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A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO




          Bela vista do toldo

                2009
Dalva Miriam Moreschi

       Samuel Antônio de Lima




A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO




         Bela Vista do Toldo

                2009
A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO



Objetivos gerais



   •   Contribuir para a circulação de textos com temáticas atuais correntes
       em toda mídia.

   •   Possibilitar ao aluno o contato com vários gêneros textuais que
       englobam tais temáticas.

   •   Desenvolver competências lingüísticas na reescritura e identificação de
       gêneros distintos.

   •   Oportunizar ao aluno o contato com textos informativos de relevância
       para seu dia a dia incluindo-o socialmente.

   •   Elucidar para o aluno as ações que se fazem com a linguagem.




Objetivos específicos



   •   Desenvolver a autonomia no aluno na obtenção de textos específicos ás
       suas necessidades.

   •   Incluir em seu vocabulário uma linguagem formal.

   •   Disponibilizar ao aluno material argumentativo, levando-o á criticidade e
       a momentos de reflexão sobre temas atuais.

   •   Contribuir para o desenvolvimento da escrita e da oralidade.

   •   Atribuir um significado ativo no desenvolvimento da linguagem escrita.
INTRODUÇÃO



     O presente projeto apresenta relevância nos seguintes aspectos: informar
através de textos jornalísticos os temas em evidência na mídia, abordando o
gênero poético com suas especificidades, evidenciando a temática da crise
mundial. Visa ainda capacitar o educando na obtenção seletiva dos gêneros
textuais, contribuindo também para a socialização do mesmo e permitindo-o
identificar, reconhecer e analisar questões sociais. Sabe-se que é de suma
importância inserir o educando ao meio em que vive, valorizando experiências
e formando cidadãos capazes de assumir e trilhar seus próprios caminhos.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA




2.1 OS PRIMÓRDIOS DA LEITURA E DA ESCRITA



      A escrita não é um processo de natureza mecânica, mas conceitual. È
necessário ressaltar o seu caráter simbólico e a complexidade do seu processo
de construção que, por sua vez, não é linear nem se constrói da mesma
maneira, nas diferentes crianças. A leitura, por sua vez, também não é um
processo linear, cumulativo, mecânico e nem, tampouco, se constrói da mesma
forma nas diferentes crianças.           Cada um lê e escreve com sua própria
cognição , seus afetos, suas histórias próprias de vida, medos, acertos e erros,
entrelaçados com as experiências escolares e todas as demais que acontecem
em situações de interação              com o mundo físico e social. Segundo
Foucambert(1994:76):



     Escrever é criar uma mensagem suscetível de funcionar para um leitor, ou seja, é
     antecipar esse funcionamento para torná-lo possível e essa antecipação apoia-se numa
     experiência pessoal de leitor. (...) Escreve-se somente a partir do que se compreende
     que acontece na leitura: escrever obriga a teorizar suas estratégias de leitura, enquanto
     ler obriga a teorizar suas estratégias de escrita.



       A leitura não pode ser dissociada da escrita, estão interligadas desde o
princípio da evolução da humanidade. Se os primatas não soubessem ler,
compreender gestos e desenhos jamais a espécie humana teria evoluído.
Segundo Freire (1994:11) ¨a leitura de mundo precede a leitura da palavra.¨

   A diferença entre homens e animais está no fato do homem desenvolver e
utilizar a linguagem, isso foi fundamental para o desenvolvimento da vida em
sociedade. Há milhares de anos o homem foi capaz de registrar coisas,
expressar aquilo que fazia e sentia através do desenho. Graças a isso o
homem começou a se diferenciar dos animais, pois até então o que faziam
eram sinais que representavam perigo. Através da articulação produzida pelo
som e pelo desenvolvimento do cérebro humano que se consegui emitir a fala.
A partir disso o homem conseguiu se organizar em grupos, trocar informações
e idéias. Acrescenta Visconti e Junqueira(1997:10):



      Nessa época, os bandos não eram organizados e a comunicação entre os homens era
     bastante primitiva: só se sabiam uivar e gesticular. Assim sendo, as mãos tinham uma
     importância enorme, pois era através delas que conseguiam comida, faziam
     instrumentos e armas e podiam se comunicar.



