Gestão ambiental da indústria fluminense: resíduos e burocracia entre principais desafios
1. Ano XV Nº 171
Maio de 2011
PESQUISA
GESTÃO AMBIENTAL
Sistema FIRJAN
divulga novo diagnóstico
da indústria fluminense
SÚMULA
AMBIENTALPATROCÍNIO
2. SISTEMA FIRJAN
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GESTÃOAMBIENTAL:
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS EM DESTAQUE
As ações ambientais da indústria do estado do Rio
estão retratadas na Pesquisa Gestão Ambiental,
realizada pelo Sistema FIRJAN. Nesta edição, o
tema resíduos sólidos permeou as respostas a
diversos questionamentos. Eles continuam sendo o
principal aspecto ambiental em pequenos, médios
e grandes empreendimentos.
A gestão dos resíduos é mencionada
como uma das principais dificulda-
des para melhoria ambiental, espe-
cialmente para pequenas e médias
empresas. Com relação ao trata-
mento, aumentou significativamente
o número de empresas que afirma-
ram monitorar a geração de resíduos
com indicadores, metas de redução
e processos para diminuir o volume
gerado. Esses resultados vêm ao
encontro da mobilização provocada
no setor industrial desde a publica-
ção da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, em agosto de 2010.
Outros aspectos estão retratados
nesse levantamento ambiental,
como as motivações para iniciativas
ambientais, o licenciamento
ambiental e a relação do setor
industrial com os órgãos
governamentais. A Pesquisa Gestão
Ambiental é uma ação anual prevista
no Mapa do Desenvolvimento
do estado do Rio. Em sua sexta
edição, o levantamento feito com
o setor industrial é uma importante
base para o planejamento de
ações ambientais no estado,
além de evidenciar as atividades,
as iniciativas e os entraves que
configuram o dia a dia das empresas
fluminenses.
CAPA
C
EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) - Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ). Av. Graça Aranha nº 1 - CEP: 20030-002 -
Rio de Janeiro / RJ - Sugestões, informações e assinaturas: (21) 2563-4213 / 4518 - www.firjan.org.br. Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Pre-
sidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente: Isaac Plachta; Diretor-Geral do Sistema FIRJAN: Augusto Cesar Franco de Alencar; Diretora de Ino-
vação e Meio Ambiente: Marilene Carvalho; Coordenação Gerência de Meio Ambiente: Luís Augusto Azevedo e Carolina Zoccoli; Gerência de Marketing
Institucional: Daniela Teixeira e Carlos H. Latini – SÚMULA AMBIENTAL é uma publicação do SISTEMA FIRJAN editada pela Insight Engenharia de Comuni-
cação. Editor Geral: Sérgio Costa; Editora Executiva: Kelly Nascimento; Redação: Carolina Zoccoli; Revisão: Rubens Sylvio Costa e José Neves de Oliveira;
Projeto Gráfico: DPZ; Design e Diagramação: Paula Barrenne; Produtor Gráfico: Ruy Saraiva; Impressão: Stamppa.
Grande porte 500 ou mais empregados 54
Médio porte 100 a 499 empregados 108
Pequeno porte 10 a 99 empregados 226
Total 388 empresas
EMPRESASCONSULTADAS
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
3. SISTEMA FIRJAN
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METODOLOGIA
A avaliação da gestão ambiental
nas indústrias fluminenses
foi realizada por meio de
aplicação, por telefone, de um
questionário às empresas, com
a coordenação da Gerência
de Pesquisas e Estatística e da
Gerência de Meio Ambiente
do Sistema FIRJAN. Foram
consultadas 388 empresas, com
representatividade estatística
por porte. A amostra pode
ser considerada significativa,
apresentando margem de
erro de 4,6%. Os resultados
encontrados em 2010 foram
analisados em conjunto com
a série histórica das demais
pesquisas, permitindo a
comparação evolutiva dos
resultados.
PRINCIPAISASPECTOSAMBIENTAIS-PORPORTE
ASPECTOS AMBIENTAIS
Todas as empresas souberam
responder sobre os aspectos
ambientais relacionados às suas
atividades, reafirmando a cons-
cientização ambiental nas indús-
trias do estado do Rio. O mesmo
resultado já havia sido encontrado
nas pesquisas realizadas em 2008
e em 2009.
