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VoIP - Voz sobre IP, uma an´ lise do protocolo H.323
                                  a
                    Seguranca da Informacao
                             ¸             ¸˜
                                     Marcelo Dieder1
                               1
                                                     ¸˜
                               Seguranca da Informacao
                                       ¸
                  Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
                             S˜ o Leopoldo – RS – Brazil
                               a
                                   {mdieder@sinos.net}

    Resumo. O objetivo desse artigo e demonstrar as principais tecnologias de voz
                                      ´
    sobre IP, com enfase no padr˜ o ITU-T H.323. Ser´ apresentado uma vis˜ o geral
                  ˆ              a                   a                     a
    do protocolo VoIP, sua hist´ ria, como e realizado a digitalizacao da voz, um
                                o          ´                       ¸˜
    resumo sobre os principais protocolos utilizados atualmente e uma descricao ¸˜
    detalhada sobre o padr˜ o H.323. Por fim, pretende-se mostrar os principais
                            a
    problemas e uma an´ lise de seguranca sobre a tecnologia de VoIP. O artigo pode
                        a               ¸
    ser utilizado como base para estudos e implementacao de novas arquiteturas
                                                         ¸˜
    baseadas em voz sobre IP.

    Abstract. The objective of this article is to demonstrate the main technologies
    of voice over IP, with emphasis on standard ITU-T H.323. Will be presented an
    overview of the VoIP protocol, its history, how it’s performed the digitization of
    voice, a summary of the main protocols used today, and a detailed description
    of the H.323 standard. Finally, we shall show the main problems and a security
    analysis on the technology of VoIP.

          ¸˜
1. Introducao
                 ´
            VoIP e uma grande tecnologia emergente que um dia ir´ substituir completa-
                                                                   a
mente o sistema telefˆ nico tradicional. Ao mesmo tempo, existem diversos padr˜ es para
                      o                                                         o
         ¸˜
a aplicacao da tecnologia, cada uma com suas vantagens e caracter´sticas. Como voz so-
                                                                   ı
       ´                                                      `
bre IP e um padr˜ o novo, existem diversos problemas quanto a sua seguranca, com o risco
                   a                                                      ¸
de comprometer o crescimento e a sustentabilidade da tecnologia. O artigo visa demons-
                                                    ¸˜
trar como foi desenvolvido o padr˜ o, em que situacao estamos atualmente, demonstra as
                                   a
         ı                    ¸˜
caracter´sticas da recomendacao ITU-T H.323, e apresenta quais s˜ o os principais proble-
                                                                 a
mas de seguranca e as estrat´ gias para mitigar estes riscos.
                 ¸           e

2. Vis˜ o geral do servico de voz sobre o protocolo IP
      a                 ¸
                                                                            e ´
           Voz sobre IP, ou VoIP (Voice over Internet Protocol) como tamb´ m e conhe-
       ´                                        ¸˜
cido, e uma tecnologia que permite a digitalizacao da voz humana para transmiss˜ o em
                                                                                  a
uma rede de dados IP (Internet Protocol), permitindo que pessoas possam conversar entre
si utilizando as mesmas redes de dados existentes, eliminando assim as tarifas de longa
distˆ ncia ocasionadas atrav´ s de chamadas PSTNs (Public Switched Telephone Network).
    a                       e
Foi este grande benef´cio que fez com que a tecnologia de voz sobre IP alavancasse gran-
                      ı
des investimentos e pesquisas por parte de grandes empresas, para homologar a nova
                                 ¸˜                             ¸˜
tecnologia que prometia a reducao de custos, e menor administracao. N˜ o h´ d´ vida que
                                                                       a a u
´                                                            ¸˜
o VoIP e uma das tecnologias que mais cresce no setor de telecomunicacoes, oferecendo
aos provedores de servicos uma grande oportunidade de crescimento atrav´ s de servicos
                       ¸                                                e          ¸
de valor agregado.




3. Hist´ ria
       o


           A primeira transmiss˜ o de voz foi realizada no ano de 1876 por Alexander
                                a
                    e                               ¸˜
Graham Bell atrav´ s de um circuito direto. Na ligacao realizada atrav´ s do circuito di-
                                                                       e
reto n˜ o havia a discagem de n´ meros, mas sim apenas uma conex˜ o f´sica de fios entre
      a                         u                                 a ı
                                            ¸˜
dois dispositivos. Neste modelo a comunicacao era unidirecional, permitindo apenas um
lado falar por vez. Com o passar do tempo a tecnologia de transmiss˜ o de voz evoluiu,
                                                                     a
                                                                  ¸˜
passando a ser bidirecional, permitindo dois lados de uma conversacao a falar ao mesmo
tempo e ainda integrando-se a milhares de outros pontos, formando uma rede telefˆ nica
                                                                                   o
integrada.
        Na d´ cada de 90, as redes de dados comecaram a trafegar sobre circuitos que at´
             e                                   ¸                                      e
ent˜ o eram exclusivos para a telefonia. Com o aumento da demanda por conex˜ es de da-
   a                                                                           o
dos, elas sobrepuseram a voz como tr´ fego prim´ rio em muitas redes que at´ ent˜ o eram
                                      a         a                           e a
      ı                     ¸              a `
espec´ficas para voz. Comecou a surgir ent˜ o a necessidade de trafegar a voz sobre a rede
de dados, iniciando o desenvolvimento de uma nova tecnologia, o VoIP. Em 1995, uma
empresa de Israel iniciou um projeto de desenvolvimento da tecnologia, digitalizando,
comprimindo e transmitindo a voz em uma rede de dados. A tecnologia evoluiu, cri-
ando diversos padr˜ es aderidos por grande parte do mundo como um novo padr˜ o para a
                   o                                                            a
telefonia, reduzindo custos e proporcionando uma capacidade de expans˜ o.
                                                                        a




             ¸˜
4. Digitalizacao da Voz


           Tudo o que escutamos est´ na forma anal´ gica. Da mesma forma, a rede te-
                                       a              o
lefˆ nica at´ alguns anos atr´ s tamb´ m trabalhava de forma anal´ gica. Posteriormente, a
   o        e                a       e                           o
rede telefˆ nica evoluiu e passou a trabalhar em redes digitais que garantiam uma maior
           o
                                           ¸˜
confiabilidade e qualidade. A transformacao de um sinal anal´ gico para um sinal digital e
                                                              o                          ´
                e             ¸˜
realizado atrav´ s da modulacao por c´ digo de pulso PCM (Pulse Code Modulation), que
                                        o
´                                             ¸˜
e o m´ todo mais utilizado para a comunicacao de voz em fluxo digital. A grande van-
       e
                        ´
tagem deste protocolo e sua retransmiss˜ o, permitindo a possibilidade de transmiss˜ es a
                                          a                                         o
                                                    a ´
longos alcances sem a perda de qualidade, o que n˜ o e poss´vel com a rede anal´ gica. No
                                                            ı                    o
                   a           ´               e                       ´
VoIP, a transmiss˜ o da voz e realizada atrav´ s da voz digitalizada. E poss´vel dividi-la
                                                                             ı
em pequenos pacotes IP que s˜ o transmitidos em conjunto com outros pacotes de dados -
                                 a
estes pacotes s˜ o recebidos em outra ponta, s˜ o remontados e transformados novamente
                a                               a
em voz. Conforme as figuras 1 e 2, podemos verificar o comportamento de um sinal
anal´ gico e um sinal digital.
     o
´
                         Figura 1. Onda de um sinal analogico




                                          ˜
                       Figura 2. Transmissao de um sinal digital

5. Codec
           Podemos definir codec como um algoritmo que codifica e descodifica sinais
de voz e ou v´deo para transmiss˜ o em uma rede de dados digitais. O codec efetua a
                ı                   a
         ¸˜
codificacao de um sinal, transmite em uma rede de dados digital, e descodifica na outra
ponta. Codecs s˜ o utilizados para codificar e descodificar (ou compactando e descom-
                   a
pactando) v´ rios tipos de dados com o prop´ sito de diminuir o tamanho da informacao
              a                                o                                      ¸˜
e utilizar menos recursos do que sua forma descodificada utilizaria, economizando as-
sim a banda dispon´vel em uma rede de dados por exemplo. Em um sistema de telefo-
                     ı
                  ¸˜               ´             ´
nia IP a utilizacao de um codec e essencial. E atrav´ s do codec que um sistema VoIP
                                                        e
se torna vi´ vel, possibilitando que v´ rios canais de voz possam ser transmitidos em um
            a                         a
mesmo canal de dados. Existem diversos tipos de codecs e que utilizam formas diferentes
            ¸˜               ¸˜
de codificacao e compactacao dos quais podemos listar os mais utilizados na tecnologia
VoIP:
                               ¸˜
        G.711 – A recomendacao da ITU-T(Telecommunication Standardization Sector)
´                                     ¸˜      ´
e o padr˜ o internacional para codificacao de audio telefˆ nico em um canal de 64Kbps. O
         a                                               o
G.711 pode codificar frequˆ ncias entre 0 a 4 kHz e tˆ m duas variantes, a lei A (G.711A)
                            e                         e
                           ´
e a lei (G.711U). A lei A e o padr˜ o para os circuitos internacionais.
                                   a
                              ¸˜
        G.723 – A recomendacao G.723.1 da ITU-T define o requisito para um codec de
baixa velocidade (5,3 e 6,3 Kbps). O codec G.723 pode aceitar duas taxas diferentes
                                              ¸˜
de bits, de 5,3 e 6,3 Kbps e efetua a codificacao em frames de 30ms, introduzindo um
retardo algor´tmico total de 37.5ms. A vers˜ o do G.723 de 6.3 Kbps oferece uma maior
             ı                             a
                          ¸˜                  ´
qualidade para a codificacao da fala. O G.723 e utilizado principalmente em transmiss˜ es
                                                                                    o
para VoIP, apesar de existirem outros codecs com qualidade superior e que utilizam uma
taxa de dados semelhante. O uso do G.723 requer uma licenca para as patentes que
                                                              ¸
cobrem o algoritmo.
                                  ´
         G.729 – O codec G.729 e o padr˜ o ITU-T para transmiss˜ es em redes de dados
                                          a                        o
utilizando uma pequena taxa de largura de banda e oferecendo uma excelente qualidade de
´
audio. O G.729 tem diversas variantes, dentre as quais podemos citar as duas principais,
                                                                   ¸˜
o G.729 Annex A e o G.729 Annex B. O G.729A efetua a codificacao em frames de 10ms
introduzindo um retardo algor´tmico total de 15ms e uma taxa de velocidade de 8Kbps. O
                               ı
G.729B al´ m das caracter´sticas do G.729A, introduz tamb´ m a supress˜ o de silˆ ncio, ou
           e              ı                                 e            a       e
                      ´
como originalmente e conhecido, o VAD (Voice Activity Detection), reduzindo a banda
necess´ ria para a transmiss˜ o em redes de dados j´ que prevˆ a transmiss˜ o de qualquer
        a                   a                      a          e             a
                                                                      ¸˜
tipo de frame sem atividade de voz. Assim como o G.723, a utilizacao do codec G.729
      e               ¸                                                   ´
tamb´ m requer licenca para as patentes que cobrem o algoritmo. Este e um dos codecs
mais utilizados, sendo largamente utilizado nas transmiss˜ es de VoIP pela internet.
                                                          o
     A figura 3 apresenta a taxa de transferˆ ncia de codecs baseado no conceito de
                                           e
MOS(Mean Opinion Score).




