alguns deles são Estéfanas
e sua família (1ª Co 1.16; 16.15); Crispo e Gaio (1ª Co 1.14); Tício,
Sóstenes, Erasto (tesoureiro), Febe, Quarto, Tércio (amanuense) e etc.
Por ter sido proibido de pregar na sinagoga, ele, então novamente,
diz aos judeus: „O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo,
e desde agora parto para os gentios‟ (At 18.6).
E estabelece um ponto de pregação ao lado da sinagoga, na casa de
um irmão chamado Tício. E isso causou mais raiva e inveja nos judeus, pois
não conseguiram amordaçar a boca do apóstolo. Mas a pressão era tão
grande encima de Paulo, que ele diz: „Senhor, irei partir para outras
cidades‟. Mas o Senhor aparece a ele em visão e lhe diz: „Não temas, mas
fala, e não te cales; porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti
para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade‟ (At 18.9,10). Paulo,
então, cria coragem e estende o seu ministério por um ano e seis meses em
Corinto.
Depois Paulo resolve viajar para a Palestina, por isso se dirige a
cidade de Cencréia, que era um porto de Corinto, levando consigo Priscila e
Áquila. Em Cencréia raspou a cabeça devido a um voto que havia feito em
Corinto. Talvez o voto de nazireu, de se consagrar inteiramente a pregação
do evangelho. Porém, se de fato era um voto de nazireu, seu cabelo tinha
que ser ofertado em Jerusalém. Chega a Éfeso, e ali deixa Áquila e Priscila,
e então, toma rumo para Cesaréia (ver mapa 04). „E, chegando a Cesaréia,
subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia‟ (At 18.22). E
conclui a sua segunda viagem missionária em 49 a 52 AD.
Rapidamente, Paulo resolve partir para a sua terceira viagem
missionária. Talvez a viagem mais longa. Como de costume, Paulo parte de
Antioquia, e visita as igrejas da Galácias, e vai direto para Éfeso. Não se
sabe quem acompanhou Paulo nessa viagem. Mas com certeza, ia com uma
caravana de irmãos.
26
Mapa 05
Em Éfeso, Paulo se estabelece, e ficou lá três anos. É aqui onde
Paulo atinge o ponto culminante do seu ministério. Diz que ele pregou três
meses na
sinagoga, mas
depois foi
expulso, e se
estabeleceu em
uma escola de
um filósofo
chamado
Tirano. Esse
filósofo dava
aulas de manhã,
e Paulo minis-
trava à tarde, e
durante a noite
fazia visitas.
Paulo se entre-
gou plenamente ao ministério, sendo sustentado, talvez, por ofertas de
igrejas como a de Filipos, mas, também, trabalhava com suas próprias mãos.
E, diz a Bíblia que no período de dois anos, toda a província da Ásia
foi atingida com a pregação da palavra de Deus. Muito embora, Paulo não
tinha ido pessoalmente a todas as cidades, mas enviava, de Éfeso,
missionários para pregarem nas várias cidades da Ásia, entre elas, Colossos,
Laodicéia e Hierápolis (Cl 4.12,13).
Durante esse tempo, diz a Escrituras, que Deus pelas mãos de Paulo
fazia milagres extraordinários. Milagres que não aconteciam no contexto
comum da igreja. Eram milagres nunca vistos, de modo que até os aventais
e os lenços de Paulo eram levados para curar enfermidades e expulsar
demônios.
Todavia, Paulo não incentiva aquelas práticas, porém, as pessoas
pegavam esses objetos, e levavam com fé, e aconteciam os milagres.
Através da mensagem do apóstolo Paulo, Deus começou destruir o
paganismo em Éfeso. De modo que o comercio pagão começou a entrar em
decadência. As pessoas não queriam mais comprar as imagens dos deuses,
coisas que movimentava o comércio religioso, como o Canindé e o Juazeiro
no Ceará.
Não só os deuses estavam caindo em descredito, como também a
bruxaria e a feitiçaria estavam sendo abandonadas. E assim as pessoas
estavam queimando os seus livros de magias. A cidade de Éfeso foi
impactada!
Paulo envia Timóteo e Apolo a Corinto, pois havia recebido algumas
reclamações de algumas pessoas da família de Cloé acerca das divisões e
27
desordens na igreja de Corinto (1ª Co 1.11). Timóteo e Apolo chegam de
Corinto. As coisas não iam muito bem em Corinto. Paulo resolve fazer uma
rápida visita a Corinto, mas sente-se humilhado ali e volta para Éfeso.
Então, Paulo envia Tito à Corinto, conduzindo talvez uma carta que se
perdeu
(1ª Co 5.9). Paulo recebe uma delegação de Corinto formado por Estéfanas,
Fortunato e Acaico que traziam uma carta da igreja (1ª Co 16.17).
Então, Paulo envia Timóteo e Erasmo para Macedônia e Acaia.
Apolo recusa ir agora. A missão de Timóteo era levantar fundos junto as
igrejas para ajudar os santos da Judéia. Ele conduzia uma epístola de Paulo
aos coríntios e prometendo-lhes fazer uma terceira visita (At 19.22; 1ª Co
1.1; 4.17; 16.5-7,12; Rm 15.26,27). Timóteo também ia com a missão de
reunir uma comissão de irmãos para se encontrar com Paulo em Éfeso (1ª
Co 16.10,11).
Paulo poderia ter demorado mais tempo em Éfeso, até a festa de
Pentecostes (1ª Co 16.8), mas a pressão foi muito grande encima dele. Havia
um sujeito chamado Demétrio que se levantou contra Paulo, outro também,
chamado de Alexandre. Esse Demétrio causou um grande alvoroço na
cidade de Éfeso contra Paulo por causa da deusa Diana.
Paulo, então, determina, ir para Jerusalém, para a festa de
Pentecostes, pretendia passar por Macedônia e Acaia, por isso enviara
Timóteo e Erasmo em sua frente. Depois, de Éfeso, Paulo, passa
rapidamente por Trôade, esperando se encontrar com Tito que retornava de
Corinto, estava ansioso por notícias daquela igreja (2ª Co 2.12,13). Porém,
vai para Filipos, na Macedônia.
Ali, Paulo visita várias igrejas fortalecendo a fé dos irmãos
(At 20.1,2). É possível que nessa ocasião, Paulo tenha pregado em Ilírico,
província próxima ao mar Adriático (Rm 15.20). Tito chega de Corinto
trazendo boas notícias para Paulo (2ª Co 7.5-7). Paulo escreve a segunda
epístola aos coríntios e a envia por intermédio de Tito e Lucas, que retornam
trazendo à Paulo as ofertas de Corinto (2ª Co 8.16-20; 2ª Co 12.18).
Depois, Paulo faz uma terceira visita a cidade de Corinto na Acaia
(Grécia) conforme tinha prometido a fim de colher uma oferta para custear
sua viagem a Judéia (2ª Co 1.15,16; 13.1; 1ª Co 16.5,6), e fica ali três
meses.
Durante esse tempo, Paulo escreve uma epístola aos Romanos
prometendo visitá-los e depois prosseguir para a Espanha (Rm 15.22-
24,28,29). Timóteo chega a Corinto, tendo terminado sua campanha de
arrecadação de uma coleta para os santos da Judéia, trazendo uma comissão
diaconal de várias igrejas: Sópatro da igreja de Beréia, Aristarco e Segundo
da igreja de Tessalônica, Gaio da igreja de Derbe e Tíquico e Trófimo das
igrejas da Ásia. Esses obreiros traziam ofertas para os santos da Judéia
(At 20.4; 1ª Co 16.1-4).
28
Tendo concluindo essa campanha de arrecadação de ofertas, Paulo
resolve ir para Cencréia a fim de fretar um navio para Jerusalém, porém
descobre que havia alguns judeus conspirando contra a sua vida, então, ele
retorna novamente para a Macedônia (Rm 15.25,26; At 200.3). Estes
obreiros, indo adiante, esperaram Paulo em Trôade, na Ásia.
Em Filipos, na Macedônia, Paulo se encontra com Lucas, depois dos
dias dos pães asmos (uma semana), ambos navegam para Trôade. Em
Trôade, na Páscoa, Paulo celebra a ceia do Senhor em um cenáculo no 3º
andar de uma casa (At 20.7). Durante o seu longo discurso, o jovem Êutico
caí da janela, morre, mas é ressuscitado por Paulo (At 20.8-12). Paulo
ordena que sua equipe navegue para a cidade de Assôs, devendo ele ir a pé
(At 20.13). Assôs ficava 32 km de Trôade.
Paulo se encontra com seus companheiros e juntos navegam a
Mitilene, capital da ilha Lesbos. Passam um dia nessa cidade, depois
seguem viagem para Mileto passando por Quios (ilha) e Samos (ilha) – ver
Mapa 05.
Na cidade de Mileto, Paulo convoca os presbíteros de Éfeso para
uma reunião ministerial. Paulo discursa e se despede, em meio aos choros
parte para Cesaréia, fazendo o seguinte trajeto: Cós, Rodes, Pátara, Tiro e
Ptolemaida (ver Mapa 05).
Chegando a Cesaréia, se hospeda na casa de Filipe, o evangelista,
que era um dos sete diáconos, e recebe a vista do profeta Ágabo que prediz
a sua prisão em Jerusalém. Dessa cidade viaja para Jerusalém, sem temer o
que o futuro lhe reversa. E, bruscamente em Jerusalém concluí a sua terceira
viagem missionária em 53 a 57 AD.
Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém]
Em 30 de Março de 2011
Sobre Como Evangelizar
Vamos fazer uso da Palavra de Deus na segunda carta de Paulo a
Timóteo 4.1-7 (pela quantidade de irmãos presentes, temos uma ideia o
quanto a nossa igreja dar prioridade a evangelização, mas Jesus Cristo
precisou de apenas 12 homens para colocar o mundo romano de cabeça para
baixo. Então, se têm pessoas dispostas a serem usadas por Deus, são com
essas pessoas que Deus irá trabalhar para o engrandecimento do Seu Reino).
2ª Timóteo 4.1-7: „Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor
Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu
reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá
tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
29
ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias
concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista,
cumpre o teu ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão
de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé‟.
Sinto-me privilegiado em ter sido chamado para falar acerca de um
assunto de sumo importância para igreja, que diz respeito ao trabalho
prioritário da Igreja do Senhor. A igreja que não tem esse trabalho de
evangelização deixa de ser uma agência de Deus na Terra para se tornar
apenas em uma aglomeração de pessoas, um clube de santos, uma sociedade
e comunidade de pessoas comuns.
Mas o que nos diferencia de todas as outras religiões e de todo tipo
de confraria e agrupamento é, exatamente, porque sobre nós pesa o grande
privilégio de poder divulgar a todas as pessoas O ÚNICO caminho que
conduz as pessoas à salvação.
Vamos começar definindo: O que é evangelizar. Evangelizar é
anunciar o evangelho. Mas, o que é o evangelho? Evangelho é um termo
grego formado por duas palavras: „eu‟ e „angellos‟; „eu‟, no grego, significa
„boa‟ e „angellos‟ significa „mensagem‟; „angellos‟ é de onde vem a nossa
palavra „anjo‟, que é „mensageiro‟.
Então, o evangelho é a boa mensagem; boa notícia; as boas-novas. E
qual é o conteúdo dessas boas-novas? O conteúdo do evangelho é a vida, a
obra e a doutrina de Jesus Cristo, o nosso Senhor.
De modo que só podemos anunciar o evangelho de duas maneiras:
na pregação e na doutrinação. Os apóstolos chamavam de „kerigma‟ e
„didaquê‟. Encontramos esses termos aqui no texto que lemos, quando
Paulo disse: „pregues a palavra‟, ele usa o termo grego „kerigma‟ e quando
ele diz: „...com toda doutrina‟, ele usa o termo grego „didaquê‟.
Kerigma (pregar) é a proclamação da vida e da obra de Jesus Cristo;
e didaquê é a doutrinação e instrução acerca da doutrina da Jesus Cristo, o
nosso Senhor.
Em Atos 5.42 nos fala sobre essas duas grandes obras da igreja: a
pregação ou proclamação e a instrução ou doutrinação daquilo que Jesus
Cristo ensinou aos seus apóstolos, e seus apóstolos transmitiram.
Leiamos Atos 5.42: „E todos os dias, no templo e nas casas, não
cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo‟. A pregação é o
evangelismo e a doutrinação é o discipulado. São dois pilares da igreja,
fundamental para a divulgação e expansão do nome de Jesus Cristo e do Seu
Reino que há de vir.
Há dois tipos de evangelismo: o evangelismo formal e o
evangelismo informal. Paulo fala acerca disso quando exorta a Timóteo –
30
„pregues a palavra a tempo‟ – evangelismo formal – „e fora de tempo –
evangelismo informal.
O evangelismo formal é quando a igreja encabeça um grupo de
evangelização seguindo métodos e padrões de evangelismo, seja através de
pregações de casa em casa, pregações nas praças, campanhas nos lares,
discipulados nas casas, etc. Esse é o evangelismo formal da igreja quando o
crente comparece com sua Bíblia e seus folhetos, vêm preparados para
evangelizar.
O evangelismo informal é quando o crente fala de Cristo,
independentemente, se esteja vestido de crente, às vezes, a pessoa está
vestindo com o uniforme do seu trabalho ou com a farda do seu colégio;
independentemente se esteja conduzindo a Bíblia ou não, pode estar
conduzindo os instrumentos de seu trabalho ou da sua escola;
independentemente do local, pode estar no ônibus, na fila do banco, no
supermercado, o crente fala de Cristo. Esse é o tipo de evangelismo
informal.
E através desse tipo de evangelismo em que a palavra de Deus é
mais divulgada. Inclusive a igreja primitiva cresceu de uma maneira
vertiginosa, porque os cristãos pregavam a palavra de Deus de modo
informal, e até clandestina, nas praças, no comércio, no mercado, a onde
eles estavam, falavam de Jesus Cristo. Não precisavam vestir a batina,
estarem com a Bíblia; não precisavam ouvir o pastor ordenar: „olha, irmãos,
amanhã vai ter evangelismo!‟. Não! Eles falavam a palavra de Deus de uma
maneira informal.
Como evangelizar? No texto que lemos, Paulo disse a Timóteo, no
versículo 5: „Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um
evangelista, cumpre o teu ministério‟.
Como devemos cumprir, com eficiência, o nosso ministério de
evangelista? Na verdade, não há uma pessoa mais ideal para nos instruir
nesse assunto do que o próprio apóstolo Paulo. Lamentamos não tê-lo aqui
conosco para ouvir seus ensinamentos e instruções tocantes e profundos,
mas temos nas Escrituras os seus ensinamentos e o seu exemplo de vida.
Então, vamos colher dele, de seus ensinamentos e de sua experiência
registrada na Bíblia Sagrada, aquilo que ele nos diz sobre como evangelizar.
Antes, porém, iremos ver como o apóstolo considerava para si: O que era
evangelizar. Por que ele consagrou toda a sua vida a essa obra da
evangelização?
Em Romano 15.16, Paulo considera a pregação do evangelho como
um serviço sacerdotal. Leiamos o texto: „Sou ministro de Jesus Cristo para
os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus‟.
Quando Paulo considera a evangelização como um serviço
sacerdotal está considerando o evangelismo como uma obra altamente
sagrada, de alto valor diante de Deus. Aqueles serviços que os sacerdotes
31
realizam no templo, no tabernáculo em que tinham a maior reverência
diante de Deus, seguindo regras de santidade rigorosas, assim, Paulo
considerava, também, o serviço de pregação do evangelho.
Assim como o sacerdote, o crente oferece sacrifícios a Deus quando
proclama o evangelho de Jesus Cristo. Em Hebreus 13.15 está escrito:
„Ofereçamos sempre a Deus por meio de Jesus Cristo sacrifício de louvor,
isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome‟.
Nesse texto, que pode muito bem ter sido Paulo, não está
considerando apenas o louvor congregacional ou a confissão que se faz na
conversão. Mas como diz „oferecer sempre a Deus‟, isto é, de forma
constante na vida do crente, refere-se, também, na questão de publicar,
expor, tornar notório, declarar o nome do Senhor Jesus Cristo. Confessar é
tornar público o nome dEle.
Então, quando o crente, na evangelização, torna público o nome de
Jesus Cristo, como um sacerdote está oferecendo um sacrifício a Deus.
Como esse sacerdote cristão oferece sacrifício a Deus? Quando ganha uma
alma para Jesus. Aquelas almas que ganhamos para o Senhor são como
ofertas que estamos consagrando diante do altar de Deus. Assim como
frutos das primícias, que se apresentavam no templo, assim, também, essas
almas representam esses frutos das primícias.
No mesmo texto de Romanos 15.16, Paulo diz: „...o dever sacerdotal
de proclamar o evangelho de Deus para que os gentios se tornem uma
oferta aceitável a Deus e santificada pelo Espírito Santo‟. Por isso, Paulo
considerava a evangelização como serviço sacerdotal.
Quantos aqui são sacerdotes de Deus? Então, um dos nossos
sacrifícios que devemos ofertar a Deus como sacerdote é falar de Cristo; é
confessá-lO diante dos homens e ganhar almas para o seu Reino.
Paulo, também, considerava que pregar o evangelho era uma dívida
para com todas as pessoas. Ele diz isso em Romanos 1.14,15: „Eu sou
devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes.
E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o
evangelho‟, falando para os irmãos de Roma.
Então, irmãos, Paulo considerava como uma dívida que ele deveria
quitar. Mas não é apenas uma dívida para Paulo! Também é uma dívida para
todos nós. Porque desde o momento que Jesus Cristo ordenou, dizendo: „Ide
por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura‟ e também disse: „De
graça recebestes, e de graça dai‟, Ele contraiu uma dívida para todos nós.
