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DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO INFERIOR

            Podemos considerar o sistema respiratório inferior
como o conjunto dos seguintes segmentos: brônquios, pulmões,
sacos aéreos (são estruturas que podem ser consideradas
extensões dos pulmões das aves) e os ossos pneumáticos (são os
ossos ocos que podem abrigar os sacos aéreos das aves). As
doenças do trato respiratório inferior compreendem todas as
patologias (doenças) que podem afetar ou danificar as referidas
estruturas.
             As doenças do sistema respiratório inferior podem ser
ocasionadas por diversos fatores e predisposições ou facilitações.
As estruturas deste conjunto podem sofrer ação direta de vários
meios de agressão, como as ações:
      . Mecânicas – são bastante amplas as suas causas, onde
podemos citar as aspirações de materiais estranhos: aspiração de
alimento no caso de filhotes novos alimentados no bico, ou
mesmo aves adultas debilitadas onde se é necessário o auxílio
com a alimentação ou mesmo medicação forçada; aves com
problemas respiratórios altos (bico, narinas, seios nasais, frontais
e traquéia), com secreções, catarros, placas de sujidades e até
mesmo sangue, onde estes ao serem aspirados penetram pela
traquéia e vão se alojar na porção baixa (pulmões, brônquios e
sacos aéreos), ocasionando alteração nos mesmos.
      . Ambiental – podem ser ocasionados por causas irritantes,
como a ação de gases, poeira (industrial, fezes,...), fuligem, odor
de tintas, toxinas, produtos de limpeza, entre outras causas. Estes
fatores levam a uma ação direta sobre o aparelho respiratório
ocasionado irritação local, com conseqüente inflamação. Ocorre
assim um aumento de produção de secreções por parte do
aparelho respiratório (como forma de defesa), com acúmulo de
muco e migração de células de defesa para o local. Com o tempo,
se a irritação persistir, poderá ocorrer a cronificação do processo
levando ao engrossamento e fibrosamento das lesões. A irritação
constante pode levar a feridas severas e inflamação dos sacos
aéreos (aerosaculite). A inalação de gases, como o liberado por
teflon queimado, pode ocasionar processos graves e hemorragias
pulmonares. Nos processos alérgicos podemos ter irritações
severas com grave edema (inchaço) e espessamento da parede dos
pulmões.
      . Muitos agentes infecciosos também podem adentrar no
corpo da ave por via respiratória. Há doenças severas que
ocasionam grandes lesões e podem levar a morte das aves.
Podemos ter bactérias, fungos e vírus que pela agressividade
natural das mesmas ou mesmo associadas, muitas vezes com
estresse e queda de resistência por fatores diversos, levam a
desenvolver doenças gravíssimas nas nossas aves.
      . As causas parasitárias com a ação de ácaros traqueais e
vermes também devem ser lembradas, pois podem acometer os
pulmões e sacos aéreos. Podem levar o quadro de tosse, espirros,
dificuldades respiratórias e até mesmo a morte das aves.
      . Podemos ter ainda problemas com tumores ou cânceres nos
pulmões e dependendo da sua extensão podem levar a
sintomatologia muito severa. Normalmente esse tipo de problema
só pode ser observado, pois normalmente não permitem
intervenção cirúrgica.
            Os sinais clínicos de doenças respiratórias podem ser
bem visíveis e característicos, mas em qualquer de suas fases,
muitas vezes, pode confundir com outras doenças. A confusão se
dá por apresentarem apatia, prostração, “encorujamento” (ficar
com as penas arrepiadas), sem apetite, fezes com pouco conteúdo
sólido (parece que só urinam, pois não comem direito, não
produzindo fezes), entre outros sinais muito comuns em outras
doenças. Há dificuldade respiratória discreta a muito evidente,
com postura esticada como estivesse buscando ar e movimentação
da cauda para cima e para baixo (batedeira). Os espirros e tosse
podem estar presentes, como sons anormais audíveis mesmo sem
pegarmos a ave na mão. Podemos ter alterações externas como
secreções nas narinas e mesmo secreção pelo bico como se
estivesse engasgando e “vomitando”. Quando em gaiolões ou
viveiros elas se tornam inativas e muito intolerantes a exercícios,
sendo que muitas vezes podem até mesmo caírem no fundo, por
não terem forças o suficiente para voarem de um poleiro para
outro. Todos estes sintomas ou sinais são de grande importância
na correta detecção do problema respiratório.
