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Daiane Coimbra Pacheco 
Técnicas de manejo, abate e amaciamento da carne bovina 
Porto Alegre 
2014
2 
1 INTRODUÇÃO 
O Rio Grande do Sul é um estado de forte tradição na pecuária, tornando-se um 
forte fornecedor de carne para o país, outros estados também tem esta capacidade, como 
o centro-oeste. A abertura econômica nos últimos anos possibilitou a disponibilidade de 
carnes, Uruguaias e Argentinas ao consumidor brasileiro, abrindo um leque maior de 
poder de escolha. No Rio Grande do Sul a tradição do churrasco gaúcho é muito bem 
conhecida, a procura e a escolha de um produto de qualidade que satisfaça o cliente vêm 
aumentando cada vez mais. No Rio Grande do Sul o churrasco não é visto apenas como 
uma tradição, mas também existe um simbolismo para quem faz, como se fosse um 
ritual. O termo “churrasco” serve de marketing internacional da carne bovina, visto que 
tem uma imagem positiva e até mesmo o modo de preparo da carne. (CALVETE, 
2009). 
Geralmente os consumidores de carne bovina julgam a qualidade da carne, pela 
sua suculência, sabor, aroma, cor e maciez, e estas características influenciam no 
momento da compra do produto e após o consumo, a satisfação do cliente. (CALVETE, 
2009). 
Tendo em vista a grande demanda e procura de carne de qualidade e com preço 
justo, tem-se a necessidade de entender como o manejo, abate e os fatores pós morten 
influenciam na qualidade e maciez da carne bovina, os fatores organolépticos são 
essenciais para uma boa aceitação da carne no mercado Brasileiro. Este trabalho visa 
buscar maior conhecimento sobre os processos pré e pós morten que favorecem na 
qualidade da transformação do músculo em carne.
3 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 Manejo no pré abate: 
O manejo geralmente ocorre na propriedade ou fazenda sendo mantido até o 
abate do animal, este processo quando empregado corretamente garante condições 
higiênico sanitárias e diminuição de estresse do animal, garantindo que o animal seja 
sadio, que vão garantir juntamente com as técnicas de transformação do músculo em 
carne a qualidade da carne a ser distribuída para o consumidor. Entre essas ações o 
principal objetivo é a diminuição do estresse do animal durante o trajeto até o 
matadouro que visa que o animal chegue em boas condições para o abate. Sem injurias 
eu possam prejudicar a carcaça do animal. Dentre este processo é possível viabilizar 
ações simples como cuidados com o transporte, banho de aspersão com água clorada, 
alimentação e um ambiente mais tranquilo que diminua o estresse do animal, também 
torna-se necessário que a condução do animal até matadouro não seja tumultuada, que 
não utilizem mecanismos de choque e utensílios que machuquem e estressem o animal. 
2.2 Abate: 
Os animais devem ir para o box de atordoamento onde animal deve receber o 
golpe na região frontal, na junção entre a linha imaginária que fica entre a base dos 
chifres e dos olhos quando o método de insensibilização usado for o percussivo 
penetrativo. Quando o método usado for o percussivo não penetrativo este golpe deve 
ser disparado 2 a 3 centímetros acima da mesma linha imaginária. (BRANCO, 2010) 
Na insensibilização realizada conforme os padrões de bem estar animal, o 
animal não deve ter reflexo ocular ou respiratório, pedalada com as patas traseiras são 
aceitáveis. Logo após este processo o animal deve ser içado e sangrado, para manter os 
atributos de qualidade da carne e bem estar animal. Entre a insensibilização e a sangria 
o tempo não deve exceder um minuto, para que o animal não retome seus reflexos. Na 
sangria completa, tanto as artérias carótidas como a jugular devem ser incisadas, e o 
animal deve permanecer na calha de sangria por 3 minutos para que todo o sangue seja 
evacuado. Deve existir um dispositivo elétrico para promover a estimulação elétrica nos 
animais, com a finalidade de acelerar a glicólise e início do rigor mortis. Neste 
momento de sangria nenhuma atividade deve ser realizada, como corte de chifres,
4 
retirada de couro ou mocotó. Todos estes cuidados garantem a carne de melhor 
qualidade, reduzindo carne com DFD, ou seja, dura, seca e escura. (BRANCO, 2010) 
2.3 Maturação da carne: 
A maturação da carne é um processo em que a carne é mantida sob temperatura 
de refrigeração, durante 7 a 21 dias em temperatura acima do ponto de congelamento 
(1,5 ºC) para tornar a carne mais macia. Vários processos são adicionados junto a 
maturação das carnes procurando direta ou indiretamente atuar sobre a maciez do 
produto final. São utilizados estimulação elétrica, aplicação de enzimas, injeções de 
Ca++ e também cruzamento genético. (MORAES, 2009). 