   A história em si considera que os sumérios foram os inventores da escrita,
pois necessitavam registrar tudo o que estocavam. Sua escrita pouco
diferencia dos primatas , pois eram sinais gravados em blocos de argila o que
chamam de pictogramas; incorporaram elementos silábicos para representar a
fala. Esse tipo de escrita foi usada por muitos povos na antigüidade. Os
sumérios produziram muitos textos escritos em forma cuniforme, só mais tarde
é que a escrita começa a mudar com os egípcios, mas era complexa e
precisava de tempo para que se conseguisse dominá-la. , ( Montellato e outros
2001:158) diz: ¨ escrever significava para os egípcios fazer com que as coisas
vivessem para sempre, ou seja tornavam-se eternas ¨

     No Egito a escrita era considerada um privilégio dos escribas, sacerdotes
e membros da família real, sendo de tal importância que quando alguém morria
seus textos eram colocados em suas câmaras mortuárias para que os deuses
visem suas qualidades e pedidos. A importância da escrita no Egito é
destacada nos cadernos da TV Escola (1996 p.5) da seguinte forma:
Naquela época, aprender a ler e a escrever eqüivalia, de certo modo a descobrir uma arte
    encantatória exercida por poucos eleitos e que atribuía a seu aprendiz poderes supremos.
    Era a época da crença na magia da palavra em encantamentos secretos cuja eficácia não
    era jamais posta em discussão.




      Os hebreus produziram uma das mais ricas literaturas que conhecemos.
Hoje temos grandes obras literárias elas surgiram graças a evolução da escrita
,criada pelos fenícios. O alfabeto sofreu algumas modificações com os gregos
que acrescentaram vogais e os romanos também fizeram algumas mudanças
apresentando o alfabeto que hoje utilizamos.

      A leitura não é dissociada da escrita desde o século XVII , alguns teóricos
ensinavam crianças a pronunciar seus nomes, mas foi só no século XIX que
escrita e leitura começaram a ser um ensino pedagógico eficaz.Com o
crescimento industrial houve necessidade do povo querer uma posição mais
superior, garantindo uma estabilidade social. Para isso, no entanto, era preciso
aprender a ler e escrever através de uma instituição. Diz Barbosa (1994 p. 28):
¨(...)sabendo ler , ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela
humanidade através da escrita...¨.

     O leitor na antigüidade era um ouvinte, dava-se importância á oralidade, o
conhecimento era transmitido através de diálogos e a escrita era pouco
valorizada. A leitura era feita em voz alta reunindo leitores e não leitores, as
civilizações dessa época eram presas a uma cultura oral.

   Já na idade média a escrita começa a ser usada somente pela igreja devido
ás invasões bárbaras e o que era cultura passa a ser censura. Podia-se adorá-
la mas não entendê-la. Tanto na antigüidade quanto na idade média a leitura e
a escrita era um ato oral, não se faziam leituras silenciosas, para isso nos
mosteiros existiam lugares para que cada um pudesse ler em voz alta. Mais
tarde os próprios monges inventaram a leitura silenciosa com medo de serem
repreendidos por seus superiores, pois destinavam bilhetes a outros monges.
Aí notamos que a leitura e a escrita começam a ter outras funções. Mas a
evolução da leitura e da escrita começou realmente no século IX ao século XI
quando as atividades comerciais aumentam                      e exigem do indivíduo
procedimentos mais complexos do que uma reprodução sonora da palavra
manuscrita. A igreja deixa de ser o único lugar de ensino, a educação torna-se
particular, surge universidades onde o método deixa de ser oral. Há aumento
de leitores que não são mais censurados e agora lêem por prazer. Essa
revolução deu lugar ao livro, que segundo o Caderno TV Escola(1999:11):



      Até aquele momento, a edição de livros era comandada pela nobreza e pela igreja.
      Obras de luxo, manuais de teologia, compunham a maior parte dessa produção. A partir
      desse século, começaram a surgir os tratados de filosofia, de lógica, matemática ou
      astronomia.



      Lutero teve grande importância na leitura, querendo propagar a palavra de
Deus, utiliza da grande invenção de Gutenberg para isso. A única coisa que o
desafiava era fazer com que o povo aprendesse a ler. Então tornou-se
necessário obrigar o povo a freqüentar a escola quem quisesse a salvação.

      A partir do século XVII todos sabem ler e há aumento da comercialização
do livro. Aparecem livros de todos os gêneros e surge também diferentes tipos
de leitores: aqueles que liam oralmente em reuniões familiares, e aqueles que
liam silenciosamente e tratavam a leitura como uma linguagem para os olhos.

Rouseau na Europa , século XVIII criou a leituromania, surge clubes de leitura,
aparecem bibliotecas públicas e a sociedade sofre ma verdadeira revolução
política, econômica e cultural. O indivíduo tende a suprir a necessidade de
conviver com uma sociedade mais moderna.

     Toda essa revolução na leitura e na escrita perdura até nossos dias. Ainda
busca-se suprir a necessidade de informação, só que o leitor de hoje, busca na
leitura apenas a porta para saciar um desejo de satisfazer uma necessidade e
não encontra nela prazer. Segundo reflexão de Barbosa(1994:133): ¨(...) a
concepção de leitura é dinâmica, variando de acordo com as situações de leitura impostas por
necessidades sociais. ¨




      2.1.O SIGNIFICADO ATIVO NO USO DA LÍNGUA.



