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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA
DO SUL DE MINAS GERAIS
CAMPUS AVANÇADO TRÊS CORAÇÕES
EDUARDO BONETTI
DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS APLICADAS EM
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: UM ESTUDO NA REDE FEDERAL DE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
TRÊS CORAÇÕES - MG
2020
EDUARDO BONETTI
DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS APLICADAS EM
INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: UM ESTUDO NA REDE FEDERAL DE
EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Gestão Estratégica de
Negócios, do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Sul
de Minas Gerais, Campus Avançado
Três Corações, como requisito parcial à
obtenção do título de Especialista em
Gestão Estratégica de Negócios.
Orientador: Donizeti Leandro de Souza
TRÊS CORAÇÕES - MG
2020
FOLHA DE APROVAÇÃO
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Gestão Estratégica de Negócios, do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Campus Avançado Três Corações, como requisito
parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão Estratégica de Negócios.
Título: Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas: um estudo na rede
federal de educação profissional, científica e tecnológica.
Autor: Eduardo Bonetti
Orientador: Donizeti Leandro de Souza
Aprovado em ________ de __________________________ de ____________.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________ ________________________________
Assinatura do Orientador Assinatura do aluno
________________________________ ________________________________
Assinatura do Examinador 1 Assinatura do Examinador 2
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Donizeti Leandro de Souza, orientador deste trabalho, por compartilhar o banco
de dados essencial para o desenvolvimento da pesquisa. Agradeço, também, sua disposição
em compartilhar da experiência na área, em ser exemplo de dedicação, paciência e
comprometimento com o resultado; não somente durante a execução do trabalho de
conclusão de curso, mas em todas as atividades desenvolvidas durante a pós-graduação. Sem
a sua orientação, auxílio e acompanhamento constantes não seria possível concluir esta etapa.
Muito obrigado!
Aos membros do colegiado de curso, na figura da coordenadora, Prof. Dra. Paula Magda da
Silva Roma, por permitirem concluir a pesquisa.
BONETTI, Eduardo. Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas:
um estudo na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Trabalho de
Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Negócios), Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Três Corações, 2020.
RESUMO
Apesar do processo de expansão do ensino superior na última década ter feito o Brasil galgar
posições em produção científica a nível mundial, nota-se que o desenvolvimento de pesquisas
aplicadas e inovadoras ainda é pequeno. Neste contexto, o objetivo deste estudo é avaliar
como as instituições que compõem a RFEPCT estão orientando suas pesquisas, bem como
avaliar a preocupação das mesmas com pesquisas orientadas para resolver os problemas da
sociedade. Para tanto, foi realizado um levantamento de campo, via e-survey (questionários
eletrônicos), realizado por meio de 312 pesquisadores da RFEPCT. Dentre os resultados
evidenciados, percebe-se que as pesquisas são orientadas, principalmente, pelos interesses do
pesquisador e pela disponibilidade de recursos. Ainda que haja concordância significativa
entre os participantes de que a pesquisa aplicada tem muita relevância, fatores como
concentração de esforços das unidades em ensino, baixo interesse e preparo científico dos
alunos, além da baixa popularização das pesquisas desenvolvidas constituem desafios a serem
superados, surgindo a necessidade de novos debates e reflexões.
Palavras-chave: Inovação. REFPCT. Pesquisa aplicada. Levantamento de campo.
BONETTI, Eduardo. Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas:
em estudo na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Trabalho de
Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Negócios), Instituto Federal
de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Três Corações, 2020.
ABSTRACT
Although the process of expansion of higher education in the last decade has made Brazil
climb positions in scientific production worldwide, it is noted that the development of applied
and innovative research is still small. In this context, the aim of this study is to evaluate how
the institutions that make up the RFEPCT (Federal Network of Professional, Scientific and
Technological Education) are guiding their research, as well as assessing their concern with
research-oriented to solve society's problems. For this, a field survey was carried out, using e-
survey, carried out by 312 researchers from RFEPCT. Among the results evidenced, it is clear
that the research is guided mainly by the interests of the researcher and the availability of
resources. Although there is significant agreement among the participants that applied
research is very relevant, factors such as the concentration of efforts by the units in teaching,
low interest and scientific preparation of students, in addition to the low popularity of the
research developed, are challenges to be overcome and need for new debates and reflections.
Key Words: Innovation. Federal Institute. Applied research. Field survey.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Caracterização da CT&I no Brasil ............................................................................9
Figura 02 – Distribuição espacial das unidades da RFEPCT ...................................................10
Figura 03 – Escala do tipo Likert utilizada no questionário ....................................................12
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Tendências na orientação das pesquisas da RFEPCT ..........................................13
Tabela 02 – Benefícios com o alinhamento entre pesquisa e as demandas da sociedade.........15
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6
2 INOVAÇÃO NO BRASIL .............................................................................................. 7
2.1 Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica .....................................9
3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 12
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 13
5 CONSIDERÇÕES FINAIS ........................................................................................... 18
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 19
6
1 INTRODUÇÃO
A crescente urbanização e industrialização experimentada no país no século XX,
aumentou a demanda por qualificação, exigindo o alinhamento e a consequente expansão das
poucas escolas técnicas federais existentes até a década de 1960 no Brasil (LEMOS, 2020).
O processo de expansão das escolas técnicas atingiu sua consolidação com a criação da
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), pela lei 11.982
de 2008. A rede tem, entre seus objetivos, a realização de pesquisas aplicadas, estimulando o
desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, contribuindo para o desenvolvimento
econômico e social.
No entanto, percebe-se que o Brasil ainda se mostra muito carente quanto ao
desenvolvimento de inovações e pesquisas aplicadas. Os investimentos realizados nas últimas
décadas em relação ao aumento do número de vagas no ensino superior refletiram em
aumentos expressivos no volume de publicações científicas, colocando o Brasil como
responsável por 3% da produção científica mundial em 2016, segundo Trentin (2018). Porém
Lima (2019), revela que das pesquisas feitas por Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs),
somente 23% constituem pesquisas aplicadas e inovativas com médio impacto e, apenas 3%
apresentam alto impacto com visão de pioneirismo e competitividade.
Os dados refletem a falta de integração entre uma academia que produz muito
conhecimento de caráter científico, mas não está alinhada à resolução dos problemas da
comunidade em que está inserida. As práticas de pesquisa predominantes não favorecem o
equilíbrio entre pesquisa científica, tecnológica e inovativa, sendo as duas últimas mais
deficitárias e fundamentais para a competitividade tecnológica do país (BORGES, 2016).
Neste sentido, o objetivo deste estudo é avaliar como as instituições que compõem a
RFEPCT, a citar os Institutos federais, os CEFET’s e a Universidade Federal Tecnológica do
Paraná, estão orientando suas pesquisas, bem como avaliar a preocupação das mesmas com
pesquisas orientadas para resolver os problemas da sociedade.
Para tanto, o estudo está dividido em outras quatro partes, além desta introdução. No
referencial teórico faz-se uma revisão dos históricos da inovação no Brasil, destacando seu
panorama atual e desafios, além de destacar a constituição da RFEPCT com seus objetivos,
distribuição e papel social. Na metodologia são apresentadas as estratégias utilizadas para a
coleta e análise dos dados, bem como as características do conjunto amostral. Na etapa de
resultados e discussão faz-se a exposição e interpretação dos dados, relacionando-os com o
7
referencial teórico. Por fim, nas considerações finais são apresentadas as avaliações acerca do
alcance dos objetivos bem como as agendas de trabalhos futuros.
2 INOVAÇÃO NO BRASIL
A inovação é o processo gerador de alterações nos recursos existentes ou a introdução
de novos, a fim de se criar novos padrões. Segundo Schumpeter (1982), a inovação é a
introdução de novos produtos, métodos de produção, abertura de mercados, desenvolvimento
de fontes provedoras de matérias-primas e outros insumos e a criação de estruturas ou a
combinação de outras pré-existentes em uma indústria. Já Drucker (1997), considera a
inovação como a introdução de novas capacidades às pessoas ou aos processos. É uma
mudança no modo como as pessoas trabalham e produzem algo.
De Almeida Santos (2010), indicou a inovação como a área que mais gera riquezas, por
integrar conhecimentos aos produtos e serviços, ocupando destaque na atual “economia
baseada no conhecimento”. Já Silva (2019) e Castro (2019), a veem como fundamental para o
desenvolvimento, o crescimento econômico, a geração de emprego e renda, e para a
democratização de oportunidades, de forma sustentável, sendo capazes de gerar vantagens
competitivas a médio e longo prazo, sendo essenciais para a sustentabilidade das empresas.
De acordo com Dutta, Lanvin e Wunsch-Vincent (2017), o Brasil ocupava a 60ª posição
em insumos para a atividade de inovação (instituições, capital humano e pesquisa,
infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação dos negócios) dentro do índice de
Inovação Global de 2017. No ranking geral estava em 69° lugar, entre 127 países, pontuando
33,10 em uma escala de 0 a 100.
Pontes (2019) avalia que “uma das maneiras de reverter essa situação ocorre através do
investimento em sistemas de inovação que desenvolvam a capacidade inovativa local.”
Assim, políticas públicas e gestão das organizações adequadas são necessárias para criação de
um ambiente propício à inovação que pode gerar um sistema de inovação, definido como:
[...] uma rede de organizações dentro de um sistema econômico que estão
diretamente envolvidas na criação, difusão e utilização de conhecimentos científicos
e tecnológicos, bem como, as instituições responsáveis pela coordenação e apoio a
esses processos (PONTES, 2019, p. 140).
Gabriel (2019) vê o desenvolvimento do Sistema Nacional de Inovação (SI) como
determinante qualitativo do potencial produtivo de um país, podendo ser usado para explicar
as exportações por fator agregado de parte da produção nacional. Já Galdino (2019) considera
o desenvolvimento de um SI fundamental para a competitividade de um país.
