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Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6
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Suspensãodesupercílioviatranspalpebral
SUSPENSÃO DE SUPERCÍLIO: VIA TRANSPALPEBRAL
Brow ptosis: trans palpebral approach
GUILHERME HERZOG NETO1
, ROBERTO SEBASTIÁ2
, GIOVANNI ANDRÉ PIRES VIANA3
1. ProfessordoCursodePós-graduaçãoemCirurgiaPlásticaOculardoServiçodeOftalmologiadaUniversidadeFederalFluminense,membrodaSociedadeBrasileira
deOftalmologia.
2. ProfessordoCursodePós-graduaçãoemCirurgiaPlásticaOculardoServiçodeOftalmologiadaUniversidadeFederalFluminense,MembroTitulardaSociedade
BrasileiradeCirurgiaPlástica.
3. MembroTitulardaSociedadeBrasileiradeCirurgiaPlástica.
Correspondência para: GiovanniAndréP.Viana
Al.Jauaperi,732-Moema–SãoPaulo,SP-CEP:04523-013-Fax:0xx115055-3831–E-mail:gapvfvv@yahoo.com.br
ARTIGOARTIGOARTIGOARTIGOARTIGO ORIGINALORIGINALORIGINALORIGINALORIGINAL
RESUMO
Objetivo: Analisar a suspensão de supercílio via transpalpebral.
Método: Foi realizado um estudo prospectivo, entre janeiro
de 2003 e dezembro de 2004, incluindo todos os pacientes
que procuraram o serviço com queixa de excesso de pele na
pálpebra superior e/ou queixa de queda na posição do
supercílio. No total, foram realizados 68 procedimentos
cirúrgicos. Realizou-se registro fotográfico no pré-operatório e
pós-operatório tardio, comparando-se o resultado obtido.
Resultados: Quanto ao sexo, 88,9% dos pacientes eram do sexo
feminino e 11,1% do sexo masculino. Observou-se que 22,3% dos
pacientes tinham assimetria. A suspensão foi bilateral em 94,1%
dos casos e unilateral em 5,9%. Na maioria dos casos (88,9%), a
colocação de um ponto de sustentação foi suficiente. Em 94,7%
dos casos, a suspensão envolveu a região temporal do supercílio
e, em 5,3%, apenas a porção nasal. Não houve relato de
alteração de sensibilidade local nesta casuística. As compli-
cações encontradas foram: edema local (100%); equimose
(47,2%); depressão discreta no local por onde se passou o
fio (100%). Conclusão: As vantagens da técnica apresentada
justificam, na opinião dos autores, o seu emprego, como mais
uma opção para elevação do supercílio.
Descritores:Blefaroplastia.Sobrancelhas,cirurgia.
SUMMARY
Background: Transpalpebral browpexy could be performed as
an adjuvant procedure to the upper blepharoplasty or as a
separate procedure. Particular indications included patients with
lateral brow ptosis and discrete forehead wrinkles and balding
men. Method: During the years 2003 and 2004, a prospective
study was conducted at the Antônio Pedro Hospital with this
approach. During this period 68 surgeries were done. Every
patient was photographed just before the surgery and after
6 months of the procedure; preoperative and postoperative
pictures were analyzed to compare the results. Results: Almost
89% of patients were female. It was seen that 22.3% of patients
had eyebrows asymmetry. Bilateral browpexy were done in
94.1% of patients. In most cases (88.9%), only one stitch was
needed to accomplish the browpexy and this stitch was located
at the temples in 94.7% of cases and at the nasal side in 5.3% of
patients. There were no decreased sensation and paresthesis in
the undermined area in this casuistic. Complications during the
postoperative course were: local swelling (100%), ecchymosis
(47.2%), slightly depression at the site of anchoring stitch (100%).
Conclusions: Transpapebral browpexy proved to be useful
addition to blepharoplasty.
Descriptors:Blepharoplasty.Eyebrows,surgery.