              Considerando o pensamento de BAKHTIN (2003), o emprego
      constante da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos)
concretos e únicos, ditos pelos usuários de distintos campos da atividade
humana. A atividade da escrita deve ser de forma que seja possível para
os educandos, a aquisição evolutiva dos vários procedimentos adequados
ao ato de escrever.É de suma importância que os alunos tomem contato
com diferentes textos que circulam socialmente e que possibilitem o usa
de variados gêneros.
          Na observação do autor citado, os limites de cada enunciado
concreto como unidade da comunicação discursiva são definidos pela
alternância dos sujeitos do discurso, ou seja, pela alternância dos
falantes.Um cidadão letrado é alguém que planeja o discurso e
conseqüentemente o texto em função do seu objetivo. Levando em
consideração características específicas do gênero. O autor esclarece
ainda que, o falante termina o seu enunciado para passar a palavra ao
outro ou dar lugar á sua compreensão ativamente responsiva. Até mesmo
no bate-papo mais descontraído e livre nós moldamos o nosso discurso
por determinadas formas de gêneros, às vezes padronizadas outras vezes
flexíveis, plásticas e criativas.

       Cita BAKHTIN (2003), para nos lembrar que o desconhecimento dos
gêneros como formas relativamente estáveis e normativas de enunciado
leva a uma confusão no momento de redigir um texto coerente com sua
finalidade.




2.2. OS GÊNEROS E A PRODUÇÃO ORAL E ESCRITA.




          BAKHTIN (2003) pondera que, o texto oral, contrariamente do
escrito, uma vez dito não pode ser retomado ou reconstruído, exceto em
casos excepcionais de montagens para TV ou rádio. O planejamento de
um texto oral, ainda que possa se apoiar em materiais escritos, se dá
concomitantemente ao processo de produção. Assim, o controle do texto
oral só pode ocorrer de duas maneiras: previamente, levando-se em conta
os parâmetros da situação comunicativa ( o espaço, o tempo, os
interlocutores e seu lugar social, os objetivos e gêneros) e
simultaneamente levando-se em conta as reações do interlocutor,
ajustando a fala no próprio momento de produção. O autor citado elucida
ainda que, ao produzir um texto, precisa-se coordenar uma série de
aspectos: o que dizer, a quem dizer, como dizer, qual gênero textual mais
adequado, etc. Tão logo tenha colocado no papel o que tem a dizer a
seus potenciais leitores, verá seu texto, ainda em versão preliminar, ser
submetido a uma série de leitores críticos, que analisarão relevância e
adequação; que farão uma varredura para localizar possíveis deslizes no
uso da norma.


2.3. A ESCOLA: O GRANDE INTERLOCUTOR.




         BENVENISTE (1976) informa que, é próprio da linguagem seu
caráter interlocutivo. A língua é o meio privilegiado de interação entre os
homens. Em todas as circunstâncias em que se fala ou se escreve há um
interlocutor. Toda a enunciação é, explicita ou implicitamente, uma
alocução ela postula um alocutário.

        BENVENISTE (1976) explica que, o monólogo não é mais do que
uma situação comunicativa em que o locutor elege a si mesmo
interlocutor; é um diálogo interiorizado falado em linguagem interior entre
um locutor e um ouvinte. Está claro que a relação não é mecânica.

      GERALDI (1997) sustenta que, dentro da oralidade ou mesmo dentro
da escrita podem-se identificar diferentes tipos de interlocutores: ele pode
ser preciso, definido, como numa carta, numa petição; pode ser genérico
ou um determinado segmento social, como num jornal; pode ser virtual,
como na ficção literária. A presença desse interlocutor no discurso de um
indivíduo não é algo neutro, sem valor. Ao contrário, em alguma medida,
está sempre interferindo no discurso do locutor. O autor mencionado
elucida ainda que, é curioso que a maioria das produções textuais
escolares não toquem na questão de interlocução ou falem na ausência
de interlocutor, identificando aí uma das dificuldades maiores do
estudante: falar para ninguém ou, mais exatamente, não saber a quem se
fala.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

     Sabendo-se que a linguagem se constrói dialogicamente, socialmente e
historicamente, portanto, deve-se possibilitar situações didáticas para que o
aluno opere sobre a própria linguagem e reflexões sobre a mesma construída
juntamente no espaço escolar,isto é,criar condições para que o educando saiba
usar a língua para produzir efeitos de sentido desejado numa determinada
situação interlocutiva.

     Trabalhar gêneros textuais tem o objetivo de formar o leitor e também o
produtor de textos capaz de atribuir sentidos, estabelecendo uma ponte entre
aquilo que o educando já sabe e os sentidos possíveis do texto para que o
educando saiba naquele momento e em determinadas condições de
interlocução realizar inferências, tirar conclusões e deduzir sentidos de alguma
palavra desconhecida. Possibilitar a circulação social dos textos produzidos
como forma de reproduzir o que ocorre com os textos em seu efetivo uso
público é uma forma de auxiliar no domínio de habilidades fundamentais para a
inserção social do educando.

