Este documento é um trabalho de conclusão de curso de arquitetura e urbanismo apresentado à Universidade Anhanguera de São Paulo. O projeto aborda a criação de um edifício habitacional de alta densidade na cidade de São Bernardo do Campo e inclui um estudo sobre habitação urbana de alta densidade, análise de casos, diagnóstico da área de implantação e proposta de projeto arquitetônico.
1. UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO - UNIAN
EDUARDO FERREIRA RODRIGUES
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
HABITAÇÃO URBANA DE ALTA DENSIDADE
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2014
2. UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO - UNIAN
EDUARDO FERREIRA RODRIGUES
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
HABITAÇÃO URBANA DE ALTA DENSIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Universidade Anhanguera de São Paulo,
como exigência do Curso de Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Professor Fábio Rakauskas.
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2014
3. EDUARDO FERREIRA RODRIGUES
HABITAÇÃO URBANA DE ALTA DENSIDADE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO
À UNIVERSIDADE ANHANGUERA DE SÃO PAULO COMO
EXIGÊNCIA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Presidente e Orientador
Nome: Fábio Rakauskas
Titulação: Mestre
Instituição: Universidade Anhanguera de São Paulo.
Assinatura: _________________________________
2° Examinador
Nome:_____________________________________
Titulação:___________________________________
Instituição: Universidade Anhanguera de São Paulo.
Assinatura: __________________________________
3° Examinador
Nome: ___________________________________
Titulação: ________________________________
Instituição: Universidade Anhanguera de São Paulo.
Assinatura: ________________________________
NOTA FINAL:
Biblioteca: ________________________________
Bibliotecário: ________________________________
Assinatura: ________________________________
Data: ___/___/____
4. AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer a Deus por todas as oportunidades
concedidas até o presente momento, onde sempre tive a
oportunidade de evoluir e conhecer novos caminhos que me
fez crescer como homem, e não me deixar desistir em
momentos difíceis e delicados ao qual me contemplou com
um dos maiores sonhos realizados até hoje em minha vida.
Com amor ao meu Pai Manoel Sousa Rodrigues e minha Mãe
Sebastiana Vieira Ferreira Rodrigues que são o meu exemplo
de luta e garra para conseguir alcançar tudo o que almejo.
Com carinho as minhas três irmãs, Veronica, Carina e
Isabelle que são as belezas da minha vida.
Com felicidade aos meus amigos André Harbs, Mayara
Massoni, Michelle Bebiano e Everton Saraiva que sempre me
fortaleceram com palavras sábias nos momentos difíceis e
felizes nessa trajetória.
E com respeito a todas as pessoas que de alguma forma
estiveram presentes, sejam no meio social, acadêmico ou
profissional contribuindo com novas visões e informações que
foram essenciais em minha vida até o presente momento.
5. “Para ser um bom arquiteto você tem que ter amor pelas
pessoas, porque a arquitetura é uma arte aplicada e lida com
a moldura da vida das pessoas.”
- Ralph Erskine -
6. RESUMO
Este trabalho aborda questões atuais de mobilidade e
desenvolvimento urbano e contempla a criação de um projeto
arquitetônico em uma quadra localizada na área urbana da
cidade de São Bernardo do Campo, São Paulo.
O projeto tem como objetivo a criação de um novo edifício
habitacional de alta densidade, com espaço para comércios,
área de lazer e outros serviços abertos não somente para
moradores, mas ao público em geral que transita diariamente
pelo centro da cidade. Ao promover a construção de uma
obra sem muros, a intenção é articular grande massa
populacional, permitindo fluxo direto de pedestres e
interligação entre o complexo e as ruas públicas.
Como resultado, a construção do condomínio dará a região
um novo dinamismo, revitalizando a área que hoje se
encontra em condições de degradação. Mesmo sendo uma
região com grande visibilidade e ótima infraestrutura para
serviços públicos, a área ainda não tem sido aproveitada em
sua capacidade total, somente para uso comercial. Sendo
assim, este projeto é uma ótima oportunidade para expansão
e uso diversificado deste espaço.
Palavra-Chave
Habitação Urbana, Densidade Demográfica, Mobilidade
Urbana, Urbanismo, Cidade Compacta.
ABSTRACT
This paper discusses current issues of urban mobility and
development, which includes the conception of an
architectural design prototype located in the urban area of Sao
Bernardo do Campo, Sao Paulo.
The work has the purpose of developing a new residential
building with high population density, which will also include
space for businesses, shopping and entertainment opened not
only for its residents but for the public transiting in downtown
Sao Bernardo. The building will have no protective walls,
allowing free transit and interconnections between the
complex and the public streets.
As a result, the construction of this new complex will give the
region a new dynamism, revitalizing the area which today is
found in degrading conditions. Although a region where there
is high visibility and great infrastructure for public services, the
area has not been explored in its full capacity, mostly for
commercial use only. This project is, therefore, a great
opportunity for expanding the diversified use of this space.
Keyword
Urban Housing, Population Density, Urban Mobility, Urbanism,
Compact City.
7. LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS
Figura 1 - Mapas metropolitanos de expansão urbana ......................................................................................................................20
Figura 2 - Núcleos compactos............................................................................................................................................................22
Figura 3 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta : pressão sobre os sistemas de suporte por exploração ...........22
Figura 4 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta pressão sobre os sistemas de suporte por impacto.................22
Figura 5 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta manutenção e aumento da organização do sistema urbano.....22
Figura 6 - Desenvolvimento econômico..............................................................................................................................................23
Figura 7 – Evolução das Populações Urbana e Rural: 1940 a 2000 ..................................................................................................24
Figura 8 - Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Residente....................................................................................24
Figura 9 - Dados gerais de São Bernardo do Campo.........................................................................................................................24
Figura 10 - Foto geral .........................................................................................................................................................................25
Figura 11 - Foto Lateral Av. Roberto Marinho ....................................................................................................................................25
Figura 12 - Foto corredor interno........................................................................................................................................................27
Figura 13 - Foto da cozinha................................................................................................................................................................27
Figura 14 - Foto aérea Fonte: Site MMBB Arquitetos.........................................................................................................................28
Figura 15 – Implantação.....................................................................................................................................................................29
Figura 16 - Tipologias edifício torre ....................................................................................................................................................30
Figura 17 - Tipologias edifício lamina .................................................................................................................................................31
Figura 18 - Foto aérea de Manhattan .................................................................................................................................................32
Figura 19 - Foto aérea de Manhattan .................................................................................................................................................33
Figura 20 - Foto da convivência em Manhattan..................................................................................................................................33
Figura 21 - Foto aérea Manhattan......................................................................................................................................................34
Figura 22 - Foto Rua de Manhattan....................................................................................................................................................34
Figura 23 - Mapa de Transporte de New York Fonte: Departamento de transporte de New York ................................................35
Figura 24 - Vista geral do Edifício de Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX....................................................37
Figura 25 - Fachada do edifício Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX ...........................................................38
8. Figura 26 - Térreo com pilotis do edifício Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX.............................................38
Figura 27 - Corte esquemático quartos do edifício Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX .............................39
Figura 28 - Imagem do quarto do edifício Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX .............................................39
Figura 29 - Plantas e cortes do edifício Marselha Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX ................................................40
Figura 30 - Fachada do Conjunto Nacional ........................................................................................................................................41
Figura 31 - Imagem aérea do entorno do Conjunto Nacional Fonte: Google Earth 2014..................................................................42
Figura 32 - Corte esquemático do Conjunto Nacional Fonte: Material disponibilizado pela administração do condomínio ..............43
Figura 33 - Fachada Conjunto Nacional .............................................................................................................................................44
Figura 34 - Imagem da rampa interna do Conjunto Nacional .............................................................................................................44
Figura 35 - Mapa do grande ABC.......................................................................................................................................................45
Figura 36 - Imagem do Paço Municipal na década de 1960...............................................................................................................47
Figura 37 - Imagem da Rua Marechal Deodoro no ano de 1940........................................................................................................48
Figura 38 - Foto aérea centro de São Bernardo do Campo................................................................................................................49
Figura 39 – Imagem aérea .................................................................................................................................................................50
Figura 40 – Mapa de macrozoneamento............................................................................................................................................51
Figura 41 - Mapa de Zoneamento ......................................................................................................................................................52
Figura 42 - Mapa planialtimetrico .......................................................................................................................................................53
Figura 43 – Mapa de Isodeclividade...................................................................................................................................................54
Figura 44 – Mapa de Parcelamento do solo.......................................................................................................................................55
Figura 45 – Mapa de Uso e ocupação do solo ...................................................................................................................................56
Figura 46 – Mapa de Volumetria Urbana............................................................................................................................................57
Figura 47 - Mapa de densidade urbana..............................................................................................................................................58
Figura 48 – Mapa de Hierarquia viária ...............................................................................................................................................59
Figura 49 - Mapa de intensidade de trafego.......................................................................................................................................60
Figura 50 - Mapa de transporte ..........................................................................................................................................................61
Figura 51 - Mapa de Edifícios importantes .........................................................................................................................................62
9. Figura 52 - Mapa de estado das edificações......................................................................................................................................63
Figura 53 - Mapa de hidrografia .........................................................................................................................................................64
Figura 54 – Diagnostico......................................................................................................................................................................66
Figura 55 e 24 – Marechal Deodoro, Centro Comercial .....................................................................................................................66
Figura 56 – Quadro 4 de coeficiente de aproveitamento....................................................................................................................71
Figura 57 – Quadro 1 de coeficiente de aproveitamento....................................................................................................................71
Figura 58 - Vista satélite Jardim Irajá .................................................................................................................................................84
Figura 59 - Foto Edifício Jardim Irajá..................................................................................................................................................84
Figura 60 - Vista aérea .......................................................................................................................................................................85
Figura 61 - Proposta de planejamento urbano de São Bernardo do Campo......................................................................................87
Figura 62 - Fluxograma do edifício .....................................................................................................................................................90
Figura 63 - Quadro de áreas ..............................................................................................................................................................91
Figura 64 - Imagem do edifício...........................................................................................................................................................92
Figura 65 - Imagem do edifício...........................................................................................................................................................92
Figura 66 - Croqui da implantação .....................................................................................................................................................93
Figura 67 - Estudo de massa..............................................................................................................................................................93
Figura 68 - Implantação / Térreo ........................................................................................................................................................94
Figura 69 - Planta 1º,3º e 5º pavimento..............................................................................................................................................94
Figura 70 - Planta 2º e 4º pavimento ..................................................................................................................................................95
Figura 71 - Planta 7º pavimento .........................................................................................................................................................95
Figura 72 - Planta apartamento 75m².................................................................................................................................................96
Figura 73 - Apartamento 50 m²...........................................................................................................................................................96
Figura 74 - Planta loft 28m² ................................................................................................................................................................97
Figura 75 - Corte A-A..........................................................................................................................................................................98