                           Figura 3. MOS de diferentes codecs

6. Principais Protocolos
                                                                                    ¸˜
          Existem atualmente diversos protocolos utilizados para controle e sinalizacao
de voz sobre IP em uma rede de dados, dos quais podemos citar o H.323 - padr˜ o reco-
                                                                               a
mendado pelo ITU-T, SIP (Session Iniciation Protocol) – padr˜ o recomendado pelo IETF
                                                            a
(Internet Engineering Task Force) e o MGCP (Media Gateway Control Protocol).

     • O H.323, padr˜ o recomendado pelo ITU-T e um dos protocolos mais utilizados
                       a                          ´
                                  ¸˜
       atualmente para a comunicacao, sendo tamb´ m um dos mais complexos. Ele foi
                                                  e
                                  ¸˜                                           ´
       desenvolvido para a utilizacao de tr´ fego multim´dia, podendo trafegar audio,
                                           a            ı
       v´deo e dados em uma rede baseada em IP, embora seja apenas obrigat´ rio a
        ı                                                                      o
              ¸˜     ´
       utilizacao de audio.

     • O SIP, padr˜ o recomendado pelo IETF e um protocolo de sinalizacao simples
                   a                         ´                        ¸˜
       descrito na RFC 3261, baseado em protocolos de texto com o HTTP (Hypertext
Transfer Protocol) e o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), atuando no n´velı
                ¸˜
       de aplicacao, estabelecendo, modificando e terminando sess˜ es multim´dia e ou
                                                                    o          ı
           ¸˜                               ´
       ligacoes. Juntamente com o H.323 e um dos protocolos mais utilizados atual-
       mente, e sua simplicidade de arquitetura est´ tornando-o o principal protocolo de
                                                   a
       voz sobre IP desenvolvido especificamente para uso na Internet.
     • O MGCP, padronizacao do IETF, e tamb´ m conhecido como o protocolo ME-
                            ¸˜             ´      e
                                  ¸˜
       GACO ap´ s uma cooperacao de trabalho entre os grupos ITU-T e IETF. E um
                 o                                                               ´
                                         ¸˜
       protocolo utilizado para a integracao de redes SS7(Signaling System No. 7) com
       a tecnologia VoIP.
                        ¸˜                             ¸˜
        Al´ m da utilizacao de um protocolo de sinalizacao, a arquitetura VoIP necessita
           e
          ¸˜
da utilizacao de outros protocolos IP para o encapsulamento da voz, como o RTP (Real-
                                                                                    ¸˜
time Transport Protocol) para o transporte de pacotes de voz e algoritmos de codificacao
             ¸˜
e decodificacao de voz, os codecs.

7. O protocolo H.323
                      a               a               ´
            Conforme j´ citado, o padr˜ o ITU-T H.323 e uma s´ rie de protocolos utilizados
                                                             e
para o tr´ fego de voz, v´deo e dados em uma rede IP. Ele foi originalmente desenvolvido
          a               ı
pelo ITU-T em 1996 como um protocolo para realizar videoconferˆ ncias, permitindo que
                                                                    e
clientes se conectassem entre si em uma LAN (Local Area Network) Ethernet. A partir
do seu desenvolvimento, o protocolo evoluiu, sendo utilizado largamente por grupos de
                   ¸˜
estudos e corporacoes que ajudaram a desenvolver e passaram a utiliz´ -lo na Internet. Sua
                                                                      a
´            a ´
ultima revis˜ o e a H.323v7, liberada em 2009 pelo ITU-T. O protocolo foi desenvolvido
para trabalhar na camada de transporte do modelo OSI (Open System Interconnection), e
pode ser transportado em qualquer tipo de rede baseada em pacotes como Ethernet, TCP
(Transmission Control Protocol)/UDP(User Datagram Protocol)/IP, ATM(Asynchronous
                                                          ¸˜
Transfer Mode), and Frame Relay para prover comunicacao multim´dia em tempo real.
                                                                       ı
                ¸˜
A recomendacao H.323 faz parte de uma s´ rie de outros protocolos desenvolvidos para
                                             e
             ¸˜
a comunicacao multim´dia. A pilha de protocolos da fam´lia H.323 pode ser visualizada
                        ı                                 ı
conforme figura 5. A s´ rie conhecida como H.32X, inclui um lista de v´ rios padr˜ es que
                        e                                                a         o
s˜ o aplicados ao H.323, conforme segue:
 a
     • H.320: Padr˜ o original de v´deo conferˆ ncia ISDN (Integrated Services Digital
                  a                ı          e
       Network)
     • H.323: Extens˜ o do protocolo H.320 para v´deo conferˆ ncia por LANs, composta
                     a                               ı       e
       pelos principais padr˜ es:
                             o
            – H.225: Protocolo de controle de chamada
                    ∗ RAS (Registration, Admission and Status) – Protocolo para regis-
                      tro, admiss˜ o e status de chamadas.
                                  a
                    ∗ Q.931 – Protocolo utilizado para estabelecer chamadas H.323.
            – H.245: Protocolo de controle de m´diaı
            – H.235: Protocolo para autenticacao e criptografia
                                                ¸˜
                    ¸˜
Outras recomendacoes tamb´ m podem ser utilizadas em conjunto com o padr˜ o H.323,
                              e                                                  a
           a     a                                     ı              ¸˜
mas elas n˜ o ser˜ o o foco deste artigo. Para ser poss´vel a comunicacao entre dois termi-
             ´                                                              ¸˜
nais H.323 e necess´ rio que ambos suportem H.245 para efetuar a negociacao de capaci-
                     a
               ¸˜                                               ¸˜
dades e utilizacao de canais, H.225 para controle da sinalizacao e RTP/RTCP (Real Time
´
Control Protocol) para troca sequencial de pacotes de audio e v´deo. Al´ m disso, o H.323
                                                               ı       e
                                                                    ¸˜
define quatro componentes principais para um sistema de comunicacao baseado em rede:
terminais, gateways, gatekeepers e unidades de controle multiponto (MCU).
7.1. Terminais
                                                                             ¸˜
          Os terminais s˜ o as extremidades da LAN, que efetuam a comunicacao bidire-
                        a
                                                                   ¸˜
cional em tempo real. Estes terminais s˜ o utilizados para comunicacoes de voz e podem
                                        a
                                          ¸˜
opcionalmente dar suporte para comunicacoes de v´deo e dados. Um terminal inclui uma
                                                    ı
unidade de controle de sistema, n´vel H.225, interface de rede, uma unidade codec de
                                    ı
´                                                              ¸˜
audio, e opcionalmente uma unidade de codec de v´deo e aplicacoes de dados. Os termi-
                                                    ı
nais tamb´ m podem ser conhecidos como os softphones, softwares para efetuar chamadas
          e
VoIP.
7.2. Gateways
          Os gateways H.323 s˜ o utilizados para efetuar o estabelecimento de
                                   a
          ¸˜
comunicacao entre terminais de diferentes tipos de redes. O tipo mais comum de ga-
                                ¸˜
teway H.323 permite comunicacoes entre terminais H.323 e telefones da rede p´ blica
                                                                                 u
           ¸˜                                                      ¸˜
de comutacao de circuitos (PSTN). O gateway precisa oferecer traducoes entre diferentes
                                                    ¸˜               ´
formatos de transmiss˜ o, procedimentos de comunicacoes e codecs de audio. Ele tamb´ m
                      a                                                             e
                         ¸˜                                                  ¸˜
pode efetuar a configuracao das chamadas quando utilizado em uma comunicacao ponto
                     ¸˜
a ponto sem a utilizacao de um centralizador, ou um gatekeeper. Podemos citar gateways
                         ¸˜
que efetuam a comunicacao com os principais tipos de tecnologias como:
     • H.323 – ISDN – Comunicacao com telefonia digital.
                              ¸˜
     • H.323 – FXO(Foreign eXchange Office) – Comunicacao com interfaces de um
                                                            ¸˜
       operadora ou central telefˆ nica PABX (Private Automatic Branch Exchange).
                                 o
     • H.323 – FXS(Foreign eXchange Subscriber) - Comunicacao com interfaces
                                                          ¸˜
       anal´ gicas.
           o
     • H.323 – SIP – Interoperabilidade com o protocolo SIP.
       A figura 7 exibe gateways H.323 interligados com diferentes tipos de interfaces.




                               Figura 4. Gateways H.323
7.3. MCU
                                       ´
           MCU (Multi Control Unit) e um componente central que realiza uma con-
ferˆ ncia de chamadas possibilitando que 3 ou mais pessoas possam falar simultaneamente
   e
em um rede exclusivamente H.323.
7.4. Gatekeepers
          Gatekeepers oferecem servicos centralizadores de controle de chamada para ex-
                                      ¸
tremidades H.323, efetuando o registro, admiss˜ o e controle destes. Al´ m disso, efetua
                                               a                        e
                                         ¸˜
o roteamento, encaminhamento e a traducao de endereco de chamadas efetuadas por ter-
                                                       ¸
                                                 ¸˜
minais, gateways e outros gatekeepers. A utilizacao de um gatekeeper em uma rede de
          ¸˜          a ´                                                          ¸˜
comunicacao H.323 n˜ o e obrigat´ ria, por´ m se estiver presente na rede a utilizacao de
                                   o       e
          ¸ ´
seus servicos e necess´ ria. Um gatekeeper pode oferecer os seguintes servicos:
                      a                                                    ¸
     • Traducao de endereco: O gatekeeper realiza a traducao de endereco alias para
            ¸˜            ¸                              ¸˜           ¸
       endereco de transporte.
             ¸
     • Controle de admiss˜ o: Autoriza o acesso a rede por meio de mensagens
                         a                      `
       ARQ(AdmissionRequest), ACF(AdmissionConfirm) e ARJ (AdmissionReject).
     • Gerenciamento e controle de largura de banda: O gatekeeper realiza
       atrav´ s das mensagens BRQ(BandwidthRequest), BRJ(BandwidthReject) e
             e
       BCF(BandwidthConfirm) o gerenciamento e controle de banda de modo a limi-
       tar o n´ mero de conex˜ es simultˆ neas na rede.
               u             o          a
                                  ´
     • Gerenciamento de zona: E poss´vel ao gatekeeper trabalhar com o conceito de
                                        ı
                                         ´
       zonas. No gatekeeper, uma zona e um conjunto de gateways, terminais e gatekee-
       pers diretamente conectados que podem trocar mensagens entre si a fim de rotear
       chamadas.
     • Sinalizacao de controle de chamada: O gatekeeper pode completar o procedi-
               ¸˜
                         ¸˜
       mento de sinalizacao de chamada com outras extremidades H.323 ou pode redire-
                                 ¸˜
       cionar o canal de sinalizacao de chamada para outra extremidade.
     • Autorizacao de chamadas: O gatekeeper pode efetuar a decis˜ o de aceitar ou re-
                ¸˜                                               a
       jeitar uma chamada iniciada por uma entidade H.323.
     • Gerenciamento de chamada: O gatekeeper pode decidir o caminho que uma cha-
       mada deve seguir, a fim de controlar em qual extremidade H.323 a chamada deve
       ser completada.