Desde a primeira edição, os resí-
duos sólidos não perigosos são
o principal aspecto ambiental na
visão das entrevistadas. Em 2010,
essa resposta foi citada por 85,8%
da amostra. O segundo aspecto
mais citado é, como na edição
anterior, o uso intenso de energia
elétrica ou combustível, com
71,9% – bem mais que em 2009,
quando foi mencionado por
58,2%. Vibrações e ruídos (49,2%)
e efluentes líquidos (47,4%)
também foram significativamente
mencionados.
As menções a resíduos sólidos não
perigosos continuam em primeiro
lugar tanto para as empresas de
grande porte quanto para as de mé-
dio ou pequeno portes. O percen-
tual de referências ao uso intenso
de energia elétrica ou combustível
aumenta, se separadas as grandes
e médias empresas: 88,9% e 78,7%,
respectivamente. Grandes empre-
sas citaram mais vezes os efluentes
como um dos seus principais aspec-
tos ambientais: 88,9%. Elas também
mencionaram, com destaque, o uso
intenso de água (72,2%) e os resí-
duos sólidos perigosos (64,8%). Entre
as empresas de médio porte, subiu
o número de menções às emissões
atmosféricas: de 26,5% em 2009
para 46,3% em 2010.
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
4. SISTEMA FIRJAN
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PRINCIPAISDIFICULDADESPARAMELHORIAAMBIENTAL–AMOSTRATOTAL–2008A2010
DIFICULDADES PARA MELHORIA AMBIENTAL
A pesquisa indica que variam, a cada
ano, as principais dificuldades das
empresas para melhoria ambiental. Em
2008, o maior entrave era a falta de
recursos financeiros; em 2009, essa
questão deu lugar a problemas de cons-
cientização de pessoal e ao descarte
de resíduos. Em 2010, duas questões se
destacaram como maiores dificuldades:
a falta de informações técnicas, men-
cionada por 17,3% – em 2009, o índice
foi de 3,8% – e a burocracia dos órgãos
responsáveis, citada por 17%. A men-
ção ao descarte de resíduos continuou
alta (14,4%). Outro item que apresen-
tou grande crescimento foi a falta de
cursos/treinamentos para adequação
às normas, mencionado por 10,6%. Até
2009, essa resposta não alcançava 2%. O
percentual de empresas que afirmaram
nunca ter encontrado dificuldade para a
melhoria ambiental subiu de 38,5% em
2008 para 40,4% em 2009 e 46,1% em
2010 – o maior índice alcançado desde
a primeira edição da pesquisa, em 2005.
A falta de informações técnicas e a
burocracia dos órgãos responsáveis
continuam entre as respostas mais cita-
das entre todos os portes, com alguma
variação. A morosidade nos processos
se destaca entre as grandes empresas
(22,2%). O descarte de resíduos é uma
dificuldade maior para pequenas (14,2%)
e médias (19,4%) do que para grandes
empresas (5,6%).
Pode-se destacar também um acrésci-
mo significativo em grandes empresas
que declararam nunca ter tido dificul-
dade para a melhoria ambiental: de
27,7% em 2009 para 51,9% em 2010.
Preservação
ambiental
84,5%
Responsabilidade
social
78,9%
Qualidade de vida
dos colaboradores
76,0%
Conscientização
ambiental e pessoal
74,5%
Imagem 73,7%
Adequação à
legislação ambiental
72,9%
Manutenção de
padrões de produção
60,1%
Demandas de
mercado
57,5%
Redução de custos 49,2%
Certificação
ambiental
45,6%
Exigências de
financiadores
38,4%
Aumento da receita
com venda de
resíduos
24,7%
A empresa não
implanta tais
iniciativas
10,8%
RAZÕESQUELEVAMAS
EMPRESASAIMPLANTAR
INICIATIVASAMBIENTAIS
–AMOSTRATOTAL
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
5. SISTEMA FIRJAN
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INICIATIVAS EM MEIO
AMBIENTE
A preservação do meio ambiente
permaneceu como a principal razão
apontada pelas empresas para a
implantação de iniciativas ambientais,
com um aumento de 18 pontos per-
centuais com relação ao ano anterior,
alcançando 84,5% dos respondentes.