Figura 76 - Corte B-B..........................................................................................................................................................................98
Figura 77 - Elevação norte .................................................................................................................................................................98
10. Figura 78 - Elevação oeste.................................................................................................................................................................98
Figura 79 - Imagem do edifício...........................................................................................................................................................99
Figura 80 - Imagem fachada do edifício .............................................................................................................................................99
Figura 81 - Imagem fachada do fundos..............................................................................................................................................99
Figura 82 - Tabela de vigas..............................................................................................................................................................100
Figura 83 - Tabela de pilares............................................................................................................................................................100
Figura 84 - Laje nervurada ...............................................................................................................................................................100
Figura 85 - Detalhe da Fachada.......................................................................................................................................................101
11. SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................................................15
2. HABITAÇÃO URBANA DE ALTA DENSIDADE.....................................................................................................................16
2.1. DEFINIÇÃO .............................................................................................................................................................................16
2.2. HISTÓRICO DO TEMA............................................................................................................................................................17
2.3. HISTÓRICO DO TEMA NO BRASIL........................................................................................................................................18
2.4. HISTÓRICO DO TEMA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO ...................................................................................................19
3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS ...........................................................................................................................................21
3.1. POLITICAS CULTURAIS E URBANAS ...................................................................................................................................21
3.2. FATORES SOCIAIS E ECONÔMICOS ...................................................................................................................................23
3.3. DADOS E ESTÁTISTICAS ...................................................................................................................................................24
4. OBJETO ..................................................................................................................................................................................25
4.1. ESTUDO DE CASO.................................................................................................................................................................25
4.1.1. Habitação Jardim Edite............................................................................................................................................................25
4.1.2. Manhattan................................................................................................................................................................................32
4.1.3. Unidade de habitação Marselha ..............................................................................................................................................37
4.2. VISITA TÉCNICA.....................................................................................................................................................................41
4.2.1. Conjunto Nacional....................................................................................................................................................................41
12. 5. INSERÇÃO URBANA..............................................................................................................................................................45
5.1. LOCALIZAÇÃO DO SÍTIO .......................................................................................................................................................45
5.2. HISTÓRIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO........................................................................................................................45
5.3. HISTÓRIA DO BAIRRO CENTRO...........................................................................................................................................48
5.4. LEITURA URBANA..................................................................................................................................................................49
5.4.1. Imagem satélite........................................................................................................................................................................50
5.4.2. Macrozoneamento ...................................................................................................................................................................51
5.4.3. Predominancias de usos – zoneamento ..................................................................................................................................52
5.4.4. Planialtimetrico.........................................................................................................................................................................53
5.4.5. Isodeclividades ........................................................................................................................................................................54
5.4.6. Parcelamento do solo – loteamento.........................................................................................................................................55
5.4.7. Uso e ocupação do solo...........................................................................................................................................................56
5.4.8. Volumetria urbana....................................................................................................................................................................57
5.4.9. Densidade populacional...........................................................................................................................................................58
5.4.10.Hierarquia viária.......................................................................................................................................................................59
5.4.11.Intensidades de tráfego ...........................................................................................................................................................60
5.4.12.Sistema de transportes............................................................................................................................................................61
5.4.13.Edificios significativos..............................................................................................................................................................62
5.4.14.Estado das edificações............................................................................................................................................................63
5.4.15.Hidrografia...............................................................................................................................................................................64
13. 5.5. DIAGNÓSTICO URBANO........................................................................................................................................................65
5.6. LEGISLAÇÃO URBANA ..........................................................................................................................................................67
5.6.1. Plano diretor - 6184/2012.........................................................................................................................................................67
5.6.2. Parcelamento, o uso e ocupação do solo - 6222/2012 ............................................................................................................72
6. IMPACTOS URBANOS...........................................................................................................................................................80
6.1. ENTREVISTAS ........................................................................................................................................................................80
6.1.1. Uma cidade compacta, coletiva e saudável.............................................................................................................................80
6.2. PONTOS NEGATIVOS DA CIDADE........................................................................................................................................84
7. PROJETO................................................................................................................................................................................85
7.1. CONCEITO..............................................................................................................................................................................86
7.2. ENTORNO...............................................................................................................................................................................86
7.3. INSERÇÃO URBANA ..............................................................................................................................................................87
7.4. O EDIFÍCIO..............................................................................................................................................................................88
7.4.1. Programa de necessidade .......................................................................................................................................................88
7.4.2. Fluxograma ..............................................................................................................................................................................90
7.4.5. Quadro de áreas.......................................................................................................................................................................91
7.5. PARTIDO ARQUITETONICO ..................................................................................................................................................92
7.6. ESTUDO, CONCEPÇÃO E DIAGNÓSTICO............................................................................................................................93
14. 7.7. PROJETO GRÁFICO...............................................................................................................................................................94
7.7.1. Plantas.....................................................................................................................................................................................94
7.7.2. Layout ......................................................................................................................................................................................96
7.7.3. Corte ........................................................................................................................................................................................98
7.7.4. Elevações ................................................................................................................................................................................98
7.7.5. Imagens ...................................................................................................................................................................................99
7.8. EXPERIMENTOS EM LABORATÓRIO .................................................................................................................................100
7.8.1. Sistema construtivo................................................................................................................................................................100
7.8.2. Materiais de acabamento.......................................................................................................................................................101
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................................................................102
ANEXOS .........................................................................................................................................................................................103
BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................................................................................104
15. 15
1. INTRODUÇÃO
Com a grande parte da população mundial se locomovendo
para as áreas urbanas, a preocupação dos arquitetos e
urbanistas é de como acomodar essa grande massa em
locais estratégicos, como seu principal objetivo que é garantir
a saúde da cidade e qualidade de vida de seus usuários.
Essa grande demanda de usuários, acaba trazendo alguns
problemas e preocupações urbanísticas para as cidades, que
vem se transformando de forma muito veloz, tanto em sua
zona central, pela grande especulação imobiliária e
verticalização intensa, quanto em suas áreas periféricas, onde
atrai grande população com baixas condições econômicas
pelos seus lotes mais baratos.
De certo modo, é inevitável essa separação atualmente, a
cidade é subdividida claramente, e essa separação de zonas
que são criadas é um grande problema atual, pois torna o
desenho urbano amarrado, não tendo o dinamismo ideal para
uma cidade atual e moderna, onde visa o crescimento
compacto, com boa mobilidade urbana, sustentabilidade e
economias que serão geradas por esse adensamento.
O trabalho aqui desenvolvido visa tratar este problema
atuando diretamente em uma quadra na região central da
cidade, no caso São Bernardo do Campo em São Paulo, onde
buscará através de uma edificação verticalizada um grande
numero de moradias de nível do Mercado Popular Nacional,
com serviços, comércios e áreas de lazer para todos a fim de
propor uma nova dinâmica para a região com um
empreendimento de alta densidade que terá a intenção de
propor uma nova visão para esta modalidade de construção,
proporcionando maior mobilidade urbana, qualidade de vida e
maior convívio entre os moradores da cidade.
Essa proposta é uma visão que já esta sendo muito utilizada
pelos arquitetos e urbanistas internacionais, principalmente
em cidades como Nova Iorque, Copenhagen, Melbourne, e
outras tantas mais nos países de primeiro mundo, que
procuram modernizar as cidades e redescobrir a escala uma
com uma cidade ao nível dos olhos, e fazer com que os
usuários utilizem e façam a cidade como um complemento de
suas casas, onde a interação com a arquitetura, os objetos, a
natureza e as pessoas sejam o mais prazeroso e consigam
deixar de lado as cidades mortas em que vivemos nas ultimas
décadas.
16. 16
2. HABITAÇÃO URBANA DE ALTA DENSIDADE
2.1. DEFINIÇÃO
“Habitação Urbana de Alta Densidade” é uma construção
onde visa um grande numero de habitantes no menor espaço
possível em um local estruturado, sem perder a qualidade de
vida.
Neste caso a construção estará inserida num espaço urbano
central da cidade, onde se tem grande movimentação diária,
gerada pelos serviços que são disponibilizados para a
comunidade, e visa aproveitar ao máximo o espaço
disponível, habitando o maior número de residentes no
mesmo lote sem perder a qualidade de vida de cada usuário.
Essa ideologia visa compactar a cidade, conseguindo assim
concentrar grande massa populacional em pontos
estratégicos da cidade, que demonstram boa infraestrutura e
comportará esse grande volume de pessoas permitindo uma
boa vivência dos moradores, garantindo bom espaço em seus
apartamentos, boa iluminação, ventilação, salubridade,
conforto térmico e acústico, privacidade, boa circulação, fluxo,
áreas de lazer e áreas verdes, acessibilidade, mobilidade
urbana e um bem estético para a cidade.
“Olhar para a cidade pode dar um prazer especial, por mais
comum que possa ser o panorama. Como obra arquitetônica,
a cidade é uma construção no espaço, mas uma construção
em grande escala; uma coisa só percebida no decorrer de
longos períodos de tempo. O design de uma cidade é,
portanto, uma arte temporal, mas raramente pode usar as
sequencias controladas e limitadas das outras artes
temporais, como a música, por exemplo. Em ocasiões
diferentes e para pessoas diferentes, as consequências são
invertidas, interrompidas, abandonadas e atravessadas. A
cidade é vista sob todas as luzes e condições atmosféricas
possíveis”.1
1
LYNCH, Kevin. A imagem da cidade·.
17. 17
2.2. HISTÓRICO DO TEMA
A partir da revolução industrial ocorreu em varias cidades um
aumento excessivo populacional. A configuração espacial
dessas cidades se demonstrou inadequadas para comportar
uma alta densidade. Com isso a relação do numero de
habitantes e o espaço ocupado tornou-se um aspecto
importante para o desenvolvimento das cidades.
Com o rápido crescimento das cidades induzido pela
revolução industrial e pela difusão de novos meios de
transportes, surge a necessidade de resolver o problema de
circulação urbana.