INTRODUÇÃO
As características da região frontal e dos supercílios são
influenciadas por vários fatores, entre eles, a idade, o sexo, a
cultura, a etnia e as tendências da moda.
A mudança na posição do supercílio com o envelhecimento
era considerada como resultado de um estiramento do escalpo
e dos tecidos conectivos da região frontal, um mecanismo que
deveria produzir uma queda uniforme de todo o supercílio,
entretanto,duranteaobservaçãoclínicadiária,observou-seque
o segmento lateral sofria uma ptose mais precoce que o segmen-
to medial1
. Por esta razão, diversos autores se preocuparam em
estudar a anatomia desta região, para melhor compreender o
mecanismo de maior migração da porção lateral do supercílio1-3
.
Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6
232
Herzog Neto G et al.
Figura 1 - Marcação dos pontos de elevação do supercílio. Figura 2 - Introdução do fio de mononylon.
Os primeiros relatos para a correção da ptose do supercílio
são creditados a Passot, em 1919, de acordo com Paul4
. A partir
da década de 30 do século XX, diversos métodos de tratamento
da ptose do supercílio foram relatados na literatura5-15
.
O objetivo deste estudo é avaliar a correção da ptose de
supercílio por via transpalpebral, analisando a sua indicação, o
grau de correção obtido e de satisfação dos pacientes.
MÉTODO
Foi realizado um estudo prospectivo no Serviço de Plástica
Ocular da Universidade Federal Fluminense, entre janeiro de
2003 e dezembro de 2004. Foram incluídos nesta casuística
todos os pacientes que procuraram o serviço com queixa de
excesso de pele na pálpebra superior e/ou queixa de queda
na posição do supercílio. Todas as operações foram feitas
pela mesma equipe cirúrgica. Ao todo, foram incluídos
68 procedimentos cirúrgicos. Foi feito registro fotográfico no
pré-operatório e no pós-operatório tardio (6 meses), compa-
rando-se o resultado obtido. Cada paciente, ao fim do 6º mês,
foi questionado sobre o grau de satisfação e sua resposta foi
anotada em sua ficha ambulatorial.
A marcação do paciente foi feita, colocando-o sentado na
mesa de cirurgia para que os tecidos ficassem sujeitos à ação
da gravidade, avaliando deste modo o nível de suspensão
desejado, qual região deveria ser elevada (segmento lateral e/
oumedial)eanalisandoograudeassimetriapresente.Orebordo
orbitário superior foi demarcado e a chanfradura ou forâmen
supra-orbital foi identificado, visando a preservação dos vasos
e nervo supra-orbital (Figura 1).
Foi empregada anestesia local (lidocaína 2% com
epinefrina a 1:200.000) e sedação. Após a conclusão da
blefaroplastia superior, realizou-se, com auxílio de uma pinça
hemostática tipo ‘Kelly’, divulsionamento no plano sub-
muscular na projeção do ponto de identificação da nova
posição do supercílio. Foi usado um fio de mononylon 4/0,
sendo que a agulha foi introduzida através da pele, na exata
posição do ponto previamente demarcado, passando
por todos os planos existentes, inclusive pelo periósteo. Esta
agulha, então, foi trazida para a área cruenta da blefaro-
plastia, por baixo do plano submuscular (Figura 2). Com
auxílio de uma agulha hipodérmica, que foi introduzida
através deste plano submuscular, transfixou-se a pele no
mesmo orifício por onde a agulha do fio de mononylon
entrou. A extremidade distal deste fio foi introduzida pelo
orifício da agulha hipodérmica e, então, a agulha foi retirada,
ficando neste momento as duas pontas do fio sobre a área
cruenta da blefaroplastia (Figura 3). Com a ajuda de um
afastador, para melhor visibilização, confeccionou-se o
primeiro nó, tomando-se o cuidado de levá-lo até o periósteo
e, a seguir, finalizou-se a amarração dos nós subseqüentes
(Figura 4). Caso fosse necessária a elevação de outras partes
do supercílio, a sistemática foi a mesma descrita acima. Ao
final, foi revista a hemostasia no local e a área cruenta da
blefaroplastia foi fechada de maneira usual.
Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6
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Suspensãodesupercílioviatranspalpebral
Figura 5 - Paciente 49 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 1 ano.
Figura 3 - Introdução da agulha hipodérmica. Figura 4 - Confecção dos nós.
RESULTADOS
Ao todo, foram realizados 68 procedimentos cirúrgicos para
acorreçãodaptosedesupercílio,sendoque88,9%dospacientes
eram do sexo feminino e 11,1% do sexo masculino, com idade
entre 22 e 72 anos, com média de 55,3 anos. Em 77,7% dos
pacientes, os supercílios eram simétricos e em 22,3% dos casos
havia uma assimetria visível.
Do total de cirurgias realizadas, a suspensão bilateral
ocorreu em 94,1% dos casos (Figuras 5 e 6), enquanto que em
5,9% dos pacientes, a cirurgia foi unilateral (Figuras 6 a 8). Entre
os pacientes com assimetria, 62,5% dos casos foram subme-
tidos à correção bilateral (Figura 9) e, em 37,5%, à cirurgia
unilateral (Figura 10).
A área elevada em 94,7% dos pacientes foi a porção tempo-
ral do supercílio e, em 5,3% dos casos, a pexia foi realizada
somente na região nasal. Na maioria dos casos, a colocação de
um ponto de sustentação foi suficiente, entretanto, em 11,1%
dos pacientes, dois ou mais pontos foram necessários para se
atingir o objetivo desejado.
O tempo médio de acompanhamento foi de 12 meses. Em
97,2% dos casos, a cirurgia foi considerada satisfatória. Nenhum
A B
Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6
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Herzog Neto G et al.
Figura 6 - Paciente 45 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 8 meses.
Figura 7 - Paciente 48 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 30 dias.
Figura 8 - Paciente 46 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 11 meses.
A B
A B
A B
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Suspensãodesupercílioviatranspalpebral
Figura 11 - Paciente 44 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 14 dias.
Figura 9 - Paciente 69 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 9 meses.
Figura 10 - Paciente 66 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 13 meses.
A B
A B
A B
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Herzog Neto G et al.
TrabalhorealizadonaUniversidadeFederalFluminense,HospitalAntônioPedro,DepartamentodeOftalmologia–SetordeCirurgiaPlásticaOcular;Niterói,RJ.
ApresentadonoXVICongressoBrasileirodePrevençãoàCegueiraeReabilitaçãoVisual,emsetembrode2004,noRiodeJaneiro, RJenaXVIIIJornada
Centro-OestedeCirurgiaPlástica,emmarçode2005,emGoiânia,GO.
Artigorecebido:06/12/2004
Artigoaprovado:02/09/2005
paciente relatou alteração de sensibilidade local. Quanto às
complicações existentes, todas foram consideradas mínimas,
sendo relatadas: edema local (100%), que persistiu em média por
um mês; equimose local com resolução espontânea entre 15 e
20 dias (47,2%); depressão discreta no local por onde se passou
o fio de mononylon (100%), que se resolveu espontaneamente
entre 14 dias e 2 meses.
DISCUSSÃO
O conceito moderno do supercílio ideal foi descrito
por Westmore6
, em 1974. Desde então, diversos autores vêm
tentandodefinirqualaformaeaposiçãoidealparaosupercílio7,8
.
Importante salientar que a ptose de supercílio causa um
pseudo-excessodepelenapálpebrasuperior.Aomenosqueesta
ptose seja corrigida antes da blefaroplastia superior, esta
ressecção em excesso causaria uma diminuição da área de
superfície entre o supercílio e a pálpebra superior, dando a
impressão que a porção lateral do supercílio fora tracionada
para a proximidade do rebordo orbitário; podendo ainda
causar lagoftalmo e exposição da córnea1,9-15
.
