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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical




       ©1997, de Editora Eclésia
       ©2002, cedido por Lécio Dornas
       ■
       1ª edição - Editora Eclésia -1997
       2ª edição - Editora Hagnos - 2002
       ■
       Todos os direitos em lingua portuguesa reservados por
       EDITORA HAGNOS
       Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108
       São Paulo - SP - 04809-270
       Tel/Fax: (0xxll) 5666-1969
       e-mail: hagnos@hagnos.com.br
       www.hagnos.com.br
       Lécio Dornas
       ■
       PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM
       INDICAÇÃO DA FONTE.
       Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional
       (NVI), ©2009, Publicada por Editora Hagnos, salvo indicação em contrário.

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 SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,     LÉCIO DORNAS – p.   1
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

                              ■
                              Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui
                              Coordenador Produção - Mauro W. Terrengui
                              Revisão: Uthay Caetano dos Santos Filho
                              Capa: Aext Noveau
                              Editoração e Diagramação: Zarlos Terra

                                  Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
                                            (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
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Dornas, Lécio
      Socorro! Sou professor da Escola Dominical / Lécio Dornas.
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                      Índice para catálogo sistemático
1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título
ISBN 85-88234-43-2 02-0852 CDD, 268.3 índices para catálogo sistemático:
1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:
                                                        Cristianismo 268.3
                                     2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:
                                                        Cristianismo 268.3
                                  Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé




                      SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA
                                 DOMINICAL
                                                    Lécio Dornas
                                               AUTOR DESTE BEST-SELLER




                           E-book digitalizado e Revisado por: OBREIROS APROVADOS
                                              Com exclusividade para:




                                            www.bibliotecacrista.com.br



                  _______________________________________
                      SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,              LÉCIO DORNAS – p.   2
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical




                                                      Capa
                                                 Aext Noveau
                                           Editoração e Diagramação
                                                  Zarlos Terra
                                   Revisão Uthay Caetano dos Santos Filho
                                 Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui
                                             Coordenador Produção
                                              Mauro W. Terrengui
                     Ia edição - Editora Eclésia -1997 2a edição - Editora Hagnos - 2002
                        Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé
                              Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
                                (CEP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
                                                 Dornas, Léco
                              Socorro! Sou Professor da Escola Dominical/ Lécio
                                      Dornas. - São Paulo: Hagnos, 2002.
                                       ISBN 85-88234-43-2 Bibliografia
               1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título
                            02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático:
                            1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa:
                                              Cristianismo 268.3
                            2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa:
                                              Cristianismo 268.3
                                  Todos os direitos desta edição reservados à
                                                Editora Hagnos
                                   Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108
                                          São Paulo - SP - 04809-270
                                           Tel/Fax: (xxll) 5666-1969
                                        e-mail: hagnos@hagnos.com.br
                                              www.hagnos.com.br




Lécio Dornas




                                      Socorro!
                  Sou Professor da Escola Dominical

               _______________________________________
                 SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,           LÉCIO DORNAS – p.   3
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical




   O AUTOR

    Lécio Dornas - Durante 15 anos esteve envolvido com a Escola Dominical. Dirigiu por cinco anos o Departamento
de Publicações Periódicas da JUERP, serviu por três anos como Secretário Geral da Associação dos Educadores
Religiosos Batistas do Brasil, atuou por quatro anos como Relator da Comissão de Currículo da Coordenadoria de
Educação Religiosa do Conselho da CBB e cooperou como professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e
do IBER. O autor foi o idealizador do I Congresso Batista Brasileiro da Escola Dominical que ocorreu no Rio de
Janeiro em 1993. É escritor de dezenas de artigos e estudos publicados e voltados para a Escola Dominical. Bacharel em
Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (RJ) e Professor do Seminário Teológico Batista de Mato
Grosso. Lançou, recentemente, o livro O Jornal e a Bíblia — uma demonstração de como é possível interpretar a Bíblia
à luz das questões contemporâneas. O Pr. Lécio Dornas é casado com a Dra. Polliana Boechat Dornas e pai da pequena
Sarah.




   SUMÁRIO
   BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! ......................................................... 6
   O CONTEÚDO................................6
   EXTENSÃO E TEMPO...................6
   ESTRATÉGIA DIDÁTICA..............8
   TOCOU O SINAL............................8
   QUE ASSUNTO DIFÍCIL! ................ 10
   PREPARO ESPIRITUAL...............10
   PREPARO BÍBLICO......................11
   PREPARO DIDÁTICO..................13
   QUE GENTE DESINTERESSADA! . 16
   LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA.......................................................16
   SEJA PONTUAL E ASSÍDUO......16
   DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS....................................................16
   PLANEJE AULAS ENVOLVE17
   NAO SE DESCUIDE DA 17
   VIVA O QUE VOCÊ ENSINA......17
   SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA......................................18
   BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! ...................................................... 19
   ALGUNS TERMOS-CHAVES.......................................................................19
   PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA......................................20
   MÉTODOS DE ESTUDO BÍBL21
   LIVRO COMPLICADO?...............24
   MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL ............... 25
   CONQUISTE O PASTOR..............26
   CONSCIENTIZE OS PAIS............26
   BUSQUE A JUVENTUDE............27
   MOTIVE OS PROFESSORES......27
   PROMOVA A ESCOLA DO28
   TEMPO DE CRESCER..................28
   QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE? ............................ 29
   CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS...........................................................29
   EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO..............................................30
   EXPANDINDO MISSÕES............31
   NA ASSISTÊNCIA SOCIAL.........32
   CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO.......................................32

                       _______________________________________
                           SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,                     LÉCIO DORNAS – p.   4
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

   MOBILIZANDO PARA O SE33
   O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE.................................33
   ACABOU A AULA, E AGORA? ....... 35
   A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO .....................................................35
   A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO .........................................................36
   A DIMENSÃO DA FRATER36
   QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS? .. 38
   QUEM SÃO SEUS ALUNOS?......40
   AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU? ....................................... 41
   O PROFESSOR PARTEIRO..........41
   PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR.........................................42
   PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR........................................42
   TREINAMENTO DIRECIONAD43
   FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR.................43
   AUTOTREINAMENTO................43
   NA ERA DA INFORMAÇÃO.......44
   SENDO RESPONSÁVEL..............47
   OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS..........................................................47
   GRATIDÃO....................................47
   ANEXOS ............................................ 49
   OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL....49
   PLANO DE SALVAÇÃO.......................................50
   BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL..........51
   BIBLIOGRAFIA ................................ 53




   BATEU O SINAL, ACABOU A AULA!
   Como planejar com eficácia sua aula

    Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b).
    Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser surpreendido pelo soar
do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo
reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente
quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo.


                       _______________________________________
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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

    A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a
ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe planejamento,
mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo,
mas o planejamento.
    O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores.

   Vamos examiná-los.

    O CONTEÚDO
    Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual o conteúdo de uma lição: Qual o
principal ensinamento da lição a ser estudada? Quais são as principais informações a serem transmitidas e que relação
têm com o ensinamento principal? Qual a relação com a lição da semana anterior? A definição clara do conteúdo vai
ajudar o professor a se manter fiel ao desenvolvimento de sua aula.

    É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do conteúdo da aula que vai dar. Tenho
ouvido relatos de professores que sequer sabiam o assunto da lição, no momento em que iam aplicá-la. São os
improvisadores que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa do ensino das Escrituras em nossas
igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo que pretende ensinar aos seus alunos.

   Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam outros que, mesmo secundários, são
também importantes e necessários. A transmissão e assimilação desses ensinamentos são imprescindíveis numa aula. O
professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na própria lição, quais são os ensinamentos
secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o conteúdo de sua aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o
caminho por onde deverá se conduzir durante a aula. Ao se conduzir por ele assegurará o êxito de sua docência.

   O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A clara compreensão do conteúdo
exigirá esforço e concentração do professor. Ainda neste livro daremos algumas dicas sobre como estudar um texto da
Bíblia, identificar conteúdos e extrair ensinamentos das Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias.

    EXTENSÃO E TEMPO
    O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações e de ensinamentos que precisará
transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção de conteúdo, priorizando as informações e ensinamentos que se
harmonizem de forma mais plena com a mensagem principal a ser transmitida. O professor estabelecerá uma relação
entre a quantidade de informações e de ensinamentos práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam
transmitidos. Feito isto, determinará em seu planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula. Este
planejamento é de suma importância para não se cair no erro de usar muito tempo com um determinado aspecto da lição
em detrimento de outros.

   Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição:

   Abertura (5%)

   Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de confraternização. É a hora dos
alunos se cumprimentarem, de se apresentar os visitantes e de se fazer uma ou outra comunicação de interesse da classe.
É uma espécie de quebra gelo, muito importante para o início de uma aula.

   Introdução (10%)

    O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na semana anterior.
    Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na introdução devem ficar bem claros os
alvos da aula em termos de lições a serem ensinadas e informações a serem transmitidas. É este o momento, logo no
início da aula, em que professor e alunos devem se colocar diante de Deus para, em oração, pedir a bênção da sabedoria
e do discernimento espiritual para o estudo da sua Palavra.

   É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos contemporâneos, notícias de jornais, ilustrações
e experiências constituem excelente material para a introdução de uma boa aula na Escola Dominical. Costumamos
comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete.

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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

    Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um foguete, os cientistas já são capazes de
prever o sucesso ou fracasso de uma expedição espacial. As coisas são mais ou menos assim com a aula da Escola
Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e deixar claro para eles o que vai ser ensinado
na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo mais.

   Interpretação (30%)

    A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que auxiliarão o aluno na interpretação do
texto bíblico em estudo. Neste momento, a palavra é quase totalmente de uso do professor; eventualmente, um aluno
pode oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o professor está preparado para oferecer aos seus alunos as
informações de que se valerão para a clara compreensão do texto bíblico.

    Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia, importando agora tão-somente
conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de aula, precisará reservar pelo menos 30% do tempo disponível para o
estudo e fiel interpretação da Palavra de Deus.

    Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar a Bíblia, e isso no rádio, na
televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação da Palavra. Aí, abre-se espaço para verdadeiras aventuras
hermenêuticas onde absurdos são apresentados como verdades bíblicas.

   Os alunos da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação bíblica consistente para que as
verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em suas vidas, o que só será possível mediante interpretação sadia e
profunda das Escrituras.

   Aplicação (40%)

   Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos que deverão ser aplicados à vida dos
alunos. Caso contrário, o objetivo principal da Escola Dominical ficará por ser atingido e não haverá aprendizado real
das Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos alunos.
   Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos de sua vida para que eles se
harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não logrou êxito.
   O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e ensinamentos que, uma vez levados em
consideração, provocarão mudanças na vida daqueles que a eles se submetem. Tais princípios precisam ser clarificados
e expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem aplicação é como se uma pessoa fosse ao médico,
recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre como usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar
seus alunos na aplicação das verdades bíblicas.
   Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará construindo uma ponte entre o mundo da
Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso levar em conta que estamos distantes, geográfica, cultural e cronologicamente
do mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar corretamente seu texto e aplicar coerentemente as verdades
dele extraídas à vida dos alunos. Sem aplicação a aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida.
Ao término de uma aula na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como colocar em prática em
sua vida as verdades aprendidas.
   No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando opiniões, compartilhando
experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta aplicação das verdades aprendidas à vida dos colegas de classe. O
professor deverá tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates para evitar que apenas um ou dois alunos
monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor oriente a participação dos alunos, possibilitando inclusive que
aqueles mais tímidos e reservados expressem suas idéias e opiniões.
   O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula, especialmente no seu aspecto prático.
Com cautela, o professor não pode prescindir da participação dos alunos na construção da aula. Uma opinião ou uma
experiência pode ensejar uma situação de ensino, propiciando muita edificação e aprendizado.

   Conclusão (15%)

    Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais informações transmitidas e repassar
os ensinamentos aprendidos. A lição principal do texto precisará ser repassada, enfatizada e ilustrada.
    Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob pena de se prejudicar a conclusão.
A conclusão é o momento de fechar as idéias, ratificar princípios, confirmar doutrinas e homologar atitudes e
comportamentos. Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou superficialmente, sob o risco de se comprometer
                     _______________________________________
                         SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,         LÉCIO DORNAS – p.   7
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o aluno a prosseguir no estudo das Escrituras. Ao concluir a aula, o
professor precisa dar um tempo para que os alunos orem a Deus.
   E um momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos conversam com Deus acerca de suas vidas
nos aspectos tocados pelo estudo da sua Palavra.

   Abertura
   5%
   Conclusão
   15%
   Interpretação
   30%
   Aplicação
   40%
   Introdução
   10%

   Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical.

   ESTRATÉGIA DIDÁTICA

    Para cada etapa da aula, o professor precisa planejar uma estratégia didática. Mais tarde vamos tratar de alguns
métodos de ensino, mas agora precisamos deixar claro que, na introdução, interpretação, aplicação e conclusão o
professor deverá valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada etapa da aula. Novamente, o professor
deve se fazer algumas perguntas que lhe servirão de norte: Qual é a melhor maneira de introduzir esta aula?; Como
posso interpretar de maneira interessante e atraente este texto com a classe?; Que tipo de aplicação seria mais eficaz
para esta aula?; Como concluir com eficácia a minha aula? São perguntas como estas que poderão ajudar o professor na
seleção de suas estratégias didáticas.
Quando não se define eficazmente as estratégias didáticas, corre-se o risco da aula ficar chata e desmotivar o aluno. É
possível que excelentes aulas tenham naufragado exatamente pela negligência do aspecto didático. Assim, ao planejar
sua aula, o professor precisa pensar com antecedência sobre como vai agir em cada etapa. A mesmice e a falta de
criatividade didática podem pôr a perder todo um trabalho sério de interpretação bíblica. O professor precisará, no
entanto, prevenir-se da tentação de variar metodologia apenas por variar, sem que haja harmonia entre o método
didático e o tipo de ensino a ser ministrado. É preciso haver planejamento para que tudo seja bem pensado antes de ser
executado.

    TOCOU O SINAL...
    De posse dessas informações, o professor deverá planejar suas aulas na Escola Dominical. Não planejar é
menosprezar o ensino das Escrituras e, ao mesmo tempo, demonstrar desprezo para como a tarefa do ensino. Não
planejar é desrespeitar os alunos que depositam confiança no zelo do seu professor.
    Não planejar é trair a confiança da própria igreja que delegou ao professor tão sublime tarefa: a do ensino.
    Comparecer diante de uma classe de Escola Dominical sem um planejamento sério e bem elaborado é algo de que o
professor deve fugir, pois como fiel cumpridor do seu dever leva em consideração o que o Apóstolo Paulo escreveu aos
romanos: "se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7b).
    Planejando com dedicação suas aulas, o professor sentirá em sua própria vida as bênçãos de realizar um trabalho
para o Senhor, com a alegria de o estar fazendo com o melhor de si, explorando ao máximo suas potencialidades e sua
criatividade. O professor verá no contato com os seus alunos, ao constatar o crescente interesse deles pela Palavra de
Deus, a retribuição por realizar o ministério do ensino da Bíblia com amor, esforço e responsabilidade.
    E quando tocar o sinal alertando para o final de sua aula, não haverá mais surpresas. Todos já estarão prontos para
saírem da sala e, se for o caso, dirigir-se ao santuário para prestar culto a Deus. Os alunos sairão instruídos e
alimentados por uma aula que lhes trouxe ricos e importantes ensinamentos, nos quais procurarão pautar seus passos dia
após dia. Tocou o sinal, acabou a aula... começou a prova.

    QUE ASSUNTO DIFÍCIL!
    Como preparar-se adequadamente para ensinar as Escrituras
    Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmo 1.2).
    Planejar uma aula é uma coisa, preparar-se para ministrá-la é outra. Um planejamento, por melhor que seja, não
significará nada se não for executado por alguém preparado para tal. Tão grave quanto não ter um planejamento
adequado para uma aula, é não estar devidamente preparado para ministrá-la. Neste capítulo nós vamos caminhar pela
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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

estrada da preparação para a aula. Vamos compartilhar idéias que visarão ajudar o professor da Escola Dominical a
preparar-se consistentemente para enfrentar a classe na hora da aula.
    Para um professor bem preparado, com uma aula bem planejada, não existe assunto difícil. No decorrer de sua
preparação, as dúvidas vão se desfazendo, as dificuldades vão se resolvendo e a luz da
    Palavra de Deus vai iluminando o ser humano humilde e submisso ao Pai, chamado professor.
    Muitos dos que estão alistados na sublime categoria de professor da Escola Dominical deixam para a última hora o
preparo da lição e o seu próprio para o ensino. Erram por subestimar a função que abraçaram c por superestimar a
própria capacidade intelectual. Quando termina uma aula, o professor já deve estar envolvido no preparo da próxima.
Jamais o professor deve deixar os dias passarem e acumular trabalho para a véspera da aula. Os que deixam tudo para
cima da hora, além de nunca realizarem um trabalho sério e relevante, podem ser surpreendidos com imprevistos que os
empurrarão para a sala de aula sem qualquer preparo prévio. O professor previdente e organizado administrará seu
tempo semanal de modo a conduzir bem seu preparo para a aula, o que assegurará a eficácia de sua atuação em classe.
    Os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando refletimos sobre o preparo adequado do professor para o
ensino das Escrituras:

    PREPARO ESPIRITUAL
    Este é o primeiro aspecto a ser considerado. Na Escola Dominical, o mais importante não é tanto na destreza
acadêmica, conquanto necessária, mas sim o preparo espiritual. A piedade e devoção do professor precisam encabeçar a
lista de suas virtudes, Realmente, à frente de uma classe precisa estar um verdadeiro crente em Jesus Cristo, alguém,
objeto de uma experiência pessoal de conversão e em pleno processo de santificação. A responsabilidade de ensinar a
Palavra impele a liderança da igreja a escalar como professores apenas crentes fiéis e detentores de um testemunho vivo
do Evangelho.
    Ser professor da Escola Dominical não é uma profissão, mas uma vocação, um serviço prestado ao Rei dos reis, uma
oferenda, um gesto de adoração. Não basta, portanto, saber a lição ou dominar as técnicas de ensino; é necessário saber
o caminho da cruz e ter coragem para chegar-se aos pés de Jesus em oração, dia após dia. O professor é, antes de tudo,
um adorador e um servo dependente em tudo do seu Senhor.
    Sem dúvida que a oração[1] deve ser parte da vida diária do professor. Serve muito bem para o professor a oração do
salmista: "Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei".
    (Salmo 119.18). Ao proferi-la, o professor expressa diante de Deus o reconhecimento de sua incapacidade de
entender a Palavra de Deus sem o seu auxílio. Através de uma vida de oração e constante busca da vontade de Deus, o
professor encontra na Palavra Santa, que estuda e ensina, verdades que mudarão a vida de seus alunos e a sua própria.
Vale lembrar, porém, que a oração não substitui o trabalho do professor. Muitos pensam que tudo que precisam fazer é
orar. Assim, cruzam os braços e esperam, inocentemente, que Deus se encarregue de tudo o mais. Cabem bem aqui as
palavras de Inácio de Loyola: "Ore, como se você não contasse consigo mesmo. Trabalhe como se você não contasse
com Deus".[2]
    O professor vai a Deus em oração rogando unção e sabedoria para o entendimento das Escrituras e o discernimento
para o seu ensino. E muito importante que os alunos vejam no professor uma pessoa de oração e aprendam a orar
motivados por sua vida e postura.
    Ao lado da oração está o estudo da Palavra de Deus. Tratamos aqui do estudo devocional, quando o professor busca
alimento para si próprio. Neste momento, o professor se identifica como aluno do supremo mestre. Vai à fonte das
águas tranqüilas para ter a sede do Altíssimo diminuída (SI 42.1,2).
    Em comunhão com a Palavra de Deus, o professor abastece seu coração e supre sua fome saciando-se nas promessas
do Livro Santo.
    Cada dia vivendo em comunhão com a Palavra de Deus, declarando com a vida seu amor por ela (SI 119.97), o
professor vai enchendo suas entranhas (Ez 3.1) dos ensinamentos eternos e vivos, que ficarão para sempre marcados em
seu coração. Assim, o professor torna-se firme e constante, verdadeiro depositário das verdades divinas, fiel guardião da
sã doutrina.
    O professor piedoso e fiel há de receber sua recompensa. Ao ver seus alunos amadurecendo na fé, transformando-se
em homens e mulheres de Deus, cooperadores incansáveis na luta do Reino de Deus, até mesmo obreiros e ministros
lutando no exército do Senhor; o professor notará que Deus o está recompensando por sua fidelidade e dedicação.
    Espiritualmente, o preparo do professor da Escola Dominical ainda é burilado pelo exercício fiel de sua mordomia e
pelo serviço que presta à causa do Evangelho. É nossa opinião que para estar à frente de uma classe onde a Bíblia é

   1 - Para uma visão mais aprofundada sobre oração, ver TIPPIT Sammy. O Fator Oração. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, 156p

   2 - LOYOLA, Inácio de. Citado por GARAUDY, Roger. Minha jornada Solitária pelo Século. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, I 996, 298p

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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

ensinada o crente precisa ser um fiel dizimista, cumprindo com alegria as orientações da Palavra que deseja ensinar aos
seus alunos.