Uma deles foi a expansão de Barcelona, com um plano
elaborado por Cerdá em 1859, onde a densidade da cidade
antes do plano era de 864 habitantes por hectare. Mesmo
depois da expansão, e até os dias atuais, Barcelona
conservou uma densidade alta, porém com outro tipo de
configuração espacial.
O plano da expansão de Barcelona é caracterizado por uma
ocupação de lote até o alinhamento, ou seja, sem recuos
frontais. Nele Cerdá propôs uma ocupação que usava parte
da quadra com as edificações e o restante com áreas verdes,
porém com a grande especulação imobiliária essas áreas
acabaram a serem ocupadas gerando alta densidade do local.
Outra forte característica do plano era o uso misto dos lotes,
com uma mistura de serviços, comércio, habitação e lazer.
Já na Inglaterra a intervenção urbana se fez diferente, com as
chamadas Cidades Jardins, que apresentava outro tipo de
configuração espacial, baseado em modelos de casas uni
familiares, isoladas nos lotes e cercadas por vegetação,
gerando uma ocupação de baixa renda.
Já os CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura
Moderna) lançaram através da Carta de Athenas de 1933,
diretrizes que defendiam as altas densidades aliadas a uma
forma de ocupação verticalizada.
A densidade é influenciada por vários fatores. O traçado
urbano (quadras, lotes, vias, áreas verdes, etc.) e a função
dos índices urbanísticos como os de ocupação, de conforto e
de aproveitamento, os gabaritos e os recuos terminam por
definir uma densidade especifica.
No quadro do planejamento urbano atual o livro Cidades para
Pessoas, do Arquiteto e Urbanista Jan Gehl, relata a
condições das cidades atuais, embora os problemas das
cidades não sejam todos iguais nas várias partes do mundo e
em diferentes níveis de desenvolvimento econômico, são
mínimas as diferenças envolvidas na inclusão da dimensão
18. 18
humana no planejamento urbano. O mesmo padrão aparece
em todo lugar, mas, sobretudo no ultimo meio século, a
dimensão humana foi seriamente negligenciada em sua
relação com o desenvolvimento urbano.
Em cidades economicamente desenvolvidas, em geral, a
negligência é devida a ideologias de planejamento, rápida
motorização e dificuldades na passagem de um modelo em
que a vida nas cidades era a parte óbvia da tradição, para um
modelo onde a vida nas cidades necessita da sustentação
ativa de um atento planejamento. Nas cidades de crescimento
acelerado, em países emergentes, o crescimento da
população, o florescimento de oportunidades econômicas e o
aumento explosivo no trafego criaram problemas
monumentais nas ruas.
Enquanto o descuido quase atingiu a vida urbana em alguns
países desenvolvidos, a pressão de empreendimentos a
empurrou para as mais adversas condições em muitos países
com economias menos desenvolvidas. Nos dois casos, tornar
viável a vida na cidade exigirá um cuidadoso trabalho com as
condições para pessoas caminharem, pedalarem e utilizarem
o espaço público urbano.2
2
Jan, Gehl. Cidades para pessoas
2.3. HISTÓRICO DO TEMA NO BRASIL
A America do sul é composta por países emergentes em
desenvolvimento, desde cidade como a Cidade do México,
Medelin, Bogotá, São Paulo e Buenos Aires, que são
compostas por uma massa de alta densidade de habitantes e
enfrentam grandes problemas de mobilidade urbana.
O Brasil é composto por diversas cidades que tem essas
características que estão distribuídos em seus estados de
norte a sul, com áreas de grande crescimento econômico,
com a construção de grandes centros urbanos, a
verticalização de seus edifícios e o enorme número de carros
nas ruas.
Desde décadas passadas, a difusão do apartamento na
sociedade brasileira processou-se através da aceitação da
classe média e depois a classe alta. Apesar de algumas
iniciativas governamentais produzindo habitações
verticalizadas para a classe operária na cidade do Rio de
Janeiro, e de toda a política habitacional criada a partir do
Banco Nacional de Habitação estimulando a verticalização em
várias cidades brasileiras a partir de 1960, são as camadas
de maior renda que estão associadas à verticalização. VAZ
(1994).
Com a chegada das indústrias no Brasil por volta de 1950,
ouve um grande crescimento econômico no país e assim a
19. 19
morfologia das cidades começaram a se modificar pela
necessidade de comportar a população.
Com este desenvolvimento urbano, a modificação veio
através da densidade populacional e a construção civil com
grandes empreendimentos foi tomando conta das cidades, e
alterando suas principais características, as regiões com
edifícios de baixo gabarito foram se modificando para edifícios
com alta verticalização. As cidades foram tomando corpo, e
crescendo de uma forma rápida, com transformações incríveis
que trouxeram benéficos e problemas graves.
Hoje o mercado imobiliário ataca de forma agressiva as
grandes cidades brasileiras, com a verticalização intensa das
edificações, sempre visando o lucro total e esquecendo a
forma como esta se desenvolvendo a cidade.
Esse ataque imobiliário reflete diretamente no
desenvolvimento da cidade, que se desenvolve de forma
desordenada, com falta de estruturação nos principais pontos
do Brasil, com reflexos de uma má gestão administrativa, que
não propõe boas soluções para a adequação do grande fluxo
de população nos grandes centros, deixando a cidade em um
caos territorial e prejudicando a qualidade de vida dos
habitantes, principalmente os de classe média e baixa.
2.4. HISTÓRICO DO TEMA EM SÃO BERNARDO DO
CAMPO
Com a construção da Rodovia Anchieta em 1947 e a chegada
de diversas indústrias na região do ABC Paulista, a procura
por mão de obra obteve grande demanda neste período,
trazendo para a região um alto índice de migração de
moradores da região norte e nordeste do país.
Com o pouco planejamento e estruturação das cidades, a
população foi crescendo de forma desorganizada e criando
vários nichos de áreas desurbanizadas, assim criando uma
serie de favelas e ocupações irregulares em torno das
indústrias e regiões periféricas da cidade.
Invadindo regiões de mananciais, o volume dessas
habitações que em média caracterizada por lotes de 5 x 25m,
quando não assentamentos em zonas montanhosos de alto
risco, a cidade foi crescendo de maneira espraiada, com
habitações de baixo gabarito e zonas afastadas do centro da
cidade com baixa densidade, o desenho urbano foi sendo
criado de forma estranha, e os problemas urbanos
começaram a aparecer de maneira clara.
20. 20
Na ultima década, a Prefeitura de São Bernardo do Campo
iniciou programas para a remoção da população em áreas de
risco e criando edifícios de habitação de interesse social para
este remanejamento, e procurando verticalizar e adensar
algumas áreas, e aliviando regiões de interesse ambiental.
As ocupações mananciais em grande maioria foram
renomeadas no plano diretor como macrozonas de
reestruturação.
A economia da cidade vem sofrendo alteração em seu
cenário, passando de uma cidade de forte necessidade de
mão de obra, para uma área de atendimento a serviços, e
assim sofrendo grandes mudanças de características
urbanas, como o fluxo viário intenso e verticalização dos
edifícios nas áreas centrais.
Hoje a tendência é a densidade urbana em zonas centrais,
onde já se tem uma boa infraestrutura, e com o comércio
ativo a cidade crescerá de maneira verticalizada e compacta.
Figura 1 - Mapas metropolitanos de expansão urbana
(Fonte: livro: São Paulo Metrópole, Regina Maria Meyer, Marta D. Grostein e Ciro
Biderman)
21. 21
3. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS
3.1. POLITICAS CULTURAIS E URBANAS
O grande objetivo da proposta é compactar a região urbana
da cidade, ganhando em mobilidade urbana, criando espaços
comuns para os habitantes de diversas classes sociais
econômicas e culturais.
Com o grande crescimento da população, as questões
urbanas vêm se complicando, e com reflexo direto na
mobilidade urbana da cidade, o grande numero de veículos
congestionam as vias e o fluxo interno quanto o fluxo para as
cidades vizinhas empacam em alguns trechos.
As áreas livres de lazer se mostram pouco presente e
interessantes na cidade, com alguns parques que não atuam
para o total atendimento da população, com poucas
atividades culturais, a cidade acaba perdendo muito em
cultura e sua capacidade dinâmica. Com a grande
especulação imobiliária, os Shopping Centers estão tomando
conta dos programas dos habitantes da cidade, sendo a
principal atividade de lazer.
Hoje pelo mundo, estamos vivendo uma mudança nas
principais cidades do mundo, exterminando as cidades que
foram feitas de forma funcional em volta do automóvel, para
cidades para pessoas. Essas cidades estão aplicando
políticas urbanas corajosas e inovadoras que estão
melhorando a cidade a cada dia que passa.
Em Copenhagen, por exemplo, com iniciativas de seus
governantes para uma nova estruturação urbana, a ideia foi a
construção de mais ciclovias, o que acarretou em mais
bicicletas nas ruas, o que fez com que 37% das viagens feitas
na cidade é com o uso de bicicletas, com previsão de 50%
para 2015.3
Em Londres, foi criado pedágios para a entrada de carros na
zona central da cidade, assim reduzindo em 15% o numero
de automóveis circulando, e estimulando os moradores a
economizarem usando o transporte publico.
Essas ações fazem uma cidade mais saudável, e são atitudes
para as cidades do momento, que com o maior numero de
população em áreas urbanas enxergam a oportunidade de
reduzir custos de transporte e energia com a compactação do
espaço.
Com a proposta de uma cidade compacta, construindo um
edifício habitacional de alta densidade com comércios e
serviços na zona central da cidade de São Bernardo do
Campo, próximo a linha do Metro, será uma ótima iniciativa
publica e irá acarretar num dinamismo que a cidade
3
Jan,Gehl. A cidade ao nível dos olhos – Revista AU Edição nº 215
22. 22
necessita, com oportunidades de morar e trabalhar em uma
região aproximada e diminuindo o tempo dos habitantes em
engarrafamentos cedendo espaço para horas de lazer.
