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ORSAT
Manual de Procedimentos de Amostragem
MANUAL TÉCNICO
Baseado no “Sampling Procedures Manual” do Texas Air Control Board
ÍNDICE
1.0
2.0
3.0
4.0
GERAL
REAGENTES E SOLUÇÕES AUXILIARES
MANUTENÇÃO, CUIDADOS E REABASTECIMENTO
OPERAÇÃO DO ANALISADOR ORSAT
ANALISADOR ORSAT – PASSO A PASSO
5.0 PROCEDIMENTO DE CAMPO (PESO MOLECULAR NA BASE
SECA)
6.0 EXERCÍCIO – DETERMINAÇÃO DO PESO MOLECULAR NA
BASE SECA
TABELA 6-1 – FORMULÁRIO DE DADOS DE CAMPO
1
2
2
4
6
11
13
15
Pág. 1
1.0 GERAL
Um dos mais conhecidos e mais simples aparelhos para análise de gases é o Analisador Orsat.
Ele é utilizado para se determinar a composição e peso molecular de gases. Trata-se de um
método volumétrico envolvendo absorção e oxidação seletivas. Ele é geralmente utilizado para
detectar dióxido de carbono (CO2), oxigênio (O2) e monóxido de carbono (CO). Ver esquema do
analisador Orsat na Figura 1.1
As absorções são realizadas em pipetas de contato ou pipetas borbulhadoras. A redução do
volume na pipeta à medida que a absorção ocorre corresponde ao volume do componente
particular sendo absorvido. A oxidação é obtida usando-se um catalisador e tubos de óxido de
cobre. Vários tipos de analisadores Orsat são encontrados no mercado. O instrumento discutido
aqui é um analisador de gases de combustão, modelo gabinete, da Burrell Corporation.
Este analisador Orsat determina as composições de CO2, O2 e CO, presentes num gás numa
base volumétrica seca, pela passagem do gás através de uma série de soluções de purificação
em pipetas de contato onde cada constituinte é seletivamente removido. O gás residual nas
pipetas é normalmente considerado como nitrogênio. Correções quanto ao teor de umidade
devem ser realizadas quando se converter os níveis de concentração de gás na base seca para
base úmida. O Método 3 de referência da EPA descreve a coleta e análise de uma amostra de
gás.
Figura 1-1 Esquema do Orsat
Pág. 2
2.0 REAGENTES E SOLUÇÕES AUXILIARES
Os requisitos gerais para as soluções reagentes são:
1. Alta solubilidade para um componente específico e estabilidade do composto formado na
solução;
2. Tempo curto de absorção;
3. Baixa pressão de vapor (menos perigoso);
4. Nenhuma ação corrosiva na mangueira de borracha;
5. Não causem emperramento das torneiras no manifold.
Os seguintes reagentes químicos, disponíveis no mercado, são recomendados para análise de
gases em chaminé:
• CO2: Solução de hidróxido de potássio (KOH) ou hidróxido de sódio (NaOH) ou “dissorvente”
(esta solução também absorve, lentamente, H2S, SO2 e SO3).
• O2: solução de pirogalol alcalino, que é uma mistura de ácido pirogálico com solução de KOH,
ou solução “oxsorvente”, que é uma solução de cloreto cromoso estabilizado. Ambas estas
soluções também absorvem CO2 em quantidades bem pequenas.
• CO: Solução de cloreto cuproso, que também absorve O2, forma Cu2Cl2 .2CO (cloreto cuproso
e monóxido de carbono) quando colocado em contacto com CO. Visto que este composto é
relativamente instável, deve-se colocar fio ou tela de cobre dentro da pipeta a fim de impedir
oxidação.
ATENÇÃO: Esta solução deve ser mantida longe de contato com ar.
• Pó cossorvente: Este pó é misturado com ácido sulfúrico e água deionizada. Esta solução
forma o composto estável Cu2SO4.2CO (sulfato cuproso e monóxido de carbono) em contato
com CO, mas também absorverá, lentamente, etileno, propileno, acetileno e oxigênio.
• Solução de Bureta: Esta solução consiste em Na2SO4, saturado, acidificado 20 % em peso,
H2SO4 5 % em volume, e algumas gotas de metilorange para cor. É usado como líquido
confinante em buretas e recipientes de gás.
3.0 MANUTENÇÃO, CUIDADOS E REABASTECIMENTO
Lubrificação de torneiras: Uma lubrificação adequada com uma graxa resistente a ácido e a
álcali impedirá que as torneiras vazem, emperrem e se desgastem. Para lubrificar a torneira,
limpe o plugue e o corpo externo; então aplique uma pequena quantidade de graxa de torneira
nos lados opostos do plugue entre as aberturas dos orifícios. O plugue é então inserido de
modo que as aberturas dos orifícios coincidam. O plugue é pressionado e girado até que uma
película de graxa cubra toda a superfície. Não se deve usar quantidade de graxa em excesso.