O principal mecanismo de amaciamento da carne é a maturação, que é 
realizada pelas enzimas presentes na carcaça que realizam reações químicas naturais 
presentes no rigor mortis, no entanto está não é a principal responsável pela maciez da 
carne, tendo em vista a idade, raça, condições pré mortis do animal e alimentação dos 
mesmos também são fatores que influenciam na maciez. Durante o processo de 
maturação a carne deve ser embalada a vácuo, para retardar o crescimento de bactérias 
aeróbicas putrefativas e favorecer o crescimento das bactérias láticas, que, por sua vez, 
produzem substâncias antimicrobianas. As enzimas responsáveis pelo processo de 
amaciamento são enzimas endógenas. As principais enzimas são as calpaínas e as 
catepsinas, capazes de hidrolisar as proteínas miofibrilares. Já a enzima calpastatina 
inibe a ação das calpaínas. Animais com altas concentrações desta enzima possuem a 
carne menos macia, como é o caso dos zebuínos. (MORAES, 2009). 
O processo de maturação da carne consiste basicamente na respiração 
anaeróbica, com aumento da produção de acido láctico que por sua vez ativa a reação 
das enzimas pela diminuição de pH e o resfriamento +/- 1,5ºC possibilita maior tempo 
para o amaciamento pela quebra das fibras do músculo estriado, alem de conservar a 
carne por mais tempo. (MORAES, 2009) 
Resumidamente os processos que são utilizados juntamente com a maturação 
da carne são: a adição de Ca++ que seria para aumentar o substrato para que as enzimas 
calpainas que são dependentes deste acelerassem sua ação além de manter a reação por 
mais tempo, já a eletro estimulação aceleraria o rigor mostis pela utilização de ATP e 
aceleração do rigor mortis, onde ocorre a contração involuntária muscular e bovinos
5 
geneticamente cruzados teriam menos quantidade de enzimas calpastatinas que inibem a 
ação das calpainas que são as enzimas endógenas responsáveis pela maciez da carne.
6 
3 CONCLUSÃO 
Tendo em vista os processos para se obter uma carne de qualidade, que 
mantenha seus valores nutricionais e organolépticos, torna-se evidente que não há 
apenas um método para se obter um produto de qualidade, os fatores como os cuidados 
no pré mortis do animal são essenciais para garantir uma carcaça hígida, sem perdas por 
lesões, estresse do animal ou contaminação, garantindo a efetividade da maturação. 
Juntamente com estas precauções o abate e sangria do animal deve ser um processo 
rígido no controle de qualidade e na humanização do animal, no que diz respeito a 
maturação e amaciamento da carne acredito que seja o resfriamento durante 7 a 21 dias 
o melhor, alem de ser um processo natural pois compreende fatores intrínsecos 
provenientes do animal, também torna-se mais viável visto que não são empregadas 
outras técnicas como a adição de cálcio e eletro estimulação, sem necessidade de 
cruzamento com outras raças, diminuindo a necessidade de mão de obra qualificada 
para estes processos, a principal desvantagem é o cuidado durante a maturação da carne, 
pois o tempo da maturação pode alterar suas características, tendo que ter um controle 
para que a carne não ganhe características indesejáveis que causem uma má impressão 
ao consumidor, tais como cor, odor e sabor, o que resultaria na não aceitação e 
consequentemente perda do produto.
7 
BIBLIOGRAFIA 
BRANCO, Manejo humanitário no pré abate. IEPEC. 2010, Disponível em: 
http://www.iepec.com/noticia/manejo-humanitario-no-pre-abate 
CALVETE, Roberta Azambuja. O processo de escolha da carne para churrasco sob a 
ótica do consumidor gaúcho. 2009. 