     À medida que o educando desenvolve a competência discursiva ele
apresenta a competência lingüística, retomando-as e ampliando-as em toda
fase de construção do saber que é fundamental ao cidadão, interagindo
socialmente. O educando ao final reconhecerá o valor da língua escrita como
meio de informação e transmissão da cultura e adotará uma postura crítica e
investigadora.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA



ANGELO, Ivan. O Problema do livro no Brasil. O Estado de São Paulo,
Agosto 1981.




ASMANN, Hugo(org). Reencantar a Educação: Rumo a sociedade
aprendente-com um glossário. 2 ed. Petrópolis: Vozes 1998.




BAMBERGER, Richard. Como incentivar o Hábito da Leitura. 7 ed. São
Paulo: Ática, 2001.




BRITTO, Luiz Percival Lima. Leitura e Participação Social- IBEP- Ano l n° 2
Junho 2000.




CATTANI, Maria Isabel e AGUIAR, Vera T. Leitura em Crise na Escola: As
alternativas do Professor. 6 ed. Porto Alegre RS: Mercado Aberto,1986.




DEMO, Pedro (org).Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo:
Atlas, 2000.
KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. 4 ed. São Paulo:
Pontes,1996.




MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense,
1994.




MINAYO, Maria Cecília de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,1999.




MEC PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Língua Portuguesa.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.




MONTELLATO, A. ; CABRINI, C. ; CATELLI, R .J. O mundo dos Cidadãos-
História temática. 1 ed. São Paulo: Scipione, 2001.




PFEIFFER, Claudia C. in: A Leitura e os Leitores. Campinas: Pontes, 1998.




SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: educação infantil,
ensino fundamental e médio: temas multidisciplinares. Florianópolis:
IOESC, 1998.




SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do
conhecimento. 3 ed. Rio de Janeiro: DP e A.




RIZZO, Sérgio. O país que não Lê.In: Revista Educação, Julho 1998.
SILVA, Ezequiel T. da. Leitura: Caminhos da Aprendizagem. São
Paulo:FDE,1990.

                             Leitura e Realidade Brasileira. 2 ed. 1985.




SOARES, Magda B. Leituras no Brasil. Campinas: Mercado das Letras,1995.




ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: As alternativas do
professor. 6 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1986.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



ANGELO, Ivan. O Problema do livro no Brasil. O Estado de São Paulo,
Agosto 1981.




ASMANN, Hugo(org). Reencantar a Educação: Rumo a sociedade
aprendente-com um glossário. 2 ed. Petrópolis: Vozes 1998.

BAKHTIN, MIKHAIL, Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes,
2003.

BAMBERGER, Richard. Como incentivar o Hábito da Leitura. 7 ed. São
Paulo: Ática, 2001.




BARBOSA, José J. Alfabetização e Leitura. 2 ed. São Paulo: Cortez,1994.




BRITTO, Luiz Percival Lima. Leitura e Participação Social- IBEP- Ano l n° 2
Junho 2000.




CATTANI, Maria Isabel e AGUIAR, Vera T. Leitura em Crise na Escola: As
alternativas do Professor. 6 ed. Porto Alegre RS: Mercado Aberto,1986.
CADERNOS DA TV ESCOLA – Português. MEC/1999.

                                 Livros etc... MEC/1996.




CADERNOS DA TV ESCOLA – Viagens de Leitura.MEC/1996.




DEMO, Pedro (org).Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo:
Atlas, 2000.




FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas
1994.




FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler em três artigos que se
completam. 29 ed. São Paulo: Cortez,1994.

GERALDI, J.W.Porto de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003

                     Linguagens e Ensino. Campinas,SP: Mercado de Letras:
Associação de Leitura do Brasil, 2006

KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. 4 ed. São Paulo:
Pontes,1996.




MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense,
1994.




MINAYO, Maria Cecília de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e
criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,1999.
MEC PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Língua Portuguesa.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997.




MONTELLATO, A. ; CABRINI, C. ; CATELLI, R .J. O mundo dos Cidadãos-
História temática. 1 ed. São Paulo: Scipione, 2001.




PFEIFFER, Claudia C. in: A Leitura e os Leitores. Campinas: Pontes, 1998.

POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP:
Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 2006.

SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: educação infantil,
ensino fundamental e médio: temas multidisciplinares. Florianópolis:
IOESC, 1998.




SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do
conhecimento. 3 ed. Rio de Janeiro: DP e A.




RIZZO, Sérgio. O país que não Lê.In: Revista Educação, Julho 1998.




SILVA, Ezequiel T. da. Leitura: Caminhos da Aprendizagem. São
Paulo:FDE,1990.

                              Leitura e Realidade Brasileira. 2 ed. 1985.




SOARES, Magda B. Leituras no Brasil. Campinas: Mercado das Letras,1995.
VISCONTI, Maria C. e JUNQUEIRA, Zilda A. Escrita das paredes ao
computador. 5 ed. São Paulo, 1997.




ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: As alternativas do
professor. 6 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1986.
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A crise mundial e o gênero poético

  • 1. A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO Bela vista do toldo 2009
  • 2. Dalva Miriam Moreschi Samuel Antônio de Lima A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO Bela Vista do Toldo 2009
  • 3. A CRISE MUNDIAL E O GÊNERO POÉTICO Objetivos gerais • Contribuir para a circulação de textos com temáticas atuais correntes em toda mídia. • Possibilitar ao aluno o contato com vários gêneros textuais que englobam tais temáticas. • Desenvolver competências lingüísticas na reescritura e identificação de gêneros distintos. • Oportunizar ao aluno o contato com textos informativos de relevância para seu dia a dia incluindo-o socialmente. • Elucidar para o aluno as ações que se fazem com a linguagem. Objetivos específicos • Desenvolver a autonomia no aluno na obtenção de textos específicos ás suas necessidades. • Incluir em seu vocabulário uma linguagem formal. • Disponibilizar ao aluno material argumentativo, levando-o á criticidade e a momentos de reflexão sobre temas atuais. • Contribuir para o desenvolvimento da escrita e da oralidade. • Atribuir um significado ativo no desenvolvimento da linguagem escrita.
  • 4. INTRODUÇÃO O presente projeto apresenta relevância nos seguintes aspectos: informar através de textos jornalísticos os temas em evidência na mídia, abordando o gênero poético com suas especificidades, evidenciando a temática da crise mundial. Visa ainda capacitar o educando na obtenção seletiva dos gêneros textuais, contribuindo também para a socialização do mesmo e permitindo-o identificar, reconhecer e analisar questões sociais. Sabe-se que é de suma importância inserir o educando ao meio em que vive, valorizando experiências e formando cidadãos capazes de assumir e trilhar seus próprios caminhos.
  • 5. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 OS PRIMÓRDIOS DA LEITURA E DA ESCRITA A escrita não é um processo de natureza mecânica, mas conceitual. È necessário ressaltar o seu caráter simbólico e a complexidade do seu processo de construção que, por sua vez, não é linear nem se constrói da mesma maneira, nas diferentes crianças. A leitura, por sua vez, também não é um processo linear, cumulativo, mecânico e nem, tampouco, se constrói da mesma forma nas diferentes crianças. Cada um lê e escreve com sua própria cognição , seus afetos, suas histórias próprias de vida, medos, acertos e erros, entrelaçados com as experiências escolares e todas as demais que acontecem em situações de interação com o mundo físico e social. Segundo Foucambert(1994:76): Escrever é criar uma mensagem suscetível de funcionar para um leitor, ou seja, é antecipar esse funcionamento para torná-lo possível e essa antecipação apoia-se numa experiência pessoal de leitor. (...) Escreve-se somente a partir do que se compreende que acontece na leitura: escrever obriga a teorizar suas estratégias de leitura, enquanto ler obriga a teorizar suas estratégias de escrita. A leitura não pode ser dissociada da escrita, estão interligadas desde o princípio da evolução da humanidade. Se os primatas não soubessem ler,
  • 6. compreender gestos e desenhos jamais a espécie humana teria evoluído. Segundo Freire (1994:11) ¨a leitura de mundo precede a leitura da palavra.¨ A diferença entre homens e animais está no fato do homem desenvolver e utilizar a linguagem, isso foi fundamental para o desenvolvimento da vida em sociedade. Há milhares de anos o homem foi capaz de registrar coisas, expressar aquilo que fazia e sentia através do desenho. Graças a isso o homem começou a se diferenciar dos animais, pois até então o que faziam eram sinais que representavam perigo. Através da articulação produzida pelo som e pelo desenvolvimento do cérebro humano que se consegui emitir a fala. A partir disso o homem conseguiu se organizar em grupos, trocar informações e idéias. Acrescenta Visconti e Junqueira(1997:10): Nessa época, os bandos não eram organizados e a comunicação entre os homens era bastante primitiva: só se sabiam uivar e gesticular. Assim sendo, as mãos tinham uma importância enorme, pois era através delas que conseguiam comida, faziam instrumentos e armas e podiam se comunicar. A história em si considera que os sumérios foram os inventores da escrita, pois necessitavam registrar tudo o que estocavam. Sua escrita pouco diferencia dos primatas , pois eram sinais gravados em blocos de argila o que chamam de pictogramas; incorporaram elementos silábicos para representar a fala. Esse tipo de escrita foi usada por muitos povos na antigüidade. Os sumérios produziram muitos textos escritos em forma cuniforme, só mais tarde é que a escrita começa a mudar com os egípcios, mas era complexa e precisava de tempo para que se conseguisse dominá-la. , ( Montellato e outros 2001:158) diz: ¨ escrever significava para os egípcios fazer com que as coisas vivessem para sempre, ou seja tornavam-se eternas ¨ No Egito a escrita era considerada um privilégio dos escribas, sacerdotes e membros da família real, sendo de tal importância que quando alguém morria seus textos eram colocados em suas câmaras mortuárias para que os deuses visem suas qualidades e pedidos. A importância da escrita no Egito é destacada nos cadernos da TV Escola (1996 p.5) da seguinte forma:
