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Ano XV Nº 171
Maio de 2011
PESQUISA
GESTÃO AMBIENTAL
Sistema FIRJAN
divulga novo diagnóstico
da indústria fluminense
SÚMULA
AMBIENTALPATROCÍNIO
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 2
GESTÃOAMBIENTAL:
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS EM DESTAQUE
As ações ambientais da indústria do estado do Rio
estão retratadas na Pesquisa Gestão Ambiental,
realizada pelo Sistema FIRJAN. Nesta edição, o
tema resíduos sólidos permeou as respostas a
diversos questionamentos. Eles continuam sendo o
principal aspecto ambiental em pequenos, médios
e grandes empreendimentos.
A gestão dos resíduos é mencionada
como uma das principais dificulda-
des para melhoria ambiental, espe-
cialmente para pequenas e médias
empresas. Com relação ao trata-
mento, aumentou significativamente
o número de empresas que afirma-
ram monitorar a geração de resíduos
com indicadores, metas de redução
e processos para diminuir o volume
gerado. Esses resultados vêm ao
encontro da mobilização provocada
no setor industrial desde a publica-
ção da Política Nacional de Resíduos
Sólidos, em agosto de 2010.
Outros aspectos estão retratados
nesse levantamento ambiental,
como as motivações para iniciativas
ambientais, o licenciamento
ambiental e a relação do setor
industrial com os órgãos
governamentais. A Pesquisa Gestão
Ambiental é uma ação anual prevista
no Mapa do Desenvolvimento
do estado do Rio. Em sua sexta
edição, o levantamento feito com
o setor industrial é uma importante
base para o planejamento de
ações ambientais no estado,
além de evidenciar as atividades,
as iniciativas e os entraves que
configuram o dia a dia das empresas
fluminenses.
CAPA
C
EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) - Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ). Av. Graça Aranha nº 1 - CEP: 20030-002 -
Rio de Janeiro / RJ - Sugestões, informações e assinaturas: (21) 2563-4213 / 4518 - www.firjan.org.br. Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Pre-
sidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente: Isaac Plachta; Diretor-Geral do Sistema FIRJAN: Augusto Cesar Franco de Alencar; Diretora de Ino-
vação e Meio Ambiente: Marilene Carvalho; Coordenação Gerência de Meio Ambiente: Luís Augusto Azevedo e Carolina Zoccoli; Gerência de Marketing
Institucional: Daniela Teixeira e Carlos H. Latini – SÚMULA AMBIENTAL é uma publicação do SISTEMA FIRJAN editada pela Insight Engenharia de Comuni-
cação. Editor Geral: Sérgio Costa; Editora Executiva: Kelly Nascimento; Redação: Carolina Zoccoli; Revisão: Rubens Sylvio Costa e José Neves de Oliveira;
Projeto Gráfico: DPZ; Design e Diagramação: Paula Barrenne; Produtor Gráfico: Ruy Saraiva; Impressão: Stamppa.
Grande porte 500 ou mais empregados 54
Médio porte 100 a 499 empregados 108
Pequeno porte 10 a 99 empregados 226
Total 388 empresas
EMPRESASCONSULTADAS
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 3
METODOLOGIA
A avaliação da gestão ambiental
nas indústrias fluminenses
foi realizada por meio de
aplicação, por telefone, de um
questionário às empresas, com
a coordenação da Gerência
de Pesquisas e Estatística e da
Gerência de Meio Ambiente
do Sistema FIRJAN. Foram
consultadas 388 empresas, com
representatividade estatística
por porte. A amostra pode
ser considerada significativa,
apresentando margem de
erro de 4,6%. Os resultados
encontrados em 2010 foram
analisados em conjunto com
a série histórica das demais
pesquisas, permitindo a
comparação evolutiva dos
resultados.
PRINCIPAISASPECTOSAMBIENTAIS-PORPORTE
ASPECTOS AMBIENTAIS
Todas as empresas souberam
responder sobre os aspectos
ambientais relacionados às suas
atividades, reafirmando a cons-
cientização ambiental nas indús-
trias do estado do Rio. O mesmo
resultado já havia sido encontrado
nas pesquisas realizadas em 2008
e em 2009.
Desde a primeira edição, os resí-
duos sólidos não perigosos são
o principal aspecto ambiental na
visão das entrevistadas. Em 2010,
essa resposta foi citada por 85,8%
da amostra. O segundo aspecto
mais citado é, como na edição
anterior, o uso intenso de energia
elétrica ou combustível, com
71,9% – bem mais que em 2009,
quando foi mencionado por
58,2%. Vibrações e ruídos (49,2%)
e efluentes líquidos (47,4%)
também foram significativamente
mencionados.
As menções a resíduos sólidos não
perigosos continuam em primeiro
lugar tanto para as empresas de
grande porte quanto para as de mé-
dio ou pequeno portes. O percen-
tual de referências ao uso intenso
de energia elétrica ou combustível
aumenta, se separadas as grandes
e médias empresas: 88,9% e 78,7%,
respectivamente. Grandes empre-
sas citaram mais vezes os efluentes
como um dos seus principais aspec-
tos ambientais: 88,9%. Elas também
mencionaram, com destaque, o uso
intenso de água (72,2%) e os resí-
duos sólidos perigosos (64,8%). Entre
as empresas de médio porte, subiu
o número de menções às emissões
atmosféricas: de 26,5% em 2009
para 46,3% em 2010.
