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CAPELA DE SÃO MIGUEL ARCANJO: HISTÓRIA LOCAL E ENSINO DE
HISTÓRIA NA CONTEMPORANEIDADE
Chiara Ferreira da Silva1

Introdução:
Neste estudo, buscou-se identificar as ações de educação patrimonial
desenvolvidas na capela de São Miguel. Tendo como objetivo analisar essas ações,
através de um viés voltado para o Ensino de História Local e como isso pode ser
relacionado à educação ensinada na sala de aula.
Descrevendo essas ações atentando-se a aspectos em que a Capela de São
Miguel Arcanjo pode ser inserida e utilizada além de seu o fim religioso, criando assim
ações e parcerias com a escola e com a população e o entorno da do bairro a Capela.
Por meio de uma interação entre a Capela e a escola, contextualizando aspectos
de sua fundação e de sua importância histórica na formação do bairro de São Miguel,
pretendemos levar os alunos a um pensamento crítico sobre sua importância como um
agente transformador na sociedade contemporânea. Percebendo-se inserido dentro da
vida social do seu bairro poderá entender melhor a temporalidade histórica e conceitos
de diferentes épocas, dando-lhe um sentido de identidade e pertencimento.
Levando em consideração estes fatores, articulamos uma proposta metodológica
de Ensino de História na sala de aula, fazendo uso da História Local tendo como base a
Capela de São Miguel Arcanjo devido a sua relevância histórica para o bairro.

1. Construindo São Miguel

O bairro de São Miguel, situado na zona leste de São Paulo, fundado no ano de
1622 (data oficial) formou-se no contexto de ocupação do planalto paulista, porém
destacou-se pela importância do aldeamento de São Miguel de Ururaí em que está
associado ao desenvolvimento da Vila de Piratininga.

Embora a data oficial de

fundação do bairro seja 1622, legitimada por uma inscrição na porta da capela, existe
1

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação e Licenciatura em História pela Universidade Nove de
Julho – Uninove, sob a orientação da Prof.º Savério Lavorato, apresentado no segundo semestre do ano de
2013.

3
outra versão para a fundação, tomando como referência o ano de construção da primeira
Capela no Aldeamento dos Ururái, no ano de 1560. Situada no centro do bairro e
vinculada ao contexto indígena da época.
A visita do padre José de Anchieta aos índios guaianases, que haviam sido
expulsos da Vila de Santo André da Borda do Campo e refugiaram-se na Vila de
Piratininga. São Miguel Paulista situava-se em um local bastante estratégico para a
defesa da Vila de São Paulo de Piratininga, pois era possível visualizar quando os índios
Tamoios vinham do litoral Norte para atacar a Vila. Neste período, os Tamoios
possuíam uma aliança com os franceses, tornando-se assim uma ameaça constante para
os índios daquela região.2
José de Anchieta foi o mentor para agrupar em apenas um núcleo esses índios
que estavam dispersos, a fim de reconduzi-los ao cristianismo e fazê-los agirem em
defesa da Vila de Piratininga. Ele recebeu uma orientação dada pelo Padre Manuel da
Nóbrega para que fosse feita uma visita a esses índios em Junho do ano de 1560. Logo
no ano seguinte, em Janeiro de 1561, Anchieta mandou uma carta para Manoel da
Nóbrega, descrevendo a visita a esses grupos indígenas. Segundo Santaella, em suas
pesquisas no Arquivo dos Jesuítas situado na cidade do Vaticano, foram encontrados
documentos que datavam de 1583, com menções ao Aldeamento de São Miguel de
Ururaí, citado como um local de ensino da língua Tupi e de catequização dos grupos
indígenas. Possivelmente, para demonstração de catequização bem sucedida, em dois
aldeamentos próximos, os jesuítas decidiram construir duas capelas, uma dedicada a
São Miguel Arcanjo e a outra a Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros.

A importância dada a São Miguel em seus primórdios era tanta, que o
aldeamento foi intitulado de Padroado Real.“ Dentro da concepção do
Estado Português, é uma aldeia de importância estratégica, porque ela
está subordinada diretamente ao estado Português. “Ela não é uma
aldeia que tem autonomia, deve um subordinação política direta ao
reino”, explica Roseli. Mais tarde essa relação direta com a Coroa vai
provocar problemas junto a Câmara de São Paulo, que vai interferir
diretamente nesse aldeamento, agravado pela defesa feita pelos
jesuítas aos índios, opondo-se à retirada dos índios do local pra seguir
a exploração ao sertão brasileiro. (LOPES, 2011:88).

2

Pesquisa de Roseli Santaella, doutora em História pela Universidade de São Paulo defende que a
fundação de São Miguel Paulista ocorreu em 1560, em decorrência da visita do padre José de Anchieta
aos índios guanases. In: LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade /org. Geraldo Antônio
Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista, 2011.pp.87.