   Crentes que ainda não são fiéis mordomos do Senhor não podem exercer qualquer função de liderança na igreja de
Deus, precisam antes corrigir seus descaminhos e descobrir a bênção da fidelidade. O serviço cristão, outra dimensão
deste burilar sereno do preparo espiritual do professor, significa engajamento na obra da igreja, presença, participação.
Aqui vai mais uma exortação a crentes que, por serem professores da Escola Dominical, acham-se dispensados do
evangelismo, da ação social, da adoração etc. Tal pensamento peca por querer departamentalizar o compromisso do
crente com Deus e sua obra, além de não encontrar respaldo nas Escrituras.

   PREPARO BÍBLICO
   Espiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico adequado à aula que pretende ministrar. Não
deve se contentar com uma ligeira leitura do texto da revista ou de um comentário bíblico, mas aventurar-se por um
mergulho profundo nas Escrituras.
   No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em conta os seguintes passos:

    1. Ler várias vezes o texto bíblico

    Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem claras em sua mente.

   Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja diferenças quanto ao sentido, há
versões que optam por palavras que, eventualmente, podem ser mais familiares ao professor.
   Às vezes uma versão é mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e expressões. Por exemplo,
comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida com a versão do
Padre.

    Matos Soares, temos o seguinte:
    "Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados" (Almeida – Versão Revisada).
    "Pais, não provoqueis à indignação a vossos filhos, para que não se tornem pusilânimes" (Matos Soares).

   Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece o entendimento da orientação paulina.
Se o professor fizer o mesmo com três ou quatro versões diferentes, verá resultado ainda maior em termos de
entendimento dos textos bíblicos.

   As paráfrases[3] também são muitos úteis para ajudar na compreensão das passagens bíblicas, embora tenhamos de
com elas tomar cuidado, posto que a preocupação do texto parafraseado não é com a tradução fiel, mas sim com a
popularização.


    2. Usar material de consulta disponível

   Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc, o professor deve lançar mão do
material de consulta que estiver à disposição: dicionários [4], concordâncias[5], comentários[6] e manuais[7] bíblicos, que,
uma vez consultados poderão ajudar muito. São livros elaborados por especialistas e só podem ser úteis ao professor.

    3    - Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da Bíblia que não seguem a rigidez de uma tradução literal ou
clássica. O sentido é preservado numa tentativa de tornar o texto mais claro ao leitor mais simples.


    4   - A propósito, indicamos DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também DOUGLAS, J.D. (Editor Organizador). O Dicionário
da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983.


    5 - A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, 1.101p.

    6 - Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica, da Mundo
    Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita, publicados pela Juerp.


    7 - Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova.

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Um bom dicionário da língua portuguesa também é indispensável para a compreensão segura da leitura.
   Só para exemplificar a importância de manuais bíblicos verificamos em João 4.3,4 que Jesus
   "deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por Samária". Para descobrir por que era
necessário que Jesus passasse por Samária, basta procurar num manual bíblico o mapa da Palestina nos tempos de
Jesus. O professor estudioso entenderá que o texto faz referência à geografia da Palestina. Ele verá que estando na
judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia (Norte) precisará atravessar Samária (Centro). Observe como uma
simples consulta a um material de pesquisa acrescenta informações que certamente elucidarão o texto e seu significado
para os alunos.

    3. "Bombardear" o texto com perguntas
    Identifique promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e lições no texto em estudo. Cada
leitura pode ser feita tendo o professor, disponível, uma folha de papel em branco, para que anote todas as suas
observações sobre o texto, inclusive dúvidas e inquietações. O material de consulta, e aqui entram as revistas da Escola
Dominical (as edições para professores, suplementos etc), ajudará o professor a confirmar ou não suas observações (às
vezes não entendemos bem o que lemos) e também a sanar todas as suas dúvidas com relação ao texto bíblico em
estudo. O importante é que o professor se antecipe o quanto puder a qualquer dúvida que poderá surgir em sala de aula.
Caso não consiga, por si só, dirimir alguma dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais bem preparado
como o pastor ou um professor mais experiente, para que não fique, ele mesmo, sem entender algo do texto que vai
ensinar.
    No entanto, mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer questão sobre o texto, o professor
pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a qual não havia pensado ainda. Quando isso acontecer, a melhor coisa a
fazer é ser humilde e comprometer-se com a classe em trazer uma palavra sobre o assunto na próxima aula. Agindo
assim, o professor demonstrará seriedade e responsabilidade para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos,
que em matéria de Bíblia, na prática, todos estamos sempre aprendendo.
    É certo, porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável da Palavra de
    Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra a experiência que ao se descuidar da pesquisa
muitos professores da Escola Dominical acabam por cair no descrédito diante dos seus alunos, inviabilizando assim sua
continuidade na docência cristã.

    4. Fazer um esboço detalhado do texto
    Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor está pronto para esboçá-lo de forma
detalhada e seqüencial. Divida-o em partes, decida o que vai ser ensinado em cada tópico, dimensione à luz das
informações do capítulo anterior cada etapa da sua aula.
    Ao fazer um esboço, o professor estará criando um esquema que o auxiliará na exposição de seu texto. No esboço, o
professor conta com considerável material, produto de sua pesquisa. Estará ainda estruturando, mesmo que
incipientemente, o conteúdo de sua aula.

    5. Alistar as lições mais importantes do seu texto
    No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos que se constituirão em material para
o momento da aplicação do texto bíblico durante a aula. [8] Aqui o professor deverá pensar em seus alunos, na realidade
de vida deles. Cada texto da Bíblia está eivado de lições preciosas para nossas vidas, a questão é tão-somente identificá-
las e pinçá-las para posterior utilização.
    Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as principais e mais agudas lições de um texto não estão
em sua superfície, mas em sua profundeza. Quanto mais profundo for o mergulho, mais perto dos tesouros estará o
professor. Muitos erram e ficam embevecidos com algumas verdades da superfície, se bastam com elas e partem para
compartilhá-las, sem o devido aprofundamento. As maiores bênçãos do estudo da Bíblia se encontram, quais tesouros
há muito submersos, lá no fundo, exigindo tempo, paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los. O
professor da Escola Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve experimentar dia-a-dia o que o salmista chama
de ter prazer na lei do Senhor (SI 1.2). Este prazer se dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se descobre como
um mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de Deus.

   Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar material de consulta Fazer
perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do texto Alistar as lições mais importantes

   PREPARO DIDÁTICO

   8 - Veja, no primeiro capítulo, o tópico intitulado ‘Aplicação’.

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    Espiritual e biblicamente preparado, o professor vai agora se organizar didaticamente. Ele precisa escolher que
método usará e de quais recursos didáticos necessitará. Neste ponto, é muito importante que o professor se utilize, com
criatividade, dos recursos disponíveis para que a aula não caia na monotonia nem se torne repetitiva e desestimulante.
    Eis alguns dos recursos didáticos de que o professor pode fazer uso para tornar sua aula mais atrativa e interessante:

    Quadro-negro
    Talvez o mais comum entre os recursos didáticos disponíveis. Muitas vezes, porém, o professor leciona como se o
quadro-negro não estivesse na sala. O quadro-negro pode ser usado para anotações de esboços da aula, exposição de
tabelas, explicações ligeiras etc. Um bom conselho para a utilização do quadro-negro: o professor deverá chegar mais
cedo a fim de escrever com antecedência as informações que precisará expor aos alunos. Haverá, com isso, economia de
tempo durante a aula. O uso adequado do quadro-negro, inclusive usando giz colorido, já constitui excelente
instrumento de motivação. O quadro apela para o visual do aluno, colocando em ação, portanto, um segundo sentido, e
reforçando as chances de aprendizagem.

    Álbum seriado
    Trata-se de um instrumento didático de largo uso, tanto pela simplicidade de sua confecção, quanto pela praticidade
de seu uso. Nele, o professor pode colocar, página a página, esboços, ilustrações, mapas, figuras etc, ou seja, todo o
material necessário para a aula. Se bem confeccionado, com tamanho razoável, possibilitando a visão para todos, com
criatividade no uso das cores e no humor das ilustrações, o álbum seriado se torna um poderoso recurso didático para o
professor.

    Flanelógrafo
    De uso mais difundido entre os professores de crianças, é muito apropriado para ajudar no aprendizado dos alunos.
Figuras previamente selecionadas são colocadas num painel. Funciona excelentemente nas narrativas bíblicas e nas
estórias infantis. O painel pode funcionar como um cenário que vai recebendo os personagens à medida que se
desenrola a narrativa.

    Retroprojetor
    Tem seu uso limitado a ambientes passíveis de serem escurecidos. É uma espécie de álbum seriado elétrico. As
transparências precisam ser bem preparadas para serem exibidas. O uso do retroprojetor exige o trabalho de um auxiliar
devidamente treinado para colocar e retirar as transparências, seguindo a orientação do professor.

    Outros recursos
    Além dos descritos acima, que são os mais comuns, há também outros equipamentos que a cada dia vão sendo mais
difundidos no meio escolar. Do projetor de slides ao microcomputador, passando pelo videocassete e o quadro de tiras,
muitos são os recursos modernos que estão à disposição das igrejas e dos professores. O importante, no entanto, é que o
professor esteja sempre aberto para usar, na medida do possível, os recursos disponíveis.
    Valendo-se desses recursos e de outros que o professor conheça, a aula terá sempre atrativos interessantes, será um
estímulo para os alunos e um incentivo para que eles aprendam com maior eficácia a Palavra de Deus. Vale a pena
investir em equipamentos didáticos. É uma benção quando a igreja tem a visão de aparelhar-se da melhor maneira para
viabilizar um ensino de boa qualidade na Escola Dominical.
    No entanto, o preparo didático não pára na seleção e no uso dos equipamentos, é necessário que o professor pense
no método que vai usar em aula. Sem desejar a perfeição técnica, alistaremos alguns métodos [9] de ensino que julgamos
bem apropriados para uma classe de Escola Dominical.

    Palestra ou exposição
    Este método vem dos primórdios da atividade docente. Nele o professor expõe o conteúdo a ser aprendido pelos
alunos. É um método muito criticado por vários motivos: a participação dos alunos é pequena, há tendência à
massificação da classe e conseqüente desconsideração das diferenças individuais, há criação de barreiras que impedem
os alunos de tirarem dúvidas e contribuírem na construção do aprendizado coletivo etc. É realmente um método muito
antipatizado, especialmente nos tempos em que vivemos, quando não se aceita mais posturas verticalizadas nem
detentores absolutos da verdade.
    Nossa época exige que busquemos métodos e estratégias mais participativas. Há a necessidade de se construir o

         9   - Ver COLEMAN, Jr., Lucien E. Como Ensinar a Bíblia. 2a. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p. Ver também FORD, Leroy. Planejamento do Ensino e
Treinamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, I27p. Ainda HENDRICKS, Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991, I43p. E outros livros
constantes das referências bibliográficas, ao final deste livro.


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aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, e para isso é importante o uso de métodos menos restritivos. No
entanto, a palestra, conquanto criticada e até rejeitada, pode se constituir num método aceitável, desde que se mescle
com outros e seja usada com perícia e maestria. Quando uma exposição é apresentada de forma criativa e elucidativa, é
apreciada e até aplaudida. O que não pode ocorrer de forma alguma é aquele tipo de palestra em que o professor
monopoliza o tempo sem dar oportunidade aos alunos de participarem.

    Discussão
    E talvez o método que mais tenha a ver com a natureza humana. Falar e expressar seu ponto de vista é característica
inerente a qualquer pessoa. Este método consiste na apresentação de uma situação problema que será discutida por todo
o grupo na busca de uma solução. Não se trata de debate, mas de esforço conjunto para a solução de um problema
apresentado. Para que aconteça uma boa discussão, o problema apresentado deve ser do interesse dos alunos, assim eles
estarão naturalmente motivados a emprestarem sua colaboração. A atitude do professor na discussão deve ser mais no
sentido de estimular a participação de todos e lembrar que é fundamental o respeito às opiniões alheias. O professor
observará os alunos que não estão participando e oferecerá informações norteadoras e elucidativas para ajudá-los no
rumo da discussão.
    Neste método um assunto é anunciado, definido e discutido. Depois as soluções possíveis serão alistadas e se
constituirão em alvo das reflexões e avaliações da classe, agora com uma participação mais presente, embora não
coercitiva, do professor. Segue-se, então, a decisão final e a formulação de planos de ação.
    O professor assume uma posição estratégica neste método. Se ele não souber se comportar, agindo e interagindo
com a classe, especialmente em momentos de definições de rumo, pode-se chegar ao final da aula sem conclusão
alguma formulada acerca do problema proposto ou, o que é ainda pior, com um consenso formado em torno de uma
postura equivocada com relação ao problema. Para evitar tal catástrofe, o professor há de organizar bem a aula,
cronometrá-la e gerenciá-la para que os resultados sejam satisfatórios.

    Discussão em grupos
    Difere do método anterior pelo fato de a discussão se processar em pequenos grupos formados pelos alunos da
classe. A filosofia é a mesma da do método anterior, mas sua execução é diferente. Aqui aspectos diferentes de uma
mesma situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem.
    Cada grupo terá um relator que anotará as decisões finais do mesmo, a fim de prestar relatório para a classe. O
relator também se responsabilizará por controlar o tempo da discussão para não prejudicar as demais etapas do trabalho
de cada grupo, quais sejam: a identificação de possíveis soluções, a avaliação e a decisão final.
    O tempo precisa ser bem administrado para se evitar ações precipitadas na construção dos relatórios. Também o
assunto dado precisa ser compatível com o tempo designado. Cada grupo prestará seu relatório e a classe toda poderá
apreciá-los e ir somando aspecto por aspecto da situação-problema apresentada.

   Na utilização deste método, o professor circula de grupo em grupo tentando ajudar com informações e orientações.
Ele precisa monitorar bem o tempo e ajudar os relatores dos grupos no momento da apresentação de seus relatórios.
Assim, ao final da aula, com a participação de todos, se verificará um substancial aprendizado e amadurecimento dos
alunos e do professor.

    Outros métodos
    Além dos métodos já expostos, existem vários outros que podem ser utilizados nas classes da Escola Dominical. Há
o de perguntas, que consiste na elaboração prévia de perguntas que aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos; o de
debate, que é a troca de opiniões em torno de um determinado tópico de estudo; a dramatização é outro método que visa
instigar os alunos a vivenciarem a realidade do texto de forma mais intensa e se envolverem com a trama do mesmo etc.
    O professor deverá escolher qual método é o mais apropriado para o tipo de lição que irá ensinar, bem como qual se
aplicaria com maior eficácia à natureza da sua classe. É muito importante que o professor use variados métodos até
identificar aqueles que melhor se adaptam a seus alunos, motivando-os pesquisa e ao estudo da Palavra de Deus.
    Ainda existe a possibilidade de o professor mesclar vários métodos, usando-os em momentos diferentes da aula, ou
mesmo valendo-se de porções de um e de outro para o melhor desenvolvimento da sua aula. O que não pode ocorrer é
uma aula sem método algum, pois a tendência nesses casos é uma perda de tempo enorme até que a própria classe
organize um método próprio, que nem sempre satisfará plenamente as exigências da aula. Ter um método é escolher um
caminho e sem um caminho claramente definido é difícil chegar-se a algum lugar.

   QUE GENTE DESINTERESSADA!
   Como motivar seus alunos a se envolverem com o estudo da Bíblia
   Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti
mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16).
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SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

    Os professores reclamam muito da falta de interesse dos alunos com as aulas da Escola Dominical. Na verdade, há
também bastante reclamação dos alunos sobre a qualidade das aulas de seus professores. Parece que está faltando
motivação para que os alunos sintam vontade de frequentar o estudo em classe.
    Não vamos aqui entrar no velho debate sobre a origem e a influência da motivação no aprendizado, mas
pretendemos oferecer algumas sugestões aos professores de atitudes e procedimentos que podem contribuir para o
despertamento e o aumento do interesse dos alunos pelo estudo da Palavra de Deus nas classes da Escola Dominical.
Nossa tese é de que há algo que o professor pode fazer, existe uma contribuição dele para acender ou reacender a chama
do interesse dos alunos pelo estudo da Bíblia. Vejamos, então, como um professor pode cooperar para que a experiência
de estudar a Bíblia nas classes da Escola Dominical seja gratificante e positiva para a vida dos alunos.

    LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA
    Quando um professor estuda a Bíblia com seriedade, o que implica fazê-lo em profundidade, os alunos sentem o
impacto e os efeitos disso durante a aula. Ao notarem que o seu professor se aprofundou no estudo do texto bíblico a
fim de se preparar para lhes ensinar, os alunos, naturalmente, valorizam e se sentem motivados a se dedicar mais ao
estudo da Palavra de Deus. Por outro lado, ao notarem superficialidade em seu professor, os alunos têm a tendência de
se afastar da classe e quando permanecem o fazem sem qualquer interesse pelo que o professor está dizendo. Quem já
foi aluno sabe que é horrível ter que assistir a uma aula de um professor que demonstra claramente desconhecimento da
matéria que deveria ensinar e desprezo pela disciplina ministra. Da mesma forma, quando um professor da Escola
Dominical demonstra menosprezo pelo ensino das Escrituras, quando está sempre despreparado, não pode nunca
esclarecer as questões, está sempre adiando problemas e age como se não estivesse nem aí para o que os alunos vão ou
não aprender, o resultado é simplesmente desastroso para a Escola Dominical e a igreja. Só deve estar à frente de uma
classe, alguém que esteja pronto para levar a sério o estudo da Palavra de Deus.

    SEJA PONTUAL E ASSÍDUO
    Ao chegarem na classe, os alunos precisam ser saudados pelo professor. Ele é sempre o primeiro a chegar. Já
preparou o ambiente para o ensino do dia, já verificou se tudo está em ordem: giz, tomadas, transparências, posição das
carteiras, iluminação, material didático etc. O professor deve começar e terminar sua aula sempre no horário
estabelecido, deve evitar atrasos e prolongamentos desnecessários.
    Se precisar faltar um dia, por motivo muito justo e absolutamente necessário, deve preparar a classe para a sua
ausência, informando com antecedência quem o estará substituindo e preparando seu substituto para que aja da mesma
forma, cumprindo o horário. A pontualidade e a assiduidade do professor é elemento motivador para a pontualidade e
assiduidade dos alunos. Quando o professor não leva a sério este aspecto do seu trabalho, a tendência é que os alunos
façam o mesmo e ainda critiquem-no pela falta de compromisso demonstrada.

   DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS
   Acima discorremos acerca de como é horrível assistir a uma aula de um professor despreparado.
   É muito desagradável participar, também, de aula chata, monótona, onde o professor fala o tempo todo e de forma
morosa. Ninguém agüenta! É horrível! Vivemos na época da velocidade, da instantaneidade, da agilidade de informação
e da automação em todos os segmentos da sociedade. Não se pode suportar letargia na docência da Escola Dominical.
As aulas precisam ser criativas, o professor tem de colocar a cabeça para funcionar e pensar sobre formas atraentes e
bem humoradas de ministrar a Palavra aos seus alunos.

   As aulas precisam ser dinâmicas. O professor não pode ficar estático na classe. Movimentação, uso dos recursos já
apresentados, novidades, tudo isso reacende a atenção dos alunos. Você já reparou que um comercial de TV dura entre
15 e 30 segundos, já percebeu que neste curtíssimo espaço de tempo as agências de publicidade lançam mão de tudo
que podem para prender a atenção do telespectador: música, movimento, cenas rápidas, palavras escritas etc. Você já
observou que no telejornalismo, o repórter muda de foco (para a direita, para a esquerda, mais de perto e mais de longe)
a cada 10 ou 15 segundos? Está provado que para prender a atenção dos alunos num mesmo ambiente durante 50
minutos se faz necessário muito dinamismo, caso contrário a aula fica chata e indesejada.

   PLANEJE AULAS ENVOLVENTES
   Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma posição, do começo ao fim, está
complemente ultrapassado. Sabemos que em muitas igrejas ainda se usa este sistema arcaico e negativo para o ensino na
Escola Dominical. Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no que diz respeito ao ensino bíblico. Cari
Rogers apresenta uma interessante abordagem deste tema, versando sobre O Processo Educacional e seu Futuro.[10] Ele

       10 - KOGERS, Cari R. Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1983, p. 91-120.

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compara o modelo tradicional de ensino com o que chama de aprendizagem centrada na pessoa. Uma coisa que vale a
pena ser destacada aqui é que o tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial, seu conhecimento e sua cultura eram
desconsiderados já ficou para trás e insistir nisso é uma atitude infrutífera e fadada ao fracasso.

    Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se sentir à vontade para contribuir,
obviamente, que de uma maneira planejada e facilitada pelo professor. Tanto na metodologia adotada quanto na sua
aplicação, a aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique a todos pelo sentimento de ter participado da
descoberta de verdades eternas.

    NAO SE DESCUIDE DA APLICAÇÃO
    Você se lembra que à aplicação nós sugerimos fossem dedicados 40% do tempo da aula. Trata-se da parte mais
importante da aula, do ponto de vista da utilidade para a vida do aluno. A experiência mostra que quando o professor faz
aplicações felizes, diretas e que, têm a ver com a realidade de vida de seus alunos, o interesse pelo estudo da Bíblia
cresce de forma visível e indiscutível. O aluno quer saber, em última instância, o que aquele texto bíblico que lhe está
sendo ministrado tem a ver com a sua vida diária. Se o professor, ao aplicar a mensagem bíblica, consegue saciar sua
inquietação, o resultado será que a Bíblia se tornará um livro relevante e pertinente para a sua realidade existencial.
    Quando não acontece uma feliz e pertinente aplicação, a aula situa-se tão-somente no plano teórico, sem demonstrar
a importância dos ensinos bíblicos para o aqui e agora dos alunos, condena-se ao esquecimento ou, quando apresenta
excelente nível de qualidade de informações, a um mero prazer intelectual momentâneo e passageiro. Naturalmente que,
para aplicar corretamente a lição, o professor deve conhecer bem seus alunos e sua realidade de vida. Mais adiante
discutiremos isso, no momento, é importante que entendamos que a aplicação não pode prescindir de um conhecimento
razoável das necessidades dos alunos por parte do professor. Aqui está uma das questões mais importantes no que se
refere ao professor da Escola Dominical. Ele é diferente do professor de matemática ou de biologia da escola secular. O
professor da Escola Dominical tem um compromisso com a vida dos seus alunos e não apenas com o intelecto deles.
Não está interessado apenas em passar informações, deseja transmitir-lhes vida e, conhecendo-os bem, será capaz de
aplicar às suas vidas os princípios da Palavra de Deus.

   VIVA O QUE VOCÊ ENSINA
   Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de uma classe na Escola Dominical: a
vida do professor. Quando o professor consegue demonstrar, através de atitudes e comportamentos, que procura colocar
em prática, na própria vida, os princípios que ensina em classe, seus alunos verificarão que é possível praticar a Bíblia
no dia-a-dia.
   Muitos professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são observados por seus alunos. Na
verdade, com o tempo todos os alunos observam seus professores, e como é triste quando constatam que ele não dá a
mínima importância para o que lhes ensina dominicalmente. E pode-se notar com certa clareza a catástrofe que é ter
diante de uma classe da Escola Dominical alguém cuja vida não se constitui num exemplo para os seus alunos. É o ante-
ensino, um esforço tremendo no sentido oposto aos objetivos e postulados da igreja de Deus. A atitude do professor
deve ser sempre de piedade e submissão à Palavra de Deus. Ao encontrar algum ensino ou princípio bíblico que ainda
não observa em sua própria vida, deve ser humilde em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade diante dos
seus alunos e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como norteadora de suas atitudes e ações. Ao verem que o
professor se esforça para viver de acordo com a Palavra de Deus, serão motivados a fazer o mesmo. Tem se dito muito
que em nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes na história. Isso chama nossa atenção, como
professores da Escola Dominical, para a responsabilidade que temos diante daqueles que assumimos como nossos
alunos. Somos j responsáveis por eles e pelo seu crescimento espiritual sadio e coerente.

   SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA
   Um professor da Escola Dominical que é um cristão genuíno e integrado à igreja com a qual coopera, se constitui
num tremendo instrumento nas mãos de Deus para a edificação dos seus alunos. Seu envolvimento inspira seus alunos a
se envolverem com as coisas de Deus. Eis alguns aspectos desta integração que julgamos oportuno salientar neste
ponto:

   Presença aos cultos e atividades da igreja

   Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e das atividades de sua igreja jamais
cooperará com a motivação dos seus alunos em prol dos objetivos da igreja. Será sempre um peixe fora d'água. Seus
alunos aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e desinformados, sempre distantes da vida da igreja.
Professores presentes aos cultos e aos trabalhos da igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração.

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    Dizimista fiel
    Voltamos a enfatizar que o professor da Escola Dominical precisa ser um dizimista fiel. Ele entende a doutrina
bíblica do dízimo e o concebe como o método de Deus para o sustento da obra. Não é daquelas pessoas que vivem
dando desculpas para não dizimarem, nem aquele tipo de crente que se esconde atrás da orientação neotestamentária
segundo a qual cada um deve contribuir segundo propôs no seu coração para nunca contribuir ou dizimar. Para estar à
frente de uma classe da Escola Dominical, na qualidade de professor, o crente precisa ser um fiel dizimista ao Senhor.

    Distante dos ventos de doutrinas
    Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com tendências doutrinárias diferentes daquelas
estabelecidas e aceitas pela igreja. A pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com sua igreja e passa a freqüentar outra
de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja volta à de origem para conquistar simpatizantes e tentar
convencê-los do erro das doutrinas que professam. Se um crente deve abster-se de qualquer aproximação dessa
natureza, que se dirá de um professor da Escola Dominical. Ele nunca deve se envolver com este tipo de movimento,
pelo contrário, tem de permanecer firme nas doutrinas que abraçou com sua igreja. O professor desempenhará o papel
de mestre, tirando dúvidas e demonstrando aos seus alunos e demais membros da sua congregação as bênçãos da
fidelidade doutrinária.

    Eticamente correto em sua vida Fiel cumpridor dos seus deveres e da sua palavra, o professor da Escola Dominical
procura sempre dar um bom testemunho diante da sociedade. Dentro da igreja não se envolve em maledicências,
fofocas, conspirações e maquinações que só destroem os laços de fraternidade cristã. Vale a pena fazer uma leitura
criteriosa do texto de Provérbios 6.16-19 para constatar como Deus abomina os que enveredam por este caminho. Como
professor, o crente sabe que sua vida é um referencial constante para os demais, entende que nunca pode ter seu nome
envolvido em situações ambíguas ou de caráter duvidoso. Sendo exemplo diante de seus alunos na conduta ética, o
professor também os estará motivando ao estudo das Escrituras.
    Não foram apresentadas aqui técnicas de motivação, até mesmo porque há ainda muitas dúvidas sobre sua eficácia
prática para o aprendizado. No entanto, vimos atitudes motivadoras do professor para com seus alunos. Cremos que, à
medida que o professor for se esmerando nessas atitudes, seus alunos serão estimulados a uma vida cristã autêntica e
dinâmica sob o senhorio de Jesus Cristo.

    BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO!
    Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas.
    Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13).
    Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente. Este fato naturalmente dificulta o
entendimento das Escrituras, pois como entender hoje, quase dois mil anos depois de Cristo, escritos datados de até
3.500 anos atrás? Daí a razão pela qual muitas pessoas não conseguem compreender bem a Palavra de Deus e a têm
como difícil e complicada.
    Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e distorções teológicas, pois tentando
interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos acabam por afirmar doutrinas e posturas que realmente a Bíblia não
apóia nem autoriza.
    A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu estudo de forma zelosa e
disciplinada. Como disse Paulo Freire: "estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura
crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a." [11]
    Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando mão dos princípios de interpretação
universalmente aceitos e difundidos. São princípios que, uma vez observados, abrem diante do estudante as portas de
acesso à verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser humano a compreender o texto sagrado através da
utilização destes princípios.
    ALGUNS TERMOS-CHAVES
    Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos proceder a uma definição de termos, tanto
para evitar confusão no entendimento como para situar o amado leitor, ajudando-o a se localizar no espectro da
revelação de Deus.

   REVELAÇÃO - Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente do seu sentido original. A palavra
revelação no Antigo Testamento é galah e significa descobrir, mostrar o que está encoberto. No Novo Testamento a
palavra é apokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina.
   A idéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a platéia podia ver o que estava por trás,

   11 - FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Libertação. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 9.

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escondido. Teologicamente, revelação é o ato de Deus em que ele se dá a conhecer ao homem. É o próprio Deus quem
se revela ao ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza que ele criou (SI 19.1) e, de forma especial,
através do seu filho Jesus (Jo 1.18).

    INSPIRAÇÃO - Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem acesso à sua revelação. Por esta razão
ele capacitou homens a registrarem a sua revelação. A essa capacitação chamamos inspiração. Por isso lemos em
2Timóteo 3.16 que "toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para
ensinar em justiça". A expressão divinamente inspirada é tradução do grego theopneutos (theós [Deus] + pneutos
[sopro]), com sentido de que a Escritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao homem para que ele a
registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que tem sido sabiamente definida como o registro da revelação
de Deus.

    ILUMINAÇÃO - Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua revelação. Porém, com o passar dos anos,
o sentido do que foi registrado corria o risco de se perder e as gerações futuras ficarem privadas do registro da revelação
de Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios, Deus tem capacitado pessoas a interpretarem o registro de
sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra.
    A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não há mais revelação, no sentido
teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao homem sobre si, já o fez.
    Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de Deus, já o foi. O que existe hoje é
iluminação. Deus continua e continuará capacitando e usando pessoas para interpretarem a sua Palavra. [12]
    É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor da Escola
    Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor para que, valendo-se dos
princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita aos seus alunos a Palavra de Deus.

    PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
    Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre uma sublime missão. Primeiro porque
ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso mundo da Bíblia; depois, porque descobrirá verdades e princípios eternos que
influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua própria vida e, finalmente, porque sentirá a felicidade de passar
aos seus alunos não algo vago ou produto da pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de
investigação.

   Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das Escrituras:

    Princípio do contexto
    De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto, razão pela qual não pode ser
interpretado isoladamente. O professor precisará identificar o contexto imediato, ou seja, o trecho ou o capítulo bíblico
no qual o texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção do livro bíblico, ou até mesmo o livro bíblico, a
que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do
seu contexto, o professor terá melhores condições de interpretar o texto.

   Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos que fundamentam suas doutrinas e
seus ensinos em textos isolados da Bíblia ignorando completamente o contexto dos mesmos. Vai também aqui uma
palavra de cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão difundida no meio evangélico. Lembremo-nos de
que cada um daqueles versículos tem um contexto, o qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o
cumprimento da promessa. Apegar-se a textos e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro no campo
da hermenêutica bíblica.

   Princípio gramatical
   Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras e expressões do texto. Muitas
vezes, quando estudamos o significado de uma palavra ou de uma expressão do texto, descobrimos nuanças
importantíssimas para sua interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e dos milênios, o uso e o sentido das
palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará recorrer a instrumentos de pesquisa para compreender
o sentido do texto para os seus destinatários originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores
primeiros, é que o professor poderá descobrir o seu significado para os de hoje.


       12 - Para uma explanação mais exaustiva dos conceitos descritos, ver VIERTEL, Weldon E. A Interpretação da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1979, 200p.

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    A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função dentro do texto.
    Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos, predicados, pontuações, pronomes,
adjetivos, etc. fazem o universo deste importante princípio para a interpretação das Escrituras.
    Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas: hebraico, aramaico e grego. A Bíblia que
temos em nossas mãos é, portanto, uma tradução. Mister se faz então um trabalho muito sério e dedicado para que o
significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam bem claros na mente e no coração do professor.
    Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas de leitura. Uma leitura malfeita
dificultará consideravelmente o entendimento do texto. O professor precisa cuidar bem da leitura do texto, observar a
pontuação, os tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bem entendido, é meio caminho andado para ter uma
interpretação eficaz.

   Princípio histórico
   Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica, ou seja, tem a ver com
determinadas situações sociais, culturais, geográficas, políticas e até filosóficas. Assim sendo, para que o professor da
Escola Dominical possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender o contexto histórico em que ele foi
produzido e também o contexto a que ele se refere.

    É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas coisas são por ele clarificadas na
Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares como Samária, Jerusalém; de partidos políticos e de seitas como os
fariseus e saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão entre os judeus e os samaritanos na época de Jesus etc.
O contexto histórico precisa ser bem entendido para que o texto bíblico seja corretamente interpretado.

    Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar mão de enciclopédias bíblicas,
manuais, dicionários e comentários sobre os livros da Bíblia. Daí pontuamos desde já a importância do professor formar
sua biblioteca particular, com todos estes instrumentos úteis para a pesquisa bíblica. [13]
    Princípio teológico
    De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico que estudar os aspectos
doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo, a criação, o pecado, a salvação, a
igreja, as últimas coisas etc. Todo o texto sagrado está eivado de informações de caráter doutrinário, os quais, ao serem
entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio estudante das Escrituras. Em cada texto há algo sobre
alguma doutrina que precisa ser destacado e aprendido.

    Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da Palavra de Deus. O crescimento
doutrinário dos alunos da Escola Dominical está diretamente vinculado ao uso adequado deste princípio, pois se o
professor não souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto poderão ficar de lado ou serem tratadas
de forma inadequada. A conseqüência será a perda de preciosa oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos.

   Princípio prático
   Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o professor não pode deixar de levar em
consideração a realidade vigente na interpretação do texto bíblico. Assim, os princípios e as verdades bíblicas
aprendidas deverão' ser aplicadas de modo correto às necessidades do ser humano da época atual.
   Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o mundo da Bíblia, o princípio prático o
ajudará a aplicar as lições aprendidas ao mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a interpretação seja uma mera
reconstrução histórico-filosófica e, conseqüentemente, irrelevante para o homem dos dias atuais [14].

   É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia um livro pertinente e relevante para
o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da Bíblia e o de hoje trará até- a realidade de vida dos alunos da Escola
Dominical os eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa interpretação correta da Bíblia, o aspecto prático não
pode ser ignorado ou desmerecido.

    MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO

    13  - Ao final deste livro você encontrará uma sugestão de biblioteca básica para o professor da Escola Dominical. Para constituí-la você poderá fazer um plano e ir
comprando as obras à medida que os seus recursos permitirem.


    14    - Para uma visão prática sobre a aplicação da Bíblia aos problemas e situações contemporâneos, ver DORNAS, Lécio. O Jornal e a Bíblia. Cuiabá: Edição do
Autor, 1996, 102p.


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    Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa aprender também os di versos
métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas várias, que foram desenvolvidas e testadas, com o fim de
auxiliarem o estudante nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da Bíblia.
    Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser observados independentemente do
método de estudo escolhido. Não se pode confundir os métodos para o estudo da Bíblia com os princípios para sua
interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles tratam de estratégias de pesquisa. Ambos são
importantes para o trabalho do professor da Escola Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a
natureza e o escopo de cada um.

   Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia. Sabemos que existem outros e que
a cada dia surgem novos[15]; contudo, os que aqui analisaremos constituirão importante fonte de informação e ajuda
para o professor da Escola Dominical.