  • 7. Naquela época, aprender a ler e a escrever eqüivalia, de certo modo a descobrir uma arte encantatória exercida por poucos eleitos e que atribuía a seu aprendiz poderes supremos. Era a época da crença na magia da palavra em encantamentos secretos cuja eficácia não era jamais posta em discussão. Os hebreus produziram uma das mais ricas literaturas que conhecemos. Hoje temos grandes obras literárias elas surgiram graças a evolução da escrita ,criada pelos fenícios. O alfabeto sofreu algumas modificações com os gregos que acrescentaram vogais e os romanos também fizeram algumas mudanças apresentando o alfabeto que hoje utilizamos. A leitura não é dissociada da escrita desde o século XVII , alguns teóricos ensinavam crianças a pronunciar seus nomes, mas foi só no século XIX que escrita e leitura começaram a ser um ensino pedagógico eficaz.Com o crescimento industrial houve necessidade do povo querer uma posição mais superior, garantindo uma estabilidade social. Para isso, no entanto, era preciso aprender a ler e escrever através de uma instituição. Diz Barbosa (1994 p. 28): ¨(...)sabendo ler , ele se torna capaz de atuar sobre o acervo de conhecimento acumulado pela humanidade através da escrita...¨. O leitor na antigüidade era um ouvinte, dava-se importância á oralidade, o conhecimento era transmitido através de diálogos e a escrita era pouco valorizada. A leitura era feita em voz alta reunindo leitores e não leitores, as civilizações dessa época eram presas a uma cultura oral. Já na idade média a escrita começa a ser usada somente pela igreja devido ás invasões bárbaras e o que era cultura passa a ser censura. Podia-se adorá- la mas não entendê-la. Tanto na antigüidade quanto na idade média a leitura e a escrita era um ato oral, não se faziam leituras silenciosas, para isso nos mosteiros existiam lugares para que cada um pudesse ler em voz alta. Mais tarde os próprios monges inventaram a leitura silenciosa com medo de serem repreendidos por seus superiores, pois destinavam bilhetes a outros monges. Aí notamos que a leitura e a escrita começam a ter outras funções. Mas a evolução da leitura e da escrita começou realmente no século IX ao século XI quando as atividades comerciais aumentam e exigem do indivíduo procedimentos mais complexos do que uma reprodução sonora da palavra manuscrita. A igreja deixa de ser o único lugar de ensino, a educação torna-se
  • 8. particular, surge universidades onde o método deixa de ser oral. Há aumento de leitores que não são mais censurados e agora lêem por prazer. Essa revolução deu lugar ao livro, que segundo o Caderno TV Escola(1999:11): Até aquele momento, a edição de livros era comandada pela nobreza e pela igreja. Obras de luxo, manuais de teologia, compunham a maior parte dessa produção. A partir desse século, começaram a surgir os tratados de filosofia, de lógica, matemática ou astronomia. Lutero teve grande importância na leitura, querendo propagar a palavra de Deus, utiliza da grande invenção de Gutenberg para isso. A única coisa que o desafiava era fazer com que o povo aprendesse a ler. Então tornou-se necessário obrigar o povo a freqüentar a escola quem quisesse a salvação. A partir do século XVII todos sabem ler e há aumento da comercialização do livro. Aparecem livros de todos os gêneros e surge também diferentes tipos de leitores: aqueles que liam oralmente em reuniões familiares, e aqueles que liam silenciosamente e tratavam a leitura como uma linguagem para os olhos. Rouseau na Europa , século XVIII criou a leituromania, surge clubes de leitura, aparecem bibliotecas públicas e a sociedade sofre ma verdadeira revolução política, econômica e cultural. O indivíduo tende a suprir a necessidade de conviver com uma sociedade mais moderna. Toda essa revolução na leitura e na escrita perdura até nossos dias. Ainda busca-se suprir a necessidade de informação, só que o leitor de hoje, busca na leitura apenas a porta para saciar um desejo de satisfazer uma necessidade e não encontra nela prazer. Segundo reflexão de Barbosa(1994:133): ¨(...) a concepção de leitura é dinâmica, variando de acordo com as situações de leitura impostas por necessidades sociais. ¨ 2.1.O SIGNIFICADO ATIVO NO USO DA LÍNGUA. Considerando o pensamento de BAKHTIN (2003), o emprego constante da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos)