As torneiras devem ser limpadas e reengraxadas a cada três meses, ou na primeira indicação
de afinamento ou contaminação da película de graxa.
Utilização de líquido confinante (solução de bureta): Utiliza-se solução salina aquosa para
encher a bureta e o frasco de nivelamento. Apenas água não é adequado como líquido
confinante visto que pode absorver parte da amostra de gás. Algumas gotas de metilorange
farão com que a solução na bureta fique fácil de ser observada, e também indicará qualquer
alteração de um ácido para uma condição alcalina. A solução deve ser substituída quando a
cor rósea desaparecer.
Pág. 3
Nota: Exposição ao frio pode causar cristalização da solução. Isto pode ser remediado pela
diluição com água da torneira ou destilada até que cesse a cristalização.
Enchimento das pipetas: As pipetas devem ser abertas ao longo do manifold e os tampões e as
bolsas de gás removidos de cada pipeta. As pipetas devem ser lavadas com água morna e
rinsadas com água destilada. Deve-se tomar cuidado para não derramar reagentes na pele ou
na roupa.
Atenção: As pipetas não devem ser sacolejadas durante a lavagem, visto que isso pode causar
aquecimento excessivo das mesmas.
A primeira pipeta é enchida pela metade com solução dissorvente. A segunda, a pipeta de
absorção de oxigênio, é enchida pela metade com soluções 1 e 2 de pirogalol alcalino,
misturado na proporção de 8 para 1. A solução cossorvente é preparada adicionando-se 200
mL de H2SO4 concentrado a 19 mL da água e misturando-se a solução com agitador
magnético. Enquanto a solução estiver morna, o pó cossorvente é adicionado em pequenas
porções. A solução deve ser agitada enquanto o pó estiver sendo adicionado a fim e evitar
coagulação. Aproximadamente metade do pacote de pó (~ 120 g) é utilizada. Quando
misturada completamente, a terceira pipeta fica aproximadamente cheia pela metade com a
solução.
Por outro lado, pode-se utilizar solução ácida de Cu2Cl2 como solução absorvente de CO. Caso
duas pipetas sejam utilizadas para CO, a primeira pipeta é enchida com Cu2Cl2 ácido e a
segunda com Cu2Cl2 cossorvente ou ácido. Todas as pipetas são então reconectadas ao
manifold e o líquido em cada pipeta é elevado à marca de referência gravada em sua haste
capilar.
Conexões de borracha: Em todos os pontos de junção onde sejam utilizadas mangueiras de
borracha, tais como as conexões das pipetas ao manifold, deve-se manter contacto vidro-vidro
a fim de evitar vazamentos.
Verificação de vazamentos no aparelho: Os líquidos em todas as pipetas devem ser nivelados
a pontos adequados, e todas as torneiras fechadas. O frasco de nivelamento da bureta é
baixado e aproximadamente 100 mL de ar são injetados no sistema. A torneira de entrada do
manifold é então fechada. O frasco de nivelamento é erguido até o topo do Orsat enquanto o
nível do líquido na bureta é checado. Caso haja vazamentos em qualquer das torneiras ou
conexões de borracha, o nível de líquido na bureta subirá.
Limpeza do manifold: Ao utilizar o Orsat, pode-se passar uma solução da pipeta através da
torneira do manifold e daí para dentro do manifold. Caso faça isso, deve-se aplicar uma
descarga de água acidulada no manifold e repetir a análise. Caso contrário, a pequena
quantidade de solução remanescente no manifold poderá absorver parte da amostra de gás e
causar erros na análise.
Reabastecimento: As soluções absorventes devem ser trocadas a cada três meses ou quando
aparecer coagulação ou alteração de cor. A utilização frequente do Orsat pode requerer
reabastecimento mais frequente.
Pág. 4
Figura 3-1
4.0 OPERAÇÃO DO ANALISADOR ORSAT
1) Antes de iniciar a análise, a solução de cada pipeta deve ser checada para assegurar
sua passagem através dos tubos capilares dentro da pipeta, utilizando-se o frasco para
mover o líquido para cima e para baixo através destes tubos. O nível do líquido é então
trazido para a marca de referência na haste capilar da pipeta.
2) A bolsa do Orsat contendo a amostra de gás deve ser conectada à entrada do manifold
e a linha do manifold purgada três ou quatro vezes com o gás da amostra.
3) As medições de volume na análise do gás são comumente realizadas à pressão
constante, geralmente atmosférica, eliminando a necessidade de correções. A pressão
atmosférica é estabelecida na bureta segurando-se o frasco de nivelamento ao lado da
bureta de modo que a solução na bureta e o frasco de nivelamento estejam no mesmo
nível. O balanceamento da pressão deve ser realizado a cada leitura do volume de gás
na bureta.