4
O trabalho de catequização e a existência da Igreja, referida por José de
Anchieta são confirmados por Jerônimo Leitão, Capitão de São Vicente, em uma carta
de doação de terras, para os índios Ururaí. Através desta documentação, foi possível
reafirmar a existência de uma primeira Capela, da qual não restou vestígio algum,
apenas algumas informações documentadas. Logo foi construída uma segunda Capela
para substituir a anterior: a construção ficou a cargo do padre João Álvares, a mando do
sertanista Fernão Munhoz para valorizar ainda mais as terras indígenas da qual havia
tomado posse. Logo, as obras da nova Capela foram concluídas em Julho de 1622,
como consta na inscrição inicial que fica na verga da porta principal da Capela.
A importância de São Miguel é reforçada através de alguns dados, que apontam
para uma condição de Padroado Real, ou seja, os índios estavam em plena jurisdição do
Rei. Sendo assim estava a serviço da Majestade. Com isso, os jesuítas tiveram cada vez
mais seus poderes limitados dentro do aldeamento de São Miguel, tendo em vista que os
espanhóis haviam perdido seu domínio no Brasil em 1640, o que acabou gerando um
retrocesso dentro do aldeamento. Ainda assim, São Miguel possuía um grande número
de “nativos” já doutrinados no cristianismo.
Isso gerou um grande interesse por parte dos bandeirantes, pois como os jesuítas
não detinham poder sobre o destino dos indígenas que pertenciam aos Padroados Reais,
logo alguns indígenas foram levados de São Miguel para fazer parte de uma expedição à
procura de esmeraldas, a comando de Matias de Albuquerque o então conde de Alegrete
(PE).
Os interesses entre os jesuítas, os colonos e os oficiais que comandavam São
Miguel, acabaram se chocando de forma que a relação entre ambos ficou insustentável.
Em 1640 os jesuítas foram afastados de São Paulo, até que, em 1759 foram expulsos do
Brasil por definitivo. Com isso, é presenciada a chegada dos franciscanos durante o
século XVIII, que transformaram a Capela de São Miguel Paulista em sua moradia fixa,
tornando efetiva a apropriação dos serviços dos indígenas.
Segundo Imamura3, já havia um grande predomínio de brancos no aldeamento, o
que de certa forma acabou influenciando na reconstrução da capela, porém em moldes
mais próximos da celebração católica, atendendo assim a maior parte da população do
vilarejo.

3

IMAMURA, op.cit.,p.4 apud LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade /org. Geraldo
Antônio Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista,
2011.pp.88.

5
A reforma acabou ampliando uma grande parte do espaço que já tinha da Igreja
que havia sido inaugurada em 1622. Percebia-se que o aldeamento indígena estava
perdendo forças, porém a Vila prosperava, ganhava mais firmeza devido à atividade
agrícola que se mantinha dentro do bairro.

A construção das paredes é de taipa, mas, a parte superior de algumas
delas é de adobe, tijolo manual que já se utilizava em Minas,
indicando o acréscimo realizado pelo frei Mariano. A altura da parede
(pé direito) da nave central foi elevada de quatro para seis metros, e
duas janelas foram abertas acima do telhado, e duas janelas foram
abertas acima do telhado fronteiro. Ainda ganhou altares laterais e
escoramento interno de madeira, além de certos elementos decorativos
em dourado no altar principal, na sacristia e na capela lateral que
também foi acrescida.4

Com o tempo a Capela passou por mais algumas reformas. Em 1691 ocorreram
alguns reparos promovidos pelo frei Mariano da Conceição Veloso. Contudo, o frei
mantivera a construção original, acrescentando apenas alguns elementos, que de alguma
forma acabaram por deixar a marca do frei na história da Capela, através das suas
escolhas feitas em torno da reforma.

1. Capela de São Miguel Arcanjo
4

Disponível
28/11/2013).

em

<http://capeladesaomiguelarcanjo.blogspot.com.br/p/historico.html>

Acesso

em

6
1.1. Processo de tombamento

Segundo o IPHAN5 (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)
“toda vez que pessoas se reúnem para dividir novos conhecimentos, investigam pra
conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca, estamos falando de
uma ação educativa. Quando fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que
tenha relação ao nosso patrimônio cultural, então estamos falando de Educação
Patrimonial. O IPHAN concebe educação patrimonial como todos os processos
educativos que primem pela construção coletiva do conhecimento, pela dialogicidade
entre os agentes sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras das
referências culturais onde convivem noções de patrimônio cultural diversas.”

Descrição: Capela do aldeamento jesuíta de El-Rei de São Miguel de Ururaí,
datada de 1622, conforme inscrição na verga da porta principal. Reformada no final do
século XVIII pelo franciscano Frei Mariano da Conceição Veloso, que alterou o pédireito da nave, usando alvenaria de adobe, e construiu a capela lateral. Do interior
rústico, sobressaí-se a original bancada da comunhão - autêntica expressão da nascente
"arte brasileira". É o único exemplar de igreja alpendrada que restou das muitas que
existiam em São Paulo nos primeiros séculos de colonização. Foi restaurada em
1940/1941 e em 1959/1960. Recebeu a partir de 1959 obras de organização de seu
entorno, executadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo. Livro Histórico,
Inscrição: 109 - Data: 21-10-1938. Livro de Belas Artes, Inscrição: 219 - Data: 2110-1938. Nº Processo: 0180-T-38. Observações: O tombamento inclui todo o seu
acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85,
referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.6

2. Ensino de História baseando-se na Capela de São Miguel Arcanjo e em suas
ações educativas para a comunidade.

O estudo histórico desempenha um papel importante, na medida em que
contempla pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação

5
6

Disponível em < (http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.> – Acesso em 04/dez/2013.
Disponível <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do> Acesso em 04/dez/2013.