Figura 2 - Núcleos compactos
Fonte: Autores adaptado de ROGERS, 2001
Figura 3 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta : pressão sobre
os sistemas de suporte por exploração
Fonte: Rueda, 1999
Figura 4 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta pressão sobre
os sistemas de suporte por impacto
Fonte: Rueda, 1999
Figura 5 - Comparação dos modelos de cidade difusa e compacta manutenção e
aumento da organização do sistema urbano
Fonte: Roda, 1999
23. 23
2000 2004
3,0 2,219,0 16,5
78,0 81,3
Indústria
Comércio
Serviços
3.2. FATORES SOCIAIS E ECONÔMICOS
São Bernardo do Campo é nacionalmente conhecida por seu
cenário industrial com diversas das principais indústrias
automobilísticas que estão sediadas no Brasil. A indústria é a
principal fonte de rendimentos da cidade, tornando-a uma das
principais economias do país.
O orçamento municipal de São Bernardo do Campo, em
2011, somou recursos de R$ 2,44 bilhões. Foi o terceiro maior
valor registrado dentre as cidades paulistas, atrás da Capital e
de Campinas, e superior à maioria das capitais dos estados
brasileiros.
Com forte demanda de mão de obra com a chegada das
empresas na década de 1950, a cidade vem ganhando outro
tipo de economia, na década de 1990, a região teve uma
grande diversificação, o que elevou a importância do setor de
serviços na cidade. O comércio é variado e encontrado em
todos os bairros, destacando-se o tradicional comércio da
Rua Marechal Deodoro e adjacências, e o conhecido
nacionalmente Centro Moveleiro da Jurubatuba, que dá a São
Bernardo do Campo a denominação de Capital do Móvel.
Com este tipo de empreendimento proposto, existem vários
os fatores que contribuem para uma ótima rentabilidade
econômica da região, o projeto visa diversificar o uso,
estimulando maior numero de habitantes no local, o que
acarretará um uso maior em horários noturnos, facilitando a
mobilidade urbana, possibilitando os habitantes a morar
próximo ao seu trabalho, melhorando a qualidade de vida com
mais tempo para atividades de lazer.
Essas nova forma urbana vai enriquecer o local, valorizando e
conscientizando o espaço em uma operação urbana que se
destacará ao contrário de hoje que a sociedade é vista muito
mais pelo isolamento social, poluição, medo da violência, local
de consumo e pela busca insaciável de lucro do que pela
comunidade, participação, espírito cooperativo, beleza e prazer.
A democracia se faz representar equivocadamente por
comunidades segregadas.
Figura 6 - Desenvolvimento econômico
Fonte: Departamento da Receita - SF - PMSBC
24. 24
3.3.DADOS E ESTÁTISTICAS
Figura 7 – Evolução das Populações Urbana e Rural: 1940 a 2000
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE
Conforme estudos apresentados nas tabelas ao lado, fica
nítido a crescente evolução da população da região
metropolitana de São Paulo, e principalmente o crescimento
da vida urbana e a redução de vida rural.
Isso deixa claro o adensamento das cidades metropolitanas
que acolhe toda a população migrante.
Figura 8 - Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População Residente: Fonte:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Figura 9 - Dados gerais de São Bernardo do Campo
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
25. 25
4. OBJETO
4.1. ESTUDO DE CASO
4.1.1. HABITACIONAL JARDIM EDITE
Ficha Técnica:
Local: São Paulo, SP
Data do início do projeto: 2008
Data da conclusão da obra: 2013
Área do terreno: 18.000 m2
Área construída: 25.714 m2
Cliente: Prefeitura de São Paulo - Secretaria Municipal de
Habitação (Sehab/Habi) e Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Urbano (SMDU)
Arquitetura: MMBB Arquitetos + H + F Arquitetos
Figura 10 - Foto geral
Fonte: Site MMBB Arquitetos
Figura 11 - Foto Lateral Av. Roberto Marinho
Fonte: Site MMBB Arquitetos
26. 26
Conceito
A densidade, a tipologia e o arranjo misto - habitacional e de
serviços - do conjunto Jardim Edite, em São Paulo,
equacionam, pela via arquitetônica, os embates entre
moradores, o poder público e urbanistas desde que, em 2005,
começou o desmonte da favela homônima existente no
terreno do bairro do Brooklin.
Um convênio da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab)
com a Caixa Econômica Federal e a Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São
Paulo (CDHU) desenhou o mapa de distribuição dessa
população pela cidade
Arquitetos e Sehab iniciaram, assim, seu projeto,
contemplando a criação de 240 unidades (número que depois
subiu para 252) e três equipamentos públicos: uma creche,
uma unidade de saúde e um restaurante-escola (demanda
dos moradores), para a formação de mão de obra afinada
com o entorno, notadamente corporativo.
Densidade, enfim, favorável à adoção de coeficiente de
aproveitamento menor do que 4, que é o permitido em áreas
de operação urbana. Testaram-se vários arranjos, desde a
abertura de ruas e a homogênea distribuição em edifícios
residenciais de oito pavimentos até a manutenção,
determinada legalmente, do sistema viário existente. Neste
caso, a organização do programa se daria em dois lotes
assimétricos, ambos com a frente maior voltada para a
avenida Jornalista Roberto Marinho, onde o recuo é mais
restritivo do que o convencional por causa da probabilidade
de novo alargamento da via.
De modo a desenhar-se o quadro qualitativo do complexo:
unidades de dois dormitórios, servidos por sala, cozinha e
área de serviço, com aproximadamente 50 metros quadrados.
O que se vê construído no Jardim Edite, portanto, é o
resultado do longo processo de disputas pela destinação do
local e, nele, do tipo de cidade proposto por seus
criadores. Eles defendem a ocupação sem a inserção postiça
de barreiras artificiais: não querem muros em seu projeto -
“essa é a nossa aposta”, menciona o arquiteto Pablo Hereñú,
do escritório H+F -, e sim o convívio das áreas condominiais
com as de serviços, no térreo, literalmente intercalando-se os
edifícios residenciais com os equipamentos para uso externo.
27. 27
Programa de Necessidades
O projeto foi pensado em uma maneira que pudesse
comporta o máximo de pessoas que foram desabrigadas da
favela existente, isso requer espaço, a verticalização da
moradia em benefício do uso misto na cota pública, o que fez
surgirem as torres de 17 pavimentos e, para as famílias com
menor renda (até três salários mínimos), os dois blocos
laminares, de quatro andares, a elas intercalados. Os
acessos, de um e de outro, ocorrem pela via interna, assim
chamada - embora, efetivamente, fosse pública - em razão de
ter estado encoberta pela favela por cerca de quatro décadas,
bem como as entradas dos demais equipamentos.
As áreas condominiais e os fluxos dos serviços funcionam
como mútuas fronteiras, ora no térreo (no lote 2, menor, é
nessa cota que o lazer residencial faz divisa com a creche),
ora verticalmente, sendo a laje de cobertura do posto de
saúde e do restaurante-escola utilizada como espaço livre das
residências do lote maior.
Figura 12 - Foto corredor interno
Fonte: Site MMBB Arquitetos
Figura 13 - Foto da cozinha
Fonte: Site MMBB Arquitetos
28. 28
O Projeto
Figura 14 - Foto aérea
Fonte: Site MMBB Arquitetos
Em uma região de alto padrão, o Habitacional Jardim Edite foi
implantado em uma área de extremo fluxo, em esquina com
as avenidas Eng. Luis Carlos Berrini e Roberto Marinho.
Uma área que é marcada como um dos grandes centros de
negócios, junto com a Avenida Paulista, os grandes edifícios
corporativos formam grandes arranha-céus, que são
composto por hotéis, edifícios de escritórios, centro de
convenções e shoppings.
O projeto do Jardim Edite além de trazer densidade
populacional para a região onde a procura é completamente
comercial, também trás uma mescla social para a região
composta pela sociedade da mais alta classe.
29. 29
Figura 15 – Implantação
Fonte: Site MMBB Arquitetos
O complexo é comporto por três torres de 17 pavimentos,
duas lâminas com de 4 andares que juntos formam as
unidades habitacionais.
O térreo é livre, onde o publico tem total acesso, sem nenhum
tipo de muro ou grade como restrição, o limite é aonde chega
o acesso aos apartamentos, por elevadores e escadas.
No térreo o edifício é composto por áreas coletivas que
contém uma creche, um restaurante escola e uma unidade
básica de saúde.
Em seu primeiro pavimento esta localizado uma área
condominial, onde os moradores tem livre acesso para sua
reuniões diárias.
30. 30
.
Figura 16 - Tipologias edifício torre
Fonte: Site MMBB Arquitetos
Nas tipologias das torres habitacionais, o acesso é por meio
de três elevadores e uma escada de emergência, que chega
à circulação comum para a entrada nos quatro apartamentos.
A circulação voltada a norte do edifício é composta por brises
e gera um convívio entre os moradores do andar.
Os apartamentos tem uma metragem de 50m², e é composta
por uma sala social, uma cozinha, área de serviço, um
banheiro e dois dormitórios, que comporta um total de quatro
pessoas.
31. 31
Figura 17 - Tipologias edifício lamina
Fonte: Site MMBB Arquitetos
Nos edifícios lâminas o acesso é através uma escada central,
que apoia o hall do edifício, que serve dois apartamentos,
assim simultaneamente em toda a construção.
Os apartamentos tem 50m² cada um, com uma sala de estar
integrada com a sala de jantar e cozinha, uma área de
serviço. Dois dormitórios para quatro pessoas com um
banheiro para o atendimento geral da casa.
32. 32
4.1.2. MANHATTAN
Ficha Técnica:
Local: Manhattan, Nova Iorque
Fundação: 1683
População: 1 585 873 habitantes
Densidade: 26 820,1 hab./km²
Figura 18 - Foto aérea de Manhattan
Fonte: Google Earth
33. 33
A Cidade
Manhattan é o mais antigo e mais densamente povoado dos
cinco boroughs que formam a cidade de Nova Iorque.
Localizado primariamente na Ilha de Manhattan, que fica na
foz do Rio Hudson, os limites do borough coincidem com os
do condado de Nova Iorque, um condado original do estado
de Nova Iorque.
A cidade de Nova Iorque começou no extremo sul de
Manhattan, se expandiu para o norte, e então, entre 1874 e
1898, incorporou terras dos condados ao seu redor.
Manhattan possui uma área de 87 km², uma população
de 1 585 873 habitantes, e uma densidade
populacional de 26 820,1 hab./km² (segundo o censo nacional
de 20101).
Manhattan foi fundada em 1683. Localizam-se em Manhattan
dois dos três centros financeiros de Nova Iorque. Manhattan
abriga os principais pontos de interesse da cidade, incluindo
a Times Square, o Central Park, o Empire State Building,
a Wall Street, a Broadway e a Brooklyn Bridge, a ponte que
une Manhattan a Brooklyn.