            ¸˜
7.4.1. Operacao do gatekeeper

                                                  ¸˜
          O gatekeeper pode participar da sinalizacao da chamada utilizando mensagens
           ¸˜                        ¸˜
de sinalizacao descritas na recomendacao H.225 do ITU-T. Neste processo s˜ o realizados
                                                                          a
5 fases:
     • Configuracao de chamada: fase 1
               ¸˜
     • Comunicacao inicial e troca de capacidades: fase 2
               ¸˜
     • Estabelecimento de comunicacao audiovisual: fase 3
                                  ¸˜
     • Servicos de chamada: fase 4
            ¸
     • T´ rmino de chamada: fase 5
        e
Na fase 1, o gatekeeper realiza a troca de mensagens especificadas no H.225.
                           ´
Esta troca de mensagens e realizada entre extremidades H.323 e o gatekeeper, quando
                    ´                                                        ¸˜
uma nova chamada e iniciada. Esta troca de mensagens inicial cont´ m informacoes como
                                                                  e
o endereco chamada ou o E.164 (n´ mero de telefone), endereco do chamador, endereco
         ¸                          u                         ¸                     ¸
de transporte e diversos outros campos necess´ rios para o estabelecimento da chamada.
                                                a
´
E nesta fase que o gatekeeper pode aceitar ou n˜ o uma nova chamada, ou um registro de
                                                 a
uma nova entidade H.323.
                                    ¸˜
       Na fase 2, depois da autorizacao realizada na fase 1, as extremidades podem trocar
capacidades atrav´ s do protocolo H.245, descrito no decorrer do artigo.
                 e
         Na fase 3, ap´ s a troca de capacidades o protocolo H.245 configura um canal
                       o
                                                        ¸˜
l´ gico aberto para diversas trocas de stream de informacao.
 o
                                            ¸˜
        Na fase 4, podem ocorrer operacoes como mudanca de largura de banda,
                                                                 ¸
        ¸˜
verificacao de status de uma extremidade a fim de verificar se ela est´ viva ou n˜ o, ex-
                                                                        a          a
pans˜ o para conferˆ ncias, servicos suplementares, e pausa e novo roteamento iniciado por
     a              e            ¸
dispositivos terceiros.
        Na fase 5, ocorre o termino da chamada atrav´ s de procedimentos para interrom-
                                                      e
per a transmiss˜ o e fechamento de todos os canais l´ gicos.
               a                                    o

              ¸˜
7.5. Recomendacao ITU-T H.225
                         ¸˜      ´
           A recomendacao H.225 e utilizada pelo protocolo H.323 para efetuar o controle
           ¸˜
da sinalizacao das chamadas que estabelece, controla e termina uma chamada H.323. A
        ¸˜             ´
sinalizacao do H.225 e baseada nos procedimentos para controle de chamada em redes
ISDN, o Q.931. Al´ m disso, o protocolo efetua o controle de registro, admiss˜ o, e status
                   e                                                         a
(RAS) entre endpoints e gatekepeers H.323. O protocolo H.225 pode tamb´ m atrav´ s de
                                                                           e         e
                                                      ¸˜
um tunelamento encaminhar mensagens da recomendacao H.245 como forma de atraves-
sar firewalls e diminuir o tempo de troca de mensagens do protocolo H.245, conhecido
                     a                                                    ¸˜
com procedimento r´ pido de troca de mensagens “Fast Start” na definicao da fam´lia     ı
H.323.

              ¸˜
7.6. Recomendacao ITU-T H.245
          O protocolo H.245 define a troca de capacidades realizada entre extremidades
H.323 para o controle multim´dia. Esta troca define os tipos de codecs que ser˜ o uti-
                                ı                                                a
lizados, canais l´ gicos que ser˜ o abertos ou fechados, mensagens de controle de fluxo,
                 o              a
                                       ¸˜
controle de jitter, comandos e indicacoes gerais. O H.245 na primeira vers˜ o do H.323
                                                                           a
efetuava um four-way handshake para a abertura de um canal l´ gico, o que gerava atra-
                                                               o
sos no inicio de uma nova chamava. Com este problema, foi introduzido o procedimento
de “Fast Connect”, enviando as mensagens H.245 encapsuladas no protocolo H.225, re-
alizando assim apenas um two-way handshake, e conseq¨ ente diminuindo o tempo de
                                                           u
estabelecimento da chamada.

              ¸˜
7.7. Recomendacao ITU-T H.235
                        ¸˜        ´
           A recomendacao H.235 e utilizada pelo padr˜ o H.323 para incorporar a auten-
                                                      a
ticidade, confidencialidade e integridade entre todos os componentes da fam´lia H.32X,
                                                                              ı
                                            a          a                  ¸˜
incluindo os protocolos H.225 e H.245 que s˜ o respons´ veis pela sinalizacao das chama-
                     ¸˜                               ¸˜
das. Esta recomendacao efetua processo de autenticacao e criptografia entre a troca de
mensagens das extremidades H.323 de forma a garantir a seguranca do protocolo utili-
                                                                 ¸
                                                          `
zando mecanismos de criptografia dos protocolos de suporte a seguranca IPSEC (Internet
                                                                   ¸
Protocol Security) ou TLS (Transport Layer Security).
            ¸˜
7.8. Integracao de redes
                   ´                   ¸˜
          No H.323 e poss´vel a realizacao de redes integradas (rede mesh), onde todos os
                         ı
                            a                            a                     ´
pontos podem compartilhar tr´ fego de chamada. No padr˜ o H.323 este conceito e definido
como zonas ou neighbors oferecendo uma maior disponibilidade e escalabilidade para a
rede VoIP.

8. O protocolo RTP/RTCP
                                                ´
          O RTP (Real Time Transport Protocol) e um dos protocolos mais importantes
na arquitetura de voz sobre IP. O RTP oferece um mecanismo de remessa de ponta a
                                                  ´
ponta, em tempo, para dados em tempo real, como audio e v´deo. Ele trabalha em cima
                                                         ı
                     ´
do protocolo UDP e e utilizado para o envio de pacotes de voz codificados atrav´ s de
                                                                              e
um codec espec´fico. O RTP n˜ o implementa controle de fluxo, nem garante a entrega
                ı              a
ordenada, por´ m conta com o RTCP para este controle.
              e
       O RTCP (Real Time Control Protocol) possui funcionalidade de controle para
      ¸˜                                                          ¸˜
aplicacoes em tempo real, como o VoIP. Ele implementa a monitoracao de QoS e controle
de congestionamento, sincronismo interm´dia e estimativa e escala do tamanho da sess˜ o.
                                        ı                                           a
                                                       ¸˜
O RTCP trabalha em conjunto com o RTP para a ordenacao e controle dos pacotes.




                           Figura 5. Pilha de protocolos H.323
9. QoS
                                     ´
           QoS (Quality of Service) e a habilidade de prover diferentes prioridades basea-
                      ¸˜                                                        ´ ı
dos no tipo de aplicacao em uma rede de dados. O tr´ fego de voz em uma rede e cr´tico, e
                                                     a
                                                          ¸˜
precisa ter prioridade sobre os demais protocolos e aplicacoes. Existem diferentes meca-
                           ¸˜
nismos para a implementacao de controle de servico que podem ser aplicados aos pacotes
                                                  ¸
                                                                          ¸˜
de voz, cada um com suas caracter´sticas e aplicabilidade. A implementacao de VoIP sem
                                   ı
         ¸˜            a ´
a utilizacao de QoS n˜ o e recomendada, j´ que implica em perda de qualidade das cha-
                                           a
                     ¸˜
madas. A configuracao de QoS deve ser realizada em todos os equipamentos (de n´vel 2  ı
e 3 do modelo OSI) em que o pacote de voz ir´ passar para que n˜ o ocorram gargalos que
                                               a                  a
comprometam a qualidade do servico.  ¸

10. Principais problemas
10.1. Latˆ ncia
         e
            Latˆ ncia no VoIP pode ser considerada como o tempo necess´ rio para a origem
               e                                                        a
                                                                           ¸˜
enviar um pacote de voz e o destino receber, causando atrasos na recepcao da voz. A
   e      ´                       a      ı       u                                     ¸˜
latˆ ncia e influenciada pela distˆ ncia f´sica, n´ mero de hops de roteadores, encriptacao
                       ¸˜             ¸˜                       ¸˜
de dados, e codificacao/descodificacao de voz. Em uma ligacao VoIP, uma pessoa pode
                                                                                ¸˜
perceber o atraso quando a latˆ ncia for superior a 250ms, apesar da recomendacao ITU-T
                                e
que a latˆ ncia total nunca deve ultrapassar os 150ms.
          e

10.2. Jitter
                  ´        ¸˜
           Jitter e a variacao de atraso dos pacotes de voz, quando estes atrasos impactam
                                ¸˜
na qualidade de uma conversacao VoIP. O jitter ocorre quando pacotes de voz s˜ o enviados
                                                                                a
                       ¸˜
e recebidos em variacoes de tempos diferentes. Quando o jitter ocorre em um transmiss˜ o  a
de voz de um sistema VoIP, podem ocorrer sinais de eco e cortes na chamada realizada. A
ocorrˆ ncia de jitter ocorre em praticamente todas as transmiss˜ es de voz realizas na rede
      e                                                         o
de dados. Existem algoritmos que podem ser utilizados para corrigir este problema, como
         ¸˜                              ´                              ¸˜
a utilizacao de um buffer de jitter que e igual ao tempo m´ dio de variacao do jitter. Al´ m
                                                            e                            e
disso, existem algoritmos de cancelamento de eco implementados no codec, que podem
ser utilizados em conjunto com o buffer para melhorar a qualidade da voz. A figura 6
demostra a ocorrˆ ncia de jitter.
                    e