A abordagem por via transpalpebral permite não somente
o tratamento da ptose de supercílio, mas também a abordagem
e tratamento dos músculos corrugadores, prócero e depressor
do supercílio, bem como, preveniria a ptose de supercílio decor-
rente da hiperatividade destes músculos9-11
. Entretanto, alguns
autores11-13
acham que esta abordagem apresentaria algumas
limitações, não estando indicada em casos graves de ptose ou
em pacientes com ptose decorrente de paralisia.
A técnica proposta permite uma abordagem do supercílio
sem acréscimo de cicatriz, aumentando o tempo de uma
blefaroplastia clássica em aproximadamente 15 a 30 minutos.
Outras vantagens deste procedimento são: a) não desco-
lamento excessivo dos tecidos, representando menor morbi-
dade, diminuindo o risco de lesão nervosa; b) a elevação
do supercílio pode ser setorial ou não, e a suspensão pode ser
ajustada em casos de assimetria; c) baixo custo, pois não
necessita de material sofisticado; d) boa aceitação dos
pacientes por ser procedimento pouco invasivo, com cicatriz
bem escondida e de boa evolução.
Houve um único caso em que a paciente não ficou satisfeita
e atribuiu-se este resultado a uma expectativa irreal por parte
dela, contudo, ela apresentava uma ptose bilateral importante,
principalmente do segmento temporal. Observou-se que para
casos de ptose grave, este procedimento apesar de trazer uma
melhora significativa do problema, não é a solução definitiva,
devendo ser indicado outro tipo de abordagem.
A meta da suspensão do supercílio é reposicionar e/ou
remodelá-lo, para realçar a aparência facial do indivíduo. A
simples suspensão pode não alcançar este resultado e, por
isso, todas as características da região periorbitária devem ser
levadas em consideração na discussão pré-operatória com o
paciente, pois são os detalhes deste conjunto que trazem a
harmonia e a beleza desta região.
Conclui-se que, apesar de não dispormos de uma grande
casuística e de um seguimento prolongado destes doentes
para demonstrar a sua durabilidade, entendemos que as várias
vantagens da técnica apresentada e os resultados preliminares
já justificam o seu emprego, principalmente nos casos de ptose
de leve a moderada intensidade.
REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS
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of eyebrow ptosis. Plast Reconstr Surg. 1996;97(7):1321-
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adjunct to blepharoplasty. Plast Reconstr Surg. 1990;86
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11. Ramirez OM. Transblepharoplasty forehead lift and
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12. Knize DM. Limited-incision forehead lift for eyebrow
elevation to enhance upper blepharoplasty. Plast.
Reconstr Surg. 1996;97(7):1334-42.
13. Knize DM. Limited incision forehead lift for eyebrow
elevation to enhance upper blepharoplasty. Plast
Reconstr Surg. 2001;108(2):564-7.
14. Graziosi AC, Beer SMC. Browlifting with thread: the
technique without undermining using minimum incisions.
Aesthetic Plast Surg. 1998;22(2):120-5.
15. Elkwood A, Matarasso A, Rankin M, Elkowitz M, Godek CP.
National plastic surgery survey: brow lifting techniques
and complications. Plast Reconstr Surg. 2001;108(7):
2143-52.