Figura 19 - Foto aérea de Manhattan
Fonte: Desconhecida
Figura 20 - Foto da convivência em Manhattan
Fonte: Desconhecida
34. 34
Planejamento Urbano
Manhattan é organizada em um padrão herdado do Plano de
Comissários de 1811, que propôs a criação de dezesseis
avenidas no norte/sul, cortada por 155 ruas entre leste/oeste.
Este plano consiste em ruas perpendiculares (não em todo
bairro), mas apenas na parte do norte da ilha Houston Street,
a partir do qual se inicia a Rua 1. O plano entra em vigor a
partir de Greenwich Village, que está localizado em uma área
delimitada pela Houston Street e pela 14th Street. Apenas a
Broadway, que cruza o sul ao norte é intercalada. Em relação
à numeração das ruas.
O seu desenho em formato de grelha gera uma cidade
interessante, com esquinas em pequenos espaços, faz com
que a cidade seja mais interessante, com mais comércios e
serviços disposto a população.
O congestionamento de automóveis acaba tendo menos
possibilidade de acontecer, por contar com várias avenidas
paralelas, o fluxo acaba sendo mais flexível, o com maiores
possibilidades.
Figura 21 - Foto aérea Manhattan
Fonte: www.newyorkimage.us
n
Figura 22 - Foto Rua de Manhattan
Fonte: www.newyorkimage.us
35. 35
Transporte
Figura 23 - Mapa de Transporte de New York
Fonte: Departamento de transporte de New York
O Metropolitano de Nova é um sistema de metropolitano que
pertence a é um dos mais velhos e extensos sistemas de
transporte público do mundo, atrás apenas do metrô de
Londres, com 468 estações em operação (423, se as
estações de conexão por transferência forem consideradas
uma só), 3 369 km de serviços, 1056 km de trilhos, 1355 km
de trilhos incluindo pátios e estacionamento de trens.
O sistema é o que toda cidade de grande porte necessita,
ainda mais com a proposta de uma cidade compacta com alta
densidade, ele é a ferramenta fundamental para que a cidade
não trave, e a mobilidade urbana consiga um fluxo desejável
para todos os seus habitantes.
Em praticamente em quase todas as quadras estão
localizados estações de metrô, que facilita e muito a vida de
seus usuários, que em sua maioria das vezes dispensa o uso
de automóvel pelo excelente serviço que consegue leva-lo a
qualquer ponto da cidade em uma alta velocidade.
36. 36
Análise da cidade
Como em discussões atuais sobre a implantação de modelos
de cidade com grande dinamismo, Manhattan nos demonstra
isso de maneira clara, de como deve se comporta uma
grande megalópole que busca a diversidade em todos os
sentidos.
Uma região com extrema densidade populacional, as
construções tomam conta de quase toda a área existente do
território, se mostrando uma cidade de 24 horas de
funcionamento, que atende as várias modalidades de uma
cidade compacta, como habitações em um raio de
proximidade aos grandes centros, transporte publico de
extrema eficiência, quadras mistas com comércios na área
térreas, edifícios coorporativos, quadras arborizadas e um
enorme parque no meio da cidade.
As habitações se formam em apartamentos em edifícios
verticais, que estão inseridos no grande centro comercial da
cidade, gerando quadras de uso misto que em sua maioria
das vezes estão próximo as estações de transporte,
facilitando a locomoção e dispensando o uso de automóveis.
O transporte coletivo é um ponto essencial para a mobilidade
urbana, com estações de metrô em quase cada quarteirão, a
facilidade de locomoção dos usuários acaba facilitando e
organizando essa grande densidade populacional, que
minimiza o transito em suas ruas, e agiliza a locomoção.
As quadras se mostram bem dinâmicas, em sua maioria das
vezes com fachadas abertas e calçadas largas que trazem
comércios de todas as variedades, trazendo um ótimo
convívio a cidade.
Em regiões como na Avenida Wall Street se encontra o
grande centro financeiro da cidade, com edifícios
coorporativos que rendem boa parte dos empregos da cidade.
Manhattan conta com um dos maiores parques urbano do
mundo, o Central Park é um alívio da alta verticalidade e
densidade da cidade, e sede um belo espaço de lazer para
todos os moradores da cidade, repleto de programação
cultural e esportiva o parque é um prato cheio para os
usuários.
Sem contar que Manhattan é um dos grande exemplo para
varias administração governamental como uma cidade
moderna modelo pelos seus requisitos de planejamento
urbano, conseguindo dialogar a alta densidade de habitantes
em um espaço curto sem que a qualidade de vida e a
mobilidade seja afetada diretamente.
37. 37
4.1.3. UNIDADE DE HABITAÇÀO MARSELHA
Ficha Técnica:
Local: Marselha, França
Data do início do projeto: 1952
Arquitetura: Le Corbusier
Figura 24 - Vista geral do Edifício de Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
38. 38
Conceito
A Realização da Unidade de Habitação de Marselha
representa um estudo de pesquisa de Le Corbusier de cerca
de 20 anos. Neste meio tempo, o Arquiteto desenvolve uma
serie de projetos relacionados a habitação e planejamento
urbano, como a Cidade Contemporânea para Três Milhões de
Habitantes (1922), e a Cidade Radiosa (1935), onde são
traçado os mandamentos do modernismo em relação a
habitação urbana.4
Um edifício que deixa a clara utilização de habitação, mais
com áreas de lazer em seu térreo livre e terraço, com
equipamentos comuns em seu programa de necessidades,
como restaurantes, creche e até um hotel, a obra se mostra
um edifício de uso de altíssima funcionalidade e o máximo de
aproveitamento para que seus usuários usufruam dos
serviços da melhor maneira.
4
French, Hillary. Os mais importantes conjuntos habitacionais do século
XX – Hilary French
Figura 25 - Fachada do edifício Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
Figura 26 - Térreo com pilotis do edifício Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
39. 39
Programa de Necessidades
O Edifício é composto por 18 pavimentos com 337
apartamentos de 23 tipos, com seu sistema de acesso
engenhoso, que utiliza corredores apenas nos andares 2, 5,
7, 8, 10, 13 e 16.
Os equipamentos de uso comum incluem lavanderias com
máquinas de lavar elétricas, uma creche, um jardim de
infância e um restaurante, e invés de dormitórios para
hóspedes nos apartamentos, o bloco dispõe de um hotel com
18 apartamentos.
O terraço tratado com paisagismo tem parque infantil e
piscina para crianças, uma pista de corrida e uma academia
de ginástica ao ar livre, além de vistas espetaculares. Há
também lojas, uma enfermaria, uma farmácia e um bar dentro
do bloco.
Os apartamentos para famílias de 4 pessoas tem em média
98m², com apenas 3,66m de largura, os apartamentos
atravessam completamente o bloco e tem varandas em
ambos os lados. O apartamento individual surge na sobra do
jogo de volumes feito pelos mezaninos nos apartamentos, e
tem cerca de 35m².
Figura 27 - Corte esquemático quartos do edifício Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
Figura 28 - Imagem do quarto do edifício Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
40. 40
O .Projeto
Figura 29 - Plantas e cortes do edifício Marselha
Fonte: Livro conjunto habitacionais do século XX
A tipologia dos apartamentos se apresenta em uma maneira
bem interessante, com um sistema duplex consegue
minimizar a utilização da circulação comum, ganhando
espaço no interior de cada unidade de habitação.
O planejamento criativo proporciona insolação direta na
maioria dos apartamentos, controlados por brises de concreto
pela manhã e tarde.
41. 41
4.2. VISITA TÉCNICA
4.2.1. CONJUNTO NACIONAL
Ficha Técnica:
Local: São Paulo, SP
Data do início do projeto: 1955
Inauguração oficial: 1958
Data da conclusão da obra: 1962
Área construída: 124.277,61 m2
População fixa: 15.000/dia
População flutuante: 40.000/dia
Arquitetura: David Libeskind
Construtora: Warchavchik Neumann
Figura 30 - Fachada do Conjunto Nacional
Fonte: Internet
“Rino Levi e Vilanova Artigas, embora opostos no plano
político, pregavam que a arquitetura precedia o edifício
isolado, que os prédios deveriam se integrar ao resto da
cidade.” David Libeskind
Entrevista a Folha de São Paulo em 01/03/2008
42. 42
Conceito
Figura 31 - Imagem aérea do entorno do Conjunto Nacional
Fonte: Google Earth 2014
O Conjunto Nacional, situado na região da Avenida Paulista
em São Paulo, um dos grandes centros financeiros da cidade,
que é composto por diversos edifícios coorporativos onde
estão localizadas as sedes de grandes empresas nacionais e
internacionais.
Em sua concepção na década de 1950, essa região não tinha
o volume de hoje, mais o pensamento do projeto era atual nos
moldes de hoje, a ideia de fazer com que a Avenida Paulista
se tornasse o grande ponto comercial de São Paulo.
A transformação da região começou a partir dessa obra, as
edificações começaram a migrar de grandes lotes com
Mansões para os edifícios verticalizados.
O Conjunto Nacional foi um dos primeiros edifícios
multifuncionais do país, e sua grande proposta era fazer do
prédio uma extensão da cidade, com uma área com serviços,
comércios e lazer que teria intenso convívio entre a
população.
Com atividades bem comuns nas ruas, como as salas de
cinema, o conjunto nacional manteve essa ideia de agregar
ao edifício a rua, inclusive o revestimento do piso térreo do
prédio é o mesmo que se tinha nas calçadas da Avenida
Paulista.
Até os dia de hoje o edifício se mostra atual, mesmo de
passando cinco décadas, e faz com que um edifício de uso
misto é muito importante para a cidade, da mesma forma que
ceder a quadra para o total e livre fluxo dos habitantes é um
aspecto positivo para a mobilidade urbana e convívio de todos
os usuários dos espaços.
43. 43
Programa de necessidades
O conjunto Nacional é um edifício formado por uma lamina
horizontal, onde estão compostos dois pavimentos e um
lamina vertical.
A lamina horizontal é composta pelo térreo, onde estão as
lojas comerciais (66 estabelecimentos no total), uma sala de
cinema, uma sala de teatro e a livraria cultura. No 1º
pavimento estão uma academia, e uma área para restaurante
e um terraço com acesso livre do público.