4) Aproximadamente 100 mL de gás de amostra são injetados na bureta. A solução da
bureta e os frascos do reservatório são então mantidos ao mesmo nível, como por
exemplo, na marca de 0 mL.
5) A torneira da primeira pipeta é aberta e o gás de amostra é passado através da solução
várias vezes até que o nível da solução na pipeta seja trazido de volta à marca de
referência. O volume diminui na bureta e é então lido. Este procedimento é repetido até
que duas leituras consecutivas indiquem nenhuma alteração. Esta diminuição total de
volume (mL) é a percentagem de volume de CO2 no gás de amostra.
6) O procedimento 5 é então repetido para a segunda e terceira pipetas.
7) A bureta é envolvida por uma jaqueta de água, que mantém a amostra de gás a uma
temperatura constante de modo a serem desnecessárias correções de temperatura.
Geralmente a temperatura da água na jaqueta não se alterará significativamente durante
a análise. A temperatura da amostra de gás deve ser tão próxima quanto possível à
temperatura da água antes que a amostra seja trazida para a bureta.
Pág. 5
8) Visto que o gás na bureta é mantido saturado com água pela solução da bureta, os
resultados obtidos são na base seca.
9) Após terminada a análise, drene a solução da bureta para o frasco de nivelamento a fim
de reduzir a possibilidade de quebra da bureta durante o transporte
Figura 4-1
Soluções do Orsat
Absorvedor CO2 – 200 mL de 45% Hidróxido de Potássio em água
Absorvedor O2 – 12 a 14 g de Ácido Pirogálico em 200 mL de 45% KOH
Absorvedor CO – Solução de Cloreto Cuproso ou HCl fumegante em pedaços de cobre no
absorvedor
Figura 4-2
Pág. 6
ANALISADOR ORSAT – PASSO A PASSO
Passo 1
Purgue a bureta levantando o frasco e
girando a válvula da bureta
Passo 2
Gire a válvula da bureta no sentido
anti-horário e abaixe o frasco para
encher a bureta.
Pág. 7
Passo 3
Gire a válvula da bureta no sentido
horário. Levante o frasco lentamente até
que o nível esteja no “0”.
Passo 4
Gire todas as válvulas como mostrado. A
válvula da bureta deve ser girada no
sentido anti-horário e todas as outras
válvulas, no sentido horário.
De agora em diante:
Jamais gire a válvula da bureta para a
entrada da bolsa ou a válvula do CO2 para
a saída.
Pág. 8
Passo 5
Levante o frasco, gire a válvula da bureta e
do CO2 no sentido horário.
Observe o fluido subindo.
Deixe o fluido subir até próximo ao
topo da bureta e aí vá para o próximo passo.
Passo 6
Abaixe o frasco.
Sempre observe o fluido subindo.
Jamais deixe o fluido no borbulhador do CO2
ir acima da marca.
Repita os passos 5 e 6 cinco vezes.
Pág. 9
Passo 7
Gire a válvula do CO2 no sentido anti-
horário e nivele a bureta e frasco ao
mesmo nível e faça a leitura.
Repita Passos 5 e 6 cinco vezes e, após,
o Passo 7.
Caso você obtenha a mesma leitura,
registre-a e vá para o Passo 8; caso
contrário volte para o Passo 5.
Passo 8
Levante o frasco, gire a válvula da bureta e
do CO2 no sentido anti-horário.
Observe o fluido subindo.
Deixe o fluido subir até próximo ao topo da
bureta e então vá para o próximo passo.
Pág. 10
Passo 9
Abaixe o frasco.
Sempre observe o fluido subindo.
Jamais deixe o fluido no borbulhador do
O2 ir acima da marca.
Repita os passos 8 e 9 cinco vezes.
Passo 10
Gire a válvula do O2 no sentido anti-horário e
nivele a bureta e o frasco ao mesmo nível e faça
a leitura.
Repita os passos 8 e 9 cinco vezes, e então vá
para o Passo 10.
Caso você obtenha a mesma leitura, registre-a;
caso contrário volte para o Passo 8.
Analise o CO da mesma maneira que o O2.
Pág. 11
5.0 PROCEDIMENTO DE CAMPO (PESO MOLECULAR NA BASE SECA)
Nota: Este procedimento compreende três diferentes tipos de técnicas de amostragem. Selecione
o procedimento apropriado para o teste.
A. Ponto Único, Amostragem Aleatória (Grab Sampling) e Análise
1.
2.
3.
Veja esquema de amostragem na Figura 5.1.
Opcional: Caso utilize o Orsat, faça teste de vazamento no mesmo.