De modo que se Ele disser ao ímpio: „Ó ímpio certamente morrerás!‟. E se
nós não avisarmos ao ímpio, o ímpio vai morrer na sua iniquidade, mas o
seu sangue, Deus vai demandar das nossas mãos (Ez 33.8). O sangue do
ímpio, Deus irá cobrar de nós!
Cada crente é responsável, diante de Deus, pelas almas que estão
debaixo de condenação. É por isso que Provérbio diz: „Apressa-te (correr
32
com urgência) para salvar aqueles que estão caminhando para perdição‟
(Pv 24.11 ARA).
Mas, Paulo vai muito mais além do que uma dívida, e diz que para
ele pregar o evangelho é uma obrigação. Isso está em 1ª Coríntios 9.16,17:
„Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é
imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por
isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas
uma dispensação me é confiada‟.
De boa vontade (ou boa mente ou boa disposição) ou de má vontade,
o crente tem essa obrigação de falar a palavra de Deus para as pessoas.
Paulo considerava pregar o evangelho como a coisa mais importante
do que a sua própria vida. Em Atos 20.24, Paulo diz aos anciãos de Éfeso:
„Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com
alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para
dar testemunho do evangelho da graça de Deus‟.
Paulo diz que recebeu uma carreira de Deus, quer dizer, uma
profissão do Senhor, um ministério de Deus, e que ele deveria cumprir esse
ministério até o fim, nem que seja com a sua própria vida. E, no texto que
lemos no início, Paulo diz que acabou a carreira. Ele concluiu a sua carreira
de uma maneira fiel, pois ele disse: „guardei a fé‟. E estava de fato pronto
para ser sacrificado, pois disse: „Desde agora estou pronto para ser
aspergido como sacrifício diante de Deus‟.
Irmãos! Deus tem uma carreira para cada um de nós. E a nossa
carreira e ministério prioritário é falar a palavra de Deus; é divulgar o
evangelho do Senhor Jesus Cristo.
Gostaria de citar algumas coisas que Paulo não deixava impedir a
sua carreira; dele cumprir a missão de pregar o evangelho. Ele sabia que
pregar o evangelho era um combate, mas ele estava disposto a enfrentar esse
combate; a guerrear essa guerra do Senhor; a militar essa milícia de Deus. E
nesse combate, ele não deixava que coisa alguma lhe impedisse de falar à
alguém a palavra de Deus.
E entre essas coisas estava a doença. Paulo não deixava a doença lhe
impedir de pregar o evangelho. Em Gálatas 4.13: „E vós sabeis que primeiro
vos anunciei o evangelho estando em fraqueza da carne‟. Paulo chegou,
naquela região, debilitado e fraco na sua carne, mas isso não impediu dele
divulgar em toda a região da Galácia. Não se sabe qual tipo de enfermidade
Paulo sofria. Alguém dizia que ele sofreu de uma sequela em seus olhos que
ele contraiu quando ia à caminho de Damasco, e avistou uma grande luz,
ficando três dias cego.
Outros comentaristas vão ao absurdo, e dizem que Paulo sofria de
epilepsia quando ele disse que o demônio lhe esbofeteava. Mas seja qual for
o tipo de enfermidade que o apóstolo Paulo sofria e as dores cruciantes que
sentia, essas coisas não impediam de divulgar a palavra de Deus.
33
Paulo, também, não deixava que as perseguições lhe impedissem de
proclamar a palavra de Deus. Ele não deixava o trabalho e nem a fatiga lhe
atrapalhar. Paulo trabalhava dia e noite, como ele mesmo afirmou, mas
mesmo ele trabalhando de dia e de noite, não deixava que o trabalho
material tirasse todo o seu tempo de divulgar a palavra de Deus. Trabalhava
nos dias semanais, mas nos finais de semanas Paulo se entregava totalmente
a pregação do evangelho.
Paulo não tinha essa desculpa de que estava cansado, afadigado e
estressado. Pois mesmo afadigado, esgotado e exaurido, Paulo ia pregar o
evangelho. Porque ele sabia que essa era a sua missão; essa era a sua
vocação que tinha recebido de Deus.
Paulo não deixava que os negócios desta vida lhe embaraçasse o seu
caminho. Ele também não deixava que o medo, o acovardasse de pregar o
evangelho.
Então, temos muito que aprender desse missionário e evangelista
que estava disposto a superar qualquer obstáculo, a pagar qualquer preço e ir
as últimos consequências – como ele disse: „tudo faço‟, „tudo sofro‟ „para
tentar salvar alguns‟. Enquanto homens como Paulo se sacrificam, muitos
de nós não estamos nem aí para o trabalho da obra de evangelização e
estamos na nossa acomodação. Mas se Paulo no princípio dos séculos era
urgente e emergente pregar o evangelho, quanto mais para nós que vivemos
nos últimos dias em que os sinais estão se cumprindo categoricamente
diante de nós.
Por isso Paulo diz a Timóteo: „insista [persista] de pregar a
palavra‟, quer dizer, „persevere, torne uma pessoa constante, não desista‟.
Como evangelizar? O primeiro conselho em Paulo: Devemos pregar
o evangelho debaixo de uma vida de oração. Não se pode sair ao campo,
pregando o evangelho, se os evangelizadores não estiverem em oração
diante de Deus. Porque não podemos falar aos homens, sem antes falarmos
com Deus.
E qual é a importância da oração na obra da evangelização? É
porque através da oração recebemos a orientação do Espírito Santo. Isso
está em Atos 13.3,4 que mostra que antes da igreja enviar os apóstolos para
a evangelização, oraram e jejuaram, buscando a orientação de Deus, e no
versículo 4 diz que eles foram „enviados pelo Espírito Santo‟. Então para
sabermos onde devemos pregar, devemos buscar a orientação do Espírito de
Deus.
Através da oração, também, recebemos a inspiração do Espírito
Santo. Está em Efésios 6.18,19: „Orando em todo o tempo com toda a
oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e
súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja dada, no abrir da
minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do
evangelho‟.
34
É o Espírito que tem que colocar a palavra de Deus em nossa boca
para que possamos divulga-la. Recebemos essa inspiração do Espírito Santo
quando estamos em oração diante de Deus.
A importância da oração na evangelização é porque através da
oração recebemos a ousadia do Espírito Santo conforme está escrito em
Atos 4.31: „E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e
todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra
de Deus‟.
O que é ousadia? É a coragem de falar a palavra de Deus seja a
quem quer for. E ser cheio do Espírito Santo não estar restrito a ser batizado
com o Espírito Santo, mas em receber o poder e a graça do Espírito, e isso
acontece quando o crente está em oração diante de Deus.
Outra importância da oração é porque através da oração nos é dada a
oportunidade pelo Espírito Santo de Deus. Isso Paulo vai falar em
Colossenses 4.3: „Orando também juntamente por nós, para que Deus nos
abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo‟. A
oportunidade é Deus que lhe dar. Agora, quando Deus lhe der essa
oportunidade, não a deixe passar, mas aproveite. Quando Paulo disse:
„remindo o tempo porque os dias são maus‟ (Ef 5.16), algumas traduções
dizem: „aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm‟ (NTHL)‟ ou
„aproveitando ao máximo cada oportunidade (NVI)‟. Permita-me
parafrasear esse texto assim: „aproveite a oportunidade porque você não
sabe quando a terá outra vez‟.
Quando Deus abre uma porta para você falar a palavra de Deus à
alguém, essa pode ser a última oportunidade para aquela pessoa de ouvir o
evangelho, então não deixe de falar a palavra de Deus.
Esse é o primeiro requisito para se pregar o evangelho: a oração.
Não se pode formar um bom evangelista senão através da oração.
O segundo requisito que Paulo nos ensina é que devemos pregar o
evangelho debaixo duma vida de testemunho. Ele fala acerca disso na
2ª Coríntios 6.3: „Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o
nosso ministério não seja censurado‟, e em 1ª Coríntios 10.32: „Portai-vos
de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gentios, nem à
igreja de Deus‟.
O nosso testemunho é a nossa segunda pregação! As pessoas só irão
dar valor as nossas palavras se estiverem conferidas com as nossas ações.
Porque a nossa pregação é apenas uma voz! Cessa-se a voz, esquece-se o
conteúdo da pregação, mas o pregador continua vivendo depois do púlpito.
Portanto a vida dele é que vai fazer a diferença na sua pregação e no seu
testemunho do evangelho.
E falando de testemunho de vida isso inclui o nosso jeito de falar
com as pessoas acerca do Cristo. Paulo vai dar vários conselhos de como
devemos falar. O primeiro conselho está em Colossenses 4.6: „A vossa
35
palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como
vos convém responder a cada um‟.
Devemos falar de modo agradável! Quando o crente saí para
evangelizar, ele tem que usar de gentileza, ele tem que falar a palavra de
Deus de uma maneira delicada às pessoas, com cortesia, com educação. Ele
tem que ser educado para não abusar do tempo que ele gasta na casa da
pessoa. Pois a sua palavra em vez de ser uma palavra agradável, acaba se
tornando uma palavra irritada por causa do longo tempo. Porque as pessoas
têm seus afazeres, às vezes está com alguma coisa no fogo, preparando a
comido, e larga tudo para lhe atender. E aí você começa um blá-blá-blá,
falando sem parar, e a mente da pessoa começava a pensar nos seus afazeres
e se desligar totalmente do que você está tratando, e então, como diz Paulo,
você estará „como que falando ao ar‟ (1ª Co 14.9).
Por isso devemos ser conciso em nossa fala para ela ser agradável às
pessoas. Sempre trazendo aquele tempero. Não exagerando demasiadamente
e sem domínio. Mas falar de uma maneira equilibrada.
Outro conselho que encontramos sobre o modo de falar está na carta
de Pedro que devemos falar de modo amável - „estai sempre preparados
para responder com mansidão e temor (respeito) a qualquer que vos pedir a
razão da esperança que há em vós‟ (1ª Pe 3.15) – O crente tem que pregar o
evangelho com mansidão, respeitando as pessoas. Ele não pode ofender, ser
uma pessoa grosseira. Ele não pode ir para a casa da pessoa para contender.
Paulo diz que „ao servo do Senhor não convém contender, mas ser
manso‟ (2ª Tm 2.24). Ele tem que aprender suportar a afronta, pois sabe que
estar em um terreno que não é dele, e sabe, também, que pode se deparar
com qualquer tipo de pessoa, com aqueles que ouvem com gratidão a
palavra de Deus, mas, também, com aqueles que se irritam e detesta os
crentes.
Por isso o crente tem que ser afável, amoroso e manso para falar a
palavra de Deus. Sem preconceitos, sem palavras ásperas, sem mandar as
pessoas irem para o inferno, sem chamar as pessoas de demônios, mas saber
conduzir a palavra com mansidão e de maneira amorosa.
Paulo, também, aconselha em Tito 2.8 que devemos falar de modo
sadio – „Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se
envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós‟ (Tt 2.8) – o crente está
falando de coisas celestiais, de coisas preciosas, então, ele tem que escolher
a melhor palavra, usar o melhor vocabulário, para transmitir essas
preciosidades da palavra de Deus. Ele tem que deixar de lado as gírias.
O crente não pode chegar na casa de um cidadão, dizendo: „Ó cara!
É o seguinte macho! Jesus é a melhor dose‟. Não! Ele tem que usar palavras
salutares. Não devemos destratar ninguém. Se estivermos falando com uma
pessoa adulta ou idosa, devemos chama-la de „senhor‟ ou de „senhora‟, com
uma moça de „senhorita‟.
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Devemos ter bons tratos com as pessoas. Chegue a uma casa, se
apresente, diga o seu nome, informe qual é a igreja que você se congrega, e
então, fale a palavra de Deus. Não se esqueça de pergunta o nome da
pessoa, e se dirija à ela pelo nome. Isso irá causar-lhe boa impressão. E com
certeza quando você passar ali outra vez será bem recebido.
Não grite na casa das pessoas! Há alguns irmãos que fala tão alto
que cospe as pessoas. Às vezes o indivíduo tem mau hálito, e sabe que tem
mau hálito e fala encima das pessoas. Tome cuidado com a higiene bocal,
irmão!
Em Efésios 4.29 Paulo fala de outro modo como devemos conduzir-
nos diante da palavra de Deus, de uma maneira sábia – „Não saia da vossa
boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a
edificação, para que dê graça aos que a ouvem‟ (Ef 4.29). Você está indo
pregar a palavra de Deus é para promover graça nas pessoas; para fazer com
que as pessoas se interessem pela palavra de Deus.
Você não está indo para falar mal das outras igrejas, para falar mal
dos pastores, para falar mal dos crentes, para difamar alguém. Não! Você
está ali para falar a palavra de Deus.
Acerca do nosso testemunho, Paulo, também, inclui o nosso jeito de
se comportar. Em Efésios 5.15, ele diz: „Portanto, vede prudentemente
como andais, não como néscios (pessoas tolas, idiotas, imbecis), mas como
sábios‟. Quando você chegar na casa de alguém, chegue com sabedoria.
Não vá invadindo, sem a pessoa lhe convidar. Não chegue sentando, sem a
pessoa lhe permitir. Não mexa em nada, a não ser se a pessoa deixar. Deve-
se pedir água sim, mas com educação. Aprenda se comportar com educação
na casa alheia.
Deve-se saber calar para ouvir a outra falar. Às vezes uma pessoa
fala, fala e fala e não deixa a outra se defender.
O nosso testemunho também inclui o nosso jeito de se vestir.
Filipenses 1.27: „Deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de
Cristo‟. Não devemos sair evangelizando vestido de qualquer maneira. As
mulheres devem evitar roupas extravagantes e sexuais, e os homens devem
evitar roupas relaxadas e inconvenientes. Às vezes a pessoa vai fazer visita
de discipulado de chinelo; evangelizar com a blusa do lá de fora, com a
camisa de time de futebol, de deputado, de propaganda.
Não! Meu irmão! Você tem que ir bem vestido! Porque você tem
que refletir a luz de Cristo também nas suas vestes. Você é um soldado de
Cristo, por isso deve estar bem arrumado para causar boa impressão nas
pessoas.
Vá limpo, não vá com cabelo assanhado, não vá sujo e nem
fedorento pregar a palavra do Senhor. Você está falando de algo precioso e
de grande valor, que é a pregação do evangelho. Olhe como estão suas
37
mãos, suas unhas, sua Bíblia. Tome cuidado com a sua aparência, pois ela,
também, conta.
Às vezes, a irmã vem com a saia tão curta, que a pessoa não olha
para palavra de Deus, mas para as coxas da irmã. Igualmente com roupas
decotadas. Em vez de você conduzir a glória de Deus, está induzindo à
tentação. Portanto, tome cuidado com as suas vestes, isso, também, é
importante.
Devemos evangelizar baseando nossa pregação nas Escrituras
Sagradas. Em Atos 17.2,3, deparamos com Paulo evangelizando. E assim
está escrito: „[Paulo] discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando
e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos‟
(NVI). À Timóteo, ele disse: „Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da
verdade‟ (2ª Tm 2.15).
A „Palavra da Verdade‟, as „Escrituras Sagradas‟, a „Bíblia‟ é a
nossa ferramenta de evangelização. É o nosso instrumento de trabalho. E
como ferramenta e instrumento, devemos saber manuseá-los bem. Devemos
conduzir às pessoas para Palavra de Deus como fazia Paulo. Provando nas
Escrituras tudo quanto dizermos às pessoas. Sim, temos que mostrar o texto
da palavra de Deus.
Pois como crentes vão à casa de pessoas descrentes, e falam e falam,
mas não mostram nenhum texto bíblico!? A Escritura diz que a fé vem pelo
ouvir, mas não é ouvir as nossas palavras, é ouvir a palavra de Cristo. Se a
pessoa fizer perguntas, responda indicando na Palavra de Deus. A pessoa
questionou uma doutrina, prove-a baseada na Palavra de Deus.
Não devemos basear a nossa pregação em fábulas, invenções, contos
e hinos, mas na Palavra de Deus. Abra a Escritura, mostre o texto, e se
possível peça a pessoa para ler.
O evangelismo não é simplesmente entregar literatura nas casas ou
panfletar, evangelizar é falar com as pessoas; é discutir, em bom sentido,
baseando-se nas Escrituras.
Portanto, aquele se se dispõe a evangelizar, tem que conhecer a sua
ferramenta. Você pode se deparar com uma testemunha de jeová, um
carismático, um mórmon, um adventista; e, todas essas pessoas leem a
Bíblia.
Então, procure ler também a Palavra de Deus; procure aprender as
doutrinas bíblicas. Se prepare para a batalha! Se apronte para a guerra! Pois
é isso que a evangelização é. Uma guerra, uma batalha, um combate, uma
milícia! E você vai todo desajeitado, e não sabe nem se quer conduzir a sua
arma. Aprenda conduzir a sua arma, para você dar um tiro certo.
Outro conselho de Paulo acerca do evangelismo é que devemos
pregar o evangelho dentro de uma esfera de ação. Leiamos 2ª Coríntios
10.13-16: „Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos
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o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós.
Porque não ultrapassamos os nossos limites como se não devêssemos
chegar até vós, posto que já chegamos até vós com o evangelho de Cristo;
não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança
de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre
vós, dentro da nossa esfera de ação, a fim de anunciar o evangelho para
além das vossas fronteiras, sem com isto nos gloriarmos de coisas já
realizadas em campo alheio‟.