MORAES, Melinda Starling de. Maturação da carne bovina. 2009

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Técnicas de manejo, abate e amaciamento

  • 1. Daiane Coimbra Pacheco Técnicas de manejo, abate e amaciamento da carne bovina Porto Alegre 2014
  • 2. 2 1 INTRODUÇÃO O Rio Grande do Sul é um estado de forte tradição na pecuária, tornando-se um forte fornecedor de carne para o país, outros estados também tem esta capacidade, como o centro-oeste. A abertura econômica nos últimos anos possibilitou a disponibilidade de carnes, Uruguaias e Argentinas ao consumidor brasileiro, abrindo um leque maior de poder de escolha. No Rio Grande do Sul a tradição do churrasco gaúcho é muito bem conhecida, a procura e a escolha de um produto de qualidade que satisfaça o cliente vêm aumentando cada vez mais. No Rio Grande do Sul o churrasco não é visto apenas como uma tradição, mas também existe um simbolismo para quem faz, como se fosse um ritual. O termo “churrasco” serve de marketing internacional da carne bovina, visto que tem uma imagem positiva e até mesmo o modo de preparo da carne. (CALVETE, 2009). Geralmente os consumidores de carne bovina julgam a qualidade da carne, pela sua suculência, sabor, aroma, cor e maciez, e estas características influenciam no momento da compra do produto e após o consumo, a satisfação do cliente. (CALVETE, 2009). Tendo em vista a grande demanda e procura de carne de qualidade e com preço justo, tem-se a necessidade de entender como o manejo, abate e os fatores pós morten influenciam na qualidade e maciez da carne bovina, os fatores organolépticos são essenciais para uma boa aceitação da carne no mercado Brasileiro. Este trabalho visa buscar maior conhecimento sobre os processos pré e pós morten que favorecem na qualidade da transformação do músculo em carne.
  • 3. 3 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Manejo no pré abate: O manejo geralmente ocorre na propriedade ou fazenda sendo mantido até o abate do animal, este processo quando empregado corretamente garante condições higiênico sanitárias e diminuição de estresse do animal, garantindo que o animal seja sadio, que vão garantir juntamente com as técnicas de transformação do músculo em carne a qualidade da carne a ser distribuída para o consumidor. Entre essas ações o principal objetivo é a diminuição do estresse do animal durante o trajeto até o matadouro que visa que o animal chegue em boas condições para o abate. Sem injurias eu possam prejudicar a carcaça do animal. Dentre este processo é possível viabilizar ações simples como cuidados com o transporte, banho de aspersão com água clorada, alimentação e um ambiente mais tranquilo que diminua o estresse do animal, também torna-se necessário que a condução do animal até matadouro não seja tumultuada, que não utilizem mecanismos de choque e utensílios que machuquem e estressem o animal. 2.2 Abate: Os animais devem ir para o box de atordoamento onde animal deve receber o golpe na região frontal, na junção entre a linha imaginária que fica entre a base dos chifres e dos olhos quando o método de insensibilização usado for o percussivo penetrativo. Quando o método usado for o percussivo não penetrativo este golpe deve ser disparado 2 a 3 centímetros acima da mesma linha imaginária. (BRANCO, 2010) Na insensibilização realizada conforme os padrões de bem estar animal, o animal não deve ter reflexo ocular ou respiratório, pedalada com as patas traseiras são aceitáveis. Logo após este processo o animal deve ser içado e sangrado, para manter os atributos de qualidade da carne e bem estar animal. Entre a insensibilização e a sangria o tempo não deve exceder um minuto, para que o animal não retome seus reflexos. Na sangria completa, tanto as artérias carótidas como a jugular devem ser incisadas, e o animal deve permanecer na calha de sangria por 3 minutos para que todo o sangue seja evacuado. Deve existir um dispositivo elétrico para promover a estimulação elétrica nos animais, com a finalidade de acelerar a glicólise e início do rigor mortis. Neste momento de sangria nenhuma atividade deve ser realizada, como corte de chifres,