Insira a ponta da sonda no centróide da seção transversal da chaminé ou num ponto com
no mínimo 1 m das paredes.
Purgue a linha de amostragem distante suficientemente para permitir pelo menos cinco
trocas.
Puxe uma amostra para o analisador e imediatamente faça análise do CO2 e do O2
Calcule o peso molecular na base seca.
Repita os procedimentos de amostragem, análise e cálculos até que os pesos
moleculares na base seca de quaisquer amostras aleatórias difiram de sua média por não
mais que 0,3 g/g-mol.
Reporte a média destes três pesos moleculares com aproximação de 0,1 g/g-mol.
4.
5.
6
7.
8.
Figura 5.1 Aparelhagem para amostragem instantânea
B. Amostragem Integrada, Monopontual e Análise
1. Veja esquema de amostragem na Figura 5.2.
2. Opcional: Faça teste de vazamento na bolsa flexível.
3. Prepare o equipamento conforme o método.
Pág. 12
4. Opcional: Faça teste de vazamento no trem
5. Evacue a bolsa flexível e conecte a sonda.
6. Coloque a ponta da sonda no centróide da seção transversal da chaminé ou num ponto
com no mínimo 1 m da parede interna.
7. Amostre à vazão constante, simultaneamente com, e para o mesmo período de tempo, à
medida que sejam coletados 30 L de amostra de gás à vazão de emissão do poluente ou
seja coletado o volume desejado.
8. Obtenha uma amostra integrada de gás de emissão durante a determinação da taxa de
emissão do poluente.
9. Opcional: Caso seja utilizado o Orsat, realize teste de vazamento no analisador antes da
determinação.
10. Dentro de 8 horas após a tomada da amostra, faça as análises de %CO2 e %O2.
11. Calcule o peso molecular na base seca.
12. Repita os procedimentos de análise e cálculos até que os pesos moleculares na base seca
individuais de quaisquer três análises difiram de sua média por não mais que 0,3 g/g-mol.
13. Reporte a média destes três pesos moleculares com aproximação de 0,1g/g-mol.
Figura 5.2 Aparelhagem para amostragem integrada
Pág. 13
C. Amostragem Integrada, Multipontual, e Análise
1. Para chaminés com diâmetro equivalente (De) < 61 cm, utilize ≥ 8 pontos transversos para
chaminés circulares e≥ 9 para chaminés retangulares, e ≥ 12 pontos transve rsos para
todos os outros casos.
Localize os pontos transversos segundo o Método 1 da US EPA.
Siga os procedimentos esboçados no método, exceto para o seguinte: Percorra todos os
pontos transversos e amostre a cada ponto por um período igual de tempo. Registre os
dados de amostragem conforme mostrado na Tabela 6.1. Veja também se a amostragem
for conduzida com amostragem de particulado.
2.
3.
D. Alternativas e Modificações
1. Em vez de utilizar uma amostra integrada, pode-se utilizar um Orsat para analisar
amostras aleatórias individuais obtidas em cada ponto.
Se for medido o CO2 ou o O2, pode-se utilizar cálculos estequiométricos para se determinar
Md.
Um Md = 30,0 pode ser utilizado para os combustíveis gás natural, carvão ou óleo.
2.
3.
6.0 EXERCÍCIO - DETERMINAÇÃO DO PESO MOLECULAR NA BASE
SECA
Introdução
Neste exercício, a composição da mistura de gases será medida utilizando-se um analisador
Orsat de modo que o peso molecular da mistura seca seja determinado. O Orsat permite uma
análise na base seca (isto é, não inclui vapor d’água).
O Orsat é comumente utilizado para determinar o efluente da combustão onde N2, O2, CO e CO2
são os principais constituintes do fluxo gasoso. Ele analisa uma mistura gasosa pela sucessiva
remoção de CO2, O2 e CO por absorventes apropriados e medição de alterações de volume. O N2
é medido subtraindo-se os outros volumes determinados do volume total.
Descrição
É importante manusear o frasco de nivelamento de modo que seja sempre mantido o controle do
fluido. Na Figura 6-1, pode-se ver três métodos para se segurar o frasco de nivelamento,
começando pelo mais preferido. Seja cuidadoso para não misturar os reagentes. Sempre observe
o fluido subindo!
Meça cada componente do gás e transfira os dados para a Tabela 6-1.
Pág. 14
Figura 6-1 – Modos de manuseio do frasco de nivelamento
Calcule o peso molecular da mistura utilizando a seguinte fórmula:
= Σ = CO2BCO2 + MO2BO2 + MCOBCO + MN2BN2
Bx = proporção em volume do componente = %x/100
Mx = peso molecular do componente
Md = peso molecular da mistura
Transfira o valor de Md para a Tabela 6.1. Para melhor compreensão, ver Seção 3.
