ATIVIDADE AVALIATIVA DO CURSO DE PÓS‐GRADUAÇÃO
PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO DAS UNIDADES CURRICULARES
TECNOLOGIAS LIMPAS
E
POLUIÇÃO HÍDRICA, DO SOLO E DO AR
2. Produção do Conhecimento das Unidades Curriculares Tecnologias Limpas e Poluição Hídrica, do Solo e do Ar
Vicente Figna
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1‐ Definição de matriz energética e impacto ambiental.
R – A matriz energética de dado País, ou Região, ou de qualquer outra escala geográfica, é
toda a energia, renovável ou não, disponível para ser processada, distribuída e consumida
nos diversos sistemas produtivos do mesmo.
Impactos ambientais são quaisquer alterações das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente provenientes de atividades humanas, afetando ou
socialmente, ou economicamente, ou esteticamente, ou sanitariamente, ou ainda
alterando recursos ambientais seja quantitativamente, seja qualitativamente. Impactos
podem ser positivos e negativos. Quando negativos por conta de qualquer atividade,
precisam ser evitados e/ou mitigados.
2‐ Identificação de dois aspectos ambientais na prospecção de petróleo.
R – Primeiro: para haver a extração de petróleo é necessário perfurar um poço, o que já
provoca uma alteração no estado natural do fundo oceânico existente antes mesmo do
início da perfuração propriamente dita. Dentre os consideráveis impactos negativos
podemos ressaltar a perturbação de comunidades bentônicas existentes no leito
oceânico, seja na superfície da camada de sedimento, seja no interior das camadas
superiores do substrato, normalmente composto por sedimentos muito finos (a depender
da distância da costa e profundidade onde se encontra a área de prospecção),
caracterizado como principal nicho para organismos tubícolas, representantes
importantíssimos em diversos níveis da cadeia trófica nos oceanos. Apesar de parecer
muito pontual esse tipo de impacto negativo, o mesmo existe e não pode ser
desmerecido, principalmente quando se é sabido que o número de perfurções de poços
de petróleo cresce em escala geométrica.
Segundo: após o esgotamento de um poço de petróleo, todo o resíduo do que foi utilizado
para o estabelecimento da produção desse determinado poço vai permanecer no fundo
oceânico, abandonado à mercer do intemperismo natural dos oceanos. Além das
estruturas que compõem o poço ainda é possível que existam resíduos que se perderam,
ou foram lançados ao mar durante o tempo de atividade da unidade de prospecção (o
que ainda acontece até hoje em algumas unidades na ativa em águas brasileiras).
Registros em vídeo, feitos por R.O.V. (Remotely Operated underwater Vehicle) em
atividades de rotina para averiguação de poços, mostram vários tipos de resíduos
abandonados no fundo do mar, os vídeos costumam aparecer de tempos em tempos na
internet, mas duram pouco tempo pois são retirados pelas empresas operadoras para
evitar desgaste com clientes, quem trabalha no ramo confirma essa existência. Mas
mesmo que não existissem os registros, somente com alguns números da Bacia de
Campos, que começou a operar em 1974 e atualmente conta com um pouco mais de mil
poços interligados por 4.200km de dutos no fundo do mar, é possível imaginar o que
sobrou para o mar nesses mais de 35 anos de atividade. Atualmente qualquer atividade
petrolífera, principalmente as prévias à produção (aquisição sísmica e perfuração) contam
com uma legislação ambiental específica e muito melhor acompanhamento e fiscalização
atraves do licenciamento ambiental.
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3‐ Identificar os impactos ambientais na construção de uma usina hidroelétrica, bem como
os benefícios para a população.
R – Impactos Negativos:
alagamento de vasta área em torno da bacia hidrográfica contribuinte, muitas vezes
com ambiente natural preservado, outras com área totalmente antropizada;
comprometimento de toda fauna e flora dos ecossistemas associados à área alagada,
direta e indiretamente;
em algumas ocasiões remanejamento de comunidades tradicionais para novas áreas,
há situações em que cidades inteiras são submersas;
aumento de área refletiva da luz solar devido às dimensões dos alagados formados,
interferindo no micro‐clima de determinadas regiões;
alteração de ambientes lênticos para torná‐los lóticos, com sérias repercursões para a
ictiofauna associada e por consequência a todos os outros elos da cadeia trófica
associada; e,
criação de novas barreiras geográficas, tornando obstáculos leves naturais em grandes
obstáculos artificiais muitas vezes intrasponíveis por organismos que conseguiam
transpor os naturais.