    O estudo de um versículo da Bíblia
    É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo estudar, ou seja, descobrir o
significado de um versículo à luz dos princípios de interpretação da Bíblia que vimos anteriormente. Não se trata aqui
de tratar isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou dogmas, mas sim a partir dele chegar à descoberta de
princípios e verdades eternos.

    Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos:

   1. Identifique e examine o contexto - Descubra toda a porção bíblica a que pertence o versículo.
   Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao momento histórico a que o
versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação histórica.

    2. Investigue o texto - Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas observações, dúvidas, aplicações e
eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue tudo o que puder sobre as informações e inferências do texto. Fique
certo de que entendeu o máximo possível sobre o significado do texto.

    3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras - Depois de o haver lido e estudado bastante, tente agora
reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum, mesmo que você precise de mais ou menos palavras e ainda que
necessite citar algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do versículo.
    4. Examine as referências - Usando sua Bíblia, identifique as referências que constam do seu versículo. Leia cada
uma delas. Isso possibilitará a você ver outras idéias e situações atinentes ao texto ou ao seu contexto.

    5. Selecione aplicações - Dentre as lições que você descobriu no texto que estudou, selecione aquelas que lhe
falaram ao coração de forma mais direta. Pense nos seus alunos, vejam quais lhe parecem mais úteis. Depois, dentre
todas as aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe falou com maior impacto.

   O estudo de um capítulo da Bíblia
   A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o máximo que um determinado capítulo
pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que foram muito difundidos e ficaram famosos, mais conhecidos do que os
demais. Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez mandamentos (Ex 20), o do bom pastor (Sl 23), o do amor
(1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc.

    A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos ensinamentos e lições preciosas
para nossas vidas. Por esta razão, temos um método para estudá-los. Para extrair o máximo de um capítulo da Bíblia,
siga os seguintes passos:

   1. Leia o capítulo com atenção:
   O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é de o professor se familiarizar bem
com o texto. Numa folha à parte, escreva suas observações, dúvidas e possíveis aplicações. Tudo o que for encontrando
durante as leituras.


    15    - Para um aprofundamento maior sobre métodos de estudos bíblicos, ver HEN RICHSEN, Walter A. Métodos de Estudo Bíblico. 5a. ed. São Paulo: Mundo
Cristão, 1993, 117p.


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    2. Identifique a estrutura do capítulo
    Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a poder tratá-los individualmente. Esta
estruturação vai ajudar o professor a conhecer o progresso ou a evolução do pensamento do autor naquele capítulo, bem
como compreender a seqüência do mesmo. Continue trabalhando com a folha à parte, anotando observações e detalhes
do texto.

    3. Verifique o contexto
    O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são as informações disponíveis sobre o
livro, seu propósito, sua mensagem, situação histórica em que foi escrito etc. Cada capítulo desempenha um papel e
cumpre uma missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está estudando um daqueles capítulos mais
conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto.
    4. Pergunte ao texto
    Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em estudo. Use a folha na qual você vem
fazendo anotações para lhe ajudar agora a inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua pesquisa neste passo, mais
profundo será o seu estudo do capítulo.

   5. Amplie o horizonte da pesquisa
   Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom entendimento dos assuntos
identificados no capítulo. As referências poderão ajudar aqui, bem como outros materiais de apoio já mencionados.

    6. Esquematize o estudo
    Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando em cada item as lições ou
aplicações que sejam realmente importantes para a sua vida e para a de seus alunos. Ao final deste passo, o professor
terá um esboço pronto e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado.

   O estudo de um assunto da Bíblia
   Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um assunto para ser estudado. Precisará de
um método que se fundamente não em uma passagem determinada, mas num assunto específico. Fé, santidade, pecado,
mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos passíveis de serem estudados à luz da Bíblia. Veja os
passos para o estudo de um assunto bíblico.

    1. Delimite a abrangência do estudo
    Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência do seu estudo.
    Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para estudar o tópico em toda a Bíblia,
por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá estudar o pecado à luz dos Evangelhos, ou de uma determinada
epístola, até mesmo de um determinado período histórico. O importante é que a delimitação torne factível o estudo.

   2. Descubra as passagens pertinentes
   Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos que tratam do assunto a ser estudado,
dentro da delimitação feita. Procure ser o mais completo possível neste passo, para que seu estudo também seja bem
abrangente.

    3. Entenda o contexto das passagens
    Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do contexto de cada passagem alistada.
Isso lhe dará uma visão da realidade histórica que abrigava a compreensão do seu tópico exposta no texto. Sem este
passo, o estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de textos unidos por palavras e não por significado, o
que seria inútil.

    4. Anote observações e aplicações
    Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto, bem como anote observações e
aplicações práticas a respeito do tópico em estudo.

   5. Organize seu estudo
   Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado, trabalhe de forma a facilitar o
entendimento progressivo do assunto.

   6. Identifique informações novas
   Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de ensinamentos práticos e importantes que o
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estudo lhe ensejou. Faça um propósito diante de Deus de praticar as novas lições aprendidas durante o estudo.
Compartilhe com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você aprendeu.

    O estudo de um personagem bíblico
    Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu propósito principal é descobrir
informações sobre a vida de um personagem bíblico, com o objetivo de aprender, com suas fraquezas e virtudes, lições
a serem aplicadas à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser usado.

    1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas
    Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário bíblico para alistar as passagens que
tratam da vida dele e a ele fazem referência. As referências da própria Bíblia o ajudarão.

   2. Faça um resumo da vida do personagem
   Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva numa folha, com suas próprias
palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento vai auxiliá-lo no entendimento do desencadeamento dos fatos que
marcaram a vida do personagem.

   3. Identifique fraquezas e virtudes
   Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas colunas, coloque em uma as fraquezas e na
outra as virtudes do personagem.

    4. Compare-se com o personagem
    Vejam quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem estudado. Descubra, com as passagens
bíblicas alistadas, como o personagem reagiu diante de situações que realçaram suas fraquezas e também como lidou
com aquelas em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que Deus tem a lhe ensinar sobre suas próprias fraquezas
e virtudes.

   5. Organize a biografia do personagem
   Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso de tal forma que, ao olhar para seu
esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da vida do personagem lhe venham claramente ao coração.

    LIVRO COMPLICADO?
    Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola Dominical compreende que a Bíblia não é
um livro assim tão complicado. Basta determinação e disciplina para interpretá-la e estudá-la corretamente e as suas
maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os tesouros da Palavra do Senhor e o sentimento de
felicidade ao ver seus alunos com o coração ardendo pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se
sinta também gratificado por cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com júbilo, como fez o salmista: "Oh!
quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo" (Sl 119.97).

   MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL
   Como ajudar sua igreja a crescer através da Escola Dominical
   Abra a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência estará na sua língua (Pv 31.26).
   Tenho notado uma reclamação generalizada. São professores reclamando que seus alunos não estudam a lição nem
fazem as leituras diárias; são alunos reclamando de professores despreparados que dão aulas monótonas e sem
motivação; são pastores se queixando da falta de líderes para a Escola Dominical; são líderes reclamando da falta de
apoio dos seus pastores etc. Parece que ninguém está satisfeito com o desempenho atual da Escola Dominical. Se
pararmos para analisar, cada crítica tem certo grau de fundamento, todos têm algum nível de razão, a partir de sua
perspectiva.

   O fato é que a Escola Dominical vive dias de indiferença por parte de muitos. Realmente, precisamos construir um
escala para identificar onde começa esta cadeia de desinteresse pelo estudo das Escrituras nos arraiais da igreja.
Sabemos, pela experiência de muitos anos ministrando em diversas partes do país e no exterior sobre o ensino na Escola
Dominical, que vivemos hoje uma realidade bem diferente da de algumas décadas atrás. Ê do conhecimento de todos
que há trinta ou quarenta anos, o número de alunos matriculados nas classes da Escola Dominical de uma igreja era
quase sempre maior do que o número de membros da mesma. Hoje tal realidade é muito rara. O que teria ocorrido?
Tudo leva a crer num processo de desmotivação que não encontrou, ao longo dos anos, antídoto suficientemente eficaz
para revertê-lo. Ao que parece, algumas coisas foram acontecendo que resultaram no afastamento de muitos e no
desinteresse de outros pela Escola Dominical.
                    _______________________________________
                       SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,         LÉCIO DORNAS – p.   21
SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical

    Não vamos nos alongar aqui em identificar os motivos de tal arrefecimento, mas um dos principais fenômenos que
entendemos ter contribuído para esse quadro foi a perda de um dos principais objetivos da Escola Dominical, a
evangelização.
    Em 1963, o Dr. J.N. Barnette escreveu o livro The Place of Sunday School in Evangelism (O lugar da Escola
Dominical no evangelismo) [16], em que discute com propriedade e profundidade o papel desempenhado pela Escola
Dominical no cumprimento da grande comissão de Mateus 28.18-20.
    Em 1981, o Dr. Harry Piland foi o organizador de um livro que foi publicado com o título Growing and Winning
through the Sunday School (Crescendo e vencendo através da Escola Dominical) [17]. Trata-se de um livro cujos
capítulos foram escritos pelos principais líderes americanos, peritos no ministério da Escola Dominical, homens como
James Frost, Eugene Skelton, Bernard Spooner, Harry Piland, John Sisemore e Lucien Coleman, Jr. Todo o livro é
voltado para a instrumentalização da Escola Dominical para a evangelização e o conseqüente crescimento da igreja.
Inclusive, num capítulo primoroso o Dr. Lucien E. Colemann, Jr escreveu sobre "Teach the Bible to Win the Lost and
Develop the Saved" (Ensinar a Bíblia para ganhar os perdidos e desenvolver os salvos) [18], em que deixa claro que a
mesma Bíblia, com sua vigorosa e objetiva mensagem, evangeliza os perdidos e aperfeiçoa os crentes.
    Em 1983, foi a vez do Dr. John T. Sisemore escrever seu livro Church Growth through the Sunday School[19]
(Crescimento da igreja através da Escola Dominical). Neste livro, ele demonstra como a igreja pode aproveitar o
potencial evangelizador da Escola Dominical. Fica claro que, sendo fiel ao seu objetivo evangelizador, a Escola
Dominical proverá a igreja local de um crescimento tal que a forçará a ampliar sua visão, seu espaço físico e sua
estratégia de ministração aos crentes e não-crentes.
    Desde sua gênese com Robert Raikes (1736-1811), na Inglaterra, a Escola Dominical foi dirigida a crianças fora do
ambiente da igreja. Eram crianças que estavam nas ruas aprendendo coisas ruins e sendo formadas pela vida das ruas na
escola da imoralidade e da desonestidade. Raikes investiu num projeto que visava tirar as crianças das ruas no dia em
que elas lá permaneciam por mais tempo: o domingo. Pouco a pouco, a Escola Dominical de Raikes foi crescendo e sua
idéia se espalhou de tal forma que há notícias de que em 1831, 20 anos após sua morte, havia na Grã-Bretanha escolas
dominicais que, unidas, envolviam no estudo da Palavra de Deus, semanalmente, perto de 1.250.000 crianças
(aproximadamente 25% da população!) [20].

    A irmã Cathryn Smith, vida gasta no Brasil pela causa da Educação Religiosa, foi a organizadora do Programa de
Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira que agora, em sua 6ª edição, foi revisado, atualizado e
ampliado[21]. Discutindo sobre as tarefas da Escola Dominical, o livro é contundente ao afirmar que esta organização "é
a agência evangelizadora por excelência na igreja"[22].
    Ainda entre os batistas, no Congresso Batista Brasileiro, realizado em 1991, no Rio de Janeiro, o tema da Educação
Religiosa foi exposto por três preletores e amplamente discutido num Grupo de
    Aprofundamento que, ao final, apresentou como parte de suas conclusões: "Que se dê ênfase à EBD como agência
evangelizadora"[23]. Em 1993, aconteceu o I Congresso Batista Brasileiro de Escola Dominical, também no Rio de
Janeiro, onde se procurou chamar a atenção para a importância da Escola Dominical para a viabilização do crescimento
integral da igreja.
    Entretanto, não obstante a história e a fundamentação teórica da Escola Dominical, o fato é que, com o passar dos

   16 - BARNETTE, J.N. The Place of Sunday School in Evangelism. Nashville: Broadman, 1963.

   17 - PILAND, Harry(Compier).Growingand Winning throughthe Sunday school. Nashville: Convention 1981, 251 p.

   18 - PILAND, Harry (Compiler). op. cit. p. 175-197.

   19 -19 SISEMORE, John T. Church Growth the Sunday School. Nashville: Broadman, 1983, 156p.

   20 - TOWNS, Elmer. Towns Sunday Encydopedia. Wheaton: Tyndale, 1993, p. 457-458.

   21 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6a. ed, Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Juerp, 1995, 112p.

   22 - SMITH, Cathryn., op. cit, p. 53.

   23 - Com os Olhos no Futuro - Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de Planejamento e Coordenação da CBB, 1991, p.203.

                          _______________________________________
                              SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL,                              LÉCIO DORNAS – p.      22
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Socorro, sou professor de escola dominical lécio dornas