Seguem-se outras respostas relacio-
nadas à preocupação socioambien-
tal: responsabilidade social (78,9%),
melhoria da qualidade de vida dos
colaboradores (76%) e conscienti-
zação ambiental (74,5%). A seguir, as
empresas informam que implantam
iniciativas ambientais para melhorar
a sua imagem frente a consumidores
e sociedade (73,7%). Esses números
indicam que as companhias dão
atenção ao fator ambiental também
por um reflexo da cobrança das par-
tes interessadas para que essas ações
sejam desenvolvidas.
Ao se dividirem as respostas por porte,
há variações. Para as grandes empre-
sas, a preocupação com a imagem
chega a 94,4%. Para elas, a adequação
à legislação ambiental surge como
uma das respostas principais, men-
cionada por 92,6%. Entre as médias,
essa resposta alcançou 84,3%; entre
as pequenas, 62,8%. A adequação
às demandas de mercado é outra
razão mais relevante entre as grandes
(75,9%) e médias (72,2%) do que para
as pequenas (46%). O mesmo ocorre
para o atendimento às exigências dos
órgãos financiadores, que é men-
cionado por 61,1% das grandes, mas
45,4% das médias e apenas 29,6% das
pequenas empresas. Nesse aspecto,
a pesquisa indica que as exigências
externas, de mercado e de financiado-
res, influenciam mais as empresas de
maior porte. Já a preocupação com
a imagem frente ao consumidor per-
meia empresas de todos os tamanhos.
Quanto às relações das empre-
sas com órgãos governamentais,
o licenciamento e a fiscalização
permaneceram, em 2010, como
os pontos mais citados (por 63,9%
e 62,9%). A menção à fiscalização
ambiental, que vinha caindo desde
2007, subiu 16,2 pontos percen-
tuais. Essa variação pode ser um
reflexo das mudanças implantadas
no estado, com a consolidação do
Sistema de Licenciamento Ambien-
tal (Slam) e o fortalecimento do
licenciamento por órgãos muni-
cipais, intensificando os vínculos
entre as empresas e os órgãos am-
bientais. Afirmaram que já passaram
por fiscalização ambiental 61,1%
das empresas; destas, mais de 80%
foram fiscalizados pelo Instituto
Estadual do Ambiente (Inea).
Quando perguntadas sobre licen-
ciamento ambiental, 61,8% das em-
presas informaram que têm licen-
RELAÇÃO
COM ÓRGÃOS
GOVERNAMENTAIS
E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
ças em vigor, mantendo o patamar
encontrado na pesquisa de 2009
(62%); outros 17,1% já solicitaram
renovação de suas licenças, numa
tendência de crescimento desde
2008. A maior parte das licenças
em vigor são Licenças de Opera-
ção (82%); poucos mencionaram
novos tipos de licença introduzidos
em 2010 pelo Slam: apenas 2,2%
das respondentes informaram ter
em vigor uma Licença Ambiental
Simplificada, fornecida a empresas
que apresentam baixo potencial
poluidor. Essa estatística pode
indicar que haveria ainda, para os
profissionais, confusão quanto à
nomenclatura e à tipologia das li-
cenças, estando as mudanças ainda
não plenamente compreendidas ou
absorvidas pelo setor. O tempo de
obtenção das licenças ambientais
sofreu aumento.
Perguntou-se às empresas se elas
já foram autuadas por falta de
licença em vigor, ao que 92,4%
responderam negativamente. Ao
serem perguntadas sobre a exis-
tência de projetos atrasados por
conta de questões ambientais (por
exemplo, problemas com licencia-
mento, com o Ministério Público
ou ações judiciais), mais de 90%
das empresas negaram.
Quando indagadas sobre as prin-
cipais dificuldades com os órgãos
ambientais, 49,0% das empresas
entrevistadas disseram nunca ter
tido tais dificuldades. Das empre-
sas que tiveram, a maior parte,
bem como em 2009, referiu-se
à demora na análise de pedi-
dos ou ações (31,7%). Requisitos
exagerados para adequação são
a principal dificuldade para 19,1%
dos respondentes, num acrés-
cimo de 8,2 pontos percentuais
com relação ao ano anterior. A
falta de informações para o licen-
ciamento também aparece como
resposta relevante, com 16,2%,
bem como a complexidade da
legislação ambiental, com 16,0%.