  • 4. 4 retirada de couro ou mocotó. Todos estes cuidados garantem a carne de melhor qualidade, reduzindo carne com DFD, ou seja, dura, seca e escura. (BRANCO, 2010) 2.3 Maturação da carne: A maturação da carne é um processo em que a carne é mantida sob temperatura de refrigeração, durante 7 a 21 dias em temperatura acima do ponto de congelamento (1,5 ºC) para tornar a carne mais macia. Vários processos são adicionados junto a maturação das carnes procurando direta ou indiretamente atuar sobre a maciez do produto final. São utilizados estimulação elétrica, aplicação de enzimas, injeções de Ca++ e também cruzamento genético. (MORAES, 2009). O principal mecanismo de amaciamento da carne é a maturação, que é realizada pelas enzimas presentes na carcaça que realizam reações químicas naturais presentes no rigor mortis, no entanto está não é a principal responsável pela maciez da carne, tendo em vista a idade, raça, condições pré mortis do animal e alimentação dos mesmos também são fatores que influenciam na maciez. Durante o processo de maturação a carne deve ser embalada a vácuo, para retardar o crescimento de bactérias aeróbicas putrefativas e favorecer o crescimento das bactérias láticas, que, por sua vez, produzem substâncias antimicrobianas. As enzimas responsáveis pelo processo de amaciamento são enzimas endógenas. As principais enzimas são as calpaínas e as catepsinas, capazes de hidrolisar as proteínas miofibrilares. Já a enzima calpastatina inibe a ação das calpaínas. Animais com altas concentrações desta enzima possuem a carne menos macia, como é o caso dos zebuínos. (MORAES, 2009). O processo de maturação da carne consiste basicamente na respiração anaeróbica, com aumento da produção de acido láctico que por sua vez ativa a reação das enzimas pela diminuição de pH e o resfriamento +/- 1,5ºC possibilita maior tempo para o amaciamento pela quebra das fibras do músculo estriado, alem de conservar a carne por mais tempo. (MORAES, 2009) Resumidamente os processos que são utilizados juntamente com a maturação da carne são: a adição de Ca++ que seria para aumentar o substrato para que as enzimas calpainas que são dependentes deste acelerassem sua ação além de manter a reação por mais tempo, já a eletro estimulação aceleraria o rigor mostis pela utilização de ATP e aceleração do rigor mortis, onde ocorre a contração involuntária muscular e bovinos
  • 5. 5 geneticamente cruzados teriam menos quantidade de enzimas calpastatinas que inibem a ação das calpainas que são as enzimas endógenas responsáveis pela maciez da carne.
  • 6. 6 3 CONCLUSÃO Tendo em vista os processos para se obter uma carne de qualidade, que mantenha seus valores nutricionais e organolépticos, torna-se evidente que não há apenas um método para se obter um produto de qualidade, os fatores como os cuidados no pré mortis do animal são essenciais para garantir uma carcaça hígida, sem perdas por lesões, estresse do animal ou contaminação, garantindo a efetividade da maturação. Juntamente com estas precauções o abate e sangria do animal deve ser um processo rígido no controle de qualidade e na humanização do animal, no que diz respeito a maturação e amaciamento da carne acredito que seja o resfriamento durante 7 a 21 dias o melhor, alem de ser um processo natural pois compreende fatores intrínsecos provenientes do animal, também torna-se mais viável visto que não são empregadas outras técnicas como a adição de cálcio e eletro estimulação, sem necessidade de cruzamento com outras raças, diminuindo a necessidade de mão de obra qualificada para estes processos, a principal desvantagem é o cuidado durante a maturação da carne, pois o tempo da maturação pode alterar suas características, tendo que ter um controle para que a carne não ganhe características indesejáveis que causem uma má impressão ao consumidor, tais como cor, odor e sabor, o que resultaria na não aceitação e consequentemente perda do produto.
  • 7. 7 BIBLIOGRAFIA BRANCO, Manejo humanitário no pré abate. IEPEC. 2010, Disponível em: http://www.iepec.com/noticia/manejo-humanitario-no-pre-abate CALVETE, Roberta Azambuja. O processo de escolha da carne para churrasco sob a ótica do consumidor gaúcho. 2009. MORAES, Melinda Starling de. Maturação da carne bovina. 2009