                                Figura 6. Exemplo de Jitter

10.3. Perda de pacotes
                                                                                     ´
           A perda de pacotes durante uma transmiss˜ o de voz pela rede de dados e im-
                                                     a
                                      ¸˜
pactante, e pode inviabilizar a adocao da tecnologia de VoIP. Como os pacotes de voz
trafegam pelo protocolo RTP/UDP, e n˜ o s˜ o retransmitidos, a falha de envio destes paco-
                                         a a
                                                            ¸˜
tes ir´ causar cortes na voz, impossibilitando uma conversacao entre duas extremidades.
      a
A perda de pacotes pode ocorrer por n raz˜ es, que devem ser tratadas corretamente para
                                            o
que o tr´ fego de voz n˜ o seja afetado.
         a             a
10.4. Interoperabilidade
                    ´
           O H.323 e um protocolo complexo que precisa ter um padr˜ o de configuracao
                                                                      a               ¸˜
                                                                    ´
entre todos os equipamentos que ir˜ o formar a rede VoIP. E comum em uma
                                        a
             ¸˜                                                           ¸˜
implementacao, com equipamentos de diferentes fabricantes e configuracoes distintas,
problemas de interoperabilidade que precisam de um longo per´odo para adaptacao e
                                                                  ı                ¸˜
           ¸˜                                   ´                     ¸˜
homologacao. Isto pode ser impactante quando e necess´ ria a integracao de redes H.323
                                                        a
entre diferentes provedores de servicos que possuem estruturas totalmente diferentes.
                                    ¸

11. Seguranca
           ¸
                                            ´
         Como a tecnologia de VoIP e algo relativamente novo, problemas
             ¸        ¸                       ´
com seguranca comecaram a surgir nos ultimos anos, comprometendo a tr´ade           ı
CID(Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade). Abaixo ser´ apresentado algu-
                                                                   a
mas das vulnerabilidades encontradas em estudos de casos da tecnologia VoIP, e de forma
breve, como podem serem evitados estes tipos de ataques.

11.1. Ausˆ ncia de criptografia de voz
         e
             O protocolo RTP/RTCP utilizado para o tr´ fego de pacotes de voz n˜ o realiza
                                                        a                       a
a criptografia dos dados. Da mesma forma, os codecs dispon´veis apresentados neste
                                                                   ı
                                                          ¸˜
artigo, n˜ o oferecem uma camada extra para a aplicacao de um algoritmo que realize a
           a
                                                                ¸˜       ´
cifragem da voz. Apesar dos codecs realizarem a codificacao da voz, e poss´vel realizar
                                                                              ı
                ¸˜
a descodificacao dos pacotes, se houver algum comprometimento na estrutura da rede em
que seja poss´vel realizar a captura do tr´ fego. Se imaginarmos este cen´ rio na Internet,
                 ı                        a                                a
                ´
o problema e mais agravante, uma vez que o pacote de voz pode percorrer caminhos
                                                             ¸˜               ´
distintos, atrav´ s de diferentes roteadores. Para a solucao deste problema e poss´vel a
                   e                                                                  ı
        ¸˜
utilizacao dos canais de voz, utilizando um t´ nel VPN (Virtual Private Nework) atrav´ s
                                                u                                          e
do protocolo IPSEC (IP Security) ou outro protocolo que forneca a cifragem do t´ nel.
                                                                     ¸                  u
             ¸˜                           ´          ¸˜
Uma solucao mais robusta e escal´ vel e a utilizacao do protocolo SRTP(Secure Real-
                                      a
time Transport Protocol) que utiliza o mesmo protocolo RTP/RTCP, mas com a utilizacao     ¸˜
de um algoritmo de cifragem que por padr˜ o utiliza a cifra AES (Advanced Encryption
                                              a
                     ¸˜
Standard). A solucao do SRTP al´ m de prover a confiabilidade, integridade do tr´ fego de
                                   e                                              a
      ´                                                                ´
voz, e um protocolo recomendado para uso exclusivo de VoIP. Essa e uma solucao que ¸˜
                                                                                  ¸˜
j´ est´ implementada nos mais novos dispositivos de VoIP, e tende a ser a solucao para
 a a
problemas de criptografia da voz.

                              ¸˜
11.2. Protocolos para configuracao de equipamentos VoIP
           Assim como em outros equipamentos de rede, dispositivos VoIP possuem os
protocolos HTTP e SNMP(Simple Network Management Protocol) para a configuracao      ¸˜
do equipamento. Como geralmente estes equipamentos est˜ o ligados na Internet, se n˜ o
                                                           a                        a
forem configurados de forma correta, podem ficar vulner´ veis a acessos indevidos utili-
                                                         a
                                                                          ¸˜
zando os protocolos padr˜ es, possibilitando a um atacante que tenha condicoes de abrir
                          o
                                                   ¸˜                     ´        ¸˜
portas para que consiga efetuar chamadas. A solucao para este problema e certificacao
de que o equipamento foi configurado corretamente a fim de n˜ o permitir acesso inde-
                                                                a
             ¸˜
vido, utilizacao de equipamentos como firewalls, que possam aumentar a seguranca da
                                                                                 ¸
                                                                     ¸˜
rede VoIP, al´ m de protocolos que garantam a criptografia na configuracao de um equipa-
             e
mento na internet.
¸˜
11.3. Ataques de negacao de servico
                                 ¸
                               ´
          A tecnologia VoIP e suscet´vel a alguns ataques de DoS(Denial of Service).
                                       ı
                                                             ¸˜
Apesar de existirem equipamentos dedicados para a realizacao de chamadas VoIP, estes
podem ser alvos de ataques DDOS por computadores que possuem um poder de proces-
samento muito alto, degradando a performance do equipamento e consequentemente das
chamadas realizadas. Um ataque do tipo TCP/IP SYN Flood pode facilmente compro-
                               ¸               a                   ¸˜
meter a qualidade de um servico VoIP. No padr˜ o H.323, a utilizacao do protocolo H.225
     e                  a                                                              ¸˜
tamb´ m pode ser vulner´ vel a ataques de DoS se o atacante enviar milhares de solicitacoes
                   a a         ¸˜
a este protocolo. N˜ o h´ solucoes que oferecam uma completa garantia contra este tipo
                                             ¸
                         ¸˜                               ¸˜
de ataque, mas a utilizacao de um controle de autenticacao para o protocolo H.225 em
                            ¸˜
uma rede H.323 e a utilizacao de firewalls podem reduzir consideravelmente a ocorrˆ ncia
                                                                                      e
deste problema.

12. Proxy entre rede VoIP e a rede PSTN
           Um ou mais gateways de voz H.323 que possuam centenas de portas ligadas di-
retamente na rede PSTN e na Internet, pode ser uma grande atrativo para atacantes. Estes
                                                                     ¸˜
equipamentos, se comprometidos, podem ser utilizados para a realizacao de milhares de
                                                       ı           a     `
chamadas em qualquer lugar do mundo, causando preju´zos inestim´ veis a operadora do
                 ¸˜                            ´                    ¸˜
servico. A solucao para este tipo de problema e a correta configuracao dos equipamen-
      ¸
              ¸˜                                                                ¸˜
tos, a utilizacao de firewalls e sistemas de monitoramento que garantam a protecao aos
equipamentos.

                ¸˜
12.1. Implementacao
                            ¸˜
          Para a implementacao de uma estrutura de VoIP baseado no padr˜ o H.323 foram
                                                                       a
utilizados os seguintes componentes:
     • S.O. Linux Centos 5.5 - Sistema Operacional Linux
     • OpenH323 - Biblioteca do protocolo H.323.
     • Gnugk - Gatekeeper para o protocolo H323.
     • Ekiga Softphone - Softphone.
     • Mediatrix 1102 - Gateway de voz H.323 com duas portas FXS.
     • Wireshark - Analisador de tr´ fego utilizado para capturar os pacotes de voz.
                                   a


                                                   ¸˜
            No cen´ rio criado, a partir da instalacao do gatekeeper no sistema operacional
                   a
Centos 5.5, foi poss´vel configurar o softphone e o gateway de voz para o registro no
                       ı
                                               ¸˜
gatekeeper. O softphone recebeu a numeracao (E.164) 10 e o gateway de voz recebeu a
         ¸˜
numeracao 200. Ap´ s o registro de ambas as extremidades no gatekeeper, foi realizado
                       o
atrav´ s do softphone uma chamada para o gateway de voz, estando o Wireshark executado
     e
e efetuando a captura dos pacotes. Ap´ s a troca de capacidades realizada pelo protocolo
                                          o
                         ¸˜
H.245 durante a execucao da chamada, verificou-se que o codec escolhido na troca para
                    ¸˜
efetuar a codificacao da voz, foi o G.711U. Como o Wireshark possui nativamente um
descodificador do codec G.711, foi poss´vel efetuar a captura dos pacotes de voz, desco-
                                            ı
                e                       ı                                            ¸˜
dificar, e atrav´ s de um player de m´dia nativo do Wireshark, executar a conversacao da
´
chamada no dispositivo de som do computador. Confirme a figura 7, e poss´vel verificar
                                                                      ı
a captura de pacotes de voz realizada pelo Wireshark.
       Verificou-se assim, a vulnerabilidade b´ sica que a arquitetura RTP e o codec
                                             a
G.711 pode apresentar, permitindo que atacantes obtenham acesso ao conte´ do falado
                                                                         u
durante as chamadas.