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 4
PRINCIPAISDIFICULDADESPARAMELHORIAAMBIENTAL–AMOSTRATOTAL–2008A2010
DIFICULDADES PARA MELHORIA AMBIENTAL
A pesquisa indica que variam, a cada
ano, as principais dificuldades das
empresas para melhoria ambiental. Em
2008, o maior entrave era a falta de
recursos financeiros; em 2009, essa
questão deu lugar a problemas de cons-
cientização de pessoal e ao descarte
de resíduos. Em 2010, duas questões se
destacaram como maiores dificuldades:
a falta de informações técnicas, men-
cionada por 17,3% – em 2009, o índice
foi de 3,8% – e a burocracia dos órgãos
responsáveis, citada por 17%. A men-
ção ao descarte de resíduos continuou
alta (14,4%). Outro item que apresen-
tou grande crescimento foi a falta de
cursos/treinamentos para adequação
às normas, mencionado por 10,6%. Até
2009, essa resposta não alcançava 2%. O
percentual de empresas que afirmaram
nunca ter encontrado dificuldade para a
melhoria ambiental subiu de 38,5% em
2008 para 40,4% em 2009 e 46,1% em
2010 – o maior índice alcançado desde
a primeira edição da pesquisa, em 2005.
A falta de informações técnicas e a
burocracia dos órgãos responsáveis
continuam entre as respostas mais cita-
das entre todos os portes, com alguma
variação. A morosidade nos processos
se destaca entre as grandes empresas
(22,2%). O descarte de resíduos é uma
dificuldade maior para pequenas (14,2%)
e médias (19,4%) do que para grandes
empresas (5,6%).
Pode-se destacar também um acrésci-
mo significativo em grandes empresas
que declararam nunca ter tido dificul-
dade para a melhoria ambiental: de
27,7% em 2009 para 51,9% em 2010.
Preservação
ambiental
84,5%
Responsabilidade
social
78,9%
Qualidade de vida
dos colaboradores
76,0%
Conscientização
ambiental e pessoal
74,5%
Imagem 73,7%
Adequação à
legislação ambiental
72,9%
Manutenção de
padrões de produção
60,1%
Demandas de
mercado
57,5%
Redução de custos 49,2%
Certificação
ambiental
45,6%
Exigências de
financiadores
38,4%
Aumento da receita
com venda de
resíduos
24,7%
A empresa não
implanta tais
iniciativas
10,8%
RAZÕESQUELEVAMAS
EMPRESASAIMPLANTAR
INICIATIVASAMBIENTAIS
–AMOSTRATOTAL
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SISTEMA FIRJAN
PÁG. 5
INICIATIVAS EM MEIO
AMBIENTE
A preservação do meio ambiente
permaneceu como a principal razão
apontada pelas empresas para a
implantação de iniciativas ambientais,
com um aumento de 18 pontos per-
centuais com relação ao ano anterior,
alcançando 84,5% dos respondentes.
Seguem-se outras respostas relacio-
nadas à preocupação socioambien-
tal: responsabilidade social (78,9%),
melhoria da qualidade de vida dos
colaboradores (76%) e conscienti-
zação ambiental (74,5%). A seguir, as
empresas informam que implantam
iniciativas ambientais para melhorar
a sua imagem frente a consumidores
e sociedade (73,7%). Esses números
indicam que as companhias dão
atenção ao fator ambiental também
por um reflexo da cobrança das par-
tes interessadas para que essas ações
sejam desenvolvidas.
Ao se dividirem as respostas por porte,
há variações. Para as grandes empre-
sas, a preocupação com a imagem
chega a 94,4%. Para elas, a adequação
à legislação ambiental surge como
uma das respostas principais, men-
cionada por 92,6%. Entre as médias,
essa resposta alcançou 84,3%; entre
as pequenas, 62,8%. A adequação
às demandas de mercado é outra
razão mais relevante entre as grandes
(75,9%) e médias (72,2%) do que para
as pequenas (46%). O mesmo ocorre
para o atendimento às exigências dos
órgãos financiadores, que é men-
cionado por 61,1% das grandes, mas
45,4% das médias e apenas 29,6% das
pequenas empresas. Nesse aspecto,
a pesquisa indica que as exigências
externas, de mercado e de financiado-
res, influenciam mais as empresas de
maior porte. Já a preocupação com
a imagem frente ao consumidor per-
meia empresas de todos os tamanhos.
Quanto às relações das empre-
sas com órgãos governamentais,
o licenciamento e a fiscalização
permaneceram, em 2010, como
os pontos mais citados (por 63,9%
e 62,9%). A menção à fiscalização
ambiental, que vinha caindo desde
2007, subiu 16,2 pontos percen-
tuais. Essa variação pode ser um
reflexo das mudanças implantadas
no estado, com a consolidação do
Sistema de Licenciamento Ambien-
tal (Slam) e o fortalecimento do
licenciamento por órgãos muni-
cipais, intensificando os vínculos
entre as empresas e os órgãos am-
bientais. Afirmaram que já passaram
por fiscalização ambiental 61,1%
das empresas; destas, mais de 80%
foram fiscalizados pelo Instituto
Estadual do Ambiente (Inea).