7
estabelecida entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, o ensino de
História poderá priorizar práticas que levem o aluno a refletir sobre seus valores e suas
práticas cotidianas, relacionando-os com a problemática histórica inerente ao seu grupo
de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial existe um
campo no estudo da História chamada de História Local, conhecida também como
História Regional.
A construção de um conhecimento histórico modifica a maneira como o aluno
compreende os processos históricos o e as relações que estabelecem entre si, na medida
em que o ensino de História lhe possibilita construir leituras críticas e pluralistas,
proporcionando mudanças no modo de entender a si mesmo, entender os outros, as
relações sociais e a própria História.
Tem sido comum em propostas curriculares e em algumas produções didáticas
introduzir a “História do Cotidiano”, opção esta que não é recente. A associação entre
cotidiano e história de vida dos alunos possibilita contextualizar essa vivência
individual a uma história coletiva.
É importante destacar que os Parâmetros Curriculares Nacionais de História,
demonstram alternativas que favorecem a compreensão dos alunos em relação ao estudo
da memória na construção do conhecimento histórico ao relacionar atividades com o
estudo do meio.
(...) como se pode observar nos Parâmetros Curriculares Nacionais
para o ensino fundamental (1997-1998) e para o ensino médio (1999),
nos quais as atividades relacionadas com o estudo do meio e da
localidade são, enfaticamente, indicadas como renovadoras para o
ensino de História e salutares para o desenvolvimento da
aprendizagem (...)7

Entre os conceitos presentes no PCN em relação ao ensino de História, destacase a importância da construção da identidade individual e social, conceito este
fundamental, pois se baseando nos estudos de Pollak8 a identidade e a memória têm
uma estreita relação.

7

SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História/ Maria Auxiliadora Schimidt, Marlene Cainelli. – São
Paulo: Scipione, 2004. PP.112).
8
POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, v.5, n.10, Rio de Janeiro:
CP/DOC FGV, 1992.

8
Para Gaddis (2003), “o estabelecimento da identidade requer o reconhecimento
de nossa relativa insignificância no grande esquema das coisas”. 9 Esse seria, no seu
entender, um dos significados da maturidade nas relações humanas e mais, do próprio
valor do uso da consciência histórica.
A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já
que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração
estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as
sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para
enfrentar as incertezas do presente e do futuro.
O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a
aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima
das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio
em que vivem e atuam. Um exemplo disso é a própria monitoria que ocorre na Capela
de São Miguel Arcanjo, na qual se busca destacar aspectos que visam aproximar os
moradores da sua própria história, utilizando-se de elementos do cotidiano religioso e
arquitetônico de São Miguel e relacionando-os com a própria Capela. Com isso, a
Educação Patrimonial entra como uma das formas de se propagar essa História e assim
ajudar a construir uma “identidade” individual ou coletiva, pois segundo Le Goff (criar
nota de rodapé) “A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar
identidade individual e coletiva”, criando assim uma sensação de identidade e
pertencimento naquele individuo.

2.1. A Escola não vai até a Capela e a Capela não vai até a Escola: Uma
proposta metodológica de interação entre a Capela de São Miguel
Arcanjo e as escolas
Na Capela de São Miguel Arcanjo é oferecido um curso de Monitoria e
Educação Patrimonial que tem como objetivo formar monitores qualificados para
orientar visitas técnicas a equipamentos culturais de valor patrimonial. Por isso, o curso
tem como foco principal: sensibilizar os alunos do valor histórico, arquitetônico e
artístico dos bens patrimoniais; difundir instrumentos analíticos que permitam
identificar bens dotados de valor patrimonial; promover conhecimentos básicos sobre os
9

GADDIS, John Lewis. Paisagens da História. Como os Historiadores Mapeiam o Passado. Rio
de Janeiro: Campus, 2003. Disponível em <http://meuartigo.brasilescola.com/historia/ensino-historiamemoria-historia-local.htm.> acesso em 12/dez/2013.

9
contextos e objetivos simbólicos que conferem valor aos bens culturais materiais e
imateriais; gerar consciência preservacionista na comunidade local; contribuir com a
formação de profissionais para instituições museológicas. O curso é realizado pela
Associação Cultural Beato José de Anchieta, patrocinado pelo Banco Itaú e Instituto
Votorantim.10
Porém, observamos com visitas e conversas com os monitores que essas
monitorias não problematizam os aspectos relevantes da história social na local, desde
os jesuítas até os dias atuais. As monitorias focam muito na arquitetura e religião e não
contextualizam os aspectos históricos desde a criação do bairro com o cotidiano e a vida
atual de seus moradores.