            O diagnóstico é determinado após:
. Retirada da história clínica da doença, para termos idéia se
a ave teve contato com outras aves doentes, o tempo de
progressão da doença, sinais iniciais, alimentação, ambiente,
evolução do quadro, entre outras informações importantes para o
direcionamento dos exames.
      . Exame clínico da ave, com as devidas inspeções,
auscultação, palpação e outros exames que forem necessários,
como, ultrassom, raio-X, exames laboratoriais, histopatologia,
entre outros.
            O tratamento vai depender da doença detectada, sendo
específico para cada problema.
            O prognóstico ou chance da ave recuperar dependerá
do estado geral em que a ave se encontra, gravidade da doença,
resistência individual, eficiência da medicação perante o agente
agressor, ou seja, a sensibilidade ao agente frente o medicamento
de escolha, alimentação oferecida, tempo que ave encontra-se
doente e principalmente da agressividade do agente agressor
perante as condições que a ave se encontra.
            Como vimos os casos de doenças pulmonares podem
se confundir com muitas outras, pois muitas vezes possuem uma
sintomatologia parecida, mas que não tem nada de comum com
problemas respiratórios. Os agentes que podem provocar
alterações respiratórias são muito variados o que não nos permite
seguir uma única linha de conduta de tratamento, pois cada caso é
um caso e a gravidade de cada um é diretamente proporcional ao
perfeito diagnóstico, tratamento efetuado e resistência individual.
Se uma destas bases ficar abalada facilitará o não sucesso da
terapêutica efetuada, pois não é de um dia para outro que a ave
vai se recuperar. Se rapidamente a ave decair, parar de se
alimentar, não aceitar a medicação ou receber de forma
inadequada (insuficiente ou excesso), passar frio, não obtiver
alimento de fácil apreensão, entre outros, logicamente terá um fim
não muito esperado. O perfeito equilíbrio na arte de criar e
medicar aves se dá com a prática do dia-a-dia, percebendo-se as
suas necessidades e os nossos excessos. Boa sorte a todos.
            Qualquer dúvida procure sempre o auxílio de um
Médico Veterinário de confiança.
Luiz Alberto Shimaoka
Médico Veterinário – CRMV-SP 6003
                 Todos os Direitos Reservados

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  • 1. DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO INFERIOR Podemos considerar o sistema respiratório inferior como o conjunto dos seguintes segmentos: brônquios, pulmões, sacos aéreos (são estruturas que podem ser consideradas extensões dos pulmões das aves) e os ossos pneumáticos (são os ossos ocos que podem abrigar os sacos aéreos das aves). As doenças do trato respiratório inferior compreendem todas as patologias (doenças) que podem afetar ou danificar as referidas estruturas. As doenças do sistema respiratório inferior podem ser ocasionadas por diversos fatores e predisposições ou facilitações. As estruturas deste conjunto podem sofrer ação direta de vários meios de agressão, como as ações: . Mecânicas – são bastante amplas as suas causas, onde podemos citar as aspirações de materiais estranhos: aspiração de alimento no caso de filhotes novos alimentados no bico, ou mesmo aves adultas debilitadas onde se é necessário o auxílio com a alimentação ou mesmo medicação forçada; aves com problemas respiratórios altos (bico, narinas, seios nasais, frontais e traquéia), com secreções, catarros, placas de sujidades e até mesmo sangue, onde estes ao serem aspirados penetram pela traquéia e vão se alojar na porção baixa (pulmões, brônquios e sacos aéreos), ocasionando alteração nos mesmos. . Ambiental – podem ser ocasionados por causas irritantes, como a ação de gases, poeira (industrial, fezes,...), fuligem, odor de tintas, toxinas, produtos de limpeza, entre outras causas. Estes fatores levam a uma ação direta sobre o aparelho respiratório ocasionado irritação local, com conseqüente inflamação. Ocorre assim um aumento de produção de secreções por parte do aparelho respiratório (como forma de defesa), com acúmulo de muco e migração de células de defesa para o local. Com o tempo, se a irritação persistir, poderá ocorrer a cronificação do processo levando ao engrossamento e fibrosamento das lesões. A irritação constante pode levar a feridas severas e inflamação dos sacos aéreos (aerosaculite). A inalação de gases, como o liberado por teflon queimado, pode ocasionar processos graves e hemorragias pulmonares. Nos processos alérgicos podemos ter irritações
