1. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
DR FRANCISCO NOGUEIRA DE LIMA
Alan Machanosque nº 03
Camila Augusto de Oliveira nº 09
Carina Francisco Pires nº 10
Carla Perez nº 11
Erica Aparecida Musa da Silva nº 17
Erica Costa nº 18
Gisele Patricia Costa nº 22
Jade dos Santos Machado nº 40
BALANÇA, HILO E PONTE ROLANTE
CASA BRANCA/ SP
2014
2. 1. INTRODUÇÃO
1.1 Origem da Cana de Açúcar
A cana-de-açúcar teve origem a 6 mil anos a.c. em regiões próximas à Índia.
Durante a antiguidade, porém, o açúcar não passava de uma especiaria exótica,
sendo utilizada apenas como tempero ou remédio. Nó século XII, o açúcar chegou à
Europa, onde importantes regiões produtoras surgiram no século seguinte,
especialmente no extremo Oriente. O interesse pela especiaria foi crescente depois
do século XV, quando novas bebidas, como o café, o chá e o chocolate eram
adoçadas com açúcar.
Em 1493, Cristóvão Colombo iniciou o cultivo da cana-de-açúcar nas Antilhas.
A partir daí, a história do açúcar no mundo ganhou novas dimensões. No Brasil, o
açúcar é produzido a partir da cana, enquanto na Europa é quase totalmente
fabricado apartir da beterraba. Hoje, a cana também é utilizada para produção de
álcool. Basicamente, a sacarose é oprincipal componente da cana-de-açúcar.
1.2 Características da Cana de Açúcar
A cana-de-açúcar é uma gramínea formada por colmos interligados por nós.
O colmo é constituído por duas fases, uma sólida (fibra) e outra líquida (solução
aquosa que contêm sacarose).
É constituída de água; açúcares como sacarose, glicose, frutose; fibras como
celulose, lignina, pentosana; minerias como silício, potássio, cálcio, magnésio, sódio,
etc.; matérias nitrogenadas, como aminoácidos, amidas albuminóides, nitratos;
gorduras e ceras; ácidos combinados e livres; pento-hexosanas e vitaminas.
2. COLHEITA
Até os dias de hoje, mais de 80% da cana colhida é cortada à mão. O
trabalho de corte manual é precedido pela queima da palha da cana para aumentar
a produtividade e proporcionar maior segurança ao trabalhador.
A colheita mecanizada ganhou espaço nos últimos anos, mas seu avanço é
lento, passa por dificuldades como, necessidade de reaproveitamento de mão de
obra no corte da cana, aumento da incidência de pragas e erosões, dificuldade de
utilização do sistema mecanizado de colheita em terrenos irregulares.
3. 3. TRANSPORTE
No estado de São Paulo, o transporte da cana-de-açúcar da lavoura até a
usina é realizado, principalmente, por caminhões, o que requer uma malha viária
adequada para a circulação de grande número de veículos de cana pesados.
4. EQUIPAMENTOS PARA PESAGEM, DESCARGA E MANUSEIO
4.1 Balança
São do tipo plataforma; podem ser atualmente acopladas a ela muitas opções
de automação como semáforos, cancelas, sensores de posicionamento e leitores de
dados de caminhão, para indexação do resultado das pesagens e armazenamneto
correto dos dados.
As balanças podem ser instaladas sobre o piso, semi-embutidas e embutidas.
Suas dimenções podem variar de 9-60m de comprimento e de 3-3,20m de largura. A
capacidade de pesagem é de 30-200 toneladas.
Têm o objetivo de quantificar a matéria-prima que entra no processo, para
possibilitar, dentre outras informações, a obtenção do rendimento do processo de
fabricação.
4.2 Hilos
Equipamento mais difundido para descarga de cana. É um sistema simples,
fácil de operar, prático e relativamente rápido. É um gancho composto de uma
estrutura tubular ou de perfis laminados, com altura variando entre 13-16m. A
estrutura sustenta um sistema de cabos com polias que movimenta uma viga
horizontal num movimento ascendente e descendente.
O caminhão a ser descarregado é estacionado entre o hilo e a mesa, ou entre
o hilo e a rampa de descarga. Usado para descarga de carrocerias simples para
cana inteira, com ou sem cabos fixos, carroceria tipo caçamba com báscula superior
ou com sistema de telas. A descarga se processa por ação de tombamento ou
basculamento.