Adorei conhecer São Miguel, morei em São Miguel toda minha
infância até 12 anos de idade, depois, mudei de endereço, voltei,
mudei de novo,mudei, mas sempre morei em torno de São Miguel,
inacreditavelmente não conhecia vários dos lugares dos quais
visitamos.Para mim foi uma descoberta admirável, fiquei apaixonada
por São Miguel, o bairro; não pensei, nunca ouvi falar se quer de
tantas preciosidades patrimoniais lá escondidas sutilmente entre tantas
casas e pessoas, vindas de tantas origens e aí me pergunto, e a vocês
também: Porque se fala tão pouco destas preciosidades? Será que isso
é comentado nas escolas locais? (...) Estudei meu primário na época,
no Grupo Escolar Carlos Gomes, acho que era este o nome que ele
recebia, mas a memória que tenho da Capela por exemplo, não foi
ensinada na escola não pelo menos até esta idade, minha memória se
faz da minha frequência nas missas da Igreja Matriz, que de longe eu
via a Capelinha (...).11

Em conversa com monitores e coordenadores da Capela de São Miguel Arcanjo,
perguntamos se esse curso era divulgado ou se havia alguma parceria com as escolas
para a inserção da Capela e sua relevância para a formação social na História Local.
Informaram-nos que não é possível essa ação por parte da administração da Capela,
pois, não existem recursos financeiros suficientes, e a Capela é sustentada com os
recursos da Paróquia.
Como percebemos que as escolas também não se utilizam da Capela para fins
educativos do Ensino de História Local.

10

Disponível em: <http://educacaopatrimonialcapelasaomiguel.blogspot.com.br/2009/06/roteiroconhecendo-sao-miguel-paulista.html> Acesso em 04/dez/2013.
11
Disponível em <http://www.saomiguelpaulista.com.br/portal/index.php?secao=historia_origem>
Acesso em: 04/dez/2013.

10
Propomos que fosse desenvolvido o seguinte projeto com os alunos em sala de
aula (teórico) e posteriormente com a Capela (prático):
 Primeiro passo: quando o tema for catequização indígena, utilizaremos textos
do currículo escolar junto a textos e documentos (revistas, mapas, imagens,
jornais, entre outros) que nos ajudem a contextualizar a História Local.
Utilizando desse material pretendemos desenvolver um sentimento de
pertencimento e de proximidade de sua história atual com a história do
bairro. Elaborar com os alunos um questionário levando em conta os textos e
documentos utilizados.
 Segundo passo: Visita a Capela utilizando o questionário para entrevistas
com os administradores e monitores da Capela de São Miguel. Com isso,
consigam perceber e entender o que foi explicado em sala, ter noção sobre
temporalidade e conceitos históricos e preservação do Patrimônio Histórico.
 Terceiro passo: Fazer uma pesquisa (previamente elaborada com questões
referente o que eles sabem sobre a Capela) com familiares e vizinhos
destacando qual o conhecimento que essas pessoas possuem sobre a Capela e
sobre a importância da mesma para o bairro.
 Quarto passo: Solicitar aos alunos que formulem um pequeno texto com as
suas próprias impressões sobre a Capela, descrevendo quais foram às
dificuldades encontradas, além de descrever o que mudou na visão deles a
impressão que eles tinham da Capela, elaborarem propostas de lugares para
visitação no bairro relacionando-os aos textos que utilizamos em sala de aula
sobre a história de São Miguel Paulista.

Conclusão:

Através desta pesquisa, pretendemos colaborar com o desenvolvimento de uma
conscientização por parte da Capela, das Escolas, dos alunos e dos próprios moradores
do entorno da Capela.
Através da atividade desenvolvida é possível trazer os alunos, seus familiares e a
comunidade em geral um pouco mais próximo da História do Brasil, da História Local e

11
de sua própria história, através de aspectos, objetos e o Patrimônio Histórico (Capela)
que fazem parte do cotidiano desses moradores, desenvolvendo assim um sentimento de
pertencimento e identidade, propiciando um olhar mais crítico e reflexivo perante seu
papel como agente ativo na história.

Bibliografia

BARROS, Clara Emilia Monteiro. Aldeamento de São Fidélis: o sentido do espaço
na iconografia / Clara Emilia Monteiro Barros - Rio de Janeiro, IPHAN 1995.
BOMTEMPI, Sylvio. O bairro de São Miguel Paulista / Sylvio Bomtempi – São
Paulo: Unicsul, 1970.
CORRÊA, Dora Shellard. O aldeamento de Itapecerica : fins do século XVII a 1828
/ Dora Shellard Corrêa – São Paulo: Estação Liberdade, 1999.
IMAMURA, op.cit.,p.4 apud LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade
/org. Geraldo Antônio Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra
Diocesana São Miguel Paulista, 2011.pp.88.
LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revisitando a cidade / Rodrigo Herrero Lopes;
organizador Geraldo Antônio Rodrigues – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel
Paulista, 2011.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de
São Paulo/ John Manuel Monteiro – São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, v.5, n.10, Rio
de Janeiro: CP/DOC FGV, 1992.
SHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar história / Maria Auxiliadora Schimidt,
Marlene Cainelli – São Paulo: Scipione, 2004.
GADDIS, John Lewis. Paisagens da História. Como os Historiadores Mapeiam o
Passado. Rio de Janeiro: Campus, 2003. Acessado em 12/12/2013
http://meuartigo.brasilescola.com/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm
Sites
Disponível em <http://capeladesaomiguelarcanjo.blogspot.com.br/p/historico.html>
Acesso em 28/11/2013).
Disponível em < (http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.> – Acesso em
04/dez/2013.
Disponível <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do> Acesso em
04/dez/2013.