                  Figura 7. Captura de pacotes de voz pelo Wireshark

13. Conclus˜ o
           a
                                                              ´
           Este trabalho procurou entender de modo geral como e realizado a transmiss˜ o
                                                                                      a
do tr´ fego de voz em redes de dados existentes atualmente, utilizando a recomendacao
     a                                                                               ¸˜
                       ı              a        ´
ITU-T H.323. Conclu´mos que o padr˜ o H.323 e robusto e escal´ vel apesar de sua grande
                                                              a
                                                  ´
complexidade. Foi poss´vel concluir que o VoIP e de fato uma tecnologia promissora
                          ı
mas que possui problemas de seguranca que precisam de estudo e an´ lise principalmente
                                      ¸                             a
         `
quanto a sua disponibilidade, que ainda demonstra ser muito vulner´ vel. Trabalhos futu-
                                                                   a
ros ir˜ o demonstrar como funciona detalhadamente o protocolo SIP e quais s˜ o as suas
      a                                                                       a
                                  ¸˜
vantagens e desvantagens em relacao ao protocolo H.323.
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            e               a
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                                         ı
em 25/05/2010
                         a                            ¸˜
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[H.323].            ¸˜
               Definicoes do protocolo H.323,            2010.         Dispon´vel
                                                                            ı      em:
http://www.openh323.org. Acesso em 24/05/2010
[H.323], Paul E. Jones, Packetizer, ”H.323 Protocol Overview”, 2007

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VoIP - Uma análise do protocolo H.323