Discussão
Estime sua exatidão na determinação de um componente, por exemplo CO2. Considere seu erro
de leitura e habilidade de reproduzir resultados.
ɸR = ± ___________
Pág. 15

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  • 1. ORSAT Manual de Procedimentos de Amostragem MANUAL TÉCNICO Baseado no “Sampling Procedures Manual” do Texas Air Control Board ÍNDICE 1.0 2.0 3.0 4.0 GERAL REAGENTES E SOLUÇÕES AUXILIARES MANUTENÇÃO, CUIDADOS E REABASTECIMENTO OPERAÇÃO DO ANALISADOR ORSAT ANALISADOR ORSAT – PASSO A PASSO 5.0 PROCEDIMENTO DE CAMPO (PESO MOLECULAR NA BASE SECA) 6.0 EXERCÍCIO – DETERMINAÇÃO DO PESO MOLECULAR NA BASE SECA TABELA 6-1 – FORMULÁRIO DE DADOS DE CAMPO 1 2 2 4 6 11 13 15
  • 2. Pág. 1 1.0 GERAL Um dos mais conhecidos e mais simples aparelhos para análise de gases é o Analisador Orsat. Ele é utilizado para se determinar a composição e peso molecular de gases. Trata-se de um método volumétrico envolvendo absorção e oxidação seletivas. Ele é geralmente utilizado para detectar dióxido de carbono (CO2), oxigênio (O2) e monóxido de carbono (CO). Ver esquema do analisador Orsat na Figura 1.1 As absorções são realizadas em pipetas de contato ou pipetas borbulhadoras. A redução do volume na pipeta à medida que a absorção ocorre corresponde ao volume do componente particular sendo absorvido. A oxidação é obtida usando-se um catalisador e tubos de óxido de cobre. Vários tipos de analisadores Orsat são encontrados no mercado. O instrumento discutido aqui é um analisador de gases de combustão, modelo gabinete, da Burrell Corporation. Este analisador Orsat determina as composições de CO2, O2 e CO, presentes num gás numa base volumétrica seca, pela passagem do gás através de uma série de soluções de purificação em pipetas de contato onde cada constituinte é seletivamente removido. O gás residual nas pipetas é normalmente considerado como nitrogênio. Correções quanto ao teor de umidade devem ser realizadas quando se converter os níveis de concentração de gás na base seca para base úmida. O Método 3 de referência da EPA descreve a coleta e análise de uma amostra de gás. Figura 1-1 Esquema do Orsat
  • 3. Pág. 2 2.0 REAGENTES E SOLUÇÕES AUXILIARES Os requisitos gerais para as soluções reagentes são: 1. Alta solubilidade para um componente específico e estabilidade do composto formado na solução; 2. Tempo curto de absorção; 3. Baixa pressão de vapor (menos perigoso); 4. Nenhuma ação corrosiva na mangueira de borracha; 5. Não causem emperramento das torneiras no manifold. Os seguintes reagentes químicos, disponíveis no mercado, são recomendados para análise de gases em chaminé: • CO2: Solução de hidróxido de potássio (KOH) ou hidróxido de sódio (NaOH) ou “dissorvente” (esta solução também absorve, lentamente, H2S, SO2 e SO3). • O2: solução de pirogalol alcalino, que é uma mistura de ácido pirogálico com solução de KOH, ou solução “oxsorvente”, que é uma solução de cloreto cromoso estabilizado. Ambas estas soluções também absorvem CO2 em quantidades bem pequenas. • CO: Solução de cloreto cuproso, que também absorve O2, forma Cu2Cl2 .2CO (cloreto cuproso e monóxido de carbono) quando colocado em contacto com CO. Visto que este composto é relativamente instável, deve-se colocar fio ou tela de cobre dentro da pipeta a fim de impedir oxidação. ATENÇÃO: Esta solução deve ser mantida longe de contato com ar. • Pó cossorvente: Este pó é misturado com ácido sulfúrico e água deionizada. Esta solução forma o composto estável Cu2SO4.2CO (sulfato cuproso e monóxido de carbono) em contato com CO, mas também absorverá, lentamente, etileno, propileno, acetileno e oxigênio. • Solução de Bureta: Esta solução consiste em Na2SO4, saturado, acidificado 20 % em peso, H2SO4 5 % em volume, e algumas gotas de metilorange para cor. É usado como líquido confinante em buretas e recipientes de gás. 3.0 MANUTENÇÃO, CUIDADOS E REABASTECIMENTO Lubrificação de torneiras: Uma lubrificação adequada com uma graxa resistente a ácido e a álcali impedirá que as torneiras vazem, emperrem e se desgastem. Para lubrificar a torneira, limpe o plugue e o corpo externo; então aplique uma pequena quantidade de graxa de torneira nos lados opostos do plugue entre as aberturas dos orifícios. O plugue é então inserido de modo que as aberturas dos orifícios coincidam. O plugue é pressionado e girado até que uma película de graxa cubra toda a superfície. Não se deve usar quantidade de graxa em excesso. As torneiras devem ser limpadas e reengraxadas a cada três meses, ou na primeira indicação de afinamento ou contaminação da película de graxa. Utilização de líquido confinante (solução de bureta): Utiliza-se solução salina aquosa para encher a bureta e o frasco de nivelamento. Apenas água não é adequado como líquido confinante visto que pode absorver parte da amostra de gás. Algumas gotas de metilorange farão com que a solução na bureta fique fácil de ser observada, e também indicará qualquer alteração de um ácido para uma condição alcalina. A solução deve ser substituída quando a cor rósea desaparecer.