8
A atual política nacional, expressa no Plano de ação em Ciência, Tecnologia e Inovação
- PACTI 2007-2010 (BRASIL, 2007), afirma a importância dos investimentos em pesquisa e
desenvolvimento (P&D) e dos avanços na produção acadêmica para favorecer o nível de
desenvolvimento do país e sua produção tecnológica assumindo que:
a) existe uma forte correlação entre o grau de desenvolvimento de um país e seu
esforço em CT&I expresso pelos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e
pela dimensão de sua comunidade de pesquisa;
b) os países com economias desenvolvidas têm forte atividade de pesquisa,
desenvolvimento e inovação nas empresas financiadas por elas próprias e pelo
governo;
c) alguns países mudaram drasticamente seu padrão de desenvolvimento econômico
por meio de políticas industriais articuladas com as políticas de CT&I;
d) o Brasil encontra-se em situação “intermediária” no mundo, em termos de
capacidade produtiva e acadêmica, mas dispõe de “massa crítica” para uma gradual
aproximação aos níveis tecnológicos das economias desenvolvidas (BRASIL, 2007,
p.12-18).
Neste contexto, fica explícito o papel central das instituições de ensino superior (IES) na
fundamentação, consolidação e validação das políticas de CT&I. Em 2016, segundo Sanches
apud Trentin (2018) os investimentos em pesquisa dos anos anteriores já colocavam o Brasil
como autor de 3% de toda a produção científica mundial.
Embora a expansão da oferta de vagas no ensino superior e a consequente formação de
novos pesquisadores possam impactar em aumento na capacidade produtiva acadêmica, a
produção científica não gera produção tecnológica na mesma taxa, como se confirma pelo
número pequeno de patentes depositadas por institutos de pesquisa brasileiros no exterior, na
visão de Silva (2019).
De acordo com Massambani (2017), cerca de 74% da produção tecnológica das
Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) contemplam apenas pesquisas básicas, com baixo
a médio impacto; 23% tratam-se de pesquisas aplicadas, com médio impacto e inovação para
desempenho e somente 3% constituem pesquisas de alto impacto, com demonstrações e
pilotos, focadas em inovação para competitividade, inovação pioneira ou inovação crítica.
Borges (2016) indica a necessidade de migrar de uma produção atual (A)
fundamentalmente científica, para a tecnológica e a inovativa, condição desejável (B) que são
capazes de influenciar positivamente no Produto Interno Bruto. A interação é descrita pela
Figura 1, a seguir:
9
Figura 1 – Caracterização da CT&I no Brasil: (A) atual e (B) desejada
Legenda: C = Científico; T = Tecnológico; I = Inovativo.
Fonte: Borges (2016, p.7).
A representação (A) indica que o excelente desempenho do Brasil em volume de
publicações refere-se, em sua maioria, às pesquisas de cunho científico, existindo um déficit
nítido nas publicações de caráter tecnológico e inovativo. O desempenho ideal é demonstrado
em (B), em que os esforços contemplam a manutenção da pesquisa científica, porém com
fomento e expansão direcionados às pesquisas tecnológicas e inovativas, de característica
aplicada e voltadas para a resolução de problemas da comunidade. Atingir o equilíbrio entre
os pilares CT&I é fundamental para a competitividade tecnológica do país e o principal
desafio estratégico previsto nos Planos Governamentais para CT&I.
2.1 Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica
Ao destacar a importância de melhorar o desenvolvimento tecnológico e inovativo no
Brasil, torna-se necessário uma discussão sobre a RFEPCT, uma vez que estas instituições,
diferente das universidades, possuem um caráter de pesquisas mais aplicadas e que poderiam
contribuir para o sistema nacional de inovação.
Com o propósito de consolidar as políticas públicas para a expansão da educação
científica e tecnológica no Brasil, em 2004 o governo brasileiro decidiu ampliar o número de
escolas federais de educação profissional e tecnológica, iniciando um processo de crescimento
que gerou reflexos mais amplos, não somente para a educação brasileira, bem como para o
desenvolvimento científico, tecnológico e social do país (SILVA, 2009; PRADO;
FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017).
A partir destas políticas, o governo brasileiro instituiu em 2008 a Rede Federal de
Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), a partir da Lei nº 11.892,
passando a fazer parte desta rede os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia -
Institutos Federais; a Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR; os Centros
10
Federais de Educação Tecnológica – CEFETs; as Escolas Técnicas Vinculadas às
Universidades Federais e o Colégio Pedro II (BRASIL, 2008; SILVA, 2009; PRADO;
FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017).
Trata-se de um modelo institucional inovador no Brasil em termos de proposta político-
pedagógica, ao articular ensino, extensão, pesquisa e inovação. O propósito da RFEPCT é
desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo educativo e investigativo de
geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às demandas sociais e peculiaridades
regionais (BRASIL, 2008). Além disso, o modelo propõe desenvolver programas de extensão
e de divulgação científica e tecnológica, realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção
cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico,
assim como a transferência de tecnologias (BRASIL, 2008).
A RFEPCT se destaca pela qualidade de suas ações e pela capilaridade no território
brasileiro, especialmente em locais afastados das capitais e dos grandes centros econômicos,
ofertando cursos em diversas modalidades e níveis de ensino em, aproximadamente, 80% das
microrregiões do país, conforme apresentado na Figura 2 (PROFISSIONAL, REDE
FEDERAL DE EDUCAÇÃO; CIENTÍFICA, E. TECNOLÓGICA, 2016; PRADO;
FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017; CONIF, 2017; MEC, 2019).
Figura 02 – Distribuição espacial das unidades da RFEPCT.
Fonte: MEC (2019).
11
Destas instituições, os Institutos Federais tem como missão, além do ensino profissional
e tecnológico, promover programas de extensão, realizar pesquisas aplicadas, estimular o
empreendedorismo e o desenvolvimento científico e tecnológico (BRASIL, 2008). O foco dos
institutos federais reside na promoção da justiça social, da equidade, do desenvolvimento
sustentável com vistas à inclusão social, bem como a busca de soluções técnicas e geração de
novas tecnologias, considerando os arranjos produtivos locais (SILVA, 2009).
Assim como os Institutos Federais, os CEFETs configuram-se como instituições de
ensino superior pluricurriculares, especializadas na oferta de educação tecnológica nos
diferentes níveis e modalidades de ensino, caracterizando-se pela atuação prioritária na área
tecnológica, na forma da legislação (BRASIL, 2008). Segundo Silva (2009), durante o
período de discussão sobre a implantação dos institutos federais, os CEFET do Rio de Janeiro
e de Minas Gerais optaram por não aderir à proposta de transformação em instituto devido ao
anseio de se tornarem universidades tecnológicas, permanecendo como entidades autárquicas
vinculadas ao Ministério da Educação e a RFEPCT.
A UTFPR configura-se como universidade especializada, responsável por desenvolver a
educação tecnológica de excelência por meio do ensino, pesquisa e extensão, interagindo de
forma ética, sustentável, produtiva e inovadora com a comunidade para o avanço do
conhecimento e da sociedade (UTFPR, 2017, BRASIL, 2008). Ao se configurar como
universidade especializada, a singularização da UTFPR na RFEPCT teve como propósito
romper com a tradição de que as universidades deveriam estar abertas a todas as áreas do
conhecimento, focando suas ações em áreas tecnológicas (SILVA, 2009).
Por fim, as escolas técnicas vinculadas às universidades federais e o Colégio Pedro II
são instituições voltadas para o ensino, dedicando-se à oferta de formação profissional técnica
de nível médio, em suas respectivas áreas de atuação (BRASIL, 2008; SILVA, 2009).
A RFEPCT conta, até a data desta pesquisa, com 644 campi espalhados pelo país, com
mais de um milhão de estudantes matriculados, cerca de 70 mil servidores, promovendo a
pesquisa aplicada e a inovação tecnológica (CONIF, 2017). Os campi estão distribuídos por
todo o território nacional, atendendo expressiva parte da demanda pela educação profissional
técnica e em nível superior (LIMA, 2019).
A instalação e operação de um campus da RFEPCT são associados à expectativa de
desenvolvimento social e econômico na região, o que vai ao encontro das finalidades e
objetivos da RFEPCT, tais como a educação profissional e tecnológica voltada à geração e
adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às demandas regionais, além da realização de
12
pesquisas aplicadas que estimulem o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas em
benefício da comunidade em que estão inseridos (BRASIL, 2008; LIMA, 2019).
3 METODOLOGIA
Com o propósito de avaliar como as instituições que compõem a RFEPCT estão
orientando suas pesquisas, bem como avaliar a preocupação das mesmas com pesquisas
orientadas para resolver os problemas da sociedade, o estudo se deu por meio de abordagem
quantitativa e levantamento de campo.
Para a coleta de dados foi utilizada a técnica e-survey, por permitir coletar informações
de um grande número de participantes, garantir o anonimato das respostas, permitir maior
conveniência para o participante e por não expor os participantes à influência das opiniões e
do aspecto pessoal do pesquisador (GIL, 2008).
Para tanto, foram enviados questionários para os representantes dos Institutos Federais
de Educação, Ciência e Tecnologia; dos Centros Federais de Educação Tecnológica e da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a partir dos contatos disponíveis nos sites destas
instituições, sendo solicitado o encaminhamento do instrumento de coleta de dados aos
pesquisadores dessas instituições.
As opiniões dos pesquisadores atuantes nas instituições pertencentes à RFEPCT foram
analisadas por meio de escalas do tipo Likert de cinco pontos, em que nos extremos o escore 1
(um) indica total desacordo com a questão e o escore 5 (cinco) total acordo, tal qual o
esquema ilustrativo, inserido no questionário e reproduzido pela Figura 03. Ao final do
questionário houve espaço livre para comentários gerais sobre a percepção dos pesquisadores.