Na lamina Vertical estão localizados os Horsas I e Horsas II,
que são as áreas coorporativas, que contém um total de 485
empresas.
A área residencial da lamina vertical conta com 47
apartamentos no total, com tipologias que variam de 175 a
240m².
O conjunto conta com 2 subsolos, com acesso pelas rua
adjacentes a Avenida Paulista, ação que minimiza o despejo
de carros a via arterial, e contém um total de 800 vagas de
automóveis.
Figura 32 - Corte esquemático do Conjunto Nacional
Fonte: Material disponibilizado pela administração do condomínio
44. 44
O projeto
Um projeto com referencias modernistas, desde sua
concepção, funcionalidade, a sua construção, ele contempla
uma linguagem inconfundivel e nos trás grandes lembranças
de Le Corbusier e Oscar Niemeyer.
Com sua quadra totalmente aberta, com quatro acessos livres
para o público em cada lado, com seu térreo, 1º pavimento e
terraço jardim com área de comércio e lazer, e a lamina
vertical com habitação e serviços, nos mostram uma forte
referencia da idéia urbana modernista do seculo XX.
Sua fachada com janelas em fita, muito concreto armado
pintado na cor branco, pilotis que sustentam a cobertura do
restaurante e brises soleil na lamina horizontal, caracterizam
o edifício como uma obra modernista.
Figura 33 - Fachada Conjunto Nacional
Fonte: Desconhecido
Figura 34 - Imagem da rampa interna do Conjunto Nacional
Fonte: Arquitetura e Construção
45. 45
5. INSERÇÃO URBANA
5.1. LOCALIZAÇÃO DO SÍTIO
Figura 35 - Mapa do grande ABC
Fonte: Google Earth 2014
São Bernardo do Campo é um município brasileiro do estado
de São Paulo, na região Metropolitana de São Paulo e
microrregião de São Paulo.
Localizado na Sub-Região Sudeste da Região Metropolitana
de São Paulo, São Bernardo do Campo possui 408,45 Km²
de área, correspondendo a 49,4% da superfície do Grande
ABC; 5% da Grande São Paulo e 0,2% do Estado de São
Paulo.
53,7% da área total de São Bernardo do Campo encontra-se
na área de proteção aos mananciais. 75,82 Km² ou 18,6% de
sua área é ocupada pela Represa Billings.
Sua população de acordo com o Censo IBGE 2010, é de
765.203 habitantes, o que resulta a densidade demográfica
de 1.873,4 hab/km².
5.2. HISTÓRIA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
O município de São Bernardo do Campo nasceu na Borda do
Campo, mesma região onde existiu a histórica “Villa” de Santo
André da Borda do Campo (1550-1560). (Oficialmente São
Bernardo do Campo reporta-se à chamada “Villa” de João
Ramalho (1553) para comemorar seu aniversário de
fundação, mas estudos revelam que o município tem origem
bem mais recente, visto que o primitivo povoado sem deixar
vestígios.)
Sendo a região local de passagem para aqueles que do
Planalto se dirigiam ao porto de Santos, em especial as
“tropas” carregando mercadorias e que aqui faziam pouso,
começa a se desenvolver na fazenda dos Monges
46. 46
Beneditinos, ao redor de uma capela por eles construída em
1717, um povoado, às margens dos Ribeirão dos Meninos,
região do atual Bairro Rudge Ramos (no local onde hoje está
instalado o Carrefour Vergueiro).
Pelos primitivos e novos caminhos, pelas velhas fazendas,
registram-se a presença do português desbravador, do índio e
do negro escravo.
Tendo-se formado e crescido em terras particulares dos
Beneditinos, o povoado não pôde ser oficializado, sendo por
isso transferido para outro trecho do velho Caminho do Mar,
onde está hoje a Igreja Matriz (Largo da Matriz, na Rua
Marechal Deodoro); esta transferência do povoado ocorreu
em princípios do século XIX. Ali, em 1812, de subúrbio da
Capital o povoado foi elevado à categoria de Freguesia.
Em 1877 é instalado, nas terras desapropriadas da fazenda
dos Beneditinos, o Núcleo Colonial de São Bernardo, que vai
dar nova vida a “Villa”. Constituiu-se 15 linhas coloniais que
posteriormente originaram os atuais bairros de São Bernardo
do Campo.
A presença do imigrante, majoritariamente italiano, é
predominante nesse fim de século XIX e início do século XX,
contribuindo para ampliar a miscigenação. O cultivo da terra é
intensificado. Planta-se, colhe-se, fabrica-se, produz-se... Os
campos vão sendo devastados, as matas derrubadas, as
estradas alargadas, ruas corrigidas e calçadas, as vilas
edificadas e casas construídas.
Ao final do século, por lei provincial de 12 de março de 1889,
Freguesia foi elevada a Município, cuja instalação ocorreu em
maio de 1890. O Município compreendia, então, praticamente
todo o território do atual ABC.
O nome – São Bernardo – deve-se á denominação da
fazenda dos Monges Beneditinos, onde havia uma capela
dedicada ao Santo, ao redor da qual surgiu o primitivo
povoado de 1717.
Com a exploração da madeira, as serrarias aparecem,
registrando a tendência industrial da “Villa”. Desenvolve-se a
indústria moveleira ao lado da têxtil.
No século XX, com a construção da Represa Billings, alguns
núcleos coloniais de imigrantes italianos, formados no século
XIX, são atingidos por suas águas.
Os caminhos se proliferam, não só como passagem, mas
como expansão do processo de urbanização. Os bairros vão
se formando e desdobrando em pequenas vilas e novos
bairros. O espaço do povoado se transforma na paisagem da
Cidade.
47. 47
Apesar do desenvolvimento da sede do Município (atual São
Bernardo do Campo), o Bairro da Estação (Santo André), em
razão da Estação de Ferro inaugurada em 1867, conhece um
crescimento acelerado, com a implantação de várias
indústrias. Assim, Santo André começa a se destacar
econômica e politicamente, tornando-se, em 1938, a sede do
Município.
O nome do município é mudado para Santo André e São
Bernardo torna-se distrito.
Após muitas movimentações, em 1944 ocorre a emancipação
político - administrativa de São Bernardo.
O designativo do Campo, aplicado a São Bernardo, surge
com a instalação do atual município, em 1º de janeiro de
1945.5
5
http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=h
istoria_historia_sintese&lIHTM=false
Figura 36 - Imagem do Paço Municipal na década de 1960
Fonte: Acervo Prefeitura de SBC
48. 48
5.3. HISTÓRIA DO BAIRRO CENTRO
O povoado foi erigido por João Ramalho, um português, no
local onde vivia a tribo Guaianazes. Foi oficialmente elevado à
categoria de Vila em 08 de abril de 1553, mudando seu nome
para Santo André da Borda do Campo.
Devido a rivalidades existentes entre os Padres Jesuítas e
João Ramalho e ainda em função dos constantes ataques dos
índios, a Vila foi extinta, e seu pelourinho, junto com seus
habitantes, foi mudado para São Paulo, dando origem à
cidade de São Paulo, com obediência às ordens de Mem de
Sá, Governador do Brasil.
Mais tarde, na metade do século XVII, foram organizadas
fazendas no território da antiga Vila, para o cultivo de arroz,
mandioca e feijão. Em 1728, Antonio Pinheiro da Costa
recebeu a gleba denominada Fazenda São Bernardo. A partir
daí São Bernardo passou por grandes mudanças, num
crescimento extraordinário, até que, finalmente em
30/11/1944, emancipou-se como cidade, com o nome de São
Bernardo do Campo.
No local onde viajantes pernoitavam antes de descer a serra
ou então antes de prosseguir caminho até São Paulo, foi
edificada uma pequena capela em louvor a Nossa Senhora da
Conceição, que definitivamente instalada em 20/12/1736,
passou a chamar-se Nossa Senhora da Boa Viagem.
Nunca era iniciada a viagem sem antes pedir a benção da
Virgem Santíssima. Assim surgiu a devoção de Nossa
Senhora da Boa Viagem.6
Figura 37 - Imagem da Rua Marechal Deodoro no ano de 1940
Fonte: Acervo Prefeitura de SBC
6
http://www.saobernardo.sp.gov.br/secretarias/sp/SP1/conteudo2.asp?codb
airro=8&codassunto=2
50. 50
5.4.1. IMAGEM SATÉLITE
Figura 39 – Imagem aérea
Fonte: Google Earth 2014
A região central de São Bernardo do Campo trata-se de uma
área de extrema densidade urbana durante o dia, com grande
movimentação por atração comercial e de serviços, sendo a
região com maior procura populacional da cidade.
Por outro lado, no período noturno, a região com grande
potencial de infraestrutura acaba se tornando uma área
deserta, sem nenhuma utilização clara, com poucos
habitantes residindo o local.
Como a maioria das grandes cidades, ela sofre com
problemas de mobilidade urbana, com sistemas viário com
grande índice de congestionamento, e seu transporte coletivo
sendo expandido.
As regiões periféricas contém área de manancial em
estruturação, onde grande parcela da população esta
inserida.
51. 51
5.4.2. MACROZONEAMENTO
Figura 40 – Mapa de macrozoneamento
Fonte: Plano Diretor 2011 SBC
O Macrozoneamento da cidade estabelece as seguintes
divisões:
- Macrozona urbana consolidada, onde estão as áreas mais
sólidas das cidades, onde existe uma boa infraestrutura de
transportes, moradias, serviços e esta localizado o grande
desenvolvimento socioeconômico de São Bernardo do
Campo.
- Macroárea urbana em estruturação, estão localizados os
bairros com atenção da prefeitura ao seu desenvolvimento,
são bairros que estão dentro do limite de área manancial
porém contém uma infraestrutura em estruturação.
- Macroárea de manejo sustentável, são as áreas mananciais,
que invadidas por assentamentos semi-irregulares, hoje
concentram grande parte da população da cidades. Uma
região com pouca infraestrutura urbana, que esta em
progresso para o atendimento da população.
52. 52
5.4.3. PREDOMINANCIAS DE USOS – ZONEAMENTO
Figura 41 - Mapa de Zoneamento
Fonte: Plano Diretor 2011 SBC
O zoneamento da área estuda trata-se de uma Zona de uso
diversificado (ZUD1), uma área de enorme crescimento com
grande disputa imobiliária, com empreendimentos sendo
implantados na região central, como edifícios coorporativos,
serviços locais, serviços empresarias e comércios de grande
escala.