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Suspensão de sobrancelha transpalpebral

  • 1. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 231 Suspensãodesupercílioviatranspalpebral SUSPENSÃO DE SUPERCÍLIO: VIA TRANSPALPEBRAL Brow ptosis: trans palpebral approach GUILHERME HERZOG NETO1 , ROBERTO SEBASTIÁ2 , GIOVANNI ANDRÉ PIRES VIANA3 1. ProfessordoCursodePós-graduaçãoemCirurgiaPlásticaOculardoServiçodeOftalmologiadaUniversidadeFederalFluminense,membrodaSociedadeBrasileira deOftalmologia. 2. ProfessordoCursodePós-graduaçãoemCirurgiaPlásticaOculardoServiçodeOftalmologiadaUniversidadeFederalFluminense,MembroTitulardaSociedade BrasileiradeCirurgiaPlástica. 3. MembroTitulardaSociedadeBrasileiradeCirurgiaPlástica. Correspondência para: GiovanniAndréP.Viana Al.Jauaperi,732-Moema–SãoPaulo,SP-CEP:04523-013-Fax:0xx115055-3831–E-mail:gapvfvv@yahoo.com.br ARTIGOARTIGOARTIGOARTIGOARTIGO ORIGINALORIGINALORIGINALORIGINALORIGINAL RESUMO Objetivo: Analisar a suspensão de supercílio via transpalpebral. Método: Foi realizado um estudo prospectivo, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004, incluindo todos os pacientes que procuraram o serviço com queixa de excesso de pele na pálpebra superior e/ou queixa de queda na posição do supercílio. No total, foram realizados 68 procedimentos cirúrgicos. Realizou-se registro fotográfico no pré-operatório e pós-operatório tardio, comparando-se o resultado obtido. Resultados: Quanto ao sexo, 88,9% dos pacientes eram do sexo feminino e 11,1% do sexo masculino. Observou-se que 22,3% dos pacientes tinham assimetria. A suspensão foi bilateral em 94,1% dos casos e unilateral em 5,9%. Na maioria dos casos (88,9%), a colocação de um ponto de sustentação foi suficiente. Em 94,7% dos casos, a suspensão envolveu a região temporal do supercílio e, em 5,3%, apenas a porção nasal. Não houve relato de alteração de sensibilidade local nesta casuística. As compli- cações encontradas foram: edema local (100%); equimose (47,2%); depressão discreta no local por onde se passou o fio (100%). Conclusão: As vantagens da técnica apresentada justificam, na opinião dos autores, o seu emprego, como mais uma opção para elevação do supercílio. Descritores:Blefaroplastia.Sobrancelhas,cirurgia. SUMMARY Background: Transpalpebral browpexy could be performed as an adjuvant procedure to the upper blepharoplasty or as a separate procedure. Particular indications included patients with lateral brow ptosis and discrete forehead wrinkles and balding men. Method: During the years 2003 and 2004, a prospective study was conducted at the Antônio Pedro Hospital with this approach. During this period 68 surgeries were done. Every patient was photographed just before the surgery and after 6 months of the procedure; preoperative and postoperative pictures were analyzed to compare the results. Results: Almost 89% of patients were female. It was seen that 22.3% of patients had eyebrows asymmetry. Bilateral browpexy were done in 94.1% of patients. In most cases (88.9%), only one stitch was needed to accomplish the browpexy and this stitch was located at the temples in 94.7% of cases and at the nasal side in 5.3% of patients. There were no decreased sensation and paresthesis in the undermined area in this casuistic. Complications during the postoperative course were: local swelling (100%), ecchymosis (47.2%), slightly depression at the site of anchoring stitch (100%). Conclusions: Transpapebral browpexy proved to be useful addition to blepharoplasty. Descriptors:Blepharoplasty.Eyebrows,surgery. INTRODUÇÃO As características da região frontal e dos supercílios são influenciadas por vários fatores, entre eles, a idade, o sexo, a cultura, a etnia e as tendências da moda. A mudança na posição do supercílio com o envelhecimento era considerada como resultado de um estiramento do escalpo e dos tecidos conectivos da região frontal, um mecanismo que deveria produzir uma queda uniforme de todo o supercílio, entretanto,duranteaobservaçãoclínicadiária,observou-seque o segmento lateral sofria uma ptose mais precoce que o segmen- to medial1 . Por esta razão, diversos autores se preocuparam em estudar a anatomia desta região, para melhor compreender o mecanismo de maior migração da porção lateral do supercílio1-3 .