As respostas apresentam algumas
variações quando segregadas por
porte.
O Sistema FIRJAN e o Sebrae-RJ lançaram em 2010 nova versão do Manual de
Licenciamento Ambiental, esclarecendo todas as mudanças instaladas com o
novo Slam. O documento pode ser baixado em www.firjan.org.br
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
6. SISTEMA FIRJAN
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PRINCIPAISDIFICULDADESNARELAÇÃOCOMOSÓRGÃOS
AMBIENTAIS–PORPORTE
INVESTIMENTOSNAÁREAAMBIENTALNOSÚLTIMOS12MESES–
AMOSTRATOTAL
INVESTIMENTOS /
ECONOMIA
Observando-se o histórico, 2007
foi o ano em que mais empresas
declararam ter investido na
área ambiental – 84,1%. Em
2008 houve uma brusca queda,
que pode ser explicada pela
crise econômica vivenciada
nesse período. O volume de
investimentos se recuperou
timidamente em 2009, mas em
2010 houve novo decréscimo,
tendo apenas 60,3% das
empresas afirmado ter investido
em meio ambiente. Nas grandes
empresas, o índice sobe para
94,4%; apenas metade das
pequenas empresas investiu em
meio ambiente nos últimos 12
meses.
Entre as companhias que
souberam informar o percentual
investido na área ambiental com
relação ao total de investimentos
da empresa, um terço afirmou
ter aplicado menos de 1%
dos investimentos totais, e
outro terço, entre 1% e 5%. As
expectativas de investimento
para os próximos 12 meses
diminuíram: 59% pretendem
investir em meio ambiente em
2011. Por porte, pretendem
investir 90,7% das grandes,
75% das médias e 43,8% das
pequenas empresas – esta
última apresenta uma queda de
30 pontos percentuais.
Quando indagados se a
situação ambiental da empresa
já foi questionada por outras
instituições empresariais,
como clientes nacionais ou
internacionais, seguradoras ou
instituições financeiras, 88,4%
dos respondentes afirmaram
nunca terem sido consultadas,
um padrão que pouco variou
desde 2005.
PREVISÃODEINVESTIMENTOSPARAAÁREAAMBIENTALNOS
PRÓXIMOS12MESES–AMOSTRATOTAL
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
7. SISTEMA FIRJAN
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CONHECIMENTO
DE TEMAS
OU INSTITUIÇÕES
AMBIENTAIS
Quando perguntados sobre o grau
de conhecimento de temas relacio-
nados à área ambiental, os órgãos
ambientais estadual e federal (Inea e
Ibama) se mantiveram como os itens
de maior retorno positivo: 56,2% e
52,8% afirmaram estar bem informa-
dos sobre eles, respectivamente.
Temas relacionados a recursos
hídricos continuam sendo pou-
co conhecidos. Sobre comitês de
bacia e outorga para uso da água,
71,9% e 59,3% dos entrevistados,
respectivamente, não sabem nada
ou sabem muito pouco. Outro
tema que apresentou baixo índice
de conhecimento foi o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL):
apenas 9,5% afirmaram estar bem
informados, e outros 14,4% têm uma
ÍNDICEDECONHECIMENTODOSTEMAS–AMOSTRATOTAL
ideia sobre o tema, num decréscimo
de 15,7 pontos percentuais.
Apesar de no período da pesquisa
o novo Sistema de Licenciamento
Ambiental (Slam) ter completado dez
meses desde o seu lançamento, é ain-
da pouco conhecido entre os entrevis-
tados: 49,5% disseram não conhecer e
18,8% informaram saber muito pouco.
Quando consideradas apenas as gran-
des empresas, sobe significativamente
o nível de conhecimento dos temas
abordados: 61,1%, por exemplo, estão
bem informadas sobre outorga para
uso da água, e 74,1% conhecem bem
ou têm uma ideia sobre o Slam. Em
contrapartida, 53,7% não sabem ou
sabem muito pouco sobre MDL.
O gráfico mostra a variação do grau
de conhecimento das empresas so-
bre os temas propostos. A atribuição
de valores às opções de resposta
seguiu a pontuação: “Está bem infor-
mado” (4); “Tem uma ideia” (3); “Sabe
muito pouco” (2); e “Não sabe” (1).