A área residencial de interesse social é pouco desenvolvida
nesta região, com um grande reflexo de densidade
populacional referente a moradores, sendo totalmente
privilegiadas a construções de âmbito comercial.
A região faz parte da área central de São Bernardo do
Campo, uma região consolidada com uma das melhores
infraestruturas urbanas da cidade, onde hoje ocorre o grande
fluxo econômico da cidade.
53. 53
5.4.4. PLANIALTIMETRICO
Figura 42 - Mapa planialtimetrico
Fonte: Gegran SBC + autor
As curvas de nível da região estudada são leves
principalmente na região central, onde se mantém um declívio
de 7 metros em uma grande área, sendo considerada uma
área quase totalmente plana, principalmente onde esta
localizado o terreno.
Para as regiões laterais do perímetro estudado, começa um
declívio mais acentuado, onde uma área mais montanhosa
aparece com um desnível de em média 30 metros.
54. 54
5.4.5. ISODECLIVIDADES
Figura 43 – Mapa de Isodeclividade
Fonte: Metrô
A isodeclividade da área estuda é relativamente plana, por se
tratar de uma região de vale na Avenida Brigadeiro Faria
Lima, a inclinação é considerada suave ondulada, com
porcentual de 3 a 6%.
55. 55
5.4.6. PARCELAMENTO DO SOLO – LOTEAMENTO
Figura 44 – Mapa de Parcelamento do solo
Fonte: Gegran SBC + autor
O parcelamento de solo da região central de São Bernardo do
Campo é distribuídos por boa parte em lotes de tamanho
pequeno, médio e grande.
Nas área com grande escala de casas residências os lotes
são de tamanho pequeno, de até 200m².
Os lotes de tamanho médio, de 300m² a 2000m² são os que
predominam toda a região estudada, são lotes que abrigam
em sua maioria das vezes, comércios de pequeno a médio
porte.
Em áreas de lotes com mais de 2000m² que são
considerados lotes de tamanho grande, estão localizados
empreendimentos de maior escala, como edifícios
residenciais, coorporativos, supermercados e em alguns
casos estacionamentos.
56. 56
5.4.7. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Figura 45 – Mapa de Uso e ocupação do solo
Fonte: Gegran SBC + autor
A utilização do solo é desenvolvida em regiões com grande
escala de comércios e serviços ao longo da Avenida
Brigadeiro Faria Lima, sendo que nesta linha este tipo de uso
se faz por quase 100% da ocupação.
Se afastando a algumas quadras, começa uma alteração de
escala de uso do solo, com edifícios com gabaritos maiores,
onde o uso também começa a se alterar, começando a
verticalização de residências, e uso misto entre residência e
comércios.
Apesar de ser uma área de grande valor pra cidade, ainda
existem uma grande gama de lotes com casas de residências
horizontais, formando um grande contra ponto entre espaço
por habitante, prevalecendo uma área exclusiva a poucos
moradores.
57. 57
5.4.8. VOLUMETRIA URBANA
Figura 46 – Mapa de Volumetria Urbana
Fonte: GEGRAN SBC + autor
A volumetria urbana se mostra uma área com baixa
verticalização central da cidade, o gabarito dos edifícios em
sua maioria está entre 1 a 2 pavimentos, principalmente no
eixo principal, que é a Avenida Brigadeiro Faria Lima.
Na área com grande quantidade de residências de casas, os
edifícios continuam a uma altura de no máximo 2 pavimentos,
com uma verticalização em sua área nordeste, com maior
quantidade de edifícios residências de em média 13
pavimentos.
Neste estudo é bem visível como a região encontra-se
atualmente com um baixo índice de verticalização, a maioria
de seus lotes são horizontais não prevalecendo a densidade
urbana em uma área consolidada.
58. 58
5.4.9. DENSIDADE POPULACIONAL
Figura 47 - Mapa de densidade urbana
Fonte: IBGE Censo demográfico 2000
São Bernardo do Campo que hoje comporta um número de
746.718 habitantes (IBGE/censo 2010) é uma das principais
cidades metropolitanas.
A região central trata-se de uma área de grande densidade e
intensidade de público em horários comercias. A busca pelos
serviços comerciais disponibilizados pela Rua Marechal
Deodoro acaba convidando moradores de diversos bairros
para a concentração no local.
Porém como se analisa em mapa ao lado, o centro do
município não atinge alta densidade de moradores locais,
com cerca de 4.000 a 8.000 Hab./km² esta região é o reflexo
de uma área com grande infraestrutura urbana, com grande
potencial para adensamento, porém só visa o mercado de
comércio e serviços.
59. 59
5.4.10. HIERARQUIA VIÁRIA
Figura 48 – Mapa de Hierarquia viária
Fonte: Gegran SBC + autor
A principal via de ligação entre os bairros periféricos ao centro
é a Avenida Brigadeiro Faria Lima, sendo a artéria da cidade,
aonde conduz grande parte dos veículos e esta concentrada
toda a rota de transporte coletivo urbano, onde se tem a
interligação entre os demais municípios.
A Rua Marechal Deodoro, em escala menor, também conduz
a transição para a região central e as cidades vizinhas, como
ligação com a Av. Pereira Barreto, que liga São Bernardo a
Santo André.
A Avenida Jurubatuba faz em único sentido o alivio do centro
da cidade, carregando os veículos aos bairros vizinhos.
60. 60
5.4.11. INTENSIDADES DE TRÁFEGO
Figura 49 - Mapa de intensidade de trafego
Fonte: Acervo SBC
São Bernardo do Campo é uma região com grande índice de
automóveis, e cada ano que passa este número aumenta,
sendo refletivo diretamente no fluxo viário da cidade,
acarretando congestionamentos em alguns pontos.
Como analisamos no mapa ao lado, é possível se atentar que
com esse grande número de automóveis, as vias arteriais
como a Avenida Brigadeiro Faria Lima e Marechal Deodoro
em horários de pico sofre com a lentidão de fluxo.
Isso se transporta diretamente a outros vários pontos da
cidade, e acaba mostrando um grande déficit de mobilidade
urbana.
61. 61
5.4.12. SISTEMA DE TRANSPORTES
Figura 50 - Mapa de transporte
Fonte: Gegran SBC + autor
O principal eixo de transporte esta na Avenida Brigadeiro
Faria Lima, onde hoje recebe praticamente todas as linhas de
ônibus da cidade. Entre esses sistemas de transporte,
encontramos as linhas municipais, intermunicipais, trólebus e
VLT.
As linhas municipais coletam as pessoas em seus bairros e
distribui nas regiões centrais da cidade, passando pelo o eixo
da Avenida Brigadeiro Faria Lima.
As intermunicipais, passam pela região central da cidade e
coletam os usuários para as distribuições nas cidades
vizinhas, como Santo André, São Caetano, Diadema e São
Paulo. O mesmo acontece com o sistema de transporte
Trólebus, que com corredor individual também faz a
distribuição intermunicipal.
Com um projeto futuro previsto pelo Estado de São Paulo,
este eixo receberá a linha 18 do Metrô, com um sistema de
transporte aéreo, o VLT e agilizará o sistema de transporte
até a cidade de São Paulo, com ligação na Estação do
Tamanduateí (Linha azul do Metrô).
62. 62
5.4.13. EDIFICIOS SIGNIFICATIVOS
Figura 51 - Mapa de Edifícios importantes
Fonte: Gegran SBC + autor
No perímetro estudo foram levantados alguns pontos
importantes de história e utilização da cidade de São
Bernardo do Campo.
A região é contemplada pela Igreja da Matriz, que contém
uma praça e é uma referencia de ponto de encontro sendo a
mais conhecida Igreja da cidade.
Na Avenida Jurubatuba se encontra a Biblioteca Municipal,
que é aberta ao publico nos dias da semana.
Vizinho do terreno onde será executado o projeto, esta
localizado a Praça Lauro Gomes, a praça mais popular da
cidade, onde ocorre um grande fluxo de pessoas diariamente
e esta ligada a galeria comercial Lauro Gomes.
Também na área analisada encontramos escolas de nível
municipal, estadual e uma Faculdade de São Bernardo do
Campo.
O Hospital Central da cidade também se encontra próximo a
Avenida Jurubatuba, onde recebe casos secundários e de
transferência das UBS e UPA dos demais bairros.
63. 63
5.4.14. ESTADO DAS EDIFICAÇÕES
Figura 52 - Mapa de estado das edificações
Fonte: Gegran SBC + autor
O estado das edificações em sua grande maioria se encontra
em perfeito estado, edificações com certa idade de
construção, porém muito bem preservadas, principalmente os
lotes residências.
Já na área comercial se encontra um pouco mais de
degradação, alguns lotes que se encontra em um estado de
conservação regular, com algumas manutenções a serem
revistas, principalmente em suas fachadas.
Mais em um todo, é uma área em prefeitas conservações,
com todas as vias pavimentadas, calçadas em bom estados,
lixeiras para apoio da população, arvores saudáveis com bom
aspecto e saneamento básico em perfeitas condições.
64. 64
5.4.15. HIDROGRAFIA
Figura 53 - Mapa de hidrografia
Fonte: Plano Diretor 2011 SBC
A situação Hidrográfica da região central de São Bernardo do
Campo conforme o mapa ao lado nos indica nenhum rio
passando pela região estudada, porém nos indica na região
mais baixa da topografia uma área com risco de inundações
frequentes.
Este problema já vem sendo cuidado pela cidade, com a
construção de um piscinão no fim da Avenida Brigadeiro Faria
Lima, localizado no paço municipal, com a perspectiva da
solução deste grave problema para a cidade.
65. 65
5.5. DIAGNÓSTICO URBANO
A Região central de São Bernardo do Campo se mostra uma
área estruturalmente consolidada, com ótima infraestrutura
urbana, com serviços de transporte, de saneamento básico,
de utilidades como sérvios e comércios, estrutura hospitalar e
áreas de lazer que atendem a população que ali residem.
Porém está região que se mostra altamente densa em seus
horários comercias pelo grande procura da população dos
bairros periféricos pelos comércios que estão instalados, tem
um contra balanço em relação a habitantes por metro
quadrado, pois os residentes fixos dessa ótima infraestrutura
urbana é muito baixo, com uma área que se mostra
totalmente horizontal, com alguns poucos edifícios
residências verticalizados.