Figura 03 – Escala do tipo Likert utilizada no questionário.
Fonte: Souza (2018).
Os dados foram coletados entre os meses de outubro e novembro de 2018. Para o
tratamento dos mesmos foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas, adequadas à
metodologia de levantamento de campo (GIL, 2008). A amostra final foi composta por 312
pesquisadores atuantes em todas as grandes áreas do conhecimento, o que contribuiu para
uma percepção mais abrangente da temática investigada.
13
Percebe-se um maior percentual de pesquisadores atuantes nas grandes áreas de
Ciências Exatas e da Terra (22,7%), seguida por Ciências Sociais Aplicadas (15,4%),
Ciências Humanas (15,1%), Ciências Agrárias (14,7%), Engenharias (10,6%), Linguística,
Letras e Artes (7,1%), Ciências da Saúde (6,7%), Ciências Biológicas (6,7%) e outras (1,0%).
Outra característica importante se refere à baixa experiência internacional dos
participantes com atividades de pesquisa, uma vez que a grande maioria dos pesquisadores
(72,8% do total) afirmou não possuir experiências de pesquisa em outros países e/ou com
pesquisadores estrangeiros. A seguir são apresentados os principais resultados evidenciados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em um primeiro momento, a análise dos dados permitiu elencar os tipos de orientação
dados às pesquisas na RFEPCT, na visão dos participantes, seguindo as categorias de análise
propostas por Souza (2018), considerando: (i) interesse e/ou curiosidade do pesquisador, (ii)
demandas da sociedade, (iii) descoberta de novos conhecimentos científicos, (iv)
disponibilidade de recursos, (v) interesses e/ou demandas de alunos e (vi) parcerias com
outros grupos e/ou pesquisadores. Os resultados obtidos, em termos de médias aritméticas e
desvio padrão, seguem descritos na Tabela 01.
Tabela 01 – Tendências na orientação das pesquisas da RFEPCT.
Fonte: Dos autores (2020).
Pode-se observar maior concordância entre os sujeitos da pesquisa com o tipo de
orientação voltada aos interesses e/ou curiosidade do pesquisador, que apresentou valor 4,0 de
média. Nesse quesito os dados apresentaram o menor desvio padrão entre as categorias
analisadas, indicando uma menor variação na percepção dos participantes.
Os resultados se mostraram semelhantes ao identificado por Souza (2018) ao avaliar a
percepção de pesquisadores de universidades públicas brasileiras. Isto se mostra preocupante
para o desenvolvimento tecnológico e inovativo do país, pois Hemlin, Allwood e Martin
(2004) destacam que a noção de liberdade ou curiosidade por si só pode ser negativa para a
relevância das pesquisas acadêmicas.
14
Se não houver uma coordenação bem estruturada, uma estratégia clara e bem definida e
se o pessoal envolvido não estiver motivado para novos desafios e demandas de estudos, o
grupo pode ser ineficaz e não criativo (HEMLIN; ALLWOOD; MARTIN, 2004). Stokes
(1997) também questiona o modelo tradicional de pesquisas orientadas pela curiosidade do
pesquisador, ao invés de ser inspirada pelo uso, de forma que a ciência pudesse dar uma
contribuição maior no atendimento de necessidades não satisfeitas da sociedade.
Fatores relacionados à disponibilidade de recursos vieram na sequência, com média 3,6.
Essa característica é indicada por De Negri (2017), ao associar a participação das IES na
política nacional de inovação com investimentos públicos e privados. Este resultado é
preocupante, devido às recentes quedas de investimentos públicos na rede federal, o que
dificulta o desenvolvimento das pesquisas, já que os pesquisadores brasileiros são altamente
dependentes dos recursos públicos (SCHWARTZMAN et al., 2008; BORGES, 2016; MCTI,
2016).
A necessidade de recursos públicos e a dificuldade em estabelecer parcerias com o setor
privado foram ressaltadas por diversos pesquisadores como sendo um grande desafio, já que
“muitas vezes grandes projetos deixam de ser trabalhados e realizados por falta de recursos
de todas as esferas [...]” (P205) e que “Falta incentivo, recursos humanos e financeiros [...]
na RFEPCT” (P188).
Por fim, dentre as categorias com maior escore médio entre os pesquisadores
pesquisados, destaca-se a orientação de pesquisas pela descoberta de novos conhecimentos
científicos, com média de 3,2. Isso também se mostra preocupante, pois indica que a maioria
das pesquisas tem sido direcionada pelo descobrimento de novos conhecimentos científicos
(pesquisas básicas), ao invés de pesquisas mais aplicadas, capazes de gerar soluções técnicas e
tecnológicas às demandas sociais e peculiaridades regionais, conforme previsto na
constituição da RFEPCT (BRASIL, 2008).
Dentre as categorias com menores escores médios destacam-se a orientação de
pesquisas pelas demandas da sociedade, pelos interesses e/ou demandas dos alunos e pelas
parcerias com outros grupos e/ou pesquisadores, todas com média de 2,8.
Os resultados indicam que o foco das pesquisas desenvolvidas não está direcionado para
a pesquisa aplicada, o que corrobora a visão de Borges (2016) quando classifica a produção
científica nacional como, majoritariamente, científica. A opinião dos pesquisados sobre esse
tema é reafirmada pelos seguintes dizeres:
Pesquisas mais voltadas para a realidade regional são de extrema importância,
porém pouco valorizadas no meio acadêmico, inclusive sendo difícil a publicação da
mesma em periódicos com Qualis mais elevado. Isso deveria ser, de alguma forma,
15
alterado, pois são essas pesquisas que garantem o desenvolvimento do país mais
voltado para a realidade regional (P61).
O grande problema da pesquisa no Brasil é a de não resolver problemas de grande
parte da população, necessidades que o povo possui [...]. (P144).
Tais resultados se mostram preocupantes, pois diversos estudos têm atribuído um
conjunto significativo de críticas às pesquisas acadêmicas pela falta de estratégias de
integração com as demandas da sociedade, gerando dúvidas se o conhecimento desenvolvido
na academia tem sido de fato aplicado na resolução de problemas do cotidiano e em novas
formas de melhorar o mundo (ANDERSON; HERRIOT; HODGKINSON, 2001; VAN
AKEN, 2004; 2005; THORN; SOO, 2006; SCHWARTZMAN, 2008; HOLMSTRÖM;
KETOKIVI; HAMERI, 2009; DRESCH; LACERDA; ANTUNES JUNIOR, 2015).
Por fim, destaca-se a baixa interação dos pesquisadores com outros grupos e
pesquisadores, especialmente ligados às empresas. Neste contexto, pensar na possibilidade de
trabalhar em parcerias com outros grupos e/ou instituições pode contribuir para
desenvolvimento de estudos mais relevantes ao identificar demandas mais específicas, além
de permitir o acesso a outras fontes de recursos e incorporar novas ideias e processos
(SOUZA, 2018). Tais ações poderiam resultar em práticas heterogêneas de pesquisa e estudos
mais relevantes pela multiplicidade de ideias e competências (HESSELS; LENTE, 2008).
Identificadas as principais formas de orientação das pesquisas, buscou-se aprofundar a
percepção dos pesquisadores em relação a importância de orientar as pesquisas pelas
demandas da sociedade (foco do estudo). Para tanto foi investigada a percepção dos
participantes quanto aos benefícios de orientar as pesquisas pelas demandas da sociedade,
propostos por Souza (2018), a saber: (i) gerar pesquisas mais relevantes e inovadoras, (ii)
facilitar a aproximação entre pesquisas básicas e aplicadas, (iii) melhorar a qualidade de vida
da população, (iv) legitimar a importância das pesquisas acadêmicas e (v) melhorar as
atividades de ensino e extensão. Os resultados identificados são apresentados na Tabela 02.
Tabela 02 – Benefícios com o alinhamento entre pesquisa e as demandas da sociedade.
Fonte: Dos autores (2020).
Todos os benefícios sugeridos pela pesquisa obtiveram altos índices de concordância
entre os participantes, indicando a relevância em direcionar os estudos para a solução de
16
problemas da sociedade. Dentre os possíveis benefícios pesquisados, o maior nível de
concordância observado diz respeito à melhoria na qualidade de vida da população, como a
geração de emprego, renda, etc., apresentando um escore médio de 4,6.
Oliveira (2013) já definia a pesquisa científica e tecnológica como base para a inovação
e para a formação de recursos humanos qualificados. A pesquisa, segundo Mezzavila (2016),
fornece oportunidades para a ascensão e o sucesso profissional; com consequente melhoria na
qualidade de vida. Essa função é destacada pelo comentário do sujeito da pesquisa P61 ao
dizer que “pesquisas mais voltadas para a realidade regional são de extrema importância,
pois são essas pesquisas que garantem o desenvolvimento do país”.
A produção acadêmica com foco nas demandas da sociedade também foi associada à
geração de pesquisas mais relevantes e inovadoras (escore 4,5), sendo “[...] norteada pela
vivência, necessidades observadas e ideias inovadoras” (P33). Embora esse resultado,
indique que os pesquisados têm ciência da importância em alinhar as pesquisas aos propósitos
de geração e adaptação técnico-tecnológicas previstos na criação e estruturação da RFEPCT
(BRASIL, 2008), na prática o que se vê é ainda uma produção acadêmica majoritariamente
científica, em detrimento da pesquisa aplicada de caráter tecnológico e inovador com foco na
resolução de problemas da sociedade.
Além disso, para os pesquisadores, o alinhamento das pesquisas pelas demandas da
sociedade pode promover melhorias nas atividades de ensino e/ou extensão (escore 4,5) e
facilitar a aproximação de pesquisas básicas e aplicadas (escores 4,5). A promoção de
atividades extensionistas e o estímulo à pesquisa aplicada também fazem parte das diretrizes
da RFEPCT (BRASIL, 2008). Para um dos participantes “é importante reconhecer o quanto
essa pesquisa [aplicada] pode contribuir ou impactar na educação” (P70).