  • 2. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 232 Herzog Neto G et al. Figura 1 - Marcação dos pontos de elevação do supercílio. Figura 2 - Introdução do fio de mononylon. Os primeiros relatos para a correção da ptose do supercílio são creditados a Passot, em 1919, de acordo com Paul4 . A partir da década de 30 do século XX, diversos métodos de tratamento da ptose do supercílio foram relatados na literatura5-15 . O objetivo deste estudo é avaliar a correção da ptose de supercílio por via transpalpebral, analisando a sua indicação, o grau de correção obtido e de satisfação dos pacientes. MÉTODO Foi realizado um estudo prospectivo no Serviço de Plástica Ocular da Universidade Federal Fluminense, entre janeiro de 2003 e dezembro de 2004. Foram incluídos nesta casuística todos os pacientes que procuraram o serviço com queixa de excesso de pele na pálpebra superior e/ou queixa de queda na posição do supercílio. Todas as operações foram feitas pela mesma equipe cirúrgica. Ao todo, foram incluídos 68 procedimentos cirúrgicos. Foi feito registro fotográfico no pré-operatório e no pós-operatório tardio (6 meses), compa- rando-se o resultado obtido. Cada paciente, ao fim do 6º mês, foi questionado sobre o grau de satisfação e sua resposta foi anotada em sua ficha ambulatorial. A marcação do paciente foi feita, colocando-o sentado na mesa de cirurgia para que os tecidos ficassem sujeitos à ação da gravidade, avaliando deste modo o nível de suspensão desejado, qual região deveria ser elevada (segmento lateral e/ oumedial)eanalisandoograudeassimetriapresente.Orebordo orbitário superior foi demarcado e a chanfradura ou forâmen supra-orbital foi identificado, visando a preservação dos vasos e nervo supra-orbital (Figura 1). Foi empregada anestesia local (lidocaína 2% com epinefrina a 1:200.000) e sedação. Após a conclusão da blefaroplastia superior, realizou-se, com auxílio de uma pinça hemostática tipo ‘Kelly’, divulsionamento no plano sub- muscular na projeção do ponto de identificação da nova posição do supercílio. Foi usado um fio de mononylon 4/0, sendo que a agulha foi introduzida através da pele, na exata posição do ponto previamente demarcado, passando por todos os planos existentes, inclusive pelo periósteo. Esta agulha, então, foi trazida para a área cruenta da blefaro- plastia, por baixo do plano submuscular (Figura 2). Com auxílio de uma agulha hipodérmica, que foi introduzida através deste plano submuscular, transfixou-se a pele no mesmo orifício por onde a agulha do fio de mononylon entrou. A extremidade distal deste fio foi introduzida pelo orifício da agulha hipodérmica e, então, a agulha foi retirada, ficando neste momento as duas pontas do fio sobre a área cruenta da blefaroplastia (Figura 3). Com a ajuda de um afastador, para melhor visibilização, confeccionou-se o primeiro nó, tomando-se o cuidado de levá-lo até o periósteo e, a seguir, finalizou-se a amarração dos nós subseqüentes (Figura 4). Caso fosse necessária a elevação de outras partes do supercílio, a sistemática foi a mesma descrita acima. Ao final, foi revista a hemostasia no local e a área cruenta da blefaroplastia foi fechada de maneira usual.
