2. Ele viveu pouco, menos de 40 anos. Mas o
italiano Michelangelo Merisi ficou registrado para
a posteridade com o nome Caravaggio.
A arte moderna foi possível, graças à sua
existência. Poderíamos pensar em Caravaggio
como um fotógrafo que faz o enquadramento e
cria a iluminação para captar o momento de maior
intensidade, aquele momento que sintetiza todo
drama.
3. O Pequeno Baco
Doente (1593-1594)-
um auto-retrato, feito
quando Caravaggio
estava gravemente
enfermo- é impossível
dissociar o rapaz real,
suas olheiras, seu tom
de pele esverdeado. É
um ser humano que
está fantasiado de
mito.
4. Caravaggio emprestava
aos santos e personagens
bíblicos as fisionomias e
aparências de mendigos,
dos pobres, dos bêbados,
dos cafetões e das
prostitutas.
Contratado para pintar um
São Mateus escrevendo o
Evangelho, Caravaggio
retratou-o como um velho
mendigo apavorado, que
tinha a mão conduzida
por um anjo, como se não
soubesse escrever.
5.
6.
7. O rosto de Judite demonstra a barbárie da decapitação,
além da frieza necessária para a execução desse ato.
Seus mamilos eretos demonstram o arrepio que correm
em sua espinha. Caravaggio cobriu-lhes os seios
posteriormente, conforme comprova o exame feito com
raios X.
8. Caravaggio foi um
inovador da luz e da
sombra. A luz protagoniza
a obra; ela surge com
muita violência do meio
da escuridão que domina
o quadro.
O artista usa a luz e as
sombras arbitrariamente,
não somente para realçar
os volumes, mas também
para dar forma às trevas.
Os contrastes criavam
ilimitadas variações de
claro-escuro.
9.
10.
11. Para Caravaggio a pintura devia fixar o
momento mais dramático, o instante crucial dos
fatos. Essa era a maneira como a arte poderia
fazer refletir sobre as hipocrisias e conflitos
existentes. A arte não deveria ser algo idealizado,
mas imiscuir-se na sujeira do mundo, fincar os
pés na lama.
12. Ele usava um fundo
sempre raso, muito
escuro, por vezes
praticamente negro.
Aplicava focos de luz
intensa sobre os detalhes,
nos rostos ou membros
que dariam o clímax à
cena. Com esse uso de
sombras e luz ele imanta
o espectador para dentro
do quadro. Obriga-o a
participar daquele
instante.