No entanto, muitos relataram a dificuldade em desenvolver novos projetos nas
instituições dado que “[...] a vocação da pesquisa [...] é restrita nos IFs”, “tanto a pesquisa e
a extensão são atividades secundárias em detrimento ao Ensino” (P57). Essa “é uma
característica dos IF’s a ser mudada” (P57).
Da Silveira (2020), avalia a vocação dos institutos federais como sendo para a educação
básica, sobretudo no ensino médio, agregando o ensino profissionalizante. Para Daminelli
(2018), a iniciação científica nos alunos do ensino médio, objetiva despertar a vocação
científica, desenvolver habilidades, atitudes e valores para uma educação científica e
tecnológica, dando suporte para a sua expansão no ensino superior.
Além da concentração de esforços em atividades de ensino, os pesquisados relatam a
falta de preparo dos alunos do ensino médio para sugerir, participar ou desenvolver pesquisas.
17
“Para quem atua com ensino médio integrado, a grande maioria das pesquisas não
representam grandes inovações, [...] nosso público (os alunos do ensino médio) não estão
preparados” (P68). “Não tem compreensão do significado da bolsa e denotam pouco
engajamento no processo de aprendizado científico” (P226).
Estes relatos vão ao encontro do trabalho de Dos Santos (2020) ao colocar a deficiência
do sistema educacional na formação cognitiva, social, intelectual e cultural, refletindo na
defasagem de conceitos básicos dos alunos ingressantes na RFEPCT. Assim, as atividades
majoritariamente voltadas ao ensino e a falta de preparo e interesse científico dos alunos
contribuem para que as pesquisas desenvolvidas atuem, em sua maioria, no nível básico e não
em função das necessidades sociais.
Mesmo que essa questão demande esforços em políticas públicas de longo prazo, uma
sugestão proposta no nível de ensino com foco na introdução dos alunos ao fazer científico e
dentro da realidade da rede foi “inserir uma disciplina que trate a Metodologia Científica nos
cursos técnicos integrados ao ensino médio” (P291).
Por fim, o reconhecimento das pesquisas desenvolvidas perante a sociedade apresentou
um escore médio de 4,3, representando um alto nível de concordância quanto a este possível
benefício. Para os participantes há “ausência de divulgação de aplicação do que foi
pesquisado” (P46), “não atingindo realmente os interessados ou o público realmente
impactado pelos resultados” (P260), sendo “importante avaliar como é divulgada a pesquisa
ao meio científico e principalmente a comunidade” (P48).
Perucchi (2015) identificou os canais preferenciais de divulgação da produção
bibliográfica em instituições da RFEPCT como sendo a apresentação de trabalhos e a
publicação em anais de congressos. A apresentação embora seja, com ampla maioria, o meio
mais utilizado para a exposição, constitui um canal informal de comunicação em que a
divulgação é rápida, mas não exige a publicação ou formalização da pesquisa. Essa
modalidade informal pode atuar diretamente na divulgação das pesquisas para a comunidade
onde está inserida em linguagem mais simples e direta.
Já a publicação em anais, mesmo sendo a segunda em termos de utilização e, constituir
o indicador mais popular para a avaliação acadêmica, ainda é pouco utilizada na divulgação
da produção dos institutos (PERUCCHI, 2015). O incentivo à publicação pode ajudar a
motivar os pesquisadores, seja pelo incremento no seu índice avaliador ou pela exposição dos
trabalhos integrais aos pares, ajudando a estreitar o vínculo colaborativo pela afinidade aos
temas de pesquisa, desafios e metas compartilháveis.
18
De acordo com comentários realizados pelos participantes, a divulgação das pesquisas,
sobretudo nos IF’s é insuficiente. Um dos docentes relata o desafio:
Atualmente tenho buscado divulgar os resultados de minhas pesquisas de forma
autônoma, tanto em termos financeiros, tanto em network e comunicação. Isso se
torna desmotivador para o pesquisador, que prefere produzir pesquisas básicas e
muitas vezes sem muita aplicação prática na região em questão, apenas para fins
curriculares. [...] Deste modo, creio que mais incentivo à extensão e transferência de
tecnologias obtidas através de tais pesquisas seja a chave para este sucesso (P260).
Se faz, portanto, “necessário criar uma forma de disponibilizar informações sobre as
pesquisas dentro da Rede” (P130). Além da afirmação dos canais de divulgação já utilizados,
Santos (2010) propõe a parceria com as bibliotecas dos IF’s para agir sobre as fontes de
informação existentes, podendo atuar no acesso, avaliação e na criação de novas fontes.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo indicou que embora os pesquisados, representantes da RFEPCT,
associem a pesquisa aplicada com foco nas demandas da sociedade a benefícios tais como o
incremento nos níveis de empregabilidade, renda, inovação e reconhecimento das instituições;
esse tipo de pesquisa não é a principal produção da rede.
Os pesquisadores relatam a deficiência educacional da maioria dos alunos ingressos nos
campi e a promoção insuficiente das atividades de pesquisa e extensão, contribuindo para um
desequilíbrio nos esforços político-pedagógicos previstos para a RFEPCT. O ensino é
trabalhado como prioritário, mas não está articulado à extensão, pesquisa e inovação. A falta
de maturidade científica dos alunos, aliada à falta de reconhecimento das iniciativas em
pesquisa e extensão, como citado por pesquisadores, pode ser algumas das causas para o
direcionamento de pesquisas voltadas aos interesses dos pesquisadores e à descoberta de
novos conhecimentos científicos.
Os resultados observados entre os participantes sobre os benefícios trazidos pela
pesquisa aplicada deveria incitar o debate dentro das unidades da RFEPCT, reformulando
políticas internas para viabilizar a promoção de tais pesquisas, como o estudo de metodologia
científica para os cursos de nível técnico, popularização e valorização da produção acadêmica
científica já realizada na região dos campi, com espaço para a identificação e monitoramento
das demandas regionais; além da desburocratização das parcerias público-privadas.
Futuros trabalhos podem ser direcionados a identificar e medir os fatores que levam a
produção acadêmica na RFEPCT a se distanciar das demandas regionais, bem como das
pesquisas aplicadas e inovativas. Outra possibilidade para agendas de trabalhos futuros seria
19
comparar e acompanhar o desenvolvimento da produção acadêmica de caráter inovador da
RFEPCT com a variação dos indicadores econômicos do país.
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Pesquisas Aplicadas na RFEPCT

  • 1. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS CAMPUS AVANÇADO TRÊS CORAÇÕES EDUARDO BONETTI DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS APLICADAS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: UM ESTUDO NA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA TRÊS CORAÇÕES - MG 2020
  • 2. EDUARDO BONETTI DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS APLICADAS EM INSTITUIÇÕES PÚBLICAS: UM ESTUDO NA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Estratégica de Negócios, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Campus Avançado Três Corações, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão Estratégica de Negócios. Orientador: Donizeti Leandro de Souza TRÊS CORAÇÕES - MG 2020
  • 3. FOLHA DE APROVAÇÃO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Estratégica de Negócios, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Campus Avançado Três Corações, como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Gestão Estratégica de Negócios. Título: Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas: um estudo na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Autor: Eduardo Bonetti Orientador: Donizeti Leandro de Souza Aprovado em ________ de __________________________ de ____________. BANCA EXAMINADORA: ________________________________ ________________________________ Assinatura do Orientador Assinatura do aluno ________________________________ ________________________________ Assinatura do Examinador 1 Assinatura do Examinador 2
  • 4. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Donizeti Leandro de Souza, orientador deste trabalho, por compartilhar o banco de dados essencial para o desenvolvimento da pesquisa. Agradeço, também, sua disposição em compartilhar da experiência na área, em ser exemplo de dedicação, paciência e comprometimento com o resultado; não somente durante a execução do trabalho de conclusão de curso, mas em todas as atividades desenvolvidas durante a pós-graduação. Sem a sua orientação, auxílio e acompanhamento constantes não seria possível concluir esta etapa. Muito obrigado! Aos membros do colegiado de curso, na figura da coordenadora, Prof. Dra. Paula Magda da Silva Roma, por permitirem concluir a pesquisa.
  • 5. BONETTI, Eduardo. Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas: um estudo na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Negócios), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Três Corações, 2020. RESUMO Apesar do processo de expansão do ensino superior na última década ter feito o Brasil galgar posições em produção científica a nível mundial, nota-se que o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e inovadoras ainda é pequeno. Neste contexto, o objetivo deste estudo é avaliar como as instituições que compõem a RFEPCT estão orientando suas pesquisas, bem como avaliar a preocupação das mesmas com pesquisas orientadas para resolver os problemas da sociedade. Para tanto, foi realizado um levantamento de campo, via e-survey (questionários eletrônicos), realizado por meio de 312 pesquisadores da RFEPCT. Dentre os resultados evidenciados, percebe-se que as pesquisas são orientadas, principalmente, pelos interesses do pesquisador e pela disponibilidade de recursos. Ainda que haja concordância significativa entre os participantes de que a pesquisa aplicada tem muita relevância, fatores como concentração de esforços das unidades em ensino, baixo interesse e preparo científico dos alunos, além da baixa popularização das pesquisas desenvolvidas constituem desafios a serem superados, surgindo a necessidade de novos debates e reflexões. Palavras-chave: Inovação. REFPCT. Pesquisa aplicada. Levantamento de campo.