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História e Educação Patrimonial da Capela São Miguel

  • 1. CAPELA DE SÃO MIGUEL ARCANJO: HISTÓRIA LOCAL E ENSINO DE HISTÓRIA NA CONTEMPORANEIDADE Chiara Ferreira da Silva1 Introdução: Neste estudo, buscou-se identificar as ações de educação patrimonial desenvolvidas na capela de São Miguel. Tendo como objetivo analisar essas ações, através de um viés voltado para o Ensino de História Local e como isso pode ser relacionado à educação ensinada na sala de aula. Descrevendo essas ações atentando-se a aspectos em que a Capela de São Miguel Arcanjo pode ser inserida e utilizada além de seu o fim religioso, criando assim ações e parcerias com a escola e com a população e o entorno da do bairro a Capela. Por meio de uma interação entre a Capela e a escola, contextualizando aspectos de sua fundação e de sua importância histórica na formação do bairro de São Miguel, pretendemos levar os alunos a um pensamento crítico sobre sua importância como um agente transformador na sociedade contemporânea. Percebendo-se inserido dentro da vida social do seu bairro poderá entender melhor a temporalidade histórica e conceitos de diferentes épocas, dando-lhe um sentido de identidade e pertencimento. Levando em consideração estes fatores, articulamos uma proposta metodológica de Ensino de História na sala de aula, fazendo uso da História Local tendo como base a Capela de São Miguel Arcanjo devido a sua relevância histórica para o bairro. 1. Construindo São Miguel O bairro de São Miguel, situado na zona leste de São Paulo, fundado no ano de 1622 (data oficial) formou-se no contexto de ocupação do planalto paulista, porém destacou-se pela importância do aldeamento de São Miguel de Ururaí em que está associado ao desenvolvimento da Vila de Piratininga. Embora a data oficial de fundação do bairro seja 1622, legitimada por uma inscrição na porta da capela, existe 1 Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação e Licenciatura em História pela Universidade Nove de Julho – Uninove, sob a orientação da Prof.º Savério Lavorato, apresentado no segundo semestre do ano de 2013. 3
  • 2. outra versão para a fundação, tomando como referência o ano de construção da primeira Capela no Aldeamento dos Ururái, no ano de 1560. Situada no centro do bairro e vinculada ao contexto indígena da época. A visita do padre José de Anchieta aos índios guaianases, que haviam sido expulsos da Vila de Santo André da Borda do Campo e refugiaram-se na Vila de Piratininga. São Miguel Paulista situava-se em um local bastante estratégico para a defesa da Vila de São Paulo de Piratininga, pois era possível visualizar quando os índios Tamoios vinham do litoral Norte para atacar a Vila. Neste período, os Tamoios possuíam uma aliança com os franceses, tornando-se assim uma ameaça constante para os índios daquela região.2 José de Anchieta foi o mentor para agrupar em apenas um núcleo esses índios que estavam dispersos, a fim de reconduzi-los ao cristianismo e fazê-los agirem em defesa da Vila de Piratininga. Ele recebeu uma orientação dada pelo Padre Manuel da Nóbrega para que fosse feita uma visita a esses índios em Junho do ano de 1560. Logo no ano seguinte, em Janeiro de 1561, Anchieta mandou uma carta para Manoel da Nóbrega, descrevendo a visita a esses grupos indígenas. Segundo Santaella, em suas pesquisas no Arquivo dos Jesuítas situado na cidade do Vaticano, foram encontrados documentos que datavam de 1583, com menções ao Aldeamento de São Miguel de Ururaí, citado como um local de ensino da língua Tupi e de catequização dos grupos indígenas. Possivelmente, para demonstração de catequização bem sucedida, em dois aldeamentos próximos, os jesuítas decidiram construir duas capelas, uma dedicada a São Miguel Arcanjo e a outra a Nossa Senhora da Conceição de Pinheiros. A importância dada a São Miguel em seus primórdios era tanta, que o aldeamento foi intitulado de Padroado Real.“ Dentro da concepção do Estado Português, é uma aldeia de importância estratégica, porque ela está subordinada diretamente ao estado Português. “Ela não é uma aldeia que tem autonomia, deve um subordinação política direta ao reino”, explica Roseli. Mais tarde essa relação direta com a Coroa vai provocar problemas junto a Câmara de São Paulo, que vai interferir diretamente nesse aldeamento, agravado pela defesa feita pelos jesuítas aos índios, opondo-se à retirada dos índios do local pra seguir a exploração ao sertão brasileiro. (LOPES, 2011:88). 2 Pesquisa de Roseli Santaella, doutora em História pela Universidade de São Paulo defende que a fundação de São Miguel Paulista ocorreu em 1560, em decorrência da visita do padre José de Anchieta aos índios guanases. In: LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade /org. Geraldo Antônio Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista, 2011.pp.87. 4