A igreja local tem uma esfera de ação, um limite em que ela prega o
evangelho sem interferir no campo de outra igreja local. Isso aqui no
Palmeiras é importante, haja visto que há várias congregações do mesmo
ministério. Então cada congregação dessas tem que ter a sua esfera de ação,
o seu território, o seu campo de evangelismo, para que ali ela possa semear
a palavra, colher e avaliar o resultado. A nossa esfera de ação, por exemplo,
abarca o Jagatá, algumas ruas a nossa frente e a nossa retaguarda,
respeitando o limite da congregação da Rua Ângela Diniz, da Maysa, da
Valparaiso e da Salmão. Devemos trabalhar dentro do limite que Deus nos
colocou.
Estamos aqui, no Palmeiras, desde 1981. Será que todas as pessoas
dentro do nosso campo de ação já ouviram o evangelho? Será que já fomos
a cada de cada uma dessas pessoas? Temos que cobrir a área que Deus nos
deu. Somos responsáveis, dentro dessa área, por cada casa, por cada pessoa.
As pessoas que morrem dentro dessa esfera de ação, sem ter o privilégio de
ouvir a palavra de Deus, serão cobradas da igreja da Codó [Salém], pois é o
limite que Deus nos deu.
É aquilo que Deus disse para Josué: „Todo o lugar que pisar a planta
do vosso pé, vo-lo tenho dado‟ (Js 1.3). Então, o Senhor nos deu essa região.
Não precisamos nos preocupar com Jangurussu, Sítio São João, Santa
Maria, Caucaia, os Interiores, pois, Deus nos colocou aqui, para evangelizar
aqui. Devemos cobrir essa área por completo, seja nos comércios, nas casas,
nas instituições, nas firmas. O que estiver construído dentro dessa área,
devemos alcançar e atingir.
Quem deve estabelecer os limites são os presbíteros das
congregações locais. Eles devem se reunir e estabelecer o limite de cada
congregação.
Outro conselho de Paulo acerca da evangelização é que devemos
pregar o evangelho com um grupo de cooperadores fiéis. Deve haver grupos
dedicados exclusivamente a evangelização. Paulo tinha esse grupo. Quando
ele escreve a sua carta à Filemon, ele diz: „Marcos, Aristarco, Demas e
Lucas, meus cooperadores‟ (Fm 24). Em Filipenses 4.3: „E peço-te também
a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que
trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros
cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida‟.
39
Então, devem-se estabelecer grupos de evangelismo na igreja.
Cooperadores fiéis que cumpram com o horário de modo pontual e que
tomem sobre si a responsabilidade, sem negligenciar, e cumprir a sua tarefa
com eficiência. Esse grupo tem que se reunir para orar e buscar a direção de
Deus. Tem que meditar na palavra de Deus. Precisamos de cooperadores!
Não devemos evangelizar simplesmente quando der vontade de
evangelizar, temos que seguir regras, métodos, padrões, para fazermos uma
coisa bem feita – „Domingo, evangelizamos a Rua Cabo Verde, já falarmos
com todas aquelas pessoas e fomos a todas aquelas casas, então, vamos
agora a tal rua‟. Temos que nos organizar e fazer o trabalho organizado.
Não é sair pelo mundo desorientando e decidindo no caminho a aonde ir.
Não! Temos que mapear a nossa área e dividir o grupo de dois em dois. Não
tem esse negócio de: „Eu não vou porque não tenho experiência, não sei
falar, eu só vou se for com o irmão fulano de tal‟. Você tem que se preparar,
meu irmão, para o evangelismo. Requer-se preparação! Senão você vai
passar vergonha e vai ficar intimidado. Estamos aqui para nos preparar para
evangelizar.
Chegando a uma casa um fala, e o outro fica orando. Não se meta!
Não atrapalhe! Deixe seu irmão falar. Noutra casa, você fala. Vamos nos
organizar.
Penúltimo conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho cônscio
de que haverá opositores. Em 1ª Coríntios 16.9: „Porque uma porta grande
e eficaz se me abriu; e há muitos adversários‟. Não pense que Satanás está
satisfeito com a obra de evangelismo da igreja. De modo nenhum! Ele é
aquela ave de rapina que rouba a semente que é lançada. Em
1ª Tessalonicense 2.18 está escrito: „Por isso bem quisemos uma e outra vez
ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu‟. Satanás
é astuto para impedir a obra de evangelização; para trazer embaraço.
Quando se levanta um grupo na igreja com o objetivo de
evangelizar, Satanás coloca aquele grupo na sua mira. É por isso que Paulo
disse: „No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu
poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar
firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais‟ (Ef 6.10-12).
Uma dessas armaduras é calcar os pés na preparação do evangelho
da paz! Devemos pregar o evangelho preparados, sabendo que teremos
opositores, perseguidores, blasfemadores, zombadores, caluniadores.
Pessoas que até tentarão bater em sua cara; colocar o dentro em seu nariz e
mandar você se calar. Você tem que contar com isso! Não pense que vai ser
sombra e água fresca. Você vai encontrar opositores. Homens ateus e
40
céticos, que tem ódio de crente, ódio da palavra de Deus. Mas essas pessoas
têm que ouvir o evangelho.
E último conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho debaixo da
autoridade da igreja local. Paulo fez muitas viagens, ele pregou o evangelho
a muitas pessoas, mas todas essas viagens que ele fez, estava debaixo da
igreja de Antioquia. A igreja lhe enviava, e depois ele retornava para a
igreja. Em Romanos 10.14,15 está dito: „... e como ouvirão, se não há quem
pregue? E como pregarão, se não forem enviados‟.
É debaixo da autoridade do pastor que o ministério local realiza a
evangelização no seu bairro. O crente não junta um grupinho separado,
depois sai ao léu, evangeliza e não dar satisfação a ninguém. Não! Ele tem
que evangelizar, mas comunicando a sua igreja, e depois prestando conta e
trazendo o relatório.
Foi isso que Paulo fez em Atos 14.26,27: „E dali navegaram para
Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra
que já haviam cumprido. E, quando chegaram e reuniram a igreja,
relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos
gentios a porta da fé‟.
Então, evangelize debaixo da autoridade da igreja e depois apresente
a essa igreja o relatório do seu evangelismo. Se você pretende evangelizar
além da sua esfera de ação, se dirija ao supervisor daquela área. Ou se você
pretende ir a outro bairro, cidade ou município, solicite uma carta de
recomendação a sua igreja local. Você tem que está debaixo da autoridade
da igreja local.
Palestra Ministrada no Culto das Primícias na AD-São Bernardo
Em 03 de Abril de 2011
Sobre Subi ao Monte
Leiamos Ageu 1.8: „Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a
casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o Senhor‟.
Eu quero dizer que a segunda etapa na vida do cristão, após ele ter
sido liberto de seus pecados, é subi o monte. Quando Moisés se encontrou
com Deus naquela grande visão da sarça ardente, Deus lhe disse que após
tirar o povo do Egito, com mão poderosa e braço estendido, Moisés deveria
conduzir o povo ao monte.
E de fato, quando Moisés libertou o povo do Egito, com todas
aquelas maravilhas, prodígios e sinais, que Deus fez por intermédio dele e
de Arão, ele conduziu o povo pelo deserto e o levou ao monte. Enquanto o
povo estava congregando ao pé do monte, diz a Escritura, que Deus desceu
41
no monte em chama de fogo, e o monte fumegava, a fumaça subia como a
fumaça de uma fornalha. Todo o monte tremia grandemente! E diz que
havia nuvem escura, trovões, relâmpagos e um grande sonido de trombeta.
Diz a Escritura que Moisés e o povo ficaram assombrados, e
tremiam muito diante daquela manifestação do Todo-poderoso. Então Deus
se dirige ao povo e diz a Moisés: „Moisés, subi ao monte‟.
Entretanto, quando o povo viu aquele espetáculo, isto é, a visão da
manifestação poderosa de Deus, Israel se retirou, e fugiu para longe da
presença de Deus. Moisés, porém, subiu ao monte, e o povo ficou longe do
monte.
Conto essa história para dizer que Deus requer de cada um de nós
que subamos ao monte de Deus, e que não fiquemos ao pé do monte. Deus,
após nos libertar de nossos pecados, Ele quer ter uma relação mais
profunda, mais íntima conosco; uma comunhão mais estreita com a gente.
De uma maneira muito especial, Ele pretende que tenhamos uma
experiência mais profunda com Ele.
E para isso é necessário subimos o monte de Deus, e não ficarmos,
apenas, como meros expectadores ao pé do monte. Porque é no monte da
presença de Deus que o fogo queima mais intensamente.
Quando Moisés se encontrou com Deus, a primeira vez, no monte,
ele viu apenas viu um fogo queimando a sarça, mas, agora na segunda vez,
ele ver todo o monte fumegando, todo monte em fogo. Porque a presença de
Deus se manifestou mais intensa, mais poderosa, na vida de Moisés.
Deus não queria que o povo ficasse conformado de estar, apenas, ao
pé do monte, se esquentando longe com a chama. Eles queria, de fato, que o
povo experimentasse o fogo mais poderosamente, que enchesse a sua alma
da presença dEle. Pois assim diz o escritor aos Hebreus: „O nosso Deus é
um fogo consumidor‟. E esse Fogo Consumidor que se revelou aquele povo,
quer, também, se revelar a nós, pois estamos em Sua presença.
Isso me faz lembrar-se daquele memorável Dia de Pentecoste,
quando 120 discípulos estavam na presença de Deus, buscando uma
experiência impar que Deus havia prometido; algo que os discípulos ainda
não tinham experimentados, apenas tinham ouvido falar.
E depois de dez dias de busca em oração, em perseverança na
presença de Deus, diz a Escritura que cumprindo-se o dia de pentecoste
estavam todos reunidos no mesmo lugar, e de repente veio um vento forte e
veemente que encheu toda a casa, e viu-se um fogo em forma de língua que
foi repartida sobre cada um deles, e todos foram cheios do Espírito Santo, e
começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes
concedia.
É essa experiência poderosa com Deus que Ele quer que cada um de
nós experimentemos, uma vida cheia do Espírito Santo para sermos
queimados por Ele, salpicados nEle, na presença dEle.
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Coletânea de mensagens e palestras 3ª parte

  • 1. 1
  • 2. 2 COLETÂNEA DE MENSAGENS E PALESTRAS DE EDINALDO NOGUEIRA 3ª PARTE Edinaldo Nogueira E-mail: nogueira.edinaldo@gmail.com (caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail)
  • 3. 3 Dedicatória Dedico este livro a Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no poder do Espírito Santo! À minha digníssima e amada esposa, Claudete Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline. Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo, Edvaldo, Eduardo e Paula. À todos os amados irmãos em Cristo que amam as Doutrinas Cristãs. A todos os leitores dedico este livro.
  • 4. 4 PREFÁCIO Este livro é o terceiro de uma série de livros que trazem minhas mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as). E a todos os membros, presentes e futuros, da congregação da AD/Salém-Palmeiras. Letícia, leia meus livros, e incentive seus filhos a lê-os também, e peça que eles incentivem os filhos deles a lerem. Conheçam minhas crenças e meus valores. Esses são minha herança e meu legado que eu deixo para vocês. Edinaldo Nogueira
  • 5. 5 ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS Sobre a Conversão de Paulo .......................................................... 006 Sobre as Viagens Missionárias de Paulo ....................................... 012 Sobre Como Evangelizar ................................................................ 028 Sobre Subi ao Monte ....................................................................... 040 Sobre a Doutrina da Trindade ........................................................ 047 Sobre as Três Coisas ....................................................................... 058 Sobre os Nomes e Símbolos do Espírito Santo ............................... 061 Sobre o Espírito Santo - Agente Capacitador da Obra de Deus ... 070 Sobre os Dons que Manifestam a Sabedoria de Deus..................... 079 Sobre Qual é o Estilo Musical de Deus .......................................... 088 Sobre Levantai! Ó Portas as Vossas Cabeças ................................ 099 Sobre o Genuíno Culto Pentecostal ................................................ 103 Sobre a Assembleia de Deus - 100 Anos de Pentecostes ................ 112 Sobre o Tribunal de Cristo ............................................................. 138 Sobre Uma Igreja Autenticamente Pentecostal .............................. 149 Sobre Conservando a Pureza da Doutrina Pentecostal ................. 158 Sobre Aviva, ó Senhor, a Tua Obra ................................................ 174 Sobre A Nova Criação em Cristo ................................................... 186 Sobre A Comissão Cultural e a Grande Comissão ........................ 195 Sobre O Evangelho Objetivo e o Evangelho Subjetivo ................... 205 Sobre A Eficácia do Testemunho Cristão........................................ 209 AUTOBIOGRAFIA (1) .................................................................... 219 Sobre A Justificação do Ímpio........................................................ 223 AUTOBIOGRAFIA (2) .................................................................. 225
  • 6. 6 Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 27 de Fevereiro de 2011 Sobre a Conversão de Paulo Quem era Saulo de Tarso? Saulo pertencia a uma das tribos de Israel, a tribo de Benjamim. A mesma tribo do primeiro rei de Israel, Saul. Então, não é à toa que ele se chamava Saulo, pois, Saulo é um equivalente grego do nome Saul em hebraico. Seus pais lhe colocaram esse nome em homenagem ao rei Saul. Vamos ler dois textos bíblicos: Rm 11.1: „Digo, pois: Porventura rejeitou Deus o seu povo? De modo nenhum; porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim‟. Fp 3.5: „Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu‟. O que significa „hebreu de hebreus‟? Havia dois tipos de judeus. Um judeu hebreu, e um judeu helenista. O que é um judeu helenista? São aqueles cujo um dos pais não era judeu, nasceram fora da terra de Israel e falavam o grego. E um judeu hebreu? Aquele cujos pais eram hebreus, quer dizer, judeus sem misturas com outras raças e falava o hebraico. Paulo se considerava hebreu de hebreus, isto é, ele considerava que seu sangue hebreu não tinha mistura, era um judeu nato. Muito embora, Paulo tenha nascido em Tarso, ele se considerava hebreu de hebreus porque o seu pai e a sua mãe eram hebreus. Não eram, por exemplo, um judeu e grego ou um judeu e um romano. Portanto, Paulo se considerava um judeu puro. Ele nasceu de uma mãe judia e de um pai judeu. É bom sabermos fazer essa distinção porque os escolhidos 144 mil remanescentes israelitas eleitos e predestinados são dentre os judeus puros, por isso está escrito: „Estes são os que não estão contaminados com mulheres; porque são virgens (puros)‟ (Ap 14.4). Ou seja, não são contaminados com nações gentílicas. Esses se constituem o novo Israel, o povo eleito do Messias na nova aliança. Enquanto, que os judeus que não são puros são considerados como gentios, cuja salvação será incluída entre a grande multidão de gentios que aparece em Ap 7.9: „Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas‟. Os pais de Paulo eram tão religiosos que o conduziram dentro da religião judaica conforme a lei de Moisés. De modo, que no oitavo dia, ele foi circuncidado. Nesse dia ele recebeu o nome de Saulo. Deixa-me dar uma nota explicativa. Quando Israel foi levado cativo para Babilônia, na época de Nabucodonosor, os judeus deixaram de falar a língua hebraica, pois a considerava um idioma tão sagrada que não era digno de ser pronunciado em terra estrangeira. Então, começaram a falar o