  • 6. BONETTI, Eduardo. Desenvolvimento de pesquisas aplicadas em instituições públicas: em estudo na rede federal de educação profissional, científica e tecnológica. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-Graduação em Gestão Estratégica de Negócios), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, Três Corações, 2020. ABSTRACT Although the process of expansion of higher education in the last decade has made Brazil climb positions in scientific production worldwide, it is noted that the development of applied and innovative research is still small. In this context, the aim of this study is to evaluate how the institutions that make up the RFEPCT (Federal Network of Professional, Scientific and Technological Education) are guiding their research, as well as assessing their concern with research-oriented to solve society's problems. For this, a field survey was carried out, using e- survey, carried out by 312 researchers from RFEPCT. Among the results evidenced, it is clear that the research is guided mainly by the interests of the researcher and the availability of resources. Although there is significant agreement among the participants that applied research is very relevant, factors such as the concentration of efforts by the units in teaching, low interest and scientific preparation of students, in addition to the low popularity of the research developed, are challenges to be overcome and need for new debates and reflections. Key Words: Innovation. Federal Institute. Applied research. Field survey.
  • 7. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Caracterização da CT&I no Brasil ............................................................................9 Figura 02 – Distribuição espacial das unidades da RFEPCT ...................................................10 Figura 03 – Escala do tipo Likert utilizada no questionário ....................................................12
  • 8. LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Tendências na orientação das pesquisas da RFEPCT ..........................................13 Tabela 02 – Benefícios com o alinhamento entre pesquisa e as demandas da sociedade.........15
  • 9. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 6 2 INOVAÇÃO NO BRASIL .............................................................................................. 7 2.1 Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica .....................................9 3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 12 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 13 5 CONSIDERÇÕES FINAIS ........................................................................................... 18 6 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 19
  • 10. 6 1 INTRODUÇÃO A crescente urbanização e industrialização experimentada no país no século XX, aumentou a demanda por qualificação, exigindo o alinhamento e a consequente expansão das poucas escolas técnicas federais existentes até a década de 1960 no Brasil (LEMOS, 2020). O processo de expansão das escolas técnicas atingiu sua consolidação com a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), pela lei 11.982 de 2008. A rede tem, entre seus objetivos, a realização de pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social. No entanto, percebe-se que o Brasil ainda se mostra muito carente quanto ao desenvolvimento de inovações e pesquisas aplicadas. Os investimentos realizados nas últimas décadas em relação ao aumento do número de vagas no ensino superior refletiram em aumentos expressivos no volume de publicações científicas, colocando o Brasil como responsável por 3% da produção científica mundial em 2016, segundo Trentin (2018). Porém Lima (2019), revela que das pesquisas feitas por Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), somente 23% constituem pesquisas aplicadas e inovativas com médio impacto e, apenas 3% apresentam alto impacto com visão de pioneirismo e competitividade. Os dados refletem a falta de integração entre uma academia que produz muito conhecimento de caráter científico, mas não está alinhada à resolução dos problemas da comunidade em que está inserida. As práticas de pesquisa predominantes não favorecem o equilíbrio entre pesquisa científica, tecnológica e inovativa, sendo as duas últimas mais deficitárias e fundamentais para a competitividade tecnológica do país (BORGES, 2016). Neste sentido, o objetivo deste estudo é avaliar como as instituições que compõem a RFEPCT, a citar os Institutos federais, os CEFET’s e a Universidade Federal Tecnológica do Paraná, estão orientando suas pesquisas, bem como avaliar a preocupação das mesmas com pesquisas orientadas para resolver os problemas da sociedade. Para tanto, o estudo está dividido em outras quatro partes, além desta introdução. No referencial teórico faz-se uma revisão dos históricos da inovação no Brasil, destacando seu panorama atual e desafios, além de destacar a constituição da RFEPCT com seus objetivos, distribuição e papel social. Na metodologia são apresentadas as estratégias utilizadas para a coleta e análise dos dados, bem como as características do conjunto amostral. Na etapa de resultados e discussão faz-se a exposição e interpretação dos dados, relacionando-os com o
  • 11. 7 referencial teórico. Por fim, nas considerações finais são apresentadas as avaliações acerca do alcance dos objetivos bem como as agendas de trabalhos futuros. 2 INOVAÇÃO NO BRASIL A inovação é o processo gerador de alterações nos recursos existentes ou a introdução de novos, a fim de se criar novos padrões. Segundo Schumpeter (1982), a inovação é a introdução de novos produtos, métodos de produção, abertura de mercados, desenvolvimento de fontes provedoras de matérias-primas e outros insumos e a criação de estruturas ou a combinação de outras pré-existentes em uma indústria. Já Drucker (1997), considera a inovação como a introdução de novas capacidades às pessoas ou aos processos. É uma mudança no modo como as pessoas trabalham e produzem algo. De Almeida Santos (2010), indicou a inovação como a área que mais gera riquezas, por integrar conhecimentos aos produtos e serviços, ocupando destaque na atual “economia baseada no conhecimento”. Já Silva (2019) e Castro (2019), a veem como fundamental para o desenvolvimento, o crescimento econômico, a geração de emprego e renda, e para a democratização de oportunidades, de forma sustentável, sendo capazes de gerar vantagens competitivas a médio e longo prazo, sendo essenciais para a sustentabilidade das empresas. De acordo com Dutta, Lanvin e Wunsch-Vincent (2017), o Brasil ocupava a 60ª posição em insumos para a atividade de inovação (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação dos negócios) dentro do índice de Inovação Global de 2017. No ranking geral estava em 69° lugar, entre 127 países, pontuando 33,10 em uma escala de 0 a 100. Pontes (2019) avalia que “uma das maneiras de reverter essa situação ocorre através do investimento em sistemas de inovação que desenvolvam a capacidade inovativa local.” Assim, políticas públicas e gestão das organizações adequadas são necessárias para criação de um ambiente propício à inovação que pode gerar um sistema de inovação, definido como: [...] uma rede de organizações dentro de um sistema econômico que estão diretamente envolvidas na criação, difusão e utilização de conhecimentos científicos e tecnológicos, bem como, as instituições responsáveis pela coordenação e apoio a esses processos (PONTES, 2019, p. 140). Gabriel (2019) vê o desenvolvimento do Sistema Nacional de Inovação (SI) como determinante qualitativo do potencial produtivo de um país, podendo ser usado para explicar as exportações por fator agregado de parte da produção nacional. Já Galdino (2019) considera o desenvolvimento de um SI fundamental para a competitividade de um país.
  • 12. 8 A atual política nacional, expressa no Plano de ação em Ciência, Tecnologia e Inovação - PACTI 2007-2010 (BRASIL, 2007), afirma a importância dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) e dos avanços na produção acadêmica para favorecer o nível de desenvolvimento do país e sua produção tecnológica assumindo que: a) existe uma forte correlação entre o grau de desenvolvimento de um país e seu esforço em CT&I expresso pelos investimentos em pesquisa e desenvolvimento e pela dimensão de sua comunidade de pesquisa; b) os países com economias desenvolvidas têm forte atividade de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas empresas financiadas por elas próprias e pelo governo; c) alguns países mudaram drasticamente seu padrão de desenvolvimento econômico por meio de políticas industriais articuladas com as políticas de CT&I; d) o Brasil encontra-se em situação “intermediária” no mundo, em termos de capacidade produtiva e acadêmica, mas dispõe de “massa crítica” para uma gradual aproximação aos níveis tecnológicos das economias desenvolvidas (BRASIL, 2007, p.12-18). Neste contexto, fica explícito o papel central das instituições de ensino superior (IES) na fundamentação, consolidação e validação das políticas de CT&I. Em 2016, segundo Sanches apud Trentin (2018) os investimentos em pesquisa dos anos anteriores já colocavam o Brasil como autor de 3% de toda a produção científica mundial. Embora a expansão da oferta de vagas no ensino superior e a consequente formação de novos pesquisadores possam impactar em aumento na capacidade produtiva acadêmica, a produção científica não gera produção tecnológica na mesma taxa, como se confirma pelo número pequeno de patentes depositadas por institutos de pesquisa brasileiros no exterior, na visão de Silva (2019). De acordo com Massambani (2017), cerca de 74% da produção tecnológica das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) contemplam apenas pesquisas básicas, com baixo a médio impacto; 23% tratam-se de pesquisas aplicadas, com médio impacto e inovação para desempenho e somente 3% constituem pesquisas de alto impacto, com demonstrações e pilotos, focadas em inovação para competitividade, inovação pioneira ou inovação crítica. Borges (2016) indica a necessidade de migrar de uma produção atual (A) fundamentalmente científica, para a tecnológica e a inovativa, condição desejável (B) que são capazes de influenciar positivamente no Produto Interno Bruto. A interação é descrita pela Figura 1, a seguir:
  • 13. 9 Figura 1 – Caracterização da CT&I no Brasil: (A) atual e (B) desejada Legenda: C = Científico; T = Tecnológico; I = Inovativo. Fonte: Borges (2016, p.7). A representação (A) indica que o excelente desempenho do Brasil em volume de publicações refere-se, em sua maioria, às pesquisas de cunho científico, existindo um déficit nítido nas publicações de caráter tecnológico e inovativo. O desempenho ideal é demonstrado em (B), em que os esforços contemplam a manutenção da pesquisa científica, porém com fomento e expansão direcionados às pesquisas tecnológicas e inovativas, de característica aplicada e voltadas para a resolução de problemas da comunidade. Atingir o equilíbrio entre os pilares CT&I é fundamental para a competitividade tecnológica do país e o principal desafio estratégico previsto nos Planos Governamentais para CT&I. 2.1 Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica Ao destacar a importância de melhorar o desenvolvimento tecnológico e inovativo no Brasil, torna-se necessário uma discussão sobre a RFEPCT, uma vez que estas instituições, diferente das universidades, possuem um caráter de pesquisas mais aplicadas e que poderiam contribuir para o sistema nacional de inovação. Com o propósito de consolidar as políticas públicas para a expansão da educação científica e tecnológica no Brasil, em 2004 o governo brasileiro decidiu ampliar o número de escolas federais de educação profissional e tecnológica, iniciando um processo de crescimento que gerou reflexos mais amplos, não somente para a educação brasileira, bem como para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do país (SILVA, 2009; PRADO; FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017). A partir destas políticas, o governo brasileiro instituiu em 2008 a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), a partir da Lei nº 11.892, passando a fazer parte desta rede os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia - Institutos Federais; a Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR; os Centros
  • 14. 10 Federais de Educação Tecnológica – CEFETs; as Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais e o Colégio Pedro II (BRASIL, 2008; SILVA, 2009; PRADO; FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017). Trata-se de um modelo institucional inovador no Brasil em termos de proposta político- pedagógica, ao articular ensino, extensão, pesquisa e inovação. O propósito da RFEPCT é desenvolver a educação profissional e tecnológica como processo educativo e investigativo de geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às demandas sociais e peculiaridades regionais (BRASIL, 2008). Além disso, o modelo propõe desenvolver programas de extensão e de divulgação científica e tecnológica, realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo e o desenvolvimento científico e tecnológico, assim como a transferência de tecnologias (BRASIL, 2008). A RFEPCT se destaca pela qualidade de suas ações e pela capilaridade no território brasileiro, especialmente em locais afastados das capitais e dos grandes centros econômicos, ofertando cursos em diversas modalidades e níveis de ensino em, aproximadamente, 80% das microrregiões do país, conforme apresentado na Figura 2 (PROFISSIONAL, REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO; CIENTÍFICA, E. TECNOLÓGICA, 2016; PRADO; FERNANDEZ-CREHUET; OLIVEIRA JÚNIOR, 2017; CONIF, 2017; MEC, 2019). Figura 02 – Distribuição espacial das unidades da RFEPCT. Fonte: MEC (2019).