  • 3. O trabalho de catequização e a existência da Igreja, referida por José de Anchieta são confirmados por Jerônimo Leitão, Capitão de São Vicente, em uma carta de doação de terras, para os índios Ururaí. Através desta documentação, foi possível reafirmar a existência de uma primeira Capela, da qual não restou vestígio algum, apenas algumas informações documentadas. Logo foi construída uma segunda Capela para substituir a anterior: a construção ficou a cargo do padre João Álvares, a mando do sertanista Fernão Munhoz para valorizar ainda mais as terras indígenas da qual havia tomado posse. Logo, as obras da nova Capela foram concluídas em Julho de 1622, como consta na inscrição inicial que fica na verga da porta principal da Capela. A importância de São Miguel é reforçada através de alguns dados, que apontam para uma condição de Padroado Real, ou seja, os índios estavam em plena jurisdição do Rei. Sendo assim estava a serviço da Majestade. Com isso, os jesuítas tiveram cada vez mais seus poderes limitados dentro do aldeamento de São Miguel, tendo em vista que os espanhóis haviam perdido seu domínio no Brasil em 1640, o que acabou gerando um retrocesso dentro do aldeamento. Ainda assim, São Miguel possuía um grande número de “nativos” já doutrinados no cristianismo. Isso gerou um grande interesse por parte dos bandeirantes, pois como os jesuítas não detinham poder sobre o destino dos indígenas que pertenciam aos Padroados Reais, logo alguns indígenas foram levados de São Miguel para fazer parte de uma expedição à procura de esmeraldas, a comando de Matias de Albuquerque o então conde de Alegrete (PE). Os interesses entre os jesuítas, os colonos e os oficiais que comandavam São Miguel, acabaram se chocando de forma que a relação entre ambos ficou insustentável. Em 1640 os jesuítas foram afastados de São Paulo, até que, em 1759 foram expulsos do Brasil por definitivo. Com isso, é presenciada a chegada dos franciscanos durante o século XVIII, que transformaram a Capela de São Miguel Paulista em sua moradia fixa, tornando efetiva a apropriação dos serviços dos indígenas. Segundo Imamura3, já havia um grande predomínio de brancos no aldeamento, o que de certa forma acabou influenciando na reconstrução da capela, porém em moldes mais próximos da celebração católica, atendendo assim a maior parte da população do vilarejo. 3 IMAMURA, op.cit.,p.4 apud LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade /org. Geraldo Antônio Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista, 2011.pp.88. 5
  • 4. A reforma acabou ampliando uma grande parte do espaço que já tinha da Igreja que havia sido inaugurada em 1622. Percebia-se que o aldeamento indígena estava perdendo forças, porém a Vila prosperava, ganhava mais firmeza devido à atividade agrícola que se mantinha dentro do bairro. A construção das paredes é de taipa, mas, a parte superior de algumas delas é de adobe, tijolo manual que já se utilizava em Minas, indicando o acréscimo realizado pelo frei Mariano. A altura da parede (pé direito) da nave central foi elevada de quatro para seis metros, e duas janelas foram abertas acima do telhado, e duas janelas foram abertas acima do telhado fronteiro. Ainda ganhou altares laterais e escoramento interno de madeira, além de certos elementos decorativos em dourado no altar principal, na sacristia e na capela lateral que também foi acrescida.4 Com o tempo a Capela passou por mais algumas reformas. Em 1691 ocorreram alguns reparos promovidos pelo frei Mariano da Conceição Veloso. Contudo, o frei mantivera a construção original, acrescentando apenas alguns elementos, que de alguma forma acabaram por deixar a marca do frei na história da Capela, através das suas escolhas feitas em torno da reforma. 1. Capela de São Miguel Arcanjo 4 Disponível 28/11/2013). em <http://capeladesaomiguelarcanjo.blogspot.com.br/p/historico.html> Acesso em 6
  • 5. 1.1. Processo de tombamento Segundo o IPHAN5 (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) “toda vez que pessoas se reúnem para dividir novos conhecimentos, investigam pra conhecer melhor, entender e transformar a realidade que nos cerca, estamos falando de uma ação educativa. Quando fazemos tudo isso levando em conta alguma coisa que tenha relação ao nosso patrimônio cultural, então estamos falando de Educação Patrimonial. O IPHAN concebe educação patrimonial como todos os processos educativos que primem pela construção coletiva do conhecimento, pela dialogicidade entre os agentes sociais e pela participação efetiva das comunidades detentoras das referências culturais onde convivem noções de patrimônio cultural diversas.” Descrição: Capela do aldeamento jesuíta de El-Rei de São Miguel de Ururaí, datada de 1622, conforme inscrição na verga da porta principal. Reformada no final do século XVIII pelo franciscano Frei Mariano da Conceição Veloso, que alterou o pédireito da nave, usando alvenaria de adobe, e construiu a capela lateral. Do interior rústico, sobressaí-se a original bancada da comunhão - autêntica expressão da nascente "arte brasileira". É o único exemplar de igreja alpendrada que restou das muitas que existiam em São Paulo nos primeiros séculos de colonização. Foi restaurada em 1940/1941 e em 1959/1960. Recebeu a partir de 1959 obras de organização de seu entorno, executadas pela Prefeitura Municipal de São Paulo. Livro Histórico, Inscrição: 109 - Data: 21-10-1938. Livro de Belas Artes, Inscrição: 219 - Data: 2110-1938. Nº Processo: 0180-T-38. Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.6 2. Ensino de História baseando-se na Capela de São Miguel Arcanjo e em suas ações educativas para a comunidade. O estudo histórico desempenha um papel importante, na medida em que contempla pesquisa e reflexão da relação construída socialmente e da relação 5 6 Disponível em < (http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.> – Acesso em 04/dez/2013. Disponível <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do> Acesso em 04/dez/2013. 7