  • 1. VoIP - Voz sobre IP, uma an´ lise do protocolo H.323 a Seguranca da Informacao ¸ ¸˜ Marcelo Dieder1 1 ¸˜ Seguranca da Informacao ¸ Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS S˜ o Leopoldo – RS – Brazil a {mdieder@sinos.net} Resumo. O objetivo desse artigo e demonstrar as principais tecnologias de voz ´ sobre IP, com enfase no padr˜ o ITU-T H.323. Ser´ apresentado uma vis˜ o geral ˆ a a a do protocolo VoIP, sua hist´ ria, como e realizado a digitalizacao da voz, um o ´ ¸˜ resumo sobre os principais protocolos utilizados atualmente e uma descricao ¸˜ detalhada sobre o padr˜ o H.323. Por fim, pretende-se mostrar os principais a problemas e uma an´ lise de seguranca sobre a tecnologia de VoIP. O artigo pode a ¸ ser utilizado como base para estudos e implementacao de novas arquiteturas ¸˜ baseadas em voz sobre IP. Abstract. The objective of this article is to demonstrate the main technologies of voice over IP, with emphasis on standard ITU-T H.323. Will be presented an overview of the VoIP protocol, its history, how it’s performed the digitization of voice, a summary of the main protocols used today, and a detailed description of the H.323 standard. Finally, we shall show the main problems and a security analysis on the technology of VoIP. ¸˜ 1. Introducao ´ VoIP e uma grande tecnologia emergente que um dia ir´ substituir completa- a mente o sistema telefˆ nico tradicional. Ao mesmo tempo, existem diversos padr˜ es para o o ¸˜ a aplicacao da tecnologia, cada uma com suas vantagens e caracter´sticas. Como voz so- ı ´ ` bre IP e um padr˜ o novo, existem diversos problemas quanto a sua seguranca, com o risco a ¸ de comprometer o crescimento e a sustentabilidade da tecnologia. O artigo visa demons- ¸˜ trar como foi desenvolvido o padr˜ o, em que situacao estamos atualmente, demonstra as a ı ¸˜ caracter´sticas da recomendacao ITU-T H.323, e apresenta quais s˜ o os principais proble- a mas de seguranca e as estrat´ gias para mitigar estes riscos. ¸ e 2. Vis˜ o geral do servico de voz sobre o protocolo IP a ¸ e ´ Voz sobre IP, ou VoIP (Voice over Internet Protocol) como tamb´ m e conhe- ´ ¸˜ cido, e uma tecnologia que permite a digitalizacao da voz humana para transmiss˜ o em a uma rede de dados IP (Internet Protocol), permitindo que pessoas possam conversar entre si utilizando as mesmas redes de dados existentes, eliminando assim as tarifas de longa distˆ ncia ocasionadas atrav´ s de chamadas PSTNs (Public Switched Telephone Network). a e Foi este grande benef´cio que fez com que a tecnologia de voz sobre IP alavancasse gran- ı des investimentos e pesquisas por parte de grandes empresas, para homologar a nova ¸˜ ¸˜ tecnologia que prometia a reducao de custos, e menor administracao. N˜ o h´ d´ vida que a a u
  • 2. ´ ¸˜ o VoIP e uma das tecnologias que mais cresce no setor de telecomunicacoes, oferecendo aos provedores de servicos uma grande oportunidade de crescimento atrav´ s de servicos ¸ e ¸ de valor agregado. 3. Hist´ ria o A primeira transmiss˜ o de voz foi realizada no ano de 1876 por Alexander a e ¸˜ Graham Bell atrav´ s de um circuito direto. Na ligacao realizada atrav´ s do circuito di- e reto n˜ o havia a discagem de n´ meros, mas sim apenas uma conex˜ o f´sica de fios entre a u a ı ¸˜ dois dispositivos. Neste modelo a comunicacao era unidirecional, permitindo apenas um lado falar por vez. Com o passar do tempo a tecnologia de transmiss˜ o de voz evoluiu, a ¸˜ passando a ser bidirecional, permitindo dois lados de uma conversacao a falar ao mesmo tempo e ainda integrando-se a milhares de outros pontos, formando uma rede telefˆ nica o integrada. Na d´ cada de 90, as redes de dados comecaram a trafegar sobre circuitos que at´ e ¸ e ent˜ o eram exclusivos para a telefonia. Com o aumento da demanda por conex˜ es de da- a o dos, elas sobrepuseram a voz como tr´ fego prim´ rio em muitas redes que at´ ent˜ o eram a a e a ı ¸ a ` espec´ficas para voz. Comecou a surgir ent˜ o a necessidade de trafegar a voz sobre a rede de dados, iniciando o desenvolvimento de uma nova tecnologia, o VoIP. Em 1995, uma empresa de Israel iniciou um projeto de desenvolvimento da tecnologia, digitalizando, comprimindo e transmitindo a voz em uma rede de dados. A tecnologia evoluiu, cri- ando diversos padr˜ es aderidos por grande parte do mundo como um novo padr˜ o para a o a telefonia, reduzindo custos e proporcionando uma capacidade de expans˜ o. a ¸˜ 4. Digitalizacao da Voz Tudo o que escutamos est´ na forma anal´ gica. Da mesma forma, a rede te- a o lefˆ nica at´ alguns anos atr´ s tamb´ m trabalhava de forma anal´ gica. Posteriormente, a o e a e o rede telefˆ nica evoluiu e passou a trabalhar em redes digitais que garantiam uma maior o ¸˜ confiabilidade e qualidade. A transformacao de um sinal anal´ gico para um sinal digital e o ´ e ¸˜ realizado atrav´ s da modulacao por c´ digo de pulso PCM (Pulse Code Modulation), que o ´ ¸˜ e o m´ todo mais utilizado para a comunicacao de voz em fluxo digital. A grande van- e ´ tagem deste protocolo e sua retransmiss˜ o, permitindo a possibilidade de transmiss˜ es a a o a ´ longos alcances sem a perda de qualidade, o que n˜ o e poss´vel com a rede anal´ gica. No ı o a ´ e ´ VoIP, a transmiss˜ o da voz e realizada atrav´ s da voz digitalizada. E poss´vel dividi-la ı em pequenos pacotes IP que s˜ o transmitidos em conjunto com outros pacotes de dados - a estes pacotes s˜ o recebidos em outra ponta, s˜ o remontados e transformados novamente a a em voz. Conforme as figuras 1 e 2, podemos verificar o comportamento de um sinal anal´ gico e um sinal digital. o
  • 3. ´ Figura 1. Onda de um sinal analogico ˜ Figura 2. Transmissao de um sinal digital 5. Codec Podemos definir codec como um algoritmo que codifica e descodifica sinais de voz e ou v´deo para transmiss˜ o em uma rede de dados digitais. O codec efetua a ı a ¸˜ codificacao de um sinal, transmite em uma rede de dados digital, e descodifica na outra ponta. Codecs s˜ o utilizados para codificar e descodificar (ou compactando e descom- a pactando) v´ rios tipos de dados com o prop´ sito de diminuir o tamanho da informacao a o ¸˜ e utilizar menos recursos do que sua forma descodificada utilizaria, economizando as- sim a banda dispon´vel em uma rede de dados por exemplo. Em um sistema de telefo- ı ¸˜ ´ ´ nia IP a utilizacao de um codec e essencial. E atrav´ s do codec que um sistema VoIP e se torna vi´ vel, possibilitando que v´ rios canais de voz possam ser transmitidos em um a a mesmo canal de dados. Existem diversos tipos de codecs e que utilizam formas diferentes ¸˜ ¸˜ de codificacao e compactacao dos quais podemos listar os mais utilizados na tecnologia VoIP: ¸˜ G.711 – A recomendacao da ITU-T(Telecommunication Standardization Sector) ´ ¸˜ ´ e o padr˜ o internacional para codificacao de audio telefˆ nico em um canal de 64Kbps. O a o G.711 pode codificar frequˆ ncias entre 0 a 4 kHz e tˆ m duas variantes, a lei A (G.711A) e e ´ e a lei (G.711U). A lei A e o padr˜ o para os circuitos internacionais. a ¸˜ G.723 – A recomendacao G.723.1 da ITU-T define o requisito para um codec de baixa velocidade (5,3 e 6,3 Kbps). O codec G.723 pode aceitar duas taxas diferentes ¸˜ de bits, de 5,3 e 6,3 Kbps e efetua a codificacao em frames de 30ms, introduzindo um retardo algor´tmico total de 37.5ms. A vers˜ o do G.723 de 6.3 Kbps oferece uma maior ı a ¸˜ ´ qualidade para a codificacao da fala. O G.723 e utilizado principalmente em transmiss˜ es o
  • 4. para VoIP, apesar de existirem outros codecs com qualidade superior e que utilizam uma taxa de dados semelhante. O uso do G.723 requer uma licenca para as patentes que ¸ cobrem o algoritmo. ´ G.729 – O codec G.729 e o padr˜ o ITU-T para transmiss˜ es em redes de dados a o utilizando uma pequena taxa de largura de banda e oferecendo uma excelente qualidade de ´ audio. O G.729 tem diversas variantes, dentre as quais podemos citar as duas principais, ¸˜ o G.729 Annex A e o G.729 Annex B. O G.729A efetua a codificacao em frames de 10ms introduzindo um retardo algor´tmico total de 15ms e uma taxa de velocidade de 8Kbps. O ı G.729B al´ m das caracter´sticas do G.729A, introduz tamb´ m a supress˜ o de silˆ ncio, ou e ı e a e ´ como originalmente e conhecido, o VAD (Voice Activity Detection), reduzindo a banda necess´ ria para a transmiss˜ o em redes de dados j´ que prevˆ a transmiss˜ o de qualquer a a a e a ¸˜ tipo de frame sem atividade de voz. Assim como o G.723, a utilizacao do codec G.729 e ¸ ´ tamb´ m requer licenca para as patentes que cobrem o algoritmo. Este e um dos codecs mais utilizados, sendo largamente utilizado nas transmiss˜ es de VoIP pela internet. o A figura 3 apresenta a taxa de transferˆ ncia de codecs baseado no conceito de e MOS(Mean Opinion Score). Figura 3. MOS de diferentes codecs 6. Principais Protocolos ¸˜ Existem atualmente diversos protocolos utilizados para controle e sinalizacao de voz sobre IP em uma rede de dados, dos quais podemos citar o H.323 - padr˜ o reco- a mendado pelo ITU-T, SIP (Session Iniciation Protocol) – padr˜ o recomendado pelo IETF a (Internet Engineering Task Force) e o MGCP (Media Gateway Control Protocol). • O H.323, padr˜ o recomendado pelo ITU-T e um dos protocolos mais utilizados a ´ ¸˜ atualmente para a comunicacao, sendo tamb´ m um dos mais complexos. Ele foi e ¸˜ ´ desenvolvido para a utilizacao de tr´ fego multim´dia, podendo trafegar audio, a ı v´deo e dados em uma rede baseada em IP, embora seja apenas obrigat´ rio a ı o ¸˜ ´ utilizacao de audio. • O SIP, padr˜ o recomendado pelo IETF e um protocolo de sinalizacao simples a ´ ¸˜ descrito na RFC 3261, baseado em protocolos de texto com o HTTP (Hypertext
  • 5. Transfer Protocol) e o SMTP (Simple Mail Transfer Protocol), atuando no n´velı ¸˜ de aplicacao, estabelecendo, modificando e terminando sess˜ es multim´dia e ou o ı ¸˜ ´ ligacoes. Juntamente com o H.323 e um dos protocolos mais utilizados atual- mente, e sua simplicidade de arquitetura est´ tornando-o o principal protocolo de a voz sobre IP desenvolvido especificamente para uso na Internet. • O MGCP, padronizacao do IETF, e tamb´ m conhecido como o protocolo ME- ¸˜ ´ e ¸˜ GACO ap´ s uma cooperacao de trabalho entre os grupos ITU-T e IETF. E um o ´ ¸˜ protocolo utilizado para a integracao de redes SS7(Signaling System No. 7) com a tecnologia VoIP. ¸˜ ¸˜ Al´ m da utilizacao de um protocolo de sinalizacao, a arquitetura VoIP necessita e ¸˜ da utilizacao de outros protocolos IP para o encapsulamento da voz, como o RTP (Real- ¸˜ time Transport Protocol) para o transporte de pacotes de voz e algoritmos de codificacao ¸˜ e decodificacao de voz, os codecs. 7. O protocolo H.323 a a ´ Conforme j´ citado, o padr˜ o ITU-T H.323 e uma s´ rie de protocolos utilizados e para o tr´ fego de voz, v´deo e dados em uma rede IP. Ele foi originalmente desenvolvido a ı pelo ITU-T em 1996 como um protocolo para realizar videoconferˆ ncias, permitindo que e clientes se conectassem entre si em uma LAN (Local Area Network) Ethernet. A partir do seu desenvolvimento, o protocolo evoluiu, sendo utilizado largamente por grupos de ¸˜ estudos e corporacoes que ajudaram a desenvolver e passaram a utiliz´ -lo na Internet. Sua a ´ a ´ ultima revis˜ o e a H.323v7, liberada em 2009 pelo ITU-T. O protocolo foi desenvolvido para trabalhar na camada de transporte do modelo OSI (Open System Interconnection), e pode ser transportado em qualquer tipo de rede baseada em pacotes como Ethernet, TCP (Transmission Control Protocol)/UDP(User Datagram Protocol)/IP, ATM(Asynchronous ¸˜ Transfer Mode), and Frame Relay para prover comunicacao multim´dia em tempo real. ı ¸˜ A recomendacao H.323 faz parte de uma s´ rie de outros protocolos desenvolvidos para e ¸˜ a comunicacao multim´dia. A pilha de protocolos da fam´lia H.323 pode ser visualizada ı ı conforme figura 5. A s´ rie conhecida como H.32X, inclui um lista de v´ rios padr˜ es que e a o s˜ o aplicados ao H.323, conforme segue: a • H.320: Padr˜ o original de v´deo conferˆ ncia ISDN (Integrated Services Digital a ı e Network) • H.323: Extens˜ o do protocolo H.320 para v´deo conferˆ ncia por LANs, composta a ı e pelos principais padr˜ es: o – H.225: Protocolo de controle de chamada ∗ RAS (Registration, Admission and Status) – Protocolo para regis- tro, admiss˜ o e status de chamadas. a ∗ Q.931 – Protocolo utilizado para estabelecer chamadas H.323. – H.245: Protocolo de controle de m´diaı – H.235: Protocolo para autenticacao e criptografia ¸˜ ¸˜ Outras recomendacoes tamb´ m podem ser utilizadas em conjunto com o padr˜ o H.323, e a a a ı ¸˜ mas elas n˜ o ser˜ o o foco deste artigo. Para ser poss´vel a comunicacao entre dois termi- ´ ¸˜ nais H.323 e necess´ rio que ambos suportem H.245 para efetuar a negociacao de capaci- a ¸˜ ¸˜ dades e utilizacao de canais, H.225 para controle da sinalizacao e RTP/RTCP (Real Time