  • 15. 11 Destas instituições, os Institutos Federais tem como missão, além do ensino profissional e tecnológico, promover programas de extensão, realizar pesquisas aplicadas, estimular o empreendedorismo e o desenvolvimento científico e tecnológico (BRASIL, 2008). O foco dos institutos federais reside na promoção da justiça social, da equidade, do desenvolvimento sustentável com vistas à inclusão social, bem como a busca de soluções técnicas e geração de novas tecnologias, considerando os arranjos produtivos locais (SILVA, 2009). Assim como os Institutos Federais, os CEFETs configuram-se como instituições de ensino superior pluricurriculares, especializadas na oferta de educação tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino, caracterizando-se pela atuação prioritária na área tecnológica, na forma da legislação (BRASIL, 2008). Segundo Silva (2009), durante o período de discussão sobre a implantação dos institutos federais, os CEFET do Rio de Janeiro e de Minas Gerais optaram por não aderir à proposta de transformação em instituto devido ao anseio de se tornarem universidades tecnológicas, permanecendo como entidades autárquicas vinculadas ao Ministério da Educação e a RFEPCT. A UTFPR configura-se como universidade especializada, responsável por desenvolver a educação tecnológica de excelência por meio do ensino, pesquisa e extensão, interagindo de forma ética, sustentável, produtiva e inovadora com a comunidade para o avanço do conhecimento e da sociedade (UTFPR, 2017, BRASIL, 2008). Ao se configurar como universidade especializada, a singularização da UTFPR na RFEPCT teve como propósito romper com a tradição de que as universidades deveriam estar abertas a todas as áreas do conhecimento, focando suas ações em áreas tecnológicas (SILVA, 2009). Por fim, as escolas técnicas vinculadas às universidades federais e o Colégio Pedro II são instituições voltadas para o ensino, dedicando-se à oferta de formação profissional técnica de nível médio, em suas respectivas áreas de atuação (BRASIL, 2008; SILVA, 2009). A RFEPCT conta, até a data desta pesquisa, com 644 campi espalhados pelo país, com mais de um milhão de estudantes matriculados, cerca de 70 mil servidores, promovendo a pesquisa aplicada e a inovação tecnológica (CONIF, 2017). Os campi estão distribuídos por todo o território nacional, atendendo expressiva parte da demanda pela educação profissional técnica e em nível superior (LIMA, 2019). A instalação e operação de um campus da RFEPCT são associados à expectativa de desenvolvimento social e econômico na região, o que vai ao encontro das finalidades e objetivos da RFEPCT, tais como a educação profissional e tecnológica voltada à geração e adaptação de soluções técnicas e tecnológicas às demandas regionais, além da realização de
  • 16. 12 pesquisas aplicadas que estimulem o desenvolvimento de soluções técnicas e tecnológicas em benefício da comunidade em que estão inseridos (BRASIL, 2008; LIMA, 2019). 3 METODOLOGIA Com o propósito de avaliar como as instituições que compõem a RFEPCT estão orientando suas pesquisas, bem como avaliar a preocupação das mesmas com pesquisas orientadas para resolver os problemas da sociedade, o estudo se deu por meio de abordagem quantitativa e levantamento de campo. Para a coleta de dados foi utilizada a técnica e-survey, por permitir coletar informações de um grande número de participantes, garantir o anonimato das respostas, permitir maior conveniência para o participante e por não expor os participantes à influência das opiniões e do aspecto pessoal do pesquisador (GIL, 2008). Para tanto, foram enviados questionários para os representantes dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia; dos Centros Federais de Educação Tecnológica e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a partir dos contatos disponíveis nos sites destas instituições, sendo solicitado o encaminhamento do instrumento de coleta de dados aos pesquisadores dessas instituições. As opiniões dos pesquisadores atuantes nas instituições pertencentes à RFEPCT foram analisadas por meio de escalas do tipo Likert de cinco pontos, em que nos extremos o escore 1 (um) indica total desacordo com a questão e o escore 5 (cinco) total acordo, tal qual o esquema ilustrativo, inserido no questionário e reproduzido pela Figura 03. Ao final do questionário houve espaço livre para comentários gerais sobre a percepção dos pesquisadores. Figura 03 – Escala do tipo Likert utilizada no questionário. Fonte: Souza (2018). Os dados foram coletados entre os meses de outubro e novembro de 2018. Para o tratamento dos mesmos foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas, adequadas à metodologia de levantamento de campo (GIL, 2008). A amostra final foi composta por 312 pesquisadores atuantes em todas as grandes áreas do conhecimento, o que contribuiu para uma percepção mais abrangente da temática investigada.
  • 17. 13 Percebe-se um maior percentual de pesquisadores atuantes nas grandes áreas de Ciências Exatas e da Terra (22,7%), seguida por Ciências Sociais Aplicadas (15,4%), Ciências Humanas (15,1%), Ciências Agrárias (14,7%), Engenharias (10,6%), Linguística, Letras e Artes (7,1%), Ciências da Saúde (6,7%), Ciências Biológicas (6,7%) e outras (1,0%). Outra característica importante se refere à baixa experiência internacional dos participantes com atividades de pesquisa, uma vez que a grande maioria dos pesquisadores (72,8% do total) afirmou não possuir experiências de pesquisa em outros países e/ou com pesquisadores estrangeiros. A seguir são apresentados os principais resultados evidenciados. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em um primeiro momento, a análise dos dados permitiu elencar os tipos de orientação dados às pesquisas na RFEPCT, na visão dos participantes, seguindo as categorias de análise propostas por Souza (2018), considerando: (i) interesse e/ou curiosidade do pesquisador, (ii) demandas da sociedade, (iii) descoberta de novos conhecimentos científicos, (iv) disponibilidade de recursos, (v) interesses e/ou demandas de alunos e (vi) parcerias com outros grupos e/ou pesquisadores. Os resultados obtidos, em termos de médias aritméticas e desvio padrão, seguem descritos na Tabela 01. Tabela 01 – Tendências na orientação das pesquisas da RFEPCT. Fonte: Dos autores (2020). Pode-se observar maior concordância entre os sujeitos da pesquisa com o tipo de orientação voltada aos interesses e/ou curiosidade do pesquisador, que apresentou valor 4,0 de média. Nesse quesito os dados apresentaram o menor desvio padrão entre as categorias analisadas, indicando uma menor variação na percepção dos participantes. Os resultados se mostraram semelhantes ao identificado por Souza (2018) ao avaliar a percepção de pesquisadores de universidades públicas brasileiras. Isto se mostra preocupante para o desenvolvimento tecnológico e inovativo do país, pois Hemlin, Allwood e Martin (2004) destacam que a noção de liberdade ou curiosidade por si só pode ser negativa para a relevância das pesquisas acadêmicas.