  • 4. Pág. 3 Nota: Exposição ao frio pode causar cristalização da solução. Isto pode ser remediado pela diluição com água da torneira ou destilada até que cesse a cristalização. Enchimento das pipetas: As pipetas devem ser abertas ao longo do manifold e os tampões e as bolsas de gás removidos de cada pipeta. As pipetas devem ser lavadas com água morna e rinsadas com água destilada. Deve-se tomar cuidado para não derramar reagentes na pele ou na roupa. Atenção: As pipetas não devem ser sacolejadas durante a lavagem, visto que isso pode causar aquecimento excessivo das mesmas. A primeira pipeta é enchida pela metade com solução dissorvente. A segunda, a pipeta de absorção de oxigênio, é enchida pela metade com soluções 1 e 2 de pirogalol alcalino, misturado na proporção de 8 para 1. A solução cossorvente é preparada adicionando-se 200 mL de H2SO4 concentrado a 19 mL da água e misturando-se a solução com agitador magnético. Enquanto a solução estiver morna, o pó cossorvente é adicionado em pequenas porções. A solução deve ser agitada enquanto o pó estiver sendo adicionado a fim e evitar coagulação. Aproximadamente metade do pacote de pó (~ 120 g) é utilizada. Quando misturada completamente, a terceira pipeta fica aproximadamente cheia pela metade com a solução. Por outro lado, pode-se utilizar solução ácida de Cu2Cl2 como solução absorvente de CO. Caso duas pipetas sejam utilizadas para CO, a primeira pipeta é enchida com Cu2Cl2 ácido e a segunda com Cu2Cl2 cossorvente ou ácido. Todas as pipetas são então reconectadas ao manifold e o líquido em cada pipeta é elevado à marca de referência gravada em sua haste capilar. Conexões de borracha: Em todos os pontos de junção onde sejam utilizadas mangueiras de borracha, tais como as conexões das pipetas ao manifold, deve-se manter contacto vidro-vidro a fim de evitar vazamentos. Verificação de vazamentos no aparelho: Os líquidos em todas as pipetas devem ser nivelados a pontos adequados, e todas as torneiras fechadas. O frasco de nivelamento da bureta é baixado e aproximadamente 100 mL de ar são injetados no sistema. A torneira de entrada do manifold é então fechada. O frasco de nivelamento é erguido até o topo do Orsat enquanto o nível do líquido na bureta é checado. Caso haja vazamentos em qualquer das torneiras ou conexões de borracha, o nível de líquido na bureta subirá. Limpeza do manifold: Ao utilizar o Orsat, pode-se passar uma solução da pipeta através da torneira do manifold e daí para dentro do manifold. Caso faça isso, deve-se aplicar uma descarga de água acidulada no manifold e repetir a análise. Caso contrário, a pequena quantidade de solução remanescente no manifold poderá absorver parte da amostra de gás e causar erros na análise. Reabastecimento: As soluções absorventes devem ser trocadas a cada três meses ou quando aparecer coagulação ou alteração de cor. A utilização frequente do Orsat pode requerer reabastecimento mais frequente.