  • 1. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical ©1997, de Editora Eclésia ©2002, cedido por Lécio Dornas ■ 1ª edição - Editora Eclésia -1997 2ª edição - Editora Hagnos - 2002 ■ Todos os direitos em lingua portuguesa reservados por EDITORA HAGNOS Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108 São Paulo - SP - 04809-270 Tel/Fax: (0xxll) 5666-1969 e-mail: hagnos@hagnos.com.br www.hagnos.com.br Lécio Dornas ■ PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE. Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), ©2009, Publicada por Editora Hagnos, salvo indicação em contrário. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 1
  • 2. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical ■ Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui Coordenador Produção - Mauro W. Terrengui Revisão: Uthay Caetano dos Santos Filho Capa: Aext Noveau Editoração e Diagramação: Zarlos Terra Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ________________________________________________________ Dornas, Lécio Socorro! Sou professor da Escola Dominical / Lécio Dornas. ___________________________________________________________ Índice para catálogo sistemático 1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título ISBN 85-88234-43-2 02-0852 CDD, 268.3 índices para catálogo sistemático: 1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa: Cristianismo 268.3 2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa: Cristianismo 268.3 Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL Lécio Dornas AUTOR DESTE BEST-SELLER E-book digitalizado e Revisado por: OBREIROS APROVADOS Com exclusividade para: www.bibliotecacrista.com.br _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 2
  • 3. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Capa Aext Noveau Editoração e Diagramação Zarlos Terra Revisão Uthay Caetano dos Santos Filho Coordenadora Editorial Marilene G. Terrengui Coordenador Produção Mauro W. Terrengui Ia edição - Editora Eclésia -1997 2a edição - Editora Hagnos - 2002 Impressão e acabamento Associação Religiosa Imprensa da Fé Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CEP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Dornas, Léco Socorro! Sou Professor da Escola Dominical/ Lécio Dornas. - São Paulo: Hagnos, 2002. ISBN 85-88234-43-2 Bibliografia 1. Bíblia - Estudo e ensino 2. Educação religiosa 3. Escolas dominicais I. Título 02-0852 CDD,268.3 índices para catálogo sistemático: 1. Escolas dominicais: Professores: Educação religiosa: Cristianismo 268.3 2. Professores: Escolas dominicais: Educação religiosa: Cristianismo 268.3 Todos os direitos desta edição reservados à Editora Hagnos Rua Belarmino Cardoso de Andrade, 108 São Paulo - SP - 04809-270 Tel/Fax: (xxll) 5666-1969 e-mail: hagnos@hagnos.com.br www.hagnos.com.br Lécio Dornas Socorro! Sou Professor da Escola Dominical _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 3
  • 4. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical O AUTOR Lécio Dornas - Durante 15 anos esteve envolvido com a Escola Dominical. Dirigiu por cinco anos o Departamento de Publicações Periódicas da JUERP, serviu por três anos como Secretário Geral da Associação dos Educadores Religiosos Batistas do Brasil, atuou por quatro anos como Relator da Comissão de Currículo da Coordenadoria de Educação Religiosa do Conselho da CBB e cooperou como professor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil e do IBER. O autor foi o idealizador do I Congresso Batista Brasileiro da Escola Dominical que ocorreu no Rio de Janeiro em 1993. É escritor de dezenas de artigos e estudos publicados e voltados para a Escola Dominical. Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (RJ) e Professor do Seminário Teológico Batista de Mato Grosso. Lançou, recentemente, o livro O Jornal e a Bíblia — uma demonstração de como é possível interpretar a Bíblia à luz das questões contemporâneas. O Pr. Lécio Dornas é casado com a Dra. Polliana Boechat Dornas e pai da pequena Sarah. SUMÁRIO BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! ......................................................... 6 O CONTEÚDO................................6 EXTENSÃO E TEMPO...................6 ESTRATÉGIA DIDÁTICA..............8 TOCOU O SINAL............................8 QUE ASSUNTO DIFÍCIL! ................ 10 PREPARO ESPIRITUAL...............10 PREPARO BÍBLICO......................11 PREPARO DIDÁTICO..................13 QUE GENTE DESINTERESSADA! . 16 LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA.......................................................16 SEJA PONTUAL E ASSÍDUO......16 DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS....................................................16 PLANEJE AULAS ENVOLVE17 NAO SE DESCUIDE DA 17 VIVA O QUE VOCÊ ENSINA......17 SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA......................................18 BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! ...................................................... 19 ALGUNS TERMOS-CHAVES.......................................................................19 PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA......................................20 MÉTODOS DE ESTUDO BÍBL21 LIVRO COMPLICADO?...............24 MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL ............... 25 CONQUISTE O PASTOR..............26 CONSCIENTIZE OS PAIS............26 BUSQUE A JUVENTUDE............27 MOTIVE OS PROFESSORES......27 PROMOVA A ESCOLA DO28 TEMPO DE CRESCER..................28 QUE MAIS POSSO FAZER COM A MINHA CLASSE? ............................ 29 CARACTERÍSTICAS EVANGELIZADORAS...........................................................29 EXPERIMENTANDO A EVANGELIZAÇÃO..............................................30 EXPANDINDO MISSÕES............31 NA ASSISTÊNCIA SOCIAL.........32 CRESCENDO NA COMUNHÃO E NA ORAÇÃO.......................................32 _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 4
  • 5. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical MOBILIZANDO PARA O SE33 O QUE NÃO POSSO FAZER COM MINHA CLASSE.................................33 ACABOU A AULA, E AGORA? ....... 35 A DIMENSÃO DO COMPORTAMENTO .....................................................35 A DIMENSÃO DO CONHECIMENTO .........................................................36 A DIMENSÃO DA FRATER36 QUEM SÃO OS MEUS ALUNOS? .. 38 QUEM SÃO SEUS ALUNOS?......40 AFINAL, QUE TIPO DE PROFESSOR EU SOU? ....................................... 41 O PROFESSOR PARTEIRO..........41 PROFESSORES QUE SABEM COMO ENSINAR.........................................42 PROFESSORES QUE SABEM O QUE ENSINAR........................................42 TREINAMENTO DIRECIONAD43 FORMULÁRIO DE AUTO-IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR.................43 AUTOTREINAMENTO................43 NA ERA DA INFORMAÇÃO.......44 SENDO RESPONSÁVEL..............47 OBJETIVANDO A GLÓRIA DE DEUS..........................................................47 GRATIDÃO....................................47 ANEXOS ............................................ 49 OS DEZ MANDAMENTOS DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL....49 PLANO DE SALVAÇÃO.......................................50 BIBLIOTECA BÁSICA DO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL..........51 BIBLIOGRAFIA ................................ 53 BATEU O SINAL, ACABOU A AULA! Como planejar com eficácia sua aula Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7b). Quase todos nós já passamos pela experiência de ver um professor da Escola Dominical ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Muitos são os professores e alunos que vivem se queixando do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Alguns professores chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 5
  • 6. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical A questão não é falta de tempo e sim de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá atabalhoadamente dando a impressão de que está faltando algo. Quando existe planejamento, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação na aula dada. O problema não é o tempo, reafirmo, mas o planejamento. O planejamento de uma aula para a Escola Dominical deve levar em consideração vários fatores. Vamos examiná-los. O CONTEÚDO Trata-se do que será ensinado. A resposta a algumas perguntas nos informa qual o conteúdo de uma lição: Qual o principal ensinamento da lição a ser estudada? Quais são as principais informações a serem transmitidas e que relação têm com o ensinamento principal? Qual a relação com a lição da semana anterior? A definição clara do conteúdo vai ajudar o professor a se manter fiel ao desenvolvimento de sua aula. É triste quando um professor entra na classe sem ter a nítida compreensão do conteúdo da aula que vai dar. Tenho ouvido relatos de professores que sequer sabiam o assunto da lição, no momento em que iam aplicá-la. São os improvisadores que se iludem, iludem a outros e prestam um desserviço à causa do ensino das Escrituras em nossas igrejas. O professor precisa saber em profundidade o conteúdo que pretende ensinar aos seus alunos. Toda lição tem um ensinamento principal, naturalmente que deste emanam outros que, mesmo secundários, são também importantes e necessários. A transmissão e assimilação desses ensinamentos são imprescindíveis numa aula. O professor há que identificar no estudo do texto bíblico da lição, e na própria lição, quais são os ensinamentos secundários e qual é o principal. Ao fazê-lo encontrará o conteúdo de sua aula. Encontrado o conteúdo, terá achado o caminho por onde deverá se conduzir durante a aula. Ao se conduzir por ele assegurará o êxito de sua docência. O conteúdo é o primeiro fator a ser levado em conta no planejamento da aula. A clara compreensão do conteúdo exigirá esforço e concentração do professor. Ainda neste livro daremos algumas dicas sobre como estudar um texto da Bíblia, identificar conteúdos e extrair ensinamentos das Escrituras e contextualizá-los aos nossos dias. EXTENSÃO E TEMPO O professor, ciente do conteúdo, já tem uma idéia da quantidade de informações e de ensinamentos que precisará transmitir. Necessitará fazer um trabalho de seleção de conteúdo, priorizando as informações e ensinamentos que se harmonizem de forma mais plena com a mensagem principal a ser transmitida. O professor estabelecerá uma relação entre a quantidade de informações e de ensinamentos práticos com o tempo disponível para que os mesmos sejam transmitidos. Feito isto, determinará em seu planejamento prévio quanto tempo usará para cada parte da aula. Este planejamento é de suma importância para não se cair no erro de usar muito tempo com um determinado aspecto da lição em detrimento de outros. Aconselhamos, de modo geral, a seguinte distribuição do tempo de uma lição: Abertura (5%) Ao começar a aula, o professor poderá conceder à classe um momento, breve, de confraternização. É a hora dos alunos se cumprimentarem, de se apresentar os visitantes e de se fazer uma ou outra comunicação de interesse da classe. É uma espécie de quebra gelo, muito importante para o início de uma aula. Introdução (10%) O professor vai estabelecer a relação entre o que vai ser e o que foi estudado na semana anterior. Buscará atrair a atenção e o interesse dos alunos pelo que será ensinado. Na introdução devem ficar bem claros os alvos da aula em termos de lições a serem ensinadas e informações a serem transmitidas. É este o momento, logo no início da aula, em que professor e alunos devem se colocar diante de Deus para, em oração, pedir a bênção da sabedoria e do discernimento espiritual para o estudo da sua Palavra. É preciso se valer de muita criatividade na introdução da aula. Fatos contemporâneos, notícias de jornais, ilustrações e experiências constituem excelente material para a introdução de uma boa aula na Escola Dominical. Costumamos comparar a introdução de uma aula com o lançamento de um foguete. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 6
  • 7. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Dizem os entendidos que nos primeiros minutos após o lançamento de um foguete, os cientistas já são capazes de prever o sucesso ou fracasso de uma expedição espacial. As coisas são mais ou menos assim com a aula da Escola Dominical, se o professor não conseguir captar a atenção dos seus alunos e deixar claro para eles o que vai ser ensinado na introdução da aula, não conseguirá fazê-lo mais. Interpretação (30%) A preocupação do professor é com a transmissão de informações e dados que auxiliarão o aluno na interpretação do texto bíblico em estudo. Neste momento, a palavra é quase totalmente de uso do professor; eventualmente, um aluno pode oferecer contribuição, porém, o pressuposto é de que o professor está preparado para oferecer aos seus alunos as informações de que se valerão para a clara compreensão do texto bíblico. Mais adiante ofereceremos maiores informações sobre como interpretar a Bíblia, importando agora tão-somente conscientizar o leitor para o fato de que, em sala de aula, precisará reservar pelo menos 30% do tempo disponível para o estudo e fiel interpretação da Palavra de Deus. Vivemos numa época quando muitas pessoas têm se lançado na tarefa de ensinar a Bíblia, e isso no rádio, na televisão etc, sem dar a merecida atenção à interpretação da Palavra. Aí, abre-se espaço para verdadeiras aventuras hermenêuticas onde absurdos são apresentados como verdades bíblicas. Os alunos da Escola Dominical precisarão ser alcançados com argumentação bíblica consistente para que as verdades da Palavra de Deus sejam enraizadas em suas vidas, o que só será possível mediante interpretação sadia e profunda das Escrituras. Aplicação (40%) Uma vez bem interpretado, o texto bíblico oferecerá princípios e ensinamentos que deverão ser aplicados à vida dos alunos. Caso contrário, o objetivo principal da Escola Dominical ficará por ser atingido e não haverá aprendizado real das Escrituras, logo não acontecerão mudanças na vida dos alunos. Se um aluno, após uma aula na classe, não se sente estimulado a mudar aspectos de sua vida para que eles se harmonizem com as Escrituras, certamente a aula não logrou êxito. O resultado de uma boa interpretação é o surgimento de princípios, lições e ensinamentos que, uma vez levados em consideração, provocarão mudanças na vida daqueles que a eles se submetem. Tais princípios precisam ser clarificados e expostos para que os alunos deles se apropriem. Uma aula sem aplicação é como se uma pessoa fosse ao médico, recebesse a receita, mas não fosse instruída sobre como usar os medicamentos. É tarefa precípua do professor orientar seus alunos na aplicação das verdades bíblicas. Aplicando as verdades bíblicas à vida dos seus alunos, o professor estará construindo uma ponte entre o mundo da Bíblia e o mundo de hoje. Ora, é preciso levar em conta que estamos distantes, geográfica, cultural e cronologicamente do mundo da Bíblia, razão pela qual precisamos interpretar corretamente seu texto e aplicar coerentemente as verdades dele extraídas à vida dos alunos. Sem aplicação a aula torna-se somente informativa, sem relevância prática, sem vida. Ao término de uma aula na Escola Dominical, o aluno deverá ter uma noção clara sobre como colocar em prática em sua vida as verdades aprendidas. No momento da aplicação é muito importante a participação dos alunos, dando opiniões, compartilhando experiências e oferecendo subsídios para a cor-reta aplicação das verdades aprendidas à vida dos colegas de classe. O professor deverá tomar cuidado e ser muito ágil no comando dos debates para evitar que apenas um ou dois alunos monopolizem o uso da palavra. O ideal é que o professor oriente a participação dos alunos, possibilitando inclusive que aqueles mais tímidos e reservados expressem suas idéias e opiniões. O resultado da participação dos alunos constitui farto enriquecimento da aula, especialmente no seu aspecto prático. Com cautela, o professor não pode prescindir da participação dos alunos na construção da aula. Uma opinião ou uma experiência pode ensejar uma situação de ensino, propiciando muita edificação e aprendizado. Conclusão (15%) Ao terminar a aula, o professor precisa recapitular com os alunos as principais informações transmitidas e repassar os ensinamentos aprendidos. A lição principal do texto precisará ser repassada, enfatizada e ilustrada. Não pode haver uso desproporcional do tempo nas partes anteriores da aula, sob pena de se prejudicar a conclusão. A conclusão é o momento de fechar as idéias, ratificar princípios, confirmar doutrinas e homologar atitudes e comportamentos. Uma boa conclusão não pode ser feita apressada ou superficialmente, sob o risco de se comprometer _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 7
  • 8. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical toda a aula. Uma conclusão bem feita há de motivar o aluno a prosseguir no estudo das Escrituras. Ao concluir a aula, o professor precisa dar um tempo para que os alunos orem a Deus. E um momento de comunhão e edificação espiritual, quando os alunos conversam com Deus acerca de suas vidas nos aspectos tocados pelo estudo da sua Palavra. Abertura 5% Conclusão 15% Interpretação 30% Aplicação 40% Introdução 10% Diagrama da distribuição do tempo de uma aula na Escola Dominical. ESTRATÉGIA DIDÁTICA Para cada etapa da aula, o professor precisa planejar uma estratégia didática. Mais tarde vamos tratar de alguns métodos de ensino, mas agora precisamos deixar claro que, na introdução, interpretação, aplicação e conclusão o professor deverá valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada etapa da aula. Novamente, o professor deve se fazer algumas perguntas que lhe servirão de norte: Qual é a melhor maneira de introduzir esta aula?; Como posso interpretar de maneira interessante e atraente este texto com a classe?; Que tipo de aplicação seria mais eficaz para esta aula?; Como concluir com eficácia a minha aula? São perguntas como estas que poderão ajudar o professor na seleção de suas estratégias didáticas. Quando não se define eficazmente as estratégias didáticas, corre-se o risco da aula ficar chata e desmotivar o aluno. É possível que excelentes aulas tenham naufragado exatamente pela negligência do aspecto didático. Assim, ao planejar sua aula, o professor precisa pensar com antecedência sobre como vai agir em cada etapa. A mesmice e a falta de criatividade didática podem pôr a perder todo um trabalho sério de interpretação bíblica. O professor precisará, no entanto, prevenir-se da tentação de variar metodologia apenas por variar, sem que haja harmonia entre o método didático e o tipo de ensino a ser ministrado. É preciso haver planejamento para que tudo seja bem pensado antes de ser executado. TOCOU O SINAL... De posse dessas informações, o professor deverá planejar suas aulas na Escola Dominical. Não planejar é menosprezar o ensino das Escrituras e, ao mesmo tempo, demonstrar desprezo para como a tarefa do ensino. Não planejar é desrespeitar os alunos que depositam confiança no zelo do seu professor. Não planejar é trair a confiança da própria igreja que delegou ao professor tão sublime tarefa: a do ensino. Comparecer diante de uma classe de Escola Dominical sem um planejamento sério e bem elaborado é algo de que o professor deve fugir, pois como fiel cumpridor do seu dever leva em consideração o que o Apóstolo Paulo escreveu aos romanos: "se é ensinar, haja dedicação ao ensino" (Rm 12.7b). Planejando com dedicação suas aulas, o professor sentirá em sua própria vida as bênçãos de realizar um trabalho para o Senhor, com a alegria de o estar fazendo com o melhor de si, explorando ao máximo suas potencialidades e sua criatividade. O professor verá no contato com os seus alunos, ao constatar o crescente interesse deles pela Palavra de Deus, a retribuição por realizar o ministério do ensino da Bíblia com amor, esforço e responsabilidade. E quando tocar o sinal alertando para o final de sua aula, não haverá mais surpresas. Todos já estarão prontos para saírem da sala e, se for o caso, dirigir-se ao santuário para prestar culto a Deus. Os alunos sairão instruídos e alimentados por uma aula que lhes trouxe ricos e importantes ensinamentos, nos quais procurarão pautar seus passos dia após dia. Tocou o sinal, acabou a aula... começou a prova. QUE ASSUNTO DIFÍCIL! Como preparar-se adequadamente para ensinar as Escrituras Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Salmo 1.2). Planejar uma aula é uma coisa, preparar-se para ministrá-la é outra. Um planejamento, por melhor que seja, não significará nada se não for executado por alguém preparado para tal. Tão grave quanto não ter um planejamento adequado para uma aula, é não estar devidamente preparado para ministrá-la. Neste capítulo nós vamos caminhar pela _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 8