  • 3. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 233 Suspensãodesupercílioviatranspalpebral Figura 5 - Paciente 49 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 1 ano. Figura 3 - Introdução da agulha hipodérmica. Figura 4 - Confecção dos nós. RESULTADOS Ao todo, foram realizados 68 procedimentos cirúrgicos para acorreçãodaptosedesupercílio,sendoque88,9%dospacientes eram do sexo feminino e 11,1% do sexo masculino, com idade entre 22 e 72 anos, com média de 55,3 anos. Em 77,7% dos pacientes, os supercílios eram simétricos e em 22,3% dos casos havia uma assimetria visível. Do total de cirurgias realizadas, a suspensão bilateral ocorreu em 94,1% dos casos (Figuras 5 e 6), enquanto que em 5,9% dos pacientes, a cirurgia foi unilateral (Figuras 6 a 8). Entre os pacientes com assimetria, 62,5% dos casos foram subme- tidos à correção bilateral (Figura 9) e, em 37,5%, à cirurgia unilateral (Figura 10). A área elevada em 94,7% dos pacientes foi a porção tempo- ral do supercílio e, em 5,3% dos casos, a pexia foi realizada somente na região nasal. Na maioria dos casos, a colocação de um ponto de sustentação foi suficiente, entretanto, em 11,1% dos pacientes, dois ou mais pontos foram necessários para se atingir o objetivo desejado. O tempo médio de acompanhamento foi de 12 meses. Em 97,2% dos casos, a cirurgia foi considerada satisfatória. Nenhum A B
  • 4. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 234 Herzog Neto G et al. Figura 6 - Paciente 45 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 8 meses. Figura 7 - Paciente 48 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 30 dias. Figura 8 - Paciente 46 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 11 meses. A B A B A B
  • 5. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 235 Suspensãodesupercílioviatranspalpebral Figura 11 - Paciente 44 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 14 dias. Figura 9 - Paciente 69 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 9 meses. Figura 10 - Paciente 66 anos de idade. A - pré-operatório. B - pós-operatório de 13 meses. A B A B A B
  • 6. Rev. Soc. Bras. Cir. Plást. 2005; 20(4): 231-6 236 Herzog Neto G et al. TrabalhorealizadonaUniversidadeFederalFluminense,HospitalAntônioPedro,DepartamentodeOftalmologia–SetordeCirurgiaPlásticaOcular;Niterói,RJ. ApresentadonoXVICongressoBrasileirodePrevençãoàCegueiraeReabilitaçãoVisual,emsetembrode2004,noRiodeJaneiro, RJenaXVIIIJornada Centro-OestedeCirurgiaPlástica,emmarçode2005,emGoiânia,GO. Artigorecebido:06/12/2004 Artigoaprovado:02/09/2005 paciente relatou alteração de sensibilidade local. Quanto às complicações existentes, todas foram consideradas mínimas, sendo relatadas: edema local (100%), que persistiu em média por um mês; equimose local com resolução espontânea entre 15 e 20 dias (47,2%); depressão discreta no local por onde se passou o fio de mononylon (100%), que se resolveu espontaneamente entre 14 dias e 2 meses. DISCUSSÃO O conceito moderno do supercílio ideal foi descrito por Westmore6 , em 1974. Desde então, diversos autores vêm tentandodefinirqualaformaeaposiçãoidealparaosupercílio7,8 . Importante salientar que a ptose de supercílio causa um pseudo-excessodepelenapálpebrasuperior.Aomenosqueesta ptose seja corrigida antes da blefaroplastia superior, esta ressecção em excesso causaria uma diminuição da área de superfície entre o supercílio e a pálpebra superior, dando a impressão que a porção lateral do supercílio fora tracionada para a proximidade do rebordo orbitário; podendo ainda causar lagoftalmo e exposição da córnea1,9-15 . A abordagem por via transpalpebral permite não somente o tratamento da ptose de supercílio, mas também a abordagem e tratamento dos músculos corrugadores, prócero e depressor do supercílio, bem como, preveniria a ptose de supercílio decor- rente da hiperatividade destes músculos9-11 . Entretanto, alguns autores11-13 acham que