  • 5. Pág. 4 Figura 3-1 4.0 OPERAÇÃO DO ANALISADOR ORSAT 1) Antes de iniciar a análise, a solução de cada pipeta deve ser checada para assegurar sua passagem através dos tubos capilares dentro da pipeta, utilizando-se o frasco para mover o líquido para cima e para baixo através destes tubos. O nível do líquido é então trazido para a marca de referência na haste capilar da pipeta. 2) A bolsa do Orsat contendo a amostra de gás deve ser conectada à entrada do manifold e a linha do manifold purgada três ou quatro vezes com o gás da amostra. 3) As medições de volume na análise do gás são comumente realizadas à pressão constante, geralmente atmosférica, eliminando a necessidade de correções. A pressão atmosférica é estabelecida na bureta segurando-se o frasco de nivelamento ao lado da bureta de modo que a solução na bureta e o frasco de nivelamento estejam no mesmo nível. O balanceamento da pressão deve ser realizado a cada leitura do volume de gás na bureta. 4) Aproximadamente 100 mL de gás de amostra são injetados na bureta. A solução da bureta e os frascos do reservatório são então mantidos ao mesmo nível, como por exemplo, na marca de 0 mL. 5) A torneira da primeira pipeta é aberta e o gás de amostra é passado através da solução várias vezes até que o nível da solução na pipeta seja trazido de volta à marca de referência. O volume diminui na bureta e é então lido. Este procedimento é repetido até que duas leituras consecutivas indiquem nenhuma alteração. Esta diminuição total de volume (mL) é a percentagem de volume de CO2 no gás de amostra. 6) O procedimento 5 é então repetido para a segunda e terceira pipetas. 7) A bureta é envolvida por uma jaqueta de água, que mantém a amostra de gás a uma temperatura constante de modo a serem desnecessárias correções de temperatura. Geralmente a temperatura da água na jaqueta não se alterará significativamente durante a análise. A temperatura da amostra de gás deve ser tão próxima quanto possível à temperatura da água antes que a amostra seja trazida para a bureta.
  • 6. Pág. 5 8) Visto que o gás na bureta é mantido saturado com água pela solução da bureta, os resultados obtidos são na base seca. 9) Após terminada a análise, drene a solução da bureta para o frasco de nivelamento a fim de reduzir a possibilidade de quebra da bureta durante o transporte Figura 4-1 Soluções do Orsat Absorvedor CO2 – 200 mL de 45% Hidróxido de Potássio em água Absorvedor O2 – 12 a 14 g de Ácido Pirogálico em 200 mL de 45% KOH Absorvedor CO – Solução de Cloreto Cuproso ou HCl fumegante em pedaços de cobre no absorvedor Figura 4-2
  • 7. Pág. 6 ANALISADOR ORSAT – PASSO A PASSO Passo 1 Purgue a bureta levantando o frasco e girando a válvula da bureta Passo 2 Gire a válvula da bureta no sentido anti-horário e abaixe o frasco para encher a bureta.
  • 8. Pág. 7 Passo 3 Gire a válvula da bureta no sentido horário. Levante o frasco lentamente até que o nível esteja no “0”. Passo 4 Gire todas as válvulas como mostrado. A válvula da bureta deve ser girada no sentido anti-horário e todas as outras válvulas, no sentido horário. De agora em diante: Jamais gire a válvula da bureta para a entrada da bolsa ou a válvula do CO2 para a saída.
  • 9. Pág. 8 Passo 5 Levante o frasco, gire a válvula da bureta e do CO2 no sentido horário. Observe o fluido subindo. Deixe o fluido subir até próximo ao topo da bureta e aí vá para o próximo passo. Passo 6 Abaixe o frasco. Sempre observe o fluido subindo. Jamais deixe o fluido no borbulhador do CO2 ir acima da marca. Repita os passos 5 e 6 cinco vezes.
  • 10. Pág. 9 Passo 7 Gire a válvula do CO2 no sentido anti- horário e nivele a bureta e frasco ao mesmo nível e faça a leitura. Repita Passos 5 e 6 cinco vezes e, após, o Passo 7. Caso você obtenha a mesma leitura, registre-a e vá para o Passo 8; caso contrário volte para o Passo 5. Passo 8 Levante o frasco, gire a válvula da bureta e do CO2 no sentido anti-horário. Observe o fluido subindo. Deixe o fluido subir até próximo ao topo da bureta e então vá para o próximo passo.
  • 11. Pág. 10 Passo 9 Abaixe o frasco. Sempre observe o fluido subindo. Jamais deixe o fluido no borbulhador do O2 ir acima da marca. Repita os passos 8 e 9 cinco vezes. Passo 10 Gire a válvula do O2 no sentido anti-horário e nivele a bureta e o frasco ao mesmo nível e faça a leitura. Repita os passos 8 e 9 cinco vezes, e então vá para o Passo 10. Caso você obtenha a mesma leitura, registre-a; caso contrário volte para o Passo 8. Analise o CO da mesma maneira que o O2.