  • 9. concretos e únicos, ditos pelos usuários de distintos campos da atividade humana. A atividade da escrita deve ser de forma que seja possível para os educandos, a aquisição evolutiva dos vários procedimentos adequados ao ato de escrever.É de suma importância que os alunos tomem contato com diferentes textos que circulam socialmente e que possibilitem o usa de variados gêneros. Na observação do autor citado, os limites de cada enunciado concreto como unidade da comunicação discursiva são definidos pela alternância dos sujeitos do discurso, ou seja, pela alternância dos falantes.Um cidadão letrado é alguém que planeja o discurso e conseqüentemente o texto em função do seu objetivo. Levando em consideração características específicas do gênero. O autor esclarece ainda que, o falante termina o seu enunciado para passar a palavra ao outro ou dar lugar á sua compreensão ativamente responsiva. Até mesmo no bate-papo mais descontraído e livre nós moldamos o nosso discurso por determinadas formas de gêneros, às vezes padronizadas outras vezes flexíveis, plásticas e criativas. Cita BAKHTIN (2003), para nos lembrar que o desconhecimento dos gêneros como formas relativamente estáveis e normativas de enunciado leva a uma confusão no momento de redigir um texto coerente com sua finalidade. 2.2. OS GÊNEROS E A PRODUÇÃO ORAL E ESCRITA. BAKHTIN (2003) pondera que, o texto oral, contrariamente do escrito, uma vez dito não pode ser retomado ou reconstruído, exceto em casos excepcionais de montagens para TV ou rádio. O planejamento de um texto oral, ainda que possa se apoiar em materiais escritos, se dá concomitantemente ao processo de produção. Assim, o controle do texto oral só pode ocorrer de duas maneiras: previamente, levando-se em conta os parâmetros da situação comunicativa ( o espaço, o tempo, os interlocutores e seu lugar social, os objetivos e gêneros) e simultaneamente levando-se em conta as reações do interlocutor, ajustando a fala no próprio momento de produção. O autor citado elucida ainda que, ao produzir um texto, precisa-se coordenar uma série de aspectos: o que dizer, a quem dizer, como dizer, qual gênero textual mais adequado, etc. Tão logo tenha colocado no papel o que tem a dizer a seus potenciais leitores, verá seu texto, ainda em versão preliminar, ser submetido a uma série de leitores críticos, que analisarão relevância e
  • 10. adequação; que farão uma varredura para localizar possíveis deslizes no uso da norma. 2.3. A ESCOLA: O GRANDE INTERLOCUTOR. BENVENISTE (1976) informa que, é próprio da linguagem seu caráter interlocutivo. A língua é o meio privilegiado de interação entre os homens. Em todas as circunstâncias em que se fala ou se escreve há um interlocutor. Toda a enunciação é, explicita ou implicitamente, uma alocução ela postula um alocutário. BENVENISTE (1976) explica que, o monólogo não é mais do que uma situação comunicativa em que o locutor elege a si mesmo interlocutor; é um diálogo interiorizado falado em linguagem interior entre um locutor e um ouvinte. Está claro que a relação não é mecânica. GERALDI (1997) sustenta que, dentro da oralidade ou mesmo dentro da escrita podem-se identificar diferentes tipos de interlocutores: ele pode ser preciso, definido, como numa carta, numa petição; pode ser genérico ou um determinado segmento social, como num jornal; pode ser virtual, como na ficção literária. A presença desse interlocutor no discurso de um indivíduo não é algo neutro, sem valor. Ao contrário, em alguma medida, está sempre interferindo no discurso do locutor. O autor mencionado elucida ainda que, é curioso que a maioria das produções textuais escolares não toquem na questão de interlocução ou falem na ausência de interlocutor, identificando aí uma das dificuldades maiores do estudante: falar para ninguém ou, mais exatamente, não saber a quem se fala.
  • 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS Sabendo-se que a linguagem se constrói dialogicamente, socialmente e historicamente, portanto, deve-se possibilitar situações didáticas para que o aluno opere sobre a própria linguagem e reflexões sobre a mesma construída juntamente no espaço escolar,isto é,criar condições para que o educando saiba usar a língua para produzir efeitos de sentido desejado numa determinada situação interlocutiva. Trabalhar gêneros textuais tem o objetivo de formar o leitor e também o produtor de textos capaz de atribuir sentidos, estabelecendo uma ponte entre aquilo que o educando já sabe e os sentidos possíveis do texto para que o educando saiba naquele momento e em determinadas condições de interlocução realizar inferências, tirar conclusões e deduzir sentidos de alguma palavra desconhecida. Possibilitar a circulação social dos textos produzidos como forma de reproduzir o que ocorre com os textos em seu efetivo uso público é uma forma de auxiliar no domínio de habilidades fundamentais para a inserção social do educando. À medida que o educando desenvolve a competência discursiva ele apresenta a competência lingüística, retomando-as e ampliando-as em toda fase de construção do saber que é fundamental ao cidadão, interagindo socialmente. O educando ao final reconhecerá o valor da língua escrita como meio de informação e transmissão da cultura e adotará uma postura crítica e investigadora.