  • 18. 14 Se não houver uma coordenação bem estruturada, uma estratégia clara e bem definida e se o pessoal envolvido não estiver motivado para novos desafios e demandas de estudos, o grupo pode ser ineficaz e não criativo (HEMLIN; ALLWOOD; MARTIN, 2004). Stokes (1997) também questiona o modelo tradicional de pesquisas orientadas pela curiosidade do pesquisador, ao invés de ser inspirada pelo uso, de forma que a ciência pudesse dar uma contribuição maior no atendimento de necessidades não satisfeitas da sociedade. Fatores relacionados à disponibilidade de recursos vieram na sequência, com média 3,6. Essa característica é indicada por De Negri (2017), ao associar a participação das IES na política nacional de inovação com investimentos públicos e privados. Este resultado é preocupante, devido às recentes quedas de investimentos públicos na rede federal, o que dificulta o desenvolvimento das pesquisas, já que os pesquisadores brasileiros são altamente dependentes dos recursos públicos (SCHWARTZMAN et al., 2008; BORGES, 2016; MCTI, 2016). A necessidade de recursos públicos e a dificuldade em estabelecer parcerias com o setor privado foram ressaltadas por diversos pesquisadores como sendo um grande desafio, já que “muitas vezes grandes projetos deixam de ser trabalhados e realizados por falta de recursos de todas as esferas [...]” (P205) e que “Falta incentivo, recursos humanos e financeiros [...] na RFEPCT” (P188). Por fim, dentre as categorias com maior escore médio entre os pesquisadores pesquisados, destaca-se a orientação de pesquisas pela descoberta de novos conhecimentos científicos, com média de 3,2. Isso também se mostra preocupante, pois indica que a maioria das pesquisas tem sido direcionada pelo descobrimento de novos conhecimentos científicos (pesquisas básicas), ao invés de pesquisas mais aplicadas, capazes de gerar soluções técnicas e tecnológicas às demandas sociais e peculiaridades regionais, conforme previsto na constituição da RFEPCT (BRASIL, 2008). Dentre as categorias com menores escores médios destacam-se a orientação de pesquisas pelas demandas da sociedade, pelos interesses e/ou demandas dos alunos e pelas parcerias com outros grupos e/ou pesquisadores, todas com média de 2,8. Os resultados indicam que o foco das pesquisas desenvolvidas não está direcionado para a pesquisa aplicada, o que corrobora a visão de Borges (2016) quando classifica a produção científica nacional como, majoritariamente, científica. A opinião dos pesquisados sobre esse tema é reafirmada pelos seguintes dizeres: Pesquisas mais voltadas para a realidade regional são de extrema importância, porém pouco valorizadas no meio acadêmico, inclusive sendo difícil a publicação da mesma em periódicos com Qualis mais elevado. Isso deveria ser, de alguma forma,
  • 19. 15 alterado, pois são essas pesquisas que garantem o desenvolvimento do país mais voltado para a realidade regional (P61). O grande problema da pesquisa no Brasil é a de não resolver problemas de grande parte da população, necessidades que o povo possui [...]. (P144). Tais resultados se mostram preocupantes, pois diversos estudos têm atribuído um conjunto significativo de críticas às pesquisas acadêmicas pela falta de estratégias de integração com as demandas da sociedade, gerando dúvidas se o conhecimento desenvolvido na academia tem sido de fato aplicado na resolução de problemas do cotidiano e em novas formas de melhorar o mundo (ANDERSON; HERRIOT; HODGKINSON, 2001; VAN AKEN, 2004; 2005; THORN; SOO, 2006; SCHWARTZMAN, 2008; HOLMSTRÖM; KETOKIVI; HAMERI, 2009; DRESCH; LACERDA; ANTUNES JUNIOR, 2015). Por fim, destaca-se a baixa interação dos pesquisadores com outros grupos e pesquisadores, especialmente ligados às empresas. Neste contexto, pensar na possibilidade de trabalhar em parcerias com outros grupos e/ou instituições pode contribuir para desenvolvimento de estudos mais relevantes ao identificar demandas mais específicas, além de permitir o acesso a outras fontes de recursos e incorporar novas ideias e processos (SOUZA, 2018). Tais ações poderiam resultar em práticas heterogêneas de pesquisa e estudos mais relevantes pela multiplicidade de ideias e competências (HESSELS; LENTE, 2008). Identificadas as principais formas de orientação das pesquisas, buscou-se aprofundar a percepção dos pesquisadores em relação a importância de orientar as pesquisas pelas demandas da sociedade (foco do estudo). Para tanto foi investigada a percepção dos participantes quanto aos benefícios de orientar as pesquisas pelas demandas da sociedade, propostos por Souza (2018), a saber: (i) gerar pesquisas mais relevantes e inovadoras, (ii) facilitar a aproximação entre pesquisas básicas e aplicadas, (iii) melhorar a qualidade de vida da população, (iv) legitimar a importância das pesquisas acadêmicas e (v) melhorar as atividades de ensino e extensão. Os resultados identificados são apresentados na Tabela 02. Tabela 02 – Benefícios com o alinhamento entre pesquisa e as demandas da sociedade. Fonte: Dos autores (2020). Todos os benefícios sugeridos pela pesquisa obtiveram altos índices de concordância entre os participantes, indicando a relevância em direcionar os estudos para a solução de
  • 20. 16 problemas da sociedade. Dentre os possíveis benefícios pesquisados, o maior nível de concordância observado diz respeito à melhoria na qualidade de vida da população, como a geração de emprego, renda, etc., apresentando um escore médio de 4,6. Oliveira (2013) já definia a pesquisa científica e tecnológica como base para a inovação e para a formação de recursos humanos qualificados. A pesquisa, segundo Mezzavila (2016), fornece oportunidades para a ascensão e o sucesso profissional; com consequente melhoria na qualidade de vida. Essa função é destacada pelo comentário do sujeito da pesquisa P61 ao dizer que “pesquisas mais voltadas para a realidade regional são de extrema importância, pois são essas pesquisas que garantem o desenvolvimento do país”. A produção acadêmica com foco nas demandas da sociedade também foi associada à geração de pesquisas mais relevantes e inovadoras (escore 4,5), sendo “[...] norteada pela vivência, necessidades observadas e ideias inovadoras” (P33). Embora esse resultado, indique que os pesquisados têm ciência da importância em alinhar as pesquisas aos propósitos de geração e adaptação técnico-tecnológicas previstos na criação e estruturação da RFEPCT (BRASIL, 2008), na prática o que se vê é ainda uma produção acadêmica majoritariamente científica, em detrimento da pesquisa aplicada de caráter tecnológico e inovador com foco na resolução de problemas da sociedade. Além disso, para os pesquisadores, o alinhamento das pesquisas pelas demandas da sociedade pode promover melhorias nas atividades de ensino e/ou extensão (escore 4,5) e facilitar a aproximação de pesquisas básicas e aplicadas (escores 4,5). A promoção de atividades extensionistas e o estímulo à pesquisa aplicada também fazem parte das diretrizes da RFEPCT (BRASIL, 2008). Para um dos participantes “é importante reconhecer o quanto essa pesquisa [aplicada] pode contribuir ou impactar na educação” (P70). No entanto, muitos relataram a dificuldade em desenvolver novos projetos nas instituições dado que “[...] a vocação da pesquisa [...] é restrita nos IFs”, “tanto a pesquisa e a extensão são atividades secundárias em detrimento ao Ensino” (P57). Essa “é uma característica dos IF’s a ser mudada” (P57). Da Silveira (2020), avalia a vocação dos institutos federais como sendo para a educação básica, sobretudo no ensino médio, agregando o ensino profissionalizante. Para Daminelli (2018), a iniciação científica nos alunos do ensino médio, objetiva despertar a vocação científica, desenvolver habilidades, atitudes e valores para uma educação científica e tecnológica, dando suporte para a sua expansão no ensino superior. Além da concentração de esforços em atividades de ensino, os pesquisados relatam a falta de preparo dos alunos do ensino médio para sugerir, participar ou desenvolver pesquisas.
  • 21. 17 “Para quem atua com ensino médio integrado, a grande maioria das pesquisas não representam grandes inovações, [...] nosso público (os alunos do ensino médio) não estão preparados” (P68). “Não tem compreensão do significado da bolsa e denotam pouco engajamento no processo de aprendizado científico” (P226). Estes relatos vão ao encontro do trabalho de Dos Santos (2020) ao colocar a deficiência do sistema educacional na formação cognitiva, social, intelectual e cultural, refletindo na defasagem de conceitos básicos dos alunos ingressantes na RFEPCT. Assim, as atividades majoritariamente voltadas ao ensino e a falta de preparo e interesse científico dos alunos contribuem para que as pesquisas desenvolvidas atuem, em sua maioria, no nível básico e não em função das necessidades sociais. Mesmo que essa questão demande esforços em políticas públicas de longo prazo, uma sugestão proposta no nível de ensino com foco na introdução dos alunos ao fazer científico e dentro da realidade da rede foi “inserir uma disciplina que trate a Metodologia Científica nos cursos técnicos integrados ao ensino médio” (P291). Por fim, o reconhecimento das pesquisas desenvolvidas perante a sociedade apresentou um escore médio de 4,3, representando um alto nível de concordância quanto a este possível benefício. Para os participantes há “ausência de divulgação de aplicação do que foi pesquisado” (P46), “não atingindo realmente os interessados ou o público realmente impactado pelos resultados” (P260), sendo “importante avaliar como é divulgada a pesquisa ao meio científico e principalmente a comunidade” (P48). Perucchi (2015) identificou os canais preferenciais de divulgação da produção bibliográfica em instituições da RFEPCT como sendo a apresentação de trabalhos e a publicação em anais de congressos. A apresentação embora seja, com ampla maioria, o meio mais utilizado para a exposição, constitui um canal informal de comunicação em que a divulgação é rápida, mas não exige a publicação ou formalização da pesquisa. Essa modalidade informal pode atuar diretamente na divulgação das pesquisas para a comunidade onde está inserida em linguagem mais simples e direta. Já a publicação em anais, mesmo sendo a segunda em termos de utilização e, constituir o indicador mais popular para a avaliação acadêmica, ainda é pouco utilizada na divulgação da produção dos institutos (PERUCCHI, 2015). O incentivo à publicação pode ajudar a motivar os pesquisadores, seja pelo incremento no seu índice avaliador ou pela exposição dos trabalhos integrais aos pares, ajudando a estreitar o vínculo colaborativo pela afinidade aos temas de pesquisa, desafios e metas compartilháveis.