  • 7. 7 aramaico. Quando eles retornaram de Babilônia, não sabiam mais falar o hebraico, apenas os sacerdotes e escribas conservaram o idioma. Assim, o hebraico era falado apenas nas cerimônias religiosas e o aramaico era falado no dia-a-dia, no comércio e em casa. Mas todo judeu aplicado às Escrituras sabiam falar tanto o aramaico como o hebraico. Paulo era um judeu aplicado, ele era um fariseu. O judaísmo era dividido em várias seitas. Havia os saduceus, os fariseus, os essênios, os zelotes e o grupo dos escribas. Havia, também, o Sinédrio formado por 71 rabinos entre os quais estavam saduceus e fariseus. E os fariseus e os saduceus eram divididos em várias classes lideradas por rabinos. Quando um judeu iria se formar, escolhia uma dessas classes, digamos assim, universidades rabínicas. Essas universidades religiosas viviam em conflitos umas com as outras. Tanto fariseus como saduceus tinham interpretações conflitantes. Até mesmo entre os próprios fariseus havia divergência nas interpretações das Escrituras. Paulo, por sua vez, foi formado na universidade dos fariseus. Podemos, também dizer que, Paulo era um poliglota, pois falava quatro idiomas. Ele falava o hebraico, o grego e o aramaico e possivelmente também o latim. Saulo nasceu em Tarso, cidade da Cilícia. Leiamos alguns textos bíblicos. Atos 21.39: „Mas Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém, que me permitas falar ao povo‟. Atos 22.3: „Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois‟. Tarso não era uma cidade muito importante como Antioquia na Síria, Atenas na Grécia e Alexandria no Egito. Porém, era uma cidade importante. Era uma metrópole, onde havia universidades e ginásios. Era uma cidade portuária e comercial. Não se sabe quais os motivos que levaram a família de Saulo sair da Palestina para ir morar em Tarso. Acredita-se que foi por razões comerciais, haja visto que o pai de Saulo trabalhava em fazer tendas e em Tarso esse comércio de fazer tendas era muito lucrativo naquela cidade. A cidade de Tarso era uma das províncias do império Romano. Quando Roma dominou os países, estendeu em cada região, digamos assim, uma capital de onde governava aquela localidade, essa capital se chamava província. Por exemplo, a província da Palestina era a Cesaréia, ali o império delegava um governador. Portanto, Saulo nasceu em uma cidade importante, onde morava o governador e dominava toda a região da Cilícia. Vamos agora ver a formação religiosa de Saulo. Toda criança hebreia tem como objetivo na vida se tornar um conhecedor da sua cultura e religião judaica. Seguindo os preceitos da Torá, os pais tinham por
  • 8. 8 mandamentos de Deus inculcar na cabeça dos filhos as leis de Deus. Então, como Saulo nasceu e cresceu em uma família de judeus natos foi instruído na religião judaica. Como os judeus ensinavam seus filhos? Até aos cinco anos de idade, a educação religiosa estava sob a responsabilidade da mãe. Ela contava aos filhos as histórias dos hebreus e alfabetizava as crianças. De modo que com cinco anos a criança hebreia já sabia ler e conhecia a história do seu povo. Aos seis anos de idade, a educação desse menino é transferida para o seu pai. Seu pai, agora, é seu principal professor, que vai lhe ensinar a memorizar textos da Torá e os cânticos da Sinagoga. Nessa idade a criança era matriculada na Sinagoga. Como havia uma Sinagoga em Tarso, Saulo estudou ali com um mestre, até os seus 13 anos de idade. Quando o jovem judeu conclui, digamos assim, o seu curso médio, é levado a Sinagoga para ser diplomado, nesse dia ele passa a ser considerado como filho da lei. Agora ele teria o direito de ler as Escrituras hebraicas na Sinagoga. Nessa idade o jovem judeu sai do local onde ficavam as mulheres com seus filhos para participar diretamente da vida ativa na Sinagoga. Pois as mulheres e crianças ficavam como que por atrás das cortinas apenas ouvindo as reuniões nas Sinagogas. Nessa cerimônia, o rabino coloca no braço do jovem judeu uma porção das Escrituras chamada de filactérias, uma caixinha onde continha 30 versículos da Torá escritos em tiras de pergaminho. E todas as vezes que ele entrava na Sinagoga tinha que portar essa caixinha arramado em seu braço. E era sua obrigação conhecer de cor todos os textos da caixinha. Quando Saulo concluiu seus estudos em Tarso foi levado por seu pai à Jerusalém para cursar agora, digamos assim, sua faculdade. Em Jerusalém havia vários rabinos, dentre eles, seu pai escolheu Gamaliel para instruir Saulo. Gamaliel era considerado de uma grande autoridade nas Escrituras e no Sinédrio, tinha um grande destaque em Israel por ter sido neto de um grande rabino, chamado Hiel. Então, Saulo foi ensinado e criado aos pés de Gamaliel em Jerusalém. Talvez nessa época, Saulo tinha seus 16 anos de idade, e estudou uns 10 anos com Gamaliel. Concluiu sua faculdade, talvez no ano 26 D.C, provavelmente, com seus 24 ou 26 anos de idade. Ao terminar seus estudos em Jerusalém, Saulo retorna à Tarso. E, permanece ali, esperando, uma oportunidade para ser chamado para ministrar aulas como rabino. E enquanto isso trabalha com seu pai, fazendo tendas e vendendo-as. Pois esse era seu ofício que tinha aprendido de seu pai desde garoto. Vamos estudar um pouco sobre a formação cívica de Saulo. Segundo Claudionor de Andrade „Paulo tornara-se, por nascimento, cidadão de Roma, pois a cidade era província romana (At 22.25-29). Naquele tempo, a nacionalidade romana era adquirida de três maneiras: por direito de
  • 9. 9 nascença, por concessão imperial e por aquisição pecuniária (At 22.28; 23.27; 24.7,22)‟[Lição09-1ºTm/2011]. Quer dizer, ou a pessoa nasce romano ou adquiri isso por concessão do imperador, como por exemplo, o imperador chama alguém para servir ao governo romano como funcionário público, como soldado. Roma dá a essa pessoa o direito de cidadania romana. Ou através da aquisição pecuniária, quer dizer, através de uma grande soma de dinheiro, a pessoa podia comprar a nacionalidade romana. Paulo se tornou um cidadão romano por direito de nascimento. Leiamos um texto da Palavra de Deus. Atos 22.27,28: „E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim. E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento‟. Por isso que ele se chamava tanto de Saulo como de Paulo. Pois todo judeu que tinha duas nacionalidades, recebia dois nomes. Um nome gentio e um nome hebreu. O nome Paulo em latim é Paulus e em grego Paulo. Isso trouxe muitas vantagens para ele em sua obra missionária. Um cidadão romano não podia ser crucificado; um cidadão romano tinha o direito de apelar para o Supremo Tribunal e se julgado lá em Roma; um cidadão romano não podia ser açoitado sem que primeiro seja levado a julgamento; um cidadão romano não podia levar 40 chibatadas, apenas 39. Paulo era um cidadão romano de fato porque nasceu em uma província romana. É como, por exemplo, um casal de brasileiros que vão morar nos Estados Unidos, lá eles tem um filho. Esse menino nasce americano. Mas, também, é um brasileiro, pois seus pais são brasileiros. Assim aconteceu com Saulo de Tarso. Paulo, possivelmente, se tornou membro do Sinédrio em Jerusalém. Pois em Atos 26.10 supõe que ele pertencia ao Sinédrio. Sinédrio é a Suprema Coorte Judaica, aonde todos os casos religiosos eram julgados pelos sacerdotes e pelos rabinos. Atos 26.10: „O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra eles‟. Pela expressão „...eu dava o meu voto...‟ se supõe que ele pertencia ao Sinédrio. Pois a decisão no Sinédrio para réu de morte era feita mediante votação. Como se fosse um júri. Veja que o Sinédrio era formado por 71 anciãos. Um número ímpar para que as decisões nunca dê empate. Agora o Sinédrio não poderia executar ninguém. Pois Roma cassou de Israel o direito de aplicar a pena de morte. Eles julgavam as pessoas à pena de morte, mas era Roma que aplicava a pena de morte. Porém, no caso de Estevão, foi um fanatismo religioso. Estevão, não foi levado ao julgamento, mas a turba furiosa o apedrejou, e o poder de Roma fez vista grossa. Possivelmente Roma não iria condenada Estevão por questões religiosas. O
  • 10. 10 que leva Roma sentenciar uma pessoa à pena de morte é quando está em jogo a paz do império, isto é, quando a pessoa se torna uma ameaça ao império romano. Então, o Sinédrio tenta convencer o governador romano que tal pessoa é um rebelde como fizeram com Cristo. Quando Saulo estava em Tarso, em Jerusalém acontecia a história de Jesus, e lá ele ouvia notícias acerca dessa nova seita. E por ser criado em uma religião muito rigorosa e fanática, Saulo tornou-se um religiosos fanático, ou em suas palavras, „extremamente zeloso‟ (Gl 1.14). „Extremamente zeloso‟ era uma pessoa, que assim como Finéias, era capaz de transpassar um inimigo por amor à religião (Nm 25.7,8). Saulo tinha esse pensamento judaico: os rebeldes e blasfemadores tinham que serem mortos. Possivelmente, Saulo retornou a Jerusalém com 30 anos de idade para tentar conter o avanço do que eles chamavam „a seita dos nazarenos‟. É, aí, então que começa a perseguição contra os cristãos. Como aconteceu a conversão de Saulo? Saulo teve um encontro com Jesus no caminho de Damasco. Esse encontro foi registrado em três textos de Atos dos Apóstolos. Em Atos 9.1-9, escrito por Lucas; Atos 22.6-11, também escrito por Lucas, mas usando as palavras de Paulo; e Atos 26.13-18. Leiamos Atos 9.3-9: „E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu‟. Vamos analisar duas questões nesse texto: a primeira questão é uma suposta contradição. Leiamos Atos 9.7 e Atos 22.9. Atos 9.7: „E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém‟. Atos 22.9: „E os que estavam comigo viram, em verdade, a luz, e se atemorizaram muito, mas não ouviram a voz daquele que falava comigo‟. O primeiro texto diz que os homens „ouviram a voz‟, e o segundo texto diz que „não ouviram a voz‟. Isso não é erro de tradução. O Dr. Claudionor de Andrade disse: „Os que o acompanhavam não viram a ninguém. Aturdidos, ouviram, sim, a voz, mas não entenderam a mensagem (At 9.7; 22.9; cf. Jo 12.28-30)‟ [Lição 09-1ºTrim/2011].
  • 11. 11 Portanto, quando o texto diz que eles não ouviram a voz significa que eles não entenderam a mensagem. Nas línguas originais, o termo grego para „ouvir‟ tanto significar „escutar‟ como também „entender‟. Assim, eles ouviram a voz, mas não entenderam o conteúdo da mensagem. Se alguém falar comigo de longe, eu posso até ouvir a voz, mas às vezes, não entendo o conteúdo da fala. Isso aconteceu com os companheiros de Saulo quando iam no caminho de Damasco. Sabiam que alguém falou com Saulo, mas não sabiam o que aquela voz disse. A segunda questão é a crítica textual. Leiamos Atos 9.5,6 na Bíblia Corrigida e depois na Bíblia Atualizada. Bíblia Corrigida: Atos 9.5,6: „E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer‟. Bíblia Atualizada: Atos 9.5,6: „Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer‟. Há alguma diferença nesses textos? Cadê a parte do texto que diz „...Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor...‟. Por que na Bíblia Atualizada não consta essa parte do texto que se encontra na Bíblia Corrigida? As traduções da Bíblia Sagrada são baseadas em dois tipos de manuscritos. Uma classe de manuscritos chamados de „os mais originais‟ e outra classe considerada de „manuscritos contaminados‟. A primeira Bíblia traduzida do grego foi a Vulgata Latina. Quem fez essa tradução foi um monge chamado Jeronimo. Ele afirma que fez a sua tradução baseado nos melhores manuscritos hebraicos e gregos. Quando surgiu a máquina Prensa Móvel do inventor Gutenberg (1398-1468)... antes disso, tudo era escrito a mão, depois dele, surgiu as letras impressas. Pois bem, quando Erasmo de Rodertã produz o Novo Testamento em grego impresso, fez baseado nos manuscritos gregos. Porém, ele não encontrou essa parte do texto nos manuscritos gregos. Todavia, ao examinar a Vulgata constava o texto. Então, ele concluiu que Jeronimo fez essa tradução de um manuscrito que existia na sua época, mas que se perdeu. E resolveu colocar em sua tradução grega impressa. A tradução da nossa Bíblia Corrigida foi baseada no texto grego de Erasmo. Por isso que essa tradução é considerada um texto contaminado porque além de ser baseada nos manuscritos gregos, também, foi baseada nos manuscritos latinos. Por isso que encontramos alguns textos que não consta nos manuscritos gregos, mas nos manuscritos latinos. No decorrer dos anos, devido a descobertas de outros manuscritos, fizeram outra tradução em português baseada unicamente nos manuscritos
  • 12. 12 gregos considerados mais originais. Assim, a Bíblia Atualizada é baseada em manuscritos diferentes da Bíblia Corrigida. E, alguns textos que não foi encontrado nesses manuscritos originais, a Bíblia Atualizada os colocou entre colchete. Outros, porém, ela tirou totalmente. Como nesse caso de Atos 9.5,6. Porém, essas diferenças nas traduções não alteram e nem afetam a doutrina e a história, apenas enriquece o texto bíblico. O texto mais combatido é 1ª João 5.7: „Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um‟. Conta alguns críticos textuais, que quando Erasmo chegou nesse versículo, ele não o encontrou nos manuscritos gregos. Ele se dirigiu para o papa que inspecionava a tradução e disse: „Esse texto não consta nos manuscritos gregos, apenas nos manuscritos latinos‟. Então o papa lhe disse: „Crie um manuscrito grego que traga esse versículo‟. Dizem que Erasmo, talvez no século XVI, produziu esse manuscrito grego. Outros, porém, dizem que foi apresentado a Erasmo um manuscrito que continha esse texto. Tal manuscrito foi produzido nessa ocasião por erudito. Há outras estórias sobre a origem desse texto. De modo que esse texto é considerado por alguns críticos textuais como um texto não inspirado, mas um acréscimo ao texto das Escrituras. Todavia, há outros teólogos que contam outras estórias e afirmam que esse texto é original. Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 27 de Março de 2011 Sobre as Viagens Missionárias de Paulo Hoje é o nosso encerramento de um trimestre maravilhoso em que tivemos o privilégio de estudarmos o livro dos Atos dos Apóstolos, que é quase a história das Assembleias de Deus, porque nossos pioneiros basearam suas vidas e suas doutrinas nesse maravilhoso livro, que não é Atos dos Apóstolos, mas Atos do Espírito Santo. Esse livro tem inspirado a vida de muitas igrejas. Irei falar sobre as viagens missionárias de Paulo. Na verdade, para falar desse assunto seria necessário um trimestre inteiro, pois os eventos narrados nesse assunto abrangem muitos conteúdos para serem lecionados em uma simples palestra. Porém irei tentar fazer um „milagre‟. É claro que não entrarei em muitos detalhes, mas certamente, iremos ter uma visão geral dessas viagens missionárias e como Paulo implantou igrejas em terras ainda virgens para o Evangelho.
  • 13. 13 Mapa 01 Todavia, antes de entrarmos em nosso assunto, é necessário fazer uma introdução acerca das províncias romanas. Os imperadores quando começaram a agregar territórios ao Império Romano, dividiram esses territórios em várias províncias romanas. Assim como o Brasil na época imperial era dividido em províncias (foram essas províncias que se tornaram nos Estados da Federação Brasileira), assim também, nos impérios antigos, como a Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma, suas terras eram divididas em várias províncias. Iremos conhecer algumas dessas províncias. Havia províncias próximas ao litoral do Mar Negro, províncias próximas ao litoral do Mar Egeu, províncias próximas ao litoral do Mar Mediterrâneo e províncias internas. Quais são essas províncias? Temos as províncias da Ásia no litoral do Mar Egeu: Mísia, cidade: Trôade (At 16.7,8); Lídia, cidades: Filadélfia, Tiatira e Éfeso; Cária, cidades: Mileto e Cnido (At 20.15; 27.7) e Frígia, cidades: Laodicêia, Hierápolis e Colossos (At 16.6). Temos as províncias do Litoral do Mediterrâneo: Lícia, cidades: Pátara e Mira (At 27.5); Panfília, cidade: Perge (At 14.13) e Cilícia, cidade: Tarso. Temos as províncias do Litoral do Mar Negro: Ponto (At 18.2), Paflagônia (não é mencionada na Bíblia) e Bitínia (At 16.6; 1ª Pe 1.1), cidades: Nicéia e Calcedônia. Temos as Províncias no Interior da Ásia Menor: Galácia, distrito: Licaônia e cidades: Icônio, Listra e Derbe; distrito: Pisídia, cidade: Antioquia; Frígia (uma parte dessa província ficava na Ásia e outra na Galácia), cidades: Antioquia e Icônio; e Capadócia [a maior província da Ásia Menor] (At 2.9; 1ª Pe 1.1). Lembram-se dos Pais Capadócios: Basílio, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo que deram uma grande contribuição para o desenvolvimento da doutrina da Trindade. E por último, temos na Palestina as províncias da Judéia e da Síria. Essas províncias eram divididas em duas categorias: as províncias imperiais, que são aquelas governadas diretamente pelo Império Romano, onde havia procuradores colocados pelos imperadores, algumas são: Cilícia, Galácia, Síria e Judéia. Na época da crucificação de Jesus, o procurador da Judéia era Pôncio Pilatos (26-36 d.C.). E havia, também, as províncias senatoriais, governadas por senadores de Roma, onde eles colocavam governadores chamados de procônsulos, algumas eram: Chipre, Macedônia, Acaia e Ásia. Os procônsulos prestavam contas aos senadores de Roma, e esses, por sua vez, prestavam contas ao Imperador de Roma.