Quando perguntadas sobre licen-
ciamento ambiental, 61,8% das em-
presas informaram que têm licen-
RELAÇÃO
COM ÓRGÃOS
GOVERNAMENTAIS
E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
ças em vigor, mantendo o patamar
encontrado na pesquisa de 2009
(62%); outros 17,1% já solicitaram
renovação de suas licenças, numa
tendência de crescimento desde
2008. A maior parte das licenças
em vigor são Licenças de Opera-
ção (82%); poucos mencionaram
novos tipos de licença introduzidos
em 2010 pelo Slam: apenas 2,2%
das respondentes informaram ter
em vigor uma Licença Ambiental
Simplificada, fornecida a empresas
que apresentam baixo potencial
poluidor. Essa estatística pode
indicar que haveria ainda, para os
profissionais, confusão quanto à
nomenclatura e à tipologia das li-
cenças, estando as mudanças ainda
não plenamente compreendidas ou
absorvidas pelo setor. O tempo de
obtenção das licenças ambientais
sofreu aumento.
Perguntou-se às empresas se elas
já foram autuadas por falta de
licença em vigor, ao que 92,4%
responderam negativamente. Ao
serem perguntadas sobre a exis-
tência de projetos atrasados por
conta de questões ambientais (por
exemplo, problemas com licencia-
mento, com o Ministério Público
ou ações judiciais), mais de 90%
das empresas negaram.
Quando indagadas sobre as prin-
cipais dificuldades com os órgãos
ambientais, 49,0% das empresas
entrevistadas disseram nunca ter
tido tais dificuldades. Das empre-
sas que tiveram, a maior parte,
bem como em 2009, referiu-se
à demora na análise de pedi-
dos ou ações (31,7%). Requisitos
exagerados para adequação são
a principal dificuldade para 19,1%
dos respondentes, num acrés-
cimo de 8,2 pontos percentuais
com relação ao ano anterior. A
falta de informações para o licen-
ciamento também aparece como
resposta relevante, com 16,2%,
bem como a complexidade da
legislação ambiental, com 16,0%.
As respostas apresentam algumas
variações quando segregadas por
porte.
O Sistema FIRJAN e o Sebrae-RJ lançaram em 2010 nova versão do Manual de
Licenciamento Ambiental, esclarecendo todas as mudanças instaladas com o
novo Slam. O documento pode ser baixado em www.firjan.org.br
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 6
PRINCIPAISDIFICULDADESNARELAÇÃOCOMOSÓRGÃOS
AMBIENTAIS–PORPORTE
INVESTIMENTOSNAÁREAAMBIENTALNOSÚLTIMOS12MESES–
AMOSTRATOTAL
INVESTIMENTOS /
ECONOMIA
Observando-se o histórico, 2007
foi o ano em que mais empresas
declararam ter investido na
área ambiental – 84,1%. Em
2008 houve uma brusca queda,
que pode ser explicada pela
crise econômica vivenciada
nesse período. O volume de
investimentos se recuperou
timidamente em 2009, mas em
2010 houve novo decréscimo,
tendo apenas 60,3% das
empresas afirmado ter investido
em meio ambiente. Nas grandes
empresas, o índice sobe para
94,4%; apenas metade das
pequenas empresas investiu em
meio ambiente nos últimos 12
meses.
Entre as companhias que
souberam informar o percentual
investido na área ambiental com
relação ao total de investimentos
da empresa, um terço afirmou
ter aplicado menos de 1%
dos investimentos totais, e
outro terço, entre 1% e 5%. As
expectativas de investimento
para os próximos 12 meses
diminuíram: 59% pretendem
investir em meio ambiente em
2011. Por porte, pretendem
investir 90,7% das grandes,
75% das médias e 43,8% das
pequenas empresas – esta
última apresenta uma queda de
30 pontos percentuais.
Quando indagados se a
situação ambiental da empresa
já foi questionada por outras
instituições empresariais,
como clientes nacionais ou
internacionais, seguradoras ou
instituições financeiras, 88,4%
dos respondentes afirmaram
nunca terem sido consultadas,
um padrão que pouco variou
desde 2005.
PREVISÃODEINVESTIMENTOSPARAAÁREAAMBIENTALNOS
PRÓXIMOS12MESES–AMOSTRATOTAL
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 7
CONHECIMENTO
DE TEMAS
OU INSTITUIÇÕES
AMBIENTAIS
Quando perguntados sobre o grau
de conhecimento de temas relacio-
nados à área ambiental, os órgãos
ambientais estadual e federal (Inea e
Ibama) se mantiveram como os itens
de maior retorno positivo: 56,2% e
52,8% afirmaram estar bem informa-
dos sobre eles, respectivamente.