  • 2. severas com grave edema (inchaço) e espessamento da parede dos pulmões. . Muitos agentes infecciosos também podem adentrar no corpo da ave por via respiratória. Há doenças severas que ocasionam grandes lesões e podem levar a morte das aves. Podemos ter bactérias, fungos e vírus que pela agressividade natural das mesmas ou mesmo associadas, muitas vezes com estresse e queda de resistência por fatores diversos, levam a desenvolver doenças gravíssimas nas nossas aves. . As causas parasitárias com a ação de ácaros traqueais e vermes também devem ser lembradas, pois podem acometer os pulmões e sacos aéreos. Podem levar o quadro de tosse, espirros, dificuldades respiratórias e até mesmo a morte das aves. . Podemos ter ainda problemas com tumores ou cânceres nos pulmões e dependendo da sua extensão podem levar a sintomatologia muito severa. Normalmente esse tipo de problema só pode ser observado, pois normalmente não permitem intervenção cirúrgica. Os sinais clínicos de doenças respiratórias podem ser bem visíveis e característicos, mas em qualquer de suas fases, muitas vezes, pode confundir com outras doenças. A confusão se dá por apresentarem apatia, prostração, “encorujamento” (ficar com as penas arrepiadas), sem apetite, fezes com pouco conteúdo sólido (parece que só urinam, pois não comem direito, não produzindo fezes), entre outros sinais muito comuns em outras doenças. Há dificuldade respiratória discreta a muito evidente, com postura esticada como estivesse buscando ar e movimentação da cauda para cima e para baixo (batedeira). Os espirros e tosse podem estar presentes, como sons anormais audíveis mesmo sem pegarmos a ave na mão. Podemos ter alterações externas como secreções nas narinas e mesmo secreção pelo bico como se estivesse engasgando e “vomitando”. Quando em gaiolões ou viveiros elas se tornam inativas e muito intolerantes a exercícios, sendo que muitas vezes podem até mesmo caírem no fundo, por não terem forças o suficiente para voarem de um poleiro para outro. Todos estes sintomas ou sinais são de grande importância na correta detecção do problema respiratório. O diagnóstico é determinado após:
  • 3. . Retirada da história clínica da doença, para termos idéia se a ave teve contato com outras aves doentes, o tempo de progressão da doença, sinais iniciais, alimentação, ambiente, evolução do quadro, entre outras informações importantes para o direcionamento dos exames. . Exame clínico da ave, com as devidas inspeções, auscultação, palpação e outros exames que forem necessários, como, ultrassom, raio-X, exames laboratoriais, histopatologia, entre outros. O tratamento vai depender da doença detectada, sendo específico para cada problema. O prognóstico ou chance da ave recuperar dependerá do estado geral em que a ave se encontra, gravidade da doença, resistência individual, eficiência da medicação perante o agente agressor, ou seja, a sensibilidade ao agente frente o medicamento de escolha, alimentação oferecida, tempo que ave encontra-se doente e principalmente da agressividade do agente agressor perante as condições que a ave se encontra. Como vimos os casos de doenças pulmonares podem se confundir com muitas outras, pois muitas vezes possuem uma sintomatologia parecida, mas que não tem nada de comum com problemas respiratórios. Os agentes que podem provocar alterações respiratórias são muito variados o que não nos permite seguir uma única linha de conduta de tratamento, pois cada caso é um caso e a gravidade de cada um é diretamente proporcional ao perfeito diagnóstico, tratamento efetuado e resistência individual. Se uma destas bases ficar abalada facilitará o não sucesso da terapêutica efetuada, pois não é de um dia para outro que a ave vai se recuperar. Se rapidamente a ave decair, parar de se alimentar, não aceitar a medicação ou receber de forma inadequada (insuficiente ou excesso), passar frio, não obtiver alimento de fácil apreensão, entre outros, logicamente terá um fim não muito esperado. O perfeito equilíbrio na arte de criar e medicar aves se dá com a prática do dia-a-dia, percebendo-se as suas necessidades e os nossos excessos. Boa sorte a todos. Qualquer dúvida procure sempre o auxílio de um Médico Veterinário de confiança.
  • 4. Luiz Alberto Shimaoka Médico Veterinário – CRMV-SP 6003 Todos os Direitos Reservados