Impactos Positivos:
geração de energia elétrica; e,
geração de determinada parcela de empregos.
4‐ Identificar os pontos negativos e positivos na produção de Etanol e Biodiesel.
R – Impactos Negativos:
latifundios com monocultura;
uso desenfreado de fertilizantes;
realização de queimadas, no desmatamento de novas áreas e na queima tradicional da
colheita da cana‐de‐açúcar;
incremento na distância entre as classes sociais, mais especificamente entre os donos
dos latifundios e os boias‐frias que cortam a cana, paradigma social, poucos com muito
e muitos com quase nada;
alteração de ambientes naturais para implementação de novas áreas de produção
agrícolas, reduzindo cada vez mais ecossistemas à esparssas unidades de conservação,
com sérias repercursões para a fauna e a flora silvestre; e,
redução na produção de outros produtos agrícolas, competição por espaço entre
vegetais de biocombustíveis e alimentos.
Impactos Positivos:
fonte de energia automotriz renovável;
geração de determinada parcela de empregos;
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diminuição na emissão dos gases nocivos do efeito estufa, com ressalvas aqui para o
etanol que ainda tem gasolina adicionada na sua composição na forma como é
encontrado nos postos de combustíveis;
mudança de conduta populacional consequente do conhecimento adquirido no dia‐a‐
dia desde que essas fontes de energia tornaram‐se parte da rotina de muitos cidadãos,
o que só contribue para um incremento de cultura ecologicamente correta; e,
possibilidade de soberania energética do país e exportação de tecnologia e mão de
obra especializada para outros países em desenvolvimento e porque não
desenvolvidos.
5‐ Benefícios e impactos da energia eólica.
R – A energia eólica é renovável e apresenta muitas vantagens para países como o Brasil, o
qual possui grande área com vocação para geração desse tipo de energia. Os materiais
para produção das turbinas que transformam a energia eólica em elétrica ainda são
provenientes de processos de extração de recursos não renováveis, mas com a crescente
implementação de tecnologias de reciclagem de materiais pode chegar a um patamar de
total aproveitamento de resíduos provenientes de outras cadeias industriais.
Possivelmente, os principais impactos negativos da geração de energia eólica são a
poluição visual, já que ultrapassa o visual de paisagens naturais e a utilização de espaços,
demasiadamente grandes em algumas “fazendas” de produção desse tipo de energia. No
segundo caso, o aproveitamento de áreas onde já existe outra utilização produtiva, pode
servir, desde que uma atividade não anule a outra, podendo assim haver uma associação
de atividades para aproveitamento de áreas diminuindo a competição por espaço entre
atividades produtivas, por exemplo, uma fazenda de produção de grão pode abrigar sem
muitos problemas diversas turbinas de geração de energia eólica.
6‐ Previsão futura para tecnologias limpas.
R – A raça humana não tem para onde correr, ou quebra paradigmas e adota desde já o
compromisso de implementação de todas as tecnologias limpas passíveis de aplicação, ou
vai sucumbir antes mesmo que consiga encontrar ter tecnologia para encontra e se mudar
para um outro planeta similar ao nosso (alternativa, sonho e anseio para muitos
cientistas). O conhecimento para as mais variadas soluções em relação à utilização de
tecnologias limpas já existe a algumas décadas, muitos ainda de forma teórica, outros já
de maneira prática e palpável. Contudo, existe toda uma conduta cultural que foi criada
desde o advento da revolução industrial, onde o consumo desenfreado é o combustível
que sustenta toda essa cadeia de produção e gerenciamento de países e fábricas que ai
estão. Para que algo realmente comece a mudar, muita coisa precisa ser feita, mas antes
de tudo precisamos mudar nosso condicionamento, começando a consumir menos e por
consequência explorar cada vez com mais cuidado nossos recursos e assim gerar menos
resíduos, tudo isso fazendo uso do conhecimento que se tem e que ainda está por se
adquirir das tecnologias ecoeficientes.
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7‐ Energia nuclear, passado ou futuro?