  • 14. 14 Dentro das províncias havia os distritos, que eram grandes regiões que ficavam dentro de uma província, por exemplo: Pisídia (At 13.14 BLH), Licaônia (At 14.6 BLH), Mísia (At 16.7) e Frígia (At 18.23). E havia também as colônias, que eram cidades destinadas pelo Senado de Roma para a habitação de cidadãos romanos, como: Filipos (At 16.12), Corinto, Siracusa, Trôade, Antioquia da Pisídia, Listra, Ptolemaida e Icônio. Essas colônias gozavam de certos privilégios, como por exemplo: não pagar impostos ao imperador romano. Temos nessa foto o mapa de uma parte do continente asiático (ver Mapa 02). É nesse continente que está localizada a janela 10/40, onde se encontra os países que seguem a religião budista, hinduísta e islâmica. Esses países são fechados para o Evangelho. Eles se constituem uma cortina de resistência à pregação do Evangelho. Eu mostro esse mapa para que vocês não confundam o continente da Ásia com a Ásia Menor. A Ásia Menor é uma região dentro do continente da Ásia, onde hoje, se encontra a Turquia. Note que acima da Turquia se encontra o Mar Negro, após esse Mar, ficam os países da antiga União Soviética, que se encontram ao Norte de Israel, chamados na Bíblia de Gogue e Magogue. Foi na Turquia (Ásia Menor) que Paulo desenvolveu a maior parte de seu ministério. E na atualidade os povos menos evangelizados se encontram nessa região. Entenda! Dentro do continente da Ásia ficava a Ásia Menor e dentro da Ásia Menor se encontra a província da Ásia. Quando o livro de Atos dos Apóstolos fala da Ásia, se refere apenas a província da Ásia (At 2.9; 6.9; 16.6; 19.10,22,26; 20.4). Tendo feito essa introdução, vamos prosseguir lendo Romanos 15.19,20: „Pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que desde Jerusalém, e arredores, até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo. E desta maneira me esforcei por anunciar o evangelho, não onde Cristo foi nomeado, para não edificar sobre fundamento alheio‟. Mapa 02
  • 15. 15 Paulo começou pregar o Evangelho desde Jerusalém até alcançar uma província chamada Ilírico (ou Ilíria em algumas Bíblias) que ficava na Europa que correspondia aproximadamente ao que é hoje a Iugoslávia ocidental e parte da Albânia, junto ao mar Adriático. Considerando que Paulo escreveu a sua carta aos romanos na sua terceira viagem missionária. Isso significa que de Ilírico, ele estendeu o Evangelho ainda para Roma, que a visitou depois de sua terceira viagem missionária. Depois de Roma, ele se dirigiu à Espanha (Rm 15.24). Paulo era um desbravador do Evangelho! Um missionário guiado pelo Espírito de Deus! Que fez com que o Evangelho, que nasceu em uma cidade desprezada da Galiléia, chegasse até os confins da Terra. Paulo é considerado o maior personagem depois de Jesus Cristo. Os céticos o consideram como aquele que deu um novo rumo ao cristianismo e fundou uma religião em nome de Jesus Cristo. Mas isso é apenas uma crítica, pois na verdade, Paulo estava à serviço da igreja de Jerusalém e à serviço de Jesus Cristo. Paulo se encontra na província da Síria, onde trabalhava com Barnabé na obra do Senhor. Ele passou ali um ano e alguns meses. E, um dia a igreja estava em oração, buscando uma direção de Deus, que rumo deveria tomar. Pois Paulo sabia que a sua missão era levar o Evangelho além dos judeus. Desde a sua chamada na estrada de Damasco, Deus lhe tinha dito que ele iria anunciar o Seu nome entre os gentios. Então, a igreja estava em oração, e ali se encontrava os profetas e os mestres. Deus toma um profeta em profecia e diz: „Apartai-vos para mim, Paulo e Barnabé, para a obra que vos tenho chamado‟. Desse modo, eles, conforme diz a Escritura, foram „enviados pelo Espírito Santo‟. Paulo e Barnabé estavam em Antioquia, e se dirigiram a Selêucia, uma cidade pontuaria de Antioquia. Quando os sírios governa- vam essa região, um homem chamado Seleuco I Nicator (358 - 281 a.C.) edificou várias cidades chamadas de Antioquia em homenagem a Antíoco, seu pai (mas não era Antíoco Epifânio, pois havia vários Antíocos). A cidade de Selêucia, também, foi fundada por ele em sua homenagem. Havia talvez Mapa 03
  • 16. 16 26 cidades chamadas de Antioquia. E essa aqui, é chamada de Antioquia da Síria. Veja no mapa 2 que aparece outra Antioquia, conhecida como Antioquia da Pisídia, localizada na Galácia. Então, os missionários Paulo e Barnabé, e também João Marcos, que levaram consigo, como ajudante, navegaram de Selêucia até a Ilha de Chipre. Barnabé era natural da Ilha de Chipre (At 4.36), com certeza aproveitou a ocasião para visitar seus parentes e apresenta-los João Marcos, que era seu sobrinho (Cl 4.10). Percorreram toda a Ilha de Chipre, evangelizando, num espaço de 145 km, e dirigiram à uma cidade chamada de Pafos. Pafos era a capital de Chipre, onde havia um templo dedicada a deusa Afrodite. A deusa Afrodite era padroeira da Ilha de Chipre, pois acreditava os cipriotas que ao sair das águas do Mar Mediterrâneo, ela veio para a Ilha de Chipre. Nessa cidade, Paulo se confronta com um mágico e feiticeiro, um judeu desviado, chamado de Barjesus. „Barjesus‟ é uma palavra hebraica que significa „filho de jesus‟, e, também, era chamado de Elimas. E enquanto Paulo pregava o evangelho para Sérgio Paulo, governador da Ilha de Chipre, esse mágico, chamado de falso profeta, fazia oposição às palavras do apóstolo Paulo. Então, Paulo, diz a Escritura, „cheio do Espírito Santo‟ falou para aquele mágico: „Ó filho do diabo...‟ é por isso que Paulo o chama de filho do diabo, pois, seu nome contraditoriamente, era „filho de jesus‟. Paulo disse: „Ó filho do diabo não cessarás de perturbar o reto caminho do Senhor? Eis sobre ti a mão do Senhor, e ficarás cego por algum tempo sem ver a luz do céu‟. Diz a Bíblia que de repente caiu uma nuvem escura sobre aquele homem, e ele ficou tateando na escuridão à procura de alguém para leva-lo ao seu aposento. Nesse momento, o governador Sérgio Paulo, ficou tão admirado dos feitos do Senhor Jesus, da sua manifestação poderosa e da sua doutrina que se converteu ao evangelho. Talvez seja a primeira pessoa convertida na Ilha de Chipre. Aproveitando a ocasião, Lucas passar a chamar „Saulo‟ de „Paulo‟, quer dizer, é a partir dessa Ilha que ele deixa de ser chamado de „Saulo‟ para ser chamado, agora, de „Paulo‟. „Saulo‟ era o nome que ele utilizava em sua cultura judaica, mas „Paulo‟, é um nome romano, que ele passou a usar nas terras estrangeiras. De Pafos, eles seguiram viagem até a cidade de Perge, capital da Panfília, a 200 km de Chipre (veja o mapa 03). Para atingir essa cidade, eles deveriam atravessar o Mar Mediterrâneo. Vocês sabem que a palavra „mediterrâneo‟ é formada por duas palavras gregas, „medi‟ que significa „meio‟ e „terrâneo‟ que significa „terra‟, significando que esse mar está localizado no meio da terra. Realmente esse mar ficava entre os continentes Europeu, Asiático e Africano.
  • 17. 17 Ao travessarem o Mar Mediterrânea chegaram em uma cidade chamada Perge. Diz que Paulo adoeceu, isso se encontra em Gálatas 4.13, possivelmente de malária. Dali seguiram caminho até Antioquia da Pisídia. Esse caminho era muito perigoso, devido as montanhas que eles deveriam escalar por estreitas pontes de madeiras que ficavam debaixo de cachoeiras, e além disso, havia nessa região muitos piratas, que ao serem expulsos do Mar Mediterrâneo pelo imperador romano, se alojaram nas montanhas. Passagem muito perigosa, de modo que supõe que João Marcos tenha desistindo dessa viagem por medo e falta de experiência. Então, João Marcos volta para Jerusalém, deixando apenas, Paulo e Barnabé seguir viagem para Antioquia. Paulo chegou a Antioquia, ainda enfermo, após uma viagem de 160 quilômetros. Nessa cidade se dirigiu, num dia sábado, a uma sinagoga onde pregou um sermão registrado por Lucas de uma maneira detalhada, dando- nos a atender que essa era a mensagem principal de Paulo, que ele pregava, também, nas demais cidades. Após essa pregação, eles alcançaram grande sucesso, pois, os judeus, dessa localidade, ficaram admirados com a mensagem que Paulo trazia. Porque era uma mensagem diferente das mensagens que os rabinos ensinavam nas sinagogas. Haja visto que os rabinos ensinavam a vinda de um messias que iria destruir o império romano e estabelecer o governo em Jerusalém. Porém, Paulo ensinava que o Messias já havia chegado, e que os judeus de Jerusalém não O reconheceram como Messias, pelo que O crucificaram, mas Deus O ressuscitou. Então, essas palavras encheram alguns judeus de esperança, e também aos gentios, pois pediram para que Paulo e Barnabé voltassem no próximo sábado. Decorrendo um sábado, Paulo voltou novamente à sinagoga. Durante a semana, a mensagem de Paulo havia percorrido toda aquela cidade, de modo que no próximo sábado toda a cidade afluiu à sinagoga a fim de ouvir a mensagem do apóstolo Paulo. A sinagoga ficou hiperlotada de judeus, e fora havia também uma multidão de gentios. Isso causou inveja nos judeus que começaram a blasfemar do apóstolo Paulo e o expulsaram da sinagoga. Paulo, então, lhes disse: „Já que vocês não querem ouvir o evangelho, mesmo sendo vocês privilegiados para ouvi-lo primeiro, sacudo o pó dos meus pés contra vós, e passo, agora, para os gentios‟. Esse gesto de Paulo de sacudir o pó de seus pés significava que ele estava considerando aqueles judeus como uma raça de pessoas malditas. Por que quando os judeus vinham de outras cidades para Jerusalém, especialmente na época da Páscoa, Pentecostes e Festa dos Tabernáculos, eles, ao chegarem próximo às portas de Jerusalém, sacudiam o pó de seus pés para que Jerusalém não fosse contaminada pelas nações gentílicas. Agora, Paulo usa esse mesmo gesto contra eles como indignos da vida
  • 18. 18 eterna, enquanto os gentios, benditos, pois iriam receber o evangelho da graça de Deus. Expulsos de Antioquia da Pisídia, eles foram para Icônio que ficava à 96 km. Nessa cidade, Paulo desenvolveu um ministério excelente, porque ali, Deus o usou poderosamente para realizar prodígios e sinais. A Escritura diz que o Senhor „dava testemunho à palavra da sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios‟ (At 14.3). Porém, depois que os judeus de Antioquia, souberam que Paulo estava tendo um ministério abençoado em Icônio, se dirigiram àquela cidade, para incitar os judeus de Icônio contra os apóstolos. E diz a Escritura que toda a cidade se dividiu: uns apoiava os apóstolos e outros eram contra os apóstolos. Paulo e Barnabé para não serem apedrejados, fugiram para Listra, que ficava no distrito de Licaônica, à 32 km ao sul. Aqui Paulo começou a pregar o evangelho, e na porta da cidade, havia um paralitico que mendigava. Enquanto Paulo ministrava, olhou para aquele homem, e viu que ele tinha fé para ser curado, então lhe „disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés‟ (At 14.10). E aquele homem saltou e andou. Os cidadãos daquela cidade pensaram que Paulo e Barnabé eram deuses transfigurados em seres humanos, e chamaram Barnabé de Júpiter (Zeus), e Paulo de Mercúrio (ou Hermes). Nomes dos deuses da mitologia greco- romana. Por que eles chamaram Barnabé de Zeus e Paulo de Hermes? Vocês sabem que Zeus é considerado na mitologia grega como o maioral entre os deuses, ele governa sobre o Monte Olimpo e mandava nos outros deuses. Mas para eles, Barnabé era Zeus, e Paulo, Hermes. Porque Hermes era um tipo de intérprete dos deuses, ele transmitia as mensagens dos deuses. Como era Paulo que falava, eles pensavam que Paulo estava transmitindo as palavras de Barnabé, que era Zeus. É exatamente de Hermes que vem a nossa palavra teológica „hermenêutica‟. A situação foi piorando, aponto de eles quererem oferecer sacrifícios de animais à Barnabé e a Paulo. Porém os apóstolos não estavam entendendo nada, pois, eles estavam falando em sua língua nativa, licaônica. Deram-se conta quando o sacerdote já se aproximava com os touros e aquelas parafernálias que usavam para sacrificar aos deuses. Foi quando Paulo e Barnabé saltaram, rascaram suas vestes e disseram: „Não façam isso! Porque somos homens iguais a vocês! Estamos aqui para dizer exatamente que vocês têm que deixarem esses ídolos mortos, e adorar o Deus vivo‟. Nessa ocasião chega os judeus de Antioquia e Icônio, que vinham nos encalços do apóstolo Paulo e Barnabé para tentar atrapalhar a missão deles. De repente, esses judeus conseguem influenciar àqueles homens, que estavam tentando adorar os apóstolos, à mudarem de mentalidade, e agora, arrastaram Paulo e o apedrejaram. Esse foi o primeiro e único
  • 19. 19 apedrejamento que Paulo sofrera em sua vida. Ele fala isso em 2ª Coríntios 11.25, quando disse: „uma vez fui apedrejado‟. Isso aconteceu em Listra. Era proibido um cidadão romano ser apedrejado. Todavia, Paulo foi apedrejado, mas não reivindicou seus direitos de cidadania. Ele calou-se, para se submeter ao vitupério por amor a Cristo, quer dizer, abriu mão de seu direito para sofrer por amor a Cristo. E muitas vezes, nós não queremos abrir mão de nossos direitos e privilégios para sofrer alguma injúria, calúnia e fofoca por amor de Jesus Cristo. Mas Paulo não sofreu uma injúria, uma calúnia e uma fofoca, mas um apedrejamento, e foi esse mesmo tipo de sofrimento que levou Estêvão ao martírio. Alguns comentaristas pensam que Paulo morreu nessa ocasião, e ressuscitou. Mas na verdade, ele desmaiou, e seus algozes achando que ele tinha morrido, deixaram de apedreja-lo. Ao voltar a si, entra na cidade novamente, e, talvez se hospedou na casa de Eunice, e logo após, ao se recuperar, saiu com Barnabé para cidade de Derbe em uma viagem de 96km. Na cidade de Derbe, eles pregam o evangelho. Então, Paulo disse à Barnabé: „Vamos voltar as cidades que evangelizarmos, para visitar os irmãos‟. Veja no mapa 03 onde se localiza a cidade de Derbe. Daqui Paulo poderia seguir viagem para Antioquia da Síria e concluir sua primeira viagem missionária. Mas resolveu voltar à onde anteriormente havia sido apedrejado. Porque ele não temia. Ele dizia que em sua vida não tinha nada de valor quando comparada com o valor do evangelho. E se fosse para morrer pregando o evangelho, ele estaria disposto. Então, eles voltaram às mesmas cidades onde haviam sido perseguidos, Listra, Icônio e Antioquia da Pisídia. Mas, agora, para fortalecer os irmãos e estabelecer presbíteros em cada cidade. Após visitar essa região, eles se dirigem ao porto de Panfília, que ficava em Atália, lá encontraram um navio com destino a Selêucia, o porto de Antioquia na Síria. Assim terminaram a primeira viagem missionária em 47 e 48 AD. Quando Paulo e Barnabé chegaram a Antioquia, viajaram até Jerusalém a fim de participar de um concílio. Nesse período, Paulo escreveu Mapa 03
  • 20. 20 Mapa 04 cartas às igrejas da Galácia que abrangiam as igrejas de Listra, Icônio e Derbe. Talvez seja a primeira epístola do Novo Testamento, escrita em 49 AD. Paulo convida Barnabé para fazerem uma revisita os irmãos da Galácia, para ver como eles estão. Barnabé quis levar João Marcos novamente. Então, por causa disso, há uma grande contenda entre Paulo e Barnabé. Pois, diga de passagem, que Paulo não é um sujeito fácil. Ele não abre mãos, com facilidade, de seus princípios. Por outro lado, Barnabé, também, não estava disposto a ceder. E assim os dois grandes missionários se dividem. Barnabé toma João Marcos e parte novamente para a Ilha de Chipre; nunca mais Barnabé vai aparecer em Atos dos Apóstolos, pois, o foco de Lucas é Paulo. Então, Paulo junto com Silas partem para a segunda viagem missionária. Silas era uma pessoa ideal para ir com Paulo, pois, Silas, assim como Paulo, era um cidadão romano, e um judeu helenista. E por ser um judeu helenista, tinha dois nomes: Silas e Silvano. Eles são as mesmas pessoas. Paulo e Silas saíram de Antioquia e foram para a província da Cilícia (Mapa 04). Itinerário feito por terra, e não por mar, talvez a pé ou de caravana. Não se sabe. Paulo ao passar pela Cilícia visita a sua cidade natal. Não se sabe quando o evangelho chegou a Cilícia, mas se supõem que foi durante o tempo que Paulo esteve ali, logo após sua conversão e antes de subir a Jerusalém. Esse tempo é conhecido como os dez anos de silêncio na vida de Paulo. Pensa-se que durante esses dez anos, Paulo estudou nas faculdades gregas, trabalhava em fazer tendas e implantou o evangelho nessa região. Paulo, agora, se dirige a Cilícia com o objetivo de entregar as cartas trazidas de Jerusalém que dava aos gentios a liberdade de servir a Deus sem se preocuparem com os costumes judaicos. Depois, eles se dirigem a algumas cidades da província da Galácia, que são Derbe, Listra e Icônio. Em Listra, Paulo conhece um rapaz chamado Timóteo. Talvez com seus 17 anos de idade. E muita gente fala bem de Timóteo; dava bom testemunho dele. Paulo sente um afeto muito grande por Timóteo, e desejou levar Timóteo consigo. Era um jovem inexperiente e novo convertido, mas Paulo estava disposto a investir nesse rapaz.