Temas relacionados a recursos
hídricos continuam sendo pou-
co conhecidos. Sobre comitês de
bacia e outorga para uso da água,
71,9% e 59,3% dos entrevistados,
respectivamente, não sabem nada
ou sabem muito pouco. Outro
tema que apresentou baixo índice
de conhecimento foi o Mecanismo
de Desenvolvimento Limpo (MDL):
apenas 9,5% afirmaram estar bem
informados, e outros 14,4% têm uma
ÍNDICEDECONHECIMENTODOSTEMAS–AMOSTRATOTAL
ideia sobre o tema, num decréscimo
de 15,7 pontos percentuais.
Apesar de no período da pesquisa
o novo Sistema de Licenciamento
Ambiental (Slam) ter completado dez
meses desde o seu lançamento, é ain-
da pouco conhecido entre os entrevis-
tados: 49,5% disseram não conhecer e
18,8% informaram saber muito pouco.
Quando consideradas apenas as gran-
des empresas, sobe significativamente
o nível de conhecimento dos temas
abordados: 61,1%, por exemplo, estão
bem informadas sobre outorga para
uso da água, e 74,1% conhecem bem
ou têm uma ideia sobre o Slam. Em
contrapartida, 53,7% não sabem ou
sabem muito pouco sobre MDL.
O gráfico mostra a variação do grau
de conhecimento das empresas so-
bre os temas propostos. A atribuição
de valores às opções de resposta
seguiu a pontuação: “Está bem infor-
mado” (4); “Tem uma ideia” (3); “Sabe
muito pouco” (2); e “Não sabe” (1).
Desde a edição de 2008, a Pesquisa Gestão
Ambiental traz um levantamento sobre o uso
dos recursos naturais. Os mais utilizados pelas
empresas, em 2010, foram energia elétrica (97,4%
dos respondentes) e água (87,6%). Pouco mais de um
terço (38,9%) utiliza combustíveis fósseis.
A ação mais desenvolvida em 2010 por empresas
que utilizaram energia elétrica continuou sendo
a campanha de conscientização dos funcionários
(72,8%). Destacou-se ainda o estabelecimento de
metas de redução da utilização de energia por 64,6%
das empresas entrevistadas. Entre as empresas
que utilizaram água, todas as ações desenvolvidas
apresentaram aumento em comparação à medição
anterior. Destacou-se a adoção de campanhas
de conscientização dos colaboradores (70,9%).
Mostraram-se relevantes também o monitoramento
com indicadores (50,6%) e as metas de redução
(46,5%). Também entre as empresas que utilizaram
os combustíveis fósseis, destacaram-se as ações
de monitoramento com indicadores específicos e
metas de redução, presentes em 46,4% e 42,4% das
companhias contatadas, respectivamente.
As empresas foram consultadas quanto à utilização
de energia renovável: 7,5% afirmaram utilizá-las. As
principais fontes renováveis aplicadas em 2010 foram
biomassa (43,3%), biocombustíveis (20,0%) e energia
hídrica (13,3%).
USO DOS RECURSOS NATURAIS
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
SISTEMA FIRJAN
PÁG. 8
AÇÕESMAISCITADASDESENVOLVIDASPOREMPRESASQUEUSAM
RECURSOSNATURAIS–ÁGUA,EEECF–AMOSTRATOTAL
AÇÕESMAISCITADASPARATRATAMENTODOSRESÍDUOSGERADOS–
AMOSTRATOTAL
Os entrevistados responderam
ainda a questões sobre a geração
e o tratamento de seus resíduos.
Os resíduos sólidos se mantiveram
como o principal resíduo gerado
nas empresas consultadas (92,8%).
Em seguida, aparecem os efluentes
líquidos (gerados por 43,3%), os
ruídos e vibrações (36,6%) e as
emissões atmosféricas (19,8%).
No tratamento dos resíduos sólidos,
destacou-se a aplicação da coleta
seletiva por 67,5% das empresas
entrevistadas, índice próximo ao ob-
servado em 2009. O estabelecimen-
to de metas de reciclagem também
se manteve como ação relevante,
sendo desenvolvida por 49,2% das
companhias. A recorrência das ações
de tratamento de resíduos sólidos
cresce em todas as respostas entre
as grandes empresas: 84% realizam
coleta seletiva e 56% têm metas de
reciclagem, por exemplo.
Outra ação que se destaca entre as
grandes empresas é o monitora-
mento com indicadores, que subiu
de 25,8% para 74% em 2010, além
do processo para diminuir a geração,
que aumentou de 11,3% para 68,0%.
Já entre as de pequeno porte, ainda
que 60,9% pratiquem coleta seletiva
e 43% tenham metas de reciclagem,
13% não desenvolvem ações especí-
ficas quanto aos resíduos sólidos.
Como em 2009, a manutenção de
unidades próprias de tratamento,
mencionada por 48,8% das
empresas, foi a principal ação
para efluentes líquidos. A seguir,
aparecem o monitoramento com
indicadores (41,7%) e o processo
para diminuir a geração (33,9%).
As grandes empresas ficam,
novamente, acima da média:
70% afirmaram ter unidade de
tratamento e 67,5% monitoram
com indicadores. Entre as
pequenas empresas, aumentou
significativamente o índice
de respondentes que utilizam
processos para diminuir a geração:
de 2,9% para 23,6% em 2010.