R – Honestamente, como considerar tal qual algo que representa o futuro, uma energia que
tem como resíduo, componentes os quais não somos capazes de reutilizar, reciclar ou
reaproveitar completamente? Possivelmente, num futuro (aparentemente muito
distante) seremos capazes de tirar melhor proveito dessa fonte de energia sem correr
tantos riscos, ambientais e salutares. Todavia acredito que o investimento nesse tipo de
energia poderia ser distribuido entre muitas outras tecnologias muito mais ecoeficientes,
até porque a energia nuclear é demasiadamente cara, de acordo com dados de um
empresa de extração mineral européia, em 2007 uma grama de Urânio 235 (enriquecido)
custava 76000 Euros, algo em torno de R$ 228000. Imagine agora o que se poderia fazer
com a verba gasta em usinas de energia nuclear, aplicando em outras tecnologias de
geração de energia renovável. Vale ressaltar também que essa mesma grama de Urânio
235 é capaz de gerar energia elétrica para uma residência que consome
aproximadamente 352kWh durante cerca de 126 anos dados da mesma empresa
européia.
8‐ Sustentabilidade e mudança na matriz energética.
R – A sustentabilidade está intimamente ligada à capacidade de produzir sem destruir ou
esgotar determinado recurso ou ecossistema. Quando associamos essa possibilidade a
uma mudança na matriz energética, se analizarmos friamente, muito do que se apresenta
hoje como solução para essa mudança não condiz com os preceitos básicos de
sustentabilidade. Matrizes energéticas para serem sustentáveis devem levar em conta
todo processo de geração de energia, todos os passos envolvidos, sem esquecer de nada,
tal qual um dossiê, um inventário. Somente de posse de um levantamento minucioso
como esse poderemos afirmar se determinada tecnologia integrante de uma matriz
energética é sustentável.
9‐ Como o solo funciona na depuração dos poluentes?
R – Apesar de limitada o solo tem a capacidade de depuração de impurezas através da
imobilização, do retardamento e da degradação. Quando imobiliza um poluente ele
funciona como um compartimento encapsulador de tal forma a reter o poluente evitando
que o mesmo acabe por lixiviar para um lençol freático por exemplo. Isso se dá muitas
vezes por afinidades químicas entre elementos presentes no solo e no poluente, nessa
reação acontece a formação de depósitos de compostos resultandes desta e os mesmos
podem permanecer intocados e estáveis até que aconteça alguma intervenção mecânica
antrópica, ou natural, expondo esse depósito. Quando retarda o poluente o solo atrasa o
processo de lixiviação entre o momento em que o poluente penetrou no solo e o contato
com as camadas inferiores onde estão, por exemplo, as águas subterrâneas. Quando
degrada um poluente o solo atua como transformador, na verdade o solo muitas das
vezes numa situação de degradação age como substrato para os organismos que realizam
a degradação do poluente.
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10‐ Quais os problemas mais comuns decorrentes da poluição atmosférica?
R – Primeiramente os mais conhecidos da população, problemas relacionados com a saúde
humana:
Câncer de pele, ocasionado pela ruptura e/ou reação química da camada de ozônio,
ocasionada pela emissão do gás Cloro Flúor Carbono;
Problemas respiratórios , ocasionados principalmente pela emissão de gases
compostos por moléculas de carbono e oxigênio, como o CO (monóxido de carbono) e
o CO2 (dióxido de carbono), que também são os principais gases responsáveis pelo
efeito estufa; e,
Problemas carcinogênicos, muitas gerações vem nascendo com maiores tendências a
desenvolver os mais variados tipos de câncer, por conta do efeito bioacumulador dos
metais pesados dispersos na forma particulada na atmosfera e que respiramos
diariamente nas grande cidades, o que vai passando para nossos descendentes de
atarvés da propensão a formação de células defeituosas.
Também temos os problemas causados pelos poluentes convertidos em ácidos, que
retornam à biosfera como chuva ácida, que resulta num intemperismo, acelerado além das
proporções naturais, de diversos ambientes e objetos.
Através da difusão entre a atmosfera e os oceanos também temos a acidificação dos
mesmos ocasionando a morte de importantes ecossistemas baseados em estruturas
calcáreas como os corais, que cosntituem um dos mais importantes organismos para o
equilíbrio da vida marinha.