O documento discute os laços de família na visão espírita. (1) Os animais agem por instinto de conservação, enquanto os humanos precisam de laços sociais para o progresso moral. (2) Sem laços de família, haveria mais egoísmo na sociedade. (3) Embora as almas sejam indivisíveis, a reencarnação amplia os laços de família ao longo das vidas.
2. LIVRO DOS ESPÍRITOS
Livro 3 – cap 7
item III – Laços de Família
O 773. Por que, entre os animais, pais e
filhos deixam de se reconhecer, quando os
últimos não precisam mais de cuidados?
O — Os animais vivem a vida material e não
a moral. A ternura da mãe pelos filhos tem por
principio o instinto de conservação aplicado
aos seres que dão á luz. Quando esses seres
podem cuidar de si mesmos, sua tarefa está
cumprida e a Natureza nada mais lhe exige. É
por isso que ela os abandona para se ocupar
de outros que chegam.
3. LIVRO DOS ESPÍRITOS
Livro 3 – cap 7
item III – Laços de Família
O 774. Há pessoas que deduzem, do abandono
das crias pelos animais, que os laços de
família entre os homens não são mais que o
resultado de costumes sociais e não uma lei
natural. Que devemos pensar disso?
O — O homem tem outro destino que não o dos
animais; por que, pois, querer sempre identificá-
los? Para ele, há outra coisa além das
necessidades físicas; há a necessidade do
progresso. Os liames sociais são necessários ao
progresso e os laços de família resumem os
liames sociais; eis porque eles constituem uma lei
natural. Deus quis que os homens, assim,
aprendessem a amar-se como irmãos. (Ver item
205.)(1)
4. (1) Herbert Spencer considerou a família entre as instituições
que dão forma à vida social; Marx e Engels, como o primeiro
grupo histórico, a primeira forma de integração humana;
Augusto Comte, como a célula básica da sociedade, o
embrião e o modelo desta, de maneira que a sociedade
perfeita é a que funciona como família.
Atualmente, a Sociologia da Família e a Psicologia Social,
bem como as próprias escolas de Psicologia do Indivíduo
reconhecem a importância básica da família. O mesmo se dá
nos estudos de Psicologia Educacional e de Filosofia da
Educação. John Dewey, em Democracia e Educação,
acentua a importância do lar na organização social e na
preparação da vida social.
Como se vê, a asserção dos Espíritos de que “os laços de
família resumem os liames sociais” são confirmados até
mesmo pelos estudos materialistas da sociedade. (N. do
T.)Herculano Pires
5. LIVRO DOS ESPÍRITOS
Livro 3 – cap 7
item III – Laços de Família
O 775. Qual seria para a sociedade o
resultado do relaxamento dos laços de
família?
O — Uma recrudescência do egoísmo.
6. Cap. 4 – PLURALIDADE
DAS EXISTÊNCIAS
O 203. Os pais transmitem aos filhos uma
porção de sua alma, ou nada mais
fazem do que lhes dar a vida animal, a
que uma nova alma vem juntar depois
a vida moral?
O — Somente a vida animal, porque a
alma é indivisível. Um pai estúpido pode
ter filhos inteligentes, e vice-versa.
7. Cap. 4 – PLURALIDADE
DAS EXISTÊNCIAS
O 204. Desde que tivemos muitas
existências, o parentesco remonta às
anteriores?
O — Não poderia ser de outra maneira. A
sucessão das existências corpóreas
estabelece entre os Espíritos liames que
remontam às existências anteriores; disso
decorrem frequentemente as causas de
simpatia entre vós e alguns Espíritos que
vos parecem estranhos.
8. Cap. 4 – PLURALIDADE
DAS EXISTÊNCIAS
O 205. Segundo certas pessoas, a doutrina
da reencarnação parece destruir os laços
de família, fazendo-as remontar às
existências anteriores.
O — Ela os amplia, em vez de destruí-los.
Baseando-se o parentesco em afeições
anteriores, os laços que unem os membros
de uma mesma família são menos precários.
A reencarnação amplia os deveres da
fraternidade, pois no vosso vizinho ou no
vosso criado pode encontrar-se um Espírito
que foi do vosso sangue.
9. Cap. 4 – PLURALIDADE
DAS EXISTÊNCIAS
O 205 – a) Ela diminui, entretanto, a importância
que alguns atribuem à sua filiação, porque se
pode ter tido como pai um Espírito que
pertencia a uma outra raça, ou que tivesse
vivido em condição bem diversa.
O — É verdade; mas essa importância se baseia no
orgulho. O que a maioria honra nos antepassados
são os títulos, a classe, afortuna. Este coraria de
haver tido por avô um. sapateiro honesto, e se
vangloriaria de descender de um nobre
debochado. Mas digam ou façam o que quiserem,
não impedirão que as coisas sejam como são,
porque Deus não regulou as leis da Natureza pela
nossa vaidade.
10. Cap. 4 – PLURALIDADE
DAS EXISTÊNCIAS
O 206. Desde que não há filiação entre os Espíritos dos
descendentes de uma mesma família, o culto dos
antepassados seria uma coisa ridícula?
O — Seguramente não, porque devemos sentir-nos felizes
de pertencer a uma família na qual se encarnam Espíritos
elevados. Embora os Espíritos não procedam uns dos
outros, não têm menos afeição pelos que estão ligados a
eles por laços de família, porque os Espíritos são
frequentemente atraídos a esta ou àquela família por
causa de simpatias ou ligações anteriores. Mas acreditai
que os Espíritos de vossos antepassados não se sentem
absolutamente honrados com o culto que lhes tributais
por orgulho. Seu mérito não recai sobre vós senão na
medida em que vos esforçais por seguir os seus
bons exemplos. Somente assim a vossa lembrança lhes
pode ser, não apenas agradável, mas até mesmo útil.