Já no tratamento das emissões
atmosféricas, destacaram-se o
investimento em processo para
diminuir a geração (57,1%) e o
monitoramento com indicadores
(50,6%). Entre as grandes empresas,
como em 2009, esta última ação
é ainda mais expressiva (76%).
Considerando-se o tratamento
de ruídos e vibrações, os pontos
destacados pelos consultados
foram os processos (51,4%) e os
investimentos em tecnologia para
reduzir a geração (48,6%). Entre
as empresas de grande porte, a
menção a monitoramento com
indicadores alcança 92%.
SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011

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Gestão ambiental da indústria fluminense: resíduos e burocracia entre principais desafios

  • 1. Ano XV Nº 171 Maio de 2011 PESQUISA GESTÃO AMBIENTAL Sistema FIRJAN divulga novo diagnóstico da indústria fluminense SÚMULA AMBIENTALPATROCÍNIO
  • 2. SISTEMA FIRJAN PÁG. 2 GESTÃOAMBIENTAL: GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM DESTAQUE As ações ambientais da indústria do estado do Rio estão retratadas na Pesquisa Gestão Ambiental, realizada pelo Sistema FIRJAN. Nesta edição, o tema resíduos sólidos permeou as respostas a diversos questionamentos. Eles continuam sendo o principal aspecto ambiental em pequenos, médios e grandes empreendimentos. A gestão dos resíduos é mencionada como uma das principais dificulda- des para melhoria ambiental, espe- cialmente para pequenas e médias empresas. Com relação ao trata- mento, aumentou significativamente o número de empresas que afirma- ram monitorar a geração de resíduos com indicadores, metas de redução e processos para diminuir o volume gerado. Esses resultados vêm ao encontro da mobilização provocada no setor industrial desde a publica- ção da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em agosto de 2010. Outros aspectos estão retratados nesse levantamento ambiental, como as motivações para iniciativas ambientais, o licenciamento ambiental e a relação do setor industrial com os órgãos governamentais. A Pesquisa Gestão Ambiental é uma ação anual prevista no Mapa do Desenvolvimento do estado do Rio. Em sua sexta edição, o levantamento feito com o setor industrial é uma importante base para o planejamento de ações ambientais no estado, além de evidenciar as atividades, as iniciativas e os entraves que configuram o dia a dia das empresas fluminenses. CAPA C EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) - Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ). Av. Graça Aranha nº 1 - CEP: 20030-002 - Rio de Janeiro / RJ - Sugestões, informações e assinaturas: (21) 2563-4213 / 4518 - www.firjan.org.br. Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Pre- sidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente: Isaac Plachta; Diretor-Geral do Sistema FIRJAN: Augusto Cesar Franco de Alencar; Diretora de Ino- vação e Meio Ambiente: Marilene Carvalho; Coordenação Gerência de Meio Ambiente: Luís Augusto Azevedo e Carolina Zoccoli; Gerência de Marketing Institucional: Daniela Teixeira e Carlos H. Latini – SÚMULA AMBIENTAL é uma publicação do SISTEMA FIRJAN editada pela Insight Engenharia de Comuni- cação. Editor Geral: Sérgio Costa; Editora Executiva: Kelly Nascimento; Redação: Carolina Zoccoli; Revisão: Rubens Sylvio Costa e José Neves de Oliveira; Projeto Gráfico: DPZ; Design e Diagramação: Paula Barrenne; Produtor Gráfico: Ruy Saraiva; Impressão: Stamppa. Grande porte 500 ou mais empregados 54 Médio porte 100 a 499 empregados 108 Pequeno porte 10 a 99 empregados 226 Total 388 empresas EMPRESASCONSULTADAS SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 3. SISTEMA FIRJAN PÁG. 3 METODOLOGIA A avaliação da gestão ambiental nas indústrias fluminenses foi realizada por meio de aplicação, por telefone, de um questionário às empresas, com a coordenação da Gerência de Pesquisas e Estatística e da Gerência de Meio Ambiente do Sistema FIRJAN. Foram consultadas 388 empresas, com representatividade estatística por porte. A amostra pode ser considerada significativa, apresentando margem de erro de 4,6%. Os resultados encontrados em 2010 foram analisados em conjunto com a série histórica das demais pesquisas, permitindo a comparação evolutiva dos resultados. PRINCIPAISASPECTOSAMBIENTAIS-PORPORTE ASPECTOS AMBIENTAIS Todas as empresas souberam responder sobre os aspectos ambientais relacionados às suas atividades, reafirmando a cons- cientização ambiental nas indús- trias do estado do Rio. O mesmo resultado já havia sido encontrado nas pesquisas realizadas em 2008 e em 2009. Desde a primeira edição, os resí- duos sólidos não perigosos são o principal aspecto ambiental na visão das entrevistadas. Em 2010, essa resposta foi citada por 85,8% da amostra. O segundo aspecto mais citado é, como na edição anterior, o uso intenso de energia elétrica ou combustível, com 71,9% – bem mais que em 2009, quando foi mencionado