  • 9. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical estrada da preparação para a aula. Vamos compartilhar idéias que visarão ajudar o professor da Escola Dominical a preparar-se consistentemente para enfrentar a classe na hora da aula. Para um professor bem preparado, com uma aula bem planejada, não existe assunto difícil. No decorrer de sua preparação, as dúvidas vão se desfazendo, as dificuldades vão se resolvendo e a luz da Palavra de Deus vai iluminando o ser humano humilde e submisso ao Pai, chamado professor. Muitos dos que estão alistados na sublime categoria de professor da Escola Dominical deixam para a última hora o preparo da lição e o seu próprio para o ensino. Erram por subestimar a função que abraçaram c por superestimar a própria capacidade intelectual. Quando termina uma aula, o professor já deve estar envolvido no preparo da próxima. Jamais o professor deve deixar os dias passarem e acumular trabalho para a véspera da aula. Os que deixam tudo para cima da hora, além de nunca realizarem um trabalho sério e relevante, podem ser surpreendidos com imprevistos que os empurrarão para a sala de aula sem qualquer preparo prévio. O professor previdente e organizado administrará seu tempo semanal de modo a conduzir bem seu preparo para a aula, o que assegurará a eficácia de sua atuação em classe. Os seguintes aspectos devem ser levados em conta quando refletimos sobre o preparo adequado do professor para o ensino das Escrituras: PREPARO ESPIRITUAL Este é o primeiro aspecto a ser considerado. Na Escola Dominical, o mais importante não é tanto na destreza acadêmica, conquanto necessária, mas sim o preparo espiritual. A piedade e devoção do professor precisam encabeçar a lista de suas virtudes, Realmente, à frente de uma classe precisa estar um verdadeiro crente em Jesus Cristo, alguém, objeto de uma experiência pessoal de conversão e em pleno processo de santificação. A responsabilidade de ensinar a Palavra impele a liderança da igreja a escalar como professores apenas crentes fiéis e detentores de um testemunho vivo do Evangelho. Ser professor da Escola Dominical não é uma profissão, mas uma vocação, um serviço prestado ao Rei dos reis, uma oferenda, um gesto de adoração. Não basta, portanto, saber a lição ou dominar as técnicas de ensino; é necessário saber o caminho da cruz e ter coragem para chegar-se aos pés de Jesus em oração, dia após dia. O professor é, antes de tudo, um adorador e um servo dependente em tudo do seu Senhor. Sem dúvida que a oração[1] deve ser parte da vida diária do professor. Serve muito bem para o professor a oração do salmista: "Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei". (Salmo 119.18). Ao proferi-la, o professor expressa diante de Deus o reconhecimento de sua incapacidade de entender a Palavra de Deus sem o seu auxílio. Através de uma vida de oração e constante busca da vontade de Deus, o professor encontra na Palavra Santa, que estuda e ensina, verdades que mudarão a vida de seus alunos e a sua própria. Vale lembrar, porém, que a oração não substitui o trabalho do professor. Muitos pensam que tudo que precisam fazer é orar. Assim, cruzam os braços e esperam, inocentemente, que Deus se encarregue de tudo o mais. Cabem bem aqui as palavras de Inácio de Loyola: "Ore, como se você não contasse consigo mesmo. Trabalhe como se você não contasse com Deus".[2] O professor vai a Deus em oração rogando unção e sabedoria para o entendimento das Escrituras e o discernimento para o seu ensino. E muito importante que os alunos vejam no professor uma pessoa de oração e aprendam a orar motivados por sua vida e postura. Ao lado da oração está o estudo da Palavra de Deus. Tratamos aqui do estudo devocional, quando o professor busca alimento para si próprio. Neste momento, o professor se identifica como aluno do supremo mestre. Vai à fonte das águas tranqüilas para ter a sede do Altíssimo diminuída (SI 42.1,2). Em comunhão com a Palavra de Deus, o professor abastece seu coração e supre sua fome saciando-se nas promessas do Livro Santo. Cada dia vivendo em comunhão com a Palavra de Deus, declarando com a vida seu amor por ela (SI 119.97), o professor vai enchendo suas entranhas (Ez 3.1) dos ensinamentos eternos e vivos, que ficarão para sempre marcados em seu coração. Assim, o professor torna-se firme e constante, verdadeiro depositário das verdades divinas, fiel guardião da sã doutrina. O professor piedoso e fiel há de receber sua recompensa. Ao ver seus alunos amadurecendo na fé, transformando-se em homens e mulheres de Deus, cooperadores incansáveis na luta do Reino de Deus, até mesmo obreiros e ministros lutando no exército do Senhor; o professor notará que Deus o está recompensando por sua fidelidade e dedicação. Espiritualmente, o preparo do professor da Escola Dominical ainda é burilado pelo exercício fiel de sua mordomia e pelo serviço que presta à causa do Evangelho. É nossa opinião que para estar à frente de uma classe onde a Bíblia é 1 - Para uma visão mais aprofundada sobre oração, ver TIPPIT Sammy. O Fator Oração. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, 156p 2 - LOYOLA, Inácio de. Citado por GARAUDY, Roger. Minha jornada Solitária pelo Século. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, I 996, 298p _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 9
  • 10. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical ensinada o crente precisa ser um fiel dizimista, cumprindo com alegria as orientações da Palavra que deseja ensinar aos seus alunos. Crentes que ainda não são fiéis mordomos do Senhor não podem exercer qualquer função de liderança na igreja de Deus, precisam antes corrigir seus descaminhos e descobrir a bênção da fidelidade. O serviço cristão, outra dimensão deste burilar sereno do preparo espiritual do professor, significa engajamento na obra da igreja, presença, participação. Aqui vai mais uma exortação a crentes que, por serem professores da Escola Dominical, acham-se dispensados do evangelismo, da ação social, da adoração etc. Tal pensamento peca por querer departamentalizar o compromisso do crente com Deus e sua obra, além de não encontrar respaldo nas Escrituras. PREPARO BÍBLICO Espiritualmente preparado, o professor vai buscar o preparo bíblico adequado à aula que pretende ministrar. Não deve se contentar com uma ligeira leitura do texto da revista ou de um comentário bíblico, mas aventurar-se por um mergulho profundo nas Escrituras. No preparo de uma aula para a Escola Dominical, o professor precisa levar em conta os seguintes passos: 1. Ler várias vezes o texto bíblico Leia o texto até que o sentido e as principais idéias do mesmo esteiam bem claras em sua mente. Uma boa coisa é ler o texto em diferentes versões da Bíblia. Embora não haja diferenças quanto ao sentido, há versões que optam por palavras que, eventualmente, podem ser mais familiares ao professor. Às vezes uma versão é mais feliz do que outra na escolha de algumas palavras e expressões. Por exemplo, comparando o texto de Colossenses 3.21 na versão revisada da tradução de João Ferreira de Almeida com a versão do Padre. Matos Soares, temos o seguinte: "Vós, pais, não irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados" (Almeida – Versão Revisada). "Pais, não provoqueis à indignação a vossos filhos, para que não se tornem pusilânimes" (Matos Soares). Note como a comparação das duas versões ajuda na compreensão e enriquece o entendimento da orientação paulina. Se o professor fizer o mesmo com três ou quatro versões diferentes, verá resultado ainda maior em termos de entendimento dos textos bíblicos. As paráfrases[3] também são muitos úteis para ajudar na compreensão das passagens bíblicas, embora tenhamos de com elas tomar cuidado, posto que a preocupação do texto parafraseado não é com a tradução fiel, mas sim com a popularização. 2. Usar material de consulta disponível Para tirar dúvidas com relação a palavras, expressões, localidades, pessoas etc, o professor deve lançar mão do material de consulta que estiver à disposição: dicionários [4], concordâncias[5], comentários[6] e manuais[7] bíblicos, que, uma vez consultados poderão ajudar muito. São livros elaborados por especialistas e só podem ser úteis ao professor. 3 - Paráfrase é a tradução livre ou desenvolvida de um texto. Refere-se aqui a inúmeras traduções da Bíblia que não seguem a rigidez de uma tradução literal ou clássica. O sentido é preservado numa tentativa de tornar o texto mais claro ao leitor mais simples. 4 - A propósito, indicamos DAVIS, John D. Dicionário da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1980, 660p. e também DOUGLAS, J.D. (Editor Organizador). O Dicionário da Bíblia 2 vol., São Paulo: Vida Nova, 1983. 5 - A concordância mais completa em português é a Concordância Bíblica. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1975, 1.101p. 6 - Merecem indicação o Comentário Bíblico Broadman, da Juerp; os comentários da Série Cultura Bíblica, da Mundo Cristão e Vida Nova; e os comentários do Antigo Testamento de António Neves de Mesquita, publicados pela Juerp. 7 - Sugerimos aqui HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. 2 vol., São Paulo: Vida Nova. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 10
  • 11. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Um bom dicionário da língua portuguesa também é indispensável para a compreensão segura da leitura. Só para exemplificar a importância de manuais bíblicos verificamos em João 4.3,4 que Jesus "deixou a Judéia, e foi outra vez para a Galiléia. E era necessário passar por Samária". Para descobrir por que era necessário que Jesus passasse por Samária, basta procurar num manual bíblico o mapa da Palestina nos tempos de Jesus. O professor estudioso entenderá que o texto faz referência à geografia da Palestina. Ele verá que estando na judéia (Sul) e desejando voltar para a Galiléia (Norte) precisará atravessar Samária (Centro). Observe como uma simples consulta a um material de pesquisa acrescenta informações que certamente elucidarão o texto e seu significado para os alunos. 3. "Bombardear" o texto com perguntas Identifique promessas, ordens, mandamentos, princípios, doutrinas, orientações e lições no texto em estudo. Cada leitura pode ser feita tendo o professor, disponível, uma folha de papel em branco, para que anote todas as suas observações sobre o texto, inclusive dúvidas e inquietações. O material de consulta, e aqui entram as revistas da Escola Dominical (as edições para professores, suplementos etc), ajudará o professor a confirmar ou não suas observações (às vezes não entendemos bem o que lemos) e também a sanar todas as suas dúvidas com relação ao texto bíblico em estudo. O importante é que o professor se antecipe o quanto puder a qualquer dúvida que poderá surgir em sala de aula. Caso não consiga, por si só, dirimir alguma dúvida, o professor deve procurar a ajuda de alguém mais bem preparado como o pastor ou um professor mais experiente, para que não fique, ele mesmo, sem entender algo do texto que vai ensinar. No entanto, mesmo com toda pesquisa e tendo procurado antecipar-se a qualquer questão sobre o texto, o professor pode ser surpreendido por uma pergunta sobre a qual não havia pensado ainda. Quando isso acontecer, a melhor coisa a fazer é ser humilde e comprometer-se com a classe em trazer uma palavra sobre o assunto na próxima aula. Agindo assim, o professor demonstrará seriedade e responsabilidade para com o seu ministério, além de lembrar a seus alunos, que em matéria de Bíblia, na prática, todos estamos sempre aprendendo. É certo, porém, que se o professor for dedicado e zeloso, pesquisador incansável da Palavra de Deus, raramente estará em dificuldades diante de sua classe. Mostra a experiência que ao se descuidar da pesquisa muitos professores da Escola Dominical acabam por cair no descrédito diante dos seus alunos, inviabilizando assim sua continuidade na docência cristã. 4. Fazer um esboço detalhado do texto Depois de ler o texto várias vezes e de estudá-lo em profundidade, o professor está pronto para esboçá-lo de forma detalhada e seqüencial. Divida-o em partes, decida o que vai ser ensinado em cada tópico, dimensione à luz das informações do capítulo anterior cada etapa da sua aula. Ao fazer um esboço, o professor estará criando um esquema que o auxiliará na exposição de seu texto. No esboço, o professor conta com considerável material, produto de sua pesquisa. Estará ainda estruturando, mesmo que incipientemente, o conteúdo de sua aula. 5. Alistar as lições mais importantes do seu texto No decorrer do seu estudo, o professor deve ir anotando ensinamentos práticos que se constituirão em material para o momento da aplicação do texto bíblico durante a aula. [8] Aqui o professor deverá pensar em seus alunos, na realidade de vida deles. Cada texto da Bíblia está eivado de lições preciosas para nossas vidas, a questão é tão-somente identificá- las e pinçá-las para posterior utilização. Uma coisa muito importante a ser salientada é o fato de que as principais e mais agudas lições de um texto não estão em sua superfície, mas em sua profundeza. Quanto mais profundo for o mergulho, mais perto dos tesouros estará o professor. Muitos erram e ficam embevecidos com algumas verdades da superfície, se bastam com elas e partem para compartilhá-las, sem o devido aprofundamento. As maiores bênçãos do estudo da Bíblia se encontram, quais tesouros há muito submersos, lá no fundo, exigindo tempo, paciência e coragem por parte de quem quer conquistá-los. O professor da Escola Dominical precisa ser apaixonado pela Bíblia, deve experimentar dia-a-dia o que o salmista chama de ter prazer na lei do Senhor (SI 1.2). Este prazer se dá, em toda a sua plenitude, quando o professor se descobre como um mergulhador a desvendar os mistérios e as maravilhas da Palavra eterna de Deus. Recorde os passos para um preparo bíblico eficaz: Ler várias vezes o texto Usar material de consulta Fazer perguntas ao texto Fazer um esboço detalhado do texto Alistar as lições mais importantes PREPARO DIDÁTICO 8 - Veja, no primeiro capítulo, o tópico intitulado ‘Aplicação’. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 11
  • 12. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Espiritual e biblicamente preparado, o professor vai agora se organizar didaticamente. Ele precisa escolher que método usará e de quais recursos didáticos necessitará. Neste ponto, é muito importante que o professor se utilize, com criatividade, dos recursos disponíveis para que a aula não caia na monotonia nem se torne repetitiva e desestimulante. Eis alguns dos recursos didáticos de que o professor pode fazer uso para tornar sua aula mais atrativa e interessante: Quadro-negro Talvez o mais comum entre os recursos didáticos disponíveis. Muitas vezes, porém, o professor leciona como se o quadro-negro não estivesse na sala. O quadro-negro pode ser usado para anotações de esboços da aula, exposição de tabelas, explicações ligeiras etc. Um bom conselho para a utilização do quadro-negro: o professor deverá chegar mais cedo a fim de escrever com antecedência as informações que precisará expor aos alunos. Haverá, com isso, economia de tempo durante a aula. O uso adequado do quadro-negro, inclusive usando giz colorido, já constitui excelente instrumento de motivação. O quadro apela para o visual do aluno, colocando em ação, portanto, um segundo sentido, e reforçando as chances de aprendizagem. Álbum seriado Trata-se de um instrumento didático de largo uso, tanto pela simplicidade de sua confecção, quanto pela praticidade de seu uso. Nele, o professor pode colocar, página a página, esboços, ilustrações, mapas, figuras etc, ou seja, todo o material necessário para a aula. Se bem confeccionado, com tamanho razoável, possibilitando a visão para todos, com criatividade no uso das cores e no humor das ilustrações, o álbum seriado se torna um poderoso recurso didático para o professor. Flanelógrafo De uso mais difundido entre os professores de crianças, é muito apropriado para ajudar no aprendizado dos alunos. Figuras previamente selecionadas são colocadas num painel. Funciona excelentemente nas narrativas bíblicas e nas estórias infantis. O painel pode funcionar como um cenário que vai recebendo os personagens à medida que se desenrola a narrativa. Retroprojetor Tem seu uso limitado a ambientes passíveis de serem escurecidos. É uma espécie de álbum seriado elétrico. As transparências precisam ser bem preparadas para serem exibidas. O uso do retroprojetor exige o trabalho de um auxiliar devidamente treinado para colocar e retirar as transparências, seguindo a orientação do professor. Outros recursos Além dos descritos acima, que são os mais comuns, há também outros equipamentos que a cada dia vão sendo mais difundidos no meio escolar. Do projetor de slides ao microcomputador, passando pelo videocassete e o quadro de tiras, muitos são os recursos modernos que estão à disposição das igrejas e dos professores. O importante, no entanto, é que o professor esteja sempre aberto para usar, na medida do possível, os recursos disponíveis. Valendo-se desses recursos e de outros que o professor conheça, a aula terá sempre atrativos interessantes, será um estímulo para os alunos e um incentivo para que eles aprendam com maior eficácia a Palavra de Deus. Vale a pena investir em equipamentos didáticos. É uma benção quando a igreja tem a visão de aparelhar-se da melhor maneira para viabilizar um ensino de boa qualidade na Escola Dominical. No entanto, o preparo didático não pára na seleção e no uso dos equipamentos, é necessário que o professor pense no método que vai usar em aula. Sem desejar a perfeição técnica, alistaremos alguns métodos [9] de ensino que julgamos bem apropriados para uma classe de Escola Dominical. Palestra ou exposição Este método vem dos primórdios da atividade docente. Nele o professor expõe o conteúdo a ser aprendido pelos alunos. É um método muito criticado por vários motivos: a participação dos alunos é pequena, há tendência à massificação da classe e conseqüente desconsideração das diferenças individuais, há criação de barreiras que impedem os alunos de tirarem dúvidas e contribuírem na construção do aprendizado coletivo etc. É realmente um método muito antipatizado, especialmente nos tempos em que vivemos, quando não se aceita mais posturas verticalizadas nem detentores absolutos da verdade. Nossa época exige que busquemos métodos e estratégias mais participativas. Há a necessidade de se construir o 9 - Ver COLEMAN, Jr., Lucien E. Como Ensinar a Bíblia. 2a. ed. Rio de Janeiro: Juerp, 1989, 202p. Ver também FORD, Leroy. Planejamento do Ensino e Treinamento. Rio de Janeiro: Juerp, 1990, I27p. Ainda HENDRICKS, Howard. Ensinando para Transformar Vidas. Belo Horizonte: Betânia, 1991, I43p. E outros livros constantes das referências bibliográficas, ao final deste livro. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 12
  • 13. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical aprendizado a partir da realidade de vida do aluno, e para isso é importante o uso de métodos menos restritivos. No entanto, a palestra, conquanto criticada e até rejeitada, pode se constituir num método aceitável, desde que se mescle com outros e seja usada com perícia e maestria. Quando uma exposição é apresentada de forma criativa e elucidativa, é apreciada e até aplaudida. O que não pode ocorrer de forma alguma é aquele tipo de palestra em que o professor monopoliza o tempo sem dar oportunidade aos alunos de participarem. Discussão E talvez o método que mais tenha a ver com a natureza humana. Falar e expressar seu ponto de vista é característica inerente a qualquer pessoa. Este método consiste na apresentação de uma situação problema que será discutida por todo o grupo na busca de uma solução. Não se trata de debate, mas de esforço conjunto para a solução de um problema apresentado. Para que aconteça uma boa discussão, o problema apresentado deve ser do interesse dos alunos, assim eles estarão naturalmente motivados a emprestarem sua colaboração. A atitude do professor na discussão deve ser mais no sentido de estimular a participação de todos e lembrar que é fundamental o respeito às opiniões alheias. O professor observará os alunos que não estão participando e oferecerá informações norteadoras e elucidativas para ajudá-los no rumo da discussão. Neste método um assunto é anunciado, definido e discutido. Depois as soluções possíveis serão alistadas e se constituirão em alvo das reflexões e avaliações da classe, agora com uma participação mais presente, embora não coercitiva, do professor. Segue-se, então, a decisão final e a formulação de planos de ação. O professor assume uma posição estratégica neste método. Se ele não souber se comportar, agindo e interagindo com a classe, especialmente em momentos de definições de rumo, pode-se chegar ao final da aula sem conclusão alguma formulada acerca do problema proposto ou, o que é ainda pior, com um consenso formado em torno de uma postura equivocada com relação ao problema. Para evitar tal catástrofe, o professor há de organizar bem a aula, cronometrá-la e gerenciá-la para que os resultados sejam satisfatórios. Discussão em grupos Difere do método anterior pelo fato de a discussão se processar em pequenos grupos formados pelos alunos da classe. A filosofia é a mesma da do método anterior, mas sua execução é diferente. Aqui aspectos diferentes de uma mesma situação-problema são distribuídos para grupos menores discutirem. Cada grupo terá um relator que anotará as decisões finais do mesmo, a fim de prestar relatório para a classe. O relator também se responsabilizará por controlar o tempo da discussão para não prejudicar as demais etapas do trabalho de cada grupo, quais sejam: a identificação de possíveis soluções, a avaliação e a decisão final. O tempo precisa ser bem administrado para se evitar ações precipitadas na construção dos relatórios. Também o assunto dado precisa ser compatível com o tempo designado. Cada grupo prestará seu relatório e a classe toda poderá apreciá-los e ir somando aspecto por aspecto da situação-problema apresentada. Na utilização deste método, o professor circula de grupo em grupo tentando ajudar com informações e orientações. Ele precisa monitorar bem o tempo e ajudar os relatores dos grupos no momento da apresentação de seus relatórios. Assim, ao final da aula, com a participação de todos, se verificará um substancial aprendizado e amadurecimento dos alunos e do professor. Outros métodos Além dos métodos já expostos, existem vários outros que podem ser utilizados nas classes da Escola Dominical. Há o de perguntas, que consiste na elaboração prévia de perguntas que aguçarão a curiosidade intelectual dos alunos; o de debate, que é a troca de opiniões em torno de um determinado tópico de estudo; a dramatização é outro método que visa instigar os alunos a vivenciarem a realidade do texto de forma mais intensa e se envolverem com a trama do mesmo etc. O professor deverá escolher qual método é o mais apropriado para o tipo de lição que irá ensinar, bem como qual se aplicaria com maior eficácia à natureza da sua classe. É muito importante que o professor use variados métodos até identificar aqueles que melhor se adaptam a seus alunos, motivando-os pesquisa e ao estudo da Palavra de Deus. Ainda existe a possibilidade de o professor mesclar vários métodos, usando-os em momentos diferentes da aula, ou mesmo valendo-se de porções de um e de outro para o melhor desenvolvimento da sua aula. O que não pode ocorrer é uma aula sem método algum, pois a tendência nesses casos é uma perda de tempo enorme até que a própria classe organize um método próprio, que nem sempre satisfará plenamente as exigências da aula. Ter um método é escolher um caminho e sem um caminho claramente definido é difícil chegar-se a algum lugar. QUE GENTE DESINTERESSADA! Como motivar seus alunos a se envolverem com o estudo da Bíblia Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem (1 Tm 4.16). _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 13