O hilo pode ser fixo ou móvel. No móvel a estrutura é presa a uma plataforma
que se move sobre trilhos e possui um contrapeso na traseira. Quanto ao
acionamento do sistema de cabos, alguns hilos possuem uma guia para o balanção,
o que torna mais fácil de operar.
4. 4.3 Balanção
Guindaste hidráulico utilizado em conjunto com pontes rolantes. É usado para
descarga de cana inteira do caminhão dentro do barracão. Apresenta cabos de aço
pendentes de uma viga que são colocados manualmente de forma a laçar o feixe de
cana. A carga é erguida e levada para o estoque ou para mesas alimentadoras. O
desenlace do feixe de cana é feito hidraulicamente pelo operador da ponte. É um
sistema que requer muita mão de obra, difícil de operar e não é nada prático. Por
isso mesmo está em desuso.
4.4 Garra Hidráulica
É constituída de uma viga horizontal na qual se encontram os braços
mecânicos articulados que são movidos por cilindros hidráulicos que abraçam os
feixes de cana. Restringe-se à movimentação de cana inteira dentro do barracão;
para estocagem e alimentação das mesas. Não se destina a carregamento de
cargas dos caminhões. Como no balanção trabalha acoplada à ponte rolante.
4.5 Ponte Rolante
São máquinas transportadoras utilizadas em meio industrial, no içamento e
locomoção de cargas de um local para outro. Conta com três movimentos
independentes ou simultâneos (longitudinal, transversal e vertical). Basicamente, é
composta por: viga, carro e talha.
Seus componentes e acessórios têm por finalidade garantir o perfeito
funcionamento da máquina e a máxima segurança na operação.
4.5.1 Viga
Realiza o movimento na longitudinal para frente e para trás.
4.5.2 Carro/Trólei
Realiza o movimento para a transversal para a esquerda e para a direita.
4.5.3 Talha
Elétrica, realiza o movimento na vertical, para cima e para baixo.
5. 4.5.4 Principais Componentes
4.5.4.1 Freio
Garante a parada do equipamento mesmo após cessado o comando na
botoeira. A máquina tende a continuar em movimento devido a inércia adquirida por
sua massa durante a movimentação. Devido a este fato, os freios são utilizados para
eliminar a inércia adquirida pela máquina durante a sua movimentação.
4.5.4.2 Cabine de Comando
Podem ser fixas ou móveis.
4.5.4.2 Botoeira de Comando
Utilizado em caso de emergência. Libera os comandos apenas se estiver
destravda. No momento em que o botão de emergência for travado o circuito é
interrompido.
4.5.4.3 Cabo de Aço de Elevação
Responsável pela sustentação da carga durante o içamento.
4.5.4.4 Gancho
Peça em aço forjado, forma de anzol, garante máxima conexão com a carga.
4.5.5 Principais Acessórios
4.5.5.1 Limite de Curso
Pequenas chaves que ao acionadas abrem o circuito, finalizando a operação.
Impede a colisão acidental da máquina com a carga ou da máquina com a estrutura.
4.5.5.2 Batente
Instalados nas vigas de sustentação, para não haver colisões da máquina.
4.5.5.3 Chave ON/OFF ou de Taqueamento
Chaves instaladas próximo ás máquinas que possibilita o deslizamento do
circuito elétrico em casos de emergência.
6. 4.5.5.4 Sirene Audio-Visual
Toda máquina transportadora deverá possuie sinalização ou advertência
durante a sua movimentação. Dá maior segurança ao operador e das pessoas que
possam estar próximas ao equipamento durante a sua movimentação.
5. PESAGEM DA CANA
Ao entrarem na usina, os caminhões são pesados em balanças rodoviárias de
plataforma que utilizam sensores chamados células de carga. Células de carga
sustentam a plataforma e medem o peso da carga que está sobre ela, transmitindo
sinal elétrico que é decodificado e apresentado em valores numéricos ao operador.
Após passar pela balança, os veículos carregados vão para os pontos de
descarga da usina, dependendo assim do tipo de caminhão, situação das filas e
quantidade de cana a ser descarregada. A cana pode ser conduzida diretamente
para processamento ou ser estocada para posterior moagem. A cana picada, por ter
maior superfície exposta à deterioração, não é estocada.
6. AMOSTRAGEM DA CANA
A amostragem é outra fase importante do ponto de vista de controle de
qualidade de matéria-prima e que ocorre quando da entrada do caminhão na usina.