por 58,2%. Vibrações e ruídos (49,2%) e efluentes líquidos (47,4%) também foram significativamente mencionados. As menções a resíduos sólidos não perigosos continuam em primeiro lugar tanto para as empresas de grande porte quanto para as de mé- dio ou pequeno portes. O percen- tual de referências ao uso intenso de energia elétrica ou combustível aumenta, se separadas as grandes e médias empresas: 88,9% e 78,7%, respectivamente. Grandes empre- sas citaram mais vezes os efluentes como um dos seus principais aspec- tos ambientais: 88,9%. Elas também mencionaram, com destaque, o uso intenso de água (72,2%) e os resí- duos sólidos perigosos (64,8%). Entre as empresas de médio porte, subiu o número de menções às emissões atmosféricas: de 26,5% em 2009 para 46,3% em 2010. SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 4. SISTEMA FIRJAN PÁG. 4 PRINCIPAISDIFICULDADESPARAMELHORIAAMBIENTAL–AMOSTRATOTAL–2008A2010 DIFICULDADES PARA MELHORIA AMBIENTAL A pesquisa indica que variam, a cada ano, as principais dificuldades das empresas para melhoria ambiental. Em 2008, o maior entrave era a falta de recursos financeiros; em 2009, essa questão deu lugar a problemas de cons- cientização de pessoal e ao descarte de resíduos. Em 2010, duas questões se destacaram como maiores dificuldades: a falta de informações técnicas, men- cionada por 17,3% – em 2009, o índice foi de 3,8% – e a burocracia dos órgãos responsáveis, citada por 17%. A men- ção ao descarte de resíduos continuou alta (14,4%). Outro item que apresen- tou grande crescimento foi a falta de cursos/treinamentos para adequação às normas, mencionado por 10,6%. Até 2009, essa resposta não alcançava 2%. O percentual de empresas que afirmaram nunca ter encontrado dificuldade para a melhoria ambiental subiu de 38,5% em 2008 para 40,4% em 2009 e 46,1% em 2010 – o maior índice alcançado desde a primeira edição da pesquisa, em 2005. A falta de informações técnicas e a burocracia dos órgãos responsáveis continuam entre as respostas mais cita- das entre todos os portes, com alguma variação. A morosidade nos processos se destaca entre as grandes empresas (22,2%). O descarte de resíduos é uma dificuldade maior para pequenas (14,2%) e médias (19,4%) do que para grandes empresas (5,6%). Pode-se destacar também um acrésci- mo significativo em grandes empresas que declararam nunca ter tido dificul- dade para a melhoria ambiental: de 27,7% em 2009 para 51,9% em 2010. Preservação ambiental 84,5% Responsabilidade social 78,9% Qualidade de vida dos colaboradores 76,0% Conscientização ambiental e pessoal 74,5% Imagem 73,7% Adequação à legislação ambiental 72,9% Manutenção de padrões de produção 60,1% Demandas de mercado 57,5% Redução de custos 49,2% Certificação ambiental 45,6% Exigências de financiadores 38,4% Aumento da receita com venda de resíduos 24,7% A empresa não implanta tais iniciativas 10,8% RAZÕESQUELEVAMAS EMPRESASAIMPLANTAR INICIATIVASAMBIENTAIS –AMOSTRATOTAL SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 5. SISTEMA FIRJAN PÁG. 5 INICIATIVAS EM MEIO AMBIENTE A preservação do meio ambiente permaneceu como a principal razão apontada pelas empresas para a implantação de iniciativas ambientais, com um aumento de 18 pontos per- centuais com relação ao ano anterior, alcançando 84,5% dos respondentes. Seguem-se outras respostas relacio- nadas à preocupação socioambien- tal: responsabilidade social (78,9%), melhoria da qualidade de vida dos colaboradores (76%) e conscienti- zação ambiental (74,5%). A seguir, as empresas informam que implantam iniciativas ambientais para melhorar a sua imagem frente a consumidores e sociedade (73,7%). Esses números indicam que as companhias dão atenção ao fator ambiental também por um reflexo da cobrança das par- tes interessadas para que essas ações sejam desenvolvidas. Ao se dividirem as respostas por porte, há variações. Para as grandes empre- sas, a preocupação com a imagem chega a 94,4%. Para elas, a adequação à legislação ambiental surge como uma das respostas principais, men- cionada por 92,6%. Entre as médias, essa resposta alcançou 84,3%; entre as pequenas, 62,8%. A adequação às demandas de mercado é outra razão mais relevante entre as grandes (75,9%) e médias (72,2%) do que para as pequenas (46%). O mesmo ocorre para o atendimento às exigências dos órgãos financiadores, que é men- cionado por 61,1% das grandes, mas 45,4% das médias e apenas 29,6% das pequenas empresas. Nesse aspecto, a pesquisa indica que as exigências externas, de mercado e de financiado- res, influenciam mais as empresas de maior porte. Já a preocupação com a imagem frente ao consumidor per- meia empresas de todos os tamanhos. Quanto às relações das empre- sas com órgãos governamentais, o licenciamento e a fiscalização permaneceram, em 2010, como os pontos mais citados (por 63,9% e 62,9%). A menção à fiscalização ambiental, que vinha caindo desde 