  • 22. 18 De acordo com comentários realizados pelos participantes, a divulgação das pesquisas, sobretudo nos IF’s é insuficiente. Um dos docentes relata o desafio: Atualmente tenho buscado divulgar os resultados de minhas pesquisas de forma autônoma, tanto em termos financeiros, tanto em network e comunicação. Isso se torna desmotivador para o pesquisador, que prefere produzir pesquisas básicas e muitas vezes sem muita aplicação prática na região em questão, apenas para fins curriculares. [...] Deste modo, creio que mais incentivo à extensão e transferência de tecnologias obtidas através de tais pesquisas seja a chave para este sucesso (P260). Se faz, portanto, “necessário criar uma forma de disponibilizar informações sobre as pesquisas dentro da Rede” (P130). Além da afirmação dos canais de divulgação já utilizados, Santos (2010) propõe a parceria com as bibliotecas dos IF’s para agir sobre as fontes de informação existentes, podendo atuar no acesso, avaliação e na criação de novas fontes. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo indicou que embora os pesquisados, representantes da RFEPCT, associem a pesquisa aplicada com foco nas demandas da sociedade a benefícios tais como o incremento nos níveis de empregabilidade, renda, inovação e reconhecimento das instituições; esse tipo de pesquisa não é a principal produção da rede. Os pesquisadores relatam a deficiência educacional da maioria dos alunos ingressos nos campi e a promoção insuficiente das atividades de pesquisa e extensão, contribuindo para um desequilíbrio nos esforços político-pedagógicos previstos para a RFEPCT. O ensino é trabalhado como prioritário, mas não está articulado à extensão, pesquisa e inovação. A falta de maturidade científica dos alunos, aliada à falta de reconhecimento das iniciativas em pesquisa e extensão, como citado por pesquisadores, pode ser algumas das causas para o direcionamento de pesquisas voltadas aos interesses dos pesquisadores e à descoberta de novos conhecimentos científicos. Os resultados observados entre os participantes sobre os benefícios trazidos pela pesquisa aplicada deveria incitar o debate dentro das unidades da RFEPCT, reformulando políticas internas para viabilizar a promoção de tais pesquisas, como o estudo de metodologia científica para os cursos de nível técnico, popularização e valorização da produção acadêmica científica já realizada na região dos campi, com espaço para a identificação e monitoramento das demandas regionais; além da desburocratização das parcerias público-privadas. Futuros trabalhos podem ser direcionados a identificar e medir os fatores que levam a produção acadêmica na RFEPCT a se distanciar das demandas regionais, bem como das pesquisas aplicadas e inovativas. Outra possibilidade para agendas de trabalhos futuros seria
  • 23. 19 comparar e acompanhar o desenvolvimento da produção acadêmica de caráter inovador da RFEPCT com a variação dos indicadores econômicos do país. 6 REFERÊNCIAS ANDERSON, Neil; HERRIOT, Peter; HODGKINSON, Gerard P. The practitioner‐researcher divide in Industrial, Work and Organizational (IWO) psychology: Where are we now, and where do we go from here?. Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 74, n. 4, p. 391-411, 2001. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento nacional. Documento Síntese: Plano de Ação 2007-2010. Brasília, 2007. ______. Lei. 11.892 de 29 de dezembro de 2008-Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, v. 30, 2008. BORGES, Mario N. Ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do Brasil. Scientia Plena, v. 12, n. 8, 2016. CASTRO, Priscila; DE MAGALHÃES, Claudio Freitas. O papel do design no processo de inovação na Universidade. DAT Journal, v. 4, n. 1, p. 129-141, 2019. CONIF. Histórico do Conif. 2017. Disponível em: <http://portal.conif.org.br/br/rede-feder al /historico-do-conif>. Acesso em: jun. 2020. DA SILVEIRA, Lisiane Bender; ESCOTT, Clarice Monteiro. Ensino Médio Integrado: uma proposta de autoavaliação. ScientiaTec, v. 7, n. 1, 2020. DAMINELLI, Elisa. A Pesquisa e a Produção de Conhecimento nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia no RS: um estudo sobre a iniciação científica com estudantes do ensino médio técnico. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018. DE ALMEIDA SANTOS, Catarina; DE MORAES, Karine Nunes. A produção do conhecimento e a Política Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Série-Estudos-Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, 2010. DE NEGRI, Fernanda et al. Redução drástica na inovação e no investimento em P&D no brasil: o que dizem os indicadores da pesquisa de inovação 2017. Diretoria de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação e Infraestrutura, n. 60, p. 1-14, 2020. DO PRADO, Junior Leal; FERNANDEZ-CREHUET, Jose Maria; DE OLIVEIRA JÚNIOR, Antonio Martins. Propriedades intelectuais da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Education Policy Analysis Archives/Archivos Analíticos de Políticas Educativas, n. 25, p. 1-25, 2017.
  • 24. 20 DOS SANTOS, Vanilza Valentim; MORI, Nerli Nonato Ribeiro. Educação Profissional: a trajetória de alunos com dificuldades escolares. Educação (UFSM), v. 45, p. 8-1-24, 2020. DRESCH, Aline; LACERDA, Daniel Pacheco; JÚNIOR, José Antonio Valle Antunes. Design science research: método de pesquisa para avanço da ciência e tecnologia. Bookman Editora, 2015. DUTTA, Soumitra; LANVIN, Bruno; WUNSCH-VINCENT, Sacha. The global innovation index 2017. Effective Innovation Policies for Development, Geneva: World Intellectual Property Organization, 2017. DRUCKER, Peter F. The global economy and the nation-state. Foreign Affairs, p. 159-171, 1997. GABRIEL, Luciano Ferreira; MISSIO, Fabrício. O papel das exportações e do Sistema Nacional de Inovação no crescimento econômico do Brasil. Revista de Economia, v. 39, n. 70, 2019. GALDINO, Juraci Ferreira. Análise de desempenho dos Insumos de Inovação do Sistema Nacional de Inovação do Brasil. Exacta, v. 17, n. 2, p. 75-93, 2019. GIL, Antônio Carlos. Metodologia do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2008. CC BY, v. 4, 2008. HEMLIN, Sven; ALLWOOD, Carl Martin; MARTIN, Ben R. (Ed.). Creative knowledge environments: The influences on creativity in research and innovation. Edward Elgar Publishing, 2004. HESSELS, Laurens K.; VAN LENTE, Harro. Re-thinking new knowledge production: A literature review and a research agenda. Research policy, v. 37, n. 4, p. 740-760, 2008. HOLMSTRÖM, Jan; KETOKIVI, Mikko; HAMERI, Ari‐Pekka. Bridging practice and theory: A design science approach. Decision Sciences, v. 40, n. 1, p. 65-87, 2009. LEMOS, Linovaldo Miranda. Os Desafios à Consolidação de uma Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no Brasil. Geo UERJ, n. 36, p. 38134, 2020. LIMA, Larisse Araújo et al. Desenvolvimento Tecnológico e a Maturidade das Pesquisas no Âmbito das Instituições de Pesquisa Científica e Tecnológica–ICTs no Brasil. Cadernos de Prospecção, v. 12, n. 1, p. 31, 2019. MASSAMBANI, Oswaldo. Estratégias da FINEP e seus instrumentos de apoio à inovação. São Paulo, 2017. Disponível em: <http://www.desenvolvesp.com.br/wp- content/uploads /2017 /05/FINEP_MPI_2017.pdf>. Acesso em: jun. 2020. MEZZAVILA, Isabela Cristina Veroneze; CARDOSO, Jorge Manoel Mendes. Qualificação profissional e empregabilidade: reflexões pertinentes. Revista de Pós-Graduação do Centro Universitário Cidade Verde, v. 2, n. 1, 2016.
  • 25. 21 MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016 – 2019. Brasília: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, 2016. Disponível em: < www.mcti.gov.br>. Acesso em: jun. 2020. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Instituições da Rede Federal. 2019a. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/ rede-federal -inicial/instituicoes. Acesso em: jun. 2020. OLIVEIRA, João F. A política de ciência, tecnologia e inovação, a pós-graduação e a produção do conhecimento no Brasil. Inter-ação (UFG), Goiânia - GO, v. 38, n. 2, p. 323- 338, mai./ago. 2013. Disponível em: <http://www.anpae.org.br/iberoamericano2012/Tra balhos/ JoaoFerreiraDeOliveira_res_int_GT3.pdf>. Acesso em: jun. 2020. PERUCCHI, Valmira. Produção de conhecimento científico e tecnológico nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia: uma investigação sobre a sua natureza, divulgação e aplicação. Universidade de Brasília, Brasília, 2015. PONTES, Tricia Thaise Silvia; GENUÍNO, Shirley Luanna Vieira Peixoto. Desenvolvimento Econômico e Capacidade de Inovação Tecnológica no Brasil: uma Análise com Dados em Painel| Economic Development and Technological Innovation Capacity in Brazil: an Analysis with Panel Data. Revista Brasileira de Gestão e Inovação (Brazilian Journal of Management & Innovation), v. 7, n. 1, p. 138-158, 2019. PROFISSIONAL, REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO; CIENTÍFICA, E. TECNOLÓGICA. Expansão da Rede Federal. Brasília, DF, 2016. SANTOS, Andrea Pereira. Institutos federais de educação: fontes de informação e gestão do conhecimento. Federal institutes of education, science and technology of Brazil: information sources and knowledge management. Revista ACB, v. 15, n. 1, p. 22-38, 2010. SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982. SCHWARTZMAN, S.; BOTELHO, A. J.; SILVA, da A.; CRISTOPHE, M. National Case Studies: Brazil. In: SCHWARTZMAN, S. (Org.). University and Development in Latin America: Successful Experiences of Research Centers. Institute of Labor and Society Studies, Rio de Janeiro: Sense Publishers, 2008. SILVA, Caetana Juracy Resende et al. Institutos Federais: Lei nº 11892, de 29/12/2008. Comentários e reflexões. Editora IFRN, Brasília, DF, 2009. SILVA, Priscilla Nascimento et al. Inovação do Brasil: contexto, direito, políticas e incentivos. Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2019. SOUZA, D. L. de. Pesquisa acadêmica no Brasil: proposta de um modelo heurístico de planejamento. 2018. 230 p. Tese (Doutorado em Administração) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2017. STOKES, Donald E. Pasteur's quadrant: Basic science and technological innovation. Brookings Institution Press, 1997.
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