  • 21. 21 Porém, tinha um problema. Timóteo era misto. Ele era um judeu e um grego. Porque sua mãe, Eunice, era judia e seu pai era um grego, e por causa disso, Timóteo não era circuncidado. Então, Paulo, por razões de conveniência, resolve circuncidar Timóteo, para que ele pudesse ter livre curso entre os judeus ao andar com Paulo, poder ter acesso à sinagoga e ao templo de Jerusalém. Essa atitude não tinha nada a ver com salvação. Pois Paulo já tinha superado essa obsessão dos judeus de que as pessoas tinham que primeiro se circuncidar para então se tornar um cristão. Estando, pois, Paulo na região da Galácia, pretende seguir viagem para Éfeso. Seu desejo era introduzir o evangelho em Éfeso, e, talvez, transformá-la em centro missionário, devido ao fato, da cidade de Éfeso ser a capital da província da Ásia. Todavia, diz a Escritura que ao tentar Paulo ir à Éfeso, na Ásia, o Espírito de Deus o impediu. De modo que ele resolve ir para Bitínia. Mas aqui, também, o Espírito diz: „Não! Aí não!‟. Alguns dizem que Paulo foi impedido de pregar em Bitínia porque o apóstolo Pedro estava pregando nessa região. Então Paulo fica entre Bitínia e Ásia, na Mísia, e se dirige para Trôade (veja Mapa 01). E, fica nessa cidade esperando as coordenadas do Espírito Santo. E enquanto Paulo esteve em Trôade, diz a Escritura que ele teve um sonho. E nesse sonho alguém falava, de modo desesperado: „Passa a Macedônia, e ajuda-nos‟. Ao acordar de amanhã, atordoado, Paulo compartilhou o sonho com Silas. Eles entenderam que o Senhor lhes estava chamando a pregar na Macedônia (veja no Mapa 04 onde se localiza a Macedônia). Leiamos At 16.9,10: „E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos. E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho‟. Irmãos! Prestem bem atenção no versículo 10. Esse versículo é considerado como uma das passagens em plural de Atos dos Apóstolos. Porque o escritor de Atos se coloca na narração. Isso significa que Paulo conheceu Lucas em Trôade, talvez sua cidade natal. É uma leitura conhecida como leitura nas entrelinhas, são coisas que não aparecem nas letras, mas que estão por debaixo das letras, por assim dizer. Às vezes, o leitor passa despercebido, não enxergando o que está nas entrelinhas das Escrituras. Pois não devemos entender apenas o que está escrito, mas, também, o que está dito. E aqui (Atos 16.10) está dito que Lucas passa a compor, agora, a equipe missionária. Muito embora, não esteja escrito, mas está dito. E a partir daqui, Lucas se torna uma testemunha ocular do ministério paulino. De modo que muitas coisas que ele vai escrever em Atos, não foram apenas
  • 22. 22 baseadas em informações de terceiros, mas ele mesmo presenciou aqueles fatos. Com a participação de Lucas, agora temos quatro missionários: Paulo, Silas, Timóteo e Lucas. Eles partem de Trôade no continente da Ásia e entram no continente da Europa ao atravessar, de navio, o Mar Egeu, passam por Samotrácia e, no dia seguinte, por Neápolis, e chegam a Filipos (ver Mpa 04). Em Filipos acontece a primeira conversão em terras europeias, que segundo o Dr. Claudionor de Andrade foi a primeira europeia que se converteu. Quem foi ela? Lídia. Em Filipos, eles ganham Lídia para Jesus, na beira do rio onde havia um lugar de oração, e ficam hospedados em sua casa, passam, então, a pregar o evangelho nesse local de oração, pois não havia sinagogas em Filipos. Havia uma moça que tinha um espírito de adivinhação que dava grandes lucros para seus senhores. E todos os dias quando Paulo passava por ali, aquela moça dizia aos berros, com aquela voz estridente: „Eis aí os servos do Deus Altíssimo que nos anunciam o caminho da salvação‟. E isso aconteceu por vários dias. Até que Paulo ficou inculcado com aquilo, e talvez dissesse para Silas: „Há alguma coisa estranha nessa menina‟. Porém, um dia, quando Paulo estava cheio do Espírito Santo, essa moça veio com a mesma conversa, ele não pensou duas vezes, mas disse: „Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela‟. Naquele instante, aquela moça caiu no chão se debatendo e espumando. Paulo expeliu o demônio dela. Porém, os comerciantes que explorava aquela moça para obter lucros através da adivinhação se revoltaram contra Paulo e Silas; e os conduziram aos magistrados, ambos foram açoitados com varas, e levados para o cárcere. Vocês conhecem muito bem nessa história. A meia-noite, eles cantavam e oravam, e Deus visitou aquele local com um terremoto, e eles foram libertos daquelas cadeias. Então, o carcereiro ficou desesperado, achando que os presos haviam fugidos, e quis se matar. Porém, Paulo lhe disse: „Não faça tal coisa! E ele, então, perguntou: „O que devo fazer para me salvar?‟. Paulo respondeu: „Crer no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa‟. Aquele homem se converteu, e juntamente com ele toda a sua família. Diz que esse homem era exatamente aquele homem, que em sonho, dizia à Paulo: „Passa à Macedônia e ajuda-nos‟. Logo após implantarem o evangelho em Filipos vão para a cidade de Tessalônica passando por Anfípolis e Apolônia. Em Tessalônica, Paulo e sua equipe se hospedam na casa de Jasom, possivelmente parente de Paulo (At 17.7; Rm 16.21). Se dirigem à uma sinagoga onde pregam o evangelho, mas não são bem aceitos pelos judeus
  • 23. 23 daquela localidade. Todavia, muitas pessoas se convertem, dentre eles Aristarco (At 17.2-4; 19.29; 27.2). Nesse ínterim, a igreja de Filipos envia recursos financeiros para Paulo por intermédio de Epafrodito (Fl 4.15-18). Devido a perseguição e o alvoroço causado pelos judeus movidos por inveja, Paulo e Silas, e também, Timóteo, a noite, são enviados à cidade de Beréia (ver Mapa 04). Na cidade de Beréia, criou-se aquele jargão chamado de „crentes bereanos‟. O que é um crente bereano? É o crente que não come na mão de ninguém! Ele come na mão das Escrituras. Tudo quando lhe diz, primeiramente, ele examina as Escrituras para ver se condiz com elas. É um crente que estuda as Escrituras. Então, Paulo e Silas pregavam, mas os irmãos de Beréia não se acomodavam pelo fato de ser o grande missionário que estava falando. Paulo tinha que falar e comprovar para que aqueles irmãos pudessem acreditar. Aqueles irmãos não eram o crente „maria-vai-com-as-outras‟, e nem o crente Urias. Você conhece o crente Urias? Que vai com a carta debaixo do braço, mas não sabe o que está escrito nela. Assim, também, acontece com muitos crentes. Dizem o que as pessoas dizem; pregam o que as pessoas pregam, mas ele mesmo não examina se o que está dizendo é correto; se o que está pregando é o que as Escrituras dizem. É por falta desses crentes bereanos que surgem as heresias e as dissenções. Eu conheci um irmão que sempre dizia em seus sermões: „A Bíblia diz: Aí daquele que faz do seu nariz uma chaminé‟. Alguns irmãos me procuravam pergunto onde estava escrito esse versículo na Bíblia. Eu dizia: „Em lugar nenhum!‟. Então, resolveram perguntar ao irmão. Ele respondeu: „Eu não sei onde está escrito! Mas eu ouvi o Billy Graham disser isso em uma pregação, e eu estou dizendo também‟. Com certeza, Billy Graham nunca disse isso! Mas esse irmão baseou isso na cantiga do Bezerra da Silva que diz: „Nariz de malandro não é chaminé‟. O crente bereano ouve a pregação e o ensino, e examina nas Escrituras para ver se é compatível com elas. Porque a Escritura é a nossa regra de fé e de prática, não os dogmas denominacionais. Por isso está escrito: „Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim‟ (At 17.11). E lembrando que naquela época as Escrituras não era um livro como o nosso dividido em capítulos e versículos, fácil de encontrar uma referência, basta dizer: „no livro tal, no capítulo tal e no tal versículo‟. Paulo citava as palavras dos profetas, como por exemplo, está escrito em Jeremias. E aqueles irmãos encontravam o texto em Jeremias, que era um rolo. Porque eles conheciam as Escrituras. E você pensa que eles tinham as
  • 24. 24 Escrituras em casa, eles tinham que ir à sinagoga para ler e examinar as Escrituras. Por isso que a Bíblia diz: „A alma farta pisa o favo de mel, mas para a alma faminta todo amargo é doce‟ (Pv 27.7). Se nós não tivéssemos Bíblias, o que tinha de crente correndo trás de Bíblias para ler ninguém contava. Mas como temos Bíblias de todo jeito e de todo tipo, até mesmo Bíblia para crente que não gosta de andar com Bíblia, que é a Bíblia de bolso, mas, simplesmente, poucas pessoas leem as Escrituras. Alguns pensam que quem tem que ler as Escrituras é apenas o pregador ou uma pessoa que ensina – „eu sou cantor, por que, então, vou ler as Escrituras?‟ – „meu trabalho é de limpar a igreja, por que eu vou ler as Escrituras, minha missão não de pregar nem de ensinar‟. A Bíblia não é para ser lida simplesmente para fazer sermões e ensinamentos, mas para moldar nosso entendimento e nosso caráter. De Beréia, Paulo parte para Grécia, mas Silas e Timóteo ficam em Beréia, na Macedônia, pois Paulo havia solicitado a Timóteo que fosse visitar os irmãos de Tessalônica (1ª Ts 3.1-5). Grécia aparece com o nome de Acaia (ver mapa 04), porque Acaia era como os romanos chamavam a Grécia. Paulo se dirige a cidade de Atenas. Em Atenas, Paulo prega em um local chamado Areópago. O que é um Areópago? (veja a foto ao lado). Não é um templo e nem um teatro, mas uma colina. Por que era chamada de Areópago? Essa palavra é formada por dois termos gregos: „areo‟ e „pago‟. „pago‟ significa „colina‟ e „areo‟ ou „Ares‟ era um deus grego, um deus da guerra. Filho de Zeus e irmão de Atena. Diz a mitologia que esse deus foi julgado nessa colina por um assassinato, mas foi absolvido, por isso ficou conhecida como colina de Ares, que os romanos chama de colina de Marte, que é o mesmo deus mítico. Nessa colina se reunia o tribunal ou o conselho mais ilustre de Atenas. Foi nessa colina que Paulo pregou o famoso sermão „AO DEUS DESCONHECIDO‟, e citou alguns filósofos gregos. Porém, ao falar da ressurreição de Jesus, foi zombado e escarnecido, porém, algumas pessoas acreditaram em sua mensagem, entre elas, Dionísio e Dâmares. Segundo Eusébio de Cesaréia, Dionísio foi o primeiro bispo de Atenas (História Eclesiástica, pág. 53,92).
  • 25. 25 „E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto‟ (At 18.1). Ali ele conheceu Áquila e Priscila, um casal de judeus que se tornaram grandes amigos de Paulo. Em Corinto, Paulo escreve as duas cartas à Tessalônica. Paulo teve um ministério abençoado em Corinto, mas, também, foi perseguido. Silas e Timóteo chegam a Corinto, talvez trazendo ofertas das igrejas da Macedônia para Paulo (At 18.5; 1ª Ts 3.6; 2ª Co 11.9). „Foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo‟ e ganha muitas almas para o Senhor (At 18.5-11). Alguns deles são Estéfanas e sua família (1ª Co 1.16; 16.15); Crispo e Gaio (1ª Co 1.14); Tício, Sóstenes, Erasto (tesoureiro), Febe, Quarto, Tércio (amanuense) e etc. Por ter sido proibido de pregar na sinagoga, ele, então novamente, diz aos judeus: „O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios‟ (At 18.6). E estabelece um ponto de pregação ao lado da sinagoga, na casa de um irmão chamado Tício. E isso causou mais raiva e inveja nos judeus, pois não conseguiram amordaçar a boca do apóstolo. Mas a pressão era tão grande encima de Paulo, que ele diz: „Senhor, irei partir para outras cidades‟. Mas o Senhor aparece a ele em visão e lhe diz: „Não temas, mas fala, e não te cales; porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade‟ (At 18.9,10). Paulo, então, cria coragem e estende o seu ministério por um ano e seis meses em Corinto. Depois Paulo resolve viajar para a Palestina, por isso se dirige a cidade de Cencréia, que era um porto de Corinto, levando consigo Priscila e Áquila. Em Cencréia raspou a cabeça devido a um voto que havia feito em Corinto. Talvez o voto de nazireu, de se consagrar inteiramente a pregação do evangelho. Porém, se de fato era um voto de nazireu, seu cabelo tinha que ser ofertado em Jerusalém. Chega a Éfeso, e ali deixa Áquila e Priscila, e então, toma rumo para Cesaréia (ver mapa 04). „E, chegando a Cesaréia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia‟ (At 18.22). E conclui a sua segunda viagem missionária em 49 a 52 AD. Rapidamente, Paulo resolve partir para a sua terceira viagem missionária. Talvez a viagem mais longa. Como de costume, Paulo parte de Antioquia, e visita as igrejas da Galácias, e vai direto para Éfeso. Não se sabe quem acompanhou Paulo nessa viagem. Mas com certeza, ia com uma caravana de irmãos.
  • 26. 26 Mapa 05 Em Éfeso, Paulo se estabelece, e ficou lá três anos. É aqui onde Paulo atinge o ponto culminante do seu ministério. Diz que ele pregou três meses na sinagoga, mas depois foi expulso, e se estabeleceu em uma escola de um filósofo chamado Tirano. Esse filósofo dava aulas de manhã, e Paulo minis- trava à tarde, e durante a noite fazia visitas. Paulo se entre- gou plenamente ao ministério, sendo sustentado, talvez, por ofertas de igrejas como a de Filipos, mas, também, trabalhava com suas próprias mãos. E, diz a Bíblia que no período de dois anos, toda a província da Ásia foi atingida com a pregação da palavra de Deus. Muito embora, Paulo não tinha ido pessoalmente a todas as cidades, mas enviava, de Éfeso, missionários para pregarem nas várias cidades da Ásia, entre elas, Colossos, Laodicéia e Hierápolis (Cl 4.12,13). Durante esse tempo, diz a Escrituras, que Deus pelas mãos de Paulo fazia milagres extraordinários. Milagres que não aconteciam no contexto comum da igreja. Eram milagres nunca vistos, de modo que até os aventais e os lenços de Paulo eram levados para curar enfermidades e expulsar demônios. Todavia, Paulo não incentiva aquelas práticas, porém, as pessoas pegavam esses objetos, e levavam com fé, e aconteciam os milagres. Através da mensagem do apóstolo Paulo, Deus começou destruir o paganismo em Éfeso. De modo que o comercio pagão começou a entrar em decadência. As pessoas não queriam mais comprar as imagens dos deuses, coisas que movimentava o comércio religioso, como o Canindé e o Juazeiro no Ceará. Não só os deuses estavam caindo em descredito, como também a bruxaria e a feitiçaria estavam sendo abandonadas. E assim as pessoas estavam queimando os seus livros de magias. A cidade de Éfeso foi impactada! Paulo envia Timóteo e Apolo a Corinto, pois havia recebido algumas reclamações de algumas pessoas da família de Cloé acerca das divisões e
  • 27. 27 desordens na igreja de Corinto (1ª Co 1.11). Timóteo e Apolo chegam de Corinto. As coisas não iam muito bem em Corinto. Paulo resolve fazer uma rápida visita a Corinto, mas sente-se humilhado ali e volta para Éfeso. Então, Paulo envia Tito à Corinto, conduzindo talvez uma carta que se perdeu (1ª Co 5.9). Paulo recebe uma delegação de Corinto formado por Estéfanas, Fortunato e Acaico que traziam uma carta da igreja (1ª Co 16.17). Então, Paulo envia Timóteo e Erasmo para Macedônia e Acaia. Apolo recusa ir agora. A missão de Timóteo era levantar fundos junto as igrejas para ajudar os santos da Judéia. Ele conduzia uma epístola de Paulo aos coríntios e prometendo-lhes fazer uma terceira visita (At 19.22; 1ª Co 1.1; 4.17; 16.5-7,12; Rm 15.26,27). Timóteo também ia com a missão de reunir uma comissão de irmãos para se encontrar com Paulo em Éfeso (1ª Co 16.10,11). Paulo poderia ter demorado mais tempo em Éfeso, até a festa de Pentecostes (1ª Co 16.8), mas a pressão foi muito grande encima dele. Havia um sujeito chamado Demétrio que se levantou contra Paulo, outro também, chamado de Alexandre. Esse Demétrio causou um grande alvoroço na cidade de Éfeso contra Paulo por causa da deusa Diana. Paulo, então, determina, ir para Jerusalém, para a festa de Pentecostes, pretendia passar por Macedônia e Acaia, por isso enviara Timóteo e Erasmo em sua frente. Depois, de Éfeso, Paulo, passa rapidamente por Trôade, esperando se encontrar com Tito que retornava de Corinto, estava ansioso por notícias daquela igreja (2ª Co 2.12,13). Porém, vai para Filipos, na Macedônia. Ali, Paulo visita várias igrejas fortalecendo a fé dos irmãos (At 20.1,2). É possível que nessa ocasião, Paulo tenha pregado em Ilírico, província próxima ao mar Adriático (Rm 15.20). Tito chega de Corinto trazendo boas notícias para Paulo (2ª Co 7.5-7). Paulo escreve a segunda epístola aos coríntios e a envia por intermédio de Tito e Lucas, que retornam trazendo à Paulo as ofertas de Corinto (2ª Co 8.16-20; 2ª Co 12.18). Depois, Paulo faz uma terceira visita a cidade de Corinto na Acaia (Grécia) conforme tinha prometido a fim de colher uma oferta para custear sua viagem a Judéia (2ª Co 1.15,16; 13.1; 1ª Co 16.5,6), e fica ali três meses. Durante esse tempo, Paulo escreve uma epístola aos Romanos prometendo visitá-los e depois prosseguir para a Espanha (Rm 15.22- 24,28,29). Timóteo chega a Corinto, tendo terminado sua campanha de arrecadação de uma coleta para os santos da Judéia, trazendo uma comissão diaconal de várias igrejas: Sópatro da igreja de Beréia, Aristarco e Segundo da igreja de Tessalônica, Gaio da igreja de Derbe e Tíquico e Trófimo das igrejas da Ásia. Esses obreiros traziam ofertas para os santos da Judéia (At 20.4; 1ª Co 16.1-4).