  • 14. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Os professores reclamam muito da falta de interesse dos alunos com as aulas da Escola Dominical. Na verdade, há também bastante reclamação dos alunos sobre a qualidade das aulas de seus professores. Parece que está faltando motivação para que os alunos sintam vontade de frequentar o estudo em classe. Não vamos aqui entrar no velho debate sobre a origem e a influência da motivação no aprendizado, mas pretendemos oferecer algumas sugestões aos professores de atitudes e procedimentos que podem contribuir para o despertamento e o aumento do interesse dos alunos pelo estudo da Palavra de Deus nas classes da Escola Dominical. Nossa tese é de que há algo que o professor pode fazer, existe uma contribuição dele para acender ou reacender a chama do interesse dos alunos pelo estudo da Bíblia. Vejamos, então, como um professor pode cooperar para que a experiência de estudar a Bíblia nas classes da Escola Dominical seja gratificante e positiva para a vida dos alunos. LEVE A SÉRIO O ESTUDO DA BÍBLIA Quando um professor estuda a Bíblia com seriedade, o que implica fazê-lo em profundidade, os alunos sentem o impacto e os efeitos disso durante a aula. Ao notarem que o seu professor se aprofundou no estudo do texto bíblico a fim de se preparar para lhes ensinar, os alunos, naturalmente, valorizam e se sentem motivados a se dedicar mais ao estudo da Palavra de Deus. Por outro lado, ao notarem superficialidade em seu professor, os alunos têm a tendência de se afastar da classe e quando permanecem o fazem sem qualquer interesse pelo que o professor está dizendo. Quem já foi aluno sabe que é horrível ter que assistir a uma aula de um professor que demonstra claramente desconhecimento da matéria que deveria ensinar e desprezo pela disciplina ministra. Da mesma forma, quando um professor da Escola Dominical demonstra menosprezo pelo ensino das Escrituras, quando está sempre despreparado, não pode nunca esclarecer as questões, está sempre adiando problemas e age como se não estivesse nem aí para o que os alunos vão ou não aprender, o resultado é simplesmente desastroso para a Escola Dominical e a igreja. Só deve estar à frente de uma classe, alguém que esteja pronto para levar a sério o estudo da Palavra de Deus. SEJA PONTUAL E ASSÍDUO Ao chegarem na classe, os alunos precisam ser saudados pelo professor. Ele é sempre o primeiro a chegar. Já preparou o ambiente para o ensino do dia, já verificou se tudo está em ordem: giz, tomadas, transparências, posição das carteiras, iluminação, material didático etc. O professor deve começar e terminar sua aula sempre no horário estabelecido, deve evitar atrasos e prolongamentos desnecessários. Se precisar faltar um dia, por motivo muito justo e absolutamente necessário, deve preparar a classe para a sua ausência, informando com antecedência quem o estará substituindo e preparando seu substituto para que aja da mesma forma, cumprindo o horário. A pontualidade e a assiduidade do professor é elemento motivador para a pontualidade e assiduidade dos alunos. Quando o professor não leva a sério este aspecto do seu trabalho, a tendência é que os alunos façam o mesmo e ainda critiquem-no pela falta de compromisso demonstrada. DÊ AULAS CRIATIVAS E DINÂMICAS Acima discorremos acerca de como é horrível assistir a uma aula de um professor despreparado. É muito desagradável participar, também, de aula chata, monótona, onde o professor fala o tempo todo e de forma morosa. Ninguém agüenta! É horrível! Vivemos na época da velocidade, da instantaneidade, da agilidade de informação e da automação em todos os segmentos da sociedade. Não se pode suportar letargia na docência da Escola Dominical. As aulas precisam ser criativas, o professor tem de colocar a cabeça para funcionar e pensar sobre formas atraentes e bem humoradas de ministrar a Palavra aos seus alunos. As aulas precisam ser dinâmicas. O professor não pode ficar estático na classe. Movimentação, uso dos recursos já apresentados, novidades, tudo isso reacende a atenção dos alunos. Você já reparou que um comercial de TV dura entre 15 e 30 segundos, já percebeu que neste curtíssimo espaço de tempo as agências de publicidade lançam mão de tudo que podem para prender a atenção do telespectador: música, movimento, cenas rápidas, palavras escritas etc. Você já observou que no telejornalismo, o repórter muda de foco (para a direita, para a esquerda, mais de perto e mais de longe) a cada 10 ou 15 segundos? Está provado que para prender a atenção dos alunos num mesmo ambiente durante 50 minutos se faz necessário muito dinamismo, caso contrário a aula fica chata e indesejada. PLANEJE AULAS ENVOLVENTES Aquele modelo de aula onde os alunos permanecem sentados, na mesma posição, do começo ao fim, está complemente ultrapassado. Sabemos que em muitas igrejas ainda se usa este sistema arcaico e negativo para o ensino na Escola Dominical. Nosso desejo é que tais igrejas alcancem o progresso no que diz respeito ao ensino bíblico. Cari Rogers apresenta uma interessante abordagem deste tema, versando sobre O Processo Educacional e seu Futuro.[10] Ele 10 - KOGERS, Cari R. Um jeito de Ser. São Paulo: EPU, 1983, p. 91-120. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 14
  • 15. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical compara o modelo tradicional de ensino com o que chama de aprendizagem centrada na pessoa. Uma coisa que vale a pena ser destacada aqui é que o tempo daquelas aulas onde o aluno, seu potencial, seu conhecimento e sua cultura eram desconsiderados já ficou para trás e insistir nisso é uma atitude infrutífera e fadada ao fracasso. Na Escola Dominical as aulas precisam ser envolventes. Os alunos precisam se sentir à vontade para contribuir, obviamente, que de uma maneira planejada e facilitada pelo professor. Tanto na metodologia adotada quanto na sua aplicação, a aula deve envolver os alunos de tal forma que gratifique a todos pelo sentimento de ter participado da descoberta de verdades eternas. NAO SE DESCUIDE DA APLICAÇÃO Você se lembra que à aplicação nós sugerimos fossem dedicados 40% do tempo da aula. Trata-se da parte mais importante da aula, do ponto de vista da utilidade para a vida do aluno. A experiência mostra que quando o professor faz aplicações felizes, diretas e que, têm a ver com a realidade de vida de seus alunos, o interesse pelo estudo da Bíblia cresce de forma visível e indiscutível. O aluno quer saber, em última instância, o que aquele texto bíblico que lhe está sendo ministrado tem a ver com a sua vida diária. Se o professor, ao aplicar a mensagem bíblica, consegue saciar sua inquietação, o resultado será que a Bíblia se tornará um livro relevante e pertinente para a sua realidade existencial. Quando não acontece uma feliz e pertinente aplicação, a aula situa-se tão-somente no plano teórico, sem demonstrar a importância dos ensinos bíblicos para o aqui e agora dos alunos, condena-se ao esquecimento ou, quando apresenta excelente nível de qualidade de informações, a um mero prazer intelectual momentâneo e passageiro. Naturalmente que, para aplicar corretamente a lição, o professor deve conhecer bem seus alunos e sua realidade de vida. Mais adiante discutiremos isso, no momento, é importante que entendamos que a aplicação não pode prescindir de um conhecimento razoável das necessidades dos alunos por parte do professor. Aqui está uma das questões mais importantes no que se refere ao professor da Escola Dominical. Ele é diferente do professor de matemática ou de biologia da escola secular. O professor da Escola Dominical tem um compromisso com a vida dos seus alunos e não apenas com o intelecto deles. Não está interessado apenas em passar informações, deseja transmitir-lhes vida e, conhecendo-os bem, será capaz de aplicar às suas vidas os princípios da Palavra de Deus. VIVA O QUE VOCÊ ENSINA Sem sombra de dúvida aqui está o principal elemento motivador dos alunos de uma classe na Escola Dominical: a vida do professor. Quando o professor consegue demonstrar, através de atitudes e comportamentos, que procura colocar em prática, na própria vida, os princípios que ensina em classe, seus alunos verificarão que é possível praticar a Bíblia no dia-a-dia. Muitos professores se equivocam ao pensar que fora da sala de aula não são observados por seus alunos. Na verdade, com o tempo todos os alunos observam seus professores, e como é triste quando constatam que ele não dá a mínima importância para o que lhes ensina dominicalmente. E pode-se notar com certa clareza a catástrofe que é ter diante de uma classe da Escola Dominical alguém cuja vida não se constitui num exemplo para os seus alunos. É o ante- ensino, um esforço tremendo no sentido oposto aos objetivos e postulados da igreja de Deus. A atitude do professor deve ser sempre de piedade e submissão à Palavra de Deus. Ao encontrar algum ensino ou princípio bíblico que ainda não observa em sua própria vida, deve ser humilde em começar a praticá-lo, assim ganhará mais autoridade diante dos seus alunos e reforçará neles o sentimento do valor da Bíblia como norteadora de suas atitudes e ações. Ao verem que o professor se esforça para viver de acordo com a Palavra de Deus, serão motivados a fazer o mesmo. Tem se dito muito que em nossos dias vivemos; uma crise de modelos sem precedentes na história. Isso chama nossa atenção, como professores da Escola Dominical, para a responsabilidade que temos diante daqueles que assumimos como nossos alunos. Somos j responsáveis por eles e pelo seu crescimento espiritual sadio e coerente. SEJA UM CRENTE INTEGRADO À SUA IGREJA Um professor da Escola Dominical que é um cristão genuíno e integrado à igreja com a qual coopera, se constitui num tremendo instrumento nas mãos de Deus para a edificação dos seus alunos. Seu envolvimento inspira seus alunos a se envolverem com as coisas de Deus. Eis alguns aspectos desta integração que julgamos oportuno salientar neste ponto: Presença aos cultos e atividades da igreja Um professor da Escola Dominical que não participa assiduamente dos cultos e das atividades de sua igreja jamais cooperará com a motivação dos seus alunos em prol dos objetivos da igreja. Será sempre um peixe fora d'água. Seus alunos aprenderão com seu mau exemplo a serem membros alheios e desinformados, sempre distantes da vida da igreja. Professores presentes aos cultos e aos trabalhos da igreja são sempre bons exemplos de cooperação e integração. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 15
  • 16. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Dizimista fiel Voltamos a enfatizar que o professor da Escola Dominical precisa ser um dizimista fiel. Ele entende a doutrina bíblica do dízimo e o concebe como o método de Deus para o sustento da obra. Não é daquelas pessoas que vivem dando desculpas para não dizimarem, nem aquele tipo de crente que se esconde atrás da orientação neotestamentária segundo a qual cada um deve contribuir segundo propôs no seu coração para nunca contribuir ou dizimar. Para estar à frente de uma classe da Escola Dominical, na qualidade de professor, o crente precisa ser um fiel dizimista ao Senhor. Distante dos ventos de doutrinas Vez por outra surgem no seio da igreja pessoas ou grupo de pessoas com tendências doutrinárias diferentes daquelas estabelecidas e aceitas pela igreja. A pessoa, normalmente, se sente insatisfeita com sua igreja e passa a freqüentar outra de confissão diferente. Não satisfeita em ficar na nova igreja volta à de origem para conquistar simpatizantes e tentar convencê-los do erro das doutrinas que professam. Se um crente deve abster-se de qualquer aproximação dessa natureza, que se dirá de um professor da Escola Dominical. Ele nunca deve se envolver com este tipo de movimento, pelo contrário, tem de permanecer firme nas doutrinas que abraçou com sua igreja. O professor desempenhará o papel de mestre, tirando dúvidas e demonstrando aos seus alunos e demais membros da sua congregação as bênçãos da fidelidade doutrinária. Eticamente correto em sua vida Fiel cumpridor dos seus deveres e da sua palavra, o professor da Escola Dominical procura sempre dar um bom testemunho diante da sociedade. Dentro da igreja não se envolve em maledicências, fofocas, conspirações e maquinações que só destroem os laços de fraternidade cristã. Vale a pena fazer uma leitura criteriosa do texto de Provérbios 6.16-19 para constatar como Deus abomina os que enveredam por este caminho. Como professor, o crente sabe que sua vida é um referencial constante para os demais, entende que nunca pode ter seu nome envolvido em situações ambíguas ou de caráter duvidoso. Sendo exemplo diante de seus alunos na conduta ética, o professor também os estará motivando ao estudo das Escrituras. Não foram apresentadas aqui técnicas de motivação, até mesmo porque há ainda muitas dúvidas sobre sua eficácia prática para o aprendizado. No entanto, vimos atitudes motivadoras do professor para com seus alunos. Cremos que, à medida que o professor for se esmerando nessas atitudes, seus alunos serão estimulados a uma vida cristã autêntica e dinâmica sob o senhorio de Jesus Cristo. BÍBLIA: QUE LIVRO COMPLICADO! Como interpretar e estudar a Bíblia, descobrindo suas maravilhas. Aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino (1Tm 4.13). Estamos distantes do mundo da Bíblia cultural, geográfica e cronologicamente. Este fato naturalmente dificulta o entendimento das Escrituras, pois como entender hoje, quase dois mil anos depois de Cristo, escritos datados de até 3.500 anos atrás? Daí a razão pela qual muitas pessoas não conseguem compreender bem a Palavra de Deus e a têm como difícil e complicada. Por esse mesmo motivo, entende-se também o surgimento de tantas heresias e distorções teológicas, pois tentando interpretar a Bíblia sem critérios sérios muitos acabam por afirmar doutrinas e posturas que realmente a Bíblia não apóia nem autoriza. A única maneira de alguém compreender a Palavra de Deus é dedicar-se ao seu estudo de forma zelosa e disciplinada. Como disse Paulo Freire: "estudar é, realmente, um trabalho difícil. Exige de quem o faz uma postura crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a." [11] Só será possível entender a Bíblia, portanto, com um trabalho sério, lançando mão dos princípios de interpretação universalmente aceitos e difundidos. São princípios que, uma vez observados, abrem diante do estudante as portas de acesso à verdade eterna. Deus, pelo seu Espírito Santo, capacita o ser humano a compreender o texto sagrado através da utilização destes princípios. ALGUNS TERMOS-CHAVES Antes de uma exposição dos princípios de interpretação da Bíblia, vamos proceder a uma definição de termos, tanto para evitar confusão no entendimento como para situar o amado leitor, ajudando-o a se localizar no espectro da revelação de Deus. REVELAÇÃO - Há hoje o uso desta palavra de forma completamente diferente do seu sentido original. A palavra revelação no Antigo Testamento é galah e significa descobrir, mostrar o que está encoberto. No Novo Testamento a palavra é apokálypsis, que significa tirar o pano ou puxar a cortina. A idéia é a do momento em que no teatro grego as cortinas eram puxadas e a platéia podia ver o que estava por trás, 11 - FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Libertação. 5ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981, p. 9. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 16
  • 17. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical escondido. Teologicamente, revelação é o ato de Deus em que ele se dá a conhecer ao homem. É o próprio Deus quem se revela ao ser humano e o faz de forma geral, por meio da natureza que ele criou (SI 19.1) e, de forma especial, através do seu filho Jesus (Jo 1.18). INSPIRAÇÃO - Ao revelar-se, Deus desejou que as gerações futuras tivessem acesso à sua revelação. Por esta razão ele capacitou homens a registrarem a sua revelação. A essa capacitação chamamos inspiração. Por isso lemos em 2Timóteo 3.16 que "toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para ensinar em justiça". A expressão divinamente inspirada é tradução do grego theopneutos (theós [Deus] + pneutos [sopro]), com sentido de que a Escritura tem sua origem no próprio Deus que a transmitiu ao homem para que ele a registrasse. O resultado da inspiração é a Bíblia Sagrada, que tem sido sabiamente definida como o registro da revelação de Deus. ILUMINAÇÃO - Deus se revelou e inspirou homens para registrarem sua revelação. Porém, com o passar dos anos, o sentido do que foi registrado corria o risco de se perder e as gerações futuras ficarem privadas do registro da revelação de Deus. Assim sendo, ao longo dos séculos e dos milênios, Deus tem capacitado pessoas a interpretarem o registro de sua revelação, a Bíblia. A isso chamamos iluminação: Deus usando homens para interpretarem sua Palavra. A este conjunto de definições alguns chamam tríade revelatória. Observe que não há mais revelação, no sentido teológico da palavra, o que Deus desejou revelar ao homem sobre si, já o fez. Também não há mais inspiração, o que deveria ser registrado da revelação de Deus, já o foi. O que existe hoje é iluminação. Deus continua e continuará capacitando e usando pessoas para interpretarem a sua Palavra. [12] É precisamente neste contexto de iluminação que se insere a tarefa do professor da Escola Dominical como intérprete da Bíblia. O Espírito Santo há de iluminar o professor para que, valendo-se dos princípios de interpretação da Bíblia, entenda e transmita aos seus alunos a Palavra de Deus. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA Como intérprete da Palavra de Deus, o professor da Escola Dominical cumpre uma sublime missão. Primeiro porque ao cumpri-la mergulhará no maravilhoso mundo da Bíblia; depois, porque descobrirá verdades e princípios eternos que influenciarão e moldarão, em primeira instância, a sua própria vida e, finalmente, porque sentirá a felicidade de passar aos seus alunos não algo vago ou produto da pesquisa de outrem, mas sim o resultado do seu próprio trabalho de investigação. Estes princípios certamente ajudarão o professor no seu trabalho de estudo das Escrituras: Princípio do contexto De acordo com este princípio, cada texto pertence a um determinado contexto, razão pela qual não pode ser interpretado isoladamente. O professor precisará identificar o contexto imediato, ou seja, o trecho ou o capítulo bíblico no qual o texto se insere; e também o contexto amplo, ou seja, a seção do livro bíblico, ou até mesmo o livro bíblico, a que o texto pertence. Todo texto bíblico é coerente com seus contextos imediato e amplo. Compreendendo o sentido do seu contexto, o professor terá melhores condições de interpretar o texto. Vai aqui um alerta para que tomemos cuidado com grupos e líderes religiosos que fundamentam suas doutrinas e seus ensinos em textos isolados da Bíblia ignorando completamente o contexto dos mesmos. Vai também aqui uma palavra de cautela com relação à famosa caixinha de promessas, tão difundida no meio evangélico. Lembremo-nos de que cada um daqueles versículos tem um contexto, o qual muitas vezes estabelece condições e critérios para o cumprimento da promessa. Apegar-se a textos e querer interpretá-los fora do seu contexto constitui grave erro no campo da hermenêutica bíblica. Princípio gramatical Seguindo este princípio, o professor se preocupará com o significado de palavras e expressões do texto. Muitas vezes, quando estudamos o significado de uma palavra ou de uma expressão do texto, descobrimos nuanças importantíssimas para sua interpretação. Além disso, com o passar dos séculos e dos milênios, o uso e o sentido das palavras sofreram alterações, de modo que o professor precisará recorrer a instrumentos de pesquisa para compreender o sentido do texto para os seus destinatários originais. Só depois de saber o que o texto significou para seus leitores primeiros, é que o professor poderá descobrir o seu significado para os de hoje. 12 - Para uma explanação mais exaustiva dos conceitos descritos, ver VIERTEL, Weldon E. A Interpretação da Bíblia. Rio de Janeiro: Juerp, 1979, 200p. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 17