  • 12. Pág. 11 5.0 PROCEDIMENTO DE CAMPO (PESO MOLECULAR NA BASE SECA) Nota: Este procedimento compreende três diferentes tipos de técnicas de amostragem. Selecione o procedimento apropriado para o teste. A. Ponto Único, Amostragem Aleatória (Grab Sampling) e Análise 1. 2. 3. Veja esquema de amostragem na Figura 5.1. Opcional: Caso utilize o Orsat, faça teste de vazamento no mesmo. Insira a ponta da sonda no centróide da seção transversal da chaminé ou num ponto com no mínimo 1 m das paredes. Purgue a linha de amostragem distante suficientemente para permitir pelo menos cinco trocas. Puxe uma amostra para o analisador e imediatamente faça análise do CO2 e do O2 Calcule o peso molecular na base seca. Repita os procedimentos de amostragem, análise e cálculos até que os pesos moleculares na base seca de quaisquer amostras aleatórias difiram de sua média por não mais que 0,3 g/g-mol. Reporte a média destes três pesos moleculares com aproximação de 0,1 g/g-mol. 4. 5. 6 7. 8. Figura 5.1 Aparelhagem para amostragem instantânea B. Amostragem Integrada, Monopontual e Análise 1. Veja esquema de amostragem na Figura 5.2. 2. Opcional: Faça teste de vazamento na bolsa flexível. 3. Prepare o equipamento conforme o método.
  • 13. Pág. 12 4. Opcional: Faça teste de vazamento no trem 5. Evacue a bolsa flexível e conecte a sonda. 6. Coloque a ponta da sonda no centróide da seção transversal da chaminé ou num ponto com no mínimo 1 m da parede interna. 7. Amostre à vazão constante, simultaneamente com, e para o mesmo período de tempo, à medida que sejam coletados 30 L de amostra de gás à vazão de emissão do poluente ou seja coletado o volume desejado. 8. Obtenha uma amostra integrada de gás de emissão durante a determinação da taxa de emissão do poluente. 9. Opcional: Caso seja utilizado o Orsat, realize teste de vazamento no analisador antes da determinação. 10. Dentro de 8 horas após a tomada da amostra, faça as análises de %CO2 e %O2. 11. Calcule o peso molecular na base seca. 12. Repita os procedimentos de análise e cálculos até que os pesos moleculares na base seca individuais de quaisquer três análises difiram de sua média por não mais que 0,3 g/g-mol. 13. Reporte a média destes três pesos moleculares com aproximação de 0,1g/g-mol. Figura 5.2 Aparelhagem para amostragem integrada
  • 14. Pág. 13 C. Amostragem Integrada, Multipontual, e Análise 1. Para chaminés com diâmetro equivalente (De) < 61 cm, utilize ≥ 8 pontos transversos para chaminés circulares e≥ 9 para chaminés retangulares, e ≥ 12 pontos transve rsos para todos os outros casos. Localize os pontos transversos segundo o Método 1 da US EPA. Siga os procedimentos esboçados no método, exceto para o seguinte: Percorra todos os pontos transversos e amostre a cada ponto por um período igual de tempo. Registre os dados de amostragem conforme mostrado na Tabela 6.1. Veja também se a amostragem for conduzida com amostragem de particulado. 2. 3. D. Alternativas e Modificações 1. Em vez de utilizar uma amostra integrada, pode-se utilizar um Orsat para analisar amostras aleatórias individuais obtidas em cada ponto. Se for medido o CO2 ou o O2, pode-se utilizar cálculos estequiométricos para se determinar Md. Um Md = 30,0 pode ser utilizado para os combustíveis gás natural, carvão ou óleo. 2. 3. 6.0 EXERCÍCIO - DETERMINAÇÃO DO PESO MOLECULAR NA BASE SECA Introdução Neste exercício, a composição da mistura de gases será medida utilizando-se um analisador Orsat de modo que o peso molecular da mistura seca seja determinado. O Orsat permite uma análise na base seca (isto é, não inclui vapor d’água). O Orsat é comumente utilizado para determinar o efluente da combustão onde N2, O2, CO e CO2 são os principais constituintes do fluxo gasoso. Ele analisa uma mistura gasosa pela sucessiva remoção de CO2, O2 e CO por absorventes apropriados e medição de alterações de volume. O N2 é medido subtraindo-se os outros volumes determinados do volume total. Descrição É importante manusear o frasco de nivelamento de modo que seja sempre mantido o controle do fluido. Na Figura 6-1, pode-se ver três métodos para se segurar o frasco de nivelamento, começando pelo mais preferido. Seja cuidadoso para não misturar os reagentes. Sempre observe o fluido subindo! Meça cada componente do gás e transfira os dados para a Tabela 6-1.
  • 15. Pág. 14 Figura 6-1 – Modos de manuseio do frasco de nivelamento Calcule o peso molecular da mistura utilizando a seguinte fórmula: = Σ = CO2BCO2 + MO2BO2 + MCOBCO + MN2BN2 Bx = proporção em volume do componente = %x/100 Mx = peso molecular do componente Md = peso molecular da mistura Transfira o valor de Md para a Tabela 6.1. Para melhor compreensão, ver Seção 3. Discussão Estime sua exatidão na determinação de um componente, por exemplo CO2. Considere seu erro de leitura e habilidade de reproduzir resultados. ɸR = ± ___________