A cana é analisada através de uma sonda de amostragem de matéria-prima que
fornece os dados de qualidade da cana-de-açúcar (teor de sacarose, açúcares
totais, teor de sólidos solúveis) que serão posteiormente utilizados para calcular os
rendimentos e outros parâmetros do processo.
7. ESTOCAGEM
A perda de açúcar recuperável na cana é em média 1% ao dia; a queda de
pureza pode cair até 2,5% ao dia, dependendo da temperatura; há uma perda de
massa de até 1,5% por dia que pode levar a interpretação errada de que o teor de
sacarose da cana aumenta após a colheita.
O grau de deterioração varia se a cana é estocada em feixes ordenados ou
amontoada de forma desordenada. A estocagem de cana é necessária para suprir
possíveis falhas por motivos de: chuvas, problemas no transporte, quebra dos hilos,
quebras nas mesas alimentadoras.
7. 7.1. Pátios
São áreas de chão batido ou de concreto a céu aberto, sobre as quais as
canas são empilhadas. O manuseio de cana é feito através de tratores providos de
garras, tanto para empilhamento quanto para posterior suprimento das mesas
alimentadoras.
É de menor investimento inicial na infraestrutura; possibilidade de reciclagem
de matéria-prima mais racional; custo elevado de manutenção dos tratores; limitação
na altura de esticagem, necessitando de área proporcionalmente maior; consumo de
combustível elevado; necessidade de mesas alimentadoras com a parte traseira
aberta ou com um mecanismo para abrir e fechar.
7.2 Barracão
É a designação de edifícios construídos em alvenaria ou estruturas metálicas,
podendo ser um prolongamento do próprio edifício das moendas ou difusor.
Normalmente possui uma largura entre 20 a 30 metros e uma altura em torno de 15
metros, e é sempre provido de pontes rolantes. O manuseio de cana é feito por
garras hidráulicas, balanção que são acoplados no gancho da ponte rolante.
Utiliza menor área em relação ao pátio, devido a altura de estocagem maior;
energia para movimentação de cana pode ser gerada na própria usina; custo de
aquisição do barracão e da ponte rolante elevado; capacidade de alimentação
limitada devido à restrição nos movimentos da ponte e do peso morto elevado das
garras; perde-se muito tempo para movimentação das pontes rolantes para os
barracões longos.
7.3 Container ou Reboques
A cana pode ser estocada nele mesmo. Para isso, utiliza-se um trator
especialmente adaptado tanto para descarga, quanto para posterior alimentação.
Outro meio de se estocar a cana é quando o transporte é feito por rodo trem. As
duas carretas se separam do cavalo mecânico e ficam livres. Um trator é utilizado
somente para levar as carretas do local de estocagem até o ponto de descarga e
voltar.
8. 8. DESCARGA
No Brasil, a descarga da cana dos caminhões é feita, principalmente por
sistemas de guindastes laterais móveis (guindaste tipo Hilo) e por pontes rolantes. A
alimentação de cana para o sistema de extração é feita por meio de mesas
alimentadoras, onde a cana é lavada e conduzida até a esteira principal do sistema
de extração de caldo. Há diferentes maneiras de descarregar a cana nas mesas
alimentadoras, o que depende, também, do tipo de veículo que a transporta.
8.1 Descarregamento com Rede
Caixas de tela metálica sobre semi-reboques. Uma rede metálica é fixada em
uma das laterais e forra inteiramente o fundo da caixa. A cana é depositada sobre a
rede. Sua extremidade fina encosta ao lado da mesa alimentadora e um guindaste
desengata a outra extremidade e a levanta, despejando, assim, a cana sobre a
mesa alimentadora.
8.2 Descarregamento com Garras
A garra é um equipamento com dentes e possui acionamento hidráulico, que
descarrega a cana em mesas alimentadoras ou em pátios de estoque.
9. REFERÊNCIAS
* AMÉRICO, I. Recepção, Condução e Estocagem de Cana. ETEC: Casa Branca,
2012.
* RIPOLI, T. C. C.; RIPOLI, M. L. C. Biomassa de cana-de-açúcar: Colheita,
energia e ambiente. 2ed. Editora Autor: Piracicaba, 2005. 302p.
* ROSSETTO, R. Descarregamento. Encontrado em:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-
acucar/arvore/CONTAG01_101_22122006154841.html.
* SILVA, D. P. Estudo econômico do período de duração da safra de cana-de-
açúcar na produção de açúcar e álcool para usinas de médio porte para região
centro-sul do Brasil. CEUN-EEM: São Caetano do Sul, 2007. 97Pp.