  • 18. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical A pesquisa gramatical enfatiza, portanto, o sentido das palavras e sua função dentro do texto. Concentra-se na identificação deste significado, por isso sujeitos, verbos, predicados, pontuações, pronomes, adjetivos, etc. fazem o universo deste importante princípio para a interpretação das Escrituras. Devemos lembrar que a Bíblia foi escrita originalmente em três línguas: hebraico, aramaico e grego. A Bíblia que temos em nossas mãos é, portanto, uma tradução. Mister se faz então um trabalho muito sério e dedicado para que o significado das palavras e o sentido das expressões do texto estejam bem claros na mente e no coração do professor. Muitas vezes notamos que o problema não chega nem a ser de interpretação, mas de leitura. Uma leitura malfeita dificultará consideravelmente o entendimento do texto. O professor precisa cuidar bem da leitura do texto, observar a pontuação, os tempos verbais, os plurais etc. Um texto bem lido, bem entendido, é meio caminho andado para ter uma interpretação eficaz. Princípio histórico Todo texto a ser estudado foi produzido em uma determinada realidade histórica, ou seja, tem a ver com determinadas situações sociais, culturais, geográficas, políticas e até filosóficas. Assim sendo, para que o professor da Escola Dominical possa compreender bem o texto bíblico, deverá entender o contexto histórico em que ele foi produzido e também o contexto a que ele se refere. É muito importante que o professor não se descuide deste princípio, pois muitas coisas são por ele clarificadas na Palavra de Deus. Por exemplo, os nomes de lugares como Samária, Jerusalém; de partidos políticos e de seitas como os fariseus e saduceus; problemas sócio-culturais como a dissensão entre os judeus e os samaritanos na época de Jesus etc. O contexto histórico precisa ser bem entendido para que o texto bíblico seja corretamente interpretado. Para observar de modo satisfatório este princípio, o professor precisará lançar mão de enciclopédias bíblicas, manuais, dicionários e comentários sobre os livros da Bíblia. Daí pontuamos desde já a importância do professor formar sua biblioteca particular, com todos estes instrumentos úteis para a pesquisa bíblica. [13] Princípio teológico De acordo com este princípio, o professor deverá observar em cada texto bíblico que estudar os aspectos doutrinários. O que o texto em estudo diz sobre Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo, a criação, o pecado, a salvação, a igreja, as últimas coisas etc. Todo o texto sagrado está eivado de informações de caráter doutrinário, os quais, ao serem entendidos, vão construindo uma concepção teológica do próprio estudante das Escrituras. Em cada texto há algo sobre alguma doutrina que precisa ser destacado e aprendido. Aqui está um dos princípios mais importantes para uma boa interpretação da Palavra de Deus. O crescimento doutrinário dos alunos da Escola Dominical está diretamente vinculado ao uso adequado deste princípio, pois se o professor não souber observá-lo, as ênfases doutrinárias ou teológicas do texto poderão ficar de lado ou serem tratadas de forma inadequada. A conseqüência será a perda de preciosa oportunidade para o crescimento doutrinário dos alunos. Princípio prático Considerando a já destacada distância entre o mundo da Bíblia e o de hoje, o professor não pode deixar de levar em consideração a realidade vigente na interpretação do texto bíblico. Assim, os princípios e as verdades bíblicas aprendidas deverão' ser aplicadas de modo correto às necessidades do ser humano da época atual. Os princípios anteriores ajudarão muito o professor a compreender melhor o mundo da Bíblia, o princípio prático o ajudará a aplicar as lições aprendidas ao mundo de hoje. Desta forma, evita-se que a interpretação seja uma mera reconstrução histórico-filosófica e, conseqüentemente, irrelevante para o homem dos dias atuais [14]. É através do uso deste princípio que o professor descobrirá como tornar a Bíblia um livro pertinente e relevante para o homem de hoje. Esta ponte entre o mundo da Bíblia e o de hoje trará até- a realidade de vida dos alunos da Escola Dominical os eternos ensinamentos da Palavra de Deus. Numa interpretação correta da Bíblia, o aspecto prático não pode ser ignorado ou desmerecido. MÉTODOS DE ESTUDO BÍBLICO 13 - Ao final deste livro você encontrará uma sugestão de biblioteca básica para o professor da Escola Dominical. Para constituí-la você poderá fazer um plano e ir comprando as obras à medida que os seus recursos permitirem. 14 - Para uma visão prática sobre a aplicação da Bíblia aos problemas e situações contemporâneos, ver DORNAS, Lécio. O Jornal e a Bíblia. Cuiabá: Edição do Autor, 1996, 102p. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 18
  • 19. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Além de conhecer os princípios de interpretação da Bíblia, o professor precisa aprender também os di versos métodos para o seu estudo. São caminhos, alternativas várias, que foram desenvolvidas e testadas, com o fim de auxiliarem o estudante nesta maravilhosa tarefa de descobrir as verdades da Bíblia. Convém salientar, no entanto, que os princípios de interpretação precisam ser observados independentemente do método de estudo escolhido. Não se pode confundir os métodos para o estudo da Bíblia com os princípios para sua interpretação. Estes cuidam da descoberta de significados, aqueles tratam de estratégias de pesquisa. Ambos são importantes para o trabalho do professor da Escola Dominical, mas precisam ser levados em conta considerando a natureza e o escopo de cada um. Enumeraremos os principais e mais difundidos métodos para o estudo da Bíblia. Sabemos que existem outros e que a cada dia surgem novos[15]; contudo, os que aqui analisaremos constituirão importante fonte de informação e ajuda para o professor da Escola Dominical. O estudo de um versículo da Bíblia É possível estudar um versículo da Bíblia. Note bem que estamos usando o verbo estudar, ou seja, descobrir o significado de um versículo à luz dos princípios de interpretação da Bíblia que vimos anteriormente. Não se trata aqui de tratar isoladamente um versículo para dele extrair doutrinas ou dogmas, mas sim a partir dele chegar à descoberta de princípios e verdades eternos. Para se estudar um versículo da Bíblia, deve-se seguir os seguintes passos: 1. Identifique e examine o contexto - Descubra toda a porção bíblica a que pertence o versículo. Situe geográfica, social e culturalmente o contexto. Esteja bem seguro quanto ao momento histórico a que o versículo faz referência e entenda-o à luz desta situação histórica. 2. Investigue o texto - Isso significa fazer perguntas ao texto. Anote suas observações, dúvidas, aplicações e eventuais dificuldades sobre o texto. Investigue tudo o que puder sobre as informações e inferências do texto. Fique certo de que entendeu o máximo possível sobre o significado do texto. 3. Reescreva o versículo com suas próprias palavras - Depois de o haver lido e estudado bastante, tente agora reescrevê-lo usando o seu vocabulário comum, mesmo que você precise de mais ou menos palavras e ainda que necessite citar algum exemplo para explicar o que leu. Faça uma redação própria do versículo. 4. Examine as referências - Usando sua Bíblia, identifique as referências que constam do seu versículo. Leia cada uma delas. Isso possibilitará a você ver outras idéias e situações atinentes ao texto ou ao seu contexto. 5. Selecione aplicações - Dentre as lições que você descobriu no texto que estudou, selecione aquelas que lhe falaram ao coração de forma mais direta. Pense nos seus alunos, vejam quais lhe parecem mais úteis. Depois, dentre todas as aplicações selecionadas, escolha uma, a que de fato lhe falou com maior impacto. O estudo de um capítulo da Bíblia A preocupação central do professor ao escolher este método é a de descobrir o máximo que um determinado capítulo pode lhe ensinar. Há capítulos bíblicos que foram muito difundidos e ficaram famosos, mais conhecidos do que os demais. Assim, temos o capítulo da criação (Gn 1), o dos dez mandamentos (Ex 20), o do bom pastor (Sl 23), o do amor (1Co 13), o dos heróis da fé (Hb 11) etc. A verdade, porém, é que em praticamente todos os capítulos da Bíblia há muitos ensinamentos e lições preciosas para nossas vidas. Por esta razão, temos um método para estudá-los. Para extrair o máximo de um capítulo da Bíblia, siga os seguintes passos: 1. Leia o capítulo com atenção: O ideal é que sejam várias leituras, em versões diferentes da Bíblia. O objetivo é de o professor se familiarizar bem com o texto. Numa folha à parte, escreva suas observações, dúvidas e possíveis aplicações. Tudo o que for encontrando durante as leituras. 15 - Para um aprofundamento maior sobre métodos de estudos bíblicos, ver HEN RICHSEN, Walter A. Métodos de Estudo Bíblico. 5a. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1993, 117p. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 19
  • 20. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical 2. Identifique a estrutura do capítulo Significa identificar os assuntos tratados no capítulo, separando-os de modo a poder tratá-los individualmente. Esta estruturação vai ajudar o professor a conhecer o progresso ou a evolução do pensamento do autor naquele capítulo, bem como compreender a seqüência do mesmo. Continue trabalhando com a folha à parte, anotando observações e detalhes do texto. 3. Verifique o contexto O que quer dizer, neste caso, o livro todo onde o capítulo está inserido. Quais são as informações disponíveis sobre o livro, seu propósito, sua mensagem, situação histórica em que foi escrito etc. Cada capítulo desempenha um papel e cumpre uma missão dentro do livro todo. Especialmente quando se está estudando um daqueles capítulos mais conhecidos, se faz necessário muito cuidado para não tratá-lo isoladamente, desconsiderando, assim, o seu contexto. 4. Pergunte ao texto Como no método anterior, questione tudo e investigue ao máximo o texto em estudo. Use a folha na qual você vem fazendo anotações para lhe ajudar agora a inquirir o texto. Quanto mais ampla for sua pesquisa neste passo, mais profundo será o seu estudo do capítulo. 5. Amplie o horizonte da pesquisa Descubra o que outras passagens bíblicas têm como contribuição para um bom entendimento dos assuntos identificados no capítulo. As referências poderão ajudar aqui, bem como outros materiais de apoio já mencionados. 6. Esquematize o estudo Agora, o professor já poderá fazer uma lista dos assuntos do capítulo, destacando em cada item as lições ou aplicações que sejam realmente importantes para a sua vida e para a de seus alunos. Ao final deste passo, o professor terá um esboço pronto e poderá ensinar o capítulo bíblico estudado. O estudo de um assunto da Bíblia Às vezes o professor estará diante não de um texto bíblico, mas sim de um assunto para ser estudado. Precisará de um método que se fundamente não em uma passagem determinada, mas num assunto específico. Fé, santidade, pecado, mordomia, adoração, missões são alguns exemplos de tópicos passíveis de serem estudados à luz da Bíblia. Veja os passos para o estudo de um assunto bíblico. 1. Delimite a abrangência do estudo Diante de um assunto a ser estudado, é necessária a delimitação da abrangência do seu estudo. Por exemplo, se o professor deseja estudar sobre pecado, vai demorar muito para estudar o tópico em toda a Bíblia, por isso sugerimos a delimitação. Assim, poderá estudar o pecado à luz dos Evangelhos, ou de uma determinada epístola, até mesmo de um determinado período histórico. O importante é que a delimitação torne factível o estudo. 2. Descubra as passagens pertinentes Usando uma boa concordância e um bom dicionário bíblico, localize os textos que tratam do assunto a ser estudado, dentro da delimitação feita. Procure ser o mais completo possível neste passo, para que seu estudo também seja bem abrangente. 3. Entenda o contexto das passagens Talvez seja o passo mais trabalhoso, mas o professor deverá fazer um estudo do contexto de cada passagem alistada. Isso lhe dará uma visão da realidade histórica que abrigava a compreensão do seu tópico exposta no texto. Sem este passo, o estudo correrá o risco de se transformar num emaranhado de textos unidos por palavras e não por significado, o que seria inútil. 4. Anote observações e aplicações Numa folha à parte, escreva tudo o que cada passagem diz acerca do assunto, bem como anote observações e aplicações práticas a respeito do tópico em estudo. 5. Organize seu estudo Faça um esboço abrangendo tudo o que você aprendeu sobre o assunto estudado, trabalhe de forma a facilitar o entendimento progressivo do assunto. 6. Identifique informações novas Escreva as coisas novas que descobriu sobre o assunto. Faça uma lista de ensinamentos práticos e importantes que o _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 20
  • 21. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical estudo lhe ensejou. Faça um propósito diante de Deus de praticar as novas lições aprendidas durante o estudo. Compartilhe com seus alunos, de forma ordenada e seqüencial, o que você aprendeu. O estudo de um personagem bíblico Talvez este seja um dos métodos mais fascinantes para o estudo da Bíblia. Seu propósito principal é descobrir informações sobre a vida de um personagem bíblico, com o objetivo de aprender, com suas fraquezas e virtudes, lições a serem aplicadas à própria vida de estuda. Veja como este método pode ser usado. 1. Escolha o personagem e aliste passagens bíblicas Ao escolher um personagem bíblico, use uma concordância e um dicionário bíblico para alistar as passagens que tratam da vida dele e a ele fazem referência. As referências da própria Bíblia o ajudarão. 2. Faça um resumo da vida do personagem Depois de ler cada texto alusivo ao personagem que você está estudando, escreva numa folha, com suas próprias palavras, um resumo da vida dele. Este procedimento vai auxiliá-lo no entendimento do desencadeamento dos fatos que marcaram a vida do personagem. 3. Identifique fraquezas e virtudes Usando cada passagem que você alistou, em uma folha dividida em duas colunas, coloque em uma as fraquezas e na outra as virtudes do personagem. 4. Compare-se com o personagem Vejam quais são os pontos comuns e os incomuns entre você e o personagem estudado. Descubra, com as passagens bíblicas alistadas, como o personagem reagiu diante de situações que realçaram suas fraquezas e também como lidou com aquelas em que mostrou suas virtudes. Assim, descubra o que Deus tem a lhe ensinar sobre suas próprias fraquezas e virtudes. 5. Organize a biografia do personagem Separe por épocas, acontecimentos ou estágios a vida do personagem. Faça isso de tal forma que, ao olhar para seu esboço, a vida e os ensinamentos extraídos da vida do personagem lhe venham claramente ao coração. LIVRO COMPLICADO? Agora, diante do que foi apresentado neste capítulo, o professor da Escola Dominical compreende que a Bíblia não é um livro assim tão complicado. Basta determinação e disciplina para interpretá-la e estudá-la corretamente e as suas maravilhas logo aparecem. A alegria e a satisfação de descobrir os tesouros da Palavra do Senhor e o sentimento de felicidade ao ver seus alunos com o coração ardendo pelas Escrituras hão de recompensar o professor, de forma a que se sinta também gratificado por cumprir com zelo e alegria o seu dever O professor com júbilo, como fez o salmista: "Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo" (Sl 119.97). MINHA IGREJA NÃO VALORIZA A ESCOLA DOMINICAL Como ajudar sua igreja a crescer através da Escola Dominical Abra a sua boca com sabedoria, e o ensino da benevolência estará na sua língua (Pv 31.26). Tenho notado uma reclamação generalizada. São professores reclamando que seus alunos não estudam a lição nem fazem as leituras diárias; são alunos reclamando de professores despreparados que dão aulas monótonas e sem motivação; são pastores se queixando da falta de líderes para a Escola Dominical; são líderes reclamando da falta de apoio dos seus pastores etc. Parece que ninguém está satisfeito com o desempenho atual da Escola Dominical. Se pararmos para analisar, cada crítica tem certo grau de fundamento, todos têm algum nível de razão, a partir de sua perspectiva. O fato é que a Escola Dominical vive dias de indiferença por parte de muitos. Realmente, precisamos construir um escala para identificar onde começa esta cadeia de desinteresse pelo estudo das Escrituras nos arraiais da igreja. Sabemos, pela experiência de muitos anos ministrando em diversas partes do país e no exterior sobre o ensino na Escola Dominical, que vivemos hoje uma realidade bem diferente da de algumas décadas atrás. Ê do conhecimento de todos que há trinta ou quarenta anos, o número de alunos matriculados nas classes da Escola Dominical de uma igreja era quase sempre maior do que o número de membros da mesma. Hoje tal realidade é muito rara. O que teria ocorrido? Tudo leva a crer num processo de desmotivação que não encontrou, ao longo dos anos, antídoto suficientemente eficaz para revertê-lo. Ao que parece, algumas coisas foram acontecendo que resultaram no afastamento de muitos e no desinteresse de outros pela Escola Dominical. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 21
  • 22. SOCORRO! Sou professor da Escola Dominical Não vamos nos alongar aqui em identificar os motivos de tal arrefecimento, mas um dos principais fenômenos que entendemos ter contribuído para esse quadro foi a perda de um dos principais objetivos da Escola Dominical, a evangelização. Em 1963, o Dr. J.N. Barnette escreveu o livro The Place of Sunday School in Evangelism (O lugar da Escola Dominical no evangelismo) [16], em que discute com propriedade e profundidade o papel desempenhado pela Escola Dominical no cumprimento da grande comissão de Mateus 28.18-20. Em 1981, o Dr. Harry Piland foi o organizador de um livro que foi publicado com o título Growing and Winning through the Sunday School (Crescendo e vencendo através da Escola Dominical) [17]. Trata-se de um livro cujos capítulos foram escritos pelos principais líderes americanos, peritos no ministério da Escola Dominical, homens como James Frost, Eugene Skelton, Bernard Spooner, Harry Piland, John Sisemore e Lucien Coleman, Jr. Todo o livro é voltado para a instrumentalização da Escola Dominical para a evangelização e o conseqüente crescimento da igreja. Inclusive, num capítulo primoroso o Dr. Lucien E. Colemann, Jr escreveu sobre "Teach the Bible to Win the Lost and Develop the Saved" (Ensinar a Bíblia para ganhar os perdidos e desenvolver os salvos) [18], em que deixa claro que a mesma Bíblia, com sua vigorosa e objetiva mensagem, evangeliza os perdidos e aperfeiçoa os crentes. Em 1983, foi a vez do Dr. John T. Sisemore escrever seu livro Church Growth through the Sunday School[19] (Crescimento da igreja através da Escola Dominical). Neste livro, ele demonstra como a igreja pode aproveitar o potencial evangelizador da Escola Dominical. Fica claro que, sendo fiel ao seu objetivo evangelizador, a Escola Dominical proverá a igreja local de um crescimento tal que a forçará a ampliar sua visão, seu espaço físico e sua estratégia de ministração aos crentes e não-crentes. Desde sua gênese com Robert Raikes (1736-1811), na Inglaterra, a Escola Dominical foi dirigida a crianças fora do ambiente da igreja. Eram crianças que estavam nas ruas aprendendo coisas ruins e sendo formadas pela vida das ruas na escola da imoralidade e da desonestidade. Raikes investiu num projeto que visava tirar as crianças das ruas no dia em que elas lá permaneciam por mais tempo: o domingo. Pouco a pouco, a Escola Dominical de Raikes foi crescendo e sua idéia se espalhou de tal forma que há notícias de que em 1831, 20 anos após sua morte, havia na Grã-Bretanha escolas dominicais que, unidas, envolviam no estudo da Palavra de Deus, semanalmente, perto de 1.250.000 crianças (aproximadamente 25% da população!) [20]. A irmã Cathryn Smith, vida gasta no Brasil pela causa da Educação Religiosa, foi a organizadora do Programa de Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira que agora, em sua 6ª edição, foi revisado, atualizado e ampliado[21]. Discutindo sobre as tarefas da Escola Dominical, o livro é contundente ao afirmar que esta organização "é a agência evangelizadora por excelência na igreja"[22]. Ainda entre os batistas, no Congresso Batista Brasileiro, realizado em 1991, no Rio de Janeiro, o tema da Educação Religiosa foi exposto por três preletores e amplamente discutido num Grupo de Aprofundamento que, ao final, apresentou como parte de suas conclusões: "Que se dê ênfase à EBD como agência evangelizadora"[23]. Em 1993, aconteceu o I Congresso Batista Brasileiro de Escola Dominical, também no Rio de Janeiro, onde se procurou chamar a atenção para a importância da Escola Dominical para a viabilização do crescimento integral da igreja. Entretanto, não obstante a história e a fundamentação teórica da Escola Dominical, o fato é que, com o passar dos 16 - BARNETTE, J.N. The Place of Sunday School in Evangelism. Nashville: Broadman, 1963. 17 - PILAND, Harry(Compier).Growingand Winning throughthe Sunday school. Nashville: Convention 1981, 251 p. 18 - PILAND, Harry (Compiler). op. cit. p. 175-197. 19 -19 SISEMORE, John T. Church Growth the Sunday School. Nashville: Broadman, 1983, 156p. 20 - TOWNS, Elmer. Towns Sunday Encydopedia. Wheaton: Tyndale, 1993, p. 457-458. 21 - SMITH, Cathryn. Programa de Educação Religiosa. 6a. ed, Revista e Atualizada, Rio de Janeiro: Juerp, 1995, 112p. 22 - SMITH, Cathryn., op. cit, p. 53. 23 - Com os Olhos no Futuro - Teses do Congresso Batista Brasileiro. Rio de Janeiro: Juerp/Conselho de Planejamento e Coordenação da CBB, 1991, p.203. _______________________________________ SOCORRO! SOU PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL, LÉCIO DORNAS – p. 22