  • 28. 28 Tendo concluindo essa campanha de arrecadação de ofertas, Paulo resolve ir para Cencréia a fim de fretar um navio para Jerusalém, porém descobre que havia alguns judeus conspirando contra a sua vida, então, ele retorna novamente para a Macedônia (Rm 15.25,26; At 200.3). Estes obreiros, indo adiante, esperaram Paulo em Trôade, na Ásia. Em Filipos, na Macedônia, Paulo se encontra com Lucas, depois dos dias dos pães asmos (uma semana), ambos navegam para Trôade. Em Trôade, na Páscoa, Paulo celebra a ceia do Senhor em um cenáculo no 3º andar de uma casa (At 20.7). Durante o seu longo discurso, o jovem Êutico caí da janela, morre, mas é ressuscitado por Paulo (At 20.8-12). Paulo ordena que sua equipe navegue para a cidade de Assôs, devendo ele ir a pé (At 20.13). Assôs ficava 32 km de Trôade. Paulo se encontra com seus companheiros e juntos navegam a Mitilene, capital da ilha Lesbos. Passam um dia nessa cidade, depois seguem viagem para Mileto passando por Quios (ilha) e Samos (ilha) – ver Mapa 05. Na cidade de Mileto, Paulo convoca os presbíteros de Éfeso para uma reunião ministerial. Paulo discursa e se despede, em meio aos choros parte para Cesaréia, fazendo o seguinte trajeto: Cós, Rodes, Pátara, Tiro e Ptolemaida (ver Mapa 05). Chegando a Cesaréia, se hospeda na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete diáconos, e recebe a vista do profeta Ágabo que prediz a sua prisão em Jerusalém. Dessa cidade viaja para Jerusalém, sem temer o que o futuro lhe reversa. E, bruscamente em Jerusalém concluí a sua terceira viagem missionária em 53 a 57 AD. Palestra Ministrada na Assembleia de Deus-Codó[Salém] Em 30 de Março de 2011 Sobre Como Evangelizar Vamos fazer uso da Palavra de Deus na segunda carta de Paulo a Timóteo 4.1-7 (pela quantidade de irmãos presentes, temos uma ideia o quanto a nossa igreja dar prioridade a evangelização, mas Jesus Cristo precisou de apenas 12 homens para colocar o mundo romano de cabeça para baixo. Então, se têm pessoas dispostas a serem usadas por Deus, são com essas pessoas que Deus irá trabalhar para o engrandecimento do Seu Reino). 2ª Timóteo 4.1-7: „Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos
  • 29. 29 ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério. Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé‟. Sinto-me privilegiado em ter sido chamado para falar acerca de um assunto de sumo importância para igreja, que diz respeito ao trabalho prioritário da Igreja do Senhor. A igreja que não tem esse trabalho de evangelização deixa de ser uma agência de Deus na Terra para se tornar apenas em uma aglomeração de pessoas, um clube de santos, uma sociedade e comunidade de pessoas comuns. Mas o que nos diferencia de todas as outras religiões e de todo tipo de confraria e agrupamento é, exatamente, porque sobre nós pesa o grande privilégio de poder divulgar a todas as pessoas O ÚNICO caminho que conduz as pessoas à salvação. Vamos começar definindo: O que é evangelizar. Evangelizar é anunciar o evangelho. Mas, o que é o evangelho? Evangelho é um termo grego formado por duas palavras: „eu‟ e „angellos‟; „eu‟, no grego, significa „boa‟ e „angellos‟ significa „mensagem‟; „angellos‟ é de onde vem a nossa palavra „anjo‟, que é „mensageiro‟. Então, o evangelho é a boa mensagem; boa notícia; as boas-novas. E qual é o conteúdo dessas boas-novas? O conteúdo do evangelho é a vida, a obra e a doutrina de Jesus Cristo, o nosso Senhor. De modo que só podemos anunciar o evangelho de duas maneiras: na pregação e na doutrinação. Os apóstolos chamavam de „kerigma‟ e „didaquê‟. Encontramos esses termos aqui no texto que lemos, quando Paulo disse: „pregues a palavra‟, ele usa o termo grego „kerigma‟ e quando ele diz: „...com toda doutrina‟, ele usa o termo grego „didaquê‟. Kerigma (pregar) é a proclamação da vida e da obra de Jesus Cristo; e didaquê é a doutrinação e instrução acerca da doutrina da Jesus Cristo, o nosso Senhor. Em Atos 5.42 nos fala sobre essas duas grandes obras da igreja: a pregação ou proclamação e a instrução ou doutrinação daquilo que Jesus Cristo ensinou aos seus apóstolos, e seus apóstolos transmitiram. Leiamos Atos 5.42: „E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo‟. A pregação é o evangelismo e a doutrinação é o discipulado. São dois pilares da igreja, fundamental para a divulgação e expansão do nome de Jesus Cristo e do Seu Reino que há de vir. Há dois tipos de evangelismo: o evangelismo formal e o evangelismo informal. Paulo fala acerca disso quando exorta a Timóteo –
  • 30. 30 „pregues a palavra a tempo‟ – evangelismo formal – „e fora de tempo – evangelismo informal. O evangelismo formal é quando a igreja encabeça um grupo de evangelização seguindo métodos e padrões de evangelismo, seja através de pregações de casa em casa, pregações nas praças, campanhas nos lares, discipulados nas casas, etc. Esse é o evangelismo formal da igreja quando o crente comparece com sua Bíblia e seus folhetos, vêm preparados para evangelizar. O evangelismo informal é quando o crente fala de Cristo, independentemente, se esteja vestido de crente, às vezes, a pessoa está vestindo com o uniforme do seu trabalho ou com a farda do seu colégio; independentemente se esteja conduzindo a Bíblia ou não, pode estar conduzindo os instrumentos de seu trabalho ou da sua escola; independentemente do local, pode estar no ônibus, na fila do banco, no supermercado, o crente fala de Cristo. Esse é o tipo de evangelismo informal. E através desse tipo de evangelismo em que a palavra de Deus é mais divulgada. Inclusive a igreja primitiva cresceu de uma maneira vertiginosa, porque os cristãos pregavam a palavra de Deus de modo informal, e até clandestina, nas praças, no comércio, no mercado, a onde eles estavam, falavam de Jesus Cristo. Não precisavam vestir a batina, estarem com a Bíblia; não precisavam ouvir o pastor ordenar: „olha, irmãos, amanhã vai ter evangelismo!‟. Não! Eles falavam a palavra de Deus de uma maneira informal. Como evangelizar? No texto que lemos, Paulo disse a Timóteo, no versículo 5: „Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério‟. Como devemos cumprir, com eficiência, o nosso ministério de evangelista? Na verdade, não há uma pessoa mais ideal para nos instruir nesse assunto do que o próprio apóstolo Paulo. Lamentamos não tê-lo aqui conosco para ouvir seus ensinamentos e instruções tocantes e profundos, mas temos nas Escrituras os seus ensinamentos e o seu exemplo de vida. Então, vamos colher dele, de seus ensinamentos e de sua experiência registrada na Bíblia Sagrada, aquilo que ele nos diz sobre como evangelizar. Antes, porém, iremos ver como o apóstolo considerava para si: O que era evangelizar. Por que ele consagrou toda a sua vida a essa obra da evangelização? Em Romano 15.16, Paulo considera a pregação do evangelho como um serviço sacerdotal. Leiamos o texto: „Sou ministro de Jesus Cristo para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus‟. Quando Paulo considera a evangelização como um serviço sacerdotal está considerando o evangelismo como uma obra altamente sagrada, de alto valor diante de Deus. Aqueles serviços que os sacerdotes
  • 31. 31 realizam no templo, no tabernáculo em que tinham a maior reverência diante de Deus, seguindo regras de santidade rigorosas, assim, Paulo considerava, também, o serviço de pregação do evangelho. Assim como o sacerdote, o crente oferece sacrifícios a Deus quando proclama o evangelho de Jesus Cristo. Em Hebreus 13.15 está escrito: „Ofereçamos sempre a Deus por meio de Jesus Cristo sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome‟. Nesse texto, que pode muito bem ter sido Paulo, não está considerando apenas o louvor congregacional ou a confissão que se faz na conversão. Mas como diz „oferecer sempre a Deus‟, isto é, de forma constante na vida do crente, refere-se, também, na questão de publicar, expor, tornar notório, declarar o nome do Senhor Jesus Cristo. Confessar é tornar público o nome dEle. Então, quando o crente, na evangelização, torna público o nome de Jesus Cristo, como um sacerdote está oferecendo um sacrifício a Deus. Como esse sacerdote cristão oferece sacrifício a Deus? Quando ganha uma alma para Jesus. Aquelas almas que ganhamos para o Senhor são como ofertas que estamos consagrando diante do altar de Deus. Assim como frutos das primícias, que se apresentavam no templo, assim, também, essas almas representam esses frutos das primícias. No mesmo texto de Romanos 15.16, Paulo diz: „...o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus e santificada pelo Espírito Santo‟. Por isso, Paulo considerava a evangelização como serviço sacerdotal. Quantos aqui são sacerdotes de Deus? Então, um dos nossos sacrifícios que devemos ofertar a Deus como sacerdote é falar de Cristo; é confessá-lO diante dos homens e ganhar almas para o seu Reino. Paulo, também, considerava que pregar o evangelho era uma dívida para com todas as pessoas. Ele diz isso em Romanos 1.14,15: „Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho‟, falando para os irmãos de Roma. Então, irmãos, Paulo considerava como uma dívida que ele deveria quitar. Mas não é apenas uma dívida para Paulo! Também é uma dívida para todos nós. Porque desde o momento que Jesus Cristo ordenou, dizendo: „Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura‟ e também disse: „De graça recebestes, e de graça dai‟, Ele contraiu uma dívida para todos nós. De modo que se Ele disser ao ímpio: „Ó ímpio certamente morrerás!‟. E se nós não avisarmos ao ímpio, o ímpio vai morrer na sua iniquidade, mas o seu sangue, Deus vai demandar das nossas mãos (Ez 33.8). O sangue do ímpio, Deus irá cobrar de nós! Cada crente é responsável, diante de Deus, pelas almas que estão debaixo de condenação. É por isso que Provérbio diz: „Apressa-te (correr
  • 32. 32 com urgência) para salvar aqueles que estão caminhando para perdição‟ (Pv 24.11 ARA). Mas, Paulo vai muito mais além do que uma dívida, e diz que para ele pregar o evangelho é uma obrigação. Isso está em 1ª Coríntios 9.16,17: „Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho! E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada‟. De boa vontade (ou boa mente ou boa disposição) ou de má vontade, o crente tem essa obrigação de falar a palavra de Deus para as pessoas. Paulo considerava pregar o evangelho como a coisa mais importante do que a sua própria vida. Em Atos 20.24, Paulo diz aos anciãos de Éfeso: „Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus‟. Paulo diz que recebeu uma carreira de Deus, quer dizer, uma profissão do Senhor, um ministério de Deus, e que ele deveria cumprir esse ministério até o fim, nem que seja com a sua própria vida. E, no texto que lemos no início, Paulo diz que acabou a carreira. Ele concluiu a sua carreira de uma maneira fiel, pois ele disse: „guardei a fé‟. E estava de fato pronto para ser sacrificado, pois disse: „Desde agora estou pronto para ser aspergido como sacrifício diante de Deus‟. Irmãos! Deus tem uma carreira para cada um de nós. E a nossa carreira e ministério prioritário é falar a palavra de Deus; é divulgar o evangelho do Senhor Jesus Cristo. Gostaria de citar algumas coisas que Paulo não deixava impedir a sua carreira; dele cumprir a missão de pregar o evangelho. Ele sabia que pregar o evangelho era um combate, mas ele estava disposto a enfrentar esse combate; a guerrear essa guerra do Senhor; a militar essa milícia de Deus. E nesse combate, ele não deixava que coisa alguma lhe impedisse de falar à alguém a palavra de Deus. E entre essas coisas estava a doença. Paulo não deixava a doença lhe impedir de pregar o evangelho. Em Gálatas 4.13: „E vós sabeis que primeiro vos anunciei o evangelho estando em fraqueza da carne‟. Paulo chegou, naquela região, debilitado e fraco na sua carne, mas isso não impediu dele divulgar em toda a região da Galácia. Não se sabe qual tipo de enfermidade Paulo sofria. Alguém dizia que ele sofreu de uma sequela em seus olhos que ele contraiu quando ia à caminho de Damasco, e avistou uma grande luz, ficando três dias cego. Outros comentaristas vão ao absurdo, e dizem que Paulo sofria de epilepsia quando ele disse que o demônio lhe esbofeteava. Mas seja qual for o tipo de enfermidade que o apóstolo Paulo sofria e as dores cruciantes que sentia, essas coisas não impediam de divulgar a palavra de Deus.
  • 33. 33 Paulo, também, não deixava que as perseguições lhe impedissem de proclamar a palavra de Deus. Ele não deixava o trabalho e nem a fatiga lhe atrapalhar. Paulo trabalhava dia e noite, como ele mesmo afirmou, mas mesmo ele trabalhando de dia e de noite, não deixava que o trabalho material tirasse todo o seu tempo de divulgar a palavra de Deus. Trabalhava nos dias semanais, mas nos finais de semanas Paulo se entregava totalmente a pregação do evangelho. Paulo não tinha essa desculpa de que estava cansado, afadigado e estressado. Pois mesmo afadigado, esgotado e exaurido, Paulo ia pregar o evangelho. Porque ele sabia que essa era a sua missão; essa era a sua vocação que tinha recebido de Deus. Paulo não deixava que os negócios desta vida lhe embaraçasse o seu caminho. Ele também não deixava que o medo, o acovardasse de pregar o evangelho. Então, temos muito que aprender desse missionário e evangelista que estava disposto a superar qualquer obstáculo, a pagar qualquer preço e ir as últimos consequências – como ele disse: „tudo faço‟, „tudo sofro‟ „para tentar salvar alguns‟. Enquanto homens como Paulo se sacrificam, muitos de nós não estamos nem aí para o trabalho da obra de evangelização e estamos na nossa acomodação. Mas se Paulo no princípio dos séculos era urgente e emergente pregar o evangelho, quanto mais para nós que vivemos nos últimos dias em que os sinais estão se cumprindo categoricamente diante de nós. Por isso Paulo diz a Timóteo: „insista [persista] de pregar a palavra‟, quer dizer, „persevere, torne uma pessoa constante, não desista‟. Como evangelizar? O primeiro conselho em Paulo: Devemos pregar o evangelho debaixo de uma vida de oração. Não se pode sair ao campo, pregando o evangelho, se os evangelizadores não estiverem em oração diante de Deus. Porque não podemos falar aos homens, sem antes falarmos com Deus. E qual é a importância da oração na obra da evangelização? É porque através da oração recebemos a orientação do Espírito Santo. Isso está em Atos 13.3,4 que mostra que antes da igreja enviar os apóstolos para a evangelização, oraram e jejuaram, buscando a orientação de Deus, e no versículo 4 diz que eles foram „enviados pelo Espírito Santo‟. Então para sabermos onde devemos pregar, devemos buscar a orientação do Espírito de Deus. Através da oração, também, recebemos a inspiração do Espírito Santo. Está em Efésios 6.18,19: „Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança, para fazer notório o mistério do evangelho‟.
  • 34. 34 É o Espírito que tem que colocar a palavra de Deus em nossa boca para que possamos divulga-la. Recebemos essa inspiração do Espírito Santo quando estamos em oração diante de Deus. A importância da oração na evangelização é porque através da oração recebemos a ousadia do Espírito Santo conforme está escrito em Atos 4.31: „E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus‟. O que é ousadia? É a coragem de falar a palavra de Deus seja a quem quer for. E ser cheio do Espírito Santo não estar restrito a ser batizado com o Espírito Santo, mas em receber o poder e a graça do Espírito, e isso acontece quando o crente está em oração diante de Deus. Outra importância da oração é porque através da oração nos é dada a oportunidade pelo Espírito Santo de Deus. Isso Paulo vai falar em Colossenses 4.3: „Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo‟. A oportunidade é Deus que lhe dar. Agora, quando Deus lhe der essa oportunidade, não a deixe passar, mas aproveite. Quando Paulo disse: „remindo o tempo porque os dias são maus‟ (Ef 5.16), algumas traduções dizem: „aproveitem bem todas as oportunidades que vocês têm‟ (NTHL)‟ ou „aproveitando ao máximo cada oportunidade (NVI)‟. Permita-me parafrasear esse texto assim: „aproveite a oportunidade porque você não sabe quando a terá outra vez‟. Quando Deus abre uma porta para você falar a palavra de Deus à alguém, essa pode ser a última oportunidade para aquela pessoa de ouvir o evangelho, então não deixe de falar a palavra de Deus. Esse é o primeiro requisito para se pregar o evangelho: a oração. Não se pode formar um bom evangelista senão através da oração. O segundo requisito que Paulo nos ensina é que devemos pregar o evangelho debaixo duma vida de testemunho. Ele fala acerca disso na 2ª Coríntios 6.3: „Não dando nós escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado‟, e em 1ª Coríntios 10.32: „Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gentios, nem à igreja de Deus‟. O nosso testemunho é a nossa segunda pregação! As pessoas só irão dar valor as nossas palavras se estiverem conferidas com as nossas ações. Porque a nossa pregação é apenas uma voz! Cessa-se a voz, esquece-se o conteúdo da pregação, mas o pregador continua vivendo depois do púlpito. Portanto a vida dele é que vai fazer a diferença na sua pregação e no seu testemunho do evangelho. E falando de testemunho de vida isso inclui o nosso jeito de falar com as pessoas acerca do Cristo. Paulo vai dar vários conselhos de como devemos falar. O primeiro conselho está em Colossenses 4.6: „A vossa
  • 35. 35 palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um‟. Devemos falar de modo agradável! Quando o crente saí para evangelizar, ele tem que usar de gentileza, ele tem que falar a palavra de Deus de uma maneira delicada às pessoas, com cortesia, com educação. Ele tem que ser educado para não abusar do tempo que ele gasta na casa da pessoa. Pois a sua palavra em vez de ser uma palavra agradável, acaba se tornando uma palavra irritada por causa do longo tempo. Porque as pessoas têm seus afazeres, às vezes está com alguma coisa no fogo, preparando a comido, e larga tudo para lhe atender. E aí você começa um blá-blá-blá, falando sem parar, e a mente da pessoa começava a pensar nos seus afazeres e se desligar totalmente do que você está tratando, e então, como diz Paulo, você estará „como que falando ao ar‟ (1ª Co 14.9). Por isso devemos ser conciso em nossa fala para ela ser agradável às pessoas. Sempre trazendo aquele tempero. Não exagerando demasiadamente e sem domínio. Mas falar de uma maneira equilibrada. Outro conselho que encontramos sobre o modo de falar está na carta de Pedro que devemos falar de modo amável - „estai sempre preparados para responder com mansidão e temor (respeito) a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós‟ (1ª Pe 3.15) – O crente tem que pregar o evangelho com mansidão, respeitando as pessoas. Ele não pode ofender, ser uma pessoa grosseira. Ele não pode ir para a casa da pessoa para contender. Paulo diz que „ao servo do Senhor não convém contender, mas ser manso‟ (2ª Tm 2.24). Ele tem que aprender suportar a afronta, pois sabe que estar em um terreno que não é dele, e sabe, também, que pode se deparar com qualquer tipo de pessoa, com aqueles que ouvem com gratidão a palavra de Deus, mas, também, com aqueles que se irritam e detesta os crentes. Por isso o crente tem que ser afável, amoroso e manso para falar a palavra de Deus. Sem preconceitos, sem palavras ásperas, sem mandar as pessoas irem para o inferno, sem chamar as pessoas de demônios, mas saber conduzir a palavra com mansidão e de maneira amorosa. Paulo, também, aconselha em Tito 2.8 que devemos falar de modo sadio – „Linguagem sã e irrepreensível, para que o adversário se envergonhe, não tendo nenhum mal que dizer de nós‟ (Tt 2.8) – o crente está falando de coisas celestiais, de coisas preciosas, então, ele tem que escolher a melhor palavra, usar o melhor vocabulário, para transmitir essas preciosidades da palavra de Deus. Ele tem que deixar de lado as gírias. O crente não pode chegar na casa de um cidadão, dizendo: „Ó cara! É o seguinte macho! Jesus é a melhor dose‟. Não! Ele tem que usar palavras salutares. Não devemos destratar ninguém. Se estivermos falando com uma pessoa adulta ou idosa, devemos chama-la de „senhor‟ ou de „senhora‟, com uma moça de „senhorita‟.