  • 6. ´ Control Protocol) para troca sequencial de pacotes de audio e v´deo. Al´ m disso, o H.323 ı e ¸˜ define quatro componentes principais para um sistema de comunicacao baseado em rede: terminais, gateways, gatekeepers e unidades de controle multiponto (MCU). 7.1. Terminais ¸˜ Os terminais s˜ o as extremidades da LAN, que efetuam a comunicacao bidire- a ¸˜ cional em tempo real. Estes terminais s˜ o utilizados para comunicacoes de voz e podem a ¸˜ opcionalmente dar suporte para comunicacoes de v´deo e dados. Um terminal inclui uma ı unidade de controle de sistema, n´vel H.225, interface de rede, uma unidade codec de ı ´ ¸˜ audio, e opcionalmente uma unidade de codec de v´deo e aplicacoes de dados. Os termi- ı nais tamb´ m podem ser conhecidos como os softphones, softwares para efetuar chamadas e VoIP. 7.2. Gateways Os gateways H.323 s˜ o utilizados para efetuar o estabelecimento de a ¸˜ comunicacao entre terminais de diferentes tipos de redes. O tipo mais comum de ga- ¸˜ teway H.323 permite comunicacoes entre terminais H.323 e telefones da rede p´ blica u ¸˜ ¸˜ de comutacao de circuitos (PSTN). O gateway precisa oferecer traducoes entre diferentes ¸˜ ´ formatos de transmiss˜ o, procedimentos de comunicacoes e codecs de audio. Ele tamb´ m a e ¸˜ ¸˜ pode efetuar a configuracao das chamadas quando utilizado em uma comunicacao ponto ¸˜ a ponto sem a utilizacao de um centralizador, ou um gatekeeper. Podemos citar gateways ¸˜ que efetuam a comunicacao com os principais tipos de tecnologias como: • H.323 – ISDN – Comunicacao com telefonia digital. ¸˜ • H.323 – FXO(Foreign eXchange Office) – Comunicacao com interfaces de um ¸˜ operadora ou central telefˆ nica PABX (Private Automatic Branch Exchange). o • H.323 – FXS(Foreign eXchange Subscriber) - Comunicacao com interfaces ¸˜ anal´ gicas. o • H.323 – SIP – Interoperabilidade com o protocolo SIP. A figura 7 exibe gateways H.323 interligados com diferentes tipos de interfaces. Figura 4. Gateways H.323
  • 7. 7.3. MCU ´ MCU (Multi Control Unit) e um componente central que realiza uma con- ferˆ ncia de chamadas possibilitando que 3 ou mais pessoas possam falar simultaneamente e em um rede exclusivamente H.323. 7.4. Gatekeepers Gatekeepers oferecem servicos centralizadores de controle de chamada para ex- ¸ tremidades H.323, efetuando o registro, admiss˜ o e controle destes. Al´ m disso, efetua a e ¸˜ o roteamento, encaminhamento e a traducao de endereco de chamadas efetuadas por ter- ¸ ¸˜ minais, gateways e outros gatekeepers. A utilizacao de um gatekeeper em uma rede de ¸˜ a ´ ¸˜ comunicacao H.323 n˜ o e obrigat´ ria, por´ m se estiver presente na rede a utilizacao de o e ¸ ´ seus servicos e necess´ ria. Um gatekeeper pode oferecer os seguintes servicos: a ¸ • Traducao de endereco: O gatekeeper realiza a traducao de endereco alias para ¸˜ ¸ ¸˜ ¸ endereco de transporte. ¸ • Controle de admiss˜ o: Autoriza o acesso a rede por meio de mensagens a ` ARQ(AdmissionRequest), ACF(AdmissionConfirm) e ARJ (AdmissionReject). • Gerenciamento e controle de largura de banda: O gatekeeper realiza atrav´ s das mensagens BRQ(BandwidthRequest), BRJ(BandwidthReject) e e BCF(BandwidthConfirm) o gerenciamento e controle de banda de modo a limi- tar o n´ mero de conex˜ es simultˆ neas na rede. u o a ´ • Gerenciamento de zona: E poss´vel ao gatekeeper trabalhar com o conceito de ı ´ zonas. No gatekeeper, uma zona e um conjunto de gateways, terminais e gatekee- pers diretamente conectados que podem trocar mensagens entre si a fim de rotear chamadas. • Sinalizacao de controle de chamada: O gatekeeper pode completar o procedi- ¸˜ ¸˜ mento de sinalizacao de chamada com outras extremidades H.323 ou pode redire- ¸˜ cionar o canal de sinalizacao de chamada para outra extremidade. • Autorizacao de chamadas: O gatekeeper pode efetuar a decis˜ o de aceitar ou re- ¸˜ a jeitar uma chamada iniciada por uma entidade H.323. • Gerenciamento de chamada: O gatekeeper pode decidir o caminho que uma cha- mada deve seguir, a fim de controlar em qual extremidade H.323 a chamada deve ser completada. ¸˜ 7.4.1. Operacao do gatekeeper ¸˜ O gatekeeper pode participar da sinalizacao da chamada utilizando mensagens ¸˜ ¸˜ de sinalizacao descritas na recomendacao H.225 do ITU-T. Neste processo s˜ o realizados a 5 fases: • Configuracao de chamada: fase 1 ¸˜ • Comunicacao inicial e troca de capacidades: fase 2 ¸˜ • Estabelecimento de comunicacao audiovisual: fase 3 ¸˜ • Servicos de chamada: fase 4 ¸ • T´ rmino de chamada: fase 5 e
  • 8. Na fase 1, o gatekeeper realiza a troca de mensagens especificadas no H.225. ´ Esta troca de mensagens e realizada entre extremidades H.323 e o gatekeeper, quando ´ ¸˜ uma nova chamada e iniciada. Esta troca de mensagens inicial cont´ m informacoes como e o endereco chamada ou o E.164 (n´ mero de telefone), endereco do chamador, endereco ¸ u ¸ ¸ de transporte e diversos outros campos necess´ rios para o estabelecimento da chamada. a ´ E nesta fase que o gatekeeper pode aceitar ou n˜ o uma nova chamada, ou um registro de a uma nova entidade H.323. ¸˜ Na fase 2, depois da autorizacao realizada na fase 1, as extremidades podem trocar capacidades atrav´ s do protocolo H.245, descrito no decorrer do artigo. e Na fase 3, ap´ s a troca de capacidades o protocolo H.245 configura um canal o ¸˜ l´ gico aberto para diversas trocas de stream de informacao. o ¸˜ Na fase 4, podem ocorrer operacoes como mudanca de largura de banda, ¸ ¸˜ verificacao de status de uma extremidade a fim de verificar se ela est´ viva ou n˜ o, ex- a a pans˜ o para conferˆ ncias, servicos suplementares, e pausa e novo roteamento iniciado por a e ¸ dispositivos terceiros. Na fase 5, ocorre o termino da chamada atrav´ s de procedimentos para interrom- e per a transmiss˜ o e fechamento de todos os canais l´ gicos. a o ¸˜ 7.5. Recomendacao ITU-T H.225 ¸˜ ´ A recomendacao H.225 e utilizada pelo protocolo H.323 para efetuar o controle ¸˜ da sinalizacao das chamadas que estabelece, controla e termina uma chamada H.323. A ¸˜ ´ sinalizacao do H.225 e baseada nos procedimentos para controle de chamada em redes ISDN, o Q.931. Al´ m disso, o protocolo efetua o controle de registro, admiss˜ o, e status e a (RAS) entre endpoints e gatekepeers H.323. O protocolo H.225 pode tamb´ m atrav´ s de e e ¸˜ um tunelamento encaminhar mensagens da recomendacao H.245 como forma de atraves- sar firewalls e diminuir o tempo de troca de mensagens do protocolo H.245, conhecido a ¸˜ com procedimento r´ pido de troca de mensagens “Fast Start” na definicao da fam´lia ı H.323. ¸˜ 7.6. Recomendacao ITU-T H.245 O protocolo H.245 define a troca de capacidades realizada entre extremidades H.323 para o controle multim´dia. Esta troca define os tipos de codecs que ser˜ o uti- ı a lizados, canais l´ gicos que ser˜ o abertos ou fechados, mensagens de controle de fluxo, o a ¸˜ controle de jitter, comandos e indicacoes gerais. O H.245 na primeira vers˜ o do H.323 a efetuava um four-way handshake para a abertura de um canal l´ gico, o que gerava atra- o sos no inicio de uma nova chamava. Com este problema, foi introduzido o procedimento de “Fast Connect”, enviando as mensagens H.245 encapsuladas no protocolo H.225, re- alizando assim apenas um two-way handshake, e conseq¨ ente diminuindo o tempo de u estabelecimento da chamada. ¸˜ 7.7. Recomendacao ITU-T H.235 ¸˜ ´ A recomendacao H.235 e utilizada pelo padr˜ o H.323 para incorporar a auten- a ticidade, confidencialidade e integridade entre todos os componentes da fam´lia H.32X, ı a a ¸˜ incluindo os protocolos H.225 e H.245 que s˜ o respons´ veis pela sinalizacao das chama- ¸˜ ¸˜ das. Esta recomendacao efetua processo de autenticacao e criptografia entre a troca de
  • 9. mensagens das extremidades H.323 de forma a garantir a seguranca do protocolo utili- ¸ ` zando mecanismos de criptografia dos protocolos de suporte a seguranca IPSEC (Internet ¸ Protocol Security) ou TLS (Transport Layer Security). ¸˜ 7.8. Integracao de redes ´ ¸˜ No H.323 e poss´vel a realizacao de redes integradas (rede mesh), onde todos os ı a a ´ pontos podem compartilhar tr´ fego de chamada. No padr˜ o H.323 este conceito e definido como zonas ou neighbors oferecendo uma maior disponibilidade e escalabilidade para a rede VoIP. 8. O protocolo RTP/RTCP ´ O RTP (Real Time Transport Protocol) e um dos protocolos mais importantes na arquitetura de voz sobre IP. O RTP oferece um mecanismo de remessa de ponta a ´ ponta, em tempo, para dados em tempo real, como audio e v´deo. Ele trabalha em cima ı ´ do protocolo UDP e e utilizado para o envio de pacotes de voz codificados atrav´ s de e um codec espec´fico. O RTP n˜ o implementa controle de fluxo, nem garante a entrega ı a ordenada, por´ m conta com o RTCP para este controle. e O RTCP (Real Time Control Protocol) possui funcionalidade de controle para ¸˜ ¸˜ aplicacoes em tempo real, como o VoIP. Ele implementa a monitoracao de QoS e controle de congestionamento, sincronismo interm´dia e estimativa e escala do tamanho da sess˜ o. ı a ¸˜ O RTCP trabalha em conjunto com o RTP para a ordenacao e controle dos pacotes. Figura 5. Pilha de protocolos H.323