2007, subiu 16,2 pontos percen- tuais. Essa variação pode ser um reflexo das mudanças implantadas no estado, com a consolidação do Sistema de Licenciamento Ambien- tal (Slam) e o fortalecimento do licenciamento por órgãos muni- cipais, intensificando os vínculos entre as empresas e os órgãos am- bientais. Afirmaram que já passaram por fiscalização ambiental 61,1% das empresas; destas, mais de 80% foram fiscalizados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Quando perguntadas sobre licen- ciamento ambiental, 61,8% das em- presas informaram que têm licen- RELAÇÃO COM ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS E LICENCIAMENTO AMBIENTAL ças em vigor, mantendo o patamar encontrado na pesquisa de 2009 (62%); outros 17,1% já solicitaram renovação de suas licenças, numa tendência de crescimento desde 2008. A maior parte das licenças em vigor são Licenças de Opera- ção (82%); poucos mencionaram novos tipos de licença introduzidos em 2010 pelo Slam: apenas 2,2% das respondentes informaram ter em vigor uma Licença Ambiental Simplificada, fornecida a empresas que apresentam baixo potencial poluidor. Essa estatística pode indicar que haveria ainda, para os profissionais, confusão quanto à nomenclatura e à tipologia das li- cenças, estando as mudanças ainda não plenamente compreendidas ou absorvidas pelo setor. O tempo de obtenção das licenças ambientais sofreu aumento. Perguntou-se às empresas se elas já foram autuadas por falta de licença em vigor, ao que 92,4% responderam negativamente. Ao serem perguntadas sobre a exis- tência de projetos atrasados por conta de questões ambientais (por exemplo, problemas com licencia- mento, com o Ministério Público ou ações judiciais), mais de 90% das empresas negaram. Quando indagadas sobre as prin- cipais dificuldades com os órgãos ambientais, 49,0% das empresas entrevistadas disseram nunca ter tido tais dificuldades. Das empre- sas que tiveram, a maior parte, bem como em 2009, referiu-se à demora na análise de pedi- dos ou ações (31,7%). Requisitos exagerados para adequação são a principal dificuldade para 19,1% dos respondentes, num acrés- cimo de 8,2 pontos percentuais com relação ao ano anterior. A falta de informações para o licen- ciamento também aparece como resposta relevante, com 16,2%, bem como a complexidade da legislação ambiental, com 16,0%. As respostas apresentam algumas variações quando segregadas por porte. O Sistema FIRJAN e o Sebrae-RJ lançaram em 2010 nova versão do Manual de Licenciamento Ambiental, esclarecendo todas as mudanças instaladas com o novo Slam. O documento pode ser baixado em www.firjan.org.br SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 6. SISTEMA FIRJAN PÁG. 6 PRINCIPAISDIFICULDADESNARELAÇÃOCOMOSÓRGÃOS AMBIENTAIS–PORPORTE INVESTIMENTOSNAÁREAAMBIENTALNOSÚLTIMOS12MESES– AMOSTRATOTAL INVESTIMENTOS / ECONOMIA Observando-se o histórico, 2007 foi o ano em que mais empresas declararam ter investido na área ambiental – 84,1%. Em 2008 houve uma brusca queda, que pode ser explicada pela crise econômica vivenciada nesse período. O volume de investimentos se recuperou timidamente em 2009, mas em 2010 houve novo decréscimo, tendo apenas 60,3% das empresas afirmado ter investido em meio ambiente. Nas grandes empresas, o índice sobe para 94,4%; apenas metade das pequenas empresas investiu em meio ambiente nos últimos 12 meses. Entre as companhias que souberam informar o percentual investido na área ambiental com relação ao total de investimentos da empresa, um terço afirmou ter aplicado menos de 1% dos investimentos totais, e outro terço, entre 1% e 5%. As expectativas de investimento para os próximos 12 meses diminuíram: 59% pretendem investir em meio ambiente em 2011. Por porte, pretendem investir 90,7% das grandes, 75% das médias e 43,8% das pequenas empresas – esta última apresenta uma queda de 30 pontos percentuais. Quando indagados se a situação ambiental da empresa já foi questionada por outras instituições empresariais, como clientes nacionais ou internacionais, seguradoras ou instituições financeiras, 88,4% dos respondentes afirmaram nunca terem sido consultadas, um padrão que pouco variou desde 2005. PREVISÃODEINVESTIMENTOSPARAAÁREAAMBIENTALNOS PRÓXIMOS12MESES–AMOSTRATOTAL SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 7. SISTEMA FIRJAN PÁG. 7 CONHECIMENTO DE TEMAS OU INSTITUIÇÕES AMBIENTAIS Quando perguntados sobre o grau de conhecimento de temas relacio- nados à área ambiental, os órgãos ambientais estadual e federal (Inea e Ibama) se mantiveram como os itens de maior retorno positivo: 56,2% e 52,8% afirmaram estar bem informa- dos sobre eles, respectivamente. Temas relacionados a recursos hídricos continuam sendo pou- co conhecidos. Sobre comitês de bacia e outorga para uso da água, 71,9% e 59,3% dos entrevistados, respectivamente, não sabem nada ou sabem muito pouco. Outro tema que apresentou baixo