Desde a edição de 2008, a Pesquisa Gestão
Ambiental traz um levantamento sobre o uso
dos recursos naturais. Os mais utilizados pelas
empresas, em 2010, foram energia elétrica (97,4%
dos respondentes) e água (87,6%). Pouco mais de um
terço (38,9%) utiliza combustíveis fósseis.
A ação mais desenvolvida em 2010 por empresas
que utilizaram energia elétrica continuou sendo
a campanha de conscientização dos funcionários
(72,8%). Destacou-se ainda o estabelecimento de
metas de redução da utilização de energia por 64,6%
das empresas entrevistadas. Entre as empresas
que utilizaram água, todas as ações desenvolvidas
apresentaram aumento em comparação à medição
anterior. Destacou-se a adoção de campanhas
de conscientização dos colaboradores (70,9%).
Mostraram-se relevantes também o monitoramento
com indicadores (50,6%) e as metas de redução
(46,5%). Também entre as empresas que utilizaram
os combustíveis fósseis, destacaram-se as ações
de monitoramento com indicadores específicos e
metas de redução, presentes em 46,4% e 42,4% das
companhias contatadas, respectivamente.
As empresas foram consultadas quanto à utilização
de energia renovável: 7,5% afirmaram utilizá-las. As
principais fontes renováveis aplicadas em 2010 foram
biomassa (43,3%), biocombustíveis (20,0%) e energia
hídrica (13,3%).
USO DOS RECURSOS NATURAIS
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8. SISTEMA FIRJAN
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AÇÕESMAISCITADASDESENVOLVIDASPOREMPRESASQUEUSAM
RECURSOSNATURAIS–ÁGUA,EEECF–AMOSTRATOTAL
AÇÕESMAISCITADASPARATRATAMENTODOSRESÍDUOSGERADOS–
AMOSTRATOTAL
Os entrevistados responderam
ainda a questões sobre a geração
e o tratamento de seus resíduos.
Os resíduos sólidos se mantiveram
como o principal resíduo gerado
nas empresas consultadas (92,8%).
Em seguida, aparecem os efluentes
líquidos (gerados por 43,3%), os
ruídos e vibrações (36,6%) e as
emissões atmosféricas (19,8%).
No tratamento dos resíduos sólidos,
destacou-se a aplicação da coleta
seletiva por 67,5% das empresas
entrevistadas, índice próximo ao ob-
servado em 2009. O estabelecimen-
to de metas de reciclagem também
se manteve como ação relevante,
sendo desenvolvida por 49,2% das
companhias. A recorrência das ações
de tratamento de resíduos sólidos
cresce em todas as respostas entre
as grandes empresas: 84% realizam
coleta seletiva e 56% têm metas de
reciclagem, por exemplo.
Outra ação que se destaca entre as
grandes empresas é o monitora-
mento com indicadores, que subiu
de 25,8% para 74% em 2010, além
do processo para diminuir a geração,
que aumentou de 11,3% para 68,0%.
Já entre as de pequeno porte, ainda
que 60,9% pratiquem coleta seletiva
e 43% tenham metas de reciclagem,
13% não desenvolvem ações especí-
ficas quanto aos resíduos sólidos.
Como em 2009, a manutenção de
unidades próprias de tratamento,
mencionada por 48,8% das
empresas, foi a principal ação
para efluentes líquidos. A seguir,
aparecem o monitoramento com
indicadores (41,7%) e o processo
para diminuir a geração (33,9%).
As grandes empresas ficam,
novamente, acima da média:
70% afirmaram ter unidade de
tratamento e 67,5% monitoram
com indicadores. Entre as
pequenas empresas, aumentou
significativamente o índice
de respondentes que utilizam
processos para diminuir a geração:
de 2,9% para 23,6% em 2010.
Já no tratamento das emissões
atmosféricas, destacaram-se o
investimento em processo para
diminuir a geração (57,1%) e o
monitoramento com indicadores
(50,6%). Entre as grandes empresas,
como em 2009, esta última ação
é ainda mais expressiva (76%).
Considerando-se o tratamento
de ruídos e vibrações, os pontos
destacados pelos consultados
foram os processos (51,4%) e os
investimentos em tecnologia para
reduzir a geração (48,6%). Entre
as empresas de grande porte, a
menção a monitoramento com
indicadores alcança 92%.
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011