  • 36. 36 Devemos ter bons tratos com as pessoas. Chegue a uma casa, se apresente, diga o seu nome, informe qual é a igreja que você se congrega, e então, fale a palavra de Deus. Não se esqueça de pergunta o nome da pessoa, e se dirija à ela pelo nome. Isso irá causar-lhe boa impressão. E com certeza quando você passar ali outra vez será bem recebido. Não grite na casa das pessoas! Há alguns irmãos que fala tão alto que cospe as pessoas. Às vezes o indivíduo tem mau hálito, e sabe que tem mau hálito e fala encima das pessoas. Tome cuidado com a higiene bocal, irmão! Em Efésios 4.29 Paulo fala de outro modo como devemos conduzir- nos diante da palavra de Deus, de uma maneira sábia – „Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem‟ (Ef 4.29). Você está indo pregar a palavra de Deus é para promover graça nas pessoas; para fazer com que as pessoas se interessem pela palavra de Deus. Você não está indo para falar mal das outras igrejas, para falar mal dos pastores, para falar mal dos crentes, para difamar alguém. Não! Você está ali para falar a palavra de Deus. Acerca do nosso testemunho, Paulo, também, inclui o nosso jeito de se comportar. Em Efésios 5.15, ele diz: „Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios (pessoas tolas, idiotas, imbecis), mas como sábios‟. Quando você chegar na casa de alguém, chegue com sabedoria. Não vá invadindo, sem a pessoa lhe convidar. Não chegue sentando, sem a pessoa lhe permitir. Não mexa em nada, a não ser se a pessoa deixar. Deve- se pedir água sim, mas com educação. Aprenda se comportar com educação na casa alheia. Deve-se saber calar para ouvir a outra falar. Às vezes uma pessoa fala, fala e fala e não deixa a outra se defender. O nosso testemunho também inclui o nosso jeito de se vestir. Filipenses 1.27: „Deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo‟. Não devemos sair evangelizando vestido de qualquer maneira. As mulheres devem evitar roupas extravagantes e sexuais, e os homens devem evitar roupas relaxadas e inconvenientes. Às vezes a pessoa vai fazer visita de discipulado de chinelo; evangelizar com a blusa do lá de fora, com a camisa de time de futebol, de deputado, de propaganda. Não! Meu irmão! Você tem que ir bem vestido! Porque você tem que refletir a luz de Cristo também nas suas vestes. Você é um soldado de Cristo, por isso deve estar bem arrumado para causar boa impressão nas pessoas. Vá limpo, não vá com cabelo assanhado, não vá sujo e nem fedorento pregar a palavra do Senhor. Você está falando de algo precioso e de grande valor, que é a pregação do evangelho. Olhe como estão suas
  • 37. 37 mãos, suas unhas, sua Bíblia. Tome cuidado com a sua aparência, pois ela, também, conta. Às vezes, a irmã vem com a saia tão curta, que a pessoa não olha para palavra de Deus, mas para as coxas da irmã. Igualmente com roupas decotadas. Em vez de você conduzir a glória de Deus, está induzindo à tentação. Portanto, tome cuidado com as suas vestes, isso, também, é importante. Devemos evangelizar baseando nossa pregação nas Escrituras Sagradas. Em Atos 17.2,3, deparamos com Paulo evangelizando. E assim está escrito: „[Paulo] discutiu com eles com base nas Escrituras, explicando e provando que o Cristo deveria sofrer e ressuscitar dentre os mortos‟ (NVI). À Timóteo, ele disse: „Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade‟ (2ª Tm 2.15). A „Palavra da Verdade‟, as „Escrituras Sagradas‟, a „Bíblia‟ é a nossa ferramenta de evangelização. É o nosso instrumento de trabalho. E como ferramenta e instrumento, devemos saber manuseá-los bem. Devemos conduzir às pessoas para Palavra de Deus como fazia Paulo. Provando nas Escrituras tudo quanto dizermos às pessoas. Sim, temos que mostrar o texto da palavra de Deus. Pois como crentes vão à casa de pessoas descrentes, e falam e falam, mas não mostram nenhum texto bíblico!? A Escritura diz que a fé vem pelo ouvir, mas não é ouvir as nossas palavras, é ouvir a palavra de Cristo. Se a pessoa fizer perguntas, responda indicando na Palavra de Deus. A pessoa questionou uma doutrina, prove-a baseada na Palavra de Deus. Não devemos basear a nossa pregação em fábulas, invenções, contos e hinos, mas na Palavra de Deus. Abra a Escritura, mostre o texto, e se possível peça a pessoa para ler. O evangelismo não é simplesmente entregar literatura nas casas ou panfletar, evangelizar é falar com as pessoas; é discutir, em bom sentido, baseando-se nas Escrituras. Portanto, aquele se se dispõe a evangelizar, tem que conhecer a sua ferramenta. Você pode se deparar com uma testemunha de jeová, um carismático, um mórmon, um adventista; e, todas essas pessoas leem a Bíblia. Então, procure ler também a Palavra de Deus; procure aprender as doutrinas bíblicas. Se prepare para a batalha! Se apronte para a guerra! Pois é isso que a evangelização é. Uma guerra, uma batalha, um combate, uma milícia! E você vai todo desajeitado, e não sabe nem se quer conduzir a sua arma. Aprenda conduzir a sua arma, para você dar um tiro certo. Outro conselho de Paulo acerca do evangelismo é que devemos pregar o evangelho dentro de uma esfera de ação. Leiamos 2ª Coríntios 10.13-16: „Nós, porém, não nos gloriaremos sem medida, mas respeitamos
  • 38. 38 o limite da esfera de ação que Deus nos demarcou e que se estende até vós. Porque não ultrapassamos os nossos limites como se não devêssemos chegar até vós, posto que já chegamos até vós com o evangelho de Cristo; não nos gloriando fora de medida nos trabalhos alheios e tendo esperança de que, crescendo a vossa fé, seremos sobremaneira engrandecidos entre vós, dentro da nossa esfera de ação, a fim de anunciar o evangelho para além das vossas fronteiras, sem com isto nos gloriarmos de coisas já realizadas em campo alheio‟. A igreja local tem uma esfera de ação, um limite em que ela prega o evangelho sem interferir no campo de outra igreja local. Isso aqui no Palmeiras é importante, haja visto que há várias congregações do mesmo ministério. Então cada congregação dessas tem que ter a sua esfera de ação, o seu território, o seu campo de evangelismo, para que ali ela possa semear a palavra, colher e avaliar o resultado. A nossa esfera de ação, por exemplo, abarca o Jagatá, algumas ruas a nossa frente e a nossa retaguarda, respeitando o limite da congregação da Rua Ângela Diniz, da Maysa, da Valparaiso e da Salmão. Devemos trabalhar dentro do limite que Deus nos colocou. Estamos aqui, no Palmeiras, desde 1981. Será que todas as pessoas dentro do nosso campo de ação já ouviram o evangelho? Será que já fomos a cada de cada uma dessas pessoas? Temos que cobrir a área que Deus nos deu. Somos responsáveis, dentro dessa área, por cada casa, por cada pessoa. As pessoas que morrem dentro dessa esfera de ação, sem ter o privilégio de ouvir a palavra de Deus, serão cobradas da igreja da Codó [Salém], pois é o limite que Deus nos deu. É aquilo que Deus disse para Josué: „Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado‟ (Js 1.3). Então, o Senhor nos deu essa região. Não precisamos nos preocupar com Jangurussu, Sítio São João, Santa Maria, Caucaia, os Interiores, pois, Deus nos colocou aqui, para evangelizar aqui. Devemos cobrir essa área por completo, seja nos comércios, nas casas, nas instituições, nas firmas. O que estiver construído dentro dessa área, devemos alcançar e atingir. Quem deve estabelecer os limites são os presbíteros das congregações locais. Eles devem se reunir e estabelecer o limite de cada congregação. Outro conselho de Paulo acerca da evangelização é que devemos pregar o evangelho com um grupo de cooperadores fiéis. Deve haver grupos dedicados exclusivamente a evangelização. Paulo tinha esse grupo. Quando ele escreve a sua carta à Filemon, ele diz: „Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores‟ (Fm 24). Em Filipenses 4.3: „E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida‟.
  • 39. 39 Então, devem-se estabelecer grupos de evangelismo na igreja. Cooperadores fiéis que cumpram com o horário de modo pontual e que tomem sobre si a responsabilidade, sem negligenciar, e cumprir a sua tarefa com eficiência. Esse grupo tem que se reunir para orar e buscar a direção de Deus. Tem que meditar na palavra de Deus. Precisamos de cooperadores! Não devemos evangelizar simplesmente quando der vontade de evangelizar, temos que seguir regras, métodos, padrões, para fazermos uma coisa bem feita – „Domingo, evangelizamos a Rua Cabo Verde, já falarmos com todas aquelas pessoas e fomos a todas aquelas casas, então, vamos agora a tal rua‟. Temos que nos organizar e fazer o trabalho organizado. Não é sair pelo mundo desorientando e decidindo no caminho a aonde ir. Não! Temos que mapear a nossa área e dividir o grupo de dois em dois. Não tem esse negócio de: „Eu não vou porque não tenho experiência, não sei falar, eu só vou se for com o irmão fulano de tal‟. Você tem que se preparar, meu irmão, para o evangelismo. Requer-se preparação! Senão você vai passar vergonha e vai ficar intimidado. Estamos aqui para nos preparar para evangelizar. Chegando a uma casa um fala, e o outro fica orando. Não se meta! Não atrapalhe! Deixe seu irmão falar. Noutra casa, você fala. Vamos nos organizar. Penúltimo conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho cônscio de que haverá opositores. Em 1ª Coríntios 16.9: „Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários‟. Não pense que Satanás está satisfeito com a obra de evangelismo da igreja. De modo nenhum! Ele é aquela ave de rapina que rouba a semente que é lançada. Em 1ª Tessalonicense 2.18 está escrito: „Por isso bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu‟. Satanás é astuto para impedir a obra de evangelização; para trazer embaraço. Quando se levanta um grupo na igreja com o objetivo de evangelizar, Satanás coloca aquele grupo na sua mira. É por isso que Paulo disse: „No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais‟ (Ef 6.10-12). Uma dessas armaduras é calcar os pés na preparação do evangelho da paz! Devemos pregar o evangelho preparados, sabendo que teremos opositores, perseguidores, blasfemadores, zombadores, caluniadores. Pessoas que até tentarão bater em sua cara; colocar o dentro em seu nariz e mandar você se calar. Você tem que contar com isso! Não pense que vai ser sombra e água fresca. Você vai encontrar opositores. Homens ateus e
  • 40. 40 céticos, que tem ódio de crente, ódio da palavra de Deus. Mas essas pessoas têm que ouvir o evangelho. E último conselho de Paulo, devemos pregar o evangelho debaixo da autoridade da igreja local. Paulo fez muitas viagens, ele pregou o evangelho a muitas pessoas, mas todas essas viagens que ele fez, estava debaixo da igreja de Antioquia. A igreja lhe enviava, e depois ele retornava para a igreja. Em Romanos 10.14,15 está dito: „... e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados‟. É debaixo da autoridade do pastor que o ministério local realiza a evangelização no seu bairro. O crente não junta um grupinho separado, depois sai ao léu, evangeliza e não dar satisfação a ninguém. Não! Ele tem que evangelizar, mas comunicando a sua igreja, e depois prestando conta e trazendo o relatório. Foi isso que Paulo fez em Atos 14.26,27: „E dali navegaram para Antioquia, de onde tinham sido encomendados à graça de Deus para a obra que já haviam cumprido. E, quando chegaram e reuniram a igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles, e como abrira aos gentios a porta da fé‟. Então, evangelize debaixo da autoridade da igreja e depois apresente a essa igreja o relatório do seu evangelismo. Se você pretende evangelizar além da sua esfera de ação, se dirija ao supervisor daquela área. Ou se você pretende ir a outro bairro, cidade ou município, solicite uma carta de recomendação a sua igreja local. Você tem que está debaixo da autoridade da igreja local. Palestra Ministrada no Culto das Primícias na AD-São Bernardo Em 03 de Abril de 2011 Sobre Subi ao Monte Leiamos Ageu 1.8: „Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e serei glorificado, diz o Senhor‟. Eu quero dizer que a segunda etapa na vida do cristão, após ele ter sido liberto de seus pecados, é subi o monte. Quando Moisés se encontrou com Deus naquela grande visão da sarça ardente, Deus lhe disse que após tirar o povo do Egito, com mão poderosa e braço estendido, Moisés deveria conduzir o povo ao monte. E de fato, quando Moisés libertou o povo do Egito, com todas aquelas maravilhas, prodígios e sinais, que Deus fez por intermédio dele e de Arão, ele conduziu o povo pelo deserto e o levou ao monte. Enquanto o povo estava congregando ao pé do monte, diz a Escritura, que Deus desceu
  • 41. 41 no monte em chama de fogo, e o monte fumegava, a fumaça subia como a fumaça de uma fornalha. Todo o monte tremia grandemente! E diz que havia nuvem escura, trovões, relâmpagos e um grande sonido de trombeta. Diz a Escritura que Moisés e o povo ficaram assombrados, e tremiam muito diante daquela manifestação do Todo-poderoso. Então Deus se dirige ao povo e diz a Moisés: „Moisés, subi ao monte‟. Entretanto, quando o povo viu aquele espetáculo, isto é, a visão da manifestação poderosa de Deus, Israel se retirou, e fugiu para longe da presença de Deus. Moisés, porém, subiu ao monte, e o povo ficou longe do monte. Conto essa história para dizer que Deus requer de cada um de nós que subamos ao monte de Deus, e que não fiquemos ao pé do monte. Deus, após nos libertar de nossos pecados, Ele quer ter uma relação mais profunda, mais íntima conosco; uma comunhão mais estreita com a gente. De uma maneira muito especial, Ele pretende que tenhamos uma experiência mais profunda com Ele. E para isso é necessário subimos o monte de Deus, e não ficarmos, apenas, como meros expectadores ao pé do monte. Porque é no monte da presença de Deus que o fogo queima mais intensamente. Quando Moisés se encontrou com Deus, a primeira vez, no monte, ele viu apenas viu um fogo queimando a sarça, mas, agora na segunda vez, ele ver todo o monte fumegando, todo monte em fogo. Porque a presença de Deus se manifestou mais intensa, mais poderosa, na vida de Moisés. Deus não queria que o povo ficasse conformado de estar, apenas, ao pé do monte, se esquentando longe com a chama. Eles queria, de fato, que o povo experimentasse o fogo mais poderosamente, que enchesse a sua alma da presença dEle. Pois assim diz o escritor aos Hebreus: „O nosso Deus é um fogo consumidor‟. E esse Fogo Consumidor que se revelou aquele povo, quer, também, se revelar a nós, pois estamos em Sua presença. Isso me faz lembrar-se daquele memorável Dia de Pentecoste, quando 120 discípulos estavam na presença de Deus, buscando uma experiência impar que Deus havia prometido; algo que os discípulos ainda não tinham experimentados, apenas tinham ouvido falar. E depois de dez dias de busca em oração, em perseverança na presença de Deus, diz a Escritura que cumprindo-se o dia de pentecoste estavam todos reunidos no mesmo lugar, e de repente veio um vento forte e veemente que encheu toda a casa, e viu-se um fogo em forma de língua que foi repartida sobre cada um deles, e todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas conforme o Espírito Santo lhes concedia. É essa experiência poderosa com Deus que Ele quer que cada um de nós experimentemos, uma vida cheia do Espírito Santo para sermos queimados por Ele, salpicados nEle, na presença dEle.