  • 12. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ANGELO, Ivan. O Problema do livro no Brasil. O Estado de São Paulo, Agosto 1981. ASMANN, Hugo(org). Reencantar a Educação: Rumo a sociedade aprendente-com um glossário. 2 ed. Petrópolis: Vozes 1998. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o Hábito da Leitura. 7 ed. São Paulo: Ática, 2001. BRITTO, Luiz Percival Lima. Leitura e Participação Social- IBEP- Ano l n° 2 Junho 2000. CATTANI, Maria Isabel e AGUIAR, Vera T. Leitura em Crise na Escola: As alternativas do Professor. 6 ed. Porto Alegre RS: Mercado Aberto,1986. DEMO, Pedro (org).Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000.
  • 13. KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. 4 ed. São Paulo: Pontes,1996. MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. MINAYO, Maria Cecília de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,1999. MEC PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997. MONTELLATO, A. ; CABRINI, C. ; CATELLI, R .J. O mundo dos Cidadãos- História temática. 1 ed. São Paulo: Scipione, 2001. PFEIFFER, Claudia C. in: A Leitura e os Leitores. Campinas: Pontes, 1998. SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: educação infantil, ensino fundamental e médio: temas multidisciplinares. Florianópolis: IOESC, 1998. SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 3 ed. Rio de Janeiro: DP e A. RIZZO, Sérgio. O país que não Lê.In: Revista Educação, Julho 1998.
  • 14. SILVA, Ezequiel T. da. Leitura: Caminhos da Aprendizagem. São Paulo:FDE,1990. Leitura e Realidade Brasileira. 2 ed. 1985. SOARES, Magda B. Leituras no Brasil. Campinas: Mercado das Letras,1995. ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: As alternativas do professor. 6 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1986.
  • 15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELO, Ivan. O Problema do livro no Brasil. O Estado de São Paulo, Agosto 1981. ASMANN, Hugo(org). Reencantar a Educação: Rumo a sociedade aprendente-com um glossário. 2 ed. Petrópolis: Vozes 1998. BAKHTIN, MIKHAIL, Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BAMBERGER, Richard. Como incentivar o Hábito da Leitura. 7 ed. São Paulo: Ática, 2001. BARBOSA, José J. Alfabetização e Leitura. 2 ed. São Paulo: Cortez,1994. BRITTO, Luiz Percival Lima. Leitura e Participação Social- IBEP- Ano l n° 2 Junho 2000. CATTANI, Maria Isabel e AGUIAR, Vera T. Leitura em Crise na Escola: As alternativas do Professor. 6 ed. Porto Alegre RS: Mercado Aberto,1986.
  • 16. CADERNOS DA TV ESCOLA – Português. MEC/1999. Livros etc... MEC/1996. CADERNOS DA TV ESCOLA – Viagens de Leitura.MEC/1996. DEMO, Pedro (org).Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000. FOUCAMBERT, Jean. A leitura em questão. Porto Alegre: Artes Médicas 1994. FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler em três artigos que se completam. 29 ed. São Paulo: Cortez,1994. GERALDI, J.W.Porto de Passagem. São Paulo: Martins Fontes, 2003 Linguagens e Ensino. Campinas,SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 2006 KLEIMAN, Angela. Oficina de Leitura teoria & prática. 4 ed. São Paulo: Pontes,1996. MARTINS, Maria Helena. O que é Leitura. 19 ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. MINAYO, Maria Cecília de S. (org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes,1999.
  • 17. MEC PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS - Língua Portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997. MONTELLATO, A. ; CABRINI, C. ; CATELLI, R .J. O mundo dos Cidadãos- História temática. 1 ed. São Paulo: Scipione, 2001. PFEIFFER, Claudia C. in: A Leitura e os Leitores. Campinas: Pontes, 1998. POSSENTI, Sírio. Por que (não) ensinar gramática na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 2006. SANTA CATARINA. Proposta Curricular de Santa Catarina: educação infantil, ensino fundamental e médio: temas multidisciplinares. Florianópolis: IOESC, 1998. SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 3 ed. Rio de Janeiro: DP e A. RIZZO, Sérgio. O país que não Lê.In: Revista Educação, Julho 1998. SILVA, Ezequiel T. da. Leitura: Caminhos da Aprendizagem. São Paulo:FDE,1990. Leitura e Realidade Brasileira. 2 ed. 1985. SOARES, Magda B. Leituras no Brasil. Campinas: Mercado das Letras,1995.
  • 18. VISCONTI, Maria C. e JUNQUEIRA, Zilda A. Escrita das paredes ao computador. 5 ed. São Paulo, 1997. ZILBERMAN, Regina (org). Leitura em crise na escola: As alternativas do professor. 6 ed. Porto Alegre: Mercado Aberto,1986.