esta abordagem apresentaria algumas limitações, não estando indicada em casos graves de ptose ou em pacientes com ptose decorrente de paralisia. A técnica proposta permite uma abordagem do supercílio sem acréscimo de cicatriz, aumentando o tempo de uma blefaroplastia clássica em aproximadamente 15 a 30 minutos. Outras vantagens deste procedimento são: a) não desco- lamento excessivo dos tecidos, representando menor morbi- dade, diminuindo o risco de lesão nervosa; b) a elevação do supercílio pode ser setorial ou não, e a suspensão pode ser ajustada em casos de assimetria; c) baixo custo, pois não necessita de material sofisticado; d) boa aceitação dos pacientes por ser procedimento pouco invasivo, com cicatriz bem escondida e de boa evolução. Houve um único caso em que a paciente não ficou satisfeita e atribuiu-se este resultado a uma expectativa irreal por parte dela, contudo, ela apresentava uma ptose bilateral importante, principalmente do segmento temporal. Observou-se que para casos de ptose grave, este procedimento apesar de trazer uma melhora significativa do problema, não é a solução definitiva, devendo ser indicado outro tipo de abordagem. A meta da suspensão do supercílio é reposicionar e/ou remodelá-lo, para realçar a aparência facial do indivíduo. A simples suspensão pode não alcançar este resultado e, por isso, todas as características da região periorbitária devem ser levadas em consideração na discussão pré-operatória com o paciente, pois são os detalhes deste conjunto que trazem a harmonia e a beleza desta região. Conclui-se que, apesar de não dispormos de uma grande casuística e de um seguimento prolongado destes doentes para demonstrar a sua durabilidade, entendemos que as várias vantagens da técnica apresentada e os resultados preliminares já justificam o seu emprego, principalmente nos casos de ptose de leve a moderada intensidade. REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICAS 1. Knize D. An anatomically based study of the mechanism of eyebrow ptosis. Plast Reconstr Surg. 1996;97(7):1321- 33. 2. Lemke B, Stasior OG. The anatomy of eyebrow ptosis. Arch Ophthalmol. 1982;100(6):981-6. 3. Meyer DR, Linberg JV, Wobig JL, McCormick SA. Anatomy of the orbital septum and associated eyelid connective tissues: implications for ptosis surgery. Ophthal Plast Reconstr Surg. 1991;7(2):104-13. 4. Paul MD. The evolution of the brow lift in aesthetic plastic surgery. Plast Reconstr Surg. 2001;108(5):1409-24. 5. Castanares S. Forehead wrinkles, glabellar frown lines and ptosis of the eyebrows. Plast Reconstr Surg. 1964,34: 406-10. 6. Gunter JP, Antrobus SD. Aesthetic analysis of the eye- brows. Plast Reconstr Surg. 1997;99(7):1808-16. 7. Connell BF, Lambros VS, Neurohr GH. The forehead lift: techniques to avoid complications and produce opti- mal results. Aesthetic Plast Surg. 1989;13(4):217-37. 8. McKinney P, Mossie RD, Zukowski ML. Criteria for the forehead lift. Aesthetic Plast Surg. 1991;15(2):141-7. 9. McCord CD, Doxanas MT. Browplasty and browpexy: an adjunct to blepharoplasty. Plast Reconstr Surg. 1990;86 (2):248-54. 10. Paul MD. Subperiosteal transblepharoplasty forehead lift. Aesthetic Plast Surg. 1996;20(2):129-34. 11. Ramirez OM. Transblepharoplasty forehead lift and upper face rejuvenation. Ann Plast Surg. 1996;37 (6):577-84. 12. Knize DM. Limited-incision forehead lift for eyebrow elevation to enhance upper blepharoplasty. Plast. Reconstr Surg. 1996;97(7):1334-42. 13. Knize DM. Limited incision forehead lift for eyebrow elevation to enhance upper blepharoplasty. Plast Reconstr Surg. 2001;108(2):564-7. 14. Graziosi AC, Beer SMC. Browlifting with thread: the technique without undermining using minimum incisions. Aesthetic Plast Surg. 1998;22(2):120-5. 15. Elkwood A, Matarasso A, Rankin M, Elkowitz M, Godek CP. National plastic surgery survey: brow lifting techniques and complications. Plast Reconstr Surg. 2001;108(7): 2143-52.