  • 10. 9. QoS ´ QoS (Quality of Service) e a habilidade de prover diferentes prioridades basea- ¸˜ ´ ı dos no tipo de aplicacao em uma rede de dados. O tr´ fego de voz em uma rede e cr´tico, e a ¸˜ precisa ter prioridade sobre os demais protocolos e aplicacoes. Existem diferentes meca- ¸˜ nismos para a implementacao de controle de servico que podem ser aplicados aos pacotes ¸ ¸˜ de voz, cada um com suas caracter´sticas e aplicabilidade. A implementacao de VoIP sem ı ¸˜ a ´ a utilizacao de QoS n˜ o e recomendada, j´ que implica em perda de qualidade das cha- a ¸˜ madas. A configuracao de QoS deve ser realizada em todos os equipamentos (de n´vel 2 ı e 3 do modelo OSI) em que o pacote de voz ir´ passar para que n˜ o ocorram gargalos que a a comprometam a qualidade do servico. ¸ 10. Principais problemas 10.1. Latˆ ncia e Latˆ ncia no VoIP pode ser considerada como o tempo necess´ rio para a origem e a ¸˜ enviar um pacote de voz e o destino receber, causando atrasos na recepcao da voz. A e ´ a ı u ¸˜ latˆ ncia e influenciada pela distˆ ncia f´sica, n´ mero de hops de roteadores, encriptacao ¸˜ ¸˜ ¸˜ de dados, e codificacao/descodificacao de voz. Em uma ligacao VoIP, uma pessoa pode ¸˜ perceber o atraso quando a latˆ ncia for superior a 250ms, apesar da recomendacao ITU-T e que a latˆ ncia total nunca deve ultrapassar os 150ms. e 10.2. Jitter ´ ¸˜ Jitter e a variacao de atraso dos pacotes de voz, quando estes atrasos impactam ¸˜ na qualidade de uma conversacao VoIP. O jitter ocorre quando pacotes de voz s˜ o enviados a ¸˜ e recebidos em variacoes de tempos diferentes. Quando o jitter ocorre em um transmiss˜ o a de voz de um sistema VoIP, podem ocorrer sinais de eco e cortes na chamada realizada. A ocorrˆ ncia de jitter ocorre em praticamente todas as transmiss˜ es de voz realizas na rede e o de dados. Existem algoritmos que podem ser utilizados para corrigir este problema, como ¸˜ ´ ¸˜ a utilizacao de um buffer de jitter que e igual ao tempo m´ dio de variacao do jitter. Al´ m e e disso, existem algoritmos de cancelamento de eco implementados no codec, que podem ser utilizados em conjunto com o buffer para melhorar a qualidade da voz. A figura 6 demostra a ocorrˆ ncia de jitter. e Figura 6. Exemplo de Jitter 10.3. Perda de pacotes ´ A perda de pacotes durante uma transmiss˜ o de voz pela rede de dados e im- a ¸˜ pactante, e pode inviabilizar a adocao da tecnologia de VoIP. Como os pacotes de voz trafegam pelo protocolo RTP/UDP, e n˜ o s˜ o retransmitidos, a falha de envio destes paco- a a ¸˜ tes ir´ causar cortes na voz, impossibilitando uma conversacao entre duas extremidades. a A perda de pacotes pode ocorrer por n raz˜ es, que devem ser tratadas corretamente para o que o tr´ fego de voz n˜ o seja afetado. a a
  • 11. 10.4. Interoperabilidade ´ O H.323 e um protocolo complexo que precisa ter um padr˜ o de configuracao a ¸˜ ´ entre todos os equipamentos que ir˜ o formar a rede VoIP. E comum em uma a ¸˜ ¸˜ implementacao, com equipamentos de diferentes fabricantes e configuracoes distintas, problemas de interoperabilidade que precisam de um longo per´odo para adaptacao e ı ¸˜ ¸˜ ´ ¸˜ homologacao. Isto pode ser impactante quando e necess´ ria a integracao de redes H.323 a entre diferentes provedores de servicos que possuem estruturas totalmente diferentes. ¸ 11. Seguranca ¸ ´ Como a tecnologia de VoIP e algo relativamente novo, problemas ¸ ¸ ´ com seguranca comecaram a surgir nos ultimos anos, comprometendo a tr´ade ı CID(Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade). Abaixo ser´ apresentado algu- a mas das vulnerabilidades encontradas em estudos de casos da tecnologia VoIP, e de forma breve, como podem serem evitados estes tipos de ataques. 11.1. Ausˆ ncia de criptografia de voz e O protocolo RTP/RTCP utilizado para o tr´ fego de pacotes de voz n˜ o realiza a a a criptografia dos dados. Da mesma forma, os codecs dispon´veis apresentados neste ı ¸˜ artigo, n˜ o oferecem uma camada extra para a aplicacao de um algoritmo que realize a a ¸˜ ´ cifragem da voz. Apesar dos codecs realizarem a codificacao da voz, e poss´vel realizar ı ¸˜ a descodificacao dos pacotes, se houver algum comprometimento na estrutura da rede em que seja poss´vel realizar a captura do tr´ fego. Se imaginarmos este cen´ rio na Internet, ı a a ´ o problema e mais agravante, uma vez que o pacote de voz pode percorrer caminhos ¸˜ ´ distintos, atrav´ s de diferentes roteadores. Para a solucao deste problema e poss´vel a e ı ¸˜ utilizacao dos canais de voz, utilizando um t´ nel VPN (Virtual Private Nework) atrav´ s u e do protocolo IPSEC (IP Security) ou outro protocolo que forneca a cifragem do t´ nel. ¸ u ¸˜ ´ ¸˜ Uma solucao mais robusta e escal´ vel e a utilizacao do protocolo SRTP(Secure Real- a time Transport Protocol) que utiliza o mesmo protocolo RTP/RTCP, mas com a utilizacao ¸˜ de um algoritmo de cifragem que por padr˜ o utiliza a cifra AES (Advanced Encryption a ¸˜ Standard). A solucao do SRTP al´ m de prover a confiabilidade, integridade do tr´ fego de e a ´ ´ voz, e um protocolo recomendado para uso exclusivo de VoIP. Essa e uma solucao que ¸˜ ¸˜ j´ est´ implementada nos mais novos dispositivos de VoIP, e tende a ser a solucao para a a problemas de criptografia da voz. ¸˜ 11.2. Protocolos para configuracao de equipamentos VoIP Assim como em outros equipamentos de rede, dispositivos VoIP possuem os protocolos HTTP e SNMP(Simple Network Management Protocol) para a configuracao ¸˜ do equipamento. Como geralmente estes equipamentos est˜ o ligados na Internet, se n˜ o a a forem configurados de forma correta, podem ficar vulner´ veis a acessos indevidos utili- a ¸˜ zando os protocolos padr˜ es, possibilitando a um atacante que tenha condicoes de abrir o ¸˜ ´ ¸˜ portas para que consiga efetuar chamadas. A solucao para este problema e certificacao de que o equipamento foi configurado corretamente a fim de n˜ o permitir acesso inde- a ¸˜ vido, utilizacao de equipamentos como firewalls, que possam aumentar a seguranca da ¸ ¸˜ rede VoIP, al´ m de protocolos que garantam a criptografia na configuracao de um equipa- e mento na internet.
  • 12. ¸˜ 11.3. Ataques de negacao de servico ¸ ´ A tecnologia VoIP e suscet´vel a alguns ataques de DoS(Denial of Service). ı ¸˜ Apesar de existirem equipamentos dedicados para a realizacao de chamadas VoIP, estes podem ser alvos de ataques DDOS por computadores que possuem um poder de proces- samento muito alto, degradando a performance do equipamento e consequentemente das chamadas realizadas. Um ataque do tipo TCP/IP SYN Flood pode facilmente compro- ¸ a ¸˜ meter a qualidade de um servico VoIP. No padr˜ o H.323, a utilizacao do protocolo H.225 e a ¸˜ tamb´ m pode ser vulner´ vel a ataques de DoS se o atacante enviar milhares de solicitacoes a a ¸˜ a este protocolo. N˜ o h´ solucoes que oferecam uma completa garantia contra este tipo ¸ ¸˜ ¸˜ de ataque, mas a utilizacao de um controle de autenticacao para o protocolo H.225 em ¸˜ uma rede H.323 e a utilizacao de firewalls podem reduzir consideravelmente a ocorrˆ ncia e deste problema. 12. Proxy entre rede VoIP e a rede PSTN Um ou mais gateways de voz H.323 que possuam centenas de portas ligadas di- retamente na rede PSTN e na Internet, pode ser uma grande atrativo para atacantes. Estes ¸˜ equipamentos, se comprometidos, podem ser utilizados para a realizacao de milhares de ı a ` chamadas em qualquer lugar do mundo, causando preju´zos inestim´ veis a operadora do ¸˜ ´ ¸˜ servico. A solucao para este tipo de problema e a correta configuracao dos equipamen- ¸ ¸˜ ¸˜ tos, a utilizacao de firewalls e sistemas de monitoramento que garantam a protecao aos equipamentos. ¸˜ 12.1. Implementacao ¸˜ Para a implementacao de uma estrutura de VoIP baseado no padr˜ o H.323 foram a utilizados os seguintes componentes: • S.O. Linux Centos 5.5 - Sistema Operacional Linux • OpenH323 - Biblioteca do protocolo H.323. • Gnugk - Gatekeeper para o protocolo H323. • Ekiga Softphone - Softphone. • Mediatrix 1102 - Gateway de voz H.323 com duas portas FXS. • Wireshark - Analisador de tr´ fego utilizado para capturar os pacotes de voz. a ¸˜ No cen´ rio criado, a partir da instalacao do gatekeeper no sistema operacional a Centos 5.5, foi poss´vel configurar o softphone e o gateway de voz para o registro no ı ¸˜ gatekeeper. O softphone recebeu a numeracao (E.164) 10 e o gateway de voz recebeu a ¸˜ numeracao 200. Ap´ s o registro de ambas as extremidades no gatekeeper, foi realizado o atrav´ s do softphone uma chamada para o gateway de voz, estando o Wireshark executado e e efetuando a captura dos pacotes. Ap´ s a troca de capacidades realizada pelo protocolo o ¸˜ H.245 durante a execucao da chamada, verificou-se que o codec escolhido na troca para ¸˜ efetuar a codificacao da voz, foi o G.711U. Como o Wireshark possui nativamente um descodificador do codec G.711, foi poss´vel efetuar a captura dos pacotes de voz, desco- ı e ı ¸˜ dificar, e atrav´ s de um player de m´dia nativo do Wireshark, executar a conversacao da
  • 13. ´ chamada no dispositivo de som do computador. Confirme a figura 7, e poss´vel verificar ı a captura de pacotes de voz realizada pelo Wireshark. Verificou-se assim, a vulnerabilidade b´ sica que a arquitetura RTP e o codec a G.711 pode apresentar, permitindo que atacantes obtenham acesso ao conte´ do falado u durante as chamadas. Figura 7. Captura de pacotes de voz pelo Wireshark 13. Conclus˜ o a ´ Este trabalho procurou entender de modo geral como e realizado a transmiss˜ o a do tr´ fego de voz em redes de dados existentes atualmente, utilizando a recomendacao a ¸˜ ı a ´ ITU-T H.323. Conclu´mos que o padr˜ o H.323 e robusto e escal´ vel apesar de sua grande a ´ complexidade. Foi poss´vel concluir que o VoIP e de fato uma tecnologia promissora ı mas que possui problemas de seguranca que precisam de estudo e an´ lise principalmente ¸ a ` quanto a sua disponibilidade, que ainda demonstra ser muito vulner´ vel. Trabalhos futu- a ros ir˜ o demonstrar como funciona detalhadamente o protocolo SIP e quais s˜ o as suas a a ¸˜ vantagens e desvantagens em relacao ao protocolo H.323.
  • 14. Referˆ ncias Bibliogr´ ficas e a AMES Peter,MANOJ Bathia,SATISH Kalidini,SUDIPTO Mukherjee, Fundamentos de ¸˜ VoIP, Edicao: 2, 2008 HOWDHURY,Dhiman D., Projetos Avancados de Redes IP, Ano 2002 ¸ [H.323], H.323 STANDARDS, 2010 Dispon´vel ı em: http://www.packetizer.com/ipmc/h323/standards.html, Acesso em: 25/05/2010 [H.323], A Primer on the H.323 Series Standard Version 2.0, 2010 Dispon´vel em: ı http://www.packetizer.com/ipmc/h323/papers/primer, Acesso em: 24/05/2010 [H.225], Recommendation H.225.0, 2009 Dispon´vel em http://www.itu.int/rec/T-REC- ı H.225.0-200912-I/en, Acesso em: 26/05/2010 [H.323], H.323 and Associated Protocols, 1999 Dispon´vel ı em http://www.cs.wustl.edu/ jain/cis788-99/ftp/h323/index.html, Acesso em: 26/05/2010 [H.235], H.235 Implementors’ Guide, 2005 Dispon´vel em http://www.itu.int/ITU- ı T/studygroups/com16/ig-files/h.235-0508.pdf, Acesso em: 24/05/2010 [G.729], Coding of speech at 8 kbit/s using conjugate-structure algebraic-code-excited li- near prediction (CS-ACELP), 2009 Dispon´vel em http://www.itu.int/rec/T-REC-G.729/e, ı Acesso em: 22/05/2010 [MGCP], Media Gateway Control Protocol (MGCP), 2006 Dispon´vel em ı http://www.cisco.com/en/US/tech/tk652/tk701/tk419/tsdt echnologys upports ub − protocolh ome.html, Acessoem : 20/05/2010 [RFC3435], Media Gateway Control Protocol (MGCP), 2003 Dispon´vel em ı http://tools.ietf.org/html/rfc3435, Acesso em 20/05/2010 [RFC3711], The Secure Real-time Transport Protocol (SRTP), 2004 Dispon´vel em ı http://www.ietf.org/rfc/rfc3711.txt, Acesso em 25/05/2010 [GNUGK], OpenH323 Gatekeeper, 2010 Dispon´vel em http://www.gnugk.org, Acesso ı em 25/05/2010 a ¸˜ [H.323], H.323: Um padr˜ o para sistemas de comunicacao multim´dia baseado em ı pacotes, 2001 Dispon´vel em http://www.rnp.br/newsgen/0111/h323.html, Acesso em ı 24/05/2010 [RFC5117], RTP Topologies, 2008 Dispon´vel ı em RTP - http://www.faqs.org/rfcs/rfc5117.html, Acesso em 24/05/2010 [H.323], H.323 Mediated Voice over IP: Protocols, Vulnerabilities and Remediation, 2004 Dispon´vel em http://www.symantec.com/connect/articles/h323-mediated-voice-over-ip- ı protocols-vulnerabilities-amp-remediation, Acesso em 24/05/2010 [H.323], Security Guide for H.323 Videoconferencing, 2004 Dispon´vel em ı http://www.ja.net/documents/services/video/vtas/323security.pdf. Acesso em 24/05/2010 [H.225], International Telecommunication Union Telecommunication Standardization Sector ITU-T, ”Call signalling protocols and media stream packetization for packet-based multimedia communication systems”, 2009
  • 15. [H.235], International Telecommunication Union Telecommunication Standardization Sector ITU-T, ”Security and encryption for H-Series (H.323 and other H.245-based) mul- timedia terminals”, 1998 [H.323]. ¸˜ Definicoes do protocolo H.323, 2010. Dispon´vel ı em: http://www.openh323.org. Acesso em 24/05/2010 [H.323], Paul E. Jones, Packetizer, ”H.323 Protocol Overview”, 2007