Isso reflete diretamente na dinâmica da cidade, fazendo com
que a grande maioria da população que habita as regiões de
mananciais que passa por momentos de estruturação tenha
que fazer o caminho inverso e buscar a qualidade de vida na
região central.
Essa busca de qualidade de vida, reflete muito no sistema
viário e de transporte da cidade, que acarreta grande trafego
para a chegada à região central e um transporte coletivo que
atinge longos trajetos e acaba sendo ineficiente, com um
tempo gasto alto pelo seu percurso e trafego lento.
Outro reflexo claro da região por se tratar de uma área com
grande ênfase comercial é seu alto adensamento em horários
comerciais e enquanto em sua vida noturna, essa região
central acaba sendo morta sem nenhuma utilização clara,
com poucas pessoas residindo e usufruindo do local, com
grande abandono de convívio onde abre as portas para uma
região sem segurança.
A cidade ainda tende muito a crescer no sentido de
mobilidade urbana, com uma região dinâmica, com mais
edifícios misto, fachadas abertas aos usuários trazendo a
população para áreas com melhor infraestrutura urbana e
aliviando a cidade no uso de transportes individuais
excessivos.
Com os edifícios mistos a vida noturna vai crescer, tendo
maior numero de habitantes na rua e fazendo com que possa
ainda surgiu mais um leque de comércios, para o atendimento
dessa população.
66. 66
Figura 54 – Diagnostico
Fonte: Autor
Figura 55 e 24 – Marechal Deodoro, Centro Comercial
Fonte: Autor
Figura 25 e 26 – Galeria popular e Praça Lauro Gomes
Fonte: Autor
Figura 27 e 28 – Rua Tenente Sales e Av. Faria Lima
Fonte: Autor
67. 67
5.6. LEGISLAÇÃO URBANA
5.6.1. PLANO DIRETOR - 6184/2012
CAPÍTULO IV
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA MUNICIPAL
DE HABITAÇÃO
Art. 15. A Política Municipal de Habitação se rege pelo
princípio constitucional do direito à moradia digna, que
assegura padrões básicos de habitabilidade, infraestrutura,
saneamento ambiental, mobilidade e acesso a equipamentos
e serviços urbanos e sociais, constituindo-se em vetor de
inclusão social e de qualidade de vida na Cidade. Parágrafo
Único - São fundamentos da Política Municipal de Habitação:
I - a regularização e integração urbana de assentamentos
precários ou irregulares;
II - a provisão habitacional;
III - a integração da política de habitação à política de
desenvolvimento urbano; IV - o fortalecimento institucional do
setor habitacional; e V - o princípio da gestão democrática e
participativa.
Art. 16. A Política Municipal de Habitação tem os seguintes
objetivos gerais:
I - universalizar o acesso à moradia digna, considerando a
disponibilidade de recursos e a capacidade operacional do
setor público e dos agentes envolvidos na sua
implementação;
II - dimensionar as necessidades habitacionais da população
residente no Município, bem como os meios necessários para
o seu pleno atendimento;
III - promover a urbanização, a regularização e a inserção dos
assentamentos precários à Cidade, bem como a eliminação
de riscos à vida associados à condição de moradia;
IV - estimular mecanismos para democratizar o acesso à terra
urbanizada e ao mercado secundário de imóveis;
V - articular recursos dos três níveis de governo na
implementação dos programas e projetos habitacionais,
potencializando a capacidade de investimento do Município e
viabilizando recursos para a sustentabilidade da Política
Habitacional;
VI - propor e implementar mecanismos de articulação
institucional, inclusive no âmbito regional, do conjunto de
setores públicos, privados e demais agentes sociais afetos ao
setor habitacional;
VII - apoiar e manter em funcionamento o sistema de gestão
democrática da política habitacional; e
68. 68
VIII - estruturar a ação do Poder Público Municipal, inclusive
garantindo modernização organizacional, capacitação técnica
de agentes públicos e atualização do quadro normativo-legal.
Art. 17. Para a consecução dos objetivos e implementação da
Política Habitacional, observar-se-ão as seguintes diretrizes e
estratégias:
I - assegurar, na formulação e implementação dos projetos de
intervenção, a adoção do conceito de moradia como habitat,
que envolve o acesso à infraestrutura, aos serviços públicos,
promovendo a inserção dos assentamentos habitacionais na
Cidade Legal, de forma sustentável;
II - assegurar sustentabilidade ambiental nas soluções
habitacionais planejadas;
III - adotar critérios diferenciados de priorização da
intervenção pública, conforme a natureza das necessidades e
das intervenções habitacionais demandadas;
IV - priorizar soluções de moradia para a população que vive
em situação de risco físico e ambiental;
V - priorizar investimentos populares, urbanizando e
regularizando os assentamentos existentes, sempre que a
manutenção das famílias seja compatível com a segurança, a
salubridade e a sustentabilidade ambiental;
VI - conceber os programas e projetos de forma articulada
com as fontes de recursos externos existentes e acessíveis
para o Município;
VII - incentivar a produção, pela iniciativa privada, de
unidades habitacionais voltadas para habitação de interesse
social e do mercado popular;
VIII - incentivar a utilização de imóveis vazios e subutilizados
para habitação de mercado popular;
IX - apoiar esforços para aplicação de padrões mínimos de
conforto ambiental, da redução do desperdício e da
capacitação profissional para a execução e gestão de obras;
X - assegurar sustentabilidade financeira e a adoção de
soluções de mínimo custo;
XI - assegurar a acessibilidade socioeconômica às soluções
públicas por meio da estruturação de uma política continuada
de subsídios;
XII - articular as intervenções habitacionais aos demais
programas de desenvolvimento urbano e social do Município;
XIII - estabelecer planejamento integrado de trabalho e
parcerias com as concessionárias de serviços públicos,
responsáveis pela provisão de serviços; XIV - apoiar medidas
de controle da expansão da ocupação irregular no território;
69. 69
XV - facilitar o processo de gestão e produção habitacional
com a atualização das leis e atos normativos municipais
relativos à habitação e ao desenvolvimento urbano;
XVI - estimular e favorecer a participação da sociedade na
implementação de ações habitacionais;
XVII - assegurar transparência e publicidade às ações da
Política e do Plano Local de Habitação de Interesse Social; e
XVIII - institucionalizar os instrumentos de gestão da política
habitacional, garantindo sua continuidade.
CAPÍTULO VI
DOS OBJETIVOS E DIRETRIZES DA POLÍTICA MUNICIPAL
DE MOBILIDADE URBANA
Art. 23. São objetivos da Política Municipal de Mobilidade
Urbana:
I - aperfeiçoar os sistemas intra e interurbanos de circulação e
transportes para que atendam às necessidades da população
em geral, assegurando conforto, segurança e rapidez;
II - tornar mais homogênea a acessibilidade em toda a área
urbanizada do Município, ampliando o acesso da população
de baixa renda ao sistema de mobilidade;
III - otimizar a distribuição de bens e serviços, o
abastecimento e o escoamento da produção municipal de
forma articulada ao transporte e movimentação de pessoas;
IV - priorizar a circulação do transporte coletivo e do modo a
pé sobre o transporte individual motorizado na ordenação do
sistema viário;
V - garantir condições de segurança, regularidade,
continuidade e desobstrução do espaço viário destinado à
circulação do pedestre;
VI - priorizar a acessibilidade das pessoas com deficiência e
mobilidade reduzida;
VII - reduzir a emissão de poluentes pelos veículos
motorizados, respeitando- se os índices de qualidade
ambiental definidos pela legislação competente;
VIII - ampliar e aperfeiçoar a participação da sociedade na
gestão, fiscalização e controle do sistema de transporte,
mantendo canais de informação e de participação da
sociedade para garantir o aprimoramento do sistema; e
IX - articular o sistema de mobilidade urbana com o
metropolitano e o estadual, existente e planejado.
70. 70
SEÇÃO VIII
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
Art. 83. Considera-se operação urbana consorciada, o
conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder
Público Municipal, com a participação dos proprietários,
moradores, usuários permanentes e investidores privados,
com o objetivo de alcançar transformações urbanísticas
estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental.
Art. 84. As Operações Urbanas Consorciadas têm como
finalidades:
I - promover intervenções urbanas, visando alcançar
transformações urbanísticas e estruturais no Município;
II - alterar a realidade urbana mediante parcerias entre o
Poder Público e o setor privado;
III - promover melhorias sociais e de valorização ambiental;
CAPÍTULO II
DAS DIRETRIZES PARA O USO DO SOLO
Art. 46. O uso do solo no Município de São Bernardo do
Campo se classificará em três categorias:
I - Categoria de Uso Residencial - R, que se destina à
moradia uni familiar ou multifamiliar;
II - Categoria de Uso Não Residencial - NR, que compreende
as atividades industrial, comercial, de prestação de serviços e
institucional, além de atividades econômicas primárias, como
agricultura, pecuária e extração mineral; e (Redação dada
pela Lei nº 6238/2012)
III - Categoria de Uso Misto - MI, constituída por usos
residenciais (R) e não residenciais (NR) na mesma edificação
ou lote.
SEÇÃO III
DO USO MISTO
Art. 53. Onde for admitido o uso residencial será permitido o
Uso Misto, que se sujeitará às análises exigidas para o Uso
Não Residencial - NR.
CAPÍTULO III
DAS DIRETRIZES PARA A OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 54. A lei de parcelamento, uso e ocupação do solo deverá
estabelecer, no mínimo, os seguintes parâmetros para
controle da ocupação do solo:
I - taxa de ocupação;
71. 71
II - taxa de permeabilidade mínima;
III - gabarito; e
IV - recuos frontais, laterais e de fundo.
Art. 58. Os coeficientes de aproveitamento básico e máximo
de HIS e HMP, na faixa de 3 a 6 salários mínimos, são os
constantes do Quadro 4. § 1º HMP na faixa de 6 (seis) a 10
(dez) salários mínimos obedecerá ao coeficiente de
aproveitamento máximo definido para a ZUD 1, conforme
Quadro 1, sem pagamento de outorga onerosa do direito de
construir.
§ 2º Os parâmetros constantes do Quadro 4 não se aplicam
na MPRM. (Redação dada pela Lei nº 6238/2012)
Figura 56 – Quadro 4 de coeficiente de aproveitamento
Fonte : PMSBC
Figura 57 – Quadro 1 de coeficiente de aproveitamento
Fonte : PMSBC