índice de conhecimento foi o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): apenas 9,5% afirmaram estar bem informados, e outros 14,4% têm uma ÍNDICEDECONHECIMENTODOSTEMAS–AMOSTRATOTAL ideia sobre o tema, num decréscimo de 15,7 pontos percentuais. Apesar de no período da pesquisa o novo Sistema de Licenciamento Ambiental (Slam) ter completado dez meses desde o seu lançamento, é ain- da pouco conhecido entre os entrevis- tados: 49,5% disseram não conhecer e 18,8% informaram saber muito pouco. Quando consideradas apenas as gran- des empresas, sobe significativamente o nível de conhecimento dos temas abordados: 61,1%, por exemplo, estão bem informadas sobre outorga para uso da água, e 74,1% conhecem bem ou têm uma ideia sobre o Slam. Em contrapartida, 53,7% não sabem ou sabem muito pouco sobre MDL. O gráfico mostra a variação do grau de conhecimento das empresas so- bre os temas propostos. A atribuição de valores às opções de resposta seguiu a pontuação: “Está bem infor- mado” (4); “Tem uma ideia” (3); “Sabe muito pouco” (2); e “Não sabe” (1). Desde a edição de 2008, a Pesquisa Gestão Ambiental traz um levantamento sobre o uso dos recursos naturais. Os mais utilizados pelas empresas, em 2010, foram energia elétrica (97,4% dos respondentes) e água (87,6%). Pouco mais de um terço (38,9%) utiliza combustíveis fósseis. A ação mais desenvolvida em 2010 por empresas que utilizaram energia elétrica continuou sendo a campanha de conscientização dos funcionários (72,8%). Destacou-se ainda o estabelecimento de metas de redução da utilização de energia por 64,6% das empresas entrevistadas. Entre as empresas que utilizaram água, todas as ações desenvolvidas apresentaram aumento em comparação à medição anterior. Destacou-se a adoção de campanhas de conscientização dos colaboradores (70,9%). Mostraram-se relevantes também o monitoramento com indicadores (50,6%) e as metas de redução (46,5%). Também entre as empresas que utilizaram os combustíveis fósseis, destacaram-se as ações de monitoramento com indicadores específicos e metas de redução, presentes em 46,4% e 42,4% das companhias contatadas, respectivamente. As empresas foram consultadas quanto à utilização de energia renovável: 7,5% afirmaram utilizá-las. As principais fontes renováveis aplicadas em 2010 foram biomassa (43,3%), biocombustíveis (20,0%) e energia hídrica (13,3%). USO DOS RECURSOS NATURAIS SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011
  • 8. SISTEMA FIRJAN PÁG. 8 AÇÕESMAISCITADASDESENVOLVIDASPOREMPRESASQUEUSAM RECURSOSNATURAIS–ÁGUA,EEECF–AMOSTRATOTAL AÇÕESMAISCITADASPARATRATAMENTODOSRESÍDUOSGERADOS– AMOSTRATOTAL Os entrevistados responderam ainda a questões sobre a geração e o tratamento de seus resíduos. Os resíduos sólidos se mantiveram como o principal resíduo gerado nas empresas consultadas (92,8%). Em seguida, aparecem os efluentes líquidos (gerados por 43,3%), os ruídos e vibrações (36,6%) e as emissões atmosféricas (19,8%). No tratamento dos resíduos sólidos, destacou-se a aplicação da coleta seletiva por 67,5% das empresas entrevistadas, índice próximo ao ob- servado em 2009. O estabelecimen- to de metas de reciclagem também se manteve como ação relevante, sendo desenvolvida por 49,2% das companhias. A recorrência das ações de tratamento de resíduos sólidos cresce em todas as respostas entre as grandes empresas: 84% realizam coleta seletiva e 56% têm metas de reciclagem, por exemplo. Outra ação que se destaca entre as grandes empresas é o monitora- mento com indicadores, que subiu de 25,8% para 74% em 2010, além do processo para diminuir a geração, que aumentou de 11,3% para 68,0%. Já entre as de pequeno porte, ainda que 60,9% pratiquem coleta seletiva e 43% tenham metas de reciclagem, 13% não desenvolvem ações especí- ficas quanto aos resíduos sólidos. Como em 2009, a manutenção de unidades próprias de tratamento, mencionada por 48,8% das empresas, foi a principal ação para efluentes líquidos. A seguir, aparecem o monitoramento com indicadores (41,7%) e o processo para diminuir a geração (33,9%). As grandes empresas ficam, novamente, acima da média: 70% afirmaram ter unidade de tratamento e 67,5% monitoram com indicadores. Entre as pequenas empresas, aumentou significativamente o índice de respondentes que utilizam processos para diminuir a geração: de 2,9% para 23,6% em 2010. Já no tratamento das emissões atmosféricas, destacaram-se o investimento em processo para diminuir a geração (57,1%) e o monitoramento com indicadores (50,6%). Entre as grandes empresas, como em 2009, esta última ação é ainda mais expressiva (76%). Considerando-se o tratamento de ruídos e vibrações, os pontos destacados pelos consultados foram os processos (51,4%) e os investimentos em tecnologia para reduzir a geração (48,6%). Entre as empresas de grande porte, a menção a monitoramento com indicadores alcança 92%. SÚMULA AMBIENTAL | MAIO DE 2011