  • 6. estabelecida entre indivíduo, grupo e o mundo social. Nesse sentido, o ensino de História poderá priorizar práticas que levem o aluno a refletir sobre seus valores e suas práticas cotidianas, relacionando-os com a problemática histórica inerente ao seu grupo de convívio, à sua localidade, à sua região e à sociedade nacional e mundial existe um campo no estudo da História chamada de História Local, conhecida também como História Regional. A construção de um conhecimento histórico modifica a maneira como o aluno compreende os processos históricos o e as relações que estabelecem entre si, na medida em que o ensino de História lhe possibilita construir leituras críticas e pluralistas, proporcionando mudanças no modo de entender a si mesmo, entender os outros, as relações sociais e a própria História. Tem sido comum em propostas curriculares e em algumas produções didáticas introduzir a “História do Cotidiano”, opção esta que não é recente. A associação entre cotidiano e história de vida dos alunos possibilita contextualizar essa vivência individual a uma história coletiva. É importante destacar que os Parâmetros Curriculares Nacionais de História, demonstram alternativas que favorecem a compreensão dos alunos em relação ao estudo da memória na construção do conhecimento histórico ao relacionar atividades com o estudo do meio. (...) como se pode observar nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino fundamental (1997-1998) e para o ensino médio (1999), nos quais as atividades relacionadas com o estudo do meio e da localidade são, enfaticamente, indicadas como renovadoras para o ensino de História e salutares para o desenvolvimento da aprendizagem (...)7 Entre os conceitos presentes no PCN em relação ao ensino de História, destacase a importância da construção da identidade individual e social, conceito este fundamental, pois se baseando nos estudos de Pollak8 a identidade e a memória têm uma estreita relação. 7 SCHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar História/ Maria Auxiliadora Schimidt, Marlene Cainelli. – São Paulo: Scipione, 2004. PP.112). 8 POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, v.5, n.10, Rio de Janeiro: CP/DOC FGV, 1992. 8
  • 7. Para Gaddis (2003), “o estabelecimento da identidade requer o reconhecimento de nossa relativa insignificância no grande esquema das coisas”. 9 Esse seria, no seu entender, um dos significados da maturidade nas relações humanas e mais, do próprio valor do uso da consciência histórica. A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro. O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e atuam. Um exemplo disso é a própria monitoria que ocorre na Capela de São Miguel Arcanjo, na qual se busca destacar aspectos que visam aproximar os moradores da sua própria história, utilizando-se de elementos do cotidiano religioso e arquitetônico de São Miguel e relacionando-os com a própria Capela. Com isso, a Educação Patrimonial entra como uma das formas de se propagar essa História e assim ajudar a construir uma “identidade” individual ou coletiva, pois segundo Le Goff (criar nota de rodapé) “A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual e coletiva”, criando assim uma sensação de identidade e pertencimento naquele individuo. 2.1. A Escola não vai até a Capela e a Capela não vai até a Escola: Uma proposta metodológica de interação entre a Capela de São Miguel Arcanjo e as escolas Na Capela de São Miguel Arcanjo é oferecido um curso de Monitoria e Educação Patrimonial que tem como objetivo formar monitores qualificados para orientar visitas técnicas a equipamentos culturais de valor patrimonial. Por isso, o curso tem como foco principal: sensibilizar os alunos do valor histórico, arquitetônico e artístico dos bens patrimoniais; difundir instrumentos analíticos que permitam identificar bens dotados de valor patrimonial; promover conhecimentos básicos sobre os 9 GADDIS, John Lewis. Paisagens da História. Como os Historiadores Mapeiam o Passado. Rio de Janeiro: Campus, 2003. Disponível em <http://meuartigo.brasilescola.com/historia/ensino-historiamemoria-historia-local.htm.> acesso em 12/dez/2013. 9
  • 8. contextos e objetivos simbólicos que conferem valor aos bens culturais materiais e imateriais; gerar consciência preservacionista na comunidade local; contribuir com a formação de profissionais para instituições museológicas. O curso é realizado pela Associação Cultural Beato José de Anchieta, patrocinado pelo Banco Itaú e Instituto Votorantim.10 Porém, observamos com visitas e conversas com os monitores que essas monitorias não problematizam os aspectos relevantes da história social na local, desde os jesuítas até os dias atuais. As monitorias focam muito na arquitetura e religião e não contextualizam os aspectos históricos desde a criação do bairro com o cotidiano e a vida atual de seus moradores. Adorei conhecer São Miguel, morei em São Miguel toda minha infância até 12 anos de idade, depois, mudei de endereço, voltei, mudei de novo,mudei, mas sempre morei em torno de São Miguel, inacreditavelmente não conhecia vários dos lugares dos quais visitamos.Para mim foi uma descoberta admirável, fiquei apaixonada por São Miguel, o bairro; não pensei, nunca ouvi falar se quer de tantas preciosidades patrimoniais lá escondidas sutilmente entre tantas casas e pessoas, vindas de tantas origens e aí me pergunto, e a vocês também: Porque se fala tão pouco destas preciosidades? Será que isso é comentado nas escolas locais? (...) Estudei meu primário na época, no Grupo Escolar Carlos Gomes, acho que era este o nome que ele recebia, mas a memória que tenho da Capela por exemplo, não foi ensinada na escola não pelo menos até esta idade, minha memória se faz da minha frequência nas missas da Igreja Matriz, que de longe eu via a Capelinha (...).11 Em conversa com monitores e coordenadores da Capela de São Miguel Arcanjo, perguntamos se esse curso era divulgado ou se havia alguma parceria com as escolas para a inserção da Capela e sua relevância para a formação social na História Local. Informaram-nos que não é possível essa ação por parte da administração da Capela, pois, não existem recursos financeiros suficientes, e a Capela é sustentada com os recursos da Paróquia. Como percebemos que as escolas também não se utilizam da Capela para fins educativos do Ensino de História Local. 10 Disponível em: <http://educacaopatrimonialcapelasaomiguel.blogspot.com.br/2009/06/roteiroconhecendo-sao-miguel-paulista.html> Acesso em 04/dez/2013. 11 Disponível em <http://www.saomiguelpaulista.com.br/portal/index.php?secao=historia_origem> Acesso em: 04/dez/2013. 10
  • 9. Propomos que fosse desenvolvido o seguinte projeto com os alunos em sala de aula (teórico) e posteriormente com a Capela (prático):  Primeiro passo: quando o tema for catequização indígena, utilizaremos textos do currículo escolar junto a textos e documentos (revistas, mapas, imagens, jornais, entre outros) que nos ajudem a contextualizar a História Local. Utilizando desse material pretendemos desenvolver um sentimento de pertencimento e de proximidade de sua história atual com a história do bairro. Elaborar com os alunos um questionário levando em conta os textos e documentos utilizados.  Segundo passo: Visita a Capela utilizando o questionário para entrevistas com os administradores e monitores da Capela de São Miguel. Com isso, consigam perceber e entender o que foi explicado em sala, ter noção sobre temporalidade e conceitos históricos e preservação do Patrimônio Histórico.  Terceiro passo: Fazer uma pesquisa (previamente elaborada com questões referente o que eles sabem sobre a Capela) com familiares e vizinhos destacando qual o conhecimento que essas pessoas possuem sobre a Capela e sobre a importância da mesma para o bairro.  Quarto passo: Solicitar aos alunos que formulem um pequeno texto com as suas próprias impressões sobre a Capela, descrevendo quais foram às dificuldades encontradas, além de descrever o que mudou na visão deles a impressão que eles tinham da Capela, elaborarem propostas de lugares para visitação no bairro relacionando-os aos textos que utilizamos em sala de aula sobre a história de São Miguel Paulista. Conclusão: Através desta pesquisa, pretendemos colaborar com o desenvolvimento de uma conscientização por parte da Capela, das Escolas, dos alunos e dos próprios moradores do entorno da Capela. Através da atividade desenvolvida é possível trazer os alunos, seus familiares e a comunidade em geral um pouco mais próximo da História do Brasil, da História Local e 11
  • 10. de sua própria história, através de aspectos, objetos e o Patrimônio Histórico (Capela) que fazem parte do cotidiano desses moradores, desenvolvendo assim um sentimento de pertencimento e identidade, propiciando um olhar mais crítico e reflexivo perante seu papel como agente ativo na história. Bibliografia BARROS, Clara Emilia Monteiro. Aldeamento de São Fidélis: o sentido do espaço na iconografia / Clara Emilia Monteiro Barros - Rio de Janeiro, IPHAN 1995. BOMTEMPI, Sylvio. O bairro de São Miguel Paulista / Sylvio Bomtempi – São Paulo: Unicsul, 1970. CORRÊA, Dora Shellard. O aldeamento de Itapecerica : fins do século XVII a 1828 / Dora Shellard Corrêa – São Paulo: Estação Liberdade, 1999. IMAMURA, op.cit.,p.4 apud LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revistando a cidade /org. Geraldo Antônio Rodrigues; coord. Daniel Vicente Reis – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista, 2011.pp.88. LOPES, Rodrigo Herrero. Face Leste: revisitando a cidade / Rodrigo Herrero Lopes; organizador Geraldo Antônio Rodrigues – São Paulo: Mitra Diocesana São Miguel Paulista, 2011. MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo/ John Manuel Monteiro – São Paulo: Companhia das Letras, 1994. POLLAK, Michael. Memória e Identidade Social. Estudos Históricos, v.5, n.10, Rio de Janeiro: CP/DOC FGV, 1992. SHIMIDT, Maria Auxiliadora. Ensinar história / Maria Auxiliadora Schimidt, Marlene Cainelli – São Paulo: Scipione, 2004. GADDIS, John Lewis. Paisagens da História. Como os Historiadores Mapeiam o Passado. Rio de Janeiro: Campus, 2003. Acessado em 12/12/2013 http://meuartigo.brasilescola.com/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm Sites Disponível em <http://capeladesaomiguelarcanjo.blogspot.com.br/p/historico.html> Acesso em 28/11/2013). Disponível em < (http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaSecao.> – Acesso em 04/dez/2013. Disponível <http://portal.iphan.gov.br/portal/montarPaginaInicial